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I Timóteo

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I Timóteo 
 
 
 
Silvio Dutra 
 
 
 
 
DEZ/2015 
 
 
 
2 
 
 
 
 
Sumário 
 
Introdução 3 
I Timóteo 1 5 
I Timóteo 2 26 
I Timóteo 3 51 
I Timóteo 4 62 
I Timóteo 5 74 
I Timóteo 6 86 
 
 
 
 
 
 
 
3 
Introdução 
Conforme havia manifestado nas Epístolas da 
Prisão (Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom), 
a sua forte expectativa de que o fato de ter apelado 
para César lhe redundaria em liberdade, tudo indica 
que de fato o apóstolo Paulo fora libertado, 
conforme evidências internas que encontramos em 
I Timóteo e Tito, porque, principalmente, estas 
epístolas apresentam Paulo em deslocamento e em 
situações que não podem ser harmonizadas com o 
registro contido no livro de Atos, o qual é encerrado 
com o relato de sua primeira prisão em Roma. 
Como vemos por exemplo no que lemos em I Tim 
1.3: “Quando eu estava de viagem, rumo da 
Macedônia, te roguei permanecesses ainda em 
Éfeso”. 
Aqui vemos Paulo afirmando que estava viajando, o 
que não poderia fazer se estivesse preso, e também 
que estava indo para a Macedônia, pedindo a 
Timóteo que permanecesse em Éfeso. 
Não temos em Atos esta situação de Paulo estar 
indo para a Macedônia, ficando Timóteo em Éfeso. 
Temos exatamente o contrário disto. Isto é, enviou 
Timóteo e Erasto para a Macedônia, enquanto ele, 
Paulo permaneceu em Éfeso (At 19.22), durante a 
4 
sua terceira viagem missionária, quando 
evangelizou a cidade de Éfeso. 
Desta forma, é comum ser datada a escrita de I 
Timóteo entre 61 e 63 d.C, quando o apóstolo 
esteve em liberdade antes da sua segunda prisão 
em Roma que culminou com o seu martírio em 64 
d.C. 
As palavras desta epístola, juntamente com as que 
encontramos em Tito e em II Timóteo, foram as 
últimas escritas pelo apóstolo e que viriam a constar 
do cânon do Novo Testamento. 
São palavras de alguém que se encontrava na 
expectativa da sua partida deste mundo para a 
glória celestial, e assim, são da maior importância, 
principalmente quanto ao cuidado apostólico em 
deixar instruções adequadas para serem seguidas 
para a constituição de líderes para a Igreja de Jesus 
Cristo em todas as épocas. 
 
 
 
 
 
5 
I Timóteo 1 
 
Desagravo da Honra de Pastores Fiéis 
“1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, segundo o 
mandado de Deus, nosso Salvador, e de Cristo Jesus, 
esperança nossa. 
2 a Timóteo, meu verdadeiro filho na fé: graça, 
misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Cristo 
Jesus, nosso Senhor. 
3 Como te roguei, quando partia para a Macedônia, 
que ficasse em Éfeso, para advertires a alguns que 
não ensinassem doutrina diversa, 
4 nem se preocupassem com fábulas ou genealogias 
intermináveis, pois que produzem antes discussões 
que edificação para com Deus, que se funda na fé. 
5 Mas o fim desta admoestação é o amor que 
procede de um coração puro, de uma boa 
consciência, e de uma fé não fingida; (I Tim 1.1-5) 
Façamos um desagravo da honra dos muitos 
pastores, que fielmente vivem e pregam o 
evangelho, de modo sacrificial e abnegado, por 
amor às almas e para a exclusiva glória do Senhor. 
6 
Porque nestes dias conturbados têm refletido a luz 
de Jesus, não como velas ou planetas, mas como 
estrelas irradiantes do Seu amor pela humanidade. 
A estes descendentes espirituais do apóstolo Paulo, 
queremos dedicar o comentário da sua primeira 
epístola pastoral dirigida a Timóteo. 
Não há em nenhuma parte do livro de Atos dos 
Apóstolos o registro histórico de ter o apóstolo 
Paulo deixado Timóteo em Éfeso, quando ele, 
Paulo, partia para a Macedônia, conforme ele 
afirmou no terceiro versículo. 
Disto podemos concluir que a escrita desta epístola 
a Timóteo foi posterior à narrativa contida em Atos, 
que é encerrada com a primeira prisão de Paulo em 
Roma. 
Esta epístola de I Timóteo, foi escrita por Paulo 
quando se encontrava em liberdade, antes de sofrer 
sua segunda prisão em Roma, que culminaria com o 
seu martírio sob o imperador Nero. 
A importância do conhecimento destes dados 
históricos e geográficos está relacionada ao fato de 
entendermos melhor o cenário em que esta epístola 
foi escrita, pois havia decorrido tempo suficiente 
desde que Paulo havia se despedido dos presbíteros 
de Éfeso, conforme se vê no relato de Atos 20, para 
que se cumprisse aquilo que ele havia predito 
quanto à penetração de lobos vorazes na Igreja dos 
7 
efésios, que não poupariam o rebanho, e que estes 
líderes desviados da verdade falariam coisas 
pervertidas com o intuito de afastarem os discípulos 
da firmeza deles em Cristo, conforme haviam sido 
ensinados pelo apóstolo, por apontarem a 
confiança deles não mais na sã doutrina, mas no 
evangelho falso e pervertido que eles passaram a 
lhes ensinar. 
“29 Eu sei que depois da minha partida entrarão no 
meio de vós lobos cruéis que não pouparão o 
rebanho, 
30 e que dentre vós mesmos se levantarão homens, 
falando coisas perversas para atrair os discípulos 
após si.” (At 20,29,30). 
Contra o que geralmente se imagina, não são 
heresias grosseiras que estes lobos vorazes 
costumam introduzir na Igreja, de modo que isto 
seria muito evidente. 
Ao contrário isto é feito de maneira sutil, encoberta 
e dissimuladamente, porque o fazem vestidos de 
ovelhas, tal como Jesus alertou à Igreja no Sermão 
do Monte, contra o perigo dos falsos profetas, 
chamando-os de lobos devoradores, porque furtam 
as graças e a vida espiritual do rebanho. 
Foi a estes que Pedro também se referiu em sua 
segunda epístola: 
8 
“Mas houve também entre o povo falsos profetas, 
como entre vós haverá falsos mestres, os quais 
introduzirão encobertamente heresias 
destruidoras, negando até o Senhor que os 
resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina 
destruição.” (II Pe 2.1). 
Enquanto viviam os apóstolos, pela autoridade que 
receberam de Cristo para porem o fundamento da 
Sua Igreja, eles podiam reconduzir as coisas que 
necessitavam ser consertadas, valendo-se desta 
autoridade apostólica. 
E é por isso que apesar desta epístola a Timóteo ser 
uma carta pessoal, no entanto ela seria lida por 
muitos em Éfeso, e não é portanto sem razão que 
seja iniciada por Paulo com a afirmação de quem 
provinha a autoridade do seu apostolado – de Cristo 
Jesus, pelo mandado de Deus Pai (v. 1). 
Assim, pôde determinar a Timóteo que 
repreendesse aqueles que estavam ensinando uma 
doutrina diferente daquela que havia dado a eles 
para guardarem e praticarem (v. 3). 
E nenhuma doutrina diferente da única e sã 
doutrina pode produzir edificação dos cristãos, 
senão discussões e debates inúteis (v.4). 
Os cristãos devem ser edificados na fé, isto é, na fé 
objetiva na verdade revelada por Cristo aos 
apóstolos, e devem também ser exortados a 
9 
crescerem na graça e no conhecimento de Jesus, 
melhorando sempre em graus a sua piedade e 
santificação. 
Sem esta fé no evangelho é impossível haver esta 
edificação em amor. 
Daí a necessidade de serem admoestados tanto 
aqueles que estavam ensinando doutrinas 
diferentes, quanto aqueles que estavam se 
deixando influenciar por tal ensino, de maneira que 
pudessem retornar a uma fé não fingida, e a terem 
uma boa consciência, bem instruída pela Palavra de 
Deus, que são coisas básicas e necessárias para que 
se possa viver no amor de Cristo (v. 5). 
Pastores não são profissionais da fé, mas irmãos 
mais experimentados e pais para o rebanho de 
Cristo, para conduzi-lo em amor, se sentindo um 
com eles, protegendo-os como um pai faz em 
relação a seus filhos, estando pronto a dar a sua vida 
pelo bem deles. 
 E todos os demais ministérios foram dados por 
Cristo à Igreja para este mesmo propósito da sua 
edificação em amor. 
São familiares achegados uns aos outros, e 
diligentemente interessados em promover o bem 
comum. 
10 
Por isso a Igreja Primitiva vivia como um só corpo, 
que de fato era, tendo tudo em comum. 
Daí a exortação que Paulo deu a Timóteo no sentido 
de que os líderes da Igreja de Éfeso não ensinassem 
doutrinas diferentes, lembrando-lhe queo objetivo 
daquela exortação visava ao amor que aqueles 
líderes e a própria Igreja haviam esquecido, e assim, 
estavam sendo privados de viver no Espírito e no 
amor de Cristo. 
O amor esfria onde não há esta disposição de se 
obedecer à verdade. 
O fato de lobos devoradores estarem ensinando 
outra doutrina, vestidos dissimuladamente de 
ovelhas para enganar o rebanho estava impedindo 
a manifestação da vida do Senhor entre os cristãos 
de Éfeso. 
Por isso Paulo exortou Timóteo a restaurar o reto 
ensino que é segundo a sã doutrina, de maneira que 
o amor de Deus pudesse se manifestar no seio da 
Igreja. 
 Jesus sempre afirmou que a vivência do amor de 
Deus está vinculada à prática efetiva da Sua Palavra. 
E que é esta a única maneira de permanecer nEle e 
no Seu amor. 
São realidades inseparáveis. Não é possível viver no 
amor de Deus sem uma verdadeira obediência à 
11 
verdade, e toda obediência à verdade deve visar 
prioritariamente a este viver no amor de Deus, 
porque é este o grande objetivo do evangelho, da 
salvação que obtivemos em Cristo Jesus. 
“Como o Pai me amou, assim também eu vos amei; 
permanecei no meu amor.” (João 15.9). 
“Se guardardes os meus mandamentos, 
permanecereis no meu amor; do mesmo modo que 
eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e 
permaneço no seu amor.” (João 15.10). 
 
