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EMPREENDEDORISMO NO SETOR PÚBLICO

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EMPREENDEDORISMO NO SETOR PÚBLICO
Com o surgimento e a ascensão do neoliberalismo
mundial na década de 1980, e sua implementação no
Brasil notadamente ao longo da década de 1990,
começou a surgir uma forte tendência de infusão de
técnicas gerenciais provenientes do setor empresarial
para o setor público, com algumas diferenças.
SETOR
PRIVADO
VISAM
LUCRO
SETOR
PÚBLICO
DEVEM
VISAR
POLÍTICAS
SOCIAIS
Tais diferenças entre as técnicas gerenciais nos distintos
setores podem causar certos desajustes. Independente
disso, sabe-se que o empreendedorismo, elemento
presente na política, firmou-se no setor público.
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#
Empreendedor é um termo existente, no francês, desde o
século XII, mas com um significado totalmente distinto,
sofreu profundas transformações, sendo utilizado no
século XX como reflexo da busca pela informação e
inovação sobre determinada área.
EMPREENDEDORISMO
SOCIAL
PÚBLICO
PRIVADO
INOVAÇÃO
RESULTADO
Empreendedorismo social
Mair e Marti (2006) apresentam três grandes grupos de
abordagens que auxiliam na definição de
empreendedorismo social.
+
INICIATIVA SEM FINS
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#
LUCRATIVOS
+
RESPONSABILIDADE
SOCIAL
+
EVENTO
TRANSFORMADOR
O empreendedorismo social surge, a partir de então, como um elo entre a ótica
empresarial e o desenvolvimento humano, como uma proposta de busca de
inovação e informação para a solução de problemas no campo social.
As características do empreendedorismo social, como a
criatividade, a persistência, a ousadia e o dinamismo são
semelhantes no empreendedorismo privado, mas seus
objetivos não se limitam ao sucesso de mercado, já que
ele busca gerar impactos sociais e considera o
potencial de transformação social que sua ação pode
gerar. Assim, tipos de empreendedorismo distintos
apresentam orientações distintas.
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#
SOCIAL
Orientado para a sociedade civil organizada e não organizada.
PRIVADO
Orientado para o mercado e para a obtenção de lucro.
PÚBLICO
Orientado para a gestão pública.
Empreendedorismo público
A incorporação do empreendedorismo no setor público foi
estimulada pela consolidação do pensamento neoliberal
na década de 1980 (1990 no Brasil), marcada pelo
surgimento do novo modelo de administração pública
gerencial.
NEOLIBERALISMO
NO SETOR
PÚBLICO
A necessidade de um governo empreendedor partiu da premissa de que, durante a
era industrial, o governo apresentava burocracias lentas e centralizadas, com
normas e regulamentos que dificultavam sua eficiência, devendo ser renovadas e
atualizadas.
O empreendedorismo público está voltado para a
capacidade das pessoas de se adequar e de inovar
diante das novas demandas do setor público e, na
mesma linha, o empreendedorismo social está focado em
atender às demandas do setor social, estando
assentados sobre uma mesma plataforma de ação.
para pensar
Se uma das características do neoliberalismo é o livre-mercado e o Estado mínimo,
como esta ideologia poderia ajudar na confecção e na execução de políticas
públicas que visam apenas o interesse da população, e não os interesses das
empresas?
Empreendedorismo público
e privado
Acompanhemos a seguir as principais diferenças entre o
empreendedorismo público (social) e o privado.
EMPREENDEDORISMO PÚBLICO X PRIVADO
PERSPECTIVA SETOR PÚBLICO SETOR PRIVADO
OBJETIVOS Múltiplos e variáveis. De certa forma, mal
definidos.
Claros, definidos e consistentes.
AUTORIDADE Maior nível de autoridade e centralização. Controle mais democrático e
descentralizado.
PROCESSO DE DECISÃO Menor autonomia e flexibilidade. Elevado grau de autonomia e
flexibilidade.
INOVAÇÃO Superação de entraves burocráticos e
políticos.
Criação de valor e maximização da
obtenção de lucro.
RISCO Grandes riscos organizacionais sem
grandes riscos pessoais.
Grande risco financeiro pessoal.
