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Capitulo 5

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->Capítulo 5 - Três dilemas éticos
- O dilema dos valores
A ética da convicção convive com um problema congênito, justamente em função dos pressupostos de seus valores. Afinal muitos adeptos a esta teoria ética consideram os valores como filhos: cada um é único. Como estabelecer uma hierarquia sobre os princípios? Ou entre dois ideais? Como definir precedências entre tábua de valores? Seria possível sacrificar um para salvar outro? O que mais importa: a justiça social ou o respeito à propriedade privada?
Qual desses valores tem maior importância: o direto a privacidade ou à liberdade de expressão? Uma resposta plausível seria traçar uma fronteira entre os interesses públicos e privados. O direto a privacidade acabaria quando certa ação tivesse importância no contexto público.
Todas as morais que se guiam pela ética da convicção embutem uma hierarquia de valores. Em muitas situações o conflito entre os valores coloca as pessoas que seguem esta ética em dilemas nos quais se deparam com a ética da responsabilidade.
Contraposições como: lealdade à preservação da natureza e à empresa, lealdade ao interesse público e à empresa, ao interesse público e a um interesse pessoal, entre muitos outros, por vezes são resolvidas com a ética da convicção estabelecida pelo meio onde vivemos. Contudo é importante ressaltar, que na maioria dos casos a ética da convicção não nos fornece respostas completas, salvo os casos nos quais os valores desta hierarquia sejam precisamente determinados.
Cada sociedade possui seus valores, mas em uma pesquisa realizada na Internet em 1998 houve um destaque para três deles: Honestidade, Responsabilidade e Respeito. Estes valores decorrem das mais variadas sociedades e países, sendo assim um “barômetro da moral mundial”.
-O dilema dos destinatários
Quem a relação moral beneficia e quem ela prejudica? Esta situação delicada é chamada de “O dilema dos destinatários”. Não é fácil beneficiar todos o tempo todo, na maioria dos casos isso é impossível. Toda decisão ou ação pode ajudar ou prejudicar coletividades constituídas por inúmeras identidades e lealdades.
O emaranhado de fidelidades cruzadas é tão grande que decisões e ações só podem divergir. As múltiplas morais, ainda que banalizadas por outras que atendam a maioria da sociedade, oferecem leituras diferenciadas e suscitam grandes dilemas. A razão disso se encontra nas complexas contradições que as travejam e que somente o confronto político pode dirimir. Pois é praticamente impossível dissociar relações de moralidade e força: a definição do que é ou não moral dentro de uma coletividade, ou entre coletividades, passa necessariamente pelo poder de que dispõem os adeptos de um código ou de outro. Ou seja, os imperativos ou os propósitos morais que prevalecem acabam sendo os dos vencedores das contendas.
Em suma, toda decisão e ação, que carregue consigo implicações morais, tende a colocar frente a frente agentes coletivos cujos interesses divergem e pode provocar verdadeiros confrontos entre eles. A fim de resolver este dilema a ética da convicção sugere que se estabeleça um código convencionado de princípios ou de ideais que seja estalão de valor, arbitre as diferenças e solucione as dúvidas. No entanto, diante dos interesses contraditórios que opõem os vários agentes coletivos é extremamente difícil estabelecer um consenso. Restando-nos ainda os caminhos apontados pela ética da responsabilidade.
-O dilema dos meios
No dilema: “Os fins justificam os meios?” é fácil perceber que o problema não se resume apenas a meios “lícitos” ou “ilícitos”, os uqais são submetidos unicamente à legalidade.
A ética da convicção não permite o uso de meios ilegítimos; nenhuma causa é justa se os métodos para defendê-la forem injustos. E ética da responsabilidade em contra-posição, não se priva de usar meios de meios ilegítimos. Afirma que para sermos realistas nos fins temos de ser realistas nos meios também. 
Para termos meios legítimos na consecução de propósitos, deveríamos passar cada decisão ou cada ação por um julgamento de admissibilidade, no qual levaríamos em conta a justeza dos meios a serem utilizados. Todavia, retornamos ao problema: legitimidade por parte de quem? Do coletivo? Entramos assim em um clico vicioso. A não ser que declamemos que a legitimidade seja conferida pela coletividade como um todo! Donde se deduz os meios que teriam de ser aceitados até por aqueles a quem se aplicam.
Haja o que houver, no entanto, as duas teorias éticas unem duas forças numa mesma, a do altruísmo, do cuidado com o bem estar dos outros, da prevalência dos escrúpulos, da preocupação em fazer o bem a todos.

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