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A Justiça da Graça e a Justiça da Lei

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A Justiça da Graça 
e a Justiça da Lei 
 
 
 
 
Por 
Silvio Dutra 
 
 
 
 
Out/2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A474 
 Alves, Silvio Dutra 
 A justiça da graça e a justiça da Lei 
 Silvio Dutra Alves – Rio de Janeiro, 2019. 
 50p.; 14,8 x21cm 
 
 1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Fé 4. Graça. 
I. Título. 
 
 CDD 252 
 
 
3 
 
A justiça da Graça é pela fé em Cristo e a 
justiça da Lei é pelo cumprimento perfeito dos 
mandamentos da Lei. 
A justiça da Lei com seus sacerdotes, sacrifícios 
de animais, cerimônias e obediência aos 
mandamentos, não são suficientes e nem 
eficazes para satisfazer a justiça de Deus. Isto é 
feito somