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RESUMO – OTORRINOLARINGOLOGIA | GUILHERME GOMES (@GUI.GS) AVALIAÇÃO AUDITIVA – EXAMES COMPLEMENTARES 1. AUDIOMETRIA O exame de audiometria tem por finalidade avaliar a audição do paciente, identificando sua capacidade para ouvir e interpretar sons. O procedimento permite identificar possíveis alterações auditivas e auxiliar o médico a indicar as medidas preventivas ou tratamentos mais adequados para cada caso. Indicações gerais: • Pacientes com suspeita de perda auditiva. • Pacientes que sofreram traumas, como tímpano rompido, infecções no ouvido ou exposição excessiva a ruídos muito altos. • Quem possui histórico familiar de perda auditiva também deve realizar o exame como medida preventiva. Existem dois tipos de exame de audiometria: a tonal e a vocal. ➢ Audiometria tonal: avalia o grau de audição do paciente em relação a sons emitidos em diversas frequências. Pode ser realizado por via aérea comum ou por via óssea. Interpretação do exame: • Perdas auditivas condutivas: apresenta curva óssea normal e curva aérea rebaixada com o aparecimento do chamado gap aéreo-ósseo. Causas: alteração na orelha média ou interna que dificulta a chegada de som nas cócleas. Exemplos: otite média, otosclerose. • Perdas auditivas neurossensoriais: curvas aérea e óssea rebaixadas sem gap entre elas. Causas: alterações de vias sensoriais (cóclea, nervo auditivo, alteração central). Exemplos: presbiacusia, perda auditiva induzida por ruído, doença de Ménière. • Perdas auditivas mistas: curvas aérea e óssea rebaixadas com a existência de gap entre elas. Classificação: • Audição normal (até 25 dB). • Perda leve (26 a 40 dB). • Perda moderada (41 a 55 dB). • Perda moderada severa (56 a 70 dB). • Perda severa (71 a 90 dB). • Perda profunda (> 90 dB). Indicações: • Diminuição da audição. • Perda auditiva. • Zumbido. • Tontura. • Sensação de “ouvido tampado” (plenitude aural). • Monitoramento audiológico para adaptação e ajuste de programação das próteses auditivas. • Exame admissional em empregos com exposição ao ruído, concursos para professor, polícia militar, juiz entre outros. ➢ Audiometria vocal: avalia a capacidade que o paciente possui para entender a voz humana. O examinador emite sons orais para que paciente demonstre sua percepção e compreensão da fala. Indicação: • Avaliar a capacidade que o indivíduo tem para detectar e compreender a fala. 2. TIMPANOMETRIA: A timpanometria é a primeira etapa de um exame denominado imitanciometria ou impedanciometria. A finalidade é analisar a pressão no tímpano e a transmissão de estímulos sonoros para os ossículos do ouvido, sendo possível detectar possíveis problemas de audição. É um exame rápido, simples e extremamente importante para analisar a saúde da orelha média e da tuba auditiva. O objetivo é analisar como está a passagem do som durante todo o trajeto mencionado, especialmente, entre a membrana timpânica e os ossículos da orelha — martelo, bigorna e estribo. Assim, a fase inicial do exame, ou seja, a timpanometria, serve para averiguar se o canal auditivo que chega até o tímpano está desobstruído. Também verifica como a membrana timpânica se comporta de acordo com os estímulos recebidos. Dessa maneira, são avaliadas tanto a pressão no tímpano quanto a transmissão para o martelo, a bigorna e o estribo. Por meio da timpanometria, o profissional consegue identificar otites catarrais crônicas e tipos de perda auditiva, se condutiva ou neurossensorial. Possíveis diagnósticos com o exame: • Perda auditiva: conforme os resultados dos reflexos acústicos, é possível identificar se ela é neurossensorial ou condutiva, bem como o grau do problema. • Otite: infecção no ouvido interno, médio ou externo, causada por vírus ou bactérias. Apesar de poder ser detectada por otoscópio na maioria das vezes, a imitanciometria oferece um resultado mais preciso. • Perfuração do tímpano: as respostas indicadas pelo exame poderão apontar se a membrana foi rompida. • Otosclerose: ocorre quando o estribo fica preso no lugar e não se movimenta com a vibração da membrana timpânica, dificultando a audição. • Labirintite: inflamação dos nervos do ouvido interno e que não pode ser detectada por um teste simples de audição. Nesse caso, a imitanciometria é o exame mais indicado. https://www.fonotom.com.br/adaptacao-de-protese-auditiva?lang=pt https://aeraparelhosauditivos.com.br/o-que-e-perda-auditiva-neurossensorial-descubra-as-causas-e-tratamentos/ RESUMO – OTORRINOLARINGOLOGIA | GUILHERME GOMES (@GUI.GS) Indicações (imitanciometria): • Triagem auditiva de bebês. • Avaliação auditiva de crianças em fase de crescimento. • Investigação de dores frequentes nos ouvidos. • Tratamento de otite. • Diagnóstico de patologias, como alergias respiratórias. • Complemento da audiometria. • Pessoas com zumbido no ouvido. • Análise da saúde do ouvido em caso de paralisia do nervo facial. • Pacientes com perda auditiva em qualquer grau. • Exames pré e pós-operatórios de cirurgias na orelha média. 