PROATIVIDADE Entende o negócio, bem como se apoia na
oportunidade para crescimento.
Segue uma oportunidade
independente dos recursos que
controlam.
FINANCIAMENTO E
LUCRATIVIDADE
Não é orientado para o lucro. Busca obter
financiamentos para projetos. Maior
disponibilidade de levantar capital.
Orientado pelo lucro. Maior dificuldade
de acessar e obter financiamento.
Fonte: KEARNEY, HISRICH e ROCHE (2009), citado por VALADARES e
EMMENDOERFER (2015, p. 86)
Cenários do
empreendedorismo público
A governança contemporânea pode ser caracterizada
pelos seguintes cenários:
+
IMEDIATISMO
+
CUSTOS ALTOS
+
PARTICIPAÇÃO
+
SEGMENTAÇÃO
Há também vários fatores presentes no setor público que
vêm dificultando significativamente o avanço de uma
cultura empreendedora, por exemplo:
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#
[...] processos burocráticos, exposição de projetos frustrados na mídia, baixa
competição, baixo controle dos recursos, regulação massiva dos custos, julgamento
constante das verbas e resultados, multiplicidade e ambiguidade de objetivos,
contínuo retorno financeiro governamental, necessidade constante de consulta ao
governo, intervenção política na administração, emprego restrito de políticas e
escalas rígidas de salários, aversão ao risco, bônus ineficientes aos
empreendedores e sistema de punição aos erros e fraca disciplina financeira.
ROBERT J. SADLER
Ciclo burocrático e ciclo
empreendedor
É, relativamente, possível transpor os conceitos do
empreendedorismo empresarial para o social. Mas, antes
de apresentar seus três estágios, é importante diferenciar
as organizações sociais tradicionais das organizações
empreendedoras.
TRADICIONAIS
● Hierarquia.
● Centralização.
● Foco na empresa.
● Ênfase em programas.
● Dependente de recursos.
X
EMPREENDEDORAS
● Time/trabalho orientado.
● Descentralização/empoderamento.
● Foco no cliente.
● Ênfase no centro de competências.
● Financeiramente autossuficiente.
Os três estágios foram originalmente descritos para
instituições de natureza privada, mas seus pressupostos
atendem também ao perfil do empreendedorismo social.
+
1º ESTÁGIO:
EMPREENDEDOR
+
2º ESTÁGIO:
TRANSIÇÃO
+
3º ESTÁGIO:
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#
BUROCRÁTICO
EVOLUÇÃO DOS
EMPREENDIMENTOS
Com base em uma pesquisa com dez empreendimentos sociais em Curitiba (PR),
Vasconcelos e Lenza (2012) identificaram cinco fases de evolução dos
empreendimentos, e seis momentos de crise que normalmente as organizações
vivenciam e que determinam a passagem para a etapa posterior.
EVOLUÇÃO DO
EMPREENDIMENTO
REPRESENTATIVIDADE
SOCIAL
VISIBILIDADE
SOCIAL
ASSOCIAÇÃO
AÇÃO
SOCIAL
REDE
SOCIAL
IDENTIDADE
FOCO
DESEQUILÍBRIO
SOCIAL
MOMENTOS
DE CRISE
CONTROLE
ÉTICA
RESPONSABI
LIZAÇÃO
Esse estudo utiliza como base o Modelo de Ciclo de Vida nas Organizações de
Greiner (1998) em empreendimentos privados com o objetivo de criar outro modelo
de ciclo de vida que apresente os diversos estágios de evolução dos
empreendimentos sociais, com características próprias e bem definidas. Para
conhecer o Modelo de Greiner, acesse:
<http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/img/revistas/tms/v10nespecial/10a09f1.jpg >
Fases da evolução dos
empreendimentos
Vejamos a seguir o que caracteriza as fases da evolução
dos empreendimentos sociais.Exploremos, inicialmente,
três das cinco fases:
http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/img/revistas/tms/v10nespecial/10a09f1.jpg
+
AÇÃO
SOCIAL
+
ASSOCIAÇÃO
+
VISIBILIDADE
SOCIAL
e mais...
