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TÍTULO DA DISCIPLINA: INDICADORES DA MANUTENÇÃO EDIÇÃO Nº 1 – 2017 ENG. EDUARDO IORGOF ROCHA APRESENTAÇÃO Este livro foi concebido com o objetivo de apresentar os indicadores de manutenção. Este conceito pode parecer simples em um primeiro momento, mas existe toda uma base teórica que o sustenta. Os indicadores são como se fossem uma bússola que deve indicar se o caminho percorrido é ou não o desejado. “Quando se navega sem destino, todo o vento é favorável”, já dizia Sêneca. Assim sendo, as empresas tiveram que aprender a determinar qual o caminho que desejavam seguir para depois descobrir se estavam ou não fazendo o que devia ser executado. Foi aí que as dificuldades começaram a surgir, exatamente quando não se estava indo onde se esperava. Processos tiveram que ser desenvolvidos e uma nova mentalidade administrativa começou a ganhar corpo. O TQC, as normas ISO, o Kaisen e os 6 Sigmas são exemplos perfeitos desse esforço. Estes são a base na busca do sucesso de qualquer empresa hoje. Então, nada mais lógico do que começar a nossa matéria discorrendo sobre esse assunto. O segundo capítulo segue no mesmo trilho. Estruturação e modelagem de processos: outra matéria fascinante. Tão fascinante que deu origem ao BPM ou Business Process Management. Toda uma estrutura administrativa foi desenvolvida e empresas inteiras são gerenciadas desta forma hoje no mundo inteiro. Nesse momento, os indicadores ganham um poder decisivo, orientando tanto a eficácia como a eficiência dos processos. Os sistemas de gerenciamento devem alinhar a estratégia de negócios a empresa como um todo. Todos devem caminhar na mesma direção, para isso se torna fundamental conhecer os rumos desejados e verificar se estão sendo percorridos. Mais uma vez os indicadores se apresentam como peça fundamental. Neste ponto, começamos a focar na manutenção, em como ela vem se tornando cada vez mais importante nas estratégias de negócios, independentemente do ramo de atuação da empresa. O quarto e último capítulo trata especificamente dos indicadores, informa quais são os mais utilizados e busca dar um panorama geral sobre a área de manutenção. Uma manutenção estruturada é uma ideia relativamente nova em nosso país e precisa ser feito muito neste sentido para que possamos competir ombro a ombro com os países de primeiro mundo. Essa é nossa incumbência: alertar as gerações futuras para que possamos nos tornar um país bem mais competitivo em um futuro próximo. Sumário CAPÍTULO 1 - Gestão de processos e indicadores de produção 6 1. INTRODUÇÃO 6 1.1. Conceitos e definições 7 1.2. BPO – 13 1.2.1. Gestão de processos e a tecnologia de informação 11 1.3. 14 1.3.1. Princípios e objetivos TQC e TQM 12 1.3.2. TQC ou 15 1.3.3. TQ18 1.3.4. ISO 9001 15 1.3.5. Medição de desempenho - 21 1.3.6. 22 1.3.7. Kaizen 21 1.3.8. 628 1.3.8.1. Para que serve o 628 1.3.8.2. O que é o 630 1.4. Exercícios 30 CAPÍTULO 2 - (BPMS) – Modelagem de processos e gestão. 32 2. INTRODUÇÃO 32 2.1. Definição de processos 33 2.1.1. Reengenharia de Processos 34 2.1.2. Concepção e Desenvolvimento 35 2.1.3. Matriz de priorização 37 2.1.4. Fluxos de trabalho 39 2.1.5. BPMN 40 2.2. Indicadores 41 2.3. Exercícios 46 CAPÍTULO 3 - Sistema De Gerenciamento Da Manutenção Computadorizado 48 3. INTRODUÇÃO 48 3.1. Estratégias funcionais 49 3.2. Estratégia de Manufatura 51 3.2.1. PCP – Planejamento e Controle de Produção 52 3.2.2. Informatização do PCP 54 3.2.3. Manutenção: 61 3.2.3.1. 62 3.2.3.2. Política 63 3.2.3.3. Política Preditiva 59 3.2.3.4. Política Detectiva 60 3.2.4. PCM – Planejamento e 66 3.3. Informatização do PCM 63 3.4. Indicadores - WCM (MANUTENÇÃO CLASSE MUNDIAL) 67 3.5. Exercícios 69 CAPÍTULO 4 - Gestão da Manutenção 72 4. INTRODUÇÃO 72 4.1. Principais indicadores de performance da manutenção industrial 73 4.2. TPM - 85 4.2.1. Metas 83 4.2.2. Perdas que diminuem a eficiência 84 4.2.3. C90 4.2.4. TEEP & OEE 88 4.2.5. TEEP X OEE 89 4.3. Exercícios 91 CAPÍTULO 5 - Bibliografia 93 ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1 - PROCESSO INDUSTRIAL - FONTE DO AUTOR 8 FIGURA 2 - VALOR AO PRODUTO - FONTE DO AUTOR 9 FIGURA 3 - FERRAMENTAS DA GESTÃO DE PROCESSOS - FONTE DO AUTOR 10 FIGURA 4 - BPO - FONTE DO AUTOR 11 FIGURA 5 - MEDIÇÃO DE DESEMPENHO - FONTE: (CARPINETTI, 2012) 19 FIGURA 6 - MUDA, MURA OU MURI - FONTE CITISYSTEMS 22 FIGURA 7 - PRODUÇÃO ENXUTA - FONTE BLOG DO DAVID 25 FIGURA 8 - DISTRIBUIÇÃO SIGMA EM UMA CURVA NORMAL FONTE: BRUNO MARTINS 27 FIGURA 9 - SEQUÊNCIA DE PLANEJAMENTO - FONTE DO AUTOR 34 FIGURA 10 - CADEIA DE VALORES DE PORTER 37 FIGURA 16 - TIPOS DE ESTRATÉGIA - (PAIVA, 2004) ADAPTADO 50 FIGURA 17 - ESTRATÉGIA FUNCIONAL - FONTE: (WHEELWRIGHT, 1984) 51 FIGURA 18 - ABRANGÊNCIA DE MRP E DO MRPII - FONTE CORRÊA E. AL. 2011 56 FIGURA 19 - LISTA DE MATERIAIS MRP - FONTE: (TARDIN, 2001) ADAPTADO 57 FIGURA 20 - CRONOLOGIA PCM - ADAPTADO DE (LAFRAIA, 2001) IN (SOUZA, 2008) 62 FIGURA 11 - 8 PILARES TPM - FONTE: RESEARCHGATE.NET 84 FIGURA 12 - PERDAS - FONTE: (J. & COUTO, 2013) 86 FIGURA 13 - CONCEITOS DE TEEP E OEE - FONTE: (ANTUNES & AL., 2013) 89 FIGURA 14 - ÍNDICES DO IROG - FONTE: (NAKAJIMA, 1988) ADAPTADO 90 FIGURA 15 - RELACIONAMENTO ENTRE OS ÍNDICES – ADAPTADO: (CHIARADIA, 2004) 91 ÍNDICE DE TABELAS TABELA 1 - PRINCÍPIOS DA QUALIDADE TOTAL – FONTE (CAMARGO, 2011) 16 TABELA 2 - FAMÍLIA ISO 9000 FONTE (MELLO, 01/2012) 20 TABELA 3 - COMPARAÇÃO ENTRE O PADRÃO ATUAL DAS BOAS EMPRESAS (3,8 Σ) COM O SEIS SIGMA FONTE: (DE JESUS, 2015) 29 TABELA 4 -TRADUÇÃO DO NÍVEL DA QUALIDADE PARA AS LINGUAGENS TÉCNICA E FINANCEIRA - FONTE: (DE JESUS, 2015) 29 TABELA 5 - GERAÇÕES 6 SIGMAS - ADAPTADO: (DE JESUS, 2015) 30 TABELA 6 - EQUIPES 6 SIGMAS - ADAPTADO (FIGUEIREDO, 2006) 31 TABELA 7 - MANUTENÇÃO DE MAQUINAS - TABELA GUT- FONTE DO AUTOR 40 TABELA 8 - PRIORIZAÇÃO DE CAUSA POTENCIAIS - FONTE DO AUTOR 40 TABELA 10 - FINALIDADES E AS FUNÇÕES DO PCP - FONTE: (SOUZA, 2008) 54 TABELA 11 - TAREFAS LIGADAS A PRODUÇÃO - FONTE DO AUTOR 55 TABELA 9 - A EVOLUÇÃO DA TPM. FONTE - (MORAES, 2004) 83 GESTÃO DE PROCESSOS 1. INTRODUÇÃO Caro(a) Aluno(a), Nos últimos 60 anos a forma de se administrar mudou muito. As coisas acontecem bem mais rápido do que antigamente e as empresas precisam se adaptar cada vez mais a estas novas situações. Aqui apresentamos algumas destas inovações, conceitos que têm mudado profundamente a forma de se fazer negócios, tornando-os cada vez mais competitivos. Conteúdo desta unidade Veremos aqui conceitos como BPO – Business Process Orientation, gestão de processos, princípios como o TQC e o TQM, ISO 9000 e formas de gestão como o Lean, o Kaizen e o 6 sigma. Espero que aproveitem bastante. 1.1. CONCEITOS E DEFINIÇÕES Em sua origem etimológica1, processo tem o sentido de percurso, avançar ou caminhar adiante. Originária do latim “procedere”, é o conjunto de medidas para se atingir determinado objetivo. Modo de agir, sistema, método. Figura 1 - Processo industrial - Fonte do autor Conforme mostra a Figura 1, um processo industrial seria a transformação da matéria prima em um produto final destinado ao mercado consumidor. Este, sem dúvida, é o conceito mais amplo e que foi bastante trabalhado desde o final do século XIX até os dias de hoje. Segundo Campos (2013), pode ser dividido nos seguintes conceitos: − Processo é a sequência de atividades destinadas a um objetivo específico; − Subprocesso é uma subdivisão de um macroprocesso, posicionado de forma lógica, sequenciado por outro subprocesso e que contribui para a realização de um determinado objetivo ou missão. − As Atividades são realizadas por pessoas ou departamentos dentro dos processosou subprocessos. São a maior parte do fluxo e têm por objetivo a produção de resultado específico. 1 Disponível em: https://www.significados.com.br/processo/. Acessado em 21 de outubro de 2017. https://www.significados.com.br/processo/ − As Tarefas são a menor parte do processo, uma parte específica do trabalho e que pode ser um elemento ou subconjunto de uma dada atividade. Outra consideração importante é que um processo deve sempre agregar valor ao produto. Um fato curioso a que todos estamos acostumados hoje, mas que há alguns anos se tornou uma forma de ganhar muito dinheiro, foi o engarrafamento da água potável. O costume até então era que se alguém estivesse com sede, pedia água para alguma pessoa ou em uma casa comercial que estivesse à disposição. O embasamento em garrafas permitiu a sua comercialização, agregando valor a um produto que era distribuído de forma gratuita até então. Veja a Figura 2. Figura 2 - Valor ao produto - Fonte do autor Com a necessidade cada vez mais premente de se agregar valor real ao produto em função de um mercado mais competitivo e de se aprimorar as formas de controle, surgiu a gestão de processos. Primeiramente se tornou necessário entendê-los de forma clara e objetiva. O mapeamento de processos é a ferramenta que melhor oferece suporte para esse entendimento. O mapeamento oferece as informações sobre as quais são os relacionamentos. Para cada atividade define o que e quando será realizada, além de apresentar uma clara visão de seus objetivos. (Antunes, 2011) “Para possibilitar a realização da gestão por processos é essencial medir constantemente o resultado dos processos” (FIOCRUZ, 2013). Deste modo surgiu os indicadores de desempenho. Para serem efetivos, estes precisam influenciar fatores estratégicos de forma direta ou indireta e seu acompanhamento possibilitar um melhor controle e observação de