3. TESTES COM DIAPASÃO (WEBER E RINNE): ➢ Teste de Weber: O teste de Weber é um teste clínico prático, feito em consultório apenas com o auxílio de um diapasão. Tem a função de avaliar qualitativamente a fisiologia do VIII nervo craniano (nervo vestíbulo-coclear), responsável por nossa audição. O teste de Weber avalia perda auditiva (de uma forma exclusivamente qualitativa, sendo essa uma das limitações do teste: ele não pode confirmar uma audição normal porque não mede a sensibilidade ao som de maneira quantitativa) de origem condutiva e/ou neurossensorial. Seu intuito é comparar a condutividade óssea entre ambas as orelhas e determinar se a perda (caso ela exista) é de origem neurossensorial ou condutiva. Técnica: • O médico, enquanto posicionado de frente para o paciente, vibra o diapasão (pode ser com um “peteleco”, uma batida na mão ou qualquer outra parte de seu próprio corpo) e o encosta na região medial da fronte (testa) do paciente. • Ele precisa ficar equidistante entre as orelhas esquerda e direita. • Quando o diapasão parar de vibrar, pergunta-se ao paciente onde o som foi “percebido”: se no centro da testa, ouvindo igualmente o som em ambos os lados (sendo este o resultado normal) ou de forma lateralizada – mais à esquerda ou mais à direita. • Se o paciente perceber o som no centro, significa que não há alterações qualitativas de condução óssea e/ou neurossensorial. • Se houve uma lateralização, porém, há duas possibilidades: 1. Hipoacusia condutiva: o som será percebido melhor no lado acometido. Pode parecer contraintuitivo – mas acontece, por exemplo, em casos de pacientes que podem estar acumulando excesso de cerume na orelha afetada. OBS: Tais pacientes reportam hipoacusia no lado onde ouviram melhor o som do diapasão, porque o cerume, que está provocando a dificuldade na condução aérea do som, aumenta a percepção na condução óssea, pois ajuda na propagação do som. 2. Hipoacusia neurossensorial: o som será percebido melhor no ouvido normal. Esse diagnóstico é mais fácil, pois o ouvido no qual o paciente se queixa de hipoacusia será também o ouvido a perceber menor passagem de som. ➢ Teste de Rinne: O teste de Rinne compara a percepção de sons transmitidos pelo ar com sons transmitidos por condução óssea através do processo mastóide (acidente anatômico localizado no osso temporal). O teste de Rinne também avalia perda auditiva, a fisiologia e o funcionamento do nervo vestíbulo-coclear, a condução óssea e aérea do som (utilizando uma técnica bastante similar à do teste de Weber). Técnica: • O médico deve se posicionar à frente ou ao lado do paciente, vibrar o diapasão e encostar sua ponta única no processo mastóide do paciente. Deve, então, pedir ao paciente para que este avise quando parar de ouvir o som. • Depois, desencostandoo diapasão, deve posicioná-lo (ainda vibrando) próximo à orelha do paciente – tomando cuidado para que não haja contato algum – e perguntá-lo se ouve o som. • Quando parar de ouvir, o paciente deverá avisar novamente. • No resultado normal, o paciente deverá ouvir o som dos dois modos, ou seja, apresentará um Rinne positivo. A audição do som conduzido pelo ar (CA = condução aérea) deve ser melhor que a audição do som de condução óssea (CO). https://aeraparelhosauditivos.com.br/graus-de-perda-auditiva/ RESUMO – OTORRINOLARINGOLOGIA | GUILHERME GOMES (@GUI.GS) • Teste normal: CA > CO. • Teste alterado: existem duas possibilidades: 1. Se CO > CA: observamos o que é conhecido por perda auditiva condutiva. Nesse caso, o som da condução óssea será mais alto para o paciente. Pode ser o caso, por exemplo, de uma perfuração timpânica. Esse é um exemplo de Rinne negativo. 