Para visualizar graficamente a evolução dos empreendimentos sociais, segundo
Vasconcelos e Lenza (2012), acesse:
<http://www.scielo.br/img/revistas/rap/v46n4/a07fig02.jpg>
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#
http://www.scielo.br/img/revistas/rap/v46n4/a07fig02.jpg
Fases da evolução dos
empreendimentos
Agora conheçamos mais sobre as últimas duas fases da
evolução dos empreendimentos sociais:
REDE SOCIAL
Essa fase amplia os canais de relacionamento entre
organizações que atuam no mesmo foco social,
possibilitando a ampliação da atuação do
empreendimento e construindo uma rede com objetivos
convergentes.
CARACTERÍSTICAS
O poder do empreendedor social, ao mesmo tempo que se amplia, se fragmenta
entre os membros da rede. Não há responsáveis diretos e por esse motivo
nomeou-se sua crise como “de responsabilização” (accountability). A crise de
responsabilização também aponta para a necessidade de relações de transparência
com financiadores públicos ou privados.
REPRESENTATIVIDADE SOCIAL
Essa fase aponta para o alcance de reconhecimento e a
representatividade em níveis elevados para todos os
envolvidos e com alto grau de desenvolvimento.
CARACTERÍSTICAS
Ganha-se fama, representação midiática, impacto na opinião pública e abrangência
internacional. Ao final dessa fase, a crise ética é sinalizada como o fim do ciclo de
vida de empreendimentos sociais, apontado para o conjunto de valores que devem
se consolidar nos empreendedores sociais para que se justifique o processo de
transformação da sociedade.
Sobre a maratona de negócios públicos – empreendedorismo na gestão governamental.
AGENTE EMPREENDEDOR
O empreendedor público é um agente que busca, por
meio de liderança, ampliar metas, mandatos, funções
e poder do seu departamento de maneira pouco
formal, além de fomentar coalizões políticas para gerar
oportunidades. É definido por dois fatores:
1
Vontade de tomar medidas de risco.
2
Capacidade de coordenar as ações de outras pessoas para cumprir metas.
É possível definir algumas qualidades necessárias ao
perfil de um empreendedor: a inovação, a identificação
das oportunidades e a transformação dessas
oportunidades em projetos que possam alcançar um
sucesso.
[...] os empreendedores sociais são indivíduos escolarizados, com maior tendência
ao engajamento associativo e menos premido pelas necessidades imediatas de
sobrevivência. Sendo assim, o incremento do empreendedorismo social, no Brasil,
depende da redução do empreendedorismo por necessidade, bem como da
melhoria das condições da educação formal, e isso implica a implementação de
eficientes políticas e programas governamentais.
GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR
AGENTE EMPREENDEDOR
Os empreendedores sociais têm o papel de agentes de mudanças no setor social,
por:
ATITUDES
● adotar uma missão de gerar e manter valor social (não apenas valor
privado);
● reconhecer e buscar implacavelmente novas oportunidades para servir a
tal missão;
● engajar-se num processo de inovação, adaptação e aprendizado
contínuo;
● agir arrojadamente sem se limitar pelos recursos disponíveis; e
● exibir um elevado senso de transparência para com seus parceiros e
público e pelos resultados gerados.
Além disso, o empreendedor social pode apresentar algumas características que
dão uma configuração própria ao seu perfil:
+
CONHECIMENTOS
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+
HABILIDADES
+
POSTURAS
+
COMPETÊNCIAS
Sobre o agente público como agente de desenvolvimento.
Intraempreendedorismo
De acordo com Dornelas (2003), esse processo de
inovação e renovação do empreendedor, que estimula o
uso do capital humano, denomina-se
intraempreendedorismo e é interpretado como uma forma
de comportamento que leve os indivíduos a transformar
suas ideias em realidade no ambiente de trabalho.
INTRAEMPREENDEDORISMO
Consiste na capacidade de identificar as oportunidades de negócio, assimilando
e aplicando-as dentro da empresa para gerar valor para acionistas, funcionários e
clientes. Está relacionado também ao desenvolvimento de atividades
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https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#
empreendedoras no ambiente interno da organização, enquanto o
empreendedorismo privado está voltado para as atividades externas e com foco no
mercado.