FÉ + CORAÇÃO PURO + BOA CONSCIÊNCIA = AMOR 
“6 das quais coisas alguns se desviaram, e se 
entregaram a discursos vãos, 
7 querendo ser doutores da lei, embora não 
entendam nem o que dizem nem o que com tanta 
confiança afirmam. 
8 Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela 
usar legitimamente, 
9 reconhecendo que a lei não é feita para o justo, 
mas para os transgressores e insubordinados, os 
irreverentes e pecadores, os ímpios e profanos, 
para os parricidas, matricidas e homicidas, 
12 
10 para os devassos, os sodomitas, os roubadores 
de homens, os mentirosos, os perjuros, e para tudo 
que for contrário à sã doutrina, 
11 segundo o evangelho da glória do Deus bendito, 
que me foi confiado.” (I Tim 1.6-11) 
Na introdução desta seção de I Timóteo Paulo 
afirma que alguns haviam se desviado, na Igreja de 
Éfeso, da verdadeira fé, da boa consciência, e 
consequentemente do amor de Deus, porque ele é 
o resultado da afirmação da sã doutrina na vida, 
quando se tendo uma boa consciência para com Ele, 
firmada não nos nossos próprios critérios de vida, 
mas nos que Ele nos ensina na Sua Palavra. 
Deus é puro espírito, com atributos santos e 
perfeitos, de modo que não podemos permanecer 
nele participando da sua natureza divina, quando 
nos falta pureza de coração, que exige de nós fé e 
boa consciência. 
O apóstolo cita o motivo deles terem se desviado: 
entregaram-se a discursos vãos, substituindo a vida 
espiritual que é baseada nas operações 
transformadoras da graça nos corações, mediante o 
poder do Espírito, segundo a prática da sã doutrina, 
por uma especulação filosófica, legalista e moralista 
baseada no uso indevido da Lei. 
Eles estavam afirmando a salvação e a santificação 
pelo simples uso da lei, e sabemos que não é o 
13 
próprio homem que salva e que se santifica a si 
mesmo, senão que isto é decorrente da operação 
sobrenatural do Espírito Santo. 
O cumprimento da lei não é porventura o 
amor? (Rom 12.10). 
Deste modo, tudo o que tende a enfraquecer o 
nosso amor a Deus ou aos irmãos, tende a derrotar 
a finalidade da lei, e quando isto acontece, não 
importa qual seja o uso que façamos da Lei, isto será 
sempre algo que estará fora do objetivo de Deus em 
relação à Igreja. 
Por isso se diz que ainda que façamos muitas coisas 
e que tenhamos muitos dons, mas se não tivermos 
este amor que procede de Deus na nossa 
experiência diária, nada disso nos aproveitará (I Cor 
13.1-3). 
Não foi uma afirmação solta de Jesus a de ter dito 
que é o amor de uns pelos outros, que identifica os 
seus discípulos, porque isto significa que é somente 
quando estamos vivendo neste amor, que estamos 
de fato fazendo a Sua vontade (João 13.35), e 
atendendo portanto ao objetivo para o qual fomos 
criados e salvos. 
Quando a pregação do evangelho descamba para 
temas que ocultem aquilo que os cristãos são em 
Cristo e o que eles devem viver em consequência 
disto, como nós encontramos por exemplo, no 
14 
ensino de Jesus no Sermão do Monte, e quando não 
se dá a devida consideração e prática a esta 
verdade, o amor é lançado fora, porque é pela 
verdade da Palavra que é santificado e purificado o 
coração (João 17.17). 
Um coração que não for purificado não pode amar 
com o amor de Deus, porque Deus é santo e amor. 
Por isso Paulo afirmou no verso 5 que o amor 
procede de um coração puro, de uma boa 
consciência e de uma fé não fingida. 
Como poderiam então aqueles falsos mestres da 
Igreja de Éfeso ensinarem estas coisas aos 
discípulos se eles próprios não andavam na 
verdade? 
Como poderiam ensinar aquilo que eles não 
entendiam e não viviam? 
Do que estiver cheio o coração a boca falará! E como 
poderá falar do puro e santo amor de Deus da 
maneira que convém, estando o coração cheio de 
impureza carnal e de soberba mundana? 
Se a Igreja é corrompida por tais falsos mestres e 
pastores nós não devemos ficar surpresos com isto, 
porque desde o princípio foi assim. 
Quando as pessoas e principalmente os ministros se 
afastam da grande lei do amor, não será nenhuma 
15 
maravilha ver que eles estarão desviados do 
caminho, porque isto sempre ocorrerá quando as 
pessoas perdem de vista o grande objetivo pelo 
qual devem viver, conforme lhes foi designado por 
Deus desde antes da fundação do mundo. 
“como também nos elegeu nele antes da fundação 
do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis 
diante dele em amor;” (Ef 1.4). 
O amor a que a Bíblia se refere não é mero 
sentimento, e muito menos simples afeto natural, 
mas a unidade espiritual que é vinculada pelo amor 
sobrenatural ágape, que é derramado pelo Espírito 
Santo nos corações que são fiéis ao Senhor, e que 
buscam fazer a Sua vontade em obediência à Sua 
Palavra, por meio de uma verdadeira vida de oração 
e de comunhão real no espírito com aqueles que 
invocam ao Senhor com um coração puro, para 
fazer avançar os interesses do reino de Cristo na 
terra. 
Daí a necessidade que o rebanho de Cristo seja 
apascentado por pastores que sejam fiéis, homens 
piedosos, na fé e na oração. 
Pastores verdadeiramente fiéis a Cristo não são 
dominadores do rebanho. Não exercem domínio 
sobre as almas que lhes foram confiadas por Deus, 
isto é, se foram efetivamente confiadas, e se eles 
foram de fato chamados para apascentá-las. 
16 
O amor de Cristo deve governar sobre tudo e sobre 
todos, e não o desejo ambicioso de serem mestres 
de outros, para exporem o que eles pensam e não a 
verdade revelada da Palavra no temor de Deus. 
É muito comum que muitos se intrometam no 
ministério pelo desejo de falar daquelas coisas das 
quais eles são na verdade ignorantes, porque não 
foram instruídos por Deus, uma vez que ou não 
foram chamados por Ele ou então se corromperam 
em sua vocação, deixando-se vencer pelo orgulho e 
pela presunção, esquecidos que a carne e o ego 
devem ser renunciados para que ensinemos a 
outros apenas aquilo que temos aprendido de 
Cristo. 
Daí a exortação de Pedro aos pastores: 
“2 Apascentai o rebanho de Deus, que está entre 
vós, não por força, mas espontaneamente segundo 
a vontade de Deus; nem por torpe ganância, mas de 
boa vontade; 
3 nem como dominadores sobre os que vos foram 
confiados, mas servindo de exemplo ao 
rebanho.” (I Pe 5.2,3). 
Tentar produzir a vida de Deus com debates sobre a 
lei, conforme aqueles falsos mestres de Éfeso 
estavam fazendo, não somente não atingia o 
objetivo deles, como anulava o objetivo de Deus 
para a Igreja. 
17 
Eles haviam abandonado o primeiro amor, 
conforme nós vemos na carta que Jesus dirigiu 
àquela Igreja, quando o apóstolo João se 
encontrava na ilha de Patmos (Apo 2.4). 
Eles haviam sido repreendidospor isto. 
E nós vemos aqui nesta primeira epístola de 
Timóteo, em conexão com Atos 20, o que havia 
produzido este esfriamento no amor por parte da 
Igreja de Éfeso. 
Em razão de a da pregação e o ensino daqueles 
líderes desviados estarem tão centrados na lei, e 
somente nela, isto era indicativo de estarem 
decaídos da graça. 
 
A HONRA E A GRAÇA DA CHAMADA MINISTERIAL 
“12 Dou graças àquele que me fortaleceu, a Cristo 
Jesus nosso Senhor, porque me julgou fiel, pondo-
me no seu ministério, 
13 ainda que outrora eu era blasfemador, 
perseguidor, e injuriador; mas alcancei 
misericórdia, porque o fiz por ignorância, na 
incredulidade; 
14 e a graça de nosso Senhor superabundou com a 
fé e o amor que há em Cristo Jesus. 
18 
15 Fiel é esta palavra e digna de toda a aceitação; 
que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os 
pecadores, dos quais sou eu o principal; 
16 mas por isso alcancei misericórdia, para que em 
mim, o principal, Cristo Jesus mostrasse toda a sua 
longanimidade, a fim de que eu servisse de exemplo 
aos que haviam de crer nele para a vida eterna. 
17 Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao 
único Deus, seja honra e glória para todo o sempre. 
Amém.” (I Timóteo 1.12-17) 
Não haverá ministério verdadeiro na Igreja se não 
for por uma chamada de Cristo. 
É Ele que constitui os ministros e deste modo 
ninguém se faz ministro, porque assim o deseja ou 
pela vontade dos homens, senão por uma chamada 
de Deus para o exercício do ministério, tal como o 
apóstolo Paulo afirma quanto ao seu próprio caso. 
Esta chamada não é realizada em conformidade 
com o mérito humano, ou qualificações humanas, 
porque Deus usa as coisas fracas e humildes para 
confundir as que são, e esta chamada é feita dentre 
aqueles que são pecadores, porque mesmo que 
alguém se converta e seja honrado pelo Senhor por 
ser chamado por Ele para ser Seu ministro, isto não 
significa que o chamado tenha deixado de ser 
pecador, porque tal como Paulo afirma, continua 
sendo pecador (v.15), com a diferença de ter 
19 
alcançado graça e misericórdia da parte de Deus 
para ser salvo. 
Quem habilita portanto, para o exercício do 
ministério é o próprio Cristo; e Ele não dá somente 
habilidade, como também fidelidade, porque se 
alguém é achado fiel por Ele para o exercício do 
ministério, tal como Paulo, é porque Cristo é quem 
faz isto, concedendo que sejamos fiéis. 
Esta fidelidade é uma exigência para todos os 
ministros, porque são mordomos de Cristo, e devem 
corresponder à grande confiança que Ele deposita 
neles. 
E como Paulo devem dar graças por terem sido 
colocados no ministério, porque isto é uma 
demonstração do grande favor do Senhor para com 
estes que são chamados para servi-lO. 
Paulo destacou esta graça e misericórdia de Deus no 
seu próprio exemplo, porque foi perseguidor da 
Igreja, sendo blasfemador e injuriador dos cristãos. 
Se ele tivesse feito isto com plena consciência de 
que estava perseguindo o povo de Deus, ele teria 
sido culpado do pecado imperdoável de blasfêmia 
contra o Espírito Santo, mas como o fez na 
ignorância e por motivo de incredulidade, obteve 
misericórdia. 
20 
O apóstolo fixou neste seu exemplo a completa 
longanimidade de Jesus Cristo na dispensação da 
graça para com os pecadores. 
Se um perseguidor da própria Igreja foi não apenas 
salvo, mas constituído apóstolo de Cristo, de que 
grau de longanimidade e misericórdia está o Senhor 
demonstrando no exemplo do apóstolo, de maneira 
que ninguém se sinta impedido de vir a Ele para que 
seja salvo? 
Paulo destaca no seu próprio exemplo que a palavra 
do evangelho, que afirma que Jesus veio ao mundo 
para salvar os pecadores, é inteiramente fiel e digna 
de total aceitação, porque isto se comprova na 
prática dos muitos testemunhos de conversão de 
grandes pecadores, dos quais ele se afirmava o 
principal deles. 
Jesus veio ao mundo não para chamar justos, mas 
pecadores ao arrependimento (Mt 9.13). 
De maneira que o primeiro passo para se entrar pela 
porta estreita da salvação é se reconhecer pecador. 
Aqueles que se consideram justos a seus próprios 
olhos não poderão ser salvos por Cristo, porque ele 
não salva justos, que pensam que não têm do que 
se arrepender, mas pecadores que se arrependem 
dos seus pecados. 
21 
 Este trabalho de salvação é feito por causa do amor 
de Deus, e mediante a fé do pecador. 
É por fé para que seja segundo a graça, porque Deus 
determinou salvar os pecadores exclusivamente 
pela graça, e não por nenhuma boa obra praticada 
por eles (v. 4). 
Afinal, qual tipo e quantidade de boas obras poderia 
apagar a dívida infinita dos muitos pecados que 
tínhamos para com Deus? 
Esta salvação não teria que ser obrigatoriamente 
por um perdão total desta dívida infinita? 
Deus fez isto, não somente perdoando a dívida, mas 
pagando completamente o preço exigido pela sua 
justiça, para que continuasse Justo no perdão que 
nos concedesse. 
Ele fez isto com o pagamento que Jesus fez com a 
Sua própria vida, entregando-se por nós. 
É nisto que reside principalmente a grande 
demonstração do amor de Deus, a saber, em que 
Cristo deu a Sua vida, morrendo por nós na cruz, por 
um ato de puro amor e misericórdia, e não por 
nenhum merecimento ou bondade que houvesse 
em nós. 
Assim, Jesus veio salvar os pecadores que não 
poderiam salvar a si mesmos, porque não tinham 
22 
como se ajudar para cancelar a dívida de pecados 
que determina uma separação eterna de Deus, num 
sofrimento eterno. 
Diante de tão grande graça, misericórdia e 
longanimidade, Paulo prorrompeu num louvor 
espontâneo ao autor da nossa salvação com as 
seguintes palavras: “Ora, ao Rei dos séculos, 
imortal, invisível, ao único Deus, seja honra e glória 
para todo o sempre. Amém.” (v. 17). 
 
