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Direito Processual Civil II


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Direito Processual Civil II
Professor: Allan Helber
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II
05/08
Professor: Alan Helber
Duas provas de 30 (fechada) e provavelmente trabalho um trabalho de 10 pontos.
Estudaremos os recursos cíveis no NCPC e a parte de execução.
Livro: Direito Processual Civil Moderno – José Miguel Garcia Medina
RECURSOS
Parte Geral dos Recursos
O que são recursos?
São mecanismos processuais de impugnação de atos do juiz. 
(Gabriel de Rezende Filho)
Por que as pessoas recorrem da decisão do juiz?
Por que os recursos existem?
Primeiro porque é algo natural ao ser humano: o inconformismo, a irresignação.
Os recursos são necessários para a superação/correção de possíveis erros dos juízes, pois estes são seres humanos e, portanto, falíveis. Os recursos também podem ser usados para depurar uma possível má-fé do julgador. Ou seja, os recursos são usados para controlar os possíveis vícios de erro e má-fé do julgador.
Quais os atos comportam recursos?
1. Sentença;
2. Decisão interlocutória;
3. Acórdãos.
Só é possível interpor recurso contra ato que possua conteúdo decisório, por isso não é possível recorrer de um despacho (não possui conteúdo decisório).
O que não é recurso?
· Mandado de segurança: é uma ação de natureza civil de foro constitucional através da qual se impugna ato de autoridade pública para proteger direito líquido e certo (não se extrai da leitura do direito material; é aquele cuja a prova dos fatos constitutivos é feita de forma sumária – geralmente de forma documental). É uma atividade extremamente abreviada (curta). Se tiver que expedir uma carta precatória ou ouvir testemunhas ou fazer uma perícia, não caberá mandado de segurança;
· Ação rescisória: ação de natureza civil que tem por finalidade a desconstituição da coisa julgada (o CPC traz um rol de vícios que se presentes na sentença causam a nulidade da coisa julgada). A ação rescisória é sempre de competência originária do tribunal (decisão do TJ, quem julga é o TJ; decisão do STF, quem julga é o STF; decisão do STJ, quem julga é o STJ; decisão do juiz de primeira instância, quem julga é o Tribunal);
· Pedido de reconsideração: previsão no CPC-73. É um requerimento de retratação. Não existe mais no novo código.
· Correição parcial: é um procedimento administrativo que pode ser iniciado contra atos do juiz sem conteúdo decisório que possam causar prejuízos as partes. Tem função disciplinar, vai para a corregedoria do tribunal (cabe correição parcial contra despacho, por exemplo).
Não sendo recurso não gera efeitos típicos dos recursos.
O recurso gera um prolongamento da atividade processual (são um plus na mesma atividade processual), não faz surgir uma nova ação.
12/08
O que é recurso? Quais são os recursos?
· Apelação
· Agravo de Instrumento
· Embargos de declaração 
· Agravo interno
· Recurso extraordinário
· Recurso especial
· Agravo em RE Resp
· Embargos de divergência
· Recurso ordinário constitucional
O NCPC não cria novos recursos. Apenas suprime 2 e redesenha outros.
Pressupostos recursais: requisitos que devem ser cumpridos pelas partes para o exercício do direito ao recurso. Se recorrer e não cumprir os pressupostos recursais, o meu recurso não será julgado. 
Quais são os pressupostos?
1. Recorribilidade: o ato judicial tem de comportar recurso segundo a lei para que o exercício do direito ao recurso seja válido. Exemplo: se recorro de um despacho, estou recorrendo de um ato judicial que não comporta recurso, logo não estou cumprindo esse requisito.
Observação: as decisões interlocutórias são sempre recorríveis, mas não são sempre imediatamente recorríveis, pois muitas vezes serão recorríveis somente na preliminar de contestação (não são mais recorríveis por agravo de instrumento).
2. Adequação: é um ato continuo depois da recorribilidade. Para cada ato recorrível existe o recurso certo. Compete a parte recorrente escolher entre os diversos recursos elencados no CPC aquele que é adequado e interpor o recurso certo. É a interposição do recurso adequado. Se erro o recurso, o meu recurso não é julgado. No CPC-15, segue a vigorando a ideia de fungibilidade recursal (quando o erro for justificado - dúvida fundada sobre qual era o recurso cabível - o tribunal admitirá a correção do recurso e julgará o recurso errado como o certo). É muito difícil mencionar um caso prático de fungibilidade recursal. 
3. Tempestividade: o processo é um conjunto de atos processuais praticados ao longo do tempo em lapsos de tempo fixados pela lei ou pelo juiz. Os recursos são atos processuais que tem que ser praticados no prazo determinado. Se o prazo recursal transcorreu in albis, o direito de recorrer precluiu. Os recursos possuem prazos ditos peremptórios (prazo peremptório é aquele que não admite dilação do prazo). Recurso interposto depois do prazo é intempestivo; recurso intempestivo não será julgado. Art. 180: o MP passou a ter todos os prazos em dobro (salvo os prazos específicos) – acabou aquela regra de prazo em dobro e quádruplo. Art. 183: advocacia pública também possuirá todos os prazos em dobro. A defensoria pública não mudou, pois a lei de defensoria pública já mencionava que ela gozará de prazo em dobro para todas as manifestações processuais. E os litisconsórtes? Art. 219: Continuam com prazo em dobro, mas agora tem que ser litisconsortes com procuradores de escritórios distintos, mas essa regra não se aplica aos processos eletrônicos (pois no processo eletrônico não há problema no acesso aos autos). Art. 1003: o prazo para interposição de recursos conta-se da data da intimação da decisão, os sujeitos serão considerados intimados quando for proferida a sentença na audiência. Todos os recursos do CPC, salvo os embargos de declaração (são de 5 dias), terão prazo para recorrer e contrarrazoar de 15 dias. Se houver feriado local, cabe a parte comprovar o feriado. Toda vez que no seu prazo recursal tiver um evento singular que influencie na contagem do prazo, faça uma preliminar para registrar o evento na petição. (52”) Qualquer evento justificado, alegado, provado pela parte pode ensejar a devolução do prazo recursal.
4. Preparo: os recursos estão sujeitos ao pagamento de custas e despesas. É possível a cobrança do porte de remessa de autos quando eles tiverem que ser transportados de um tribunal para outro. Se a parte recorrer e não pagar as custas recursais será aplicada uma pena: antes era automaticamente deserção, agora será intimado, para em um prazo que o juiz fixar, para pagar as custas em dobro e só depois, se não pagar, será aplicada a pena de deserção. 
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.
§ 1o São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.
§ 2o A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias (contados a partir da intimação!A intimação será feita quando perceberem a insuficiência do recolhimento) .
§ 3o É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em autos eletrônicos.
§ 4o O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção.
§ 5o É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4o.
§ 6o Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo. Incluindo o recolhimento em dobro será perdoado.§ 7o O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias. Se preencher a guia de forma errada, o erro poderá ser sanado.
13/08
Observação: toda vez que o código falar que “será intimado” na pessoa do advogado, o advogado poderá optar pela intimação na sociedade.
Completar ato ordinatório ≠ despacho.
A tendência é a transferência para o escrivão dos atos que não tenham conteúdo decisório.
Observação: 
· juízo a quo: aquele que proferiu o ato que será objeto de recurso/órgão recorrido
· juízo ad quem: o órgão que julgará o recurso
Exame dos pressupostos recursais
No CPC-73, normal era que o primeiro exame dos pressupostos recursais seria do órgão a quo. 
Agora, o juízo a quo irá processar o recurso e enviará ao órgão ad quem, que deverá realizar os exames dos pressupostos recursais. 
Juízo de Admissibilidade: quando o órgão analisa se o recurso é adequado, se é tempestivo, se foi realizado preparo, ou se cabe recurso ele estará realizando o juízo de admissibilidade.
O recurso cumpriu todos os pressupostos recursais então ele será admitido, ele terá seguimento, ele será recebido. O recurso pode ser admitido, ter seguimento recebido, mas ao se fazer o Juízo de Tese Recursal (juízo de mérito – crítica: nem todo recurso trata de mérito) o recurso pode ser provido ou negado o provimento. 
Atenção: Juízo de admissibilidade pode ser positivo e negativo!!
