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Apostila de Desenho do Senai

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Desenho Técnico 
Mecânico 
84 horas 
 
 
 
 
 
 
 
 
© 2010 – SENAI - São Paulo - Departamento Regional 
 
1º Edição. Elaboração, 2010 
Trabalho elaborado pela Escola SENAI “Humberto Reis Costa” do Departamento Regional de São Paulo 
para o curso de Formação Continuada 
 
 
 
Equipe responsável 
Diretor da Escola Nivaldo Silva Braz 
Coordenação Pedagógica Paulo Egevan Rossetto 
Coordenação Técnica Antonio Varlese 
Organização do conteúdo Senai “Humberto Reis Costa” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Escola SENAI Humberto Reis Costa 
 Rua Aracati Mirim, 115 – Vila Alpina 
 São Paulo - SP - CEP 03227-160 
 Fone/fax: (11) 2154-1300 
 www.sp.senai.br/vilaalpina 
 
 
 
 
Sumário 
 
 
 
 
 
 
Introdução ........................................................................................................................ 5 
Desenho artístico e desenho técnico ............................................................................... 7 
Materiais e instrumentos de desenho ............................................................................... 9 
Construções geométricas .............................................................................................. 13 
Perspectivas isométricas ............................................................................................... 17 
Projeção ortogonal ......................................................................................................... 27 
Linhas ............................................................................................................................ 33 
Linha de centro .............................................................................................................. 34 
Linha de simetria ............................................................................................................ 34 
Figuras Planificadas ....................................................................................................... 39 
Caracteres normatizados ............................................................................................... 41 
Tolerância dimensional ................................................................................................... 43 
Tolerância geométrica .................................................................................................... 51 
Estado de superfície ...................................................................................................... 71 
Acabamento ................................................................................................................... 71 
Rugosidade .................................................................................................................... 73 
Símbolo sem indicação de rugosidade ........................................................................... 73 
Cotagem ........................................................................................................................ 83 
Cotagem de chanfros ..................................................................................................... 93 
Cotas lineares e cotas angulares ................................................................................... 94 
Escalas ........................................................................................................................ 103 
Escala de medidas angulares ...................................................................................... 104 
Cortes .......................................................................................................................... 105 
Seção .......................................................................................................................... 119 
Encurtamento ............................................................................................................... 123 
Omissão de corte ......................................................................................................... 127 
Componentes padronizados de máquinas ................................................................... 137 
Projeção ortogonal especial ......................................................................................... 159 
Conclusão .................................................................................................................... 163 
Referencias Bibliográficas ............................................................................................ 165 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 5 
 
 
 
 
Introdução 
 
 
 
Na indústria, para a execução de uma determinada peça, as informações podem ser 
apresentadas de diversas maneiras: 
 
A palavra - Dificilmente transmite a idéia da forma de uma peça. 
 
A peça - Nem sempre pode servir de modelo. 
 
A fotografia - Não esclarece os detalhes internos da peça. 
 
 O desenho - Transmite todas as idéias de forma e dimensões de uma peça, e ainda 
fornece uma série de informações, como: 
 
 Material de que é feita a peça; 
 Acabamento das superfícies; 
 A tolerância de suas medidas, etc. 
 
Durante muito tempo dentro dessa indústria esse desenho foi feito unicamente com 
a utilização de uma prancheta, instrumentos como esquadros, escalimetro, compasso, 
transferidor, etc. O que demandava uma habilidade muito grande do desenhista e utilização 
de horas a fio reclinado sobre um único desenho. 
 
Felizmente, não é mais essa realidade que observamos em nossos dias, pois com o 
advento da informática e a criação de softwares como o CAD (Desenho Assistido pelo 
Computador), o desenhista ganhou uma poderosa ferramenta, que veio para auxiliar e 
facilitar em muito a realização de desenhos, que agora demandam um tempo muito menor 
para sua confecção. 
 
Neste momento você deve estar se perguntando: 
 Então eu estou matriculado no curso errado? 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 6 
É claro que não, pois embora o desenho na prancheta hoje em dia já não seja a 
forma mais rápida para a produção desses, é ele quem garante ao desenhista a utilização 
de uma linguagem técnica, fundamentada em regras e normas que possibilitam a todos que 
venham a utilizá-lo, mesmo que em tempos e lugares diferentes, interpretem e produzam 
peças tecnicamente iguais. 
 
Isso, naturalmente, só é possível quando se tem estabelecidas, de forma fixa e 
imutável, todas as regras necessárias para que o desenho seja uma linguagem técnica 
própria e autêntica, e que possa cumprir a função de transmitir ao executor da peça as 
idéias do desenhista. 
 
Por essa razão, é fundamental que o desenhista conheça com segurança todas as 
normas do desenho técnico mecânico. 
 
Desta forma, nossa unidade entende, que com certeza, a realização desse curso irá 
lhe ajudar, quer seja na realização de uma base sólida de desenho técnico, quer seja para o 
desenvolvimento de uma consciência de que a continuidade nos estudos hoje em dia se faz 
necessária, abrindo uma porta para mais um desafio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 7 
 
 
 
Desenho artístico e desenho 
técnico 
 
 
 
O homem se comunica por vários meios. Os mais importantes são a fala, a escrita e 
o desenho. 
O desenho artístico é uma forma de representar as idéias e os pensamentos de 
quem desenhou. 
Por meio do desenho artístico é possível conhecer e mesmo reconstituir a história 
dos povos antigos. 
Ainda pelo desenho artístico é possível conhecer a técnica de representar desses povos. 
 
 
 
 
Detalhes dos desenhos das cavernas 
de Skavberg, Noruega 
 Representação egípcia do túmulo do 
escriba Nakht 14 a.C. 
Atualmente existem muitas formar de representar tecnicamente um objeto.Essas 
formas foram criadas com o correr do tempo, à medida que o homem desenvolvia seu modo 
de vida. Uma dessas formas é a perspectiva. 
 
Perspectiva é a técnica de representar objetos e situações como eles são vistos na 
realidade, de acordo com sua posição, forma e tamanho. 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 8 
Pela perspectiva pode-se também ter a idéia do comprimento, da largura e da altura 
daquilo que é representado. 
 
 
Você deve ter notado que essas representações foram feitas de acordo com a 
posição de quem desenhou. 
 
Também foram resguardadas as formas e as proporções do que foi representado. 
 
O desenho técnico é assim chamado por ser um tipo de representação usado por 
profissionais de uma mesma área: mecânica, marcenaria, serralharia, etc. 
 
Ele surgiu da necessidade de representar com precisão máquinas, peças, 
ferramentas e outros instrumentos de trabalho. 
 
 
 
No decorrer da apostila, você aprenderá outras aplicações do desenho técnico. 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 9 
 
 
 
Materiais e instrumentos de 
desenho 
 
 
 
 
O conhecimento do material de desenho técnico e os cuidados com ele são 
fundamentais para a execução de um bom trabalho. A maneira correta de utilizar esse 
material também, pois as qualidades e defeitos adquiridos pelo estudante, no primeiro 
momento em que começa a desenhar, poderão refletir-se em toda a sua vida profissional. 
 
Os principais materiais de desenho técnico são: 
 
 O papel; 
 O lápis; 
 A borracha; 
 A régua. 
 
O papel 
 
O papel é um dos componentes básicos do material de desenho. Ele tem formato 
básico, padronizado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Esse formato 
é o A0 (A zero) do qual derivam outros formatos. 
 
Formatos da série “A” (Unidade: mm) 
Formato Dimensão Margem direita Margem esquerda 
A0 
A1 
A2 
A3 
A4 
841 x 1.189 
594 x 841 
420 x 594 
297 x 420 
210 x 297 
10 
10 
7 
7 
7 
25 
25 
25 
25 
25 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 10 
O formato básico A0 tem área de 1m2 e seus lados medem 841mm x 1.189mm. 
 
 
 
Do formato básico derivam os demais formatos. 
 
 
 
Quando o formato do papel é maior que A4, é necessário fazer o dobramento para 
que o formato final seja A4. 
 
Dobramento 
 
Efetua-se o dobramento a partir do lado d (direito), em dobras verticais de 185mm. A 
parte a é dobrada ao meio. 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 11 
 
 
O Lápis 
 
O lápis é um instrumento de desenho para traçar. Ele tem características especiais e 
não pode ser confundido com o lápis usado para fazer anotações costumeiras. 
 
 
Características e denominações dos lápis 
 
Os lápis são classificados em macios, médios e duros conforme a dureza das 
grafitas. Eles são denominados por letras ou numerais e letras. 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 12 
A ponta do lápis deve ter entre 4 e 7mm de grafita descoberta e 18mm de madeira 
em forma de cone. 
 
 
 
A borracha 
 
A borracha é um instrumento de desenho que serve para apagar. Ela deve ser 
macia, flexível e ter as extremidades chanfradas para facilitar o trabalho de apagar. 
 
 
 
A maneira correta de apagar é fixar o papel com uma mão e com a outra esfregar a 
borracha nos dois sentidos sobre o que se quer apagar. 
 
A régua 
 
A régua é um instrumento de desenho que serve para medir o modelo e transportar 
as medidas obtidas no papel. 
 
 
A unidade de medida utilizada em desenho técnico, em geral, é o milímetro. 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 13 
 
 
 
Construções geométricas 
 
 
 
 
Estudadas as características dos instrumentos de desenho técnico, é possível 
executar os traçados, desenvolvendo as construções geométricas e planificação. 
 
Para aprender as construções geométricas é necessário estudar os conceitos de: 
 
 Retas perpendiculares; 
 Retas paralelas; 
 Mediatriz; 
 Bissetriz; 
 Polígonos regulares; 
 Linhas tangentes; 
 Concordância. 
 