resultados. Figura 3 - Ferramentas da gestão de processos - Fonte do autor Deste modo, duas ferramentas se destacam quando o assunto é gestão de processos: o mapeamento e os indicadores de performance. Veja a Figura 3. Quem contribuiu primeiramente para o desenvolvimento da gestão de processos foi o gerenciamento da Qualidade Total (Total Quality Management - TQM), pois põe grande ênfase no mapeamento e análise para a melhoria contínua fazendo uso do PDCA. Ela corrobora para a padronização dos processos das organizações e para a implementação de planos de ação de controle e ações de melhoria. O Kaizen e o Lean Manufacturing, que desenvolvem o conceito de produção enxuta, apresentam contribuições relevantes para os princípios da gestão orientada a processos. A busca do gerenciamento eficaz para a redução de recursos (de tempo e material) exige melhoria incremental dos processos, redesenhando-os e aprimorando-os de forma contínua para geração de valor. Tradicionalmente, até o início da década de 1990, media-se o desempenho de uma empresa com métricas essencialmente financeiras com indicadores como lucratividade, Retorno Sobre Ativos (ROA), fluxo de caixa e Retorno Sobre Investimento (ROI). Nesse período tivemos um avanço significativo com relação às tradicionais mensurações com o uso do Balanced Scorecard (BSC), que passou a conferir uma atenção de curto, médio e longo prazos de forma distribuída em quatro dimensões: financeira, cliente/mercado, processos e aprendizagem/crescimento. 1.2. BPO – BUSINESS PROCESS ORIENTATION (GESTÃO ORIENTADA A PROCESSOS) As ações no processo de administração estratégica são muito difíceis de ser implementadas. Apenas uma pequena parte destas são praticadas com sucesso. As falhas chegam a 70% ou até 90% das tentativas. Alguns admitem que a capacidade de as executar chega a ser mais importante do que a própria estratégia. (KAPLAN & NORTON, 1996) Tendo em vista que os resultados obtidos pelas organizações têm relacionamento direto com seus processos, a compreensão dos obstáculos deve servir de base de superação em ambientes competitivos e instáveis. Isso exige que a organização se transforme não apenas em tecnologias, mas em mudanças de comportamento e quebra de paradigmas, voltando seu foco para o cliente de forma a agregar valor, acompanhando suas operações a partir da visão orientada para os processos referentes aos seus negócios. (ARMISTEAD, PRITCHARD, & MACHIN, 1999) É essencial, para que uma empresa sobreviva, um modelo de gestão que ajude a desenvolver a capacidade de se adaptar ao ambiente competitivo (RUMMLER & BRACHE, 1995). Para Motta (1995), a mudança organizacional e a revisão do seu modelo de gestão viabilizam adaptações rápidas com efetividade para a implementação das estratégias. Modelos de gestão empresarial cuja visão seja verticalizada dentro da cadeia de valor resultam em ações fragmentadas se contrapondo a um modelo de gestão (BPO) que busca viabilizar recursos, estratégias e competências de forma a convergirem em resultados. Veja a Figura 4. Figura 4 - BPO - Fonte do autor 1.2.1. GESTÃO DE PROCESSOS E A TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO Para atender a alta competitividade do mercado atual, a Tecnologia da Informação (TI) se tornou uma ferramenta muito popular na busca de integração, flexibilidade e agilidade. Ela provê recurso, mas não garante resultados segundo Davenport (1995). Torna-se necessário definir quais são os requisitos, analisá-los, projetá-los e, só então, incorporar as tecnologias que forem necessárias. Segundo Smith & Fingar (2003), são 9 as funcionalidades que as ferramentas de TI podem disponibilizar: 1. Automação 2. Obtenção de informação 3. Sequencialização de tarefas e atividades 4. Rastreabilidade 5. Melhoria da capacidade analítica 6. Ultrapassar as fronteiras da empresa 7. Integração dos processos 8. Gestão do conhecimento 9. Evitar a intermediação. A ferramenta de TI não deve e não pode impor restrições aos processos. O seu foco principal são os próprios processos de negócios e sua integração. (Arif, Kolonda, Jones, & Proctor, 2005) 1.3. BUSINESS PROCESS MANAGEMENT (BPM) O BPM, como normalmente é conhecido, pode assumir dois contextos segundo Krafzig, Banke, & Slama (2005): 1. Gerenciamento de mudanças: prevê iniciativas voltadas à qualidade (6 Sigma, ISO 9000, TQM etc.) e à gestão de processos (Activity Based Costing, Value Chain, Balanced Scorecard etc.) 2. Tecnológico: Business Process Management System (BPMS). É uma plataforma de iniciativas que apoiam o BMP com modelagem de processos e gerenciamento. Não se restringe à automação de modelos automatizados e articula a disposição do projeto. Promove descobertas, detalhamento e desenhos, assim como a execução, supervisão, controle e administração. Segue a descrição das ferramentas mais importantes do gerenciamento de mudanças. 1.3.1. PRINCÍPIOS E OBJETIVOS TQC E TQM “Mudança” é a palavra mágica para a implantação da QUALIDADE TOTAL. Exige novos conceitos e valores. Estas mudanças devem seguir alguns princípios e requerem atitudes especialmente por representar uma nova cultura e uma nova filosofia dentro da organização. (Camargo, 2011) 1.3.2. TQC OU TOTAL QUALITY CONTROL Quando se fala em TCQ (Total Quality Control) ou, em português, CQT (Controle de Qualidade Total), estamos falando de uma nova forma de gestão totalmente consagrada que reserva padrões de excelência e qualidade internacionais. Dentre as ferramentas aplicadas, os 5S se destacam com características de autodisciplina, saúde, eliminação dos desperdícios e características de controle e ordenação. O sucesso é tão estrondoso que se tornou obrigatório com impacto de alta magnitude nas ações gerenciais, práticas de engenharia e processos operacionais. Esta transição aconteceu nos anos da década de 1970 e formou aponte para o atual sistema de qualidade. “Tudo o que vamos fazer, seja no ambiente profissional ou na condição de indivíduo, você deve estabelecer critérios e disciplina para ter sucesso nos propósitos”. (Camargo, 2011) Veja os princípios da qualidade total na Tabela 1: Princípios da qualidade total 01 SATISFAÇÃO TOTAL DOS CLIENTES O ato de assegurar a satisfação dos clientes (internos, externos, parceiros) se dá através de uma boa gestão. As necessidades e principalmente o grau de percepção dos clientes são muito importantes, por isto devemos sempre focar as ações para atender e superar suas expectativas. 02 PROPÓSITOS O estímulo à prática de novos princípios colabora para a fixação de novos valores, porém é um processo gradativo e lento. A adoção de novos princípios exige persistência e deve ser estimulada repetidamente para a perenidade da mudança desejada para o processo. 03 POSTURA PARTICIPATIVA A informação é primordial no processo de participação para que todos sintam-se valorizados no processo. Ao criar este clima participativo, fortalece as decisões e colabora para o comprometimento com os objetivos. O foco do espírito do trabalho em equipe contribui para a sinergia dos elementos envolvidos no processo, atingindo os resultados. 04 DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS Só se obtém resultados com qualidade através do equilíbrio dos interesses individuais e da organização, juntamente com a satisfação e motivação dos colaboradores e melhoria da sua qualidade de vida. A cultura participativa e o espírito de colaboração resultam em positividade e produtividade qualificada. 05 APERFEIÇOAMENTO A atualização é obrigatória para adequar o processo às exigências dos clientes. Por isso é fundamental a informação e a observação das mudanças que ocorrem rapidamente (tecnologia e costumes). Os clientes passam a ter outras necessidades, portanto é uma ferramenta que necessita de constante acompanhamento com o objetivo de antecipar as mudanças para atender as expectativas dos clientes e se manter competitivo no mercado. A dinâmica da informação e a evolução das exigências de consumo promovem o surgimento de novas leis e regulamentações em relação à garantia dos produtos e serviços. 06 DELEGAR A delegação de competências é um fator fundamental, pois representa naturalmente a responsabilidade individual. Esta medida resulta em melhores controles e eficiência nos resultados. 07 ELIMINAR OS ERROS O que se espera é que o padrão de desempenho em qualquer processo não deve apresentar erros. Esta cultura deve ser assimilada pelos participantes na busca contínua busca da perfeição. 08 GARANTIA DA QUALIDADE A garantia de qualidade tem como base a realização do planejado através da formalização dos processos. É importante a informação destes processos, com a finalidade de determinar os passos a serem seguidos. 09 PROCESSOS GERENCIADOS A gerência de processos tem por finalidade a harmonização entre as áreas e faz com que não aconteçam conflitos nas atividades. Esta interatividade colabora para que todas as partes envolvidas nos processos (clientes internos, clientes externos, fornecedores) sejam atendidas em conformidade com o planejado. 