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Aula 04 - Regimento Interno



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Aula 04
Regimento Interno p/ TJDFT
Professor: Paulo Guimarães
 
Regimento Interno do TJDFT 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Paulo Guimarães – Aula 04 
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AULA 04: Parte Segunda, Título II, Capítulo I – 
Da Competência Originária, Capítulo II – Da 
Competência Recursal. 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Da Competência Originária 2 
2. Da Competência Recursal 37 
3. Resumo do Concurseiro 45 
4. Questões Comentadas 48 
5. Questões sem Comentários 77 
 
Olá, amigo concurseiro! Na aula de hoje veremos detalhes a 
respeito de algumas ações e recursos da competência do TJDFT. Continue 
firme, leia todo o material, faça seus esquemas de revisão, resumos e 
memore aquilo que for necessário. 
Nos comentários, procurarei sistematizar melhor as 
informações trazidas pelo texto do Regimento Interno, deixando a 
explicação um pouco mais didática. Tente resolver os exercícios antes de 
ler os comentários, e lembre-se de separar tempo antes da prova para 
revisar a matéria e resolver as questões novamente. 
 
Força! Vamos à aula de hoje! 
 
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1. DA COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA 
 
Já vimos que há ações que são originariamente conhecidas 
pelo Tribunal, mesmo que não tenham passado por juiz de Primeiro Grau. 
É dessas ações que vamos tratar agora. 
Veremos uma quantidade maior de artigos do que nas aulas 
anteriores, mas vou organizar as informações de maneira mais didática, 
para facilitar o seu entendimento. 
Com relação às ações, as mais importantes são, sem dúvida, 
a Ação Direta de Inconstitucionalidade, o Mandado de Segurança, 
a ação penal originária e o habeas corpus. Dispense atenção especial 
a essas quatro, pois pelo menos uma ou duas devem estar presente na 
sua prova. 
 
1.1. Ação Direta de Inconstitucionalidade 
 
Nos seus estudos de Direito Constitucional, você já deve ter 
visto algo acerca da ADIn que pode ser impetrada em face da 
Constituição Federal. Provavelmente você memorizou o rol de legitimados 
ativos e alguns detalhes a respeito do procedimento, que é corre perante 
o Supremo Tribunal Federal. 
Hoje trataremos da ADIn impetrada em face da Lei Orgânica 
do Distrito Federal (LODF), que, apesar de não ser formalmente uma 
constituição estadual, goza desse status. 
A ADIn em face da LODF deve ser apreciada pelo TJDFT, por 
meio de um rito que é bem diferente de outras ações. Uma das principais 
diferenças é a inadmissibilidade de desistência. Ou seja, uma vez 
proposta a ação, o autor não pode voltar atrás, em nenhuma hipótese. 
A seguir, veremos o rol de legitimados ativos e os detalhes a 
respeito do procedimento. 
 
 
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Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade 
Governador do Distrito Federal; 
Os governadores de territórios 
não detêm legitimidade ativa para 
impetrar ADIn distrital. 
Mesa da Câmara Legislativa do 
Distrito Federal; 
Não é o Presidente da CLDF. A 
Mesa Diretora é formada pelo 
presidente, vice-presidente, 
secretários, etc. 
Procurador-Geral de Justiça do 
Distrito Federal e Territórios; 
É o chefe do Ministério Público 
do Distrito Federal e Territórios. 
Não confunda o nome do cargo com 
outros parecidos, especialmente o 
Procurador-Geral do Distrito 
Federal. 
Ordem dos Advogados do 
Brasil; 
Trata-se da Seccional do Distrito 
Federal, e não do Conselho 
Federal. 
Partido político com 
representação na Câmara 
Legislativa do Distrito Federal; 
Não é qualquer partido. É 
necessário que haja pelo menos um 
deputado distrital. 
Entidade sindical ou de classe 
com atuação no Distrito 
Federal, a qual demonstrará 
que a pretensão por ela 
deduzida guarda relação de 
pertinência direta com seus 
objetivos institucionais. 
Esse é o único legitimado que não 
pode questionar qualquer 
norma em face da LODF. É 
necessário haver pertinência 
temática. 
 
Alguns detalhes aqui precisam ficar bem claros no nosso 
entendimento. Para quem conhece o rol de legitimados da ADIn em face 
 
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da CF, há algumas semelhanças. Perceba que podemos aplicar um 
princípio chamado de paralelismo federativo. 
Isso significa que, naquilo em que os legitimados para a ADIn 
federal se referem à União, os legitimados para a ADIn distrital se 
referem apenas ao Distrito Federal. 
No rol há um representante do Poder Executivo, um do 
Poder Legislativo e um do Ministério Público. Não há representante 
do Poder Judiciário, pois a este cabe julgar a ação. Além desses três, são 
legitimados a OAB (seccional do DF), o partido político que tenha 
representação na CLDF, e a entidade sindical ou de classe com atuação no 
DF (desde que demonstre a pertinência temática). 
A petição inicial deve ser apresentada em duas vias, e, 
além de indicar a norma impugnada, deve trazer cópias em anexo. 
Ademais, a inicial deve indicar os fundamentos jurídicos da 
impugnação e o pedido, com suas especificações. Caso não sejam 
cumpridos esses requisitos, a petição inicial será considerada inepta. 
O juízo de admissibilidade da ação deve ser feito pelo relator. 
A inicial pode ser indeferida liminarmente por ele quando for inepta, não 
fundamentada ou manifestamente improcedente. Contra essa 
decisão, caberá agravo regimental no prazo de cinco dias. 
A ADIn pode ser utilizada para impugnar não só lei, mas 
qualquer outro ato normativo (regimento, portaria, resolução, etc.). O 
relator deve requisitar informações ao órgão ou autoridade responsável 
pela produção da norma, e este deve responder no prazo de 30 dias. 
Apesar de a ADIn não admitir intervenção de terceiros, o 
relator poderá admitir a manifestação de outros órgãos ou entidades, no 
mesmo prazo de 30 dias. 
 
Art. 109. Decorrido o prazo das informações, prestadas ou não, o 
Procurador-Geral do Distrito Federal e o Procurador-Geral de 
Justiça do Distrito Federal e Territórios serão ouvidos e deverão 
manifestar-se no prazo de quinze dias, sucessivamente. 
 
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§1º Em caso de notória insuficiência das informações existentes nos 
autos ou de necessidade de esclarecimento de matéria ou de 
circunstância de fato, o relator poderá requisitar informações 
adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que emita 
parecer sobre a questão ou fixar data para, em audiência pública, ouvir 
depoimentos de pessoas com experiência e autoridade na matéria. 
§2º O relator poderá, ainda, solicitar informações aos 
magistrados de Primeiro Grau acerca da aplicação da norma 
impugnada no âmbito de sua jurisdição. 
§3º As informações, as perícias e as audiências a que se referem os 
parágrafos anteriores serão realizadas no prazo de trinta dias, contado 
da solicitação do relator, que, após, remeterá os autos ao Procurador-
Geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios para oferta de parecer no 
prazode dez dias. 
Atenção! É aqui que mora o perigo! 
O PGJDFT é o chefe do Ministério Público do Distrito 
Federal e Territórios. Ele é o membro do MP que senta à direita do 
Presidente nas reuniões do Pleno e do Conselho Especial. É o chefe dos 
promotores que justiça (que atuam no Primeiro Grau) e dos procuradores 
de justiça (que atuam junto aos órgãos fracionários do Tribunal). 
O PGDF é o chefe da advocacia pública do Distrito 
Federal. Aos procuradores do DF cabe representar o ente em juízo, 
atuando verdadeiramente como advogados da administração pública. O 
PGDF e o PGJDFT devem se manifestar sucessivamente no prazo de 15 
dias. 
Perceba que, caso o relator considere necessário, poderá 
tomar medidas para obter maiores informações ou esclarecimentos a 
respeito da norma impugnada. Essa possibilidade inclui a nomeação de 
peritos, a convocação de audiência pública, e a coleta de depoimento 
pessoal de autoridades na matéria. 
 
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O relator pode também solicitar informações a juízes de 
direito sobre aspectos práticos da aplicação da norma em cada esfera de 
jurisdição. 
 