Duas retas são perpendiculares quando são concorrentes e formam quatro ângulos 
retos. 
 
 
 
Duas retas são paralelas quando estão no mesmo plano e não se cruzam. 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 14 
Mediatriz é uma reta perpendicular a um segmento de reta que divide este 
segmento em duas partes iguais. 
 
 
 
A reta m é a mediatriz do segmento de reta AB. Os segmentos da reta AM e MB têm 
a mesma medida. O ponto M chama-se ponto médio do segmento de reta AB. 
 
Bissetriz é uma semi-reta que tem origem no vértice de um ângulo e divide o ângulo 
em duas partes iguais. 
 
 
 
A semi-reta r é a bissetriz do ângulo A. 
 
Polígono é toda figura plana fechada. Os polígonos regulares têm todos os lados 
iguais e todos os ângulos iguais. O polígono regular é inscrito quando desenhado com os 
vértices numa circunferência. 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 15 
Linhas tangentes são linhas que têm só um ponto em comum e não se cruzam. O 
ponto comum às duas linhas é chamado ponto de tangência. 
 
Os centros das duas circunferências e o ponto de tangência ficam numa mesma reta. 
 
 
 
O raio da circunferência e a reta são perpendiculares no ponto de tangência. 
 
 
 
Concordância de duas linhas é a ligação dessas duas linhas com um arco de 
circunferência. A circunferência utilizada para fazer a ligação é tangente às duas linhas. 
 
 
Concordância de duas retas paralelas 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 16 
 
 
Concordância de duas retas concorrentes 
 
 
Concordância de uma circunferência com uma reta 
 
 
Concordância de duas circunferências 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 17 
 
 
 
Perspectivas isométricas 
 
 
 
 
Perspectiva é a maneira de representar objetos de acordo com sua posição, forma e 
tamanho. 
 
 
 
Existem vários tipos de perspectiva. Nesta apostila estudaremos apenas a 
perspectiva isométrica. 
 
A perspectiva isométrica mantém as mesmas medidas de comprimento, largura e 
altura do objeto. 
 
Para estudar a perspectiva isométrica é necessário conhecer ângulo e a maneira 
como ela é representado. 
 
Ângulo é a figura geométrica formada por duas semi-retas com a mesma origem. 
 
 
O grau é cada uma das 360 partes em que a circunferência é dividida. 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 18 
 
 
A medida em graus é indicada por um numeral seguido do símbolo de grau. Veja 
alguns exemplos. 
 
 
 
 
Quarenta e cinco graus Noventa graus 
 
 
Cento e vinte graus 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 19 
Nos desenhos em perspectiva isométrica, os três eixos isométricos (c, a, ) formam 
entre si ângulos de 120º. Os eixos oblíquos formam com a horizontal ângulo de 30º. 
 
 
 
Qualquer linha paralela a um eixo isométrico é chamada linha isométrica. 
 
 
c, a, ℓ: eixos isométricos 
d, e, f: linhas isométricas 
 
 
Traçados da perspectiva isométrica do prisma 
 
O prisma é usado como base para o traçado da perspectiva isométrica de qualquer 
modelo. 
No início, até você adquirir firmeza, o traçado deve ser feito sobre o reticulado. Veja 
abaixo uma amostra de reticulado. 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 20 
 
 
Em primeiro lugar são traçados os eixos isométricos. 
 
 
 
Em seguida, são marcadas nesses eixos as medidas de comprimento, largura e 
altura do prisma; 
 
 
 
Após isso, é traçada a face de frente do prisma, tomando-se como referência as 
medidas do comprimento e da altura, marcadas nos eixos isométricos. 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 21 
 
 
Depois traçamos a face de cima do prisma tomando como referência as medidas do 
comprimento e de largura, marcadas nos eixos isométricos. 
 
 
 
Em seguida traçamos a face do lado do prisma tomando como referência as medidas 
da largura e da altura marcada nos eixos isométricos. 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 22 
E, por último, para finalizar o traçado da perspectiva isométrica, são apagadas as 
linha de construção e reforçado o contornodo modelo. 
 
 
 
Traçado de perspectiva isométrica com detalhes paralelos 
 
 
 
Traçado da perspectiva isométrica com detalhes oblíquos 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 23 
 
 
 
 
 
As linhas que não são paralelas aos eixos isométricos são chamadas linhas não-
isométricas. 
 
 
 
Traçado da perspectiva isométrica com elementos arredondados 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 24 
Traçado da perspectiva isométrica do círculo 
 
O círculo em perspectiva tem sempre a forma de elipse. 
 
 
Círculo Círculo em perspectiva isométrica 
 
Para representar a perspectiva isométrica do círculo, é necessário traçar antes um quadrado 
auxiliar em perspectiva, na posição em que o círculo deve ser desenhado. 
 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 25 
Traçado da perspectiva isométrica do cilindro 
 
 
 
Traçado da perspectiva isométrica do cone 
 
 
 
 
 
 
Outros exemplos do traçado da perspectiva isométrica 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 27 
 
 
 
Projeção ortogonal 
 
 
 
Em desenho técnico, projeção é a representação gráfica do modelo feita em um 
plano. Existem várias formas de projeção. A ABNT adota a projeção ortogonal, por ser a 
representação mais fiel à forma do modelo. 
 
Para entender como é feita a projeção ortogonal, é necessário conhecer os 
seguintes elementos: observador, modelo, e plano de projeção. Veja os exemplos a seguir: 
neles, o modelo é representado por um dado. 
 
 
 
 
Plano de projeção Modelo 
 
 
Observador 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 28 
 
 
 
 
Observe a linha projetante. A 
linha projetante é a linha 
perpendicular ao plano de 
projeção que sai do modelo e o 
projeta no plano de projeção. 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 29 
Projeção em três planos 
 
Unindo perpendicularmente três planos, temos a seguinte ilustração: 
 
 
 
Cada plano recebe um nome de acordo com sua posição. 
 
As projeções são chamadas vistas, conforme a ilustração a seguir. 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 30 
Rebatimento de três planos de projeção 
 
Quando se tem a projeção ortogonal do modelo, o modelo não é mais necessário e 
assim é possível rebater os planos de projeção. 
 
Com o rebatimento, os planos de projeção, que estavam unidos perpendicularmente 
entre si, aparecem em um único plano de projeção. Na página seguinte pode-se ver o 
rebatimento dos planos de projeção, imaginado-se os planos de projeção ligados por 
dobradiças. 
 
 
 
Agora imagine que o plano de projeção vertical fica fixo e que os outros planos de 
projeção giram um para baixo e outro para a direita. 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 31 
O plano de projeção que gira para baixo é o plano de projeção horizontal e o plano 
de projeção que gira para a direita é plano de projeção lateral. 
Planos de projeção rebatidos: 
 
 
 
Agora é possível tirar os planos de projeção e deixar apenas o desenho das vistas 
do modelo. 
 
Na prática, as vistas do modelo aparecem sem os planos de projeção 
 
As linhas projetantes auxiliares indicam a relação entre as vistas do desenho técnico. 
 
 
 
 
Observação 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 32 
 
As linhas projetantes auxiliares não aparecem no desenho técnico do modelo. São 
linhas imaginárias que auxiliam no estudo da teoria da projeção ortogonal. 
Outro exemplo: 
 
 
 
Dispondo as vistas alinhadas entre si, temos as projeções da peça formadas pela 
vista frontal, vista superior e vista lateral esquerda. 
 
Observação 
 
Normalmente a vista frontal é a vista principal da peça. 
 
 
 
As distâncias entre as vistas ser iguais e proporcionais ao tamanho do desenho. 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 33 
 
 
 
Linhas 
 
 
 
Para desenhar as projeções são usados vários tipos de linhas. Vamos descrever 
algumas delas. 
 
Linha para arestas e contornos visíveis 
 
É uma linha contínua larga que indica o contorno de modelos esféricos ou cilíndricos 
e as arestas visíveis do modelo para o observador. Exemplo: 
 
 
Aplicação 
 
 
 
 
 
 
Linha para aresta e contornos não-visíveis 
 
 É uma linha tracejada que indica as arestas não-visíveis para o observador, isto é, as 
arestas que ficam encobertas. Exemplo: 
 
Aplicação 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 34 
 
 
 
Linha de centro 
 
É uma linha estreita, formada por traços e pontos alternados, que indica o centro de 
alguns elementos do modelo como furos, rasgos, etc. Exemplo: 
 
Aplicação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Linha de simetria 
 
É uma estreita formada por traços e pontos alternados. Ela indica que o modelo é 
simétrico. Exemplo: 
 
 
Modelo simétrico 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 35 
 
 
Imagine que este modelo é dividido ao meio, horizontal ou verticalmente. 
 
 
 
Note que as metades do modelo são exatamente iguais: logo, o modelo é simétrico. 
 
Aplicação 
 
Quando o modelo é simétrico, em seu desenho técnico aparece a linha de simetria. 
 
A linha de simetria indica que as metades do desenho técnico apresentam-se 
simétricas em relação a essa linha. 
 
A linha de simetria pode aparecer tanto na posição horizontal como na posição 
vertical. 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 36 
 
 
No exemplo abaixo a peça é simétrica apenas em um sentido. 
 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 37 
Posição Ortogonal 1º Diedro 
 
Exemplo 
 
1º Diedro 
 
 
O método de projeção ortogonal no 1º diedro é indicado, na legenda do desenho, pelo 
símbolo: 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 38 
 
 
3º Diedro 
 
 
O símbolo que indica o método de projeção ortogonal no 3º diedro é: 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 39 
 
 
 
Figuras Planificadas 
 
 
 
Plano ou superfície plana 
 
O plano também é chamado de superfície plana. 
 
O plano não tem definição, mas é possível ter uma idéia do plano observando: o tampo de 
uma mesa, uma parede ou o piso de uma sala. 
 