O intraempreendedorismo público pode ser definido como
a implantação de uma inovação dentro da prática do
setor público. Deve olhar além dos limites impostos pelo
ambiente e agir em direção a demandas que possam sair
do papel e efetivamente ser realizadas. Na prática,
percebe-se que o empreendedor público deve se mover
por um sentimento de inconformidade com o estado
estabelecido, refletindo um senso de urgência que o
inquieta e não o deixa desistir nos primeiros obstáculos
encontrados.
TRAJETÓRIA DA GESTÃO
PÚBLICA
Em diversos países do mundo, a administração pública sofreu influências dos
principais conceitos econômicos vigentes. No Brasil, essas grandes reformas estão
relacionadas com a passagem do modelo burocrático (1980) para o gerencialista
(1995) e com a atual gestão pública empreendedora.
Com o objetivo de criar uma unidade interorganizacional, o modelo de rede
tornou-se útil para as atividades governamentais, dando uma nova conformação
ao espaço público não estatal a fim de propiciar uma articulação entre Estado,
comunidade, empresários, sindicatos, organizações sociais, instituições científicas e
de informação.
A partir desse movimento em rede, surge então o associativismo como ingrediente
central de uma sociedade democrática capitalista. É possível destacar três tipos de
benefícios no âmbito do empreendedorismo social que são gerados a partir de
práticas associativas:
1
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#
o desenvolvimento individual com objetivo de promover cidadãos mais preparados,
participativos, críticos e autônomos;
2
o desenvolvimento das esferas públicas para se tornarem arenas de contestação,
formação de opinião e de julgamentos públicos;
3
o desenvolvimento político-institucional para ampliação e qualificação da
representação política e cooperação como formas alternativas de governança.
GOVERNANÇA
PARTICIPATIVA
Conforme o Relatório Mundial sobre o Setor Público, das
Nações Unidas, a visão tradicional da administração
pública evoluiu para uma visão mais moderna chamada
governança participativa ou responsive governance.
A responsive governance [...]está baseada numa proposta mais pública, onde as
chefias escutam melhor o cidadão, e onde é a participação cidadã, através de
processos mais democráticos, que assegura que os administradores sejam mais
eficientes, [...] mais afinados com o que deles se deseja. É a diferença entre a
eficiência autoritária por cima, e a eficiência democrática pela base. A eficiência é
medida não só no resultado, mas no processo.
IGNACY SACHS
A relação do empreendedorismo com a governança na
função pública pode ser mais bem compreendida a partir
das pesquisas de Klein et al. (2010 apud PESSIN, 2013)
ao apresentar quatro níveis de análise:
+
PRIMEIRO
NÍVEL
+
SEGUNDO
NÍVEL
+
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#
TERCEIRO
NÍVEL
+
QUARTO
NÍVEL
GOVERNANÇA
PARTICIPATIVA
Vejamos a seguir diferentes abordagens orientadoras da
gestão pública, com suas implicações para a governança
e a relação estabelecida entre Estado e sociedade:
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NOVA GESTÃ PÚBLICA GOVERNANÇA
PARTICIPATIVA
Relação
Cidadão-Estado
Obediência Credenciamento Empowerment
Administração Superior Políticos Clientes Cidadãos e atores diversos
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#
Princípios Ordenadores Cumprimento de
leis e regras
Eficiência e resultados Responsabilidade,
transparência e participação
Critérios para o
Sucesso
Objetivos quantitativos Objetivos qualitativos Processo
Atributo-Chave Imparcialidade Profissionalismo Participação
Perspectivas da gestão
empreendedora
Visando uma agenda de consenso mundial de consolidar
o processo democrático (capitalista) com estabilidade
econômica e desenvolvimento sustentável, e ao mesmo
tempo reduzir os desequilíbrios e a injustiça social, seria
necessário reformar o Estado. Para tanto, é fundamental
diagnosticar a situação do território e, a partir daí, traçar
os rumos a tomar.
para pensar
O livro Reinventando o Governo, escrito por Osborne e Gaebler (1992), tem o
objetivo de organizar o governo numa perspectiva mais empreendedora. Tem suas
bases na teoria administrativa contemporânea e propõe um roteiro para
administradores públicos que objetivam visualizar uma prática baseada na
eficiência, eficácia e efetividade para melhoria da administração pública.