Art. 111. Salvo no período de feriado forense, a liminar na ação 
direta será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do 
Conselho Especial, observado o disposto no art. 123, após a 
manifestação, no prazo de cinco dias, dos órgãos ou das autoridades dos 
quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado. 
§1º O relator, se considerar indispensável, ouvirá o Procurador-
Geral do Distrito Federal e o Procurador-Geral de Justiça do Distrito 
Federal e Territórios no prazo de três dias. 
§2º No julgamento do pedido de liminar, a sustentação oral, por 
quinze minutos, será facultada aos representantes judiciais dos 
requerentes e das autoridades ou dos órgãos responsáveis pela expedição 
do ato. 
§3º Será facultada ainda a manifestação do amicus curiae, se 
admitido, e do Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal e 
Territórios. 
§4º Em caso de excepcional urgência, o Conselho Especial poderá 
deferir a liminar sem a manifestação dos órgãos ou das autoridades dos 
quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado. 
A competência para julgamento da ADIn é do Conselho 
Especial, e somente este órgão pode conceder liminar, mediante voto 
favorável da maioria absoluta de seus membros. 
Em casos de urgência, o Conselho Especial pode até conceder 
liminar sem ouvir o órgão ou autoridade responsável pela norma, mas a 
regra geral é de que estes sejam ouvidos no prazo de 5 dias. 
Nesse caso, não é necessário ouvir o PGDF e o PGJDFT, mas, 
se o relator considerar indispensável, estes devem ser ouvidos no prazo 
de 3 dias. Pode ainda haver sustentação oral pelas partes, e pelo amicus 
curiae, se houver. 
 
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O amicus curiae (amigo da corte) é o órgão, entidade ou 
pessoa profundamente interessada na causa, que atua em condição de 
neutralidade, alertando o órgão julgador para os aspectos técnicos da 
decisão. 
Concedida a liminar, a decisão será publicada no prazo de 10 
dias, e será dotada de eficácia erga omnes (contra todos) e efeitos ex 
nunc (apenas a partir da decisão), salvo de o Conselho Especial conceder 
à decisão eficácia retroativa, o que também é perfeitamente possível. 
Diante do pedido de liminar, se o relator considerar a matéria 
muito relevante para a ordem social e para a segurança jurídica, poderá 
submetê-la diretamente à apreciação do Conselho Especial para decisão 
definitiva de mérito, mas isso só pode ocorrer se o órgão ou entidade 
responsável pela norma for ouvido no prazo de 10 dias e o PGDF e o 
PGJDFT forem ouvidos, sucessivamente, no prazo de 5 dias. 
 
1.2. Ação Declaratória de Constitucionalidade 
 
Muitos dos dispositivos dos quais tratamos a respeito da ADIn 
são também aplicáveis à ADC. Por essa razão, vamos nos concentrar nas 
diferenças entre uma e outra. 
Primeiramente, o rol de legitimados é mais restrito. 
 
Podem propor a ação declaratória de constitucionalidade 
Governador do Distrito Federal; 
Os governadores de territórios 
não detêm legitimidade ativa para 
impetrar ADIn distrital. 
Mesa da Câmara Legislativa do 
Distrito Federal; 
Não é o Presidente da CLDF. A 
Mesa Diretora é formada pelo 
presidente, vice-presidente, 
secretários, etc. 
Procurador-Geral de Justiça do É o chefe do Ministério Público do 
 
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Distrito Federal e Territórios; Distrito Federal e Territórios. Não 
confunda o nome do cargo com 
outros parecidos, especialmente o 
Procurador-Geral do Distrito Federal. 
 
No rol da ADC aparecem apenas o representante do Poder 
Executivo, o do Poder Legislativo e o do Ministério Público, e mais 
ninguém. Na tabela, copiei as observações que fiz quando tratamos da 
ADIn, apenas para que você relembre os detalhes importantes sobre 
essas três figuras. 
Uma das principais diferenças entre a ADC e a ADIn diz 
respeito aos requisitos da petição inicial. Na ADC, além da indicação (e 
cópias) do ato normativo questionado e do pedido, deve haver também a 
indicação da existência de controvérsia judicial relevante sobre a 
aplicação da disposição objeto da ação declaratória. 
Isso ocorre por causa da natureza da própria ação. Pense 
comigo. De que adianta um dos legitimados impetrar ADC, pedindo que o 
Poder Judiciário verifique e confirme a constitucionalidade de uma norma 
que nunca foi questionada? Essa ação seria um desperdício de tempo e 
recursos públicos, não é verdade? 
Na ADC é necessário ouvir apenas o PGJDFT (chefe do 
Ministério Público!), no prazo de 15 dias, e não o PGDF. O relator, por 
outro lado, goza das mesmas prerrogativas no sentido de levantar 
maiores informações sobre a norma questionada (nomeação de 
peritos, audiência pública, informações de juízes de Primeiro Grau, etc.). 
Quanto ao pedido de liminar, temos regras um pouco mais 
simples. A liminar pode ser concedida pelo Conselho Especial por 
decisão da maioria absoluta de seus membros, devendo a decisão ser 
publicada no prazo de 10 dias, e a decisão definitiva ser proferida no 
prazo de 180 dias, sob pena de perda da eficácia da liminar. 
 
 
 
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1.3. Um pouco mais sobre a ADIn e a ADC 
 
Agora trataremos de disposições do Regimento Interno que 
são aplicáveis tanto ao rito da ADIn quanto ao da ADC. 
O primeiro item importante é o quórum do Conselho Especial 
para decidir sobre a constitucionalidade de norma. O quórum de 
instalação corresponde à maioria qualificada de dois terços. Isso 
significa que, para começar a julgar uma ADIn ou ADC, é necessária a 
presença de pelo menos dois terços dos membros do Conselho Especial. 
O quórum necessário para que seja declarada a 
constitucionalidade ou inconstitucionalidade da norma questionada é a 
maioria absoluta. Ou seja, apenas pode ser declarada a 
constitucionalidade ou inconstitucionalidade da norma questionada 
quando votarem nessesentido mais da metade dos membros. 
 
 
Para começar a julgar uma ADIn ou ADC, é necessário o 
quórum qualificado de dois terços dos membros do Conselho Especial. 
Apenas pode ser declarada a constitucionalidade ou 
inconstitucionalidade da norma questionada por voto da maioria 
absoluta dos membros do Conselho Especial 
 
Se não houver quórum para deliberar ou se o número de 
desembargadores ausentes for capaz de influenciar a decisão, o 
julgamento será suspenso até que se atinja o número necessário para 
votar em um ou outro sentido. 
Pode parecer óbvio, mas você precisa prestar atenção nos 
termos utilizados na procedência ou improcedência das ações. A ADIn 
será procedente se a norma impugnada for declarada inconstitucional, 
 
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certo? Da mesma forma, a ADC será procedente se a norma questionada 
for declarada constitucional. 
Para não se perder no raciocínio, pense em qual o pedido 
relacionado a cada ação. Na ADIn, o autor pede que a norma seja 
declarada inconstitucional. Na ADC, o autor pede que seja declarada a 
constitucionalidade da norma. 
Julgada a ação, a decisão será comunicada ao órgão 
responsável pela norma. Essa decisão será publicada no prazo de 10 dias 
após o trânsito em julgado. 
Em regra, a decisão em sede de ADIn ou ADC é 
irrecorrível, mas há duas exceções: os embargos de declaração 
(recurso no qual se pedem esclarecimentos sobre o teor da decisão), e o 
recurso extraordinário (dirigido ao STF). 
 
Art. 128. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou de ato 
normativo, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de 
excepcional interesse social, o Conselho Especial poderá, por maioria 
de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela 
declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em 
julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. 
 
Quero chamar bastante atenção para este artigo, pois esse é 
um dos temas mais cobrados em Direito Constitucional, e sobre o qual 
muitos alunos têm dúvidas. 
A decisão pela inconstitucionalidade de norma é algo que pode 
ter efeitos práticos de grandes proporções. A título de exemplo, 
recentemente foi discutida a constitucionalidade da lei que criou uma 
autarquia federal, que já existe há mais ou menos vinte anos. 
Suponhamos que essa lei fosse declarada inconstitucional. O 
que aconteceria com os servidores que prestaram concurso e tralham lá? 
O que aconteceria com os particulares que detêm contratos firmados por 
 
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meio de licitação? Situações complicadas como essas poderiam surgir 
caso não fosse possível realizar a modulação dos efeitos dessa decisão. 
Por meio dessa prerrogativa, o Conselho Especial pode decidir 
como os efeitos da declaração de inconstitucionalidade atingirão as 
instituições e a sociedade. É possível, por exemplo, retirar a norma do 
ordenamento, mas manter os efeitos que foram gerados até aquela 
decisão, ou ainda estabelecer um marco temporal a partir do qual os atos 
praticados sob a égide daquela norma deverão ser desconstituídos. 
Lembre-se apenas de dois detalhes importantes sobre a 
modulação de efeitos: primeiramente, os efeitos só podem ser 
manipulados pelo Conselho Especial mediante decisão da maioria 
qualificada de dois terços dos seus membros. Ademais, os efeitos só 
podem ser modulados diante de razões de segurança jurídica ou de 
excepcional interesse social. Guarde bem esses detalhes. 
 
