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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 286 práticas importantes, mesmo a partir de hipóteses tão drásticas, como a que acaba de ser feita. Não se pretende, porém, penetrar no âmago da dinâmica da atmosfera, na tentativa de esgotar o assunto, pois essa abordagem foge ao objetivo de um texto introdutório, como este. 9.1 - Aproximação do vento geostrófico. Admitindo um local longe do equador, onde a aceleração de Coriolis não pode ser despre- zada, a hipótese mais simples que se pode fazer sobre o campo da pressão na atmosfera livre é que as isóbaras são retas em uma certa área. Isso eqüivale a tornar infinito o raio de curvatura em VII.9.1. Imagine-se uma parcela de ar de massa unitária, inicialmente em repouso e que é liberada em um ponto da atmosfera, sob a ação de um gradiente horizontal de pressão constante (Fig. VII.13). Imediatamente após liberada, a parcela iniciaria um movimento, tendendo a deslocar-se diretamente da alta para a baixa pressão. Tal tendência seria apenas inicial pois, uma vez que começasse a se mover, passaria a sofrer a influência da aceleração de Coriolis, que a desviaria para a esquerda no Hemisfério Sul (para a direita no Hemisfério Norte). Ao mesmo tempo em que a parcela ganhasse velocidade, impulsionada pela força decorrente do gradiente de pressão, cresceria o efeito da força defletora de Coriolis (por ser esta proporcional à velocidade da parcela), aumentando o desvio. Ao final de algum tempo seria atingida uma situação de equilíbrio, em que a componente horizontal da força de Coriolis compensaria exatamente a do gradiente de pressão. Quando isso acontecesse a trajetória da parcela se tornaria paralela às isóbaras. O movimento do ar, nessas circunstâncias é dito geostrófico. A velocidade do vento geos- trófico ( r Vg) em coordenadas z, y, z será, a partir da equação VII.7.7: –(1/ρ)∇Z p = f( r k ^ r Vg) ou, PRESSÃO BAIXA PRESSÃO BAIXA PRESSÃO ALTA PRESSÃO ALTA Vg Vg Fc Fc Fp Fp HN HS Fig. VII.13 - Deslocamento de uma parcela de ar de massa unitária, sob a ação da força do gradiente de pressão ( r FP) e da força defletora de Coriolis ( r FC) nos Hemisférios Norte (esquerda) e Sul (direita).
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