2. Na perda auditiva neurossensorial, a condução aérea e óssea é igualmente diminuída, mantendo às vezes uma pequena diferença onde CA > CO, ou seja, é um Rinne positivo – mas não significa que é normal. OBS: Rinne positivo nem sempre é ausência de doença; Rinne negativo é. Indicação: • Na prática, os testes de Weber e de Rinne podem ser usados (são testes que se complementam, sendo sempre realizados em conjunto) tanto dentro do exame otorrinolaringológico – para avaliação auditiva – quanto dentro do exame neurológico de rotina – para avaliação dos pares de nervos cranianos (nesse caso, o VIII par, vestíbulo-coclear). 4. OTOEMISSÕES (EMISSÕES OTOACÚSTICAS): É um exame utilizado na avaliação da audição. É um método bastante simples, rápido, indolor e sem restrições de idade, podendo ser utilizando em especial em recém-nascidos. É realizado o registro da energia sonora gerada pelas células ciliadas da cóclea (orelha interna) em resposta a sons captados por um microfone miniaturizado colocado no conduto auditivo externo. Existem três tipos de emissões otoacústicas.: 1. Espontâneas: que podem estar presentes, mesmo na ausência de estimulação acústica externa. 2. Evocadas transitórias: que são respostas provocadas por um estímulo muito breve e fazem uma avaliação global da cóclea. 3. Evocadas por produto de distorção: que utilizam dois tons puros, geralmente de frequências diferentes, estimulando a cóclea, que se comporta como amplificador não-linear, ampliando o estímulo acústico bitonal para enviar ao SNC. Produz sons que não constavam do sinal inicial, os chamados produtos de distorção. Esse último tipo avalia a atividade da cóclea em frequências específicas, o que proporciona uma aplicação clínica mais ampla. Indicações: • Avaliar a audição de paciente com dificuldade de realizar a audiometria tonal. • Utilizado para complementar a audiometria tonal. • Monitoramento auditivo na ototoxidade (medicamentos ototóxicos: furosemida, aminoglicosídeos, salicilatos, cisplatina). • Utilizado em triagem auditiva de recém-nascidos, também chamado de “teste da orelhinha”. OBS: Teste da Orelhinha: deve ser realizado no segundo ou terceiro dia de vida do recém-nascido, na maternidade, ou até o terceiro mês, em bebês nascidos fora de um hospital / maternidade, e tem como função avaliar a integridade auditiva em bebês. 5. ELETROCOCLEOGRAFIA (ECOG): A eletrococleografia é um método de avaliação de potenciais eletrofisiológicos gerados na porção mais periférica do sistema auditivo, isto é, cóclea e nervo auditivo. Exame relativamente simples, rápido e confiável na avaliação objetiva da função auditiva, além do funcionamento normal ou não da orelha interna. Técnica: É realizado por meio de uma sonda, que é colocada no conduto auditivo, em que se realiza o estímulo da audição para captar a resposta elétrica da cóclea através de elétrodos. Indicações: • Diagnóstico e monitoramento da doença de Ménière ou de outras causas de hidropsiaendolinfática (hipertensão dos líquidos labirínticos) que costuma a se manifestar por crises de vertigem acompanhadas muitas vezes de perda auditiva e pressão no(s) ouvido(s). • Neuropatias e dissincronias auditivas. RESUMO – OTORRINOLARINGOLOGIA | GUILHERME GOMES (@GUI.GS) 6. BERA (PEATE-POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO / AUDIOMETRIA DE TRONCO CEREBRAL / ABR): É um exame indolor, não invasivo, objetivo, que não depende da resposta do paciente, e avalia a integridade das vias auditivas centrais, desde a orelha interna até o córtex cerebral, sendo muito utilizado em recém-nascidos e crianças com suspeita de perda auditiva. Com o Bera descobrimos, por exemplo, se o problema é no tímpano, no nervo auditivo ou no tronco encefálico. Também é feito em pacientes que não têm discernimento para responder a estímulos, como recém-nascidos, pacientes em coma ou sedados para a realização de procedimento cirúrgico. Por ser mais completo, o exame é feito nos casos em que outros exames não permitiram resultados conclusivos ou claros para interpretação médica. Indicações: • Estimar se a perda auditiva detectada na audiometria tonal é decorrente de uma lesão na cóclea, no nervo auditivo ou no tronco encefálico. • Pesquisar integridade funcional das vias auditivas do tronco encefálico, que pode ser afetada por algumas doenças como AVCs (derrames) ou doenças desmielinizantes (Esclerose Múltipla). • Determinar se existe ou não perda auditiva em crianças que ainda não podem ser avaliadas pela audiometria. 