10 INFORMAÇÃO Para se obter a QUALIDADE TOTAL, todos, sem exceção, devem ser bem informados de suas responsabilidades (competência de delegação) em relação à visão, missão e ao próprio negócio da organização. Para isso, o fluxo de informações deve ser bem claro e coerente aos objetivos pretendidos. Tabela 1 - Princípios da qualidade total – Fonte: (Camargo, 2011) 1.3.3. TQM OU TOTAL QUALITY MANAGEMENT GQT (Gestão da Qualidade Total) ou “Total Quality Management - TQM” é uma filosofia em que todos os interessados (a sociedade, os consumidores, os funcionários e os acionistas) devem ser satisfeitos. Essa filosofia “total” significa um esforço concentrado de toda a empresa que tem por objetivo primário a qualidade como ponto focal dos negócios. Este esforço é tanto interno como externo: interno quando se fala dos diversos setores da organização, assim como seus diversos níveis hierárquicos, e externo quando se fala dos distribuidores, parceiros de negócio, fornecedores e até do ambiente onde a empresa exerce suas atividades. (Camargo, 2011) 1.3.4. ISO 9001 Um sistema de gestão deve fazer referência a tudo que a empresa realiza para gerenciar suas atividades. As empresas que seguem um modelo de gestão criam normas que servem de modelo e determinam como se deve operar. Tanto a ISO 9000 quanto a 14000 são normas genéricas, isto é, podem ser aplicadas a qualquer tipo de organização. Estas são normas internacionais e diretrizes criadas para a gestão da qualidade. São um conjunto de práticas de sucesso disponibilizadas a todas as organizações. Podemos citar aqui como exemplo outros sistemas de gestão, como o estratégico, o financeiro, o de RH, o de inovação e até o de produção. Todos estes sistemas devem comunicar-se de forma integrada e complementar. Desta maneira, é de máxima relevância que as melhores práticas se socializem e permitam obter os melhores resultados. (Mello, 01/2012) A primeira publicação da ISO 9000 foi em 1987 e diversas estruturas se mostraram totalmente desnecessárias. Em 1994, ela era constituída de mais de 20 normas e documentos. Na versão de 2000, este número foi reduzido a 4 normas primárias suportadas por um número reduzido de documentos. Mello (2012) continua e diz que a versão de 2008 corrigiu apenas alguns temos, buscando um sentido mais claro sem acrescentar ou retirar nenhuma cláusula, mantendo as 4 normas: ● ISO 9000: Sistemas de gestão da qualidade – Fundamentos e vocabulário; ● ISO 9001: Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos; ● ISO 9004: Sistemas de gestão da qualidade – Diretrizes para melhoria de desempenho; ● ISO 19011: Diretrizes para auditoria de sistemas de gestão ambiental e/ou da qualidade. As ISO 9001 e 9004 podem ser usadas independentemente ou de forma complementar. A ISO 9001:2008 destina-se à aplicação interna e é usada basicamente para certificação ou no cumprimento de cláusulas de contratos, focada na eficácia de atender às necessidades dos clientes. A ISO 9004 tem um conceito mais amplo. Ela é orientada para o sucesso sustentado em ambientes complexos, exigente e de mudanças constantes. Não é utilizada para a certificação ou contrato. A ISO 19011 é a revisão da ISO 10011 (1,2, e 3) e das normas ISO 14010, 14011 e 14012. É usada como diretriz para auditorias de sistemas de gestão da qualidade e/ou ambiental. Veja na Tabela 2 (Mello, 01/2012) o propósito de cada ISO: Normas e diretrizes Propósito ISO 9000 – Sistemas de gestão da qualidade – fundamentos e vocabulários Estabelece termos e definições fundamentais usados nas normas da família ISO 9000, necessários para evitar interpretações errôneas durante o seu uso. ISO 9001 – Sistemas de gestão da qualidade – requisitos a norma para fins contratuais usada para avaliar a capacidade de uma organização em atingir os requisitos dos clientes e os regulamentares aplicáveis para, assim, satisfazer esses clientes. ISO 9004 – Gestão para o sucesso sustentável de uma organização – uma abordagem para sistema de gestão (a ser publicada) Fornece orientação para atingir sucesso sustentado para qualquer organização em um ambiente complexo, exigente e de constante mudança, provendo um foco mais amplo sobre a gestão da qualidade do que a norma ISO 9001. Ela contempla as necessidades e expectativas de todas as partes interessadas em sua satisfação, por meio da melhoria contínua e sistemática do desempenho da organização. Não se destina ao uso para certificação, regulamentar ou contratual. ISO 19011 – Diretrizes para auditoria de sistemas de gestão da qualidade e/ou ambientalFornece diretrizes para a verificação da capacidade do sistema em atingir os objetivos da qualidade definidos. Ela pode ser usada internamente, na auditoria de fornecedores ou nas auditorias de terceira parte (certificação do sistema de gestão). ISO 10003 – Quality management – Customer satisfaction – Guidelines for dispute resolution external to organizations (ainda não publicada pela ABNT) Fornece diretrizes para uma organização planejar, projetar, desenvolver, operar, manter e melhorar continuamente um processo eficaz e eficiente de resolução de disputas e para reclamações que ainda não foram solucionados pela organização. Ela não se destina para propósitos contratuais ou de certificação. ISO 10005 – Sistemas de gestão da qualidade – Diretrizes para planos da qualidade Fornece diretrizes para auxiliar na preparação, análise crítica, aceitação e revisão de planos da qualidade. ISO 10006 – Sistemas de gestão da qualidade – Diretrizes para a gestão da qualidade em empreendimentos Fornece diretrizes para a gestão da qualidade em empreendimentos que possuem as seguintes características: são únicos, com fases não repetitivas, têm algum grau de risco e incerteza, espera-se que apresentem resultados quantificados especificados e têm datas de início e término planejadas, dentro de limitações de recursos e custos claramente definidos, entre outras. ISO/TS 16949 – Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos particulares para aplicação da ABNT NBR ISO 9001:2000 para Esta especificação técnica define requisitos do sistema da qualidade baseados na ISO 9001, AVSQ (Itália), E QF (França), Q - 000 organizações de produção automotiva e peças de reposição pertinentes (U ) e D .1 ( leman a). aplicável s plantas de organizaç es onde produtos especificados pelo cliente são manufaturados para produção e ou reposição. Ela é aplicável nas organizações onde ocorre a montagem de automóveis ou a fabricação de peças ou componentes para a indústria automobilística. Ela se destina para propósitos contratuais ou de certificação. Tabela 2 - Família ISO 9000 Fonte (Mello, 01/2012) 1.3.5. MEDIÇÃO DE DESEMPENHO - BALANCED SCORECARD Figura 5 - Medição de desempenho - Fonte: (Carpinetti, 2012) Para Kaplan e Norton, da Universidade de Harvard, o BSC é mais do que um sistema de medição de desempenho. Eles o definiram como sendo um sistema de gestão estratégica. Desenvolvido nos idos de 1990, é o modelo que mais se alastrou na literatura administrativa e tem quatro perspectivas de mensuração, conforme a Figura 5 (Carpinetti, 2012). 1. Financeiras tradicionais; 2. Desempenho focadas nos clientes; 3. Operações internas; 4. Aprendizado e crescimento. Kaplan e Norton em 1997 ainda nos dizem o seguinte: “ s medidas de resultado sem os vetores de desempen o não comunicam a maneira como os resultados devem ser alcançados, além de não indicarem antecipadamente se a implementação da estratégia está sendo bem-sucedida ou não. Por outro lado, vetores de desempenho sem as medidas complementares de resultado podem permitir que a unidade de negócios obtenha melhorias operacionais a curto prazo, mas não revelarão se essas melhorias foram traduzidas em expansão dos negócios com os clientes existentes e novos, e, consequentemente, em melhor desempenho financeiro" (Carpinetti, 2012) Os performance-drivers ou vetores de desempenho, como queira chamar, foram construídos a partir do conceito de que a medição de desempenho deve ser usada como um utensílio gerencial, buscando-se o equilíbrio adequado entre mensurações de resultado e tendências. 1.3.6. LEAN MANUFACTURING OU PRODUÇÃO ENXUTA “Há de conferir o máximo número de funções e responsabilidades a todos os trabalhadores que adicionam valor ao produto na linha, e a adotar um sistema de tratamento de defeitos imediatamente acionado a cada problema identificado, capaz de alcançar a sua causa raiz (WOMACK, JONES, & ROOS, 1992).” A produção artesanal possui profissionais altamente especializados, que fazem uso de ferramentas manuais e produzem produtos específicos, um de cada vez. A produção em massa tem profissionais especializados para projetarem seus produtos. Estes são fabricados por trabalhadores semi especializados ou sem especialização alguma em equipamentos caros para finalidades específicas na produção de grandes quantidades. Máquina parada é uma regalia que deve ser evitada por razão do alto custo das máquinas envolvidas, assim sendo, produzem uma certa quantidade de estoque sempre que necessário. Tem uma baixa variedade de produtos por causa do alto investimento e produz grandes quantidades, reduzindo o preço para a felicidades da clientela. O Lean Manufacturing não se enquadra nas duas especificações acima. Sua filosofia principal é produzir mais com menos em uma combinação de técnicas gerenciais e equipamento. Este processo combina as vantagens tanto da produção artesanal quanto da produção em massa com melhores resultados. Quando comparada à produção artesanal, produz em maior quantidade a um custo menor. Quando comparada à produção em massa, produz com menos esforço humano, espaço físico e utiliza equipamentos mais baratos. E como ele faz tudo isso? Simples, utiliza-se do Kaizen. A Gerência monta grupos de trabalho junto às máquinas com diversas habilidades e vários níveis hierárquicos. 