O juízo de admissibilidade é realizado pelo relator, mas nada impede que a turma discuta a admissão do recurso! Até a decisão do recurso a admissibilidade do recurso pode ser discutida! Não preclui para turma o direito de examinar os pressupostos.
Legitimidade em matéria de recursos
Dentro da legitimidade aparece um pressuposto (que não é objetivo) subjetivo dos recursos.
Art. 996: podem recorrer a parte vencida (sucumbida), o terceiro prejudicado e o Ministério Público como parte ou como fiscal da ordem jurídica (custus legis). 
Não são todas as partes que podem recorrer: só pode a parte vencida. Para ter um recurso, é necessário haver uma derrota (uma sucumbência) latu sensu. Para ver se houve uma derrota, é necessário ir na parte do dispositivo da sentença.
Observação: o assistente simples não pode recorrer se o titular não recorrer. A assistência litisconsorcial é um litisconsorte ulterior.
Quem é o terceiro prejudicado? Não é possível ser assistente simples. Mas pode ser o possível assistente litisconsorcial que não tinha aparecido ainda no processo. O termo terceiro prejudicado pode ser empregado em pelo menos duas vezes diferentes. O terceiro prejudicado é aquele que não participava do processo porque não precisava (poderia ter sido assistente litisconsorcial mas não foi) até agora ou ainda o adquirente/cessionário que não pode suceder a parte no caso do art. 109 do NCPC. 
Substituição processual: pleitear em nome próprio direito alheio. 
Recurso adesivo
É um mecanismo de direito processual, aplicado a certos recursos (apelação, recurso extraordinário e recurso especial) em caso de sucumbência recíproca (quando julga parcialmente procedente), através do qual a parte que no prazo próprio não tiver interposto seu recurso tem o direito, no prazo de contrarrazões, do recurso interposto pelo seu adversário a fazê-lo, aderindo ao recurso já interposto nos autos.
Apresento duas petições: uma com as contrarrazões e outra interpondo o recurso.
O recurso adesivo é considerado acessório, ele segue o principal (o recurso principal). Se o recorrente desistir do recurso principal, o recurso adesivo fica prejudicado. Se o recurso principal for intempestivo, o recurso fica prejudicado.
18/08
O recurso pode ser objeto de renúncia e de desistência. Renúncia é ato prévio, eu renuncio ao direito de recorrer que ainda não foi exercido. Já a desistência é ato posterior, eu desisto de um recurso que eu já interpus (antes do julgamento é lógico). A renúncia pode se dar de duas maneiras diferentes: expressa (quando a parte escreve em um documento a renúncia do direito de recorrer) ou tácita (a parte pratica um ato que é incompatível com o recurso ou deixa transcorrer in albis o prazo para recorrer). No recurso, não existe nenhum tipo de condição para desistir do recurso. A parte que recorrer pode a qualquer tempo desistir do recurso, não é necessária anuência da outra parte.
Apelação
Apelação é o recurso cabível contra a sentença (a partir do art. 1009). Qual sentença? Qualquer sentença!!! 
A apelação é interposta em 1º grau de jurisdição mediante petição escrita. Genuinamente o recurso é julgado pelo juízo de segundo grau, mas é endereçado primeiramente ao juízo de primeiro grau. 
Observação: Primeiro é feito uma folha de rosto, a qual é endereçada ao órgão a quo – o que primeiramente recebe o recurso – quando se vira a folha de rosto, a próxima é a endereçada ao juízo ad quem – que irá julgar o recurso. Isso não está em nenhum lugar na lei; é apenas praxe. 
As decisões interlocutórias não agraváveis de instrumento que tenham sido feitas no curso do processo serão discutidas em uma preliminar da apelação (essa preliminar veio substituir o agravo retido – que antes discutia as decisões interlocutórias). A outra parte irá discutir essas decisões interlocutórias na preliminar de contrarrazões.
As decisões interlocutórias que não são suscetíveis de agravo de instrumento não precluem!!
Atenção: Contrarrazões de execução não são recurso!!
Atenção: É errado falar que cabe apelação das decisões interlocutórias não agraváveis de instrumento.
Se as decisões interlocutórias não agraváveis de instrumento forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas (não há nome na lei para essa manifestação).
Observação: a apelação é cabível também em relação aos casos do art. 1015 quando eles não estiverem em decisões interlocutórias, mas, sim, na sentença. 
 
“Art. 1.010. A apelação, interposta por petição escrita dirigida ao juízo de primeiro grau (primeiramente, pois finalisticamente irá para o segundo grau), conterá:
I - os nomes e a qualificação das partes (se a parte já tiver sido qualificada no processo pode-se dizer “fulano de tal, já qualificado nos autos”);
II - a exposição do fato e do direito;
III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;
IV - o pedido de nova decisão. Toda decisão tem que ter um pedido “independente” do restante do texto!”
Qual a diferença do inciso II para o III? Nos fundamentos de fato e de direito, eu vou contar a história do litígio; o histórico da lide; porque surgiu a lide entre as partes; deve ser apenas um relatório sobre a lide; é um relatório sobre a lide sem juízo de valor. No inciso III, eu vou discutir a sentença, e os fundamentos de fato e de direito que levam a não concordar com a sentença (são as razões propriamente ditas).
“Art. 1010 ...
§ 1o O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias. Isso é o chamado processamento do recurso.
§ 2o Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para apresentar contrarrazões.
§ 3o Após as formalidades previstas nos §§ 1º e 2º, os autos serão remetidos ao tribunal pelo juiz, independentemente (o juízo de admissibilidade no CPC-15 é feito no juízo ad quem) de juízo de admissibilidade. ”
Atenção: O juízo de primeira instância (juízo a quo) não tem mais competência para realizar o juízo de admissibilidade. 
“Art. 1.011. Recebido o recurso de apelação no tribunal e distribuído imediatamente, o relator:
I - decidi-lo-á monocraticamente apenas nas hipóteses do art. 932, incisos III a V;
II - se não for o caso de decisão monocrática, elaborará seu voto para julgamento do recurso pelo órgão colegiado.”
A decisão monocrática foi inserida no CPC em 1998 em nome da celeridade do processo.
“Art. 932 Incumbe ao relator:
III - não conhecer (não dar provimento) de recurso inadmissível,prejudicado (cujo julgamento é inútil, por exemplo, perda de objeto, ou por outro motivo) ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
IV - negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; ou seja, agora súmulas têm um conteúdo muito forte no sentido de vincular juízes de 1º grau ou até mesmo influenciar em decisões monocráticas de relatores
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; novidade 
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento (ou seja, o relator pode acatar a tese, mas só depois de ouvida a parte recorrida) ao recurso se a decisão recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos (RE e Resp repetitivos);
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;”
26/08
O relator pode prover ou desprover a apelação (depois de analisados os pressupostos recursais) quando houver precedente (súmula ou acórdão em julgados repetitivos proferidos pelo STF e pelo STJ) contra ou a favor a matéria.
Efeitos da apelação
A apelação é dotada de dois efeitos: 
· Devolutivo: que devolve a matéria, ou seja, a matéria já foi examinada no primeiro grau e vai ser examinada de novo pelo tribunal de segundo grau. É o retorno ao exame que já aconteceu na primeira instância, devolve ao tribunal o exame da matéria de fato e de direito já examinados. Tantum devolutum quantum applellatum (tanto se devolve o que se apela). Só se devolve o exame de fato e de direito das questões efetivamente recorridas. Nelson Neri Júnior defende que questões de ordem pública são devolvidas mesmo que não sejam objetos de apelação: efeito translativo (exemplo: pressupostos processuais)
“Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado. Aqui está se referindo às questões não julgadas por inteiro que continuam sendo devolvidas ao tribunal junto com o objeto da apelação (exemplo: o pedido A é uma dívida e o pedido B são os juros de mora e o juiz decide que não há dívida, e, portanto, o pedido B nem chega a ser julgado). Esse dispositivo não autoriza o tribunal a julgar uma apelação baseado em esquecimento do juiz de julgar um pedido (sentença citra petita).
§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais. Estava no código velho e no NCPC, mas é supérfluo! É a logicidade da própria atuação cognitiva do tribunal.
§ 3o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento (o que é condições de imediato julgamento? Princípio da causa madura: quando todos os atos que propiciavam uma sentença aconteceram - citou ou réu, contestou, teve instrução, etc - mas foi dada uma sentença terminativa. O princípio da causa madura justifica a aceleração do processo), o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:
I - reformar sentença fundada no art. 485 (antigo artigo 267 – o restante dos incisos é novidade);
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir;
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo (agora a apelação devolve ao tribunal o exame da sentença citra petita);
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação (o tribunal vai declarar a nulidade e já julgar o próprio mérito também).
Agora, pelo princípio da causa madura, sempre que houver condições de julgamento o tribunal vai julgar o mérito (não vai devolver para o 1º grau).
§ 4o Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição (atenção: são sentenças prejudiciais de mérito – questões que condicionam o exame do mérito), o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.
§ 5o O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória (é o nome que o NCPC dá aos casos, em sua maioria, de tutela de urgência) é impugnável na apelação.” Ou seja, é recorrível mediante apelação.
Observação: iter processual
27/08
· Suspensivo
“Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo (suspende a eficácia da sentença apelada – associar suspensivo com suspensivo de eficácia e não de efeitos – traduzindo a sentença não é executada*).
§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que (exceções nas quais a apelação não tem efeito suspensivo, tem apenas efeito devolutivo – quando a sentença não for dotada de efeito suspensivo pode gerar execução provisória. Execução provisória é um tema umbilicalmente ligado à efeito suspensivo. O RE e Resp não têm efeito suspensivo e, portanto, cabe execução provisória. Mesmo quando a apelação não tiver efeito suspensivo, se a parte recorrente conseguir demonstrar ao relator que aquela execução provisória pode lhe causar um prejuízo, ela está autorizada a requerer ao relator um excepcional efeito suspensivo):
I - homologa divisão ou demarcação de terras;
II - condena a pagar alimentos quem tem direito a alimentos tem pressa;
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória (que foi dada no início da atividade processual ou a liminar que pode ser concedida na própria sentença);
VI - decreta a interdição (também o motivo de urgência).
§ 2o Nos casos do § 1o, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a sentença.
§ 3o O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1o poderá ser formulado por requerimento dirigido ao (fundado em risco de dano):
I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la;
II - relator, se já distribuída a apelação.
§ 4o Nas hipóteses do § 1o, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação (probabilidade), houver risco de dano grave ou de difícil reparação.· probabilidade 
 ou
· probabilidade + risco de dano
Criaram duas possibilidades:
Regra geral: A apelação tem efeito suspensivo.
Exceção: Em certos casos a apelação não tem efeito suspensivo. Porém se nesses casos conseguir provar o risco de dano, o requerente pode requerer ao relator o efeito suspensivo. 
Lei extravagante também pode tratar dos efeitos da sentença: por exemplo, a lei de mandado de segurança diz que a sentença produz efeitos imediatos, ou seja, mandado de segurança não possui efeito suspensivo.
02/09
Recurso de agravo de instrumento
O agravo de Instrumento é o recurso cabível contra decisão interlocutória. Mas contra toda decisão interlocutória? Não. 
Contra certas decisões interlocutórias no processo de conhecimento caberá agravo de instrumento. Serão casos em há uma certa urgência ou que mesmo não sendo urgentes tem uma certa ideia de tempestividade (lógica do artigo 1.015). 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
I - tutelas provisórias; Medida cautelar
II - mérito do processo; eventualmente decisões interlocutórias podem resolver questões de mérito. Por exemplo,quando um juiz decide afastar a prescrição.
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem; não é porque existe uma urgência, mas é por uma ideia de tempestividade (a discussão não pode ser realizada daqui a cinco anos) 
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica; é uma ideia de tempestividade da discussão. Ou faço essa discussão agora, ou faço nunca mais. 
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; Decisão sobre gratuidade de justiça 
VI - exibição ou posse de documento ou coisa; diz respeito a diligência probatória, isso vai formar a convicção do juiz, é um problema de prova, ou produzo a prova agora ou ela não vai mais surtir efeito.
VII - exclusão de litisconsorte; é um ato que tem todo a cara de sentença. Exclusão de litisconsorte tem que ser discutida imediatamente, por razão da tempestividade (como vou voltar o processo todo?).
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; é a mesma ideia de tempestividade.
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o; o juiz pode inverter o ônus da prova, não adianta discutir esse tema depois que a instrução processual já for produzida
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei. Por exemplo: a lei de mandado de segurança autoriza que as decisões sobre medida liminar no mandado de segurança possam ser recorridas por agravo de instrumento e as decisões interlocutória proferidas na execução.
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
No momento em que a decisão interlocutória é proferida, eu recorro ao tribunal por agravo de instrumento.
Decisão interlocutória preclui, mas se ela tratar de mérito ela pode transitar em julgado. Mas, em regra, a decisão interlocutória preclui. 
Interponho o recurso dirigindo minha petição escrita diretamente ao tribunal. Tenho que ser cuidadoso com as informações colocadas na petição – tem que ser robusta de informações – vou ter que também confeccionar cópias de diversos documentos ... 30 minutos. 
A petição terá que conter alguns requisitos:
· os nomes das partes;
· a exposição do fato e do direito; 
· as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido; 
· o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo. As partes têm que estar representadas por advogados. 
Terá que ser juntado à petição inicial cópia de alguns documentos:
· Petição inicial;
· Contestação;
· Petição que ensejou a decisão interlocutória agravada (quando a parte requereu alguma coisa; algumas vezes o juiz simplesmente produz uma decisão interlocutória – nesse caso não cabe esse documento);
· A decisão interlocutória agravada;
· Certidão da intimação ou outro documento que comprove a tempestividade;
· Procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado.
Fora esses documentos obrigatórios, eu posso juntar outros documentos que irão auxiliar a compreensão da controvérsia. Se no caso concreto tenho um documento necessário à decisão interlocutória (que são considerados indispensáveis), a sua juntada deve ser considerada obrigatória. 
Se não existe um dos documentos dos autos, o advogado deverá declarar sob pena de responsabilidade pessoal a inexistência de qualquer dos documentos.
O agravo está sujeito a preparo. Tenho que juntar o comprovante do pagamento do preparo.
Todos as cópias dos documentos têm que ser de documentos já mostrados no processo (cópia dos autos), em regra, não posso inovar no agravo de instrumento (em regra).
Como interponho o agravo de instrumento? 
· Posso protocolizar no tribunal; 
· Na própria comarca, seção ou subseção judiciárias; postagem, sob registro, com aviso de recebimento (postar no correio com AR – a tempestividade vai ser aferida pela data da chancela do correio – no último dia do prazo conta o horário do tribunal como limite e não o horário de funcionamento do correio); 
· Transmissão de dados tipo fac-símile, nos termos da lei (coisa ultrapassada – depois de 5 dias tem que juntar o original); 
· Outra forma prevista em lei. A lei local pode prever outras formas.
Posso protocolizar na primeira instância no setor de protocolo de primeira instância, mas interponho ao tribunal. O agravo de instrumento não passa pelo juízo de primeiro grau (não passa na secretária e nem para o juiz) na sua interposição.
“Art. 1.017 § 3o Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício que comprometa a admissibilidade do agravo de instrumento, deve o relator aplicar o disposto no art. 932, parágrafo único (aproveitamento dos atos processuais).” É uma mudança significativa na história do agravo. Antes qualquer vício no agravo de instrumento gerava a negação do agravo. Agora será permitido a correção do vício.
Se o processo for eletrônico, não preciso juntar a petição inicial e a contestação do processo. O restante dos documentos eu preciso juntar mesmo no processo eletrônico.
03/09
Para eventual juízo de retratação, posso requerer a juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que instruíram o processo. Se o juiz se retratar, ele comunicará que reformou inteiramente a decisão, o relator considerará prejudicado o agravo de instrumento.
No processo físico a juntada desses documentos é obrigatória se os autos forem físicos. Essa juntada é obrigatória, para que ao ser intimado pelo tribunal, em vez de ir ao tribunal, ao agravado vá à primeira instância para consultar esses documentos. No processo eletrônico, isso não é obrigatório, pois o agravado usa o sistema para ter acesso aos documentos.
