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A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa

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A Harmonização entre a 
Vontade de Deus e a Nossa 
 
 
 
 
Por 
Silvio Dutra 
 
 
 
 
Out/2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A474 
 Alves, Silvio Dutra 
 A Harmonização entre a Vontade de Deus 
 e a Nossa 
 Silvio Dutra Alves – Rio de Janeiro, 2019. 
 42p.; 14,8 x21cm 
 
 1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Fé 
I. Título. 
 
 CDD 252 
 
 
 
 
3 
 
Para que isto ocorra deve haver uma 
submissão voluntária e amorosa da nossa 
vontade à divina. 
Quando assim sucede cumpre-se a petição da 
oração do Pai Nosso de que a vontade de Deus 
seja feita na terra assim como é feita no céu, no 
qual há perfeita harmonia entre a vontade dos 
anjos e dos santos glorificados e a de Deus. 
Entretanto, como os santos na terra encontram-
se ainda sujeitos às imperfeições e fraquezas 
decorrentes do pecado residente, a harmonia 
entre a vontade deles e a de Deus sempre será 
proporcionalmente dependente do grau de 
obediência deles a Deus e à Sua Palavra, e do 
quanto andem sob a influência, direção e 
instrução do Espírito Santo, mormente para a 
transformação de suas vidas, pela renovação de 
suas mentes. 
Como a vontade é influenciada pelo intelecto 
que é composto tanto pelo entendimento 
consciente (exercício da razão, estímulos 
sensoriais, sentimentos, emoções etc) e pelo 
subconsciente (expressado nos sonhos, 
memórias etc), há necessidade de que o nosso 
entendimento seja formado pelo Espírito Santo 
mediante aplicação da Palavra de Deus, para a 
4 
 
formação de padrões mentais espirituais, 
celestiais e divinos. 
Afinal, o homem que é segundo o propósito de 
Deus para o que deve ser a humanidade, é 
aquele que é dirigido pela vontade de Deus 
assumindo-a como a sua própria vontade, uma 
vez que a criatura é dependente em tudo do 
Criador, para uma perfeita obediência. 
Jesus se fez homem para também nos ensinar 
através de Seu próprio procedimento, 
inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é 
o modo pelo que nos convém também viver, a 
saber, em santa obediência. 
Deve haver uma renúncia ao ego, à própria 
vontade, para que não haja colisão ou 
divergência de direcionamento, e certamente, 
isto é da exclusiva competência da criatura. 
Sem oração incessante, sem meditação 
constante e prática da Palavra não é possível 
renovar a mente conforme é requerido para que 
possamos conhecer e fazer a santa, boa e 
agradável vontade de Deus. 
Não se trata apenas de uma obediência exterior 
o que se tem em vista, mas uma ação 
transformadora do nosso interior de maneira 
5 
 
que sejamos como as tábuas da lei divina escrita 
em nossas mentes e corações. 
Enquanto Deus e a Sua Palavra não forem todo o 
nosso prazer isto é um sinal evidente de que não 
fomos renovados tanto quanto deveríamos para 
poder andar em acordo com a Sua vontade. 
É preciso batalhar contra a carne, inclinar-se 
segundo o pendor do Espírito, para que Ele 
prevaleça nesta luta contra a carne, em que a 
nossa própria vontade é colocada em xeque, 
porque a carne procura nos dominar em uma 
determinada direção, e o Espírito em outra, 
importando que não façamos nem mesmo a 
nossa própria vontade, por mais correta e boa 
que ela possa nos parecer, mas fazer a do 
Espírito. Nós podemos ver isto no texto de 
Gálatas 5.16-25: 
“16 Digo, porém: andai no Espírito e jamais 
satisfareis à concupiscência da carne. 
17 Porque a carne milita contra o Espírito, e o 
Espírito, contra a carne, porque são opostos 
entre si; para que não façais o que, porventura, 
seja do vosso querer. 
18 Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais 
sob a lei. 
6 
 
19 Ora, as obras da carne são conhecidas e são: 
prostituição, impureza, lascívia, 
20 idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, 
ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, 
21 invejas, bebedices, glutonarias e coisas 
semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos 
declaro, como já, outrora, vos preveni, que não 
herdarão o reino de Deus os que tais coisas 
praticam. 
22 Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, 
longanimidade, benignidade, bondade, 
fidelidade, 
23 mansidão, domínio próprio. Contra estas 
coisas não há lei. 
24 E os que são de Cristo Jesus crucificaram a 
carne, com as suas paixões e concupiscências. 
25 Se vivemos no Espírito, andemos também no 
Espírito.” 
O pecado residente procura nos conduzir a um 
viver carnal, por uma mente carnal, que 
manifeste as obras da carne em nosso 
comportamento, e o Espírito busca implantar o 
Seu fruto em nosso caráter. 
7 
 