 
O Conselho Especial poderá, mediante decisão da maioria 
qualificada de dois terços dos seus membros, modular os efeitos de 
declaração de inconstitucionalidade de norma, quando houver razões de 
segurança jurídica ou de excepcional interesse social. 
 
Uma das principais características da ADIn e da ADC é o que 
se chama de eficácia erga omnes. Esse atributo faz com que a decisão 
alcance não só as partes envolvidas no processo, mas qualquer outra 
pessoa, órgão ou entidade da administração pública. Dessa forma, a 
decisão tem eficácia contra todos, e efeito vinculante em relação aos 
órgãos do Poder Judiciário e à administração pública do Distrito Federal. 
 
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Esse efeito vinculante tem um aspecto prático importante. Se 
qualquer autoridade pública do DF praticar ato que questione ou contrarie 
a decisão do Conselho Especial em sede de ADIn ou ADC, torna-se cabível 
a reclamação ao Conselho Especial. 
A reclamação ao Conselho Especial é dirigida ao Presidente 
do Tribunal, e poderá ser impetrada pelo PGJDFT ou pela parte 
interessada. O relator, então, requisitará informações à autoridade 
impugnada, no prazo de 10 dias, após o que o Ministério Público terá 5 
dias para se pronunciar, caso não seja o impetrante da ação. 
Julgada procedente a reclamação, o Conselho Especial cassará 
o ato que contraria seu julgado, ou determinará as medidas necessárias. 
Esse é um dos casos em que a execução da decisão prescinde da 
publicação do acórdão, ou seja, o Presidente do Tribunal deverá 
determinar o cumprimento imediato da decisão. 
 
1.4. Ação Penal Originária 
 
Antes de entrar nos detalhes acerca da ação penal, é preciso 
firmar alguns conceitos. Primeiramente, há dois tipos principais de ação 
penal: a ação penal pública e a ação penal privada. 
Na maior parte dos crimes, a lei prevê a ação penal pública 
incondicionada. Isso significa que, uma vez praticada a conduta 
proibida, o criminoso deve ser processado e julgado, independentemente 
de qualquer manifestação de vontade por parte da vítima. A 
responsabilidade de denunciar o criminoso e atuar como parte acusadora 
no processo é do Ministério Público. 
Existe, ainda, uma segunda modalidade de ação penal 
pública: aquela que é condicionada à representação. Nesse caso, a 
ação é movida pelo Ministério Público, mas este só pode agir se houver 
um pedido ou autorização da vítima. A esse pedido se dá o nome de 
representação. 
 
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Por outro lado, há certos crimes cuja ação penal é privada, e 
deve ser movida pela vítima. Nesse casos, o Ministério Público atua no 
processo, mas não na condição de autor, e se a vítima não quiser mover 
a ação penal, nada acontecerá. A manifestação da vítima na ação penal 
privada é chamada de queixa. 
Na ação penal pública incondicionada, via de regra, após 
a investigação policial, o inquérito ou representação é encaminhado ao 
Tribunal, e deste ao Ministério Público, que tem o prazo de 15 dias para 
oferecer a “petição inicial” do processo penal, chamada de denúncia, ou 
para requerer o arquivamento do inquérito. Se o indiciado estiver preso, 
esse prazo é de no máximo 5 dias. 
A exceção aqui fica por conta da ação penal pública 
condicionada à representação, e da ação penal privada. 
 
Art. 142. Se o inquérito versar sobre crime de ação penal pública 
condicionada à representação ou de ação penal privada, o relator 
determinará seja aguardada a iniciativa do ofendido ou de quem,por lei, 
esteja autorizado a representar ou a oferecer queixa-crime. 
Nesses dois casos, o relator não pode remeter o inquérito 
policial ao Ministério Público para o oferecimento de denúncia, pois é 
necessária a manifestação da vítima do crime, pois meio da queixa. 
 
Voltemos então ao restante do procedimento, que será 
aplicado na ação penal pública incondicionada, ou nas outras 
modalidades, caso haja manifestação da vítima. 
Se o indiciado não estiver preso, o Procurador-Geral de Justiça 
pode requerer ao relator que sejam feitas novas diligências, 
interrompendo-se o prazo para oferecimento da denúncia. Se o indiciado 
estiver preso, o relator pode determinar o relaxamento de sua prisão ou 
determinar que as diligências sejam feitas após o oferecimento da 
denúncia, para não atrasar o andamento do processo. 
 
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Se, quando a denúncia for oferecida, houver comunicação 
de prisão em flagrante ou pedido de prisão cautelar (preventiva ou 
provisória), o relator deve decidir no prazo de 24h. 
 
Art. 143. Ao verificar a decadência, o relator, ouvida a 
Procuradoria-Geral de Justiça, julgará extinta a punibilidade, 
determinando o arquivamento dos autos. 
A decadência é um tema cheio de detalhes intrincados, e não 
vale a pena para nós estuda-lo profundamente. O importante aqui é saber 
que ela acarreta a extinção da punibilidade do infrator, pelo decurso do 
tempo. 
Quando um crime é cometido, o Estado geralmente tem um 
prazo para identificar o infrator e provocar o Poder Judiciário para puni-lo. 
Decorrido esse prazo, o direito do Estado é extinto. 
O importante a saber é o que está escrito no dispositivo: se o 
relator verificar a decadência, deve promover o arquivamento dos 
autos, mas antes é necessário ouvir o Ministério Público. 
Já houve questões em concursos anteriores do TJDFT, dadas 
como corretas, em que se dizia que o relator decretava a extinção da 
punibilidade quando fosse verificada a prescrição. Não vamos aqui descer 
a detalhes acerca das diferenciações entre prescrição e decadência, pois 
esse é um dos temas mais debatidos do Direito Processual. 
É importante que você saiba, porém, que, de maneira geral, a 
prescrição e a decadência são consideradas questões de ordem pública, e 
devem sempre ser reconhecidas de ofício. Se surgir uma questão 
trocando a decadência pela prescrição, portanto, ela também não está 
errada. 
 
O Regimento Interno determina também que, nos casos de 
crime contra a honra (calúnia, injúria e difamação), o relator deve 
tentar reconciliar as partes, ainda antes de receber a queixa, ouvindo-
as separadamente, sem a presença de seus advogados. Se as partes não 
 
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comparecerem à tentativa de reconciliação, o relator deve dar andamento 
ao processo normalmente. 
Se o PGJDFT pedir o arquivamento do inquérito, o relator 
pode deferi-lo, ou submeter a decisão ao Conselho Especial. Por outro 
lado, se o relator rejeitar a denúncia (na ação penal pública) ou queixa 
(na ação penal privada), a decisão deverá sempre ser submetida ao 
Conselho Especial. 
Antes de receber ou rejeitar a denúncia ou queixa, o relator 
determinará a notificação do acusado para responder no prazo de 15 
dias. O acusado deve também receber cópia da denúncia ou queixa e de 
outros documentos pertinentes. Se ele não for localizado, será notificado 
por meio de edital público. 
 
Art. 150. Recebida a denúncia ou a queixa, o relator designará dia e 
hora para o interrogatório, citará o acusado ou o querelado e intimará o 
Procurador-Geral de Justiça, o assistente de acusação, se houver, bem 
como o querelante ou seu advogado. 
Parágrafo único. O relator poderá delegar a realização do 
interrogatório e de quaisquer atos de instrução a magistrado de 
Primeiro Grau. 
A redação desse dispositivo pode parecer confusa para quem 
nunca estudou Direito Processual, por isso vou explicar melhor os termos. 
Já dissemos que o relator deve receber ou rejeitar a denúncia (na ação 
penal pública) ou queixa (na ação penal privada), e esse é o 
procedimento a ser adotado quando essa peça inicial é recebida. 
No Processo Penal, o réu recebe nomes diferentes em cada 
fase do processo. Nessa fase inicial, o réu é chamado de acusado (na 
ação penal pública) ou querelado (na ação penal privada). 
A citação é basicamente a comunicação ao réu de que foi 
ajuizada ação contra ele, e nessa oportunidade também é dado o prazo 
para que apresente sua defesa. 
 