Se não ocorrer a juntada dos autos físicos, se arguido e provado pelo agravado, importará na inadmissibilidade do agravo de instrumento. 
Art. 1019: se não for o caso de julgamento monocrático. 
I – o que é atribuir efeito suspensivo ao agravo de instrumento? Suspender a eficácia da decisão agravada. O efeito suspensivo só suspense a eficácia da decisão agravada. O processo na 1ª instância não fica em suspenso, porém muitas vezes o processo fica paralisado, pois não há outra providência a ser tomada. A segunda parte do inciso consiste em dar aquilo que o juiz de 1º grau não dá, concede a tutela antecipatória recursal. Quando a decisão de 1º grau é denegatória, você agrava pedindo a tutela antecipatória recursal. Quando a decisão de 1º grau concede alguma coisa, você agrava pedindo o efeito suspensivo.
II – o agravado vai ser intimado para apresentar contrarrazões em 15 dias e nesse tempo ele pode juntar a documentação que entender necessária ao julgamento do recurso. 
Art. 1020 – o prazo desse artigo é impróprio. 
Agravo Interno
Esse recurso já existe já há muito tempo (pelo menos desde 1998), mas não tinha esse nome na lei. A doutrina e a jurisprudência já tinham batizado dessa forma. Esse recurso já existia no CPC antigo e o CPC só fez oficializar o nome.
É o recurso cabível contra atos do relator no tribunal. Agravo interno só existe no tribunal, não existe no 1º grau!!
É o recurso cabível contra qualquer ato decisório monocrático do relator no tribunal. Quando o relator julga o recurso sozinho cabe agravo interno, qualquer coisa que ele decidir sozinho cabe agravo interno em 15 dias. O prazo para interposição de recurso é de 15 dias. Não será designado um novo relator, o mesmo relator irá proferir seu voto primeiro na frente da turma.
Não existe decisão monocrática no agravo interno.
Atenção: Agravo regimental já era, não existe mais. Todos os casos de agravo regimental foram absorvidos pelos casos em que cabem agravo interno.
O que não estiver na lei, o regimento interno que determinará. 
Na petição de agravo interno, deve-se impugnar especificadamenteos fundamentos da decisão agravada.
O relator após receber o agravo interno, intimará o agravado para que ele possa apresentar suas contrarrazões. Após o agravado apresentar suas contrarrazões o relator pode se retratar. Se ele não se retratar, o agravo interno será julgado pela turma, sendo que o relator é o primeiro a se pronunciar. 
Se a turma provier o agravo interno, significa que a turma julgará o recurso que estava sendo agravado.
O relator terá que proferir um voto a partir de um material novo, não pode limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada. 
Se for multado por motivos do parágrafo quarto, para interpor qualquer outro recurso terá que primeiro pagar a multa!
Embargos de Declaração
São sui generes pois, até agora, todos os recursos que estudamos buscam a invalidação ou reforma do ato recorrível, contudo, quando embargo busco a integração do ato embargado (embargos não impugnam!!).
O que é integração? É dar sentido completo ao ato decisório.
O código fará menção a vício, os embargos de declaração corrigem vícios. 
Que tipo de vícios podem ser corrigidos? 
· Obscuridade
· Contradição
· Omissão
· Erro material (apenas na parte positiva, escreveu errado, etc – erros materiais podem ser corrigidos de ofício)
Quais atos decisórios podem ser embargados? Todos os atos do juiz de natureza decisória, ou seja, decisões interlocutórias, sentenças e acórdãos. 
Atenção: não é todo ato do juiz, é todo ato decisório do juiz!!
Quem julga os embargos de declaração? O próprio órgão que proferiu o ato embargado. É o próprio que proferiu a decisão que julga o embargo de declaração. Os embargos de declaração não têm efeito devolutivo (mas nem todos os autores entendem que não tem efeito devolutivo).
Os embargos de declaração são interpostos em 5 dias (todos os outros recursos do NCPC são interpostos em 15 dias). São interpostos por petição perante o órgão a quo, que também julgará os embargos. Os embargos de declaração têm efeito interruptivo (para todos no processo). O efeito interruptivo implica a interrupção do prazo para interpor o recurso apropriado (o recurso impugnativo apropriado). Os embargos de declaração não têm efeito suspensivo, não suspendem a eficácia do ato embargado.
Observação: o juiz no novo código é um escravo dos precedentes. O juiz está obrigado a seguir os precedentes.
Algumas vezes, ao sanar um dos vícios que podem gerar embargos de declaração, o conteúdo decisório da decisão será alterado. Esse entendimento foi construído jurisprudencialmente na década de 90: os embargos de declaração não têm propósito modificativo ou impugnativo - só buscam integração - no ato embargado porém quando o vício de obscuridade ou contradição for tal que resolvê-lo implique na própria modificação do conteúdo decidido os embargos de declaração podem excepcionalmente assumir esse efeito modificativo. 
Os embargos de declaração genuinamente não têm contrarrazões, porém, se no caso concreto, eles puderem, excepcionalmente, assumir efeito modificativo o juiz deve ouvir a outra parte em contrarrazões (prazo de 5 dias).
Os embargos de declaração também possuem essa natureza sui generes por poder assumir essa conotação impugnativa excepcional.
Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias. Prazo próprio.
§1º Nos tribunais, o relator apresentará os embargos em mesa na sessão subsequente, proferindo voto, e, não havendo julgamento nessa sessão, será o recurso incluído em pauta automaticamente.
§2º Quando os embargos de declaração forem opostos contra decisão de relator ou outra decisão unipessoal proferida em tribunal (ato monocrático), o órgão prolator da decisão embargada decidi-los-á monocraticamente. Assim os embargos de declaração forem opostos contra ato decisório monocrático não podem ser opostos à Turma do Tribunal.
§3º O órgão julgador conhecerá dos embargos de declaração como agravo interno se entender ser este o recurso cabível, desde que determine previamente a intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1o. E obviamente tem que ter contrarrazões, por causa do agravo interno.
§4º Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração. Vou poder aditar a petição adaptando-a ao novo conteúdo da decisão.
§5º Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de declaração será processado e julgado independentemente de ratificação.
Prequestionamento: diz respeito a RE e REsp (estou questionando uma tese de lei federal ou constituição – para eu poder questionar uma tese RE/REsp, ela tem que estar prequestionada no acórdão recorrido; a tese só pode ser prequestianado no acórdão, não pode ser feita em nenhum outro momento). O que é prequestinar a tese? Problematizar a tese, é debate-la. É algo que o tribunal recorrido faz. O prequestionamento deve acontecer de ofício, mas as vezes isso não acontece, e aí entra os embargos de declaração (para sanar um vício de omissão).
Só o magistrado do Tribunal pode prequestionar. O que acontece é que o prequestinamento muitas vezes pode ser provocado, porque muitas vezes o prequestionamento pode ser omitido. Assim, pode-se provocar o órgão decisor para que ele profira em um novo acórdão abordando o prequestinamento por meio de um embargo de declaração, pois ele foi omitido.
Algumas vezes o tribunal não suscita de propósito o prequestionamento da tese e aí você entra com os embargos de declaração. Mas mesmo assim algumas vezes o tribunal permanece silente.
Súmula 356, STF, prevê um prequestionamento ficto (quando você embargou e o desembargador diz que não tem nada a declarar). O ponto omisso que foi embargado cabe RE.
Súmula 211, STJ, prevê o contrário que a súmula 356 do STF, mas vou interpor um REsp alegando que o acórdão é nulo com base 535, II, CPC.
Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de prequestionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.
10/09
O art. 1025 do NCPC concretiza a súmula do STF. Assim, a súmula do STJ será considerada contra legis e caducará. Ou seja, a tese do prequestionamento ficto prevalecerá no brasileiro. O artigo 1025 consagra o prequestionamento ficto. 
Atenção: Na lei de juizado especial, está previsto que os embargos de declaração terão efeitos suspensivos quanto ao prazo. Porém, o NCPC (na parte final e transitória) corrige isso, e também no juizado especial os embargos de declaração terão efeito interruptivo!