É comum representar o plano da seguinte forma: 
 
 
 
 
De acordo com sua posição no espaço, o plano pode ser: 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 40 
 
Figuras Planas 
 
O plano não tem início nem fim: ele é ilimitado. Mas é possível tomar porções limitadas do 
plano. Essas porções recebem o nome de figuras planas. 
 
As figuras planas têm várias formas. O nome das figuras varia de acordo com sua forma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 41 
 
 
 
Caracteres normatizados 
 
 
 
Caligrafia técnica são caracteres usados para escrever em desenho. A caligrafia 
deve ser legível e facilmente desenhável. 
 
A caligrafia técnica normalizada são letras e algarismos inclinados para a direita, 
formando um ângulo de 75º com a linha horizontal. 
 
Exemplo de letras maiúsculas 
 
 
 
Exemplo de letras minúsculas 
 
 
 
Exemplo de algarismos 
 
 
Proporções 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 42 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 43 
 
 
 
Tolerância dimensional 
 
 
 
Introdução 
 
 É muito difícil executar peças com as medidas rigorosamente exatas porque todo 
processo de fabricação está sujeito a imprecisões. Sempre acontecem variações ou 
desvios das cotas indicadas no desenho. Entretanto, é necessário que peças semelhantes, 
tomadas ao acaso, sejam intercambiáveis, isto é, possam ser substituídas entre si, sem 
que haja necessidade de reparos e ajustes. A prática tem demonstrado que as medidas das 
peças podem variar, dentro de certos limites, para mais ou para menos, sem que isto 
prejudique a qualidade. Esses desvios aceitáveis nas medidas das peças caracterizam o 
que chamamos de tolerância dimensional, que é o assunto que você vai aprender nesta 
aula. 
 
 As tolerâncias vêm indicadas, nos desenhos técnicos, por valores e símbolos 
apropriados. Por isso, você deve identificar essasimbologia e também ser capaz de 
interpretar os gráficos e as tabelas correspondentes. 
 
 As peças, em geral, não funcionam isoladamente. Elas trabalham associadas a outras 
peças, formando conjuntos mecânicos que desempenham funções determinadas. Veja 
um exemplo abaixo: 
 
 
 
 Num conjunto, as peças se ajustam, isto é, se encaixam umas nas outras de diferentes 
maneiras e você também vai aprender a reconhecer os tipos de ajustes possíveis entre 
peças de conjuntos mecânicos. 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 44 
 No Brasil, o sistema de tolerâncias recomendado pela ABNT segue as normas 
internacionais ISO (International Organization For Standardization ). A observância dessas 
normas, tanto no planejamento do projeto como na execução da peça, é essencial para 
aumentar a produtividade da indústria nacional e para tornar o produto brasileiro competitivo 
em comparação com seus similares estrangeiros. 
 
 
O que é tolerância dimensional 
 
 As cotas indicadas no desenho técnico são chamadas de dimensões nominais. É 
impossível executar as peças com os valores exatos dessas dimensões porque vários fatores 
interferem no processo de produção, tais como imperfeições dos instrumentos de medição e 
das máquinas, deformações do material e falhas do operador. Então, procura-se determinar 
desvios, dentro dos quais a peça possa funcionar corretamente. Esses desvios são 
chamados de afastamentos. 
 
 
Afastamentos 
 
 Os afastamentos são desvios aceitáveis das dimensões nominais, para mais ou menos, 
que permitem a execução da peça sem prejuízo para seu funcionamento e 
intercambiabilidade. Eles podem ser indicados no desenho técnico como mostra a ilustração 
a seguir: 
 
 
 
 Neste exemplo, a dimensão nominal do diâmetro do pino é 20mm. Os afastamentos são: 
+ 0,28mm (vinte e oito centésimos de milímetro) e + 0,18mm (dezoito centésimos de 
milímetro). O sinal + (mais) indica que os afastamentos são positivos, isto é, que as variações 
da dimensão nominal são para valores maiores. 
 
 O afastamento de maior valor (0,28 mm, no exemplo) é chamado de afastamento 
superior; o de menor valor (0,18 mm) é chamado de afastamento inferior. Tanto um quanto 
outro indicam os limites máximo e mínimo da dimensão real da peça. 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 45 
 Somando o afastamento superior à dimensão nominal obtemos a dimensão máxima, 
isto é, a maior medida aceitável da cota depois de executada a peça. Então, no exemplo 
dado, a dimensão máxima do diâmetro corresponde a: 20mm + 0,28mm = 20,28mm. 
 
 Somando o afastamento inferior à dimensão nominal obtemos a dimensão mínima, isto 
é, a menor medida que a cota pode ter depois de fabricada. No mesmo exemplo, a 
dimensão mínima é igual a 20mm + 0,18mm, ou seja, 20,18mm. 
 
 Assim, os valores: 20,28mm e 20,18mm correspondem aos limites máximo e mínimo da 
dimensão do diâmetro da peça. 
 
 Depois de executado, o diâmetro da peça pode ter qualquer valor dentro desses dois 
limites. 
 
 A dimensão encontrada, depois de executada a peça, é a dimensão efetiva ou real; ela 
deve estar dentro dos limites da dimensão máxima e da dimensão mínima. 
 
 Quando os dois afastamentos são positivos, a dimensão efetiva da peça é sempre maior 
que a dimensão nominal. Entretanto, há casos em que a cota apresenta dois afastamentos 
negativos, ou seja, as duas variações em relação à dimensão nominal são para menor, como 
no próximo exemplo. 
 
 
 
 A cota Ø 16 apresenta dois afastamentos com sinal - (menos), o que indica que os 
afastamentos são negativos: - 0,20 e - 0,41. Quando isso acontece, o afastamento superior 
corresponde ao de menor valor numérico absoluto. No exemplo, o valor 0,20 é menor que 
0,41; logo, o afastamento - 0,20 corresponde ao afastamento superior e - 0,41 corresponde 
ao afastamento inferior. 
Para saber qual a dimensão máxima que a cota pode ter basta subtrair o afastamento 
superior da dimensão nominal. No exemplo: 16,00 - 0,20 = 15,80. 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 46 
 Para obter a dimensão mínima você deve subtrair o afastamento inferior da dimensão 
nominal. Então: 16,00 - 0,41 = 15,59. A dimensão efetiva deste diâmetro pode, portanto, 
variar dentro desses dois limites, ou seja, entre 15,80 mm e 15,59 mm. Neste caso, de dois 
afastamentos negativos, a dimensão efetiva da cota será sempre menor que a dimensão 
nominal. 
 
Há casos em que os dois afastamentos 
têm sentidos diferentes, isto é, um é 
positivo e o outro é negativo. Veja: 
 
 
 
 
 Quando isso acontece, o afastamento positivo sempre corresponde ao afastamento 
superior e o afastamento negativo corresponde ao afastamento inferior. 
 
 
 Qualquer dimensão efetiva entre os afastamentos superior e inferior, inclusive a dimensão 
máxima e a dimensão mínima, está dentro do campo de tolerância. 
 
 As tolerâncias de peças que funcionam em conjunto dependem da função que estas peças 
vão exercer. Conforme a função, um tipo de ajuste é necessário. É o que você vai aprender a 
seguir. 
 
 
Ajustes 
 
 Para entender o que são ajustes precisamos antes saber o que são eixos e furos de 
peças. Quando falamos em ajustes, eixo é o nome genérico dado a qualquer peça, ou parte 
de peça, que funciona alojada em outra. Em geral, a superfície externa de um eixo trabalha 
acoplada, isto é, unida à superfície interna de um furo. Veja, a seguir, um eixo e uma bucha. 
Observe que a bucha está em corte para mostrar seu interior que é um furo. 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 47 
 Eixos e furos de formas variadas podem funcionar ajustados entre si. Dependendo 
da função do eixo, existem várias classes de ajustes. Se o eixo se encaixa no furo de modo 
a deslizar ou girar livremente, temos um ajuste com folga. 
 
 
 
 Quando o eixo se encaixa no furo com certo esforço, de modo a ficar fixo, temos um 
ajuste com interferência. 
 
 
 
 Existem situações intermediárias em que o eixo pode se encaixar no furo com folga ou 
com interferência, dependendo das suas dimensões efetivas. É o que chamamos de ajuste 
incerto. 
 
 
 
Em geral, eixos e furos que se encaixam têm a mesma dimensão nominal. O que varia é o 
campo de tolerância dessas peças. 
 
O tipo de ajuste entre um furo e um eixo depende dos afastamentos determinados. A seguir, 
você vai estudar cada classe de ajuste mais detalhadamente. 
 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 48 
Ajuste com folga 
 
Quando o afastamento superior do eixo é menor ou igual ao afastamento inferior do furo, 
temos um ajuste com folga. Acompanhe um exemplo: 
 
 
 
Os diâmetros do furo e do eixo têm a mesma dimensão nominal: 25 mm. O afastamento 
superior do eixo é - 0,20; a dimensão máxima do eixo é: 25 mm - 0,20 mm = 24,80 mm; a 
dimensão mínima do furo é: 25,00 mm - 0,00 mm = 25,00 mm. 
 
Portanto, a dimensão máxima do eixo (24,80 mm) é menor que a dimensão mínima do furo 
(25,00 mm) o que caracteriza um ajuste com folga. Para obter a folga, basta subtrair a 
dimensão do eixo da dimensão do furo. Neste exemplo, a folga é 25,00 mm - 24,80 mm = 
0,20 mm. 
 