Em maior ou menor grau sempre devemos ser 
achados empenhados nesta batalha em nossa 
jornada terrena. 
O apóstolo detalha este conflito que há entre o 
pecado residente (carne, velho homem) e o 
Espírito, no texto de Romanos 7, em que 
demonstra a nossa inteira dependência da graça 
de Jesus, para que possamos sair vitoriosos 
nesta luta. 
“5 Porque, quando vivíamos segundo a carne, as 
paixões pecaminosas postas em realce pela lei 
operavam em nossos membros, a fim de 
frutificarem para a morte. 
6 Agora, porém, libertados da lei, estamos 
mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de 
modo que servimos em novidade de espírito e 
não na caducidade da letra. 
7 Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo 
nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado, 
senão por intermédio da lei; pois não teria eu 
conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não 
cobiçarás. 
8 Mas o pecado, tomando ocasião pelo 
mandamento, despertou em mim toda sorte de 
8 
 
concupiscência; porque, sem lei, está morto o 
pecado. 
9 Outrora, sem a lei, eu vivia; mas, sobrevindo o 
preceito, reviveu o pecado, e eu morri. 
10 E o mandamento que me fora para vida, 
verifiquei que este mesmo se me tornou para 
morte. 
11 Porque o pecado, prevalecendo-se do 
mandamento, pelo mesmo mandamento, me 
enganou e me matou. 
12 Por conseguinte, a lei é santa; e o 
mandamento, santo, e justo, e bom. 
13 Acaso o bom se me tornou em morte? De 
modo nenhum! Pelo contrário, o pecado, para 
revelar-se como pecado, por meio de uma coisa 
boa, causou-me a morte, a fim de que, pelo 
mandamento, se mostrasse sobremaneira 
maligno. 
14 Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, 
todavia, sou carnal, vendido à escravidão do 
pecado. 
15 Porque nem mesmo compreendo o meu 
próprio modo de agir, pois não faço o que 
prefiro, e sim o que detesto. 
9 
 
16 Ora, se faço o que não quero, consinto com a 
lei, que é boa. 
17 Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o 
pecado que habita em mim. 
18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha 
carne, não habita bem nenhum, pois o querer o 
bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. 
19 Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal 
que não quero, esse faço. 
20 Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu 
quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. 
21 Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de 
que o mal reside em mim. 
22 Porque, no tocante ao homem interior, tenho 
prazer na lei de Deus; 
23 mas vejo, nos meus membros, outra lei que, 
guerreando contra a lei da minha mente, me faz 
prisioneiro da lei do pecado que está nos meus 
membros. 
24 Desventurado homem que sou! Quem me 
livrará do corpo desta morte? 
10 
 
25 Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. 
De maneira que eu, de mim mesmo, com a 
mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo 
a carne, da lei do pecado.” (Romanos 7.5-25). 
Observe que o apóstolo afirma que ele amava a 
lei de Deus segundo o homem interior, ou seja, 
segundo a nova criatura, o novo homem, mas 
via operando em seus membros uma outra lei, a 
do pecado, que o levava a agir de modo contrário 
à sua vontade de fazer a vontade de Deus. 
Disto aprendemos que a força do pecadoé maior 
do que a força da nossa própria vontade. Ora, se 
o pecado é a consumação da vontade na direção 
oposta à de Deus, então estaríamos 
completamente derrotados nesta batalha 
espiritual sem a assistência da graça de Jesus, 
que é o único poder maior do que o do pecado. 
É preciso portanto formar padrões de santidade 
a nível do subconsciente, pelo hábito da oração, 
da meditação e de outros meios de graça, para 
que o nosso padrão de reação às solicitações de 
tentações externas ou internas, seja o de resistir 
a elas e rejeitá-las, e isto faremos se formos 
espirituais e não carnais. 
Isto explica porque tantos fracassam no seu 
desejo de viver de modo agradável a Deus, 
11 
 
porque são derrotados pela falta de uma mente 
espiritual, e por tentarem vencer as tentações 
pelo mero cumprimento do mandamento 
segundo o homem natural. 
Aqui cabe uma exposição para entendermos 
que o poder natural nada tem a ver com o poder 
espiritual. O homem perdeu inteiramente a 
capacidade de viver segundo o Espírito, porque 
sendo carnal, nada entende ou é capaz de viver 
o que Deus é em Sua natureza e virtudes. O 
pecador está destituído da graça e da glória 
divinas. Assim, todo o bem que ainda há nele, 
como homem natural é apenas um resquício do 
que sobrou da lei implantada por Deus na 
consciência do primeiro homem, que o 
inclinava para a prática da justiça, do amor, da 
paz e da bondade. Mas isto foi arruinado pela 
entrada do pecado no mundo, e toda a sua 
descendência foi encerrada nesta condição por 
Deus, que sendo santo, ficou impedido de ter 
comunhão com o homem, e comunicar-se com 
Ele fazendo-o conhecedor e praticante da Sua 
santa vontade. 
Quando nos convertemos a Cristo, nós somos 
restaurados por sermos reconciliados com 
Deus, mas há todo um crescimento em graça 
diante de nós, para que possamos conhecer e 
12 
 
praticar a vontade de Deus de forma 
amadurecida e aprovada. 
Isto será obtido por continuados exercícios em 
negar-nos a nós mesmos, a carregar a cruz pela 
escolha da vontade do Senhor e não da nossa, e 
a renunciar aos nossos objetivos, naquilo em 
que possam colidir com os de Deus. 
Mas, tudo isto é apenas parte das muitas coisas 
que aprenderemos em nossa caminhada cristã, 
e que nos serão ensinadas e aplicas pelo Espírito 
Santo. 
Se caminharmos por fé e não por vista, 
aprendendo a renunciar a tudo o que for 
necessário para que o Senhor e o Seu reino seja 
de fato o nosso primeiro interesse de busca, 
então é bem certo que faremos progresso em ter 
a nossa vontade harmonizada com a divina. 
Se permanecermos no Senhor e na Sua Palavra 
Ele também permanecerá em nós, e então 
poderemos dar o fruto esperado. Sem Ele nada 
podemos fazer. Conhecendo por experiência 
esta grande verdade, Ele passará a ser o nosso 
tudo em tudo, e há de se manifestar a nós 
progressivamente fazendo-nos conhecer mais e 
mais o Seu caráter e virtudes, que nos levará a 
amá-lo sempre mais. 
13 
 