Entregues a Satanás para Não Blasfemarem 
 “18 Esta admoestação te dirijo, filho Timóteo, que 
segundo as profecias que houve acerca de ti, por 
elas pelejes a boa peleja, 
19 conservando a fé, e uma boa consciência, a qual 
alguns havendo rejeitado, naufragaram no tocante 
à fé; 
20 e entre esses Himeneu e Alexandre, os quais 
entreguei a Satanás, para que aprendam a não 
blasfemar.” (I Timóteo 1.18-20) 
Tendo destacado anteriormente a importância da 
sã doutrina para a salvação dos pecadores e 
edificação dos cristãos, especialmente para 
permanecerem no amor de Cristo, Paulo passa 
agora a admoestar e a encorajar Timóteo a cumprir 
23 
o seu dever ministerial, do qual havia sido 
incumbido pelo apóstolo, e que fora inclusive 
confirmado através de profecias quanto ao trabalho 
do qual o Senhor lhe havia encarregado a fazer em 
favor da Igreja. 
E ele deveria fazer isto, tendo antes cuidado de si 
mesmo, se mantendo em santificação, por 
conservar a fé na verdade, e por manter uma boa 
consciência para com Deus, consciência pura esta 
que uma vez rejeitada por se desviar da verdade, 
alguns haviam naufragado na fé, e Paulo lembrou a 
Timóteo que dentre esses que haviam naufragado 
na fé figuravam Himeneu e Alexandre, que ele havia 
entregue a Satanás, para não mais blasfemarem. 
Todo ministério verdadeiro, como o de Timóteo, 
tem esta característica de um combate, de um 
combate contra e pecado e Satanás. 
Os ministros terão que se empenhar continuamente 
nesta luta contra os poderes que se opõem à 
verdade, que visam ocultá-la ou adulterá-la, de 
maneira que não se veja o amor de Deus na Igreja. 
Cristo chama a Igreja a se edificar no amor, tal como 
Neemias foi chamado por Deus no passado para 
reedificar Jerusalém. 
Tal como ele, os cristãos terão que fazer este 
trabalho em meio a duras oposições. 
24 
A edificação deve continuar, assim como a do 
templo nos dias de Zorobabel. 
Cruzar os braços, ser indiferentes aos ataques dos 
inimigos espirituais do evangelho, não se levantar 
em defesa da verdade implicará na paralisação do 
fluir do rio de águas vivas na Igreja. 
Implicará na morte das graças que foram 
conquistadas ao longo da caminhada cristã. 
Deus mesmo permitiráisto para que o Seu povo se 
levante e se empenhe no bom combate da fé, de 
maneira que nem a Palavra e nem o nome do 
Senhor sejam negados. 
Himeneu e Alexandre haviam feito uma profissão 
de serem cristãos, mas estavam a serviço de 
Satanás, e por isso foram entregues justamente a 
ele para que ficassem exclusivamente a seu serviço, 
mas não mais enganando a Igreja, porque pelo ato 
de serem entregues a Satanás pelo apóstolo, a 
máscara deles foi removida perante a comunidade 
de fiéis, de modo que não se fiassem no ensino 
destas pessoas que haviam naufragado na fé, e que 
estavam ensinando doutrinas diferentes, contra o 
ensino dos apóstolos de Cristo. 
A Igreja não pode prevalecer contra as portas do 
inferno sem a verdade, daí a importância de se 
defender a verdade acima de qualquer outro 
interesse. 
25 
Esta é a pérola de grande valo, que é adquirida pela 
graça e que não deve ser negociada porque a Igreja 
que fizer isto se tornará pobre e miserável diante de 
Deus e dos homens, ainda que tenha fama, como a 
Igreja de Laodiceia, de ser rica e poderosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
I Timóteo 2 
Um Só Mediador entre Deus e os Homens, e 
Submissão 
“1 Exorto, pois, antes de tudo que se façam súplicas, 
orações, intercessões, e ações de graças por todos 
os homens, 
2 pelos reis, e por todos os que exercem autoridade, 
para que tenhamos uma vida tranquila e sossegada, 
em toda a piedade e honestidade. 
3 Pois isto é bom e agradável diante de Deus nosso 
Salvador, 
4 o qual deseja que todos os homens sejam salvos e 
cheguem ao pleno conhecimento da verdade. 
5 Porque há um só Deus, e um só Mediador entre 
Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, 
6 o qual se deu a si mesmo em resgate por todos, 
para servir de testemunho a seu tempo; 
7 para o que (digo a verdade, não minto) eu fui 
constituído pregador e apóstolo, mestre dos gentios 
na fé e na verdade. 
8 Quero, pois, que os homens orem em todo lugar, 
levantando mãos santas, sem ira nem contenda.” (I 
Tim 2.1-8) 
27 
 Os cristãos de Éfeso, que haviam naufragado na fé, 
estavam como é costume ocorrer, pregando e 
ensinando coisas pervertidas na Igreja, de forma 
que isto configurava um ato de se postarem junto à 
porta estreita da salvação, com a deliberada 
intenção de impedir a entrada daqueles que 
tencionavam fazê-lo. 
 Tendo nomeado a dois destes apóstatas (Himeneu 
e Alexandre) Paulo lembrou a Timóteo que ele tinha 
o dever de proclamar alto e bom som a todos na 
Igreja, que a passagem deveria ser desimpedida, 
pela pregação da genuína mensagem do evangelho, 
e que isto deveria ser antecedido por um pesado e 
contínuo trabalho de oração intercessória em favor 
de todos os homens, inclusive das autoridades 
constituídas. 
O apóstolo destacou o motivo principal destas 
orações em favor de toda a humanidade: Cristo 
morreu por todos os pecadores de maneira que 
aqueles que vierem a crer nEle, serão beneficiados 
pela Sua morte e mediação. 
Ele se ofereceu a si mesmo em sua morte na cruz 
para resgate por todos. 
Ninguém é impedido por Deus de vir a Ele, porque o 
desejo de Deus em relação ao homem, que criou, é 
o de que todos se salvem por chegar ao 
conhecimento da verdade. 
28 
De modo que se alguém não vem a Cristo, isto 
ocorrerá por um impedimento existente no próprio 
pecador, mas não em algo colocado pelo próprio 
Deus nEle. 
No seu trabalho de mediação, Cristo se coloca entre 
o ofendido (Deus) e o ofensor (o pecador) e age 
como árbitro e advogado no trabalho de reconciliar 
a parte ofendida com a ofensora. 
Quem, além dele poderia realizar tal trabalho? 
Daí Paulo afirmar que há somente um Mediador 
entre Deus e os homens. 
Mas sempre haverá resistência dos poderes das 
trevas e da carne para que o pecador se renda a 
Cristo. 
Daí a necessidade crucial de muita oração por parte 
da Igreja para quebrar tais resistências. 
Com estas palavras, Paulo estava lembrando 
Timóteo para restaurar os efésios quanto à visão de 
que o amor de Deus não é inclusivista, mas 
expansionista, isto é, os cristãos não devem limitar 
o amor deles apenas àqueles que já estão na Igreja, 
mas também a todos os homens. 
Apesar do grande zelo que se deve ter pela verdade, 
não se preserva o amor de Deus fazendo da Igreja 
uma sociedade fechada, senão aberta, para que 
29 
possam entrar todos quantos estão destinados à 
vida eterna. 
O cuidado que se deve ter com falsos profetas, 
mestres, e até mesmo falsos irmãos, conforme 
prescrito pelo próprio Cristo, com vistas à 
manutenção da verdade, tem a ver especialmente 
com os critérios para a ordenação de líderes e 
admissão de membros na Igreja, mas não 
propriamente com a recepção de pessoas não 
cristãs nas reuniões públicas da Igreja, porque estas 
devem ser abertas a todos, havendo oração, 
pregação e ensino da verdade, na expectativa de 
que alguns deles se arrependam e cheguem ao 
conhecimento da verdade, para o bem das suas 
próprias almas. 
Vemos na Bíblia o próprio Deus declarando que não 
tem prazer na morte do ímpio, antes que ele se 
converta e viva (Ez 18.23; 33.11). 
O apóstolo Paulo afirmou o seguinte: “Pois isto é 
bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, o 
qual deseja que todos os homens sejam salvos e 
cheguem ao pleno conhecimento da verdade.” (I 
Tim 2.3,4). 
Isto demonstra claramente que até mesmo os 
cristãos eram ímpios diante dele, antes da sua 
conversão. 
30 
A manifestação deste desejo expresso de Deus de 
salvar ímpios está revelado no Novo Testamento: 
“porém ao que não trabalha, mas crê naquele que 
justifica o ímpio, a sua fé lhe é contada como 
justiça;” (Rm 4.5). 
“Pois, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu a 
seu tempo pelos ímpios” (Rm 5.6). 
“Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos 
delitos e pecados, nos quais outrora andastes, 
segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe 
das potestades do ar, do espírito que agora opera 
nos filhos de desobediência, entre os quais todos 
nós também antes andávamos nos desejos da nossa 
carne, fazendo a vontade da carne e dos 
pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, 
como também os demais.” (Ef 2.1-3). 
Todavia, uma vez convertido, o cristão não é mais 
designado na Bíblia como ímpio, mas como justo, 
como eleito de Deus, e a palavra ímpio continua 
designando aqueles que não foram alcançados pela 
salvação que há em Cristo Jesus. 
É chamado ímpio (im = não; pio = piedoso) porque 
não possui a vida cujas realidades se referem à 
piedade, e piedade em seu sentido bíblico significa 
vida santa e consagrada a Deus. 
31 
Então concluímos que se houvesse em todos os 
seres morais a condição de serem salvos pelo 
Senhor, eles seriam efetivamente salvos, porque 
Deus afirma que tem o desejo de que todos se 
salvem. 
Entretanto não devemos confundir este desejo com 
o fato de Deus não conhecer pela Sua presciência, 
aqueles que resistirão à Sua vontade e não se 
converterão de modo algum. 
Este desejo não significa portanto, que Deus tenha 
esperança que todos se converterão a Ele, pois na 
Sua presciência sabe que muitos não atenderão ao 
convite do evangelho. 
Então, o que o apóstolo quer dizer com a expressão 
que Deus deseja que todos se salvem e cheguem ao 
conhecimento da verdade, senão que Ele não criou 
o homem para que Ele permanecesse endurecido 
nas trevas da ignorância do pecado, que lhe impede 
de conhecer a verdade e assim ser libertado do 
pecado. 
Este não é de fato o desejo de Deus em relação ao 
homem que Ele criou, porque poderia até mesmo se 
dizer que Ele tem prazer no pecado, caso tivesse o 
desejo que o homem pecasse e permanecesse em 
trevas espirituais. 
32 
Como Deus poderia desejar uma tal coisa e 
permanecer sendo o Deus perfeitamente santo, 
justo e bondoso que Ele é? 
Seguramente é sincero o desejo de Deus de que 
todos se salvassem e isto foi visto claramente na 
tristeza e até mesmo na ira santa de Jesus diante da 
falta de arrependimento dos pecadores no Seu 
ministério terreno. 
Ele chegouaté mesmo a chorar diante da 
impenitência de Jerusalém, quando estava próximo 
o momento da Sua morte. 
Nisto Ele revelou claramente que Deus não odeia os 
pecadores, que Ele é longânimo para com todos 
eles, mas julgará a falta de arrependimento pelos 
seus pecados. 
Deus abomina o pecado mas é também longânimo 
e misericordioso. 
Para revelar a sua bondade, amor, longanimidade e 
misericórdia, encerrou a todas na desobediência, 
para demonstrar a Sua misericórdia a todos. 
Portanto, não será pelo impedimento de estarem 
rodeados de fraquezas, de serem imperfeitos e 
falhos que deixará de lhes conceder a Sua graça para 
que sejam transformados e aperfeiçoados, porque 
serão objeto do Seu amor, e da Sua bondade e 
misericórdia. 
33 
Contudo, apesar de todos saberem pela lei natural 
que Deus imprimiu em suas mentes o que é certo e 
o que é errado, muitos não procurarão abandonar o 
mal e se voltarem para Deus para que sejam 
curados. 
Ainda que não possam fazer isto de si 
mesmos, contudo receberiam a ajuda e a 
capacitação necessária, da parte do Senhor, para 
que pudessem fazê-lo, caso se empenhassem em 
investigar a causa da verdade. 
Por conseguinte o homem é justamente 
responsabilizado nem tanto pelo fato de ser 
pecador, pois todos são pecadores, mas pelo fato de 
não se voltar para Deus. 
 