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A intimação é a comunicação feita às partes do processo 
acerca do seu andamento. Por último, a função de assistente de 
acusação geralmente é desempenhada pela vítima nos crimes de ação 
penal pública. Assim, apesar de a vontade da vítima ser irrelevante para 
que haja o processo penal, ela pode auxiliar o Ministério Público no 
trabalho de acusação. 
Relendo o dispositivo, vemos que o relator, quando receber a 
denúncia, deve determinar dia e hora para o interrogatório, citar o réu, e 
comunicar essas providências ao Ministério Público, ao assistente de 
acusação, ou ao autor da ação (querelante), no caso de ação penal 
privada. 
Uma questão campeã de provas anteriores é a que diz 
respeito à possibilidade de delegação de atos instrutórios do relator para 
juiz de Direito. Essa delegação é perfeitamente possível, não somente 
com relação ao interrogatório, mas também de qualquer outro ato de 
instrução. 
Aqui cabe apenas uma observação. Atos de instrução 
englobam uma série de providências judiciais, mas não dizem respeito às 
decisões. Assim, o juiz delegado pode apenas praticar atos não 
decisórios. 
Se, quando citado, o acusado ou querelado não comparecer, o 
relator deverá nomear defensor, que apresentará defesa no prazo de 5 
dias. Se comparecer ao interrogatório, o acusado ou querelado 
apresentará defesa, por meio de seu advogado, nesse mesmo prazo. 
Daí pra frente, o procedimento segue o padrão do Processo 
Penal: ouvida de testemunhas, diligências, alegações da acusação e 
defesa. Em seguida o relator lança seu relatório nos autos e remete ao 
revisor, que pedirá dia para o julgamento, devendo a pauta ser publicada 
com antecedência de 10 dias. 
O julgamento será realizado pelo Conselho Especial, que 
proferirá a decisão após ouvir acusação e defesa pelo prazo de 1h cada. 
 
 
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1.5. Ação Rescisória 
 
Já falamos sobre essa ação autônoma em aulas passadas. 
Apenas como noção geral, a finalidade da ação rescisória é desconstituir 
uma decisão que já tenha transitado em julgado. Ou seja, quando não 
couber mais nenhum recurso, em algumas hipóteses ainda caberá a ação 
rescisória, geralmente no prazo de 5 anos. 
A ação rescisória existe para evitar que se perpetuem 
decisões judiciais que contenham defeitos graves. Para evitar o abuso no 
uso dessa ação, exige-se o depósito prévio, a título de preparo, de 5% 
do valor da causa. Caso a exigência do preparonão seja cumprida, o 
relator indeferirá a petição inicial. 
Se a decisão do órgão julgador for unânime no sentido da 
improcedência ou da inadmissibilidade do pedido, o depósito prévio será 
apropriado a título de multa. 
Se a decisão atacada pela ação rescisória for um acórdão 
proferido pelo Tribunal, o feito será distribuído preferencialmente a 
desembargador que não tenha participado do processo. 
Se a decisão atacada for uma sentença proferida por juiz 
de Primeiro Grau, este jamais poderá participar do julgamento, mesmo 
que posteriormente tenha se tornado desembargador. 
O Ministério Público deverá ser ouvido em todas as ações 
rescisórias, no prazo de 10 dias, após os quais o relator lançará o 
relatório e remeterá os autos ao revisor, que, por sua vez, pedirá dia para 
o julgamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.6. Avocatória 
 
Há apenas um artigo no Regimento Interno tratando dessa 
ação. 
 
Art. 160. Se o magistrado de Primeiro Grau deixar de submeter ao 
Tribunal sentença sujeita ao duplo grau de jurisdição, o Presidente do 
Tribunal, mediante provocação das partes ou do Ministério Público, 
requisitará os autos, que receberão a numeração e a denominação que 
teriam caso se tratasse de recurso voluntário, sendo a eles apensados os 
autos da avocatória. 
Vemos, portanto, que a avocatória serve para corrigir a 
situação em que o juiz de Primeiro Grau deixa de remeter ao Tribunal 
os autos de processo sujeito a reexame de ofício. 
Nesse caso, os autos devem ser requisitados pelo Presidente 
do Tribunal, mediante provocação do Ministério Público ou das partes do 
processo. 
 
1.7. Carta Precatória 
 
Art. 161. Será distribuída a um dos membros do Conselho 
Especial a carta precatória que trate de diligências relacionadas às 
autoridades que detenham a prerrogativa de foro prevista no art. 
8º, I, alíneas a, b e c, deste Regimento, ou que a elas sejam equiparadas 
a juízo do Primeiro Vice-Presidente. 
§1º Caberá ao relator decidir sobre a intervenção da Procuradoria 
de Justiça, intimando-a, se necessário. 
§2º Se houver audiências, serão sempre presididas pelo relator, 
podendo ser delegada a prática de outros atos de instrução a magistrado 
de Primeiro Grau de Jurisdição. 
 
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A carta precatória é um pedido de um juiz de uma 
determinada localidade para outro, de outro local, para que promova 
citações ou intimações de réus ou testemunhas. 
Tal instrumento é necessário porque cada magistrado apenas 
goza de competência numa determinada área geográfica. A carta 
precatória é uma espécie de “pedido de favor” entre juízos diferentes. 
Quando a carta precatória for recebida pelo TJDFT e solicitar 
providências em relação a autoridades que gozem de prerrogativa de 
foro (“foro privilegiado”), ou outras a elas equiparadas, será distribuída 
a um dos membros do Conselho Especial. Isso significa que esse 
desembargador atuará como relator. 
O relator deve decidir a respeito da intervenção do Ministério 
Público, além de presidir as audiências. As demais atribuições podem ser 
delegadas a juiz de direito. 
 
 
AUTORIDADES DE GOZAM DE PRERROGATIVA DE FORO 
- Governador do DF; 
- Governadores de Territórios; 
- Vice-Governador e Secretários de Governo do DF e dos Territórios; 
- Deputados Distritais; 
- Juízes de Direito (titulares e substitutos) do TJDFT; 
- Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios; 
- Presidente do Tribunal de Contas do Distrito Federal e quaisquer de seus 
membros; 
- Procurador-Geral do DF 
 
 
 
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1.8. Conflito de Competência 
 
Essa ação tem por finalidade discutir a atribuição de 
competência ao juiz de Primeiro Grau, desembargador ou órgão julgador, 
em face da matéria levada à apreciação do Poder Judiciário. 
Quando mais de um magistrado ou órgão se considera 
competente para julgar a matéria, estaremos diante de um conflito 
positivo de competência. Quando dois ou mais magistrados declinarem 
da competência para julgar, estaremos diante do conflito negativo de 
competência. 
Uma das principais diferenças entre o conflito de competência 
e as outras ações de competência do Tribunal é a legitimidade para 
ajuizá-la, pois, além da possibilidade de ser suscitado pelas partes e pelo 
Ministério Público, o conflito de competência também pode ser 
suscitado pelo magistrado. 
Distribuída a ação, a primeira medida a ser tomada pelo 
relator será determinar o sobrestamento do processo principal (no 
caso de conflito positivo), ou designar um dos juízes conflitantes para 
resolver provisoriamente as medidas urgentes (no caso de conflito 
negativo). 
Em seguida, serão ouvidos os magistrados conflitantes e os 
autos serão remetidos à Procuradoria de Justiça, para que emita 
parecer no prazo de 5 dias. 
Se já houver jurisprudência firmada no Tribunal a respeito do 
assunto, o relator pode decidir o conflito liminarmente. 
 
1.9. Desaforamento 
 
O julgamento dos crimes contra a vida segue um 
procedimento diferente dos demais, pois são julgados perante um órgão 
composto por cidadãos, chamado Tribunal do Júri. 
 
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Os componentes desse órgão são chamados de jurados, mas 
não são magistrados. O Tribunal do Júri faz parte do Primeiro Grau de 
Jurisdição, e não é um órgão fracionário do TJDFT. 
O pedido de desaforamento consiste basicamente no pleito 
para que o julgamento seja realizado em outro Tribunal do Júri, diferente 
da localidade em que ocorreu o crime. 
 
Art. 166. Poderá ser desaforado o julgamento: 
I – se houver fundadas dúvidas quanto à segurança pessoal do 
acusado ou à existência de condições para que os jurados decidam com 
imparcialidade; 
II – se o interesse da ordem pública o reclamar; 
III – em razão do comprovado excesso de serviço, se o 
julgamento não puder ser realizado no prazo de seis meses, contado da 
preclusão da decisão de pronúncia, não se computando, para contagem 
do prazo, o tempo de adiamentos, de diligências ou de incidentes de 
interesse da defesa. 
Esses são os aspectos mais importantes acerca do pedido de 
desaforamento. As razões que podem motivar o pedido são restritas, e 
precisam estar relacionadas a receios acerca da segurança pessoal do 
réu, ou da imparcialidade dos jurados. 
É possível também que seja concedido o desaforamento por 
razões de ordem pública, ou porque o Tribunal do Júri competente está 
com excesso de serviço. Haverá excesso de serviço quando tiverem 
decorrido mais de seis meses desde a decisão judicial que determinou que 
o réu fosse levado ao Júri (decisão de pronúncia) sem que tenha havido o 
julgamento. 
Os legitimados para requerer o desaforamento são: o 
acusado, o Ministério Público, o assistente de acusação ou o 
querelante. Diante da relevância dos motivos apresentados, o relator 
pode decidir imediatamente pela suspensão do julgamento peloTribunal 
do Júri. 
 