 
Ajuste com interferência 
 
Neste tipo de ajuste o afastamento superior do furo é menor ou igual ao afastamento inferior 
do eixo. Veja: 
 
Na cota do furo 250
0,21 , o afastamento superior é + 0,21; na cota do eixo: 25+0,28
0,41 , o 
afastamento inferior é + 0,28. Portanto, o primeiro é menor que o segundo, confirmando que 
se trata de um ajuste com interferência. 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 49 
Para obter o valor da interferência, basta calcular a diferença entre a dimensão efetiva do 
eixo e a dimensão efetiva do furo. Imagine que a peça pronta ficou com as seguintes 
medidas efetivas: diâmetro do eixo igual a 25,28mm e diâmetro do furo igual a 25,21mm. A 
interferência corresponde a: 25,28mm - 25,21mm = 0,07mm. Como o diâmetro do eixo é 
maior que o diâmetro dofuro, estas duas peças serão acopladas sob pressão. 
 
Ajuste incerto. 
 
É o ajuste intermediário entre o ajuste com folga e o ajuste com interferência. Neste caso, o 
afastamento superior do eixo é maior que o afastamento inferior do furo, e o afastamento 
superior do furo é maior que o afastamento inferior do eixo. Acompanhe o próximo exemplo 
com bastante atenção. 
 
 
 
Compare: o afastamento superior do eixo (+0,18) é maior que o afastamento inferior do furo 
(0,00) e o afastamento superior do furo (+ 0,25) é maior que o afastamento inferior do eixo (+ 
0,02). Logo, estamos falando de um ajuste incerto. 
 
Este nome está ligado ao fato de que não sabemos, de antemão, se as peças acopladas vão 
ser ajustadas com folga ou com interferência. Isso vai depender das dimensões efetivas do 
eixo e do furo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AJUSTES RECOMENDADOS 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 50 
TIPO 
DE 
AJUSTE 
EXEMPLO 
DE 
AJUSTE 
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A
 
P
R
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Á
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EXEMPLO 
DE 
APLICAÇÃO 
LIVRE 
 
 
 
Montagem à mão, com facilidade 
H6 e7 
 
H7 e7 
H7 e8 
H8 e9 H11 a11 
Peças cujos funcio- 
namentos necessi- 
tam de folga por força de 
dilatação, mau alinhamento, 
etc. 
ROTATIVO 
 
 
 
Montagem à mão podendo girar sem 
esforço 
H6 f6 H7 f7 H8 f8 
H10 d10 
H11 d11 
Peças que giram 
ou deslizam com 
boa lubrificação. 
Ex.: eixos, mancais, 
etc. 
DESLIZANTE 
 
 
 
Montagem à mão 
com leve pressão 
H6 g5 
 
H7 g6 
H8 g8 
H8 h8 
H10 h10 
H11 h11 
Peças que desli- 
zam ou giram com 
grande precisão. 
Ex.: anéis de rola- 
mentos, corrediças, 
etc. 
DESLIZANTE 
JUSTO 
 
 
 
Montagem à mão, porém neces- 
sitando de algum esforço 
H6 h5 H7 h6 
 Encaixes fixos de 
precisão, órgãos 
lubrificados deslo- 
cáveis à mão. 
Ex.: punções, guias, 
etc. 
ADERENTE 
FORÇADO 
LEVE 
 
 
 
Montagem com 
auxílio de martelo 
H6 j5 H7 j6 
Órgãos que neces- 
sitam de frequen- 
tes desmontagens. 
Ex.: polias, engre- 
nagens, rolamen- 
tos, etc. 
FORÇADO 
DURO 
 
 
 
Montagem com 
auxilio de martelo pesado 
H6 m5 
 
H7 m6 
Órgãos possíveis 
de montagens e 
desmontagens 
sem deformação 
das peças. 
À 
PRESSÃO 
COM 
ESFORÇO 
 
 
 
Montagem com auxílio de 
balancim ou por dilatação 
H6 p5 H7 p6 
Peças impossíveis 
de serem desmon- 
tadas sem defor- 
mação. 
Ex.: buchas à pres- 
são, etc. 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 51 
 
 
 
Tolerância geométrica 
 
 
 
Introdução 
 
A execução da peça dentro da tolerância dimensional não garante, por si só, um 
funcionamento adequado. Veja um exemplo. 
 
A figura da esquerda mostra o desenho técnico de um pino, com indicação das tolerâncias 
dimensionais. A figura da direita mostra como ficou a peça depois de executada, com a 
indicação das dimensões efetivas. 
 
 
 
Note que, embora as dimensões efetivas do pino estejam de acordo com a tolerância 
dimensional especificada no desenho técnico, a peça real não é exatamente igual à peça 
projetada. Pela ilustração você percebe que o pino está deformado. 
 
Não é suficiente que as dimensões da peça estejam dentro das tolerâncias dimensionais 
previstas. É necessário que as peças estejam dentro das formas previstas para poderem 
ser montadas adequadamente e para que funcionem sem problemas. Do mesmo modo que 
é praticamente impossível obter uma peça real com as dimensões nominais exatas, 
também é muito difícil obter uma peça real com formas rigorosamente idênticas às da peça 
projetada. Assim, desvios de formas dentro de certos limites não chegam a prejudicar o 
bom funcionamento das peças. 
 
Quando dois ou mais elementos de uma peça estão associados, outro fator deve ser 
considerado: a posição relativa desses elementos entre si. 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 52 
As variações aceitáveis das formas e das posições dos elementos na execução da peça 
constituem as tolerâncias geométricas. 
 
Interpretar desenhos técnicos com indicações de tolerâncias geométricas é o que você vai 
aprender nesta aula. Como se trata de um assunto muito complexo, será dada apenas uma 
visão geral, sem a pretensão de esgotar o tema. O aprofundamento virá com muito estudo e 
com a prática profissional. 
 
 
Tolerâncias de forma 
 
As tolerâncias de forma são os desvios que um elemento pode apresentar em relação à sua 
forma geométrica ideal. As tolerâncias de forma vêm indicadas no desenho técnico para 
elementos isolados, como por exemplo, uma superfície ou uma linha. Acompanhe um 
exemplo, para entender melhor. 
 
Analise as vistas: frontal e lateral esquerda do modelo prismático abaixo. Note que a superfície 
S, projetada no desenho, é uma superfície geométrica ideal plana. 
 
 
 
Após a execução, a superfície real da peça S’ pode não ficar tão plana como a superfície 
ideal S. Entre os desvios de planeza, os tipos mais comuns são a concavidade e a 
convexidade. 
 
Forma real côncava 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 53 
 Forma real convexa 
 
A tolerância de planeza corresponde à distância t entre dois planos ideais imaginários, 
entre os quais deve encontrar-se a superfície real da peça. 
 
 
 
No desenho anterior, o espaço situado entre os dois planos paralelos é o campo de 
tolerância. 
 
Nos desenhos técnicos, a indicação da tolerância de planeza vem sempre precedida do 
seguinte símbolo: . 
 
 
Um outro tipo de tolerância de forma de superfície é a tolerância de cilindricidade. 
 
Quando uma peça é cilíndrica, a forma real da peça fabricada deve estar situada entre as 
superfícies de dois cilindros que têm o mesmo eixo e raios diferentes. 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 54 
 
 
No desenho acima, o espaço entre as superfícies dos cilindros imaginários representa o 
campo de tolerância. A indicação da tolerância de cilindricidade, nos desenhos técnicos, vem 
precedida do seguinte símbolo: 
 
 
 
Finalmente, a superfície de uma peça pode apresentar uma forma qualquer. A tolerância de 
forma de uma superfície qualquer é definida por uma esfera de diâmetro t, cujo centro 
movimenta-se por uma superfície que tem a forma geométrica ideal. O campo de tolerância é 
limitado por duas superfícies tangentes à esfera t, como mostra o desenho a seguir. 
 
 
A tolerância de forma de uma superfície qualquer vem 
precedida, nos desenhos técnicos, pelo símbolo: . 
 
Resolva um exercício, antes de prosseguir. 
 
 
Até aqui você ficou conhecendo os símbolos indicativos de tolerâncias de forma de 
superfícies. Mas, em certos casos, é necessário indicar as tolerâncias de forma de linhas. 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 55 
 
São três os tipos de tolerâncias de forma de linhas: retilineidade, circularidade e linha 
qualquer. 
 
A tolerância de retilineidade de uma linha ou eixo depende da forma da peça à qual a linha 
pertence. 
 
Quando a peça tem forma cilíndrica, é importante determinar a tolerância de retilineidade em 
relação ao eixo da parte cilíndrica. Nesses casos, a tolerância de retilineidade é determinada 
por um cilindro imaginário de diâmetro t , cujo centro coincide com o eixo da peça. 
 
 
 
Nos desenhos técnicos, a tolerância de retilineidade de linha é indicada pelo símbolo: , 
como mostra o desenho abaixo. 
 
 
 
Quando a peça tem a forma cilíndrica, o campo de tolerância de retilineidade também tem a 
forma cilíndrica. Quando a peça tem forma prismática com seção retangular, o campo de 
tolerância de retilineidade fica definido por um paralelepípedo imaginário, cuja base é 
formada pelos lados t1 e t2. 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 56 
No caso das peças prismáticas a indicação de tolerância de retilineidade também é feita pelo 
símbolo: que antecede o valor numérico da tolerância. 
 
 
Em peças com forma de disco, cilindro ou cone pode ser necessário determinar a tolerânciade circularidade. 
 
A tolerância de circularidade é determinada por duas circunferências que têm o mesmo 
centro e raios diferentes. O centro dessas circunferências é um ponto situado no eixo da 
peça. 
 
O campo de tolerância de circularidade corresponde ao espaço t entre as duas 
circunferências, dentro do qual deve estar compreendido o contorno de cada seção da 
peça. 
 