1.3.7. KAIZEN Figura 6 - Muda, Mura ou Muri - Fonte Citisystems 2 “(...) Sistema de Gestão Kaizen (KMS), que tem por objetivo introduzir na empresa uma dinâmica de mudança para melhor (este é o significado da palavra Kaizen) através de um forte envolvimento dos colaboradores a todos os níveis. Só há Kaizen quando os colaboradores mudam os seus hábitos diários de trabalho. Um hábito diário, tanto na forma de pensar como na forma de trabalhar, existe no cérebro de cada um de nós sob um conjunto de ligações entre neurônios. Estas ligações estão tão fortemente estabelecidas e reforçadas por tantos anos de prática, que funcionam quase sem termos que pensar nelas conscientemente. Simplesmente executamos um trabalho sem pensar muito. É um processo inconsciente, tal como conduzir um automóvel. Para haver melhoria, tem que haver mudança de hábitos e, logo, tem que haver mudanças no nosso cérebro. Isto só se consegue praticando (falar e discutir não chega). Treinando todos os dias. Experimentando coisas novas e treinando até o processo ficar bem “enraizado” no 2 Disponível em: https://www.citisystems.com.br/muda-mura-muri/. Acessado em 15 de dezembro de 2016. https://www.citisystems.com.br/muda-mura-muri/ nosso cérebro. Até substituirmos velhas ligações entre neurônios por outras novas ligações. ” (Coimbra, 2008) O Sistema de Gestão Kaizen (KMS) basicamente é uma mudança de cultura (Kaizen Institute, 2008) no sentido de melhoria continuada e são 7 os seus princípios que devem adquirir o valor de crença para serem efetivos. São eles: 1. Gemba Kaizen; 2. Desenvolvimento das Pessoas; 3. Normas Visuais; 4. Processo e Resultados; 5. Qualidade em 1º lugar; 6. Eliminação de Muda (desperdício); 7. Abordagem Pull Flow. Gemba Kaizen “Período intensivo de trabal o de mel oria com um grupo de pessoas cujo objectivo é desenhar e implementar melhorias num curto espaço de tempo (normalmente, 5 dias) ”. (Kaizen Institute, 2008) Gemba quer dizer: “O lugar onde o valor é acrescentado”3. Desenvolvimento das Pessoas Não existe mudança se não houver mudança de hábitos, e cada tipo de melhoria exige uma mudança de hábito. Assim sendo, alguém e/ou um grupo de pessoas vai ter que abandonar hábitos velhos e adquirir novos. A melhoria contínua exige que a mudança aconteça desde o topo até a base,sem distinção de cargos ou salários. É um esforço coletivo. Para alcançar tal objetivo, fortalecer as 7 crenças é condição sine qua non. Normas visuais 3 Disponível em: http://engenhariadeproducaoindustrial.blogspot.com.br/2011/03/entendendo-o- gemba.html. Acessado em 15 de dezembro de 2016. http://engenhariadeproducaoindustrial.blogspot.com.br/2011/03/entendendo-o-gemba.html http://engenhariadeproducaoindustrial.blogspot.com.br/2011/03/entendendo-o-gemba.html A utilização de normas visuais é uma excelente ferramenta. Quem já não ouviu dizer que uma imagem vale mais do que mil palavras? Deve-se levar em conta que uma norma é um caminho reconhecido como o mais eficiente para se desempenhar uma determinada tarefa e é impreterível defini-lo, pois, caso contrário, a “muda” (veja Figura ) não será eliminada e a variabilidade, em função da atividade ser executada por várias pessoas, também persistirá. Processo e resultados Processos e resultados assumem igual valor. Tradicionalmente os resultados são bem valorizados, só que aqui o processo é tão importante quanto. Qualidade em 1º lugar Aqui tem-se 3 fundamentos: Orientação é sempre para o mercado, a próxima operação é o cliente e sempre mais melhorias. Eliminação do Muda A eliminação do desperdício está intimamente relacionada com o Pull Flow ou fluxo de tração, que é a produção sendo tracionada. São 7 as causas de desperdício: 1. Defeitos (qualidade interna ou falhas externas); 2. Espera de Pessoas; 3. Movimento de Pessoas; 4. Sobreprocessamento; 5. Espera de Materiais; 6. Movimento de Materiais; 7. Excesso de Produção. Figura 7 - Produção enxuta - Fonte: Blog do David 4 Veja como na explicação da Figura 7: 1. Um problema é detectado; 2. Aciona-se a sinalização (lâmpada, placa, alarme etc); 3. A liderança chega rapidamente ao local; 4. O problema é anotado no quadro de produção; 5. O supervisor convoca o pessoal dos setores de apoio para a resolução do problema. As metas utilizadas pela produção enxuta são as seguintes: ● Zero defeitos; ● Tempo zero de preparação (setup); ● Estoque zero; ● Movimentação zero; ● Quebra zero lote unitário (uma peça); e ● Lead time zero. 4 Disponível em: https://davidkond.wordpress.com/category/lean-manufacturing/. Acessado em 16 de dezembro de 2016. https://davidkond.wordpress.com/category/lean-manufacturing/ 1.3.8. 6Σ (SIGMA) 1.3.8.1. PARA QUE SERVE O 6Σ? “- a gigante Allied Signal, que tem faturamento superior a US$ 14 bilhões e estava há alguns anos à beira da falência, iniciou em 1994 a implementação do Seis Sigma e, de lá para cá, reduziu seus custos em US$ 2 bilhões e teve um crescimento, em 1998, de 12% e, no primeiro trimestre de 1999, de 14,1%; - o presidente da General Electric, Jack Welch, descreve o programa Seis Sigma como “a mais importante iniciativa que a GE já empreendeu”. Só em 1999, a GE economizou mais de US$ 1,5 bilhão por causa do programa; - somente em uma única planta da Asea Brown Boveri (ABB), nos Estados Unidos, tem sido gerada uma economia de cerca de US$ 770 mil por ano com a aplicação dos Seis Sigma; - na Polaroid, a estratégia Seis Sigma tem sido utilizada para a companhia concentrar seu foco nos processos que afetam tanto a qualidade quanto suas margens de lucro, conseguindo com isso adicionar anualmente 6% a sua lucratividade; - a Motorola estima que, em pouco mais de 10 anos, conseguiu economizar mais de US$ 11 bil ões.” (ROTOND RO, 2006) σ significa qualidade total. Para explicar mel or: “O igma é a 18ª letra do alfabeto grego e também o símbolo matemático que expressa uma variação de medida. É medida de variação, distribuição em torno da meta de um determinado procedimento ou processo”. eja a Figura 8. Figura 8 - Distribuição sigma em uma curva normal Fonte: Bruno Martins 5 Figura 8 apresenta uma variação até 3σ. σ define 3,4 defeitos por milhão de eventos, ou 99,99966% de perfeição. Deve-se considerar como defeito toda e qualquer coisa que cause insatisfação no cliente, ou seja, qualquer produto que por ventura não acolha as especificações, serviço insatisfatório ou preço fora do ditado pelo mercado. Depois da década de 1980 foi quando a ideia começou a tomar força e, naquela época, 3,8 sigmas era o que uma empresa boa estava acostumada a entregar. Veja sobre isso nas Tabela 3 e Tabela 4. 99% Bom/Conforme (3,8 Sigma) 99,99966% conforme (Seis Sigma) 20.000 artigos perdidos de correio por hora 7 artigos perdidos de correio por hora 2 aterrissagens curtas ou longas nos principais aeroportos todos os dias 1 aterrissagem curta ou longa nos principais aeroportos a cada cinco anos 200.000 prescrições de medicamentos incorretos por ano 68 prescrições de medicamentos incorretos por ano 11,8 milhões de ações indevidamente negociadas na NYSE todo dia 4021 de ações indevidamente negociadas na NYSE todo dia 7 horas de falta de energia elétrica por mês 1 hora de falta de energia elétrica a cada 34 anos 5.000 operações cirúrgicas incorretas por semana 1,7 operação cirúrgica incorreta por semana 3 pedidos de garantia para cada automóvel novo 1 pedido de garantia para cada 980 automóveis novos 5 Disponível em: https://www.linkedin.com/pulse/como-mitigar-erros-de-estimativa-em-projetos- ti-bruno-martins. Acessado em 10 de abril de 2017. https://www.linkedin.com/pulse/como-mitigar-erros-de-estimativa-em-projetos-ti-bruno-martins https://www.linkedin.com/pulse/como-mitigar-erros-de-estimativa-em-projetos-ti-bruno-martins 3.000 cartas extraviadas para cada 300.000 cartas postadas 1 carta extraviada para cada 300.000 cartas postadas 48.000 a 96.000 mortes atribuídas a erros hospitalares todo ano 17 a 34 mortes atribuídas a erros hospitalares todo ano 15 minutos de fornecimento de água não potável por dia 1 minuto de fornecimento de água não potável a cada sete meses Tabela 3 - Comparação entre o padrão atual das boas empresas (3,8 σ) com o Seis Sigma - Fonte: (DE JESUS, 2015) Nível de qualidade Defeitos por milhão (ppm) Custo da não qualidade (% do faturamento da empresa) Dois sigma 308.537 Não se aplica Três sigma 66.807 25 a 40% Quatro sigma 6.210 15 a 25% Cinco sigma 233 5 a 15% Seis sigma 3,4 < 1% Tabela 4 - Tradução do nível da qualidade para as linguagens técnica e financeira - Fonte: (DE JESUS, 2015) 1.3.8.2. O QUE É O 6Σ? Para Harry & Schroeder (1998), o Seis Sigma é: “um processo de negócio que permite às organizações incrementar seus lucros por meio da otimização das operações, melhoria da qualidade e eliminação de defeitos, falhas e erros. A meta dos Seis Sigmas não é alcançar os Seis Sigmas de qualidade. Seis Sigma está relacionado à melhoria da lucratividade. Organizações que implementam Seis Sigma fazem isso com a meta de mel orar seus lucros.” Este processo incorpora os mais diversos conceitos de gestão, como benchmarking, planejamento de experimentos, Controle Estatístico de Processos, conhecido como CEP, análise de sistemas de medição, análise de capacidade, análise do modo e efeito de falha (FMEA), manufatura enxuta (Lean Manufacturing), sistema a prova de falhas (Poka Yoke) e outras ferramentas da qualidade. A determinação de características críticas aos clientes é o pilar que sustenta todo o seu sucesso. Com base em informações recolhidas no mercado atendido, são apontados os indicadores de desempenho que deve sustentar estes requisitos. Este programa provou o seu sucesso melhorando produtos e serviços, tornando-os mais rápidos e mais baratos, tudo isso sustentado por um conjunto de