A Questão da Submissão Feminina 
“9 Quero, do mesmo modo, que as mulheres se 
ataviem com traje decoroso, com modéstia e 
sobriedade, não com tranças, ou com ouro, ou 
pérolas, ou vestidos custosos, 
10 mas (como convém a mulheres que fazem 
profissão de servir a Deus) com boas obras. 
11 A mulher aprenda em silêncio com toda a 
submissão. 
34 
12 Pois não permito que a mulher ensine, nem 
tenha domínio sobre o homem, mas que esteja em 
silêncio. 
13 Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. 
14 E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo 
enganada, caiu em transgressão; 
15 salvar-se-á, todavia, dando à luz filhos, se 
permanecer com sobriedade na fé, no amor e na 
santificação.” (I Timóteo 2.9-15) 
Muitas coisas estavam erradas na Igreja de Éfeso. 
Nós sabemos isso por causa do caráter desta carta e 
dos assuntos de que ela trata. Mas você notará no 
capítulo 3 versos 14 e 15 um resumo da intenção 
global da carta. "Escrevo-te estas coisas esperando 
ir ver-te em breve; para que se eu tardar, fiques 
ciente de como se deve proceder na casa de Deus, 
que é a Igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da 
verdade.”. Em outras palavras, eu estou lhe 
escrevendo assim para que você saiba como a Igreja 
deveria funcionar. 
Um dos problemas existentes na Igreja de Éfeso 
estava relacionado ao comportamento das 
mulheres. 
 
35 
Obviamente, como a Igreja estava sendo conduzida 
por falsas doutrinas, fazendo com que se tornasse 
mundana em seu comportamento, certamente isto 
atingiria tanto as mulheres na Igreja quanto os 
homens. 
Há uma citação no segundo verso, do quinto 
capítulo, que as mulheres deveriam ser tratadas 
com toda a pureza. 
Há assim uma indicação indireta que o 
relacionamento na Igreja não estava se baseando 
na santidade. 
Mais adiante no mesmo capítulo quinto, nós vemos 
no verso 6, por exemplo, que algumas mulheres 
estavam se entregando aos prazeres mundanos, 
fazendo morrer a vida e paz que é segundo um viver 
e andar no Espírito, e por isso Paulo diz que “mesmo 
viva, está morta”. 
Algumas mulheres tinham abandonado a pureza, e 
estavam desejando viver somente para o prazer. 
Nós achamos mais adiante no verso 11 que algumas 
viúvas mais jovens tinham feito votos a Cristo que 
elas não puderam cumprir, por causa da luxúria 
delas, que fazendo com que violassem suas 
promessas estavam trazendo sobre si condenação 
por serem infiéis a seus votos originais (v.12). 
 
36 
Nós encontramos no verso 15: “se desviaram 
seguindo a Satanás”. E no verso 13 que algumas 
delas aprenderam a viverem, ociosas, inativas, 
andando de casa em casa, fazendo mexericos e 
falando coisas inconvenientes. 
Na segunda carta de Paulo para Timóteo em Éfeso, 
no sexto versículo, do terceiro capítulo, ele destaca 
que havia na Igreja “mulherinhas sobrecarregadas 
de pecados, conduzidas de várias paixões,” que 
estavam sendo seduzidas por homens ímpios. 
Estas estavam sendo atraídas facilmente por 
homens que tinham forma de piedade, que 
aprendiam sempre e jamais podiam chegar ao 
conhecimento da verdade. 
Eram falsos líderes e mestres, que haviam desviado 
a Igreja da verdade do evangelho. 
Daí a facilidade com que a vida mundana havia 
penetrado a Igreja, por falta da sã doutrina aplicada 
na vida dos crentes. 
O dever de Timóteo, segundo fora encarregado pelo 
apóstolo, era ode trazer a Igreja ao seu devido lugar. 
Agora voltando a I Tim 2.9 vemos que não apenas 
estes problemas de impureza e quebra de votos 
estavam atingindo as mulheres de Éfeso. 
 
37 
Além de trazerem estas impropriedades, impurezas 
e imoralidades na adoração da Igreja, debaixo da 
pretensão de virem adorar a Deus, estavam se 
ostentando profanando aquela adoração pela 
forma de se vestirem e do seu comportamento que 
tinha por alvo chamar a atenção para si, em vez de 
terem um coração voltado para a verdadeira 
adoração ao Senhor que exige humildade e 
quebrantamento. 
Assim, Paulo afirmou no verso 9 quanto às mulheres 
da Igreja de Éfeso: 
“Da mesma sorte, que as mulheres, em traje 
decente, se ataviem com modéstia e bom senso, 
não com cabeleira frisada e com ouro, ou pérolas, 
ou vestuário dispendioso,”. 
Por que isto? 
Porque o espírito de ostentação é totalmente 
contrário à vida de devoção piedosa que exige 
humildade dos filhos de Deus. 
Não havia nada de errado em que as mulheres se 
vestissem e se adornassem com modéstia e 
discernimento. O problema era a ostentação para 
demonstrar status social e chamar a atenção para si, 
desviando assim os olhos da congregação de Cristo 
da adoração que era devida a Deus, especialmente 
nos cultos públicos. 
38 
Diz-se que um vestido dispendioso, conforme no 
dizer de Paulo, custava na época cerca de 7 mil 
denários, o que era uma grande soma de dinheiro 
que a maior parte das pessoas pobres da época, 
nem sequer sonhavam em ganhar em todo um ano 
de trabalho. 
Assim, a adoração pública na Igreja estava sendo 
poluída por mulheres que viram isto como uma 
ocasião para ostentar a sua riqueza e demonstrar a 
sua beleza, vestindo-se de forma sexualmente 
atraente para homens que teriam o foco da sua 
atenção desviado do Deus vivo para elas, não 
permitindo assim que houvesse um ambiente 
apropriado para a adoração. 
Desde que o assunto da vestimenta é um assunto 
importante para as pessoas do sexo frágil, Paulo 
começa com a discussão da aparência delas. 
Paulo disse que queria que as mulheres se 
adornassem de modo apropriado especialmente na 
adoração pública. Paulo queria porque é assim que 
Deus quer. 
A palavra “ataviem” (adornem) vem do grego 
“kosmeo”. Nós obtemos o palavra cosmético disto. 
Tem a ver com o modo com que uma mulher se 
apronta. Significa organizar, colocar em ordem, 
basicamente, aprontar-se. 
 