O mundo presente de tão acostumado que está 
com tantas novidades naturais, com tantos 
avanços tecnológicos, com tantas coisas para 
ocupar a mente, tem se distanciado cada vez 
mais das coisas que são eternas, espirituais, 
celestiais e divinas, as quais, a propósito, só 
podem ser devidamente conhecidas à medida 
que nos são reveladas através da nossa 
comunhão real com Cristo. 
Então não é de se admirar que se veja tanto 
mundanismo e carnalidade na própria igreja 
cristã, onde o verdadeiro evangelho ou tem sido 
encoberto ou adulterado, em grande parte por 
ignorância daqueles que o pregam e ensinam. 
Eles não o aprenderam porque não gastaram 
tempo aos pés de Jesus. Não consagraram suas 
vidas para conhecê-lo mediante aplicação ao 
aprendizado da Palavra. E quando não se 
conhece a Palavra do Senhor, não se pode 
conhecer qual seja a Sua vontade. 
Mas, voltemos à questão de que se pode 
confundir a bondade e justiça do homem 
natural como sendo a vontade de Deus, quando 
na verdade nada há de comum entre ambas. 
Como dissemos os resquícios do que se herdou 
da bondade e justiça de Adão, apesar de isto ter 
sido implantado nele por Deus, é algo que 
14 
 
podemos exercitar até mesmo sem ter qualquer 
ligação com Deus ou respeito e consideração à 
Sua vontade. Podemos andar de modo 
independente, vivendo na energia da carne, 
enquanto praticamos ações de benemerência e 
todo tipo de assistência e ajuda ao nosso 
próximo. Podemos ser muito aplicados em 
atender às necessidades de nossas famílias, e 
ainda assim, podemos ser inimigos de Deus, não 
reconciliados com Ele por meio da fé em Jesus, 
incapacitados de prestar-lhe o devido culto de 
adoração em Espírito, alienados da vida do 
evangelho, e sem qualquer interesse no avanço 
do reino de Jesus. E então de que nos servirá toda 
a prática do nosso bem, no fim, quando tivermos 
que comparecer diante do tribunal de Deus no 
grande dia do Juízo? 
No que as nossas supostas boas obras estavam 
harmonizadas com a vontade divina? 
O homem não deve ser justo apenas em relação 
ao homem, mas também e principalmente em 
relação a Deus, conforme o dever de adoração e 
obediência aos Seus mandamentos, conforme 
nos tem ordenado. 
“21 Aquele que tem os meus mandamentos e os 
guarda, esse é o que me ama; e aquele que me 
15 
 
ama será amado por meu Pai, e eu também o 
amarei e me manifestarei a ele. 
22 Disse-lhe Judas, não o Iscariotes: Donde 
procede, Senhor, que estás para manifestar-te a 
nós e não ao mundo? 
23 Respondeu Jesus: Se alguém me ama, 
guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e 
viremos para ele e faremos nele morada. 
24 Quem não me ama não guarda as minhas 
palavras; e a palavra que estais ouvindo não é 
minha, mas do Pai, que me enviou. 
25 Isto vos tenho dito, estando ainda convosco; 
26 mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o 
Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará 
todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que 
vos tenho dito.” (João 14.21-26). 
“3 Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: 
se guardamos os seus mandamentos. 
4 Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os 
seus mandamentos é mentiroso, e nele não está 
a verdade. 
16 
 
5 Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, 
nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o 
amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: 
6 aquele que diz que permanece nele, esse deve 
também andar assim como ele andou. 
7 Amados, não vos escrevo mandamento novo, 
senão mandamento antigo, o qual, desde o 
princípio, tivestes. Esse mandamento antigo é a 
palavra que ouvistes. 
8 Todavia, vos escrevo novo mandamento, 
aquilo que é verdadeiro nele e em vós, porque as 
trevas se vão dissipando, e a verdadeira luz já 
brilha.” (I João 2.3-8). 
Nós abrimos este discurso falando da relação 
entre a vontade e o intelecto, e como o intelecto 
é formado pelo entendimento, devemos pedir 
sabedoria a Deus para que nos dê inteligência 
espiritual, que nos capacite a entender a 
verdade em seu sentido e significado espiritual, 
e não de modo carnal, por uma compreensão 
carnal da Sua Palavra, que não nos trará 
qualquer benefício. 
“15 Por isso, também eu, tendo ouvido a fé que 
há entre vós no Senhor Jesus e o amor para com 
todos os santos, 
17 
 
16 não cesso de dar graças por vós, fazendo 
menção de vós nas minhas orações, 
17 para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, 
o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria 
e de revelação no pleno conhecimento dele, 
18 iluminados os olhos do vosso coração, para 
saberdes qual é a esperança do seu 
chamamento, qual a riqueza da glória da sua 
herança nos santos 
19 e qual a suprema grandeza do seu poder para 
com os que cremos, segundo a eficácia da força 
do seu poder; 
20 o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-
o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua 
direita nos lugares celestiais, 
21 acima de todo principado, e potestade,e 
poder, e domínio, e de todo nome que se possa 
referir não só no presente século, mas também 
no vindouro.” (Efésios 1.15-21). 
“20 Mas não foi assim que aprendestes a Cristo, 
21 se é que, de fato, o tendes ouvido e nele fostes 
instruídos, segundo é a verdade em Jesus, 
18 
 