 
 
Nos desenhos técnicos, a indicação da tolerância de circularidade vem precedida do 
símbolo: 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 57 
 
 
Finalmente, há casos em que é necessário determinar a tolerância de forma de uma linha 
qualquer. A tolerância de um perfil ou contorno qualquer é determinada por duas linhas 
envolvendo uma circunferência de diâmetro t cujo centro se desloca por uma linha que tem o 
perfil geométrico desejado. 
 
 
 
Note que o contorno de cada seção do perfil deve estar compreendido entre duas linha 
paralelas, tangentes à circunferência. 
A indicação da tolerância de forma de uma linha qualquer vem precedida do símbolo: . 
 
 
 
Cuidado para não confundir os símbolos! No final desta aula, você encontrará um quadro 
com o resumo de todos os símbolos usados em tolerâncias geométricas. Estude-o com 
atenção e procure memorizar todos os símbolos aprendidos. 
 
Tolerâncias de orientação 
 
Quando dois ou mais elementos são associados pode ser necessário determinar a 
orientação precisa de um em relação ao outro para assegurar o bom funcionamento do 
conjunto. 
Veja um exemplo. 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 58 
 
 
O desenho técnico da esquerda mostra que o eixo deve ser perpendicular ao furo. Observe, 
no desenho da direita, como um erro de perpendicularidade na execução do furo afeta de 
modo inaceitável a funcionalidade do conjunto. Daí a necessidade de se determinarem, em 
alguns casos, as tolerâncias de orientação. Na determinação das tolerâncias de orientação 
geralmente um elemento é escolhido como referência para indicação das tolerâncias dos 
demais elementos. 
 
O elemento tomado como referência pode ser uma linha, como por exemplo, o eixo de uma 
peça. Pode ser, ainda, um plano, como por exemplo, uma determinada face da peça. E pode 
ser até mesmo um ponto de referência, como por exemplo, o centro de um furo. O elemento 
tolerado também pode ser uma linha, uma superfície ou um ponto. 
As tolerâncias de orientação podem ser de: paralelismo, perpendicularidade e inclinação. 
 
Tolerância de paralelismo 
Observe o desenho técnico abaixo. 
 
Nesta peça, o eixo do furo superior deve ficar paralelo ao eixo do furo inferior, tomado como 
referência. O eixo do furo superior deve estar compreendido dentro de uma zona cilíndrica 
de diâmetro t, paralela ao eixo do furo inferior, que constitui a reta de referência. 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 59 
 
 
Na peça do exemplo anterior, o elemento tolerado foi uma linha reta: o eixo do furo superior. 
O elemento tomado como referência também foi uma linha: o eixo do furo inferior. Mas, há 
casos em que a tolerância de paralelismo de um eixo é determinada tomando-se como 
referência uma superfície plana. 
 
Qualquer que seja o elemento tolerado e o elemento de referência, a indicação de 
tolerância de paralelismo, nos desenhos técnicos, vem sempre precedida do símbolo: . 
 
Tolerância de perpendicularidade 
 
Observe o desenho abaixo. 
 
 
 
Nesta peça, o eixo do furo vertical B deve ficar perpendicular ao eixo do furo horizontal C. 
Portanto, é necessário determinar a tolerância de perpendicularidade de um eixo em 
relação ao outro. 
 
Tomando como reta de referência o eixo do furo C, o campo de tolerância do eixo do furo B 
fica limitado por dois planos paralelos, distantes entre si uma distância t e perpendiculares à 
reta de referência. 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 60 
 
 
Dependendo da forma da peça, pode ser mais conveniente indicar a tolerância de 
perpendicularidade de uma linha em relação a um plano de referência. 
 
Nos desenhos técnicos, a indicação das tolerâncias de perpendicularidade vem precedida do 
seguinte símbolo: . 
 
Tolerância de inclinação 
 
O furo da peça representada a seguir deve ficar inclinado em relação à base. 
 
 
 
Para que o furo apresente a inclinação correta é necessário determinar a tolerância de 
inclinação do eixo do furo. O elemento de referência para determinação da tolerância, neste 
caso, é o plano da base da peça. O campo de tolerância é limitado por duas retas paralelas, 
distantes entre si uma distância t, que formam com a base o ângulo de inclinação 
especificado . 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 61 
 
Em vez de uma linha, como no exemplo anterior, o elemento tolerado pode ser uma 
superfície. 
 
Nos desenhos técnicos, a indicação de tolerância de inclinação vem precedida do símbolo: 
 . 
 
Tolerância de posição 
 
Quando tomamos como referência a posição, três tipos de tolerância devem ser 
considerados: de localização; de concentricidade e de simetria. 
 
Saiba como identificar cada um desses tipos de tolerância acompanhando com atenção as 
próximas explicações. 
 
Tolerância de localização 
 
Quando a localização exata de um elemento, como por exemplo: uma linha, um eixo ou 
uma superfície, é essencial para o funcionamento da peça, sua tolerância de localização 
deve ser determinada. Observe a placa com furo, a seguir. 
 
 
 
Como a localização do furo é importante, o eixo do furo deve ser tolerado. O campo de 
tolerância do eixo do furo é limitado por um cilindro de diâmetro t. O centro deste cilindro 
coincide com a localização ideal do eixo do elemento tolerado. 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 62 
 
 
A indicação da tolerância de localização, nos desenhos técnicos, é antecedida pelo 
símbolo: . 
 
Tolerância de concentricidade ou coaxialidade 
 
Quando duas ou mais figuras geométricas planas regulares têm o mesmo centro, dizemos 
que elas são concêntricas. Quando dois ou mais sólidos de revolução têm o eixo comum, 
dizemos que eles são coaxiais. Em diversas peças, a concentricidade ou a coaxialidade de 
partes ou de elementos, é condição necessária para seu funcionamento adequado. Mas, 
determinados desvios, dentro de limites estabelecidos, não chegam a prejudicar a 
funcionalidade da peça. Daí a necessidade de serem indicadas as tolerâncias de 
concentricidade ou de coaxialidade. Veja a peça abaixo, por exemplo: 
 
 
 
Essa peça é composta por duas partes de diâmetros diferentes. Mas, os dois cilindros que 
formam a peça são coaxiais, pois têm o mesmo eixo. O campo de tolerância de 
coaxialidade dos eixos da peça fica determinado por um cilindro de diâmetro t cujo eixo 
coincide com o eixo ideal da peça projetada. 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 63 
 
A tolerância de concentricidade é identificada, nos desenhos técnicos, pelo símbolo: . 
 
Tolerância de simetria 
 
Em peças simétricas é necessário especificar a tolerância de simetria. Observe a peça a 
seguir, representada em perspectiva e em vista única: 
 
 
 
Preste atenção ao plano que divide a peça em duas partes simétricas. Na vista frontal, a 
simetria vem indicada pela linha de simetria que coincide com o eixo da peça. Para 
determinar a tolerância de simetria, tomamos como elemento de referência o plano médio 
ou eixo da peça. O campo de tolerância é limitado por dois planos paralelos, equidistantes 
do plano médio de referência, e que guardam entre si uma distância t. É o que mostra o 
próximo desenho. 
 
 
 
Nos desenhos técnicos, a indicação de tolerância de simetria vem precedida pelo símbolo: 
 
 
Tolerância de batimento 
 
Quando um elemento dá uma volta completa em torno de seu eixo de rotação, ele pode 
sofrer oscilação, isto é, deslocamentos em relação ao eixo. Dependendo da função do 
elemento, esta oscilação tem de ser controlada para não comprometer a funcionalidade da 
peça. Por isso, é necessário que sejam determinadasas tolerâncias de batimento, que 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 64 
delimitam a oscilação aceitável do elemento. As tolerâncias de batimento podem ser de dois 
tipos: axial e radial. 
 
Axial, você já sabe, refere-se a eixo. Batimento axial quer dizer balanço no sentido do eixo. 
O campo de tolerância, no batimento axial, fica delimitado por dois planos paralelos entre si, 
a uma distância t e que são perpendiculares ao eixo de rotação. 
 
 
 
O batimento radial, por outro lado, é verificado em relação ao raio do elemento, quando o 
eixo der uma volta completa. O campo de tolerância, no batimento radial é delimitado por um 
plano perpendicular ao eixo de giro que define dois círculos concêntricos, de raios diferentes. 
A diferença t dos raios corresponde à tolerância radial. 
 
 
 
As tolerâncias de balanço são indicadas, nos desenhos técnicos, 
precedidas do símbolo: 
 
 
 
 
Indicações de tolerâncias geométricas em desenhos técnicos 
 
Nos desenhos técnicos, as tolerâncias de forma, de orientação, de posição e de batimento 
são inscritas em quadros retangulares divididos em duas ou três partes, como mostra o 
desenho abaixo: 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 65 
 
 
Observe que o quadro de tolerância aparece ligado ao elemento que se deseja verificar por 
uma linha de marcação terminada em seta. 
 
Veja, no detalhe do desenho, reproduzido a seguir, que a seta termina no contorno ou numa 
linha de prolongamento se a tolerância é aplicada numa superfície, como neste exemplo. 
 
 
 
Mas, quando a tolerância é aplicada a um eixo, ou ao plano 
médio da peça, a indicação é feita na linha auxiliar, no 
prolongamento da linha de cota, ou diretamente sobre o eixo 
tolerado. Veja, no desenho ao lado, essas duas formas de 
indicação. 
 
 
Os elementos de referência são indicados por uma linha que termina por um triângulo cheio. 
A base deste triângulo é apoiada sobre o contorno do elemento ou sobre o prolongamento do 
contorno do elemento. 
 
 
 
No exemplo acima, o elemento de referência é uma superfície. Mas, o elemento de 
referência pode ser, também, um eixo ou um plano médio da peça. Quando o elemento de 
referência é um eixo ou um plano médio, a base do triângulo se apoia sobre a linha auxiliar, 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 66 
no prolongamento da linha de cota ou diretamente sobre o eixo ou plano médio de 
referência. 
 