Tanto na 1ª instancia quanto nos tribunais o magistrado pode excepcionalmente atribuir efeito suspensivo se houver requerimento da parte em nome dos requisitos: probabilidade de provimento do recurso ou se houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
Embargos protelatórios geram multas de até 2% do valor atualizado da causa (é preciso que os embargos sejam considerados com vício de finalidade). Se interpor reiterados embargos protelatórios a multa será elevada a até 10% do valor da causa e a interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa. Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 anteriores forem considerados protelatórios. Se eles não forem admitidos, a sentença transitará em julgado e você terá perdido o direito de apelar.
Podem ser interpostos, em tese, quantos embargos forem necessários. Porém, não é aconselhável interpor o segundo embargo de forma displicente, porque aí pode vir uma multa.
Qual a natureza jurídica do ato quedecide os embargos? A mesma natureza do ato embargado (se embargo uma sentença, tenho uma sentença; se embargo uma decisão interlocutória, terei uma decisão interlocutória).
Embargos sucessivos: os primeiros embargos devem tratar de todos os vícios presente na primeira decisão, os segundos embargos só podem tratar dos vícios já tratados nos primeiros embargos ou incluir tema que surgiu na segunda decisão. Se não tratei do vício da primeira decisão nos primeiros embargos, não poderei tratar desse vício nos segundos embargos.
Matéria da prova vai até aqui.
Recursos de jurisdição extraordinária
O que é a jurisdição ordinária? Aquela jurisdição que habitualmente temos direito de acessar. Os 1º e 2º graus compõe a jurisdição ordinária. Todas as pessoas têm direito abstrato de acessar a jurisdição ordinária.
Só poderá acessar a jurisdição extraordinária quem tiver no caso concreto tese (no caso do STJ de lei federal, no caso do STF da CR).
16/09Jurisdição Extraordinária
Jurisdição Ordinária
2ª instância
1ª instância
 STF (RE)
STJ (Resp)
A jurisdição ordinária (1ª instância) cumpre o dever estatal de prestar jurisdição completa: analisando os fatos (prova serve para reconstrução de fato) e direito. 
O STF (tribunal constitucional) surge com o objetivo de tutelar a constituição.
O STJ tem o objetivo de tutelar a lei federal (antes da CR-88 esse papel era do Supremo) – uniformizar a interpretação da lei federal.
O STF e o STJ compõem a jurisdição extraordinária. Se no caso concreto tenho tese de lei federal, posso interpor recurso no STJ.
Não posso dizer que toda causa vai ao STF e ao STJ.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
I – causas de competência originária do Supremo (o tribunal atua como se fosse o primeiro grau);
II – recurso ordinário constitucional (atua como se fosse o segundo grau)
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: 
a) contrariar dispositivo desta Constituição; 
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; mas declarou mal, a decisão que é inconstitucional, pois o tratado ou lei federal são constitucionais.
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. Mas julgou mal, pois o ato é inconstitucional.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. É um caso de saber quem pode legislar sobre o que, então é um caso de problema de competência legislativa, que está presente na constituição. Por isso é um problema de Constituição Federal mesmo.
O que é uma causa decidida em última instância? Uma causa que não cabe nenhum recurso de natureza ordinária. Recursos ordinários são aqueles que cumprem o duplo grau de jurisdição e que examinam todas as matérias de fatos e de direito.
Ao julgar uma apelação posso estar enfrentando uma decisão em última instância, porém se ela for decidida monocraticamente ainda tenho o recurso de agravo de instrumento para impetrar. 
O que é uma causa decidida em única instância?
Todo tribunal brasileiro tem competência de natureza originária (a ação é proposta diretamente no tribunal – art. 102, 105, 108, as competências originárias do TJ estão na Constituição Estadual). Quando um tribunal julga uma causa de competência originária, existe duplo grau de jurisdição? Depende!! Se couber recurso extraordinário ou recurso ordinário, o duplo grau de jurisdição irá existir. 
Caso a decisão de mandado de segurança contra ato de governador for denegatória, caberá recurso ordinário para o STJ – nesse caso o STJ será juiz de fato e de direito, não estará limitado a uma tese de lei federal, e atuará como 2ª instância. Depois que o STJ julgar o recurso ordinário teremos uma decisão de segunda instância. 
Contudo, se a decisão for de provimento do mandado de segurança, não caberá recurso ordinário para o STJ, e essa decisão será de única instância.
Causa julgada em única instância é aquela que a competência originária é de um tribunal, mas não cabe recurso ordinário.
Observação: Ação rescisória é um procedimento para desconstituir a coisa julgada. Compete ao próprio tribunal julgar rescisórias de suas próprias decisão e ao tribunal de 2º grau julgar uma rescisória de decisão do 1º grau. Rescisória é sempre de competência originária e nunca cabe recurso ordinário. Então toda decisão sobre ação rescisória é uma decisão de única instância.
Todas as alíneas do inciso III tratam de violação da CR-88. As alíneas b, c e d são variações da alínea a.
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: 
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; essa é a previsão por excelência do Resp, os outros incisos são variações dessa alínea.
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; julgou válido, mas julgou mal. 
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. Posso interpor Resp em caso de divergência jurisprudencial. Estou em TRF, posso usar como paradigma acórdão TJ e de STJ, mas não posso usar de TRT, de TRE, de STF. Ou seja, o STJ pode ser o detentor do paradigma.
Observação: acórdão que é usado para fazer a comparação é chamado de paradigma.
O STJ é um tribunal de jurisdição comum (jurisdição comum é aquela que não é especial (jurisdição especial é a militar, eleitoral e trabalho), por isso no inciso III do art. 105 há uma enumeração dos tribunais cujas decisões cabem recurso especial.
Atenção: Não cabe Resp para o STJ de decisão de turma recursal de juizados.
17/09
O art. 105, III, determina os casos de Resp.
O RE e o Resp são recursos interposto no prazo de 15 dias perante ao órgão a quo dirigindo minha petição ao presidente ou ao vice (o regimento interno escolhe a qual eu devo dirigir a petição). Se você tiver um acórdão que ao mesmo tempo viole a CR e Lei Federal, você pode interpor RE e Resp ao mesmo tempo (é obrigatório que sejam feitas duas petições diferentes se esse for o caso) – isso é uma exceção ao princípio/pressuposto da singularidade recursal ou da unirrecorribilidade .
Essa petição vai conter requisitos específicos. 
Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:
I - a exposição do fato e do direito; é um relatório sobre a causa – texto meramente descritivo.
II - a demonstração do cabimento do recurso interposto; tenho que demonstrar o cabimento do recurso. Quando é cabível o RE? Quando houver tese constitucional. Quando é cabível o Resp? Quando houver tese de lei federal. O que é demonstrar do cabimento de RE e Resp? É demonstrar que há tese (aqui eu demonstro que a tese existe, no inciso III, eu problematizo a tese). A demonstração do cabimento é uma sinopse do meu RE/Resp. Dentro do cabimento, o mais importante é demonstrar o cabimento, mas também é bom falar o fundamento constitucional da interposição do recurso e o prequestionamento. 
Observação: Existe uma jurisprudência do STF determina que também esteja presente na petição o fundamento constitucional (o artigo e inciso da constituição no qual se baseia a interposição do recurso) da interposição do recurso sob pena de não recebimento do recurso. O que é o fundamento constitucional da interposição do recurso? É a identificação do artigo (102 se for RE ou 105 se for Resp) e alínea em relação a qual está interpondo seu recurso (é comum que isso seja feito no preambulo do recurso).
III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida. A tese constitucional (RE) ou a tese de lei federal (Resp), e vou questionar e problematizar a tese emitindo meus juízos de valor. Cotejo analítico:é uma decomposição dos dois acórdãos (o que eu estou recorrendo e o paradigma (é a elaboração da tese recursal). Elaborar um Resp é quase como fazer um quadro comparativo. 
§ 1o Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da divergência (provar que o paradigma existe) com a certidão (hoje ninguém usa isso mais), cópia ou citação do repositório de jurisprudência (revista de jurisprudência), oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicado o acórdão divergente, ou ainda com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de computadores (o que manda hoje é esse item, faz-se pesquisa no site do tribunal e anexo o inteiro teor do acórdão), com indicação da respectiva fonte, devendo-se, em qualquer caso, mencionar as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados (devendo fazer o cotejo analítico).
§2º - novidade do NCPC, que declarou uma guerra as decisões não comentadas. 