7. TESTE VESTIBULAR (VECTOELETRONISTAGMOGRAFIA / PROVA CALÓRICA / PROVAS TÉRMICAS): É um exame que tem como finalidade avaliar o sistema vestibular, também conhecido como labirinto – “exame da labirintite”. Trata-se de um sistema sensorial formado por um conjunto de órgãos localizados no ouvido interno, para ajudar na estabilidade do equilíbrio corporal. Técnica: Coloca-se eletrodos na região temporal direita, esquerda, frontal e outro eletrodo neutro de localização frontal. Esses eletrodos registram os movimentos oculares horizontais, oblíquos e verticais captando a diferença de potencial elétrico entre a córnea e a retina durante os movimentos dos olhos. O paciente e orientado a acompanhar os estímulos visuais solicitados durante as provas. Consiste na observação da marcha, do aparecimento de tontura/vertigem com as mudanças de posição ou através da estimulação do labirinto com um pequeno jato de ar morno e frio. O exame é indolor e dura cerca de uma hora. Indicações: • Avaliar os pacientes com tontura, enjoo, desequilíbrio, vertigem. • Avaliar pacientes com zumbido. • Avaliar pacientes com Cinetose ou enjoo do movimento. • Avaliar pacientes que apresentam dores de cabeça as vezes associada a tonturas. • Avaliar pacientes com Síndrome do Pânico. • Avaliar pacientes que apresentam quedas frequentes. 8. RAIO-X DE SEIOS DA FACE: O Raio-X, também conhecido como radiografia, é um exame de imagem muito comum, devido a seu baixo custo, rapidez e por ser um exame não invasivo, dispensando preparos prévios. O exame utiliza baixas doses de radiação para identificar alterações em ossos e órgãos, sendo, portanto, contraindicado para gestantes. É um exame bastante utilizado em emergências devido à sua rapidez. Ele gera fotografias na região analisada em segundos, gerando imagens bidimensionais em uma chapa. Em casos de estruturas, como ossos, a anormalidade é identificada como um corte escuro. É um exame que avalia as condições da cavidade nasal, fossas e septo. Indicações: • Sintomas de sinusite (aguda ou crônica). • Cefaleia frontal. • Outras condições que afetem as cavidades da face, como meningite e celulite orbital. • Detectar infecções, hemorragias, tumores e obstruções RESUMO – OTORRINOLARINGOLOGIA | GUILHERME GOMES (@GUI.GS) 9. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE SEIOS PARANASAIS: É um exame de imagem que permite visualizar seções,por vários ângulos e em detalhes, de estruturas anatômicas somente acessíveis por procedimento cirúrgico. O exame permite avaliar as estruturas do rosto ou face, como músculos, ossos e fossas nasais, diagnosticando doenças como sinusite e desvio de septo nasal. A TC visualiza a extensão da doença e também é útil para identificar as variações anatômicas e fornecer informações precisas para o planejando mais adequado das cirurgias. A imagem de tomografia computadorizada é necessária quando o médico suspeita de alguma alteração mais complexa visualizada no raio-x convencional. Indicações: • Fazer diagnóstico de rinossinusite, desvio de septo, pólipos nasais, neoplasias ou quando o paciente não melhora após o uso dos medicamentos para o tratamento das condições inflamatórias (sinusites). • Nas suspeitas de doença invasiva (fúngica). • Antes de uma cirurgia, quando o planejamento mais detalhado se torna necessário. • Trauma e outras lesões na face. 10. VIDEOLARINGOSCOPIA: É um exame de imagem médico que tem como objetivo principal investigar todas as estruturas da boca (cavidade oral), orofaringe, hipofaringe e laringe. Profissionais que trabalham com a voz, como cantores, palestrantes, locutores ou professores também devem realizar o exame periodicamente, pois podem apresentar desgaste e alterações nas cordas vocais. Indicações: • Rouquidão. • Tosse crônica. • Disfagia (dificuldade para engolir). • Sensação de glóbus faríngeo (bolo na garganta). • Prevenção e diagnóstico de câncer de cabeça ou pescoço. • Fumantes crônicos. • Recém-nascidos que apresentam dificuldades respiratórias. 11. VIDEOFIBRONASOLARINGOSCOPIA (ENDOSCOPIA NASOSSINUSAL): É um exame realizado para avaliar a cavidade nasal por fibra óptica flexível – incluindo faringe, laringe e cordas vocais, quando necessário – com o objetivo de diagnosticar diversas doenças nasais e sinusais, bem como para um reconhecimento pré-operatório. Indicações: • Obstrução nasal. • Rinite. • Sinusite. • Rinossinusite crônica ou aguda. • Sangramento nasal. • Desvio de septo. • Roncos e apneia do sono. • Cefaleia. • Lesões de nariz e garganta. • Distúrbios do olfato e paladar. • Tosse ou rouquidão frequentes. • Corpo estranho. http://clinicatirol.com.br/exame/tomografia/ https://cdo.com.br/quais-os-tratamentos-medicos-para-a-sinusite/ https://cdo.com.br/sangramento-nasal-o-que-pode-ser/
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