39 
Ele está dizendo que uma mulher deve se aprontar. 
Quando uma mulher vier adorar, há uma 
preparação envolvida. Uma mulher deveria se 
aprontar para a adoração. E quando elas se 
prepararem, devem se adornar. Mas a peça 
principal do seu vestuário não são os adornos caros 
e chamativos, mas como diz no verso 10: mas “boas 
obras (como é próprio às mulheres que professam 
ser piedosas.)”. 
Isto se depreende do termo "vestuário" que é 
realmente um termo muito abrangente, pois não se 
refere somente a roupas ou adornos, mas é também 
usado em muitos lugares para significar 
comportamento, atitude ou ação. Pode ser o 
comportamento de uma mulher. A ideia então que 
está aqui é uma preparação total. Quando uma 
mulher vier adorar, ela deve estar totalmente 
preparada. Tanto no exterior quanto no interior. 
Tanto no que se vê quanto na sua vida espiritual e 
comportamental. 
Paulo não está dizendo que asmulheres deveriam 
vir para Igreja de modo desleixado. Ele não está 
dizendo que elas não deveriam se vestir bem. Ele 
objetivava que elas viessem para a Igreja com uma 
vestimenta adequada e apropriada para o culto 
devido a Deus, de forma que Ele pudesse ser 
glorificado, mas não de forma chamativa, para não 
desviarem o centro das atenções, de Deus, para si 
mesmas. 
40 
Agora naquela cultura particular de então, a mulher 
do mundo, a mulher que quis ostentar a sua riqueza 
e beleza e chamar a atenção sexualmente de todo 
mundo, era a mulher exagerada em seu traje e 
adornos. Agora esta era a mulher do mundo. 
O exagero no modo de se adornar era característico 
das prostitutas. E isto era uma declaração indireta 
evidente na Igreja quando alguém participava do 
culto desta forma, de que não estava ali para adorar 
a Deus mas para chamar a atenção dos outros sobre 
si. 
Ter mulheres na Igreja que supostamente são a 
epítome de piedade e estas se aprontam como 
prostitutas ou mulheres vistosas enfeitadas que 
tentam chamar atenção para si, ou que tenham a 
intenção de fascinar outros homens e fazê-los 
descontentes com suas próprias esposas, ou até 
pior, fasciná-los para terem relações sexuais com 
eles, certamente o nome de Deus será blasfemado 
na Igreja quando o povo vem para cultuá-lo. 
Assim, uma mulher cristã não deveria chamar a 
atenção ao tipo da sua roupa. Uma mulher cristã 
deveria mostrar pelo seu vestido qual é o seu 
comportamento e o amor dela e devoção para com 
o seu próprio marido. Ela deveria mostrar pelo seu 
vestido que ela não tem qualquer intenção para 
ostentar a sua riqueza, mas que ela está em 
aparência e atitude apropriadas de um coração 
41 
humilde que está verdadeiramente pronto para 
adorar ao Deus vivo. 
Agora, quanto ao fato de ser proibido o ensino e 
pregação públicos da Palavra, na Igreja, pelas 
mulheres, Deus tem algumas definições muito 
claras e distintas de uma família e das funções de 
uma família, e nós vamos estudá-las conforme se 
encontram registradas na Bíblia. 
Em Ef 5.22-24 está escrito: “As mulheres sejam 
submissas a seus próprios maridos, como ao 
Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, 
como também Cristo é a cabeça da Igreja, sendo 
este mesmo salvador do corpo. Como, porém, a 
Igreja está sujeita a Cristo, assim também as 
mulheres sejam em tudo submissas a seus 
maridos.”. 
Isto é muito necessário para os nossos dias. 
Basicamente, diz que "as esposas devem se 
submeter aos seus próprios maridos, como ao 
Senhor.”. 
O cabeça é o homem. Fisicamente, Deus fez os 
homens mais fortes. Isto é uma indicação externa 
daquela verdade interna, que Ele planejou para 
ensinar que a tarefa de proteger o lar e a esposa é 
tarefa do homem. 
 
42 
A par de haver muitas mulheres no mercado de 
trabalho, a sociedade, com suas demandas de 
construção através de atividades em grande parte 
insalubres e pesadas, é fisicamente, construída 
pelos homens, mais fortes em sua constituição, eles 
são projetados por Deus para trabalhar, para 
proteger e para prover. Para dar segurança a uma 
esposa a quem o Espírito santo chama (em I Pe 3.7) 
de "vaso mais frágil.". Isso é fisicamente verdade. 
Deus não proíbe que uma mulher trabalhe fora, 
pregue a Palavra ou ensine à Igreja, como vemos, as 
ordenanças de Paulo quanto ao silêncio das 
mulheres na Igreja eram de caráter localizado e para 
os seus dias, especificamente em relação ao 
problema da revolução feminista contra a 
submissão bíblica, que estava ocorrendo sobretudo 
nas Igrejas de Éfeso e de Corinto. 
A este propósito cabe destacar que a Igreja de 
nossos dias não está vivendo algo muito diferente 
do que ocorreu naquela época, porque o 
movimento feminista, foi planejado e incentivado 
pelos Illuminatis, como eles próprios afirmam, os 
Rockfellers, por exemplo, que pretenderam com 
isto esfacelar a família nuclear de base bíblica, para 
não somente taxarem as mulheres aumentando os 
ganhos financeiros deles, como também para 
conduzirem seus filhos para creches ou para a tutela 
do governo para não serem educados dentro dos 
padrões dos valores cristãos convencionais, e entre 
43 
muitos outros interesses para a implantação da 
Nova Ordem Mundial que conduzirá em breve o 
Anticristo ao poder. 
Em Col 3:18, temos uma passagem paralela a Ef 
5.22-24. Onde Paulo destaca que a submissão das 
mulheres deve ser “como convém no Senhor”. Este 
destaque é muito importante. A palavra no grego 
traduzida por “convém” é oriunda do verbo “aneko” 
que significa “estar ajustado a”, “ser parecido com”. 
Isto significa que é algo que está ligado legalmente 
ao Senhor, que está baseado em algum princípio 
divino revelado na verdade da Palavra de Deus. 
Significa que a submissão é um mandamento divino 
que deve ser cumprido como qualquer outro 
mandamento revelado na Palavra: não matarás, 
não furtarás, amai-vos uns aos outros, sejam 
submissos, sendo que dentro da linha de submissão 
estabelecida por Deus encontra-se a das mulheres a 
seus próprios maridos. Veja que esta submissão é 
restringida ao casamento, de modo que se a mulher 
estiver numa posição de governante, como foi o 
caso de Margareth Tatcher, ex-primeira ministra da 
Inglaterra, seu marido deveria ser submisso a ela na 
condição de um cidadão quanto às ordens 
governamentais que ela determinava, mas em casa, 
nos assuntos comuns do lar, era ela que deveria, 
segundo Deus, estar submissa ao seu marido. 
 
44 
Do texto de I Cor 11.2-16, se depreende que muito 
mais do que ser uma norma reguladora do uso de 
véu por parte das mulheres da Igreja de Corinto, 
temos um ensino sobre submissão. O véu era um 
sinal, uma forma externa de se indicar a submissão 
naquela sociedade antiga, o que deveria ser 
obedecido naquele contexto, em face das questões 
não morais que devem seguir a regra de tudo fazer 
para não ofender a consciência dos outros. No caso, 
o não uso do véu naquela sociedade configurava um 
desrespeito às convenções vigentes, e por 
conseguinte, um escândalo que deveria ser evitado. 
O véu era um símbolo, um sinal de que a mulher 
estava sujeita à autoridade (v 10). 
As muitas divisões que havia na Igreja de Corinto 
apontam para o fato de que eles não davam muita 
atenção ao assunto da submissão, que por sua vez 
está ligado ao da autoridade. A própria autoridade 
apostólica de Paulo fora colocada em questão por 
eles, e criaram por sua própria conta muitos 
partidos. Isto se refletiu provavelmente também 
nas mulheres, que estariam criando um movimento 
em prol da libertação da mulher. Elas estavam 
tentando fazer o mesmo trabalho dos homens, a 
ponto de Paulo tê-las proibido até de falarem e 
ensinarem na Igreja, tal deve ter sido o caráter do 
levante que fizeram. 
 