§3º - revolução também. O tribunal pode autorizar a correção de vício de recurso tempestivo. RE e Resp admitem prazo para a correção de vícios não graves. 
§5º - inciso I e II: RE e Resp não tem efeito suspensivo automático, mas se demonstrar alguns requisitos, posso requerer concessão de efeito suspensivo. Há um momento específico para a requisição do efeito suspensivo: 
· Antes da distribuição, pode ser dirigida a qualquer ministro;
· Depois da distribuição, a competência é do relator.
Interposto o RE/Resp, o recorrido será intimado pela secretária do tribunal para em 15 dias apresentar as contrarrazões, para ser remetido ao superior tribunal independente de juízo de admissibilidade. 
30/09
Se houver dois recursos (especial ou extraordinário), primeiro os autos são enviados ao STJ. Porém o STJ pode achar que a tese constitucional é mais importante, pode enviar os autos ao STF para julgamento do recurso extraordinário.
Se o STJ achar que a tese constitucional é mais importante e mandar para o STF julgar primeiro (achar que o recurso extraordinário é prejudicial), o STF ainda pode achar que não há nada de prejudicial na tese constitucional e enviar de volta para o STJ para realizar o julgamento.
O art. 1032 é uma novidade no CPC. Como se fosse uma conversão do Resp em RE – adaptação do recurso para enviá-lo ao STF. Da mesma maneira o STF pode entender que não há violação a constituição e sim a lei federal e remeter os autos ao STJ.
Violação reflexa: aquela que não viola diretamente. Por exemplo: princípio da legalidade. Se esse princípio está sendo violado é por meio de violação de lei federal ... criando assim uma violação reflexa.
O RE/Resp tem efeito devolutivo da totalidade da tese constitucional ou da tese de lei federal que esteja sendo discutida no caso concreto.
Da EC 45 para cá o Supremo só julga causas de repercussão geral.
Repercussão geral: causa de repercussão geral é a causa repetitiva. Quando a causa de um se repete em causas idênticas. 
O STF só julga RE’s se a tese adotada for de repercussão geral. Na hora de fazer a petição será necessário inserir um tópico tratando da repercussão geral. Quando for fazer o RE, junto ao cabimento deve-se inserir o tópico repercussão geral.
Novidade do NCPC:
3o Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que:
I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal;
II - tenha sido proferido em julgamento de casos repetitivos;
III - tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, nos termos do art. 97 da Constituição Federal.
O STF pode aceitar a participação do amicus curie para já “matar” aquele tema naquele julgamento***
O §5º do art. 1035 não existia no CPC e causam um incidente de coletivização: param todos os casos no país que versem sobre a mesma matéria para que o caso que o STF irá julgar possa servir de precedente.
Observação: O agravo em RE/Resp segue existindo no NCPC, mas os casos em que cabem são diferentes!
Se o STF decidir que não há repercussão geral, todos os outros casos sobrestados terão o seguimento do RE negado.
Desde 2006 está previsto o RE repetitivo e depois passamos a ter o Resp repetitivo. Se temos várias causas com a mesma tese constitucional, o TJ vai mandar para o STF duas ou mais causas representativas da controvérsia para o STF julgar. Depois que o STF julgar, o TJ poderá se retratar para adequar a decisão dos agravos a decisão que o STF decidiu. Alguém que tem uma causa que “não subiu” pode participar como amicus curie (no NCPC, o amicus curie vira mais um caso de intervenção de terceiros).
Observação: Existe incidente geral de recurso repetitivo: o TJ e o TRF podem fazer a mesma coisa em relação ao 1º grau.
01/10
Agravo em Recurso Especial e em Recurso Extraordinário
No CPC-73, era muito usual agravo em RE/Resp, porque o juízo de admissibilidade era feito no tribunal recorrido e a maior parte dos RE/Resp interpostos não eram admitidos. Quando o RE/Resp eram negados interpunha-se agravo. 
O agravo em RE/Resp permaneceu no código para hipóteses daqueles incidentes de coletivização.
A expressão agravo para destrancar RE/Resp só é genuinamente correta no CPC-73. No NCPC é correto dizer agravo em RE/Resp, porque muitas vezes não se quer destrancar o RE/Resp, se quer “matar” o RE/Resp.
Art. 1.042
I - indeferir pedido formulado com base no art. 1.035, § 6o, ou no art. 1.036, § 2o, de inadmissão de recurso especial ou extraordinário intempestivo; 
II - inadmitir, com base no art. 1.040, inciso I, recurso especial ou extraordinário sob o fundamento de que o acórdão recorrido coincide com a orientação do tribunal superior; de novo no âmbito nos incidentes de coletivização de julgamento criados pelo NCPC.
III - inadmitir recurso extraordinário, com base no art. 1.035, § 8o, ou no art. 1.039, parágrafo único, sob o fundamento de que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a inexistência de repercussão geral da questão constitucional discutida. 
§ 1o Sob pena de não conhecimento do agravo, incumbirá ao agravante demonstrar, de forma expressa:
I - a intempestividade do recurso especial ou extraordinário sobrestado, quando o recurso fundar-se na hipótese do inciso I do caput deste artigo;
II - a existência de distinção entre o caso em análise e o precedente invocado, quando a inadmissão do recurso:
a) especial ou extraordinário fundar-se em entendimento firmado em julgamento de recurso repetitivo por tribunal superior;
b) extraordinário fundar-se em decisão anterior do Supremo Tribunal Federal de inexistência de repercussão geral da questão constitucional discutida.
§ 2o A petição de agravo será dirigida ao presidente ou vice-presidente do tribunal de origem e independe do pagamento de custas e despesas postais. O agravo em RE/Resp é gratuito. 
§ 3o O agravado será intimado, de imediato, para oferecer resposta no prazo de 15 (quinze) dias. A própria secretária intimará o agravado para oferecer as contrarrazões em 15 dias.
§ 4o Após o prazo de resposta, não havendo retratação, o agravo será remetido ao tribunal superior competente. Ou seja, pode haver retratação pelo presidente ou vice-presidente do tribunal recorrido.
§ 5o O agravo poderá ser julgado, conforme o caso, conjuntamente com o recurso especial ou extraordinário, assegurada, neste caso, sustentação oral, observando-se, ainda, o disposto no regimento interno do tribunal respectivo.
§ 6o Na hipótese de interposição conjunta de recursos extraordinário e especial, o agravante deverá interpor um agravo para cada recurso não admitido. Se quero destrancar um RE e um Resp serão necessários dois agravos.
§ 7o Havendo apenas um agravo, o recurso será remetido ao tribunal competente, e, havendo interposição conjunta, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça.
§ 8o Concluído o julgamento do agravo pelo Superior Tribunal de Justiça e, se for o caso, do recurso especial, independentemente de pedido, os autos serão remetidos ao Supremo Tribunal Federal para apreciação do agravo a ele dirigido, salvo se estiver prejudicado.Parte introdutória dos Recursos
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente. O que é uma jurisprudência estável? Que se consolida no tempo em determinado sentido e não volta. A integridade aqui tem a ver com o posicionamento uníssonos dos órgãos jurisprudenciais. A jurisprudência tem que ser coerente com o restante do ordenamento jurídico. O problema é que as jurisprudências estão sendo criadas de forma hierarquizada no âmbito dos tribunais. 
§ 1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante. Todo tribunal pode editar súmula. Isso não é uma novidade, mas não era comum nos tribunais de 2º grau.
§ 2o Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação. Súmula é interpretação do caso concreto à luz da lei.
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: entenda aqui cumprirão
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante; choveu no molhado. A CR já determina isso.
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V - a orientação (aqui é orientar no sentido de vincular) do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados. Os tribunais de justiça e os TRF’s também se farão seguidos pelos juízes de primeiro grau (e aos próprios membros do tribunal) pelas matérias simuladas ou seja resultados de julgamentos repetitivos.
Nos incisos I e II há um respaldo constitucional para vincular. Os outros incisos não possuem respaldo na CR.
07/10
§ 1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489, § 1o, quando decidirem com fundamento neste artigo. 
§ 2o A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em julgamento de casos repetitivos poderá ser precedida de audiências públicas e da participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir para a rediscussão da tese.