técnicas corporativas e capacitação da liderança. São 3 as gerações vividas atéhoje. Veja a Tabela 5: Gerações 6 sigmas Período Foco Exemplos 1987-1994 Redução de defeitos Motorola 1994 a 2000 Redução de custos General Electric, Du Pont e a Honeywell 2000 em diante Criação de valor para os clientes e para a empresa em si Posco e Samsung Tabela 5 - Gerações 6 sigmas - Adaptado: (DE JESUS, 2015) Capacitação de equipes 6 sigmas - Tabela 6: Equipes 6 sigmas Classificação Responsabilidades Quem são Champion Fazer com que o projeto funcione e definir os responsáveis pelos projetos Patrocinador/Líder Master Black Belts (Líderes do Cinturão Preto): Identificação de projetos de melhoria, além de coordenar todo o trabalho dos demais Black Belts Assessoram os Champions Black Belt (Cinturão Preto): Dedicados em período integral ao programa. Organizam a revisão mensal do planejamento estratégico, definem metas e determinam prováveis novos membros da equipe de Black Belts Pessoas de confiança - Engenheiros, Estatísticos, Administradores de Empresa Green Belt (Cinturão Verde) Não ficam integralmente dedicados e são designados para uma ou mais equipes de acordo com o conhecimento que têm do assunto Integrantes de equipe Yellow Belt (Cinturão Amarelo) Não vão se envolver diretamente nos processos Principais executivos da empresa, mas precisam de algum conhecimento White Belt (Cinturão Branco) Tem uma compreensão mais forte de todo o processo e a necessária preparação e abordam a utilização das ferramentas básicas que se aplicam às várias fases da estratégia Apoiadores dos Green Belts e dos Black Belts na implementação de seus projetos Tabela 6 - Equipes 6 sigmas - Adaptado (Figueiredo, 2006) “ terceira geração do Seis Sigma trata mais agressivamente da qualidade comercial e dos serviços, transações e qualidade dos sistemas, incluindo os prazos de entrega de serviços, tempo de espera para o cliente receber os serviços, questões da cadeia logística e abastecimento etc. Faz parte também da terceira geração mais aplicações do Seis Sigma para prevenir defeitos ou falhas na fonte, isto é, no estágio do projeto, o que é referido como Design for Six Sigma (DFSS) (Harry e Crawford, 2005 apud Antony, 2007).” (DE JESUS, 2015) 1.4. EXERCÍCIOS 1. Segundo Campos (2013), como processo pode ser dividido? Resposta − Processo é a sequência de atividades destinadas a um objetivo específico; − Subprocesso é uma subdivisão de um macroprocesso, posicionado de forma lógica, sequenciado por outro subprocesso e que contribui para a realização de um determinado objetivo ou missão. − As Atividades são realizadas por pessoas ou departamentos dentro dos processos ou subprocessos. São a maior parte do fluxo e têm por objetivo a produção de resultado específico. − As Tarefas são a menor parte do processo. São partes específicas do trabalho e podem ser um elemento ou subconjunto de uma dada atividade. 2. Segundo Smith & Fingar (2003), são 9 as funcionalidades que as ferramentas de TI podem disponibilizar. Quais são elas? Resposta: 1. Automação; 2. Obtenção de informação; 3. Sequencialização de tarefas e atividades; 4. Rastreabilidade; 5. Melhoria da capacidade analítica; 6. Ultrapassar as fronteiras da empresa; 7. Integração dos processos; 8. Gestão do conhecimento; 9. Evitar a intermediação. 3. O BPM (Business Process Management), como normalmente é conhecido, pode assumir dois contextos segundo Krafzig, Banke, & Slama (2005). Quais são eles? Resposta Gerenciamento de mudanças: prevê iniciativas voltadas à qualidade (6 Sigma, ISO 9000, TQM etc.) e à gestão de processos (Activity Based Costing, Value Chain, Balanced Scorecard etc.) Tecnológico: Business Process Management System (BPMS). É uma plataforma de iniciativas que apoiam o BMP com modelagem de processos e gerenciamento. Não se restringe à automação de modelos automatizados e articula a disposição do projeto. Promove descobertas, detalhamento e desenhos, assim como a execução, supervisão, controle e administração. 4. O que se pretende dizer por TQM ou Total Quality Management? Resposta: GQT (Gestão da Qualidade Total) ou Total Quality Management - TQM é uma filosofia em que todos os interessados (a sociedade, os consumidores, os funcionários e os acionistas) devem ser satisfeitos. Nessa filosofia, “total” significa um esforço concentrado de toda a empresa, que tem por objetivo primário a qualidade como ponto focal dos negócios. Este esforço é tanto interno como externo, sendo interno quando se fala dos diversos setores da organização, assim como seus diversos níveis hierárquicos, e externo quando se fala dos distribuidores, parceiros de negócio, fornecedores e até o ambiente onde a empresa exerce suas atividades. (Camargo, 2011) 5. O que significa 6 sigma? Resposta: σ significa qualidade total. Para explicar mel or: “o igma é a 18ª letra do alfabeto grego e também o símbolo matemático que expressa uma variação de medida. É medida de variação, distribuição em torno da meta de um determinado procedimento ou processo”. (BPMS) – MODELAGEM DE PROCESSOS E GESTÃO. 2. INTRODUÇÃO Caro(a) Aluno(a), Processos são a base para os indicadores de produção. Estudar um processo, acompanhá-lo para depois melhorá-lo, é empolgante para aqueles que pretendem trabalhar com isso. Aqui, busca-se apresentar alguns de seus princípios e incentivá-los, cada vez mais, a descobrir seus segredos. Conteúdo desta unidade Neste capítulo, veremos desde como definir um processo até como priorizá-lo e implantá-lo. Falaremos um pouco sobre o conceito de reengenharia, o qual foi muito popular nos anos 80, mas caiu em certo descrédito nos dias atuais. O BMPN também é um assunto abordado e mostra com se projetar um processo. Espero que aproveitem bastante. 2.1. DEFINIÇÃO DE PROCESSOS Do que é feita uma empresa? Abílio Dinis explica em um vídeo da CEO SUMMIT - Endeavor Brasil6 de 2011. Esse é um vídeo que vale a pena assistir com muita atenção e ressalto aqui algumas falas dele. Ele começa definindo o que para ele é empresa: “Para mim, empresa é gente e processos, processos e gente”. “Quando acontece algo de errado, procure direito que você vai cair ou em processo ou em gente…”, assim ele complementa este raciocínio. Para ser uma empresa de alta performance, que esteja alinhada com todos os seus stakeholders7, não atingirá seus objetivos se não for uma empresa que tenha gente comprometida com gente. Para ser uma empresa de alta performance, tem que ser uma empresa de gente. Ele dá uma verdadeira aula de gestão em menos de 2 minutos. Outro grupo de pessoas que deve ser levado em conta em qualquer tipo de gestão são os stockholders8. É exatamente isso que o BSC propõe com suas quatro perspectivas de mensuração. Começa-se levando em conta as necessidades financeiras tradicionais. Segue-se com o desempenho focado nos clientes. Neste ponto, as operações internas ou processos são dimensionados, passando-se em seguida para a elaboração dos treinamentos. Com tudo isso definido, passa-se a treinar o pessoal, colocar os processos em prática, medir os resultados de vendas e, em seguida, os financeiros. 6 Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=jEZBfPCIWFw&t=2s. Acessado em 24 de outubro de 2017. 7 Grupo que tem interesse em uma empresa, negócio ou indústria, podendo ou não ter feito um investimento neles. Em inglês, stake significa “interesse”, “participação”, “risco”. Holder significa “aquele que possui”. aiba mais em: https://www.significados.com.br/stakeholder/. 8 Significa “acionista”, ou seja, é uma pessoa que possui pelo menos uma ação de uma organização ou empresa. Saiba mais em: https://www.significados.com.br/?s=stockholder. https://www.youtube.com/watch?v=jEZBfPCIWFw&t=2shttps://www.significados.com.br/stakeholder/ https://www.significados.com.br/?s=stockholder Figura 9 - Sequência de planejamento - Fonte do autor 2.1.1. REENGENHARIA DE PROCESSOS Em um mercado extremamente competitivo, como a realidade vivida hoje, uma empresa pode passar por 3 situações distintas: 1. Quando começar de novo é a única possibilidade, pois está a passar por problemas de tal magnitude que precisa ser totalmente repensada. 2. Quando há previsão de problemas futuros, apesar de ainda não estar passando por nenhuma dificuldade. 