EFICIÊNCIA
EFICÁCIA
EFETIVIDADE
Características
estratégicas dos governos
Osborne e Gaebler (1994) apresentam orientações para
uma organização pública racional com o propósito de
assegurar um governo empreendedor a partir da
definição de tipos de governos e suas características
estratégicas.
TIPOS DE GOVERNO CARACTERÍSTICAS ESTRATÉGICAS
CATALISADOR Os governos não devem assumir sozinhos o papel de implementador de políticas
públicas, mas devem harmonizar a ação de diferentes agentes sociais na solução de
problemas coletivos.
PERTENCE À COMUNIDADE Os governos devem abrir-se à participação dos cidadãos no momento de tomada de
decisão.
PARA RESULTADOS Os governos devem substituir o foco no controle de inputs para o controle de outputs
e impactos de suas ações, e para isso adotar a administração por objetivos.
ORIENTADO AO CLIENTE Os governos devem substituir a autorreferencialidade pela lógica de atenção às
necessidades dos clientes/cidadãos.
EMPREENDEDOR Os governos devem adotar estratégias de modo a aumentar seus ganhos por meio
de aplicações financeiras e ampliação da prestação de serviços.
PREVENTIVO Os governos devem evitar comportamentos reativos na solução de problemas pela
ação proativa, elaborando planejamento estratégico de modo a antever problemas
potenciais.
DESCENTRALIZADO Os governos devem envolver os funcionários nos processos deliberativos,
aproveitando o seu conhecimento e sua capacidade inovadora. Além de melhorar a
capacidade de inovação e resolução de problemas, a descentralização também é
apresentada como forma de aumentar a autoestima e a motivação dos funcionários
públicos.
Fonte: Adaptado de PESSIN (2013, p. 35)
Características
estratégicas dos governos
Observa-se que, dentre os tipos de governo sugeridos por Osborne e Gaebler,
foram apontadas orientações no sentido da mudança de paradigma, não havendo
destaque em nenhum tipo de governo específico.
As características de um governo que pretende ser estratégico e empreendedor
foram abordadas no tipo de governo descentralizador, considerando que se deva
estimular o conhecimento dos funcionários e a capacidade inovadora nos processos
deliberativos.
Isso pode melhorar a resolução de problemas, a autoestima e a motivação dos
funcionários públicos. Por outro lado, os administradores devem buscar o princípio
da eficiência na potencialização dos recursos para o atendimento das demandas da
sociedade.
GESPÚBLICA
Segundo o Documento de Referência 2008/2009, “o
GESPÚBLICA é uma política pública formulada para a
gestão, que está alicerçada em um modelo de gestão
pública singular que incorpora à dimensão técnica,
própria da administração, e a dimensão social, até então,
restrita à dimensão política”. Em outras palavras, seu
desafio tem sido minimizar o serviço à burocracia e
colocar a gestão pública a serviço do resultado dirigido ao
cidadão. A evolução do programa evidencia o
amadurecimento de sua filosofia e estratégias.
GESTÃO DE
PROCESSOS
1990
Subprograma da Qualidade e Produtividade na Administração Pública.
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#
GESTÃO E
RESULTADOS
1996
QPAP – Programa de Qualidade e Participação na Administração Pública.
QUALIDADE DE
ATENDIMENTO AO
CIDADÃO
2000
PQSP – Programa da Qualidade no Serviço Público.
GESTÃO POR
RESULTADOS
ORIENTADA PARA
O CIDADÃO
2005
GESPÚBLICA – Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização.
GESPÚBLICA
O Programa Nacional da Gestão Pública e Desburocratização visa ser um
instrumento de cidadania, conduzindo cidadãos e agentes públicos ao exercício
prático de uma administração pública ética, participativa, descentralizada, promotora
do controle social e orientada para resultados. Estabeleceu também o Modelo de
Excelência em Gestão Pública (MEGP).