§ 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da alteração no interesse social e no da segurança jurídica. A modulação de efeitos antes estava limitada ao STF. Todo tribunal pode agora modular os efeitos da alteração de entendimento do tribunal.
§ 4o A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou de tese adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade de fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia.
§ 5o Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede mundial de computadores. A maneira de internalizar essas condutas. 
Art. 928. Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos repetitivos a decisão proferida em:
I - incidente de resolução de demandas repetitivas;
II - recursos especial e extraordinário repetitivos.
Parágrafo único. O julgamento de casos repetitivos tem por objeto questão de direito material ou processual.
A partir do art. 929 temos a organização do tribunal.
Os autos chegam aos tribunais e são registrados. Protocolo descentralizado: protocolizo na primeira instância e é como se tivesse protocolizando no Tribunal (mas para saber se o tribunal prevê o protocolo descentralizado tenho que olhar no regimento interno do tribunal – por exemplo, no TJMG não há protocolo descentralizado, o que existe é o protocolo postal).
Art. 930 PU: antes a ideia era intuitiva, agora está previsto na lei.
Art. 931. Distribuídos, os autos serão imediatamente conclusos ao relator, que, em 30 (trinta) dias, depois de elaborar o voto, restituí-los-á, com relatório, à secretaria. Prazo impróprio!
Art. 932. Incumbe ao relator:
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova (por exemplo, quando for um processo de competência originária do tribunal), bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes;
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal;
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida; o recurso prejudicado é aquele que o julgamento é inútil (quando por exemplo as partes transigiram), o recurso inadmissível é aquele que os requisitos do recurso não foram cumpridos.
IV - negar provimento a recurso que for contrário a: julgar a tese recursal sozinho (desde de 1988 há previsão para isso). No NCPC, esse julgamento solitário está mais bem determinado, está mais lógico dentro da ordem do código (se a decisão viola precedente o relator julga sozinho e se o recurso viola precedente ele também julga sozinho). Assim, o relator julga sozinho para fazer adequação aos precedentes. 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o tribunal; acontecerá muito excepcionalmente. É coisa de 1ª instância.
VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso;
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal.
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível. Um tema muito interessante, pois estamos abandonando a concepção de que recurso não se conserta. 
Art. 933. Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à decisão recorrida ou a existência de questão apreciável de ofício ainda não examinada que devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará as partes para que se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 1o Se a constatação ocorrer durante a sessão de julgamento, esse será imediatamente suspenso a fim de que as partes se manifestem especificamente.
§ 2o Se a constatação se der em vista dos autos, deverá o juiz que a solicitou encaminhá-los ao relator, que tomará as providências previstas no caput e, em seguida, solicitará a inclusão do feito em pauta para prosseguimento do julgamento, com submissão integral da nova questão aos julgadores.
O art. 10 é um desdobramento importante do princípio do contraditório: diz que o tribunal ou juiz não pode decidir NADA sem escutar primeiro as partes.
Art. 934. Em seguida, os autos serão apresentados ao presidente, que designará dia para julgamento, ordenando, em todas as hipóteses previstas neste Livro, a publicação da pauta no órgão oficial. Pauta do julgamento.
Art. 935. Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento decorrerá, pelo menos, o prazo de 5 (cinco) dias, incluindo-se em nova pauta os processos que não tenham sido julgados,salvo aqueles cujo julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão seguinte. Antigamente esse prazo era de 48h, hoje é de 5 dias. Se não ocorreu o julgamento, tenho que publicar a pauta de novo, a não ser que tenha ficado expresso que os casos não julgados ficarão para sessão seguinte.
§ 1o Às partes será permitida vista dos autos em cartório após a publicação da pauta de julgamento. É uma coisa nova. Tenho direito a ver os autos enquanto tiver esperando o julgamento.
§ 2o Afixar-se-á a pauta na entrada da sala em que se realizar a sessão de julgamento. 
Art. 936. Ressalvadas as preferências legais e regimentais, os recursos, a remessa necessária e os processos de competência originária serão julgados na seguinte ordem:
I - aqueles nos quais houver sustentação oral, observada a ordem dos requerimentos; o habitual é que o advogado se inscreva para fazer a sustentação oral.
II - os requerimentos de preferência apresentados até o início da sessão de julgamento;
III - aqueles cujo julgamento tenha iniciado em sessão anterior; e
IV - os demais casos.
Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos termos da parte final do caput do art. 1.021:
I - no recurso de apelação; ou seja, tem sustentação oral
II - no recurso ordinário; ou seja, tem sustentação oral
III - no recurso especial; ou seja, tem sustentação oral
IV - no recurso extraordinário; ou seja, tem sustentação oral
V - nos embargos de divergência; ou seja, tem sustentação oral (interposto no STJ e no STF)
VI - na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação; ou seja, tem sustentação oral
VII - (VETADO);
VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência; ou seja, tem sustentação oral
IX - em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do tribunal. ou seja, tem sustentação oral se a lei ou regimento interno prever
§ 1o A sustentação oral no incidente de resolução de demandas repetitivas observará o disposto no art. 984, no que couber.
§ 2o O procurador que desejar proferir sustentação oral poderá requerer, até o início da sessão, que o processo seja julgado em primeiro lugar, sem prejuízo das preferências legais. Também é novidade.
§ 3o Nos processos de competência originária previstos no inciso VI, caberá sustentação oral no agravo interno interposto contra decisão de relator que o extinga.
§ 4o É permitido ao advogado com domicílio profissional em cidade diversa daquela onde está sediado o tribunal realizar sustentação oral por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que o requeira até o dia anterior ao da sessão.
Art. 938. A questão preliminar suscitada no julgamento será decidida antes do mérito, deste não se conhecendo caso seja incompatível com a decisão. Se tiver uma preliminar, é julgada primeiro a preliminar, porque caso julguem por extinguir o processo não se julga o mérito.
§ 1o Constatada a ocorrência de vício sanável, inclusive aquele que possa ser conhecido de ofício, o relator determinará a realização ou a renovação do ato processual, no próprio tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, intimadas as partes.
§ 2o Cumprida a diligência de que trata o § 1o, o relator, sempre que possível, prosseguirá no julgamento do recurso.
§ 3o Reconhecida a necessidade de produção de prova, o relator converterá o julgamento em diligência, que se realizará no tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, decidindo-se o recurso após a conclusão da instrução.
§ 4o Quando não determinadas pelo relator, as providências indicadas nos §§ 1o e 3o poderão ser determinadas pelo órgão competente para julgamento do recurso.
Art. 939. Se a preliminar for rejeitada ou se a apreciação do mérito for com ela compatível, seguir-se-ão a discussão e o julgamento da matéria principal, sobre a qual deverão se pronunciar os juízes vencidos na preliminar.
Art. 940. O relator ou outro juiz que não se considerar habilitado a proferir imediatamente seu voto poderá solicitar vista pelo prazo máximo de 10 (dez) dias, após o qual o recurso será reincluído em pauta para julgamento na sessão seguinte à data da devolução.
§ 1o Se os autos não forem devolvidos tempestivamente ou se não for solicitada pelo juiz prorrogação de prazo de no máximo mais 10 (dez) dias, o presidente do órgão fracionário os requisitará para julgamento do recurso na sessão ordinária subsequente, com publicação da pauta em que for incluído.
§ 2o Quando requisitar os autos na forma do § 1o, se aquele que fez o pedido de vista ainda não se sentir habilitado a votar, o presidente convocará substituto para proferir voto, na forma estabelecida no regimento interno do tribunal.
Art. 941. Proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado do julgamento, designando para redigir o acórdão o relator ou, se vencido este, o autor do primeiro voto vencedor. Se o relator do recurso for vencido, sua tese foi derrotada, ele não será o relator do acórdão.
§ 1o O voto poderá ser alterado até o momento da proclamação do resultado pelo presidente, salvo aquele já proferido por juiz afastado ou substituído. Enquanto o presidente da câmara não proclamar o resultado todos podem mudar seu voto – isso é a essência de uma decisão colegiada.
§ 2o No julgamento de apelação ou de agravo de instrumento, a decisão será tomada, no órgão colegiado, pelo voto de 3 (três) juízes.