 
 
Agora, vamos analisar o conteúdo do quadro dividido em duas partes. No primeiro 
quadrinho, da esquerda para a direita, vem sempre indicado o tipo de tolerância. No 
quadrinho seguinte, vem indicado o valor da tolerância, em milímetros: 
 
 
 
No exemplo acima, o símbolo: indica que se trata de tolerância de retilineidade de linha. 
O valor 0,1 indica que a tolerância de retilineidade, neste caso, é de um décimo de milímetro. 
 
 
 
 
 
Às vezes, o valor da tolerância vem precedido do símbolo indicativo de diâmetro: como no 
próximo exemplo. 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 67 
Aqui temos um caso de tolerância de forma: o símbolo indica tolerância de retilineidade 
de linha. Observe o símbolo antes do valor da tolerância 0,03. Quando o valor da 
tolerância vem após o símbolo isto quer dizer que o campo de tolerância correspondente 
pode ter a forma circular ou cilíndrica. 
 
Quando a tolerância deve ser verificada em relação a determinada extensão da peça, esta 
informação vem indicada no segundo quadrinho, separada do valor da tolerância por uma 
barra inclinada (/) . Veja, no próximo desenho: 
 
 
 
A tolerância aplicada nesta peça é de retilineidade de linha. O valor da tolerância é de 0,1, ou 
seja, um décimo de milímetro. O número 100, após o valor da tolerância, indica que sobre 
uma extensão de 100 mm, tomada em qualquer parte do comprimento da peça, o eixo real 
deve ficar entre duas retas paralelas, distantes entre si 0,1 mm. 
 
Os casos estudados até agora apresentavam o quadro de tolerância dividido em duas partes. 
Agora você vai aprender a interpretar a terceira parte do quadro: 
 
 
 
A letra identifica o elemento de referência, que, neste exemplo, é o eixo do furo 
horizontal. Esta mesma letra A aparece no terceiro quadrinho, para deixar clara a 
associação entre o elemento tolerado e o elemento de referência. O símbolo no 
quadrinho da esquerda, refere-se à tolerância de perpendicularidade. Isso significa que, 
nesta peça, o furo vertical, que é o elemento tolerado, deve ser perpendicular ao furo 
horizontal. O quadrinho é ligado ao elemento a que se refere pela linha que termina em 
um triângulo cheio. O valor da tolerância é de 0,05 mm. 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 68 
Nem sempre, porém, o elemento de referência vem identificado pela letra maiúscula. Às 
vezes, é mais conveniente ligar diretamente o elemento tolerado ao elemento de referência. 
Veja. 
 
 
 
O símbolo indica que se trata de tolerância de paralelismo. O valor da tolerância é de 0,01 
mm. O triângulo cheio, apoiado no contorno do bloco, indica que a base da peça está sendo 
tomada como elemento de referência. O elemento tolerado é o eixo do furo horizontal, 
paralelo ao plano da base da peça. 
 
Acompanhe a interpretação de mais um exemplo de desenho técnico com aplicação de 
tolerância geométrica. 
 
 
 
Aqui, o elemento tolerado é o furo. O símbolo indica que se trata de tolerância de 
localização. O valor da tolerância é de 0,06 mm. O símbolo antes do valor da tolerância 
indica que o campo de tolerância tem a forma cilíndrica. As cotas e são cotas de 
referência para localização do furo. As cotas de referência sempre vêm inscritas em 
retângulos. 
 
Finalmente, observe dois exemplos de aplicação de tolerância de batimento: 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 69 
 
 
No desenho da esquerda temos uma indicação de batimento axial. Em uma volta completa 
em torno do eixo de referência A, o batimento da superfície tolerada não pode se deslocar 
fora de duas retas paralelas, distantes entre si de 0,1 mm e perpendiculares ao eixo da peça. 
No desenho da direita o batimento é radial em relação a dois elementos de referência: A e B. 
Isto quer dizer que durante uma volta completa em torno do eixo definido por A e B, a 
oscilação da parte tolerada não pode ser maior que 0,1 mm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 70 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 71 
 
 
 
Estado de superfície 
 
 
 
O desenho técnico, além de mostrar s formas e as dimensões das peças, precisa conter 
outras informações para representá-las fielmente. Uma dessas informações é a indicação 
dos estados das superfícies das peças. 
 
Acabamento 
 
Acabamento é o grau de rugosidade observado na superfície da peça. As superfícies 
apresentam-se sob diversos aspectos, a saber: em bruto, desbastadas, alisadas e polidas. 
 
Superfície em bruto é aquela que não é usinada, mas limpa com a eliminação de rebarbas 
e saliências. 
 
 
 
 
 
Superfície desbastada é aquela em que os sulcos deixados pela ferramenta são bastante 
visíveis, ou seja, a rugosidade é facilmente percebida. 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 72 
 
 
Superfície alisada é aquela em que os sulcos deixados pela ferramenta são pouco visíveis, 
sendo a rugosidade pouco percebida. 
 
 
 
Superfície polida é aquela em que os sulcos deixados pela ferramenta são imperceptíveis, 
sendo a rugosidade detectada somente por meio de aparelhos. 
 
 
Os graus de acabamento das superfícies são representados pelos símbolos indicativos de 
rugosidade da superfície, normalizados pela norma NBR 8404 da ABNT, baseada na norma 
ISO 1302. 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 73 
Os graus de acabamento são obtidos por diversos processos de trabalho e dependem das 
modalidades de operações e das características dos materiais adotados. 
 
Rugosidade 
Com a evolução tecnológica houve a necessidade de se aprimorarem as indicações dosgraus de acabamento de superfícies. Com a criação de aparelhos capazes de medir a 
rugosidade superficial em m (micrometro: 1 m = 0,001mm), as indicações dos 
acabamentos de superfícies passaram a ser representadas por classes de rugosidade. 
 
Rugosidade são erros microgeométricos existentes nas superfícies das peças. 
 
 
 
A norma da ABNT NBR 8404 normaliza a indicação do estado de superfície em desenho 
técnico por meio de símbolos. 
 
 
Símbolo sem indicação de rugosidade 
 
Símbolo Significado 
 
Símbolo básico. Só pode ser usado quando seu significado for 
complementado por uma indicação. 
 
Caracterização de uma superfície usinada sem maiores detalhes. 
 
Caracteriza uma superfície na qual a remoção de material não é 
permitida e indica que a superfície deve permanecer no estado 
resultante de um processo de fabricação anterior, mesmo se esta 
tiver sido obtida por usinagem ou outro processo qualquer. 
 
 
Símbolos com indicação da característica principal da rugosidade de Ra 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 74 
 
Símbolo 
A remoção do material 
Significado 
é facultativa é exigida não é permitida 
 
Superfície com uma 
rugosidade de um valor 
máximo: 
Ra = 3,2 m 
 
Superfície com uma 
rugosidade de um 
valor: 
máximo: Ra = 6,3 m 
mínimo: Ra = 1,6 m 
 
 
Símbolos com indicações complementares 
 
Estes símbolos podem ser combinados entre si ou com os símbolos apropriados. 
 
Símbolo Significado 
 
Processo de fabricação: fresar 
 
Comprimento de amostragem: 2,5mm 
 
Direção das estrias: perpendicular ao plano 
de projeção da vista 
 
Sobremetal para usinagem: 2mm 
 
Indicação (entre parênteses) de um outro 
parâmetro de rugosidade diferent4e de Ra, 
por exemplo Rt = 0,4 m. 
 
Símbolos para direção de estrias 
Quando houver necessidade de definir a direção das estrias, isto é, a direção predominante 
das irregularidades da superfície, deve ser utilizado um símbolo adicional ao símbolo do 
estado de superfície. 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 75 
A tabela abaixo caracteriza as direções das estrias e os símbolos correspondentes. 
 
Símbolos para direção das estrias 
Símbolo Interpretação 
 
Paralela ao plano de projeção da vista 
sobre o qual o símbolo é aplicado. 
 
 
Perpendicular ao plano de projeção da 
vista sobre o qual o símbolo é aplicado. 
 
 
Cruzadas em duas direções oblíquas em 
relação ao plano de projeção da vista 
sobre o qual o símbolo é aplicado. 
 
 
Muitas direções. 
 
 
Aproximadamente central em relação ao 
ponto médio da superfície ao qual o 
símbolo é referido. 
 
 
Aproximadamente radial em relação ao 
ponto médio da superfície ao qual o 
símbolo é referido. 
 
 
A ABNT adota o desvio médio aritmético (Ra) para determinar os valores da rugosidade, que 
são representados por classes de rugosidade N1 a N12, correspondendo cada classe a 
valor máximo em m, como se observa na tabela seguinte. 
Tabela característica de rugosidade Ra 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 76 
 
Classe de rugosidade Desvio médio aritmético (Ra) 
N12 
N11 
50 
25 
N10 12,5 
N9 6,3 
N8 3,2 
N7 1,6 
N6 0,8 
N5 0,4 
N4 0,2 
N3 0,1 
N2 0,05 
N1 0,025 
 
Exemplos de aplicação 
 
 
 
Interpretação do exemplo a: 
1 é o número da peça. 
, ao lado do número da peça, representa o acabamento geral, com retirada de 
material, válido para todas as superfícies. 
 
N8 indica que a rugosidade máxima permitida no acabamento é de 3,2 m (0,0032mm). 
 
Interpretação do exemplo b: 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 77 
2 é o número da peça. 
: o acabamento geral não deve ser indicado nas superfícies. 
 
O símbolo significa que a peça deve manter-se sem a retirada de material. 
 
 e dentro dos parênteses devem ser indicados nas respectivas superfícies. 
 