MEGP
Tem como pilares os fundamentos da excelência gerencial contemporânea e é
baseado nos princípios constitucionais da Administração Pública:
LEGALIDADE
PUBLICIDADE
IMPESSOALIDADE
MORALIDADE
EFICIÊNCIA
Os fundamentos de excelência gerencial da GesPública com o foco no cidadão e na
sociedade são:
● pensamento sistêmico;
● aprendizagem organizacional;
● cultura de inovação;
● liderança e constância de propósitos;
● orientação para processos e informações;
● visão de futuro;
● geração de valor;
● comprometimento com as pessoas;
● foco no cidadão e na sociedade;
● desenvolvimento de parcerias;
● responsabilidade social;
● controle social e gestão participativa.
e mais...
Para ter uma ideia mais completa do Documento de Referência 2008/2009, acesse:
<http://www.gespublica.gov.br/folder_legislacao/documento_referencia2009_29abr.p
df>.
http://www.gespublica.gov.br/folder_legislacao/documento_referencia2009_29abr.pdf
http://www.gespublica.gov.br/folder_legislacao/documento_referencia2009_29abr.pdf
Nas páginas 21 a 28 do documento, encontram-se orientações de como cada
conceito pode ser colocado na prática.
Modelo de Excelência em
Gestão Pública
O Modelo de Excelência em Gestão Pública (MEGP)
pode ser representado por um esquema que configura o
sistema gerencial constituído por oito partes integradas,
dividido em quatro blocos.
5
INFORMAÇÕES E CONHECIMENTO
Detalhemos cada um dos quatro blocos:
+
PRIMEIRO
BLOCO
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#
+
SEGUNDO
BLOCO
+
TERCEIRO
BLOCO
+
QUARTO
BLOCO
DIMENSÕES DAS
POLÍTICAS PÚBLICAS
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.147.52427/content/_4012596_1/obj02/conteudo.html#
Por conta da complexidade dos processos instaurados na
administração pública e na pluralidade de contextos que
envolvem a formulação de políticas, buscar agir com
coerência, consistência e coordenação é fator que se
tornou fundamental.
Quanto mais alto, mais os resultados são qualitativos, e menos formais.
COERÊNCIA
CONSISTÊNCIA
COORDENAÇÃO
Quanto mais alto, há mais integração.
Conduzidas dentro da instituição do governo, temos que
coordenação, consistênciae coerência são entendidas
como:
COORDENAÇÃO
Representa um processo formal de formulação de políticas.
CONSISTÊNCIA
Assegura que os objetivos das políticas sejam atingidos e não sejam contraditórios.
COERÊNCIA
Assegura a promoção sistemática de ações coletivas realizadas por atores
governamentais e não governamentais, visando criar e manter sinergia para atingir
o objetivo definido.
Fatores de sucesso e
fatores de risco
Há importantes recomendações para o exercício da
gestão pública. A proposta aqui consiste em
apresentá-las como ferramentas de orientação e
formulação de diretrizes que possam favorecer a
identificação dos fatores de sucesso ou de risco para a
gestão pública empreendedora. Há quatro eixos de
recomendação:
+
1º EIXO
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2º EIXO
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3º EIXO
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4º EIXO
Para cada eixo, há algumas perguntas a serem feitas de modo a ajudar seu
entendimento.
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PERGUNTAS
DO 1º EIXO
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PERGUNTAS
DO 2º EIXO
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PERGUNTAS
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DO 3º EIXO
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PERGUNTAS
DO 4º EIXO
GESTÃO PÚBLICA
EMPREENDEDORA
O novo paradigma do empreendedorismo social,
notadamente na gestão pública, assume uma perspectiva
na qual os desafios devam ser vistos como
oportunidades, e não como barreiras, procurando
descobrir, de forma objetiva, soluções de grande impacto
social, econômico, ambiental, político e cultural. Portanto,
deve ter como foco a transformação da realidade com
base nos seguintes pressupostos fundamentais:
Diálogo junto com os atores envolvidos para incremento de práticas sociais
empreendedoras.
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Formação em redes
Os trabalhos em rede se apresentam vinculados às
parcerias, com pequenas diferenças entre eles.
Normalmente, é incentivada a formação de trabalhos em
rede no momento em que se consolidam as parcerias.
Há parcerias que estabelecem relações mais horizontais.
Há parcerias que impõem certo grau de hierarquia, o que é legítimo.