22 no sentido de que, quanto ao trato passado, 
vos despojeis do velho homem, que se corrompe 
segundo as concupiscências do engano, 
23 e vos renoveis no espírito do vosso 
entendimento, 
24 e vos revistais do novo homem, criado 
segundo Deus, em justiça e retidão procedentes 
da verdade.” (Efésios 4.20-24). 
“9 Por esta razão, também nós, desde o dia em 
que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e 
de pedir que transbordeis de pleno 
conhecimento da sua vontade, em toda a 
sabedoria e entendimento espiritual; 
10 a fim de viverdes de modo digno do Senhor, 
para o seu inteiro agrado, frutificando em toda 
boa obra e crescendo no pleno conhecimento de 
Deus; 
11 sendo fortalecidos com todo o poder, segundo 
a força da sua glória, em toda a perseverança e 
longanimidade; com alegria, 
12 dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à 
parte que vos cabe da herança dos santos na 
luz.” (Colossenses 1.9-12). 
19 
 
“1 Gostaria, pois, que soubésseis quão grande 
luta venho mantendo por vós, pelos laodicenses 
e por quantos não me viram face a face; 
2 para que o coração deles seja confortado e 
vinculado juntamente em amor, e eles tenham 
toda a riqueza da forte convicção do 
entendimento, para compreenderem 
plenamente o mistério de Deus, Cristo, 
3 em quem todos os tesouros da sabedoria e do 
conhecimento estão ocultos.” (Colossenses 2.1-
3). 
“44 A seguir, Jesus lhes disse: São estas as 
palavras que eu vos falei, estando ainda 
convosco: importava se cumprisse tudo o que de 
mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas 
e nos Salmos. 
45 Então, lhes abriu o entendimento para 
compreenderem as Escrituras;” (Lucas 
24.44,45). 
É por se fazer a vontade de Deus e não a nossa 
própria que temos cada vez mais confirmado o 
acesso que temos tido ao reino dos céus, e nisto, 
nosso Senhor nos deixou o Seu próprio exemplo 
para ser seguido por nós. 
20 
 
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! 
entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a 
vontade de meu Pai, que está nos céus.” (Mateus 
7.21). 
“Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: 
Meu Pai, se não é possível passar de mim este 
cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade.” 
(Mateus 26.42). 
“ Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em 
fazer a vontade daquele que me enviou e realizar 
a sua obra.” (João 4.34). 
“Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma 
por que ouço, julgo. O meu juízo é justo, porque 
não procuro a minha própria vontade, e sim a 
daquele que me enviou.” (João 5.30). 
“38 Porque eu desci do céu, não para fazer a 
minha própria vontade, e sim a vontade daquele 
que me enviou. 
39 E a vontade de quem me enviou é esta: que 
nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo 
contrário, eu o ressuscitarei no último dia. 
40 De fato, a vontade de meu Pai é que todo 
homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida 
eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” (Joião 
6.38-40). 
21 
 
“16 Respondeu-lhes Jesus: O meu ensino não é 
meu, e sim daquele que me enviou. 
17 Se alguém quiser fazer a vontade dele, 
conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de 
Deus ou se eu falo por mim mesmo.” (João 
7.16,17). 
Nossas menores decisões devem ser 
submetidas à vontade de Deus para sabermos se 
são aprovadas ou não por Ele; nossas orações 
devem ser feitas no Espírito para que sejam 
segundo a vontade de Deus; enfim, tudo o que 
pensamos, sentimos, ou pretendemos fazer 
deve ser submetido ao padrão da vontade do 
Senhor revelada em Sua Palavra, antes de 
permitirmos ser dirigidos por eles. 
“26 Também o Espírito, semelhantemente, nos 
assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos 
orar como convém, mas o mesmo Espírito 
intercede por nós sobremaneira, com gemidos 
inexprimíveis. 
27 E aquele que sonda os corações sabe qual é a 
mente do Espírito, porque segundo a vontade de 
Deus é que ele intercede pelos santos.” 
(Romanos 8.26,27). 
22 
 
“1 Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias 
de Deus, que apresenteis o vosso corpo por 
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o 
vosso culto racional. 
2 E não vos conformeis com este século, mas 
transformai-vos pela renovação da vossa mente, 
para que experimenteis qual seja a boa, 
agradável e perfeita vontade de Deus. 
3 Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada 
um dentre vós que não pense de si mesmo além 
do que convém; antes, pense com moderação, 
segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada 
um.” (Romanos 12.1-3). 
“E não somente fizeram como nós esperávamos, 
mas também deram-se a si mesmos primeiro ao 
Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus;” (II 
Coríntios 8.5). 
“17 Por esta razão, não vos torneis insensatos, 
mas procurai compreender qual a vontade do 
Senhor. 
18 E não vos embriagueis com vinho, no qual há 
dissolução, mas enchei-vos do Espírito, 
19 falando entre vós com salmos, entoando e 
louvando de coração ao Senhor com hinos e 
cânticos espirituais, 
23 
 
20 dando sempre graças por tudo a nosso Deus e 
Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, 
21 sujeitando-vos uns aos outros no temor de 
Cristo.” (Efésios 5.17-21). 
“5 Quanto a vós outros, servos, obedecei a vosso 
Senhor segundo a carne com temor e tremor, na 
sinceridade do vosso coração, como a Cristo, 
6 não servindo à vista, como para agradar a 
homens, mas como servos de Cristo, fazendo, de 
coração, a vontade de Deus; 
7 servindo de boa vontade, como ao Senhor e 
não como a homens,” (Efésios 6.5-7). 
“12 Assim, pois, amados meus, como sempre 
obedecestes, não só na minha presença, porém, 
muito mais agora, na minha ausência, 
desenvolvei a vossa salvação com temor e 
tremor; 
13 porque Deus é quem efetua em vós tanto o 
querer como o realizar, segundo a sua boa 
vontade. 
14 Fazei tudo sem murmurações nem 
contendas,” (Filipenses 2.12-14). 
24 
 