45 
Paulo escreveu aos coríntios para consertar as 
coisas que estavam erradas, e que contrariavam a 
vontade de Deus revelada. 
Na sociedade de Corinto as mulheres usavam um 
véu como símbolo de submissão. Era uma sociedade 
pagã, e este véu não tinha o significado da 
profundidade bíblica para a submissão, mas era um 
sinal de modéstia, de humildade. E isto servia 
também para distinguir as mulheres, porque as 
meretrizes não usavam véu. Mas deve ter surgido 
dentro da própria sociedade este suposto 
movimento em prol da igualdade de direitos. Os 
homens não usam véu e nós não temos porque usá-
lo. Certamente isto não foi aceito, mas a influência 
penetrou na própria Igreja, e daí o ensino de Paulo 
determinando que se acatasse a norma social para 
que não houvesse escândalo, e aproveitou o ensejo 
para reforçar o ensino bíblico sobre a submissão 
feminina. Porque, o que estava ocorrendo de fato 
na Igreja era uma resistência e desobediência a uma 
norma estabelecida por Deus, não propriamente 
sobre o uso do véu, mas da submissão da mulher ao 
seu próprio marido. 
Ele aproveita para ensinar que pela própria 
natureza é comum que a mulher tenha cabelos 
longos e não os homens, e nisto há também uma 
ilustração física de uma verdadeinterior, pois o 
cabelo foi dado à mulher como cobertura, como 
46 
sinal de que está sob autoridade, sob o governo do 
seu marido. 
Cientificamente está comprovado que o cabelo das 
mulheres cresce mais rápido do que o dos homens. 
Isso foi planejado por Deus. Isso é um assunto 
genético e indica que Deus deu cabelo às mulheres, 
que cresce mais rápido, como um sinal de 
submissão para elas. 
Assim Paulo diria em outras palavras: “Não é algo 
ruim usar véu, porque é algo muito próximo daquilo 
que Deus planejou.”. 
Assim, esteja certa que a você cumpre o princípio 
que manifesta submissão. Você vê isto? Tudo o que 
se pode dizer desta passagem de Paulo aos coríntios 
é o seguinte: “Uma mulher tem um lugar de 
submissão, e na sociedade ela não deveria violar 
este lugar.". Eu lhe contarei algo; uma mulher 
virtuosa chamará a atenção do seu próprio marido. 
Agora, por que Paulo disse que a mulher deve 
aprender calada na Igreja? 
As mulheres devem aprender a Palavra de Deus e 
devem crescer na graça e no conhecimento de Jesus 
tanto quanto os homens. Elas instruíram os jovens 
e crianças a andarem nos caminhos do Senhor, mas 
Paulo diz, que seria algo antinatural se elas 
tomassem a si o encargo de ensinarem a Palavra a 
seus maridos, porque isto lhes foi vedado por Deus, 
47 
em razão de tê-las submetido ao governo deles. E 
ainda que este governo seja um governo em 
respeito e em amor, isto não será um pretexto, do 
ponto de vista divino, para que se exclua a 
submissão que é devida aos maridos, ainda que 
neste aspecto relativo ao ensino da Palavra. E é por 
isso, que nos casos de maridos não cristãos, a 
esposa cristã deve ganhá-lo pelo testemunho da sua 
própria vida, e não por palavras de ensino 
exortativo da Bíblia, porque com isto estaria 
contrariando o princípio estabelecido por Deus de 
que os maridos ensinem a suas esposas a Palavra, e 
não as esposas a seus maridos. 
Deste modo, a Bíblia não apresenta nenhuma 
exceção em que a mulher possa usurpar a 
autoridade que foi dada por Deus aos maridos. 
E este princípio divino é dito de forma direta e muita 
clara por Paulo no texto de Ef 2.11-15, que estamos 
comentando: 
“11 A mulher aprenda em silêncio com toda a 
submissão. 
12 Pois não permito que a mulher ensine, nem 
tenha domínio sobre o homem, mas que esteja em 
silêncio. 
13 Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. 
48 
14 E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo 
enganada, caiu em transgressão; 
15 salvar-se-á, todavia, dando à luz filhos, se 
permanecer com sobriedade na fé, no amor e na 
santificação.”. 
Adão foi formado primeiro por Deus, antes de Eva, 
para indicar a submissão de Eva ao seu marido. 
A mulher foi formada a partir de uma das costelas 
do homem para indicar esta submissão que deveria 
ter ao seu marido. 
E não foram os maridos que instituíram este 
princípio para as mulheres, mas o próprio Deus, de 
modo que quem não se sujeita a isto, não 
desobedece propriamente ao marido, mas a Deus 
que estabeleceu tal princípio espiritual. 
Assim, como a mulher pode se corromper no papel 
estabelecido por Deus para ela no casamento 
quanto à submissão, o homem pode também, e 
como é comum ocorrer, corromper-se no papel que 
Deus estabeleceu para ele quanto ao exercício da 
autoridade em amor. 
Mas a corrupção de uma das partes não justifica a 
corrupção da outra, isto é, a mulher não será 
justificada por não ser submissa porque o marido 
não a ama como Cristo amou a Igreja, e vice-versa. 
49 
E não somente a ordem da criação é a razão da 
submissão da mulher ao marido, como também 
esta foi motivada pela confirmação do governo do 
marido sobre a mulher, agora como parte da 
maldição proferida por Deus sobre a mulher por 
casa da primeira transgressão no Éden, quando 
deixando de seguir a submissão ao marido, esta não 
somente deu ouvidos à serpente, como também 
enganou o próprio marido, invertendo o papel 
determinado por Deus, porque tomara a iniciativa 
em ações que não cabiam a Eva mas a Adão (Gên 
3.16; II Cor 11.3). 
Mas esta maldição que foi imposta à mulher não 
significa que ela não possa ser restaurada no favor 
de Deus por meio de Cristo, porque há para ela a 
oportunidade de demonstrar a sua submissão ao 
próprio Deus continuando a cumprir o papel 
principal que Ele projetou para ela de gerar filhos e 
criá-los nos caminhos do Senhor, através de uma 
permanência em sobriedade, na fé, no amor e em 
santificação (v. 15). 
Quando nós nos submetemos verdadeiramente aos 
princípios de Deus revelados na Sua Palavra, nós 
vemos que esta questão de não ordenar mulheres 
ao ofício do pastorado, e isto durou na Igreja por 20 
séculos seguidos, e está sendo mudado apenas na 
nossa época, seguindo certamente a influência 
feminista que foi produzida artificialmente na 
sociedade nem mesmo por um movimento das 
50 
mulheres, mas por aqueles que agindo contra o 
Cristianismo, as manipulara com este propósito. 
Na verdade, esta questão de ordenação foi algo que 
foi colocado posteriormente, desde os dias de 
Constantino, mais de trezentos anos depois do 
início da Igreja, porque até então não havia 
ordenação, senão pessoas que eram constituídas 
em suas igrejas não em um cargo, mas com a função 
de liderar, de pastorear cada rebanho local. 
Era isso que era feito pelos apóstolos no início da 
Igreja, como vemos no relato do livro de Atos. 
Este gosto por cargos, postos de honra etc, foi algo 
que sempre foi condenado e proibido por Jesus em 
seus dias, e nos parece que Ele não é de mudar de 
ideai quanto ao que ensinou, afinal Ele não muda e 
não mudará jamais. 
É por isso, que logo na introdução do capítulo 
seguinte a este (3º) o apóstolo se refere aos critérios 
para aqueles que aspiravam ao pastorado, e ali não 
há qualquer citação à indicação de mulheres para 
funções de liderança na Igreja, senão a de 
diaconisas e de líderes do grupamento de viúvas. 
 
 
 
51 
I Timóteo 3 
Qualificações Exigidas para o Pastorado 
 “1 Fiel é esta palavra: Se alguém aspira ao 
episcopado, excelente obra deseja. 
2 É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, 
marido de uma só mulher, temperante, sóbrio, 
ordeiro, hospitaleiro, apto para ensinar; 
3 não dado ao vinho, não espancador, mas 
moderado, inimigo de contendas, não ganancioso; 
4 que governe bem a sua própria casa, tendo seus 
filhos em sujeição, com todo o respeito 
5 (pois, se alguém não sabe governar a sua própria 
casa, como cuidará da Igreja de Deus?); 
6 não neófito, para que não se ensoberbeça e venha 
a cair na condenação do Diabo. 
7 Também é necessário que tenha bom testemunho 
dos que estão de fora, para que não caia em 
opróbrio, e no laço do Diabo.” (I Tim 3.1-7) 
Os critérios para a ordenação de oficiais da Igreja, 
que foram prescritos pelo apóstolo a Timóteo, a 
partir desta seção da epístola, para pastores, não 
constituíam uma inovação, mas a recordação de 
52 
tudo o que estava sendo transgredido pela Igreja de 
Éfeso. 
Não podemos esquecer que Paulo estava 
reordenando as coisas em Éfeso, por causa do falso 
ensino que havia penetrado naquela Igreja. 
Deste modo, ele não destacou somente a 
necessidade do apego à sã doutrina à qual havia se 
referido nos capítulos anteriores, como também 
uma vida conformada à doutrina, porque Deus não 
requer somente pregação e ensino ortodoxo, mas 
sobretudo prática do que se prega e se ensina. 
Principalmente a vida do pastor deve estar ajustada 
à doutrina, porque deve ser modelo para o rebanho 
quanto à prática da Palavra. 
Pastores que não vivem o que pregam não são os 
homens que Deus deseja ver na direção da Sua 
Igreja. 
Eles devem ser os primeiros a serem longânimos, 
mansos, humildes, perdoadores, pacificadores, 
puros de coração, amorosos, pacientes, santos, 
homens de oração, pobres de espírito e tudo o mais 
que se exige dos servos de Deus na Sua Palavra. 
É a isto que Paulo se refere quanto à 
irrepreensibilidade dos pastores, e é sobretudo isto 
que eles devem ensinar peloseu próprio exemplo 
pessoal. 
53 
O ofício de pastor é um ofício de compromisso 
divino e não uma invenção humana. 
O trabalho de um pastor não exige apenas aplicação 
e diligência, mas, sobretudo santidade de vida. 
E quanto ao empenho na obra de Deus, 
propriamente dito, deve-se ter em conta que é um 
trabalho exaustivo, conforme os apóstolos haviam 
aprendido juntamente com Cristo em Seu 
ministério terreno, porque era Ele quem 
determinava os curtos períodos nos quais eles 
deveriam descansar, devido à necessidade de 
remirem o tempo, se empenhando integralmente 
com os interesses do reino de Deus. 
“31 Ao que ele lhes disse: Vinde vós, à parte, para 
um lugar deserto, e descansai um pouco. Porque 
eram muitos os que vinham e iam, e não tinham 
tempo nem para comer.” (Mc 6.31) 
 Paulo se refere ao ofício de pastor como sendo algo 
excelente, porque de fato não há maior e mais 
honrada atividade que seja útil aos homens do que 
esta, e não há trabalho mais importante aos olhos 
de Deus do que este. 
De modo que não é apenas o desejo do homem que 
conta, mas se ele tem efetivamente uma chamada 
de Deus para ser ministro do evangelho. 
54 
Por isso nada da vida do ministro deve ser motivo 
de escândalo, quer dentro ou fora da Igreja. 
E deve ser constantemente vigilante contra Satanás, 
que é o inimigo sutil, que sempre investirá contra 
ele e contra as almas daqueles que lhes foram 
confiados por Deus. 
E não há arma melhor para combater o Inimigo do 
que ser sóbrio, temperante, moderado em todas as 
ações. 
A sobriedade e a vigilância sempre costumam serem 
citadas juntas nas Escrituras, porque se ajudam 
mutuamente. 
E muito também ajuda neste mesmo propósito ser 
inimigo de contendas. 
O pastor experimentado fugirá de controvérsias e 
discussões vãs. E todo o seu prazer deve ser o de 
viver na paz do Senhor e promover esta paz entre 
outros. 
Paulo reforçou este ponto com Timóteo na segunda 
epístola que lhe escreveu: 
“23 E rejeita as questões loucas, e sem instrução, 
sabendo que produzem contendas. 
55 
24 E ao servo do Senhor não convém contender, 
mas sim, ser manso para com todos, apto para 
ensinar, sofredor; 
25 Instruindo com mansidão os que resistem, a ver 
se porventura Deus lhes dará arrependimento para 
conhecerem a verdade, 
26 E tornarem a despertar, desprendendo-se dos 
laços do diabo, em que à vontade dele estão 
presos.” (II Tim 2.23-26). 
Se alguém pensa em ganhar dinheiro ao aspirar ao 
episcopado (pastorado) está se desqualificando 
para o seu exercício, porque o pastor ganancioso 
não poderá sustentar um bom testemunho na 
generosidade e na atitude despojada que 
recomenda a todos os ministros verdadeiramente 
fiéis a Deus. 
Ainda que falsos pastores, que se transfiguram em 
ministros da justiça, tal qual Satanás, que se 
transfigura em anjo de luz, sejam pessoas não 
gananciosas ou cobiçosas, não será somente por 
isso que poderão ser considerados aprovados por 
Deus, porque, como vimos, muitas outras 
qualificações são exigidas dos verdadeiros ministros 
de Deus. 
 Como a Igreja é a família de Deus, não é admissível 
que esteja sobre o governo desta família divina, 
alguém que não governe bem a sua própria casa. 
56 
Pastores devem ter suas famílias em ordem como 
exemplo de como devem ser não apenas as famílias 
que eles dirigirem, como a própria Igreja, enquanto 
família de Deus. 
O dever de um pastor não é somente o de pregar e 
ensinar o evangelho. 
Ele deve edificar os cristãos na verdade. Deve lhes 
ensinar a guardar tudo o que Jesus ordenou à Igreja. 
Por isso, além de pregar e ensinar deve exortar, 
repreender, disciplinar, e ser um conselheiro e 
orientador do rebanho, tal como faz um pai 
responsável em relação à sua própria família. 
“Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de 
tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a 
longanimidade e doutrina.” (II Tim 4.2). 
 