§ 3o O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte integrante do acórdão para todos os fins legais, inclusive de prequestionamento.
Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores. Reinventaram embargos infringente ex offício: criaram uma técnica de julgamento que na prática é muito parecida com embargos infringentes! Mas o recurso embargos infringente não existe mais! “É inútil!” É de ofício.
§ 1o Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado. É como se fosse uma mentira.
§ 2o Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do julgamento.
§ 3o A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não unânime proferido em:
I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno;
II - agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito.
§ 4o Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento:
I - do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandas repetitivas;
II - da remessa necessária;
III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial.
Art. 943. Os votos, os acórdãos e os demais atos processuais podem ser registrados em documento eletrônico inviolável e assinados eletronicamente, na forma da lei, devendo ser impressos para juntada aos autos do processo quando este não for eletrônico.
§ 1o Todo acórdão conterá ementa. É uma sinopse através de palavras chaves. A ideia aqui é a classificação dos acórdãos.
§ 2o Lavrado o acórdão, sua ementa será publicada no órgão oficial no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 944. Não publicado o acórdão no prazo de 30 (trinta) dias, contado da datada sessão de julgamento, as notas taquigráficas o substituirão, para todos os fins legais, independentemente de revisão. Isso é para punir os tribunais e não para ser cumprido!
Parágrafo único. No caso do caput, o presidente do tribunal lavrará, de imediato, as conclusões e a ementa e mandará publicar o acórdão.
Art. 945. A critério do órgão julgador, o julgamento dos recursos e dos processos de competência originária que não admitem sustentação oral poderá realizar-se por meio eletrônico.
§ 1o O relator cientificará as partes, pelo Diário da Justiça, de que o julgamento se fará por meio eletrônico.
§ 2o Qualquer das partes poderá, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentar memoriais ou discordância do julgamento por meio eletrônico.
§ 3o A discordância não necessita de motivação, sendo apta a determinar o julgamento em sessão presencial.
§ 4o Caso surja alguma divergência entre os integrantes do órgão julgador durante o julgamento eletrônico, este ficará imediatamente suspenso, devendo a causa ser apreciada em sessão presencial.
Art. 946. O agravo de instrumento será julgado antes da apelação interposta no mesmo processo. A apelação tem que julgada depois do agravo. O proferimento de sentença prejudica agravo de instrumento? Em regra, não prejudica, mas, em alguns casos, proferida a sentença o agravo fica prejudicado (exemplo, agravo contra tutela de urgência) – é possível isso acontecer, mas não acontece sempre. O julgamento de agravo pode prejudicar a sentença? Pode sim, por exemplo, agravei em alguma coisa relacionada às provas (o tribunal decidiu que uma testemunha deveria ter sido ouvida).
Parágrafo único. Se ambos os recursos de que trata o caput houverem de ser julgados na mesma sessão, terá precedência o agravo de instrumento.
15/10
PROCESSO DE EXECUÇÃO 
	Até agora estudamos o processo de conhecimento, que tem como objetivo/finalidade acertar o direito entre as partes e eliminar a incerteza. O processo de conhecimento no CPC-73 está regulamentado no livro I. Depois do acertamento do direito entre as partes tenho uma sentença, e essa sentença é um título executivo judicial que o devedor tem que cumprir sob pena do processo de execução. A finalidade do processo de execução é cumprir o preceito contido no título. O título pode ser judicial (caso em que teve-se previamente processo de conhecimento) como pode ser extrajudicial. O CPC-73 foi reformado nos anos de 2002 e 2005 para prever para que quando haja a dualidade (processo de conhecimento e posterior processo de execução) exista um só processo, mesclando execução com cognição – o chamado processo sincrético.
Atenção: No processo sincrético, existe uma fase cognitiva (que é diferente do processo de conhecimento) e depois uma fase executiva (que é diferente da execução). 
	
	Processo de Execução
	Fase Executiva
	No processo de execução, tinha-se que propor uma petição inicial, citar o devedor, o devedor tem direito de embargos à execução.
	No fase de executiva, tinha-se que fazer um requerimento, intimar o devedor, o devedor não pode propor embargos à execução, mas, se a execução for por quantia certa, ele pode impugnar a execução.
	
	Mesmo com o processo sincrético, há casos em que se tem apenas o processo de conhecimento e apenas o processo de execução.
	Execução como cumprimento de sentença (art. 513)
	X
	Execução de título extrajudicial (art. 771)
	Estamos obrigados a conviver com essa dualidade.
Execução de título extrajudicial – execução em geral
Art. 778: Partes na execução
Quem é o legitimado ativo na execução? O credor assim estampado no título (legitimação ativa originária).
Observação: o autor da execução é mais recomendável que seja chamado de credor ou exequente. A parte passiva é chamada de devedor ou executado.
Os demais exequentes são chamados de supervenientes (legitimação ativa superveniente ou derivada):
· O Ministério Público, nos casos previstos em lei; como por exemplo, os manifestadamente pobres.
· O espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo; sucessão em razão da morte. O espólio é uma pessoa formal: via de regra, é uma massa patrimonial que tem capacidade processual (que pode estar em juízo). O espólio é representado em juízo pelo inventariante, isto é, no processo de partilha ou inventário o juiz nomeará o inventariante para velar pelo interesse do espólio. O código fala de espólio, herdeiros e sucessores, pois quis ser abrangente (cobrir todos os casos concretos).
· O cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos; cessão de crédito! Cessão de direitos! Como regra geral, os créditos de natureza privada podem ser cedidos.
· O sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional. Sub-rogação também é um instituto do direito material. Sub-rogação legal é aquela prevista em lei – fiador, por exemplo. Sub-rogação convencional é aquela acordada pelas partes.
O devedor estampado no título é o legitimado passivo por excelência.
A execução também pode ser promovida contra:
· O espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
· O novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo; Atenção: a cessão de dívida para ter validade jurídica depende de consentimento do credor.
· O fiador do débito constante em título extrajudicial; existe uma redação nova em face do código anterior, que não mencionava essa hipótese, pois o fiador se equipara ao próprio devedor, apesar de ter um benefício de ordem. Antes o CPC tratava apenas como “fiador judicial” com a nova redação amplia-se o rol de fiadores com legitimidade passiva.
· O responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito;
· O responsável tributário, assim definido em lei.
Observação:
· Litisconsórcio: é possível litisconsórcio no processo de execução. Por exemplo: pluralidade de devedores, de credores, avalistas, etc. 
Mas, regra geral: esse litisconsórcio é facultativo. 
Exceção: Existe litisconsórcio necessário no processo de execução, como por exemplo se houver penhor de imóvel de devedor casado.
· Intervenção de terceiros: não cabe intervenção de terceiros na execução, pois ela se aplica na essência ao processo de conhecimento. 
· Mas e o chamamento ao processo? No processo de execução não se precisa desse instituto, pois há a sub-rogação para esses casos (a vantagem é que a execução se torna mais rápida). A sub-rogação é feita nos mesmos autos. 
Art. 781 Competência
Tem que se levar em conta se o título é extrajudicial ou judicial. 
· Se o título for judicial, o juiz de 1º grau que julgou a fase cognitiva é o competente para executar a sentença.
· O foro competente para a execução de título extrajudicial pode ser de eleição ou o da situação dos bens ou do domicílio do devedor. 
O prioritário é o foro de eleição. Havendo foro de eleição a execução tem que ser proposta naquele foro. Secundariamente, a execução tem que correr onde estão os bens que serão executados. Não existindo foro de eleição vou para os outros dois. O foro residual é o do domicílio do devedor.
Observação: a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado.
Requisitos essenciais para realizar uma execução
Preciso de um título executivo (requisito formal) e ele tem que estar inadimplido (são dois requisitos)!
A execução é nula se não houver título. Uma cópia do título tem que ser juntada ao processo (preciso da cártula), e o original tem que guardado (ou com o credor – que se compromete a não passar pela frente - ou acautelada em secretaria).
O inadimplemento não se prova, apenas se alega. Se o devedor adimpliu, ele deve provar o pagamento. 
O título tem que ser dotado de certeza, liquidez e exigibilidade. 
21/10
Os títulos extrajudiciais são aqueles elencados na lei (no CPC ou em outra lei). 
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:

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