“Pois esta é a vontade de Deus: a vossa 
santificação, que vos abstenhais da 
prostituição;” (I Tessalonicenses 4.3). 
“Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de 
Deus em Cristo Jesus para convosco.” (I 
Tessalonicenses 5.18). 
“20 Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer 
dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o 
grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da 
eterna aliança, 
21 vos aperfeiçoe em todo o bem, para 
cumprirdes a sua vontade, operando em vós o 
que é agradável diante dele, por Jesus Cristo, a 
quem seja a glória para todo o sempre. Amém!” 
(Hebreus 13.20,21). 
“13 Sujeitai-vos a toda instituição humana por 
causa do Senhor, quer seja ao rei, como 
soberano, 
14 quer às autoridades, como enviadas por ele, 
tanto para castigo dos malfeitores como para 
louvor dos que praticam o bem. 
15 Porque assim é a vontade de Deus, que, pela 
prática do bem, façais emudecer a ignorância 
dos insensatos; 
25 
 
16 como livres que sois, não usando, todavia, a 
liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo 
como servos de Deus.” (I Pedro 2.13-16). 
“1 Ora, tendo Cristo sofrido na carne, armai-vos 
também vós do mesmo pensamento; pois 
aquele que sofreu na carne deixou o pecado, 
2 para que, no tempo que vos resta na carne, já 
não vivais de acordo com as paixões dos 
homens, mas segundo a vontade de Deus. 
3 Porque basta o tempo decorrido para terdes 
executado a vontade dos gentios, tendo andado 
em dissoluções, concupiscências, borracheiras, 
orgias, bebedices e em detestáveis idolatrias.” (I 
Pedro 4.1-3). 
“Ora, o mundo passa, bem como a sua 
concupiscência; aquele, porém, que faz a 
vontade de Deus permanece eternamente.” (I 
João 2.17). 
“E esta é a confiança que temos para com ele: 
que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua 
vontade, ele nos ouve.” (IJoão 5.14). 
 
 
26 
 
APÊNDICE: 
O Evangelho que nos Leva a Obter a Salvação 
Há somente um evangelho pelo qual podemos 
ser verdadeiramente salvos. Ele se encontra 
revelado na Bíblia, e especialmente nas páginas 
do Novo Testamento. Mas, por interpretações 
incorretas é possível até mesmo transformá-lo 
em um meio de perdição e não de salvação, 
conforme tem ocorrido especialmente em 
nossos dias, em que as verdades fundamentais 
do evangelho de Jesus Cristo têm sido 
adulteradas ou omitidas. 
Isto nos levou a tomar a iniciativa de apresentar 
a seguir, de forma resumida, em que consiste de 
fato o evangelho da nossa salvação. 
Em primeiro lugar, antes de tudo, é preciso 
entender que somos salvos exclusivamente 
com base na aliança de graça que foi feita entre 
Deus Pai e Deus Filho, antes mesmo da criação 
do mundo, para que nas diversas gerações de 
pessoas que seriam trazidas por eles à existência 
sobre a Terra, houvesse um chamado invisível, 
sobrenatural, espiritual, para serem perdoadas 
de seus pecados, justificadas, regeneradas 
(novo nascimento espiritual), santificadas e 
glorificadas. E o autor destas operações 
27 
 
transformadoras seria o Espírito Santo, a 
terceira pessoa da trindade divina. 
Estes que seriam chamados à conversão, o 
seriam pelo meio de atração que seria feita por 
Deus Pai, trazendo-os a Deus Filho, de modo que 
pela simples fé em Jesus Cristo, pudessem 
receber a graça necessária que os redimiria e os 
transportaria das trevas para a luz, do poder de 
Satanás para o de Deus, e que lhes transformaria 
em filhos amados e aceitos por Deus. 
Como estes que foram redimidos se 
encontravam debaixo de uma sentença de 
maldição e condenação eternas, em razão de 
terem transgredido a lei de Deus, com os seus 
pecados, para que fossem redimidos seria 
necessário que houvesse uma quitação da dívida 
deles para com a justiça divina, cuja sentença 
sobre eles era a de morte física e espiritual 
eternas. 
Havia a necessidade de um sacrifício, de alguém 
idôneo que pudesse se colocar no lugar do 
homem, trazendo sobre si os seus pecados e 
culpa, e morrendo com o derramamento do seu 
sangue, porque a lei determina que não pode 
haver expiação sem que haja um sacrifício 
sangrento substitutivo. 
28 
 
Importava também que este Substituto de 
pecadores, assumisse a responsabilidade de 
cobrir tudo o que fosse necessário em relação à 
dívida de pecados deles, não apenas a anterior à 
sua conversão, como a que seria contraída 
também no presente e no futuro, durante a sua 
jornada terrena. 
Este Substituto deveria ser perfeito, sem 
pecado, eterno, infinito, porque a ofensa do 
pecador é eterna e infinita. Então deveria ser 
alguém divino para realizar tal obra. 
Jesus, sendo Deus, se apresentou na aliança da 
graça feita com o Pai, para ser este Salvador, 
Fiador, Garantia, Sacrifício, Sacerdote, para 
realizar a obra de redenção. 
O homem é fraco, dado a se desviar, mas a sua 
chamada é para uma santificação e perfeição 
eternas. Como poderia responder por si mesmo 
para garantir a eternidade da segurança da 
salvação? 
Havia necessidade que Jesus assumisse ao lado 
da natureza divina que sempre possuiu, a 
natureza humana, e para tanto ele foi gerado 
pelo Espírito Santo no ventre de Maria. 
29 
 