Qualificações para o Diaconato 
“8 Da mesma forma os diáconos sejam sérios, não 
de língua dobre, não dados a muito vinho, não 
cobiçosos de torpe ganância, 
9 guardando o mistério da fé numa consciência 
pura. 
57 
10 E também estes sejam primeiro provados, depois 
exercitem o diaconato, se forem irrepreensíveis. 
11 Da mesma sorte as mulheres sejam sérias, não 
maldizentes, temperantes, e fiéis em tudo. 
12 Os diáconos sejam maridos de uma só mulher, e 
governem bem a seus filhos e suas próprias casas. 
13 Porque os que servirem bem como diáconos, 
adquirirão para si um lugar honroso e muita 
confiança na fé que há em Cristo Jesus.” (I Tim 3.8-
13) 
Tal é a importância do ministério da Palavra, que ele 
vem citado não somente antes do ofício de diácono 
e dos demais ofícios relativos à administração dos 
recursos materiais da Igreja, especialmente no que 
diz respeito à ministração de bens aos necessitados, 
como também vemos em Atos 6.1-7, que Deus pôs 
um peso tal na pregação e ensino da Palavra e no 
apascentamento espiritual do Seu povo, que os 
apóstolos expressaram claramente que não podiam 
abandonar o ministério da Palavra e da oração para 
servirem às mesas, sendo esta importante 
atribuição delegada a outras pessoas diferentes 
daquelas que foram chamadas pelo Senhor para 
ministrar a Palavra e edificar os cristãos na verdade. 
Assim, para que os ministros estejam liberados para 
o exercício do seu ministério, Deus também 
capacita e chama diáconos para cuidarem das 
58 
necessidades temporais da Igreja, ainda que estas 
atribuições não configurem a ação exclusiva de tais 
oficiais, pois também devem se ocupar de assuntos 
espirituais. 
Em razão do ofício que exercem, os diáconos devem 
ser pessoas honestas, acima de qualquer suspeita, 
para não darem ocasião ao Inimigo de blasfemar 
contra eles. 
Este ofício exige portanto, pessoas de uma só 
palavra, não que seja admitido a qualquer cristão 
ser uma pessoa de língua dobre, mas esta certeza 
não pode faltar na ordenação de diáconos, porque 
os que são de língua dobre não têm um coração 
íntegro e reto. 
A palavra deles deve ser confiável, de maneira que 
a paz da Igreja não seja perturbada por possíveis 
escândalos envolvendo as suas pessoas. 
Um reforço para este mesmo propósito é que não 
sejam cobiçosos nem de torpe ganância 
Exige-se também deles uma consciência pura, 
porque ainda que tenham um testemunho 
exemplar de vida, não faltará ocasião para serem 
acusados por instrumentos de Satanás que se 
infiltram na Igreja, e que certamente atacarão a sua 
integridade com injúrias. 
59 
Assim, a sua boa consciência será a melhor defesa 
que eles terão em face destes ataques que são 
geralmente desferidos a partir do inferno. 
Deste modo, não basta que o candidato ao 
diaconato afirme que possui estas credenciais, isto 
deve ser comprovado na sua forma de viver e deve 
ser observado pela Igreja antes que se tome alguma 
decisão no sentido de ordená-lo. 
 
A Igreja É o Sustentáculo da Verdade 
“14 Escrevo-te estas coisas, embora esperando ir 
ver-te em breve, 
15 para que, no caso de eu tardar, saibas como se 
deve proceder na casa de Deus, a qual é a Igreja do 
Deus vivo, coluna e esteio da verdade. 
16 E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da 
piedade: Aquele que se manifestou em carne, foi 
justificado em espírito, visto dos anjos, pregado 
entre os gentios, crido no mundo, e recebido acima 
na glória.” 
Paulo esperava estar brevemente, em pessoa, com 
Timóteo, para dar-lhe instruções mais detalhadas 
quanto ao trabalho que deveria realizar em Éfeso, 
mas havia escrito esta epístola de maneira que 
ficasse plenamente convicto acerca do modo como 
60 
se deve proceder na Igreja, que ele chamou de casa 
de Deus, e coluna e baluarte da verdade. 
Assim como há regras que regem todos os lares, de 
igual modo há regras e critérios para serem 
cumpridos na casa de Deus, que é a Igreja, regras e 
critérios estes que foram estabelecidos pelo próprio 
Deus. 
Os ministros do evangelho não devem somente se 
preocupar em orar e pregar, eles devem tambémse 
comportar de modo compatível com a sua vocação. 
O seu ofício está ligado ao seu procedimento. E 
Timóteo deveria saber como proceder na casa de 
Deus. 
A Igreja é a coluna da verdade, mas não o alicerce 
ou fundamento, porque este é o próprio Cristo e as 
Escrituras. Mas é dito que a Igreja é a coluna porque 
é ela que sustenta a verdade neste mundo através 
do seu testemunho. 
Este testemunho fiel é relativo à pessoa do próprio 
Cristo, como Paulo o descreve no verso 16: 
“E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da 
piedade: Aquele que se manifestou em carne, foi 
justificado em espírito, visto dos anjos, pregado 
entre os gentios, crido no mundo, e recebido acima 
na glória.”. 
61 
Paulo destaca a morte, ressurreição e ascensão de 
Cristo como o testemunho que estava sendo dado 
entre os gentios, e que deveria continuar sendo 
dado a eles. 
É sobretudo deste testemunho do qual estão 
encarregados os ministros do evangelho. 
Esta é a obrigação contínua que está sobre eles e 
que lhes foi imposta pelo Senhor Jesus Cristo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
62 
I Timóteo 4 
Espíritos Enganadores 
“1 Mas o Espírito expressamente diz que em tempos 
posteriores alguns apostatarão da fé, dando 
ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de 
demônios, 
2 pela hipocrisia de homens que falam mentiras e 
têm a sua própria consciência cauterizada, 
3 proibindo o casamento, e ordenando a 
abstinência de alimentos que Deus criou para serem 
recebidos com ações de graças pelos que são fiéis e 
que conhecem bem a verdade; 
4 pois todas as coisas criadas por Deus são boas, e 
nada deve ser rejeitado se é recebido com ações de 
graças; 
5 porque pela palavra de Deus e pela oração são 
santificadas.” (I Tim 4.1-5 
A apostasia a que Paulo se refere nesta seção da 
primeira epístola a Timóteo deve ser estudada em 
conexão com outras passagens das Escrituras, 
especialmente com o sermão profético de Jesus em 
Mateus 24, com II Tessalonicenses 2, II Timóteo 3 e 
4, dentre outras. 
63 
Apesar de o mistério da iniquidade já estar em 
operação no mundo, desde a entrada do pecado, 
sendo o motivo da apostasia que havia atingido a 
alguns na Igreja de Éfeso, no entanto esta 
iniquidade aumentará a ponto de esfriar o amor de 
muitos, quando estiver próxima a segunda vinda de 
Cristo, que não ocorrerá antes da grande apostasia 
e da manifestação do Anticristo. 
E qual teria sido o propósito do apóstolo com estas 
palavras de alerta proferidas a Timóteo? 
Certamente, para reforçar a necessidade de uma 
firme diligência da parte dos ministros fiéis para 
sustentarem o testemunho da verdade do qual 
estão encarregados. 
Se a tendência, no curso da história da Igreja seria a 
de multiplicação de falsos pastores e mestres, e de 
aumento da dificuldade para manter a verdade 
entre os cristãos, nenhum ministro deveria se iludir 
em depor suas armas espirituais, pensando que esta 
guerra poderá ser vencida com poucas batalhas, 
especialmente de oração para prevalecer com Deus. 
Na verdade é uma guerra sem tréguas até que Cristo 
volte, e esta guerra se intensificará ainda mais à 
medida que o tempo do fim se aproxima. 
Afinal não é uma guerra contra pessoas, mas contra 
os projetos de Satanás e dos demônios, forjados no 
inferno. 
64 
Para ilustrar algumas das doutrinas de demônios e 
de espíritos enganadores, que usariam como 
instrumentos homens hipócritas e mentirosos 
(mentira no sentido de pregar e ensinar falsas 
doutrinas) de consciência cauterizada, o apóstolo 
citou o ascetismo religioso como forma de 
santificação, tanto na abstinência sexual, pela 
proibição do casamento, quanto na abstinência de 
alimentos. 
Sabemos, entretanto, que a santificação verdadeira 
nada tem a ver com práticas ascéticas. 
 