As relações em rede pressupõem maior horizontalidade, com pessoas que têm
interesses comuns e se articulam livremente, sem relação de poder.
Embora a palavra parceria indique alguma igualdade
entre os membros, na prática, os parceiros não são nada
iguais. O desafio da parceria é visto como a incapacidade
de os setores envolvidos em parcerias resolverem – ou,
ainda, estarem preparados para enfrentar – as questões
de poder. Outros aspectos importantes a se destacar
nesse contexto são:
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TRANSPARÊNCIA
+
DIÁLOGO PÚBLICO
+
Criação e desenvolvimento de soluções em ambientes muitas vezes de difícil
mudança em seu sentido mais amplo.
Estímulo ao exercício pleno da cidadania em todos os níveis de atuação.
Fortalecimento de planos de ação que priorizem a geração de renda, produtividade,
justiça social, ética e qualidade de vida dos atores sociais.
Integração entre governo, sociedade civil e mercado com o estabelecimento de
redes de parcerias.
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PARCERIAS
INTERSETORIAIS
A governança participativa pode acontecer nos espaços
onde há concentração de interesses para a tomada de
decisão, garantindo que a participação não se
circunscreva ao âmbito de um único projeto. Trata-se,
pois, de:
[...] uma evolução que busca a construção de uma capacidade real de resolução de
problemas através das pactuações necessárias com a sociedade [...]. Esta
sistematização de tendências mundiais vem dar maior credibilidade aos que lutam
pela reapropriação das políticas pela cidadania, na base da sociedade, em vez da
troca de uma solução autoritária por outra
SACHS; LOPES; DOWBOR, 2010
Dessa forma, a integração de diversos atores sociais em
rede parece repercutir, diretamente, no desempenho do
empreendedorismo. A criação e a gestão de redes
pressupõem a necessidade de interação entre
diferentes esferas e a habilidade de cada uma delas
no exercício da construção coletiva.
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INTERSETORIALIDADE
Um órgão de governo isolado não tem sozinho a capacidade de criar, implementar e
gerenciar as políticas públicas.
ATUAÇÃO
EM REDE
CIDADES
EMPREENDEDORAS
Dá-se o nome de empreendedoras àquelas cidades
capazes de colocar em prática uma administração pública
pautada por todos os pressupostos teóricos do
empreendedorismo social. De acordo com o manual do
SEBRAE (2008), uma cidade empreendedora procura:
1
estabelecer prioridades conforme definição real de demanda social;
2
direcionar os recursos para executar as obras fundamentais e estratégicas para a
cidade;
3
coordenar esforços e potencializar a participação pública entre diferentes níveis de
governo para captar recursos;
4
estimular o mercado de trabalho para a população;
5
incentivar a criação e o fortalecimento dos negócios locais.
Algumas diretrizes são apontadas para que a cultura
empreendedora nas cidades possa ser fortalecida no
âmbito da gestão municipal, tais como:
[...]projetos e políticas públicas de apoio à criação de incubadoras de empresas,
incentivo à formação de distritos industriais, feiras e exposições para dinamização
do comércio local, provimento e manutenção da infraestrutura adequada para
produção e comercialização de bens, execução de programas de educação
empreendedora nas escolas, incentivo ao microcrédito, desburocratização, compras
governamentais locais, entre outras.
SEBRAE (MG)
CIDADES EMPREENDEDORAS
Para o desenvolvimento das cidades com gestão empreendedora, há três funções
essenciais que necessitam ser implementadas:
+
EDUCAÇÃO
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INTEGRAÇÃO
DE MERCADOS
+
INOVAÇÕES
Na área de infraestrutura, uma gestão empreendedora deveria atuar com:
● sistema de transporte de qualidade e eficiente;
● distritos industriais para receber as empresas, com água, luz etc.;
● sistema de saneamento básico com acesso amplo a toda a população
para reduzir problemas com a saúde e outros riscos.
Com o objetivo de buscar melhorias na qualidade das políticas públicas dos
municípios, algumas medidas podem auxiliar a avançar na proposta para uma
cidade empreendedora: elaborar um planejamento estratégico para implementar as
ações, fazer um diagnóstico das demandas no município, elaborar programas em
consonância com o plano estruturado e promover a participação social da
comunidade local.
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