Ele deveria ter um corpo para ser oferecido em 
sacrifício. O sangue da nossa redenção deveria 
ser o de alguém que fosse humano, mas 
também divino, de modo que se pode até 
mesmo dizer que fomos redimidos pelo sangue 
do próprio Deus. 
Este é o fundamento da nossa salvação. A morte 
de Jesus em nosso lugar, de modo a nos abrir o 
caminho para a vida eterna e o céu. 
Para que nunca nos esquecêssemos desta 
grande e importante verdade do evangelho de 
que Jesus se tornou da parte de Deus para nós, o 
nosso tudo, e que sem Ele nada somos ou 
podemos fazer para agradar a Deus, Jesus fixou 
a Ceia que deve ser regularmente observada 
pelos crentes, para que se lembrem de que o Seu 
corpo foi rasgado, assim como o pão que 
partimos na Ceia, e o Seu sangue foi derramado 
em profusão, conforme representado pelo 
vinho, para que tenhamos vida eterna por meio 
de nos alimentarmos dEle. Por isso somos 
ordenados a comer o pão, que representa o 
corpo de Jesus, que é verdadeiro alimento para 
o nosso espírito, e a beber o sangue de Jesus, que 
é verdadeira bebida para nos refrigerar e 
manter a Sua vida em nós. 
30 
 
Quando Ele disse que é o caminho e a verdade e 
a vida. Que a porta que conduz à vida eterna é 
estreita, e que o caminho é apertado. Tudo isto 
se aplica ao fato de que não há outra verdade, 
outro caminho, outra vida, senão a que existe 
somente por meio da fé nEle. A porta é estreita 
porque não admite uma entrada para vários 
caminhos e atalhos, que sendo diferentes dEle, 
conduzem à perdição. É estreito e apertado para 
que nunca nos desviemos dEle, o autor e 
consumador da nossa salvação. 
Então o plano de salvação, na aliança de graça 
que foi feita, nada exige do homem, além da fé, 
pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser 
transformado e firmado na graça, será realizado 
pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo. 
Tanto é assim, que para que tenhamos a plena 
convicção desta verdade, mesmo depois de 
sermos justificados, regenerados e santificados, 
percebemos, enquanto neste mundo, que há em 
nós resquícios do pecado, que são o resultado do 
que se chama de pecado residente, que ainda 
subsiste no velho homem, que apesar de ter sido 
crucificado juntamente com Cristo, ainda 
permanece em condições de operar em nós, ao 
lado da nova natureza espiritual e santa que 
recebemos na conversão. 
31 
 
Qual é a razão disso, senão a de que o Senhor 
pretende nos ensinar a enxergar que a nossa 
salvação é inteiramente por graça e mediante a 
fé? Que é Ele somente que nos garante a vida 
eterna e o céu. Se não fosse assim, não 
poderíamos ser salvos e recebidos por Deus 
porque sabemos que ainda que salvos, o pecado 
ainda opera em nossas vidas de diversas formas. 
Isto pode ser visto claramente em várias 
passagens bíblicas e especialmente no texto de 
Romanos 7. 
À luz desta verdade, percebemos que mesmo as 
enfermidades que atuam em nossos corpos 
físicos, e outras em nossa alma, são o resultado 
da imperfeição em que ainda nos encontramos 
aqui embaixo, pois Deus poderia dar saúde 
perfeita a todos os crentes, sem qualquer 
doença, até o dia da morte deles, mas Ele não o 
faz para que aprendamos que a nossa salvação 
está inteiramente colocada sobre a 
responsabilidade de Jesus, que é aquele que 
responde por nós perante Ele, para nos manter 
seguros na plena garantia da salvação que 
obtivemos mediante a fé, conforme o próprio 
Deus havia determinado justificar-nos somente 
por fé, do mesmo modo como fizera com Abraão 
e com muitos outros mesmo nos dias do Velho 
Testamento. 
32 
 
Nenhum crente deve portanto julgar-se sem fé 
porque não consegue vencer determinadas 
fraquezas ou pecados, porque enquanto se 
esforça para ser curado deles, e ainda que não o 
consiga neste mundo, não perderá a sua 
condição de filho amado de Deus, que pode usar 
tudo isto em forma de repreensão e disciplina, 
mas que jamais deixará ou abandonará a 
qualquer que tenha recebido por filho, por 
causa da aliança que fez com Jesus e na qual se 
interpôs com um juramento que jamais a 
anularia por causa de nossas imperfeições e 
transgressões. 
Um crente verdadeiro odeia o pecado e ama a 
Jesus, mas sempre lamentará que não o ame 
tanto quanto deveria, e por não ter o mesmo 
caráter e virtudes que há em Cristo. Mas de uma 
coisa ele pode ter certeza: não foi por mérito, 
virtude ou boas obras que lhes foram exigidos a 
apresentar a Deus que ele foi salvo, mas 
simplesmente por meio do arrependimento e 
da fé nAquele que tudo fez e tem feito que é 
necessário para a segurançaeterna da sua 
salvação. 
É possível que alguém leia tudo o que foi dito 
nestes sete últimos parágrafos e não tenha 
percebido a grande verdade central relativa ao 
evangelho, que está sendo comentada neles, e 
33 
 