N6 corresponde a um desvio aritmético máximo de 0,8 m (0,0008mm) e N9 corresponde a 
um desvio aritmético máximo de 6,3 m (0,0063mm). 
 
Os símbolos e inscrições devem estar orientados de maneira que possam ser lidos tanto 
com o desenho na posição normal, como pelo lado direito. 
 
Se necessário, o símbolo pode ser interligado por meio de uma linha de indicação. 
 
 
 
O símbolo deve ser indicado uma vez para cada superfície e, se possível, na vista que leva 
a cota ou representa a superfície. 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 78 
Qualidade da superfície de acabamento 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 79 
Informações complementares 
 
 
 
Interpretação: 
4 é o número da peça. 
, ao lado do número da peça, representa o acabamento geral, válido para todas as 
superfícies sem indicação. 
 
N11 indica que a rugosidade máxima permitida no acabamento é de 25 m (0,025mm) 
, representado dentro dos parênteses e nas superfícies que deverão ser usinadas, 
indica rugosidade máxima permitida de 6,3 m (0,0063mm). 
indica superfície usinada com rugosidade máxima permitida de 0,4 m (0,0004mm). 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 80 
O símbolo dentro dos parênteses representa, de forma simplificada, todos os símbolos de 
rugosidade indicados nas projeções: 
 
 
 
Disposição das indicações do estado de superfície no símbolo 
 
 
 
 
 
 
Recartilhar 
 
Recartilhar é uma operação mecânica executada por uma ferramenta chamada recartilha. 
Essa ferramenta tem uma ou duas roldanas com dentes de aço temperado, que penetram 
por meio de pressão na superfície do material e formam sulcos paralelos ou cruzados. 
 
O recartilhamento permite, assim, melhor aderência manual e evita o deslizamento da mão 
no manuseio de peças ou ferramentas, como punção, parafusos de aperto, etc. 
 
Tipos de recartilhado 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 81 
 
 
As extremidades recartilhadas são sempre chanfradas a 45°. 
 
Quando a superfície é muito grande, recomenda-se representar apenas uma parte 
recartilhada. 
 
Como o tipo de recartilhado já aparece no desenho, indica-se apenas o passo. 
 
 
 
 
Tratamento 
 
Tratamento é o processo que altera propriedades do material da peça: dureza, 
maleabilidade, etc. Há ainda os tratamentos apenas superficiais: pintar, oxidar, etc. 
Veja as indicações no desenho: 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 82 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 83 
 
 
 
Cotagem 
 
 
 
Cotagem é a indicação das medidas da peça em seu desenho. Para a cotagem de um 
desenho são necessários três elementos: 
 
 
 
Linhas de cota são linhas contínuas estreitas, com setas nas extremidades; nessas linhas 
são colocadas as cotas que indicam as medidas da peça. 
 
 
 
A linha auxiliar é uma linha contínua estreita que limita as linhas de cota. 
 
 
 
Cotas são numerais que indicam as medidas básicas da peça e as medidas de seus 
elementos. As medidas básicas são: comprimento, largura e altura. 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 84 
 
50 = comprimento 
25 = largura 
15= altura 
 
 
 
Cuidados na cotagem 
 
Ao cotar um desenho é necessário observar o seguinte: 
 
Seta 
 
 
 
 
errada 
errada 
errada 
certa 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 85 
 
 
As cotas guardam uma pequena distância acima das linhas de cota. As linhas auxiliares 
também guardam uma pequena distância das vistas do desenho técnico. 
 
Em desenho mecânico, normalmente a unidade de medida usada é o milímetro (mm), e é 
dispensada a colocação do símbolo junto à cota. Quando se emprega outra distinta do 
milímetro (por exemplo, a polegada), coloca-se seu símbolo. 
 
 
 
Observação 
As cotas devem ser colocadas de modo que o desenho seja lido da esquerda para direita e 
de baixo para cima, paralelamente à dimensão cotada. 
 
Sempre que possível é bom evitar colocar cotas em linhas tracejadas. 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 86 
 
Cotas que indicam tamanho e cotas que indicam localização de elementos 
 
Exemplo de peças com elementos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Furo SaliênciaRasgo passante Rasgo não passante 
 
Para fabricar peças como essas é necessário interpretar, além das cotas básicas, as cotas 
dos elementos. 
 
 
 
 
 
 
A cota 9 indica a localização do furo em relação à altura da peça. A cota 12 indica a 
localização do furo em relação ao comprimento da peça. As cotas 10 e 16 indicam o 
tamanho do furo. 
 
Cotagem de peças simétricas 
 
A utilização de linha de simetria em peças simétricas facilita e simplifica a cotagem, 
conforme os exemplos abaixo. 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 87 
 
Sem linha de simetria 
 
 
Com linha de simetria 
 
 
Seqüência de cotagem 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 88 
1o passo 
 
 
 
 
 
 
2o passo 
 
 
 
 
 
 
3o passo 
 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 89 
4o passo 
 
 
 
 
 
 
Cotagem de diâmetro 
 
 
 
Cotagem de raios 
 
 
 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 90 
Quando a linha de cota está na posição inclinada, a cota acompanha a inclinação para 
facilitar a leitura. 
 
 
 
Porém, é preciso evitar a disposição das linhas de cota entre os setores hachurados e 
inclinados de cerca de 30º. 
 
 
Cotagem de elementos esféricos 
 
Elementos esféricos são elementos em forma de esfera. 
 
A cotagem dos elementos esféricos é feita pela medida de seus diâmetros ou de seus raios. 
 
ESF = Esférico 
Ø = Diâmetro 
R = Raio 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 91 
Cotagem de elementos angulares 
 
Existem peças que têm elementos angulares. Elementos angulares são formados por 
ângulos. 
 
 
 
O ângulo é medido com o goniômetro pela sua abertura em graus. 
 
O goniômetro é conhecido como transferidor. 
 
A cotagem da abertura do elemento angular é feita em linha de cota curva, cujo centro é 
vértice do ângulo cotado. 
 
 
 
Uso de goniômetro (transferidor) 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 92 
 
 
 
 
Cotagem de ângulos em peças cilíndricas 
 
 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 93 
 
Cotagem de chanfros 
 
Chanfro é a superfície oblíqua obtida pelo corte da aresta de duas superfície que se 
encontram. 
 
 
 
Existem duas maneiras pelas quais os chanfros aparecem cotados: por meio de cotas 
lineares e por meio de cotas lineares e angulares. 
 
As cotas lineares indicam medidas de comprimento, largura e altura. 
 
As cotas angulares indicam medidas de abertura de ângulos. 
 
 
Cotas lineares 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 94 
 
Cotas lineares e cotas angulares 
 
Em peças planas ou cilíndricas, quando o chanfro está a 45º é possível simplificar a 
cotagem. 
 
 
 
 
 
 
 
Cotagem em espaços reduzidos 
 
Para cotar em espaços reduzidos, é necessário colocar as cotas conforme os desenhos 
abaixo. Quando não houver lugar para setas, estas substituídas por pequenos traços 
oblíquos. 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 95 
Cotagem por faces de referência 
 
Na cotagem por faces de referência as medidas da peça são indicadas a partir das faces. 
 
 
 
 
Cotagem em paralelo Cotagem aditiva 
 
A cotagem por faces de referência ou por elementos de referência pode ser executada como 
cotagem em paralelo ou cotagem aditiva. 
 
A cotagem aditiva é uma simplificação da cotagem em paralelo e pode ser utilizada onde há 
limitação de espaço, desde que não haja problema de interpretação. 
 
A cotagem aditiva em duas direções pode ser utilizada quando for vantajoso. 
 
 
 
Cotagem aditiva em duas direções 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 96 
 
 
 
Cotagem por coordenadas 
 
A cotagem aditiva em duas direções pode ser simplificada por cotagem por coordenadas. A 
peça fica relacionada a dois eixos. 
 
Fica mais prática indicar as cotas em uma tabela ao invés de indicá-la diretamente sobre a 
peça. 
 
 
 X Y ø 
1 8 8 4 
2 8 38 4 
3 22 15 5 
4 22 30 3 
5 35 23 6 
6 52 8 4 
7 52 38 4 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 97 
 
Cotagem por linhas básicas 
 
Na cotagem por linha básica as medidas da peça são indicadas a partir de linhas. 
 
 
 
 
Cotagem de furos espaçados igualmente 
 
Existem peças com furos que têm a mesma distância entre seus centros, isto é, furos 
espaçados igualmente. 
 
A cotagem da distâncias entre centros de furos pode ser feita por cotas lineares e por cotas 
angulares. 
 
 
 
 
 
 
 
 Cotagem linear 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 98 
 
 
 
 Cotagem linear e angular 
 
Quando não causarem dúvidas, o desenho e a cotagem podem ser simplificados. 
 
 
Desenho e cotagem simplificados 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 99 
Desenho e cotagem simplificados 
Indicações especiais 
Cotagem de cordas, arcos e ângulos 
 
As cotas de cordas, arcos e ângulos devem ser indicadas como nos exemplos abaixo. 
 
 
 
Raio definido por outras cotas. 
O raio deve ser indicado com o símbolo R sem cota quando o seu tamanho for definido por 
outras cotas. 
 
 
 
Cotas fora de escala 
As cotas fora de escala nas linhas de cota sem interrupção devem ser sublinhadas com 
linhas reta com a mesma largura da linha do algarismo. 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 100 
Cotagem de uma área ou comprimento limitado de uma superfície, para indicar uma 
situação especial 
 
A área ou o comprimento e sua localização são indicados por meio de linha traço e ponto, 
desenhada adjacente à face corresponde. 
 
 
 
 
 
 
Cotagem de peças com faces ou elementos inclinados 
 
Existem peças que têm faces ou elementos inclinados. 
 