3. Quando há um desempenho igual ou melhor do que o esperado, sem expectativas de problemas futuros, porém opta por mudar para ganhar alguma vantagem competitiva perante a concorrência. Utilizada para manter a competitividade das empresas no mercado, a reengenharia de processos foi criada no início da década de 1990 por Michael Hammer e James Champy com a ideia de romper com costumes obsoletos. Trata do redesenho radical dos processos de negócios. São mudanças extremas para atingir avanços substanciais em produtividade, qualidade e ciclos com foco no valor agregado e oferecido ao cliente. É uma filosofia radical que trata de reinvenção, e não da evolução de uma empresa. Deve ser indicado principalmente na situação 1, em que as coisas devem ser mudadas rapidamente. Nas outras duas, uma gestão de processos que preveja uma evolução dos que já existem parece ser mais prudente e enfaticamente recomendada. “redesen o de processos, envolve a readequação dos processos empresariais, estruturas organizacionais, sistemas de informação e valores da organização, objetivando uma guinada nos resultados dos negócios da organização” (STAIR & REYNOLD, 2002) 2.1.2. CONCEPÇÃO E DESENVOLVIMENTO O que é? Técnica que faz uso de diagramas ou fluxogramas para provocar um melhor entendimento, gerando documentação para os processos atuais das diversas áreas de negócios de uma determinada corporação. São normalmente geridos por analista de negócios e gestores que buscam melhorar a eficácia e eficiência na busca pela qualidade. Por que investir nisso? Muito se fala sobre o assunto. O que por vezes não é bem compreendido são os principais motivos que leva uma empresa a investir nisso. Para o pai da administração, Peter Druker9, as definições de eficiência e eficácia são as seguintes: "Já a eficácia consiste em fazer as coisas certas: geralmente está relacionada ao nível gerencial". "A eficiência consiste em fazer certo as coisas: geralmente está ligada ao nível operacional, como realizar as operações com menos recursos – menos tempo, menor orçamento, menos pessoas, menos matéria-prima etc…" Bem, quando um processo é eficaz? Quando ele atinge seus objetivos. Quando um processo é eficiente? Quando ele atinge seus objetivos, como a menor quantidade de recursos. Um bom processo é aquele que está sob controle. Sem que um processo esteja muito bem definido, fica muito difícil ou até quase impossível afirmar se este é eficaz ou eficiente. Os processos bem documentados permitem que técnicas analíticas sejam aplicadas para detectar deficiências, congestionamentos ou simulações, mesmo antes que sejam colocados em prática. 9 Disponível em: https://www.administradores.com.br/artigos/cotidiano/entenda-a- diferenca-entre-eficiencia-e-eficacia-de-uma-vez-por-todas/81934/. Acessado em 26 de outubro de 2017. https://www.administradores.com.br/artigos/cotidiano/entenda-a-diferenca-entre-eficiencia-e-eficacia-de-uma-vez-por-todas/81934/ https://www.administradores.com.br/artigos/cotidiano/entenda-a-diferenca-entre-eficiencia-e-eficacia-de-uma-vez-por-todas/81934/ As empresas precisam de processos confiáveis para que possam sobreviver em um ambiente tão competitivo como vivido atualmente. Serve para: ● Entendimento da dinâmica e estrutura das áreas da organização; ● Identificar e entender os problemas atuais, objetivando potenciais melhorias; ● Servir de auxílio para identificar as competências necessárias. Diferença entre modelagem e mapeamento Mapeamento de processo é orientado para explicar papéis e procedimentos, enquanto a modelagem incorpora regras econômicas e de negócios. Enquanto o mapeamento busca identificar, conhecer e entender os processos existentes, a modelagem conecta-se com ensaios realizados, sondando as possibilidades de cada um, permite o conhecimento acerca de potencialidades para sua otimização e evidencia gargalos e ineficiências. Como priorizar processos Figura 10 - Cadeia de Valores de Porter Uma forma interessante de priorizar o mapeamento é utilizar a cadeia de valores de Porter (veja a Figura 10). Os processos primários são aqueles que agregam valor na visão do cliente. Estes deverão ser os primeiros a serem mapeados, com as atividades de apoio na sequência. Estas atividades são aquelas que não agregam valor diretamente ao cliente, porém são essenciais para a empresa incrementar as atividades primárias. Finaliza-se com as atividades gerenciais, que são os processos que servem para controlar e coordenar as atividades desenvolvidas pela organização. Elas garantem as duas atividades anteriores. Não agregam valor direto ao cliente, mas estão sempre presentes. Para a modelagem, é necessário seguir outros critérios de priorização. Processos de alto risco e que não agregam valor ao cliente devem ser o objetivo principal. Processos de maior custo, consumo de recursos, baixo impacto no cliente, alto risco e agressão ao meio ambiente devem ter maior destaque para ter o maior impacto possível nos resultados da empresa. 2.1.3. MATRIZ DE PRIORIZAÇÃO Nesse instante é necessário definir práticas que ajudem a ponderar diferentes critérios de avaliação. A matriz de decisão deve mostrar os pontos fracos e fortes de modo a melhor direcionar as decisões. Três tipos distintos são usados normalmente: ● Matriz para priorizar problemas (GUT); ● Matriz para priorizar causas de um problema; ● Matriz para priorizar soluções. Matriz GUT (Gravidade, Urgência e Tendência) Como o próprio nome dá a entender, esta matriz utiliza-se de 3 critérios para a análise de problemas: ● Gravidade: Verifica a seriedade do dado referente ao problema apresentado; ● Urgência: Qual o nível que se deve atribuir a determinado dado. ● Tendência: O problema tende a agravar-se ou multiplicar-se em função do tempo. A pontuação varia de 1 a 5, sendo: ● 1 - Baixa gravidade ● 2 – Média para baixa gravidade ● 3 – Gravidade média ● 4 – Média para alta gravidade ● 5 – Alta gravidade Deste modo, quanto maior a pontuação, maior o fator crítico. Problemas de manutenção G U T GxUxT Problema de impressão de relatório 4 3 3 36 Problema de programação no CNC 5 4 1 20 Falta de peças de reposição em estoque 4 3 3 36 Tempo de atendimento acima de 6 horas 5 5 2 50 Liberação da máquina sem estar pronta para a nova peça 5 4 5 100 Tabela 7 - Manutenção de Máquinas - Tabela GUT - Fonte do autor Matriz para priorizar causas potenciais: Equipe de manutenção Coordenação deficiente Treinamento inadequado Pressão em bater metas Motivação Especificações inadequadas Celso 5 5 3 1 2 Anselmo 3 4 2 2 2 Juliana 5 5 2 3 1 Soma Total 13 14 7 6 5 Tabela 8 - Priorização de causa potenciais - Fonte do autor Priorização de soluções: Solução Baixo custo Rapidez Impacto Contribuição para o cliente Total Trocar a impressora 3 3 2 4 12 Treinar o programador de CNC 4 5 2 5 16 Reorganizar o estoque 4 5 5 4 18 Liberação da máquina pela auditoria da qualidade 2 4 5 1 12 2.1.4. FLUXOS DE TRABALHO O significado do termo workflow, do inglês, é literalmente “fluxo de trabal o”. “O conceito do workflow é de uma sequência de passosnecessários para automatizar processos, de acordo com um conjunto de regras definidas, permitindo que estes possam ser transmitidos de uma pessoa para outra.”10 A ideia principal em se criar um fluxo de trabalho é de sincronizar o procedimento de cumprimento de atividades. São métodos, ideias, técnicas e a mecanização através da informática utilizados na estruturação dos processos de negócios. Uma empresa que possui um sistema de fluxo de trabalho, mesmo que mal feito, tende a cometer menos erros, tornando-se mais eficaz e eficiente nas atividades diárias, com serviços mais ágeis, de maior qualidade e melhor padronização. 10 Disponível em: https://www.significados.com.br/workflow/. Acessado em 27 de outubro de 2017. https://www.significados.com.br/workflow/ Uma das áreas que está mais em evidência em automação industrial é a de sistemas de workflow, pois concentra-se em representar as atividades que arranjam os processos: fluxo com que é executado, interações, recursos envolvidos e responsáveis em cada atividade. Esta ferramenta de TI foi desenvolvida com o objetivo de ajudar na coordenação do trabalho em conjunto. Busca diminuir as dificuldades encontradas na coordenação do envolvimento de muitas pessoas e a evidenciar qualquer falta de clareza nos processos. Quando analisada no ponto de vista macro, este tipo de tecnologia procura amalgamar-se com a cultura da própria empresa, conectando seus colaboradores ao próprio processo de negócio. 2.1.5. BPMN O BPMN (Business Process Modeling Notation), ou notação de modelagem de processos de negócio, em português, fornece uma notação para representar os processos de negócio na formatação de diagrama de processos de negócio. Ele define o conjunto de elementos gráficos de representação, objetos de fluxo (eventos, gateway e atividades), objetos de conexão (fluxos de sequência, associação e fluxos de mensagens), artefatos (anotação, grupo e objeto de dados), piscinas, raias e pistas. Existe muito material explicativo a disposição, como o interessante vídeo da Bizage, “Modelagem de Processos: O que é a notação BPMN11, que detalha a nomenclatura e está acompanhado de material explicativo12. Vale a pena pesquisar. 11 Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=EpcwaVZ9Km0. Acessado em 27 de outubro de 2017. 12 Disponível em: http://bit.ly/1zDmnKW. Acessado em 27 de outubro de 2017. https://www.youtube.com/watch?v=EpcwaVZ9Km0 https://www.youtube.com/redirect?redir_token=D5X6m9_V0URZbig7HRGdhEWtqLd8MTUwOTIxODQzNkAxNTA5MTMyMDM2&v=EpcwaVZ9Km0&q=http%3A%2F%2Fbit.ly%2F1zDmnKW&event=video_description 2.2. INDICADORES Compreende-se por métrica tudo aquilo que pode ser medido, mas nem sempre se esforçar muito implica na obtenção dos melhores resultados. Este é um problema muito sério vivido por muitas empresas. Os indicadores são métricas quantitativas ou qualitativas que demonstram o estado de uma operação, sistema ou processo. Pode-se subdividi-los didaticamente da seguinte forma: indicadores de esforço e indicadores de desempenho. Indicadores de Esforço Basicamente são aqueles que só dependem de uma pessoa para se concretizarem. Vejamos alguém que queira se exercitar. Essa pessoa pode estipular que deseja exercitar-se 3 vezes por semana durante 45 minutos. O indicador mostraria se ela está atingindo ou não o resultado desejado e é muito evidente que este dependeria somente do comprometimento dela própria para atingi-lo. Indicadores de Desempenho Normalmente são aplicados quando há equipes envolvidas. Estes não dependem de uma pessoa só para serem atingidos, mas sim de vários fatores que levariam a um resultado esperado. Por exemplo, uma equipe de telemarketing que aumentaria o número de ligações para que os números de vendas aumentassem proporcionalmente. Sabe-se que o desempenho de cada vendedor é diferenciado e que a proporcionalidade entre o número de ligações e os resultados obtidos pode não se verificar. Fatores como nível de treinamento, conhecimento do produto, entre outros, deverão ter influência direta nos resultados Os indicadores de desempenho são medidas que mostram a comparação do que foi realizado em relação a uma expectativa ou objetivo. Quatro grupos merecem destaque: ● Eficiência – Produto / Recurso ● Eficácia – Produto realizado / Produto esperado ● Produtividade – Saída / Entrada ● Utilização – Recurso utilizados / Recursos disponibilizados O resultado depende do objetivo da empresa. Este objetivo deve intencionar a solução de um problema, que normalmente é qualitativo. Deve ser traduzido por um indicador chamado de meta quantitativo. Gap, ou lacuna, é a diferença entre o valor atual e o valor a ser atingido. Um critério muito interessante para se definir metas é o Smart. A meta deve ser específica, mensurável, alcançável, relevante e temporal. As metas estratégicas têm o horizonte de 3 a 5 anos, táticas de 1 ano e operacionais de 1 mês. Pode-se classificar os indicadores em 3 categorias distintas: 1. Indicadores estratégicos: São acompanhados pela alta gerência e têm por objetivo apresentar sucintamente se os objetivos da empresa estão sendo alcançados. 