que foi citada de forma resumida no primeiro 
deles, a saber: 
“Então o plano de salvação, na aliança de graça 
que foi feita, nada exige do homem, além da fé, 
pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser 
transformado e firmado na graça, será realizado 
pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.” 
Nós temos na Palavra de Deus a confirmação 
desta verdade, que tudo é de fato devido à graça 
de Jesus, na nossa salvação, e que esta graça é 
suficiente para nos garantir uma salvação 
eterna, em razão do pacto feito entre Deus Pai e 
Deus Filho, que nos escolheram para esta 
salvação segura e eterna, antes mesmo da 
fundação do mundo, no qual Jesus e Sua obra 
são a causa dessa segurança eterna, pois é nEle 
que somos aceitos por Deus, nos termos da 
aliança firmada, em que o Pai e o Filho são os 
agentes da aliança, e os crentes apenas os 
beneficiários. 
O pacto foi feito unilateralmente pelo Pai e o 
Filho, sem a consulta da vontade dos 
beneficiários, uma vez que eles nem sequer 
ainda existiam, e quando aderem agora pela fé 
aos termos da aliança, eles são convocados a 
fazê-lo voluntariamente e para o principal 
propósito de serem salvos para serem 
34 
 
santificados e glorificados, sendo instruídos 
pelo evangelho que tudo o que era necessário 
para a sua salvação foi perfeitamente 
consumado pelo Fiador deles, nosso Senhor 
Jesus Cristo. 
Então, preste atenção neste ponto muito 
importante, de que tanto é assim, que não é pelo 
fato de os crentes continuarem sujeitos ao 
pecado, mesmo depois de convertidos, que eles 
correm o risco de perderem a salvação deles, 
uma vez que a aliança não foi feita diretamente 
com eles, e consistindo na obediência perfeita 
deles a toda a vontade de Deus, mas foi feita com 
Jesus Cristo, para não somente expiar a culpa 
deles, como para garantir o aperfeiçoamento 
deles na santidade e na justiça, ainda que isto 
venha a ser somente completado integralmente 
no por vir, quando adentrarem a glória celestial. 
A salvação é por graça porque alguém pagou 
inteiramente o preço devido para que fôssemos 
salvos – nosso Senhor Jesus Cristo. 
E para que soubéssemos disso, Jesus não nos foi 
dado somente como Sacrifício e Sacerdote, mas 
também como Profeta e Rei. 
Ele não somente é quem nos anuncia o 
evangelho pelo poder do Espírito Santo, e quem 
35 
 
tudo revelou acerca dele nas páginas da Bíblia, 
para que não errássemos o alvo por causa da 
incredulidade, que sendo o oposto da fé, é a 
única coisa que pode nos afastar da 
possibilidade da salvação. 
Em sua obra como Rei, Jesus governa os nossos 
corações, e nos submete à Sua vontade de forma 
voluntária e amorosa, capacitando-nos, pelo 
Seu próprio poder, a viver de modo agradável a 
Deus. 
Agora, nada disso é possível sem que haja 
arrependimento. Ainda que não seja ele a causa 
da nossa salvação, pois, como temos visto esta 
causa é o amor, a misericórdia e a graça de Deus, 
manifestados em Jesus em nosso favor, todavia, 
o arrependimento é necessário, porque toda 
esta salvação é para uma vida santa, uma vida 
que lute contra o pecado, e que busque se 
revestir do caráter e virtudes de Jesus. 
Então, não há salvação pela fé onde o coração 
permanece apegado ao pecado, e sem 
manifestar qualquer desejo de viver de modo 
santo para a glória de Deus. 
Desde que haja arrependimento não há 
qualquer impossibilidade para que Deus nos 
salve, nem mesmo os grosseiros pecados da 
36 
 
geração atual, que corre desenfreadamente à 
busca de prazeres terrenos, e completamente 
avessa aos valores eternos e celestiais. 
Ainda que possa parecer um paradoxo, haveria 
até mais facilidade para Deus salvar a estes que 
vivem na iniquidade porque a vida deles no 
pecado é flagrante, e pouco se importam em 
demonstrar por um viver hipócrita, que são 
pessoas justas e puras, pois não estão 
interessadas em demonstrar a justiça própria do 
fariseu da parábola de Jesus, para que através de 
sua falsa religiosidade, e autoengano, pudessem 
alcançar algum favor da parte de Deus. 
Assim, quando algum deles recebe a revelação 
da luz que há em Jesus, e das grandes trevas que 
dominam seu coração, o trabalho de 
convencimento do Espírito Santo é facilitado, e 
eles lamentam por seus pecados e fogem para 
Jesus para obterem a luz da salvação. E ele os 
receberá, e a nenhum deles lançará fora, 
conforme a Sua promessa, porque o ajuste feito 
para a sua salvação exige somente o 
arrependimento e a fé, para a recepção da graça 
que os salvará. 
Deus mesmo é quem provê todos os meios 
necessários para que permaneçamos firmes na 
37 
 
graça que nos salvou, de maneira que jamais 
venhamos a nos separar dele definitivamente. 
Ele nos fez coparticipantes da Sua natureza 
divina, no novo nascimento operado pelo 
Espírito Santo, de modo que uma vez que uma 
natureza é atingida, ela jamais pode ser desfeita. 
Nós viveremos pela nova criatura, ainda que a 
velha venha a se dissolver totalmente, assim 
como está ordenado que tudo o que herdamos 
de Adão e com o pecado deverá passar, pois tudo 
é feito novo em Jesus, em quem temos recebido 
este nosso novo ser que se inclina em amor para 
Deus e para todas as coisas de Deus. 
Ainda que haja o pecado residente no crente, ele 
se encontra destronado, pois quem reina agora 
é a graça de Jesus em seu coração, e não mais o 
pecado. Ainda que algum pecado o vença isto 
será temporariamente, do mesmo modo que 
uma doença que se instala no corpo é expulsa 
dele pelas defesas naturais ou por algum 
medicamento potente. O sangue de Jesus é o 
remédio pelo qual somos sarados de todas as 
nossas enfermidades. E ainda que alguma delas 
prevaleça neste mundo ela será totalmente 
extinta quando partirmos para a glória, onde 
tudo será perfeito. 
38 
 