 
 
Nos desenhos técnicos de peças com faces ou elementos inclinados, a relação de 
inclinação deve estar indicada. 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 101 
A relação de inclinação 1:10 indica que cada 10 milímetros do comprimento da peça, 
diminui-se um milímetro da altura. 
 
Com a relação de inclinação vem indicada do desenho técnico, não é necessário que a 
outra cota de altura da peça apareça. 
 
Outros exemplos a seguir. 
 
 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 102 
Cotagem de peças cônicas ou com elementos cônicos 
 
Existem peças cônicas ou com elemento cônicos. 
 
 
 
Nos desenhos técnicos de peças como 
estas, a relação de conicidade deve estar 
indicada. 
 
A relação de conicidade 1:20 indica que a 
cada 20 milímetros do comprimento da 
peça, diminui-se um milímetro do 
diâmetro. 
 
 
 
 
Outros exemplos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 103 
 
 
Escalas 
 
 
 
Escala é a relação entre as medidas da peça e do desenho. 
A escala é necessário porque nem sempre os desenhos industriais são do mesmo tamanho 
das peças a serem produzidas. 
Assim, quando se trata de uma peça muito grande, o desenho é feito em tamanho menor 
com redução igual em todas as suas medidas. 
Quando se trata de uma peça muito pequena, o desenho é feito em tamanho maior com 
ampliação igual em todas as suas medidas. 
 
Escalas usuais 
Natural .................. 1:1 (um por um) 
Redução ................ 1:2 - 1:5 - 1:10 - 1:20 - etc. 
Ampliação ............. 2:1 - 5:1 - 10:1 - 20: 1 - etc. 
 
Exemplos: 
Desenho de um punção de bico em tamanho natural. 
 
 
 
Desenho de um rodeiro de vagão, vinte vezes menor que o seu tamanho verdadeiro. 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 104 
Desenho de uma agulha de injeção, duas vezes maior que o seu tamanho verdadeiro. 
 
 
 
Observação 
A redução ou a ampliação só tem efeito para o traçado do desenho. As cotas não sofrem 
alteração. 
 
Escala de medidas angulares 
Em medidas angulares não existe a redução ou ampliação, seja qual for a escala utilizada. 
 
 
 
Observação: Os ângulos das peças permanecem sempre com as mesmas aberturas. 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 105 
 
 
 
Cortes 
 
 
 
Introdução 
 
Qualquer pessoa que já tenha visto um registro de gaveta, como o que é mostrado a seguir, 
sabe que se trata de uma peça complexa, com muitos elementos internos. 
 
 
 
Se fôssemos representar oregistro de gaveta em vista frontal, com os recursos que 
conhecemos até agora (linha contínua larga para arestas e contornos visíveis e linha 
tracejada estreita para arestas e contornos não visíveis), a interpretação ficaria bastante 
prejudicada, como mostra o desenho a seguir. 
 
 
Analise novamente as duas figuras anteriores. Pela foto, você forma uma idéia do aspecto 
exterior do objeto. Já a vista frontal mostra também o interior do objeto, por meio da linha 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 106 
tracejada estreita. Porém, com tantas linhas tracejadas se cruzando, fica difícil interpretar 
esta vista ortográfica. 
 
Para representar um conjunto complexo como esse, com muitos elementos internos, o 
desenhista utiliza recursos que permitem mostrar seu interior com clareza. 
As representações em corte são normalizadas pela ABNT, por meio da norma NBR 10.067 
/1987. 
 
 
Corte 
 
Cortar quer dizer dividir, secionar, separar partes de um todo. Corte é um recurso utilizado em 
diversas áreas do ensino, para facilitar o estudo do interior dos objetos. Veja alguns 
exemplos usados em Ciências. 
 
 
 
Sem tais cortes, não seria possível analisar os detalhes internos dos objetos mostrados. 
Em Mecânica, também se utilizam modelos representados em corte para facilitar o estudo de 
sua estrutura interna e de seu funcionamento. 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 107 
 
 
Mas, nem sempre é possível aplicar cortes reais nos objetos, para seu estudo. 
 
Em certos casos, você deve apenas imaginar que os cortes foram feitos. É o que acontece 
em desenho técnico mecânico. Compare as representações a seguir. 
 
 
 
Mesmo sem saber interpretar a vista frontal em corte, você deve concordar que a forma de 
representação da direita é mais simples e clara do que a outra. Fica mais fácil analisar o 
desenho em corte porque nesta forma de representação usamos a linha para arestas e 
contornos visíveis em vez da linha para arestas e contornos não visíveis. 
 
Na indústria, a representação em corte só é utilizada quando a complexidade dos detalhes 
internos da peça torna difícil sua compreensão por meio da representação normal, como 
você viu no caso do registro de gaveta. 
 
Mas, para que você entenda bem o assunto, utilizaremos modelos mais simples que, na 
verdade, nem precisariam ser representados em corte. 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 108 
Veja o exemplo: 
 
 
 
 
Hachuras 
 
Na projeção em corte, a superfície imaginaria cortada é preenchida com hachuras. 
 
 
 
Hachuras são linhas estreitas que, além de representarem a superfície imaginada cortada, 
mostram também os tipos de materiais. 
 
 
 
O hachurado é traçado com inclinação de 45 graus. 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 109 
 
 
Para desenhar uma projeção em corte, é necessário indicar antes onde a peça será 
imaginada cortada. 
 
Essa indicação é feita por meio de setas e letras que mostram a posição do observador. 
 
 
 
 
 
 
 
Corte na vista frontal (longitudinal) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Corte na vista superior (horizontal) 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 110 
 
 
 
 
 
 
 
 
Corte na vista lateral esquerda (transversal) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observações: 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 111 
 A expressão Corte AA é colocada embaixo da vista hachurada. 
 As vistas não atingidas pelo corte permanecem com todas as linhas. 
 Na vista hachuradas, as tracejadas podem ser omitidas, desde que isso não dificulte a 
leitura do desenho. 
 
Mais de um corte no desenho técnico 
 
Até aqui foi vista a representação de um só corte na mesma peça. Mas, às vezes, um só 
corte não mostra todos os elementos internos da peça. Nesses casos é necessário 
representar mais de um corte na mesma peça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo de desenho em corte cotado 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 112 
 
 
 
Meio-corte 
 
O meio-corte é empregado no desenho de peças simétricas no qual aparece somente meia-
vista em corte. O meio-corte apresenta a vantagem de indicar, em uma só vista, as partes 
internas e externa da peça. 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 113 
 
 
Em peças com a linha de simetria vertical, o meio-corte é representado à direita da linha de 
simetria, de acordo com a NBR 10067. 
 
Na projeção da peça com aplicação de meio-corte, as linhas tracejadas devem ser omitidas 
na parte não-cortada. 
 
 
 
Meio-corte em vista única 
 
Em peças com linha de simetria horizontal, o meio-corte é representado na parte inferior da 
linha de simetria. 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 114 
 
 
 
 
 
Duas representações em meio-corte no mesmo desenho 
 
 
 
 
 
 
Representação simplificada de vistas de peças simétricas 
 
Nem sempre é necessário desenhar as peças simétricas de modo completo. A peça é 
representada por uma parte do todo, e as linhas de simetria são identificadas com dois 
traços curtos paralelos perpendicularmente às suas extremidades. 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 115 
 
 
 
 
 
 
Outro processo consiste em traçar as linhas da peça um pouco além da linha de simetria. 
 
 
 
 
 
Meia-vista 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 116 
 
Para economia de espaço, desenha-se apenas a metade da vista simétrica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Corte composto 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 117 
 
Corte passando por furos cilíndricos e por furo retangular 
 
 
 
Corte parcial 
 
É o corte usado quando é necessário mostrar apenas determinados detalhes internos na 
projeção. Para limitar a parte cortada, usa-se a linha de ruptura (sinuosa estreita). 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 118 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 119 
 
 
 
Seção 
 
 
 
Sempre que necessário, usa-se a seção em desenho técnico para mostrar, de maneira 
simples, a forma da peça no local secionado. 
 
 
 
Nos desenhos abaixo, observe a diferença entre as representações em corte e em seção 
respectivamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 120 
Seção fora da vista com indicação 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 121 
Seção fora da vista sem indicação 
Outros exemplos: 
 
 
 
 
Seção sobreposta à vista 
 
 
 
Outros exemplos: 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 122 
Seção na interrupção da vista 
 
 
 
Exemplos de desenhos cotados, com seção e encurtamento 
 
 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 123 
 
 
 
Encurtamento 
 
 
 
Quando o desenho técnico em escala de redução prejudica a interpretação dos elementos 
da peça, usa-se a representação com encurtamento. Nesse tipo de representação imagina-
se a retirada de uma ou mais parte da peça 
 
A representação com encurtamento é feita em peças longas com forma constante e em 
peças que têm partes longas com forma constante. 
Peças longas que têm forma constante 
 
 
 
Peças que têm parte longa com forma constante 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 124 
Imaginando o encurtamento 
 
 
Retira-se parte da peça, 
 
 
 
e aproximam-se suas extremidades. 
 
 
 
Conclusão (desenho técnico) 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 125 
Quando necessário, aplica-se mais de um encurtamento em um mesmo desenho ou em 
mais de um sentido.. 
 
 
 
Há também outros casos de encurtamento usados para representar encurtamento em peças 
cilíndricas ou cônicas. 
 
 
Peça cônica 
 
Peça trapezoidal 
 
Peça cilíndrica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 126 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
SENAI - SP 127 
 
 
 
Omissão de corte 
 
 
 
Introdução 
 
Você já aprendeu muitas noções sobre corte: corte total, corte composto, meio-corte e corte 
parcial. Você estudou também a representação em seção, que é semelhante à 
representação em corte.

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