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Na fase de produção de provas, é possível que o relator 
requisite informações do juiz que preside o Tribunal do Júri, que as 
prestará no prazo de 5 dias. 
Em seguida, os autos seguirão para o a Procuradoria de 
Justiça, que emitirá parecer em 10 dias. 
Para não encher a sua cabeça de informações pouco 
relevantes para a prova, apenas mais duas coisas: primeiramente, não é 
permitido o reaforamento, ainda que as razões que motivaram a 
concessão da medida deixem de existir. Segundo, o desaforamento é um 
dos casos, já vistos por nós, em que o cumprimento da decisão não 
depende da publicação do acórdão. 
 
1.10. habeas corpus 
 
Esta é disparadamente a ação mais importante para fins de 
prova. O assunto já foi cobrado várias vezes em concursos anteriores, e 
eu considero alta a probabilidade de esse procedimento aparecer na sua 
prova. 
Por essa razão, minha explicação será um pouco mais 
detalhada, para nós não perdermos nada. 
O habeas corpus é considerado uma garantia constitucional, e 
tem a finalidade de proteger um dos mais importantes direitos 
fundamentais assegurados pela Constituição: a liberdade de 
locomoção. 
Toda essa importância se traduz num procedimento bem 
diferente de outras ações, marcado pela diminuição dos requisitos 
formais e pela urgência. 
Já vimos que o habeas corpus é julgado independentemente 
de pauta, sempre com prioridade sobre qualquer outra ação ou recurso 
que tenha sido distribuído no Tribunal. Além disso, pode ser impetrado 
por qualquer pessoa, independentemente de qualquer critério técnico 
ou da assistência de advogado. 
 
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Art. 176. Os órgãos julgadores concederão habeas corpus de 
ofício sempre que, em processos sujeitos a seu julgamento, concluam 
pela existência de constrangimento ilegal à liberdade de locomoção e de 
permanência. 
Parágrafo único. O Conselho Especial e a Câmara Criminal poderão 
conceder habeas corpus na hipótese deste artigo, ainda que a 
competência originária seja da Turma. 
Quero chamar sua atenção para dois aspectos únicos, que só 
existem no habeas corpus. Primeiramente, o habeas corpus pode ser 
concedido de ofício. 
Isso dizer que o Tribunal pode conceder a medida mesmo 
que ninguém compareça perante o órgão julgador para solicitá-la. 
Basta que os membros do Tribunal tenham conhecimento, nos processos 
que são levados a seu julgamento, de qualquer ato ilegal de restrição da 
liberdade de locomoção. 
 
Como regra geral, o Poder Judiciário só pode agir quando 
provocado. Entretanto, o habeas corpus pode ser concedido de 
ofício. 
 
Mesmo que a competência para julgar o habeas corpus seja 
atribuída a uma das turmas criminais, o Conselho Especial e a Câmara 
Criminal também podem concedê-lo, sem que haja ilegalidade. 
Perceba a importância dessa regra, caro candidato! Em uma 
ação comum, o julgamento por órgão incompetente seria razão suficiente 
para que a decisão fosse anulada! O habeas corpus goza dessa 
característica especial porque assegura a proteção de um direito 
fundamental muito sensível. 
 
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Art. 169. Distribuído o habeas corpus, o relator, se necessário, 
requisitará informações à autoridade apontada como coatora 
mediante ofício acompanhado de cópia da petição inicial e dos 
documentos fornecidos pelo impetrante. As informações serão prestadas 
em dois dias e, se não forem, os autos serão conclusos ao relator com a 
respectiva certidão. 
Parágrafo único. Se houver pedido de liminar, os autos serão 
conclusos ao relator para exame. 
Art. 170. Se a autoridade apontada como coatora encontrar-se fora 
do Distrito Federal, a secretaria transmitirá ofício, incluindo resumo da 
inicial, pelo mais rápido meio de comunicação de que dispuser. 
No habeas corpus, as partes recebem nomes diferentes. 
Aquele que tem sua liberdade de locomoção restringida é chamado de 
paciente, enquanto a autoridade que está ameaçando esse direito é 
chamada de coatora. 
A primeira atitude do relator deve ser requisitar 
informações à autoridade coatora, que deve prestá-las em 2 dias. 
Perceba, entretanto, que essa fase não é obrigatória, e, se as informações 
não forem prestadas no prazo, o procedimento continua. 
Se a autoridade coatora não estiver no território do DF, a 
secretaria do Tribunal se encarregará de contatá-la pelo meio de 
comunicação mais rápido disponível. 
A liminar é uma medida emergencial, que pode ser concedida 
antes do julgamento do mérito, quando houver forte indícios de que os 
fundamentos do pedido são legítimos, e dos prejuízos que podem advir da 
não concessão do habeas corpus. 
 
Art. 171. O relator poderá, em todos os casos: 
I – ordenar diligência necessária à instrução do pedido; 
II – determinar apresentação do paciente, inclusive na sessão de 
julgamento; 
 
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III – nomear advogado para acompanhar o processamento do 
feito, se o impetrante não for bacharel em Direito; 
IV – mandar expedir, no habeas corpus preventivo, salvo-conduto 
até decisão do feito, se houver grave risco de consumar-se a violência. 
O habeas corpus pode ser impetrado em caráter repressivo, 
quando a liberdade de locomoção já tiver sido restringida, ou em caráter 
preventivo, quando houver apenas ameaça de constrangimento. 
Quando é concedido o habeas corpus preventivo, a medida é 
chamada de salvo-conduto, enquanto a medida no habeas corpus 
repressivo é chamada de alvará de soltura. 
Quando o relator verificar a existência de risco considerável de 
se consumar a restrição à liberdade, o relator pode mandar expedir o 
salvo-conduto, até que se decida o mérito. 
Se for necessário, o relator também pode determinar a 
realização de diligência, ou mandar que o paciente se apresente 
perante do órgão julgador. 
Como já vimos antes, não é necessário que o impetrante do 
habeas corpus seja representado por advogado. Caso isso ocorra e a 
parte não tenha qualificação técnica (curso superior em direito) para 
atuar em causa própria, o relator poderá nomear advogado para 
representá-la. 
A fase seguinte do procedimento é a manifestação do 
Ministério Público. Os autos devem ser remetidos à Procuradoria de 
Justiça imediatamente após o cumprimento das diligências determinadas 
pelo relator, para oferecimento de parecer no prazo de 5 dias. 
O relator deve apresentar o processo para julgamento na 
primeira sessão após a apresentação do parecer do MP. 
 
 
 
 
 
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 Art. 174. A decisão de habeas corpus será imediatamente 
comunicada pelo presidente do órgão julgador à autoridade apontada 
como coatora, a quem caberá tomar as providências necessárias para o 
cumprimento dela. Tão logo registradoo acórdão, a respectiva cópia será 
encaminhada à autoridade. 
§1º O Tribunal expedirá, entretanto, os alvarás de soltura e os 
salvo-condutos, sempre subscritos pelo presidente do órgão julgador. 
§2º Em se tratando de anulação do processo originário, a 
autoridade apontada como coatora poderá renovar os atos anulados, 
independentemente do recebimento do acórdão do habeas corpus, desde 
que, para isso, tenha os elementos necessários. 
Já vimos que a expedição do alvará de soltura ou do salvo-
conduto independe da publicação do acórdão da decisão. Para acelerar 
ainda mais o cumprimento da medida, o Tribunal comunicará 
imediatamente à autoridade coatora a concessão da medida, para 
que as providências para o cumprimento da decisão sejam logo adotadas. 
Ainda assim, o alvará de soltura ou salvo-conduto será 
expedido, e, posteriormente, o acórdão também será encaminhado ao 
coator. 
Se, por meio do habeas corpus, um processo for anulado, a 
autoridade coatora poderá imediatamente renovar seus atos, para 
corrigir a situação de restrição de liberdade, se já dispuser dos elementos 
necessários. Para tal, a autoridade não precisa aguardar o recebimento do 
acórdão. 
 
Art. 175. A prestação de fiança decorrente de ordem concessiva 
de habeas corpus em Segundo Grau de Jurisdição será efetivada perante 
o relator, que poderá delegar a atribuição a magistrado de Primeiro Grau. 
Se a concessão do habeas corpus resultar numa liberdade sob 
a condição da prestação de fiança, esta será efetivada perante o 
relator, mas essa atribuição pode ser delegada a juiz de Primeiro Grau. 
 