2. Indicadores Táticos: Acompanhados pela média gerência. Estão ligados fortemente aos resultados dos indicadores estratégicos e têm a função de melhorar o seu entendimento através do fornecimento de detalhes esclarecedores. 3. Indicadores operacionais: Estes são de responsabilidade dos especialistas de suas respectivas áreas. Servem para melhorar o entendimento dos indicadores táticos. Quando o trabalho realizado pela operação é confrontado com a expectativa do cliente, pode-se afirmar que: ● Se não atingiu a expectativa, o cliente estará insatisfeito; ● Se atingiu a expectativa, o cliente estará satisfeito; ● Se superou a expectativa, o cliente estará encantado. Quando o trabalho realizado pela operação é confrontado com a expectativa do gestor, pode-se afirmar que: ● Se não atingiu a expectativa, foi insatisfatório; ● Se atingiu o cliente, estará satisfatório; ● Se superou o cliente, estará excelente. KPI´S – Indicadores Chave de Desempenho. São indicadores estratégicos por excelência. Definir os KPI´s (Key Performance Indicator) não é uma tarefa tão simples de se realizar, como pode parecer à primeira vista. Muitos erros já foram cometidos nesse sentido. Eles se destacam dos demais, pois devem indicar se o caminho tomado pela organização está de acordo com o objetivo traçado pela alta gestão. Quando se escolhe um KPI inadequado, este pode mascarar o caminho seguido e sabotar o trabalho de muito tempo. Estes direcionam as ações de melhoria, deste modo devem ser extremamente representativos e em número reduzido, sendo no máximo 7, indicam algumas pesquisas feitas no mercado. Eles devem auxiliar nas tomadas de decisão. Os mais importantes, que são aplicados praticamente em todos os negócios, são: ● Receita; ● Quantidade de clientes; ● Retorno sobre o investimento – ROI; e ● Conversão sobre o funil de vendas. Segue algumas divisões por categorias: ● Resultado (Econômicos) ● Caixa (Financeiros) ● Patrimoniais ● Análise de Investimentos Operacionais ● Análise de Investimentos Financeiros ● Produtividade ● Risco (KRI) ● Gestão de Pessoas ● Marketing ● Vendas ● Mercado Metodologias Robert Kaplan e David Norton, professores da Harvard Business School (HBS), lançaram no mercado, no início da década de 1990, o BSC - Balanced Scorecard, que é sem dúvida a metodologia mais conhecida e aplicada hoje no mercado. Ela leva em conta 4 perspectivas básicas: Financeira, Clientes, Processos Internos e Aprendizado e Crescimento. Com certeza não é a única metodologia, e mais duas merecem ser mencionadas.Objectives and Key Results (OKR) – Criada pela Intel e utilizada por duas gigantes do mercado (Google e Linkedin), popularizou-se entre as empresas de tecnologia, principalmente. Guarda semelhanças com o BSC e tem seu foco principal em indicadores de resultado, como contempla o próprio nome, e deixa a um nível inferior os indicadores de esforço. Key Risk Indicators (KRI) – Tira o foco do desempenho e o coloca na gestão de riscos. É uma ação fundamental em um mercado altamente volátil para garantir os resultados desejados. Deixa de lado os indicadores de resultados ou esforço e destina as mensurações a riscos associados aos processos, departamentos e setores econômicos. Indicadores de RH O fator humano é muito importante e também deve ser levado em conta quando se pretende justificar investimentos em gestão de pessoas. Estes devem corroborar na otimização de processos e obtenção de resultados. O conceito de gestão de pessoas evoluiu de contratação de pessoal, folha de pagamento, administração de responsabilidades legais e produtividade para atração de novos talentos, motivação e engajamento, desenvolvimento profissional e formação de equipes de alto nível. Medir tudo isso com certeza é um desafio. Segue alguns indicadores para melhorar a compreensão: 1. Índice de Rotatividade (Turnover) – Em um dado período, indica a rotatividade de pessoas que entram e saem de uma empresa ou de uma determinada equipe. 2. Absenteísmo: Mede as taxas de ausências dos colaboradores e seus motivos. 3. Retenção de talentos: É o número de talentos perdidos para a concorrência ou para o mercado. 4. Tempo médio de empresa: Trata-se do tempo médio de permanência na empresa, com base no total de colaboradores. 5. Custos de rotatividade: São os custos referentes ao pagamento de rescisões contratuais, multas e tributos. 6. Produtividade: Intimamente ligado ao tempo, qualidade e custo. Bons exemplos são: satisfação de clientes internos, otimização de processos, racionalização de recursos e incidência de falhas. 7. ROI (Retorno sobre Investimento) em treinamentos: É a comparação entre os valores investidos em capacitação e as melhorias obtidas nas rotinas de trabalho. 2.3. EXERCÍCIOS 1. O que é Reengenharia de processos? Resposta “redesen o de processos, envolve a readequação dos processos empresariais, estruturas organizacionais, sistemas de informação e valores da organização objetivando uma guinada nos resultados dos negócios da organização.” (ST IR & REYNOLD, 2002) 2. Qual a diferença entre modelagem e mapeamento? Resposta Mapeamento de processo é orientado para explicar papéis e procedimentos, enquanto a modelagem incorpora regras econômicas e de negócios. Enquanto o mapeamento busca identificar, conhecer e entender os processos existentes, a modelagem conecta-se com ensaios realizados, sondando as possibilidades de cada um, permite o conhecimento acerca de potencialidades para sua otimização, evidencia gargalos e ineficiências. 3. Quais são e para que servem as matrizes de priorização? Resposta: Definir práticas que ajudem a ponderar diferentes critérios de avaliação. A matriz de decisão deve mostrar os pontos fracos e fortes, de modo a melhor direcionar as decisões. Três tipos distintos são usados normalmente: ● Matriz para priorizar problemas (GUT); ● Matriz para priorizar causas de um problema; ● Matriz para priorizar soluções. 4. Explique o que é um workflow. Resposta O significado do termo workflow, do inglês, é literalmente “fluxo de trabal o”. “O conceito do workflow é de uma sequência de passos necessários para automatizar processos, de acordo com um conjunto de regras definidas, permitindo que estes possam ser transmitidos de uma pessoa para outra.”13 A ideia principal em se criar um fluxo de trabalho é de sincronizar o procedimento de cumprimento de atividades. São métodos, ideias, técnicas e a mecanização através da informática utilizados na estruturação dos processos de negócios. 5. O que é o BPMN? Resposta O BPMN (Business Process Modeling Notation), ou notação de modelagem de processos de negócio, em português, fornece uma notação para representar os processos de negócio na formatação de diagrama de processos de negócio. Ele define o conjunto de elementos gráficos de representação, objetos de fluxo (eventos, gateway e atividades), objetos de conexão (fluxos de sequência, associação e fluxos de mensagens), artefatos (anotação, grupo e objeto de dados), piscinas, raias e pistas. 13 Disponível em: https://www.significados.com.br/workflow/. Acessado em 27 de outubro de 2017. https://www.significados.com.br/workflow/ SISTEMA DE GERENCIAMENTO DA MANUTENÇÃO COMPUTADORIZADO 3. INTRODUÇÃO Caro(a) Aluno(a), Neste ponto será mostrado como o planejamento de uma empresa deve interagir com a manutenção. O PCP é peça fundamental para qualquer indústria e sua interação com o departamento de manutenção é fundamental. Busca-se esclarecer um pouco mais o tema e detalhar como se dá esta interação. Conteúdo desta unidade Temas como Manutenção de Classe mundial, PCM, PCP, informatização e políticas de manutenção são o foco deste capítulo. Seja bem-vindo(a)! 