Temos este penhor da perfeição futura da 
salvação dado a nós pela habitação do Espírito 
Santo, que testifica juntamente com o nosso 
espírito que somos agora filhos de Deus, não 
apenas por ato declarativo desta condição, mas 
de fato e de verdade pelo novo nascimento 
espiritual que nos foi dado por meio da nossa fé 
em Jesus. 
Toda esta vida que temos agora é obtida por 
meio da fé no Filho de Deus que nos amou e se 
entregou por nós, para que vivamos por meio da 
Sua própria vida. Ele é o criador e o sustentador 
de toda a criação, inclusive desta nova criação 
que está realizando desde o princípio, por meio 
da geração de novas criaturas espirituais para 
Deus por meio da fé nEle. 
Ele pode fazê-lo porque é espírito vivificante, ou 
seja, pode fazer com que nova vida espiritual 
seja gerada em quem Ele assim o quiser. Ele sabe 
perfeitamente quais são aqueles que atenderão 
ao chamado da salvação, e é a estes que Ele se 
revela em espírito para que creiam nEle, e assim 
sejam salvos. 
Bem-aventurados portanto são: 
39 
 
Os humildes de espírito que reconhecem que 
nada possuem em si mesmos para agradarem a 
Deus. 
Os mansos que se submetem à vontade de Deus 
e que se dispõem a cumprir os Seus 
mandamentos. 
Os que choram por causa de seus pecados e todo 
o pecado que há no mundo, que é uma rebelião 
contra o Criador. 
Os misericordiosos, porque dão por si mesmos o 
testemunho de que todos necessitam da 
misericórdia de Deus para serem perdoados. 
Os pacificadores, e não propriamente pacifistas 
que costumam anular a verdade em prol da paz 
mundial, mas os que anunciam pela palavra e 
suas próprias vidas que há paz de reconciliação 
com Deus somente por meio da fé em Jesus. 
Os que têm fome e sede de justiça, da justiça do 
reino de Deus que não é comida, nem bebida, 
mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo. 
Os que são perseguidospor causa do evangelho, 
porque sendo odiados sem causa, perseveram 
em dar testemunho do Nome e da Palavra de 
Jesus Cristo. 
40 
 
Vemos assim que ser salvo pela graça não 
significa: de qualquer modo, de maneira 
descuidada, sem qualquer valor ou preço 
envolvido na salvação. Jesus pagou um preço 
altíssimo e de valor inestimável para que 
pudéssemos ser redimidos. Os termos da 
aliança por meio da qual somos salvos são todos 
bem ordenados e planejados para que a salvação 
seja segura e efetiva. Há poderes sobrenaturais, 
celestiais, espirituais envolvidos em todo o 
processo da salvação. 
É de uma preciosidade tão grande este plano e 
aliança que eles devem ser eficazes mesmo 
quando não há naqueles que são salvos um 
conhecimento adequado de todas estas 
verdades, pois está determinado que aquele que 
crê no seu coração e confessar com os lábios que 
Jesus é o Senhor e Salvador, é tudo quanto que é 
necessário para um pecador ser transformado 
em santo e recebido como filho adotivo por 
Deus. 
O crescimento na graça e no conhecimento de 
Jesus são necessários para o nossos 
aperfeiçoamento espiritual em progresso da 
nossa santificação, mas não para a nossa 
justificação e regeneração (novo nascimento) 
que são instantâneos e recebidos 
simultaneamente no dia mesmo em que nos 
41 
 
convertemos a Cristo. Quando fomos a Ele como 
nos encontrávamos na ocasião, totalmente 
perdidos e mortos em transgressões e pecados. 
E fomos recebidos porque a palavra da 
promessa da aliança é que todo aquele que crê 
será salvo, e nada mais é acrescentado a ela 
como condição para a salvação. 
É assim porque foi este o ajuste que foi feito 
entre o Pai e o Filho na aliança que fizeram entre 
si para que fôssemos salvos por graça e 
mediante a fé. 
Jesus é pedra de esquina eleita e preciosa, que o 
Pai escolheu para ser o autor e o consumador da 
nossa salvação. Ele foi eleito para a aliança da 
graça, e nós somos eleitos para recebermos os 
benefícios desta aliança por meio da fé nAquele 
a quem foram feitas as promessas de ter um 
povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras. 
Então quando somos chamados de eleitos na 
Bíblia, isto não significa que Deus fez uma 
aliança exclusiva e diretamente com cada um 
daqueles que creem, uma vez que uma aliança 
com Deus para a vida eterna demanda uma 
perfeita justiça e perfeita obediência a Ele, sem 
qualquer falha, e de nós mesmos, jamais 
seríamos competentes para atender a tal 
42 
 
exigência, de modo que a aliança poderia ter 
sido feita somente com Jesus. 
Somos aceitos pelo Pai porque estamos em 
Jesus, e assim é por causa do Filho Unigênito que 
somos também recebidos. Jamais poderíamos 
fazê-lo diretamente sem ter a Jesus como nosso 
Sumo Sacerdote e Sacrifício. Isto é tipificado 
claramente na Lei, em que nenhum ofertante 
ou oferta seriam aceitos por Deus sem serem 
apresentados pelo sacerdote escolhido por Deus 
para tal propósito. Nenhum outro Sumo 
Sacerdote foi designado pelo Pai para que 
pudéssemos receber uma redenção e 
aproximação eternas, senão somente nosso 
Senhor Jesus Cristo, aquele que Ele escolheu 
para este ofício.

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