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1.11. habeas data 
 
Art. 177. Distribuído o habeas data, os autos serão conclusos ao 
relator, que determinará a solicitação de informações à autoridade 
impetrada para que as forneça no prazo de cinco dias. 
§1º Recebidas ou não as informações, os autos serão remetidos 
à Procuradoria-Geral ou à Procuradoria de Justiça, para emitir 
parecer em igual prazo. 
§2º Devolvidos, os autos serão conclusos ao relator, que os levará 
para julgamento em mesa, na sessão subsequente. 
§3º As decisões de mérito serão comunicadas às autoridades 
impetradas, que a elas darão cumprimento, praticando, para isso, todos 
os atos necessários. 
§4º Após o registro, a cópia do acórdão será remetida às 
autoridades competentes. 
O procedimento, de maneira geral, é bastante semelhante ao 
do habeas corpus. Primeiramente, o relator solicitará informações à 
autoridade impetrada, que deve prestá-las no prazo de 5 dias. 
Uma diferença aqui é que, na fase seguinte, os autos serão 
remetidos ao Ministério Público (Procuradoria de Justiça), ou à 
Procuradoria-Geral do DF. Talvez tenha havido aqui um erro na redação 
do Regimento, mas não consegui encontrar maiores informações a 
respeito. 
É difícil que esse dispositivo seja cobrado numa questão, mas, 
se acontecer, vamos responder de acordo com o que está escrito, ok? Os 
autos serão remetidos à Procuradoria de Justiça ou à Procuradoria-Geral 
do DF. 
O relator levará então o processo a julgamento na sessão 
subsequente à devolução dos autos, e a decisão de mérito será 
comunicada imediatamente à autoridade impetrada, que também 
receberá cópia do acórdão, quando este for lavrado. 
 
 
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1.12. Inquérito 
 
Há apenas um artigo a respeito do inquérito, determinando 
que devem ser seguidas as normas aplicáveis à ação penal originária, 
tanto as previstas no Regimento Interno, quanto na legislação. 
 
1.13. Intervenção federal no Distrito Federal e 
Territórios 
 
O pedido de intervenção corre perante do Presidente do 
Tribunal, que tem a prerrogativa de arquivá-lo liminarmente se for 
manifestamente infundado. Contra essa decisão caberá agravo 
regimental. 
Ao Presidente também caberá a tentativa de remover 
administrativamente a causa do pedido. Se isso não for possível, 
devem ser seguidas as medidas previstas na Lei 8.038/1990, que trata 
dos processos que correm perante o STJ, e contém um capítulo a respeito 
da intervenção federal. 
 
1.14. Mandado de Injunção 
 
O único artigo que trata do assunto determina que sejam 
aplicadas as normas relativas ao mandado de segurança, no que couber. 
 
1.15. Mandado de Segurança 
 
Mais uma vez quero enfatizar a importância dessa ação. 
Juntamente com a ADIn, a ADC, a ação penal originária e o habeas 
corpus, a probabilidade maior de surgirem questões na sua prova está 
aqui. 
 
 
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Art. 181. A petição inicial de mandado de segurança deverá: 
I – indicar, precisamente, a autoridade apontada como coatora, 
bem como a pessoa jurídica que ela integra, à qual está vinculada ou na 
qual exerce atribuições; 
II – especificar nome e endereço completos do litisconsorte, se 
houver, bem como consignar se ele se encontra em lugar incerto e não 
sabido; 
III – vir acompanhada de cópias da inicial e dos documentos 
que a instruam, em número equivalente ao quantitativo de autoridades 
informantes e, se houver, de litisconsortes. 
Em linhas gerais, o mandado de segurança tem por finalidade 
impugnar ato ilegal, praticado por autoridade pública. Nesse caso, assim 
como no habeas corpus, a autoridade impugnada na ação é chamada de 
autoridade coatora. 
Na petição inicial, devem ser apresentadas informações 
completas sobre a autoridade coatora. Perceba aqui que a ação é movida 
contra a pessoa, e não contra o órgão ou entidade à qual ela está 
vinculada. 
Assim, se o ato ilegal foi praticado, por exemplo, pelo 
presidente de uma autarquia, a autoridade coatora será o próprio 
presidente, e não a autarquia. Apesar disso, é necessário que o órgão ou 
entidade seja também indicado na petição. 
Frequentemente, o mandado de segurança é impetrado contra 
mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Certa vez tive a oportunidade de 
acompanhar um mandado de segurança movido por um aluno de 
universidade pública que teve sua matrícula negada. 
A ação foi movida contra o servidor do setor responsável pelas 
matrículas, bem como contra o pró-reitor acadêmico, que havia 
chancelado o ato do servidor. Nesse caso, estamos diante de um 
litisconsórcio passivo, ou seja, há mais de uma pessoa no polo passivo 
da ação. 
 
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Se houver litisconsorte, será necessário indicar na petição 
inicial seu nome e endereço, bem como informar se não houver como 
saber seu paradeiro. 
Por último, todos os documentos apresentados, bem como a 
própria petição inicial, devem ser feitos em tantas cópias quantas 
forem necessárias: uma para cada autoridade coatora, e para cada 
litisconsorte. 
 
Art. 182. Nas vinte e quatro horas subsequentes à distribuição, 
os autos serão conclusos ao relator, que poderá indeferir a inicial se 
manifestamente incabível a segurança, se a petição não atender aos 
requisitos legais ou se excedido o prazo para a impetração. Poderá ainda 
concederliminar para suspender os efeitos do ato impugnado até o 
julgamento final da segurança e será facultado exigir do impetrante 
caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o 
ressarcimento à pessoa jurídica. 
§1º Despachada a inicial, o relator mandará notificar a 
autoridade apontada como coatora no prazo de dez dias, à qual 
remeterá cópia da inicial e dos documentos, bem como mandará dar 
ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica 
interessada. 
§2º Determinará ainda a citação do litisconsorte, se houver, 
observando-se as disposições da lei processual civil. 
O mandado de segurança obedece a prazo determinado pelo 
Regimento: os autos devem chegar às mãos do relator em até 24h após 
da distribuição. Lembre-se desse prazo, é possível que ele apareça na 
sua prova. 
O relator detém prerrogativas amplas acerca da análise de 
admissibilidade da ação. Ele pode indeferi-la de plano, nos casos em 
que o pedido seja manifestamente incabível, quando os requisitos legais 
não forem atendidos, ou quando o prazo já tiver se esgotado. 
 
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A respeito do prazo, já falamos que o mandado de segurança 
é uma ação que se reveste do caráter de urgência. Por essa razão, a ação 
está sujeita ao prazo decadencial de 120 dias. Findo esse prazo, 
continua sendo possível impugnar o ato pelos meios normais, mas não 
mais pelo canal mais célere do mandado de segurança. 
O relator pode ainda conceder liminar para suspender o 
ato apontado como ilegal, quando considerar urgente a necessidade de 
concessão da medida. Nesses casos, ele pode ainda exigir do autor da 
ação que deposite valores em dinheiro a título de garantia, para 
ressarcir eventuais prejuízos da pessoa jurídica, advindos da não 
concessão da segurança. 
Preste atenção a um detalhe a respeito do procedimento. O 
relator, quando despachar a inicial, mandará notificar não só a autoridade 
impugnada, mas também o órgão competente para a representação 
judicial da pessoa jurídica interessada. 
Um exemplo pode ilustrar a questão. Imagine que um cidadão 
ajuíze mandado de segurança para impugnar ato emanado pelo 
Secretário de Educação do Distrito Federal. 
Nesse caso, não apenas o secretário deverá ser notificado, 
mas também a Procuradoria-Geral do Distrito Federal, pois esta é 
responsável por representar a Secretaria de Educação do DF perante o 
Poder Judiciário. 
Ademais, o relator promoverá também a citação do 
litisconsorte, se houver, para que este também possa apresentar sua 
defesa. 
 
Art. 183. Prestadas as informações e apresentada a resposta pelo 
litisconsorte ou decorridos os respectivos prazos, os autos serão 
remetidos à Procuradoria de Justiça, independentemente de despacho, 
que disporá do prazo de dez dias para emitir parecer. 
Art. 184. Devolvidos, os autos serão conclusos ao relator, que, no 
prazo de trinta dias, pedirá a inclusão do processo em pauta. 
 
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Mais uma vez chamo a atenção para os nomes dos órgãos 
componentes do Ministério Público. Já vimos na aula de hoje diversas 
menções à Procuradoria de Justiça. Este é um órgão componente do 
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. 
Quanto aos prazos, o Cespe não é uma banca com tradição 
em cobrar esses detalhes pouco relevantes, mas não coloco a mão no 
fogo por banca nenhuma (rs), então não deixe de dar uma olhada. 
 