3.1. ESTRATÉGIAS FUNCIONAIS Figura 16 - Tipos de estratégia - Adaptado (PAIVA, 2004) São três os níveis de decisão estratégica coerentes que definem o caminho a ser seguido por uma empresa para garantir o um bom desempenho competitivo, conforme representado na Figura 16. Estratégia da corporação Refere-se ao grupo como um todo. Quando o grupo se resume a uma única unidade de negócios, a estratégia corporativa tende a coincidir com a de negócios. Seu foco deve estar no ambiente de atuação da organização para a detecção de suas forças e fraquezas. Seus gestores devem levar em consideração fatores com potencial de influenciar em seus resultados ou prejudicar o futuro da empresa como um todo, como tecnologia, ambientes, aspectos econômicos, ecológicos, sociais e políticos. Estratégia corporativa Refere-se ao grupo de empresas como um todo Estratégia de negócios Em uma determinada Planta Estratégias funcionais Sustenta a vantagem competiva Estratégia de negócios O foco está na unidade corporativa, na qual busca definir os limites de cada negócio na procura de novas oportunidades, negócios e empreendimento. Deve analisar as mudanças ambientais, como mencionado na estratégia corporativa, e definir como manter a vantagem competitiva em cada um. Sua avaliação deverá considerar quatro fatores (MINTZNBERG, 1988): a) Consistência – Deverá ter a descrição das metas e políticas, de forma a haver consistência entre ambas. b) Consonância – Deve responder às necessidades de adaptação ao ambiente externo e mudanças ocorridas de forma crítica; c) Vantagem – Deve admitir a edificação e a manutenção de uma vantagem competitiva; d) Viabilidade – deve evitar problemas insolúveis e ser exequível dentro dos recursos disponíveis. Estratégia funcional específica Figura 17 - Estratégia funcional - Fonte: (WHEELWRIGHT, 1984) Qual a função que dará sustentabilidade à vantagem competitiva objetivada pela estratégia de negócios e como serão complementadas as demais são questionamentos respondidos pela estratégia funcional específica, conforme a Figura 17. 3.2. ESTRATÉGIA DE MANUFATURA É uma estratégia funcional específica, como se pode perceber. O termo utilizado em inglês é Manufacturing Strategy. Estratégia de produção ou de manufatura são os termos normalmente encontrados na literatura brasileira (PIRES, 1995). Com os estudos iniciados no final da década de 1960, é um conceito recente do trabalho pioneiro de Skinner(1969) e, para muitos, precisa ainda ser melhor estudado. Suas definições vêm evoluindo com o decorrer do tempo (PIRES, 1995). “Uma Estratégia de Manufatura é um conjunto de planos e políticas através dos quais a companhia objetiva obter vantagens sobre seus competidores e inclui planos para a produção e venda de produtos para um particular conjunto de consumidores”. (SKINNER, 1969) “Uma Estratégia de Manufatura consiste num padrão de decisão nas principais áreas de operações da Manufatura”. (WHEELWRIGHT, 1984) “Uma Estratégia de Manufatura envolve o desenvolvimento e desdobramento dos recursos da Manufatura em total alinhamento com os objetivos e estratégias da empresa”. (SW MIDASS, 1986) Pode-se então dizer que a estratégia de manufatura, quando alinhada como os objetivos da empresa, visa a tomada de decisões com foco no desempenho de critérios competitivos. 3.2.1. PCP – PLANEJAMENTO E CONTROLE DE PRODUÇÃO O PCP deve trabalhar segundo os critérios determinados pela estratégia de manufatura da empresa. É uma função essencialmente administrativa que pretende determinar, de forma antecipada, os objetivos a serem atingidos e deve ser executada para que se faça da melhor maneira possível. O PCP fixa rumos com foco no sucesso no futuro da empresa. Atua nos meios da produção com o propósito de aumentar a eficiência e cuida para que seus objetivos sejam alcançados, agindo assim para aumentar a eficácia (CHIAVENATO, 2004). Finalidade ● Aumentar a eficiência e a eficácia do processo produtivo. ● Dar apoio e coordenar o sistema produtivo. ● Aplicação dos recursos produtivos de forma a atender da melhor maneira possível os planos estabelecidos nos níveis estratégico, tático e operacional. Funções ● Planejamento estratégico da produção (longo prazo) ● Planejamento mestre da produção (médio prazo) ● Programação da produção (curto prazo) ● Acompanhamento e controle da produção (curto prazo) Observações Devido ao grau de complexidade de cada uma dessas funções, o tipo de sistema produtivo promove uma influência da atuação do PCP. Tabela 10 - finalidades e as funções do PCP - Fonte: (SOUZA, 2008) Suponhamos que em uma determinada empresa as atividades tenham sido determinadas da seguinte forma: Departamento Informação Compras/suprimentos Entradas e saídas dos materiais em estoques Recursos Humanos Programas de treinamentos e capacitação Financeiro Plano de investimentos e o fluxo de caixa Marketing Previsões de vendas e pedidos PCM Planos e as programações da manutenção Engenharia do produto Informações, desenhos técnicos e lista de materiais Engenharia de processo Roteiros de fabricação com os tempos padrões de atravessamento (lead times) Tabela 11 - Tarefas ligadas a produção - Fonte do autor Para que as diversas áreas ligadas à produção, exemplo dado na Tabela 11, evitem de atuar com objetivos isolados atrapalhando umas às outras, o PCP tem a função de coordenar as informações, focando nos objetivos da empresa. 3.2.2. INFORMATIZAÇÃO DO PCP A função do MRP (Planejamento de Necessidades de Materiais) é apoiar a decisão sobre a quantidade e o momento do fluxo de materiais em condições de demanda e serviços. Tem por objetivos: ● Redução dos níveis de estoques; ● Aumento da capacidade de produção; ● Aumento dos lucros; e ● Maior capacidade de investimentos. Segundo Mabert (2007), os conceitos surgiram na década de 1960, sugeridos por Oliver Wighte, Joseph Orlicky e George Plossl. As coisas começaram a ficar mais claras em 1975 com a publicação do livro Material Requirements Planning, de Joseph Orlicky. Foi quando as universidades e empresas puderam compreender melhor esse novo conceito. Orlicky (1975) nos descreve uma ferramenta muito poderosa de demanda independente, que faz a explosão na linha do tempo dos diversos componentes comparando: ● Necessidade bruta; ● Disponibilidade em estoque; ● Requisições de compras; e ● Ordens programadas. Dada uma determinada linha de produto, apresenta uma ordem de serviço com as necessidades líquidas de forma otimizada. ● O quanto deve ser colocado; ● O quanto deve ficar pronto; ● Ordens de compras sugere o Cancelamentos; o Antecipações; o Suspensões; e o Alterações. ● Políticas de estoque: o Lotes o Lead times (tempo de suprimento) ● Explosão de componentes programados: o Dos subprodutos até as matérias primas; o Suporta grande quantidade de itens; o Contempla até um ano de previsão. Figura 18 - Abrangência de MRP e do MRPII - Fonte: Corrêa et. al. (2011) O MRP II surgiu como consequência do MRP. Ele completa a integração de todos os aspectos do processo de fabricação, incluindo a relação entre materiais, finanças e recursos humanos. Ambos, MRP e MRPII, são muito utilizados atualmente nas empresas atuais. São módulos dos ERP´s modernos. “Os sistemas integrados de gestão do empreendimento MRPII/ERP são hoje os mais largamente utilizados pelas empresas ao redor do mundo para o suporte integrado à tomada de decisão. A adoção de aplicativos de software que se utilizam da lógica MRP II/ERP, como o SAP, o BAAN4, o ORACLE ou várias dezenas de outros comercialmente disponíveis, está hoje no topo da lista de prioridades de grande parte dos gestores dos processos empresariais modernos. Entretanto, se a compra de um aplicativo de software robusto é condição necessária para o sucesso no uso do MRP II/ERP, está longe de ser condição suficiente. Antes de tudo, as empresas devem compreender perfeitamente os seus conceitos para uma implantação de sucesso.” (Corrêa et al, 2011). O MRP utiliza a previsão de vendas para gerar o programa de produção e peças necessárias. Sendo assim, cria-se uma lista de materiais dependentes e independentes (TARDIN, 2001). A lista de materiais independentes está ligada à previsão de vendas e também ao seu histórico, ou seja, depende da sazonalidade do mercado e da demanda. Logo, a lista de dependentes é gerada em função dos itens gerados na lista dos independentes. Veja Figura 19. Figura 19 - Lista de materiais MRP - Fonte: (TARDIN, 2001) Adaptado A previsão de vendas fornece datas e quantidades que permitem calcular os itens independentes, o que, por sua vez, permite calcular os dependentes. Com a lista de itens a serem produzidos e o tempo de entrega definidos pela produção, com a necessidade de matérias primas e o tempo de entrega definido por compras e com a necessidade de entrega e a capacidade de recursos de fábrica, tudo fornecido pelo MRP, ter-se-á o planejamento de material perfeitamente sob controle (CORRÊA & GIANESI, 2007). 3.2.3. MANUTENÇÃO: POLÍTICA E ESTRATÉGIA Espera-se que um processo de manutenção deva ser eficiente e, para que isso possa se verificar, é necessário ser possível comparar os desempenhos reais com os esperados. Assim sendo, a estratégia de manutenção deve permitir que a unidade de produção realize os resultados delimitados pela sua própria estratégia de forma eficaz e eficiente. Uma boa estratégia de manutenção busca beneficiar: ● Os volumes produzidos; ● A redução dos custos; ● A rentabilidade de capitais investidos; ou ● Uma combinação dos fatores anteriores. Cada instalação deve ter políticas próprias de manutenção, que devem estar adaptadas às suas necessidades, de modo a permitir que a produção alcance suas metas. Duas políticas se destacam: a corretiva e a preventiva. As demais terminam sendo uma variação da preventiva (SLACK, 1993). 3.2.3.1. POLÍTICA CORRETIVA: Existem dois grandes grupos, também conhecidos como manutenção corretiva não previsível (não planejadas) e manutenção corretiva previsível (planejadas). Não planejadas: Con ecida também como corretiva. “ ignifica deixar as instalaç es
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