Recomendações Excelentes e Verdadeiras 
“6 Propondo estas coisas aos irmãos, serás bom 
ministro de Cristo Jesus, nutrido pelas palavras da 
fé e da boa doutrina que tens seguido; 
7 mas rejeita as fábulas profanas e de velhas. 
Exercita-te a ti mesmo na piedade. 
8 Pois o exercício corporal para pouco aproveita, 
mas a piedade para tudo é proveitosa, visto que tem 
a promessa da vida presente e da que há de vir. 
9 Fiel é esta palavra e digna de toda aceitação. 
10 Pois para isto é que trabalhamos e lutamos, 
porque temos posto a nossa esperança no Deus 
65 
vivo, que é o Salvador de todos os homens, 
especialmente dos que creem. 
11 Manda estas coisas e ensina-as. 
12 Ninguém despreze a tua mocidade, mas sê um 
exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, 
no amor, na fé, na pureza. 
13 até que eu vá, aplica-te à leitura, à exortação, e 
ao ensino. 
14 Não negligencies o dom que há em ti, o qual te 
foi dado por profecia, com a imposição das mãos do 
presbitério. 
15 Ocupa-te destas coisas, dedica-te inteiramente a 
elas, para que o teu progresso seja manifesto a 
todos. 
16 Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; 
persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te 
salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.” 
(I Tim 4.6-16) 
Até este ponto da epístola, o apóstolo com tão 
poucas palavras pôde falar de muitas coisas 
essenciais a uma vida espiritual sadia na Igreja, e 
por isso ele introduziu esta seção da carta a 
Timóteo, dizendo-lhe que se ele se empenhasse em 
propor as coisas que lhe havia falado, aos irmãos, 
que Timóteo seria um bom ministro de Cristo, isto 
66 
é, um ministro que atuaria segundo a Sua vontade, 
porque permaneceria nutrido pelas palavras da fé e 
da boa doutrina que Timóteo vinha seguindo até 
então (v.6). 
A vida espiritual é nutrida pela meditação na 
Palavra de Deus, porque assim considerada, para 
ser honrada e vivida, esta Palavra é espírito e vida, 
e se transforma em graças no coração do cristão, 
transformando-o à imagem de Cristo. 
Não é de somenos importância a ligação que o 
apóstolo fez logo em seguida dizendo a Timóteo que 
rejeitasse as fábulas profanas e de velhas, e que se 
exercitasse a si mesmo na piedade (v.7). 
O que ele reforçou com as palavras dos versos 15 e 
16 onde ordenou a Timóteo que se ocupasse 
sempre destas coisas, se dedicando inteiramente a 
elas, de modo que progredisse sempre e sempre, a 
ponto de que isto fosse manifesto a todos. 
Isto não poderia ser alcançado sem que Timóteo 
tivesse cuidado de si mesmo e da 
doutrina, perseverando nestas coisas, porque é 
assim que se dá corretamente o testemunho de 
Cristo, da justiça do seu evangelho que está sendo 
oferecida para a justificação de pecadores. 
 Isto é de suma importância, porque muitos se 
enganam pensando que por terem ensinado uma 
vez toda a verdade ao povo que dirigem, que isto 
67 
será uma garantia para que eles não venham a 
apostatar da fé. 
Contudo, de modo nenhum isto é verdadeiro. 
A Igreja de Éfeso era um claro testemunho disto. 
Muitos haviam recuado na fé por darem ouvidos ao 
ensino dos lobos devoradores, os falsos profetas e 
mestres que se intrometeram entre eles. 
E o que dizer da Igreja da Galácia, que havia sido 
fascinada pelos mensageiros legalistas de Satanás? 
A ponto de Paulo ter afirmado que receava ter 
trabalhado em vão em relação a eles (Gál 4.11)? 
Haveria uma melhor instrução do que a que eles 
receberam diretamente do apóstolo? E no entanto 
haviam apostatado. 
E se em dias menos trabalhosos e difíceis do que os 
nossos, isto ocorreu, quanto maior cuidado não 
devemos ter em guardar a ordenança que o 
apóstolo deu a Timóteo, de ensinar a Igreja a 
permanecer perseverante no cuidado do 
testemunho e da doutrina! 
Se ensinarmos a verdade e o Espírito abençoar o 
nosso esforço dando crescimento espiritual àqueles 
que estiveram debaixo da nossa liderança, e se no 
entanto, por força das circunstâncias temos que nos 
ausentar, ficando o rebanho debaixo da influência 
68 
de lideranças não apegadas à Palavra fiel, não será 
nada surpreendente que aqueles que estavam 
sendo espirituais voltem à sua antiga carnalidade, 
porque a vida espiritual não pode ser alimentada 
senão somentepelo reto ensino, e não apenas por 
isto, como também pelo exemplo de vida reta 
daquele que o ministra, e de uma sustentação da 
vida espiritual da Igreja por grupos de intercessão. 
Ambas as coisas devem caminhar juntas. A vida do 
profeta, isto é, daquele que anuncia a Palavra de 
Deus, deve estar em conformidade com a Palavra 
que ele anuncia, senão esta não virá com a 
autoridade e com o selo do Espírito Santo, que é 
quem a aplica aos corações das pessoas. 
De modo que isto não é uma recomendação à Igreja, 
mas uma ordem, um mandado da parte de Deus. 
para ser cumprido por todos aqueles que estão 
aliançados com Cristo. 
Daí Paulo ter dito a Timóteo: 
“Manda estas coisas e ensina-as.” (v. 11). 
Ao mesmo tempo em que destacou o modo como 
ele deveria fazê-lo, estando em santificação e 
atendendo a tudo que é ordenado por Deus aos 
Seus ministros, de forma que sejam exemplos vivos 
para o rebanho: 
69 
“Ninguém despreze a tua mocidade, mas sê um 
exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, 
no amor, na fé, na pureza.” (v. 12). 
E o modo de os ministros do evangelho conseguirem 
atingir este objetivo traçado é se aplicando nisto 
que foi ordenado pelo apóstolo a Timóteo: 
“13 até que eu vá, aplica-te à leitura, à exortação, e 
ao ensino. 
14 Não negligencies o dom que há em ti, o qual te 
foi dado por profecia, com a imposição das mãos do 
presbitério.” (v. 13,14). 
Não há dúvida que o dom que havia em Timóteo, e 
que lhe fora dado por profecia e confirmado com a 
imposição das mãos dos pastores, foi o dom do 
ministério da Palavra. 
O ministério é um dom de Cristo àqueles que Ele 
chama para tal ofício. 
Ministros devem se preparar para o ofício que vão 
exercer se aprofundando no estudo da Palavra, 
recorrendo à própria Bíblia e a bons comentários 
bíblicos, e isto é feito, evidentemente através de 
leitura permanente e consistente, e cultivando uma 
vida de oração voltada para os interesses do reino 
de Cristo. 
70 
Uma vez tendo aprendido a verdade esta deve ser 
ensinada a outros, porque este é o fim da 
aprendizagem. 
Não basta pregar e ensinar. 
Deve haver aplicação prática na vida dos ouvintes 
através da exortação. 
Pois este é o método de Deus que encontramos na 
Bíblia desde o Velho Testamento, quanto à 
pregação e ensino da Palavra. 
Primeiro exposição, e depois aplicação. 
Os puritanos diziam que pregação sem aplicação 
não é a pregação que Deus exige dos Seus ministros. 
Em conexão com esta preparação e 
aprofundamento deve seguir em paralelo a unção e 
o poder do Espírito Santo, pelo exercício do dom 
recebido dEle na ordenação pela imposição dos 
ministros do Evangelho, porque ninguém se faz 
pregador porque simplesmente o deseja, deve 
haver um reconhecimento da Igreja de que a pessoa 
foi chamada por Deus para o exercício do 
ministério. 
Este reconhecimento da Igreja deve ser confirmado 
pela imposição de mãos dos que já são ministros, de 
maneira que ninguém deve pregar e ensinar sem 
que tenha recebido uma comissão para isto. 
71 
Todas estas coisas devem ser vividas, não por uma 
adoração contemplativa, ou por um quietismo 
monástico, mas pelo muito trabalho e luta a que 
Paulo se refere no verso 10. 
Trabalho para conduzir a Igreja nos deveres que lhes 
são ordenados por Deus, e lutas, especialmente 
contra as oposições e perseguições que terão que 
ser enfrentadas, que certamente serão levantadas 
pelo Inimigo. 
Porém, estes que assim labutam e lutam nada têm 
que temer porque a esperança deles está colocada 
no Deus vivo, e Ele sempre os encorajará e 
capacitará a seguirem adiante, a par de todas as 
lutas que tenham que travar, e de todo o trabalho 
que devem realizar. 
A vida de um cristão fiel é uma vida de lutas e 
sofrimentos. 
Nós lutamos e sofremos. O melhor que nós 
devemos esperar na vida presente é sofrer 
perseguições e injúrias por causa do nosso 
testemunho da verdade, no nosso trabalho de fé e 
luta de amor, porque Satanás se empenha 
ativamente contra o avanço do amor do evangelho. 
As fábulas profanas e de velhas a que Paulo se 
refere no verso 7 era o falso ensino dos judaizantes. 
72 
Eram fábulas porque eles haviam pervertido o 
ensino das Escrituras do Velho Testamento. 
E eram de coisas velhas, porque se referiam à Antiga 
Aliança, pois eles não podiam entender de modo 
algum a graça do evangelho de Cristo, numa Nova 
Aliança, que fora selada e inaugurada coom o Seu 
sangue, que derramou na cruz. 
Assim, não sabendo o que ensinar, se entregavam a 
especular principalmente sobre as coisas que 
estavam escritas na Lei de Moisés. 
Mas quando se faz considerações na Igreja apenas 
sobre a Lei, sem vincular um ensino correto da Lei 
com a graça do Evangelho, o que se terá, quando 
muito, será uma sinagoga do judaísmo, e não a 
verdadeira Igreja de Cristo. 
Ao afirmar no verso 10 que Deus é o Salvador de 
todos os homens, Paulo não quis dizer que todos 
serão salvos, pois restringiu o uso da expressão logo 
em seguida dizendo que Ele é o Salvador 
especialmente dos que creem. 
Certamente o sentido da primeira afirmação é que 
potencialmente todos poderiam ser salvos por 
Deus, desde que se arrependessem e cressem em 
Cristo. 
Desta maneira, à luz de tudo o que temos 
comentado até aqui, nós podemos concluir que a 
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verdadeira religião requer um exercício constante 
na piedade, isto é, ela não consiste meramente em 
palavras, mas em verdadeira prática de tudo o que 
o Senhor nos tem ordenado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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I Timóteo 5 
O Modo de se Comportar na Igreja 
“1 Não repreendas asperamente a um velho, mas 
admoesta-o como a um pai; aos moços, como a 
irmãos; 
2 às mulheres idosas, como a mães; às moças, como 
a irmãs, com toda a pureza. 
3 Honra as viúvas que são verdadeiramente viúvas. 
4 Mas, se alguma viúva tiver filhos, ou netos, 
aprendam eles primeiro a exercer piedade para com 
a sua própria família, e a recompensar seus 
progenitores; porque isto é agradável a Deus. 
5 Ora, a que é verdadeiramente viúva e 
desamparada espera em Deus, e persevera de noite 
e de dia em súplicas e orações; 
6 mas a que vive em prazeres, embora viva, está 
morta. 
7 Manda, pois, estas coisas, para que elas sejam 
irrepreensíveis. 
8 Mas, se alguém não cuida dos seus, e 
especialmente dos da sua família, tem negado a fé, 
e é pior que um incrédulo. 
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9 Não seja inscrita como viúva nenhuma que tenha 
menos de sessenta anos, e só a que tenha sido 
mulher de um só marido, 
10 aprovada com testemunho de boas obras, se 
criou filhos, se exercitou hospitalidade, se lavou os 
pés aos santos, se socorreu os atribulados, se 
praticou toda sorte de boas obras. 
11 Mas rejeita as viúvas mais novas, porque, 
quando se tornam levianas contra Cristo, querem 
casar-se; 
12 tendo já a sua condenação por haverem violado 
a primeira fé; 
13 e, além disto, aprendem também a ser ociosas, 
andando de casa em casa; e não somente ociosas, 
mas também faladeiras e intrigantes, falando o que 
não convém. 
14 Quero pois que as mais novas se casem, tenham 
filhos, dirijam a sua casa, e não deem ocasião ao 
adversário de maldizer; 
15 porque já algumas se desviaram, indo após 
Satanás. 
16 Se alguma mulher cristão tem viúvas, socorra-as, 
e não se sobrecarregue a Igreja, para que esta possa 
socorrer as que são verdadeiramente viúvas.” (I Tim 
5.1-16) 
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Aqui o apóstolo orienta Timóteo quanto à forma 
que deveria se relacionar com as diversas faixas 
etárias na Igreja. 
Sendo a Igreja a família de Deus, o ministro deve 
agir em relação com todos os cristãos com o mesmo 
tratamento respeitoso e cordial com que trata a 
seus familiares, a saber, pai, mãe, irmãos; sendo 
que no caso de mulheres, especialmente as jovens, 
se recomenda um relacionamento com toda a 
pureza, não somente para não dar ocasião ao 
Inimigo de blasfemar, como também para não 
expor a tentações tanto a si mesmo, quanto elas. 
Como o ministro tem o encargo de disciplinar, de 
repreender e de exortar, além

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