Art. 185. As decisões concessivas de liminares, as decorrentes do 
julgamento de mérito, as de indeferimento de petições iniciais e as 
homologatórias de desistência serão comunicadas às autoridades 
apontadas como coatoras, que a elas darão cumprimento, praticando, 
para isso, todos os atos necessários. 
Parágrafo único. Publicado o acórdão, a respectiva cópia será 
remetida à autoridade informante. 
Dispositivos semelhantes a este aparecem em outras ações, e 
todos querem dizer que o cumprimento das decisões independe da 
publicação do acórdão. Nesse sentido, a comunicação será feita 
imediatamente à autoridade apontada como coatora, para que se dê 
cumprimento. Quando for publicado o acórdão, também será enviada 
cópia. 
 
1.16. Protesto, Notificação e Interpelação 
 
O Regimento traz apenas um artigo, determinando que esses 
pedidos sejam julgados de acordo com as leis processuais civis e 
processuais penais. 
 
1.17. Reclamação 
 
Já conversamos um pouco sobre essa ação anteriormente, e 
agora vamos ver maiores detalhes. A probabilidade de a reclamação 
 
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aparecer na sua prova é mediana, então não descuide. Nesse ponto a 
aula começa a ficar mais cansativa, então, se for preciso, faça uma 
pausa, beba uma água, e volte com a atenção redobrada! 
Quando uma decisão judicial for proferida com erro de 
procedimento, não houver recurso específico disponível, e houver 
risco da ocorrência de dano irreparável ou de difícil reparação, pode 
ser ajuizada a reclamação, no prazo de 5 dias contados da ciência do 
ato. 
Caso a parte opte por formular pedido de reconsideração 
da decisão ao órgão que a proferiu, também no prazo de 5 dias, o prazo 
para o ajuizamento da reclamação restará interrompido, ou seja, o prazo 
para a reclamação começará novamente a correr a partir da resposta do 
pedido de reconsideração. 
Outro aspecto importante é a possibilidade de ajuizamento da 
reclamação também para impugnar ato proferido em sede de jurisdição 
voluntária. Nesses procedimentos não há disputa entre as partes, a 
exemplo do divórcio consensual e do inventário. São atos que precisam 
apenas ser homologados, e não propriamente decididos pelo Poder 
Judiciário. 
 
Art. 189. A petição inicial de reclamação deverá: 
I – especificar nome e endereço completos da parte contrária ao 
reclamante no processo principal ou do respectivo advogado, ou 
ainda consignar que ela se encontra em lugar incerto e não sabido, se for 
o caso; 
II – vir acompanhada de cópia do ato impugnado, da inicial, que 
servirá de contrafé, e dos demais documentos essenciais à compreensão 
do pedido. 
Parágrafo único. O relator indeferirá de plano a petição inicial que 
não tratar de reclamação ou que vier desacompanhada de qualquer dos 
documentos exigidos neste artigo. 
 
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O reclamante deve apresentar, sob pena de indeferimento 
liminar da petição inicial, as informações a respeito da parte 
contrária no processo principal, ou de seu advogado. 
Lembre-se de que a reclamação tem o condão de questionar a 
decisão proferida em outro processo. Por essa razão, é necessário que o 
reclamante providencie as informações acerca da parte contrária, bem 
como cópia da decisão impugnada e de outros documentos que 
forem necessários para esclarecer o pedido. 
Se houver pedido de liminar, será obedecido o prazo de 24h 
entre a distribuição e a conclusão dos autos ao relator, que poderá 
suspender o ato impugnado por até 60 dias. 
O magistrado que proferiu adecisão impugnada deverá 
também prestar informações no prazo de 5 dias após o recebimento de 
cópia da inicial. O mesmo prazo será concedido à parte contrária no 
processo principal, ou a seu advogado, para que apresente resposta. 
O Ministério Público também poderá ser ouvido em 5 dias, a 
depender da matéria de que trate a questão ou das partes envolvidas. 
Após essa fase, o relator terá 10 dias pedir a inclusão do processo em 
pauta. 
 
1.18. Representação por indignidade para o oficialato 
 
A Lei nº 6.577/1978 criou o Conselho de Justificação da Polícia 
Militar e do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal. Esse conselho é um 
órgão correicional, que julga oficiais das duas forças acusados da prática 
de irregularidades. 
Os processos oriundos desse órgão, para exame da dignidade 
de oficiais da PMDF ou do CBMDF, ou ainda que estejam servindo nos 
territórios federais, são julgados pelo Conselho Especial, cuja decisão 
é irrecorrível. 
Quanto ao procedimento, este guarda bastante semelhança 
com os de outras ações que já estudamos. 
 
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O relator deve promover a citação do acusado, que 
apresentará suas alegações no prazo de 5 dias. Se o acusado não 
apresentar defesa, o relator designará defensor dativo. 
Os autos serão então remetidos ao Ministério Público, que 
oferecerá seu parecer em 5 dias, e então o relator terá 10 dias para pedir 
a inclusão do julgamento em pauta. 
No julgamento, o advogado do acusado e o Ministério Público 
poderão fazer sustentação oral, de 15 minutos cada um, e então o 
Conselho deliberará sem a presença do público. 
 
1.19. Representação para a perda da graduação das 
praças 
 
Nesse caso, os processos são oriundos do Conselho de 
Disciplina na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, 
criado pela Lei nº 6.477/1977, e que goza basicamente das mesmas 
competências do Conselho de Justificação, mas aplicadas aos aspirantes 
a oficial e às demais praças das duas corporações. 
A única diferença que deve ser lembrada por você é que, 
nesse caso, a competência para julgamento é da Câmara Criminal. 
Quanto aos demais aspectos, aplicam-se as disposições relacionadas à 
representação por indignidade para o oficialato. 
 
1.20. Revisão Criminal 
 
A revisão criminal é uma ação que permite a revisão de uma 
sentença condenatória já transitada em julgado. Sua finalidade é desfazer 
a coisa julgada, corrigindo a injustiça aplicada a quem foi condenado 
indevidamente. 
A revisão criminal pode ser impetrada a qualquer tempo, não 
importando se a pena já foi cumprida, ou mesmo se o condenado ainda 
está vivo ou já faleceu. 
 
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Juntamente com a petição inicial, deverá ser distribuída a 
certidão de trânsito em julgado, além de outros documentos que 
comprovem os fatos trazidos ao Poder Judiciário. O relator poderá, ainda, 
requisitar a apensação (anexação) dos autos originais, caso entenda 
necessário. 
O desembargador que for designado como relator da revisão 
criminal não poderá ter proferido decisão no processo originário, 
nem no Primeiro Grau, e nem na fase recursal. 
Se a inicial não for indeferida de plano, o processo será 
enviado ao Ministério Público para que ofereça parecer no prazo de 10 
dias, após o que serão conclusos ao relator e ao revisor, que pedirá a 
inclusão do processo em pauta. 
 
1.21. Suspensão de segurança 
 
O pedido de suspensão de segurança é uma ação, e não um 
recurso, que tem por finalidade suspender os efeitos de uma decisão, 
para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia 
públicas. 
O Regimento Interno é bastante sintético, trazendo apenas 
um artigo sobre o tema. O pedido de suspensão de segurança é sempre 
distribuído ao Presidente do Tribunal, que despachará em 48h, 
podendo ouvir a autoridade responsável pela decisão e o Ministério 
Público (quando este não for o requerente). 
Não é necessário aguardar a publicação da decisão para 
que se dê cumprimento. Tão logo haja o julgamento, a cópia da 
decisão será enviada à autoridade responsável pelo ato impugnado, para 
que seja cumprida. 
 
 
 
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2. DA COMPETÊNCIA RECURSAL 
 
Neste momento estudaremos os recursos contra decisões 
proferidas no Primeiro Grau, e julgados pelo Tribunal. Mais uma vez 
veremos uma série de conceitos e procedimentos. 
Por favor, lembre-se do que venho dizendo ao longo das 
nossas aulas. É impossível memorizar tudo! Se você tentar fazer isso, vai 
precisar de ajuda psiquiátrica até o fim do curso! rs! 
Procure compreender os conceitos, coloque no seu resumo 
aquilo que for essencial, e apenas se esforce para memorizar o 
absolutamente necessário. 
 
2.1. Agravo de instrumento 
 
Este recurso tem por finalidade atacar decisão 
interlocutória proferida pelo juiz de Primeiro Grau. Apenas relembrando, 
a decisão interlocutória é aquela proferida ao longo do processo, mas que 
não resolve a questão principal. 
 
Art. 204. Distribuído o agravo de instrumento, se não for o caso de 
sua conversão em agravo retido ou de indeferimento liminar, o 
relator: 
I – negar-lhe-á seguimento, liminarmente, nos casos do art. 557 
do Código de Processo Civil; 
II – poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou conceder 
liminar, comunicando ao magistrado a decisão; 
III – poderá requisitar informações ao juiz da causa, que as 
prestará no prazo máximo de dez dias; 
IV – intimará o agravado, pelo órgão oficial, para responder e 
juntar cópias de peças que entenda convenientes no prazo de dez dias. 
 
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§1º Os autos só serão remetidos à Procuradoria de Justiça para 
oferta de parecer em dez dias se o Ministério Público houver oficiado no 
Primeiro Grau de Jurisdição. 
§2º Ao retornarem, os autos serão conclusos ao relator, que disporá 
de prazo não superior a trinta dias para examiná-los e, posteriormente, 
determinar a inclusão em pauta. 
§3º Se o relator indeferir o pedido liminar e, na mesma decisão, 
intimar o agravado para oferecer contrarrazões, o prazo para as partes 
será comum durante os primeiros cinco dias. 
Um dos pressupostos do agravo de instrumento é a urgência. 
Essa é a razão da prerrogativa que é concedida ao relator de convertê-lo 
em agravo retido. 
O agravo retido é outro, em que a parte registra sua 
manifestação contrária à decisão interlocutória, mas o exame pelo 
Tribunal só será feito em momento posterior, já que não há urgência. 
O art. 557 do Código de Processo Civil trata das hipóteses em 
que o relator deve negar seguimento ao recurso liminarmente. Não há 
uma distinção clara entre essas hipóteses e aquelas de indeferimento 
liminar, mencionado no caput do art. 204 do Regimento Interno. Não se 
preocupe com essas distinções conceituais, apenas tenha em mente 
aquilo que está escrito no texto legal. 
 
Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente 
inadmissível,improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou 
com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo 
Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior. 
 
Há alguns recursos que, quando impetrados, provocam 
automaticamente a suspensão dos efeitos da decisão recorrida. Esse é o 
caso da apelação, por exemplo. O agravo de instrumento não tem efeito 
 
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suspensivo, pelo menos não de forma automática, mas o relator goza da 
prerrogativa de aplica-lo. 
Quando estiver convencido da urgência da questão e dos 
riscos iminentes, o relator pode também conceder liminar, antecipando 
os efeitos da decisão favorável ao recorrente. 
É possível também que o relator considere a necessidade de 
requerer informações do juiz que proferiu a decisão recorrida, caso 
em que deverão ser prestadas no prazo de 10 dias. 
Como regra geral do Direito Processual (princípio do 
contraditório e da ampla defesa), a parte contrária também deverá se 
manifestar antes de o recurso ser levado a julgamento. Isso deve ser 
feito também no prazo de 10 dias. 
A intervenção do Ministério Público não ocorrerá em 
qualquer caso, mas somente quando este tiver se manifestado no 
processo de Primeiro Grau, caso em que deve ser oferecido o parecer 
também no prazo de 10 dias. 
Após o retorno dos autos, o relator tem o prazo de 30 dias 
para determinar a inclusão em pauta. 
O julgamento do agravo de instrumento deve ser feito 
sempre antes da apelação relacionada ao mesmo processo. Repito 
que o agravo de instrumento ataca uma decisão interlocutória, enquanto 
a apelação ataca a decisão principal, mas o Regimento Interno estabelece 
essa ordem de julgamento, que não deve ser desrespeitada, ainda que os 
dois recursos constem da mesma pauta de julgamento. 
Caso haja agravo retido, este apenas seguirá para o Tribunal 
juntamente com a apelação, e será apreciado na qualidade de questão 
preliminar desta. 
 
 
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Se houver apelação relacionada ao mesmo processo, o 
agravo de instrumento deverá sempre ser julgado antes, ainda que 
estejam incluídos na mesma pauta de julgamento. 
O agravo retido, quando do julgamento da apelação, será 
conhecido na qualidade de preliminar. 
 
2.2. Apelação Cível 
 
A apelação é o recurso típico. Quando o leigo pensa em 
recurso, está pensando na apelação. Um sujeito procura o Poder 
Judiciário para assegurar o seu direito, e o juiz de Primeiro Grau profere a 
decisão. Se a parte ficou insatisfeita, pode apelar ao Tribunal. 
Primeiramente, o Ministério Público só atuará se já tiver 
feito no Primeiro Grau, caso em que oferecerá parecer no prazo de 15 
dias. 
Como regra geral, na apelação cível existe a figura do 
revisor, exceto nas situações previstas no art. 69, § 2º. Reproduzirei o 
dispositivo para que você possa relembrar. 
 
§2º Não haverá revisor nos recursos interpostos em face de 
decisão ou de sentença em processos que observem procedimentos 
sumários, nas ações de despejo, nas hipóteses de indeferimento 
liminar da inicial, nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e 
da Juventude e, ainda, nos feitos sujeitos à remessa de ofício, quando 
não houver recurso voluntário. 
 
O relator terá 30 dias para analisar o processo (ou 10 dias, 
no procedimento sumário), e deve lançar o relatório nos autos, exceto se 
 
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não houver revisor, caso em que o relatório poderá ser feito oralmente na 
sessão de julgamento. O revisor deverá incluí-lo em pauta no prazo de 
15 dias. 
 
2.3. Apelação criminal 
 
Art. 211. Distribuída a apelação, ocorrendo a hipótese prevista no 
art. 600, §4º, do Código de Processo Penal, independentemente de 
despacho, abrir-se-á vista ao apelante. Ao findar o prazo, com ou sem 
razões, os autos serão remetidos ao órgão do Ministério Público junto à 
vara de origem, para as contrarrazões. 
§1º Se não ocorrer a hipótese prevista no caput deste artigo, os 
autos serão remetidos à Procuradoria de Justiça para oferta de parecer 
em dez dias; se o acusado estiver preso ou se se tratar de apelação de 
sentença em processo de contravenção ou de crime ao qual a lei comine 
pena de detenção, o prazo será de cinco dias. 
§2º Se o feito não comportar revisão, o relator, no prazo legal ou, 
na falta deste, em quinze dias, elaborará relatório e mandará incluí-lo em 
pauta de julgamento. 
§3º Tratando-se de apelação de sentença que tenha cominado ao 
acusado pena de reclusão, os autos serão conclusos ao revisor, que 
disporá do mesmo prazo do relator para solicitar inclusão do processo em 
pauta de julgamento. 
Para que você compreenda a hipótese prevista no caput do 
art. 211, precisarei explicar alguns detalhes sobre a sistemática recursal. 
Como sei que a matéria de Direito Processual penal está sendo cobrada 
em todos os cargos do nosso concurso, presumo que, se você ainda não 
estudou o assunto, estudará de forma mais completa no futuro próximo. 
A análise de admissibilidade dos recursos está relacionada 
a aspectos formais, como prazos, legitimidade do recorrente, e 
pressupostos do recurso. Em geral, o responsável por essa análise, bem 
 
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como pela coleta da manifestação da parte contrária, é o magistrado cuja 
decisão está sendo atacada (juízo a quo). 
O juízo que analisa o mérito do recurso é chamado de juízo ad 
quem. No caso da apelação criminal, caso o recorrente faça requerimento 
nesse sentido, a apelação será apresentada diretamente ao Tribunal 
(juízo ad quem), que abrirá vista ao apelante e colherá as contrarrazões 
do Ministério Público (parte acusadora). Essa opção geralmente é 
vantajosa porque, no âmbito do Tribunal, os prazos são mais longos. 
Se não houver esse requerimento, o juízo a quo colherá as 
contrarrazões do representante do Ministério Público, e então o relator 
abrirá prazo para a Procuradoria de Justiça oferecer parecer no 
prazo de 10 dias. 
Você pode estar achando estranho que o representante do 
Ministério Público ofereça contrarrazões, e, chegando os autos no 
Tribunal, seja aberto prazo para que o Ministério Público ofereça parecer. 
Nesse caso, o representante do MP que atua no Primeiro Grau (promotor 
de justiça) é quem oferece as contrarrazões, enquanto, no âmbito do 
Tribunal, quem atua é um procurador de justiça. 
Em casos menos graves (contravenção penal ou crime punido 
com detenção), quando o réu estiver preso, o prazo para a manifestação 
do representante do MP será de apenas 5 dias. 
Na apelação criminal, só haverá revisor se o réu houver 
sido condenado a pena de reclusão. Os crimes, de maneira geral, 
podem ser apenados com reclusão, detenção ou multa. A reclusão é a 
forma mais grave de restrição da liberdade, comportando o regime 
fechado, o semiaberto e o aberto. 
 
2.4. Carta testemunhável 
 
Este é um recurso em matéria penal, que ataca a decisão que 
negou outro recurso dirigido ao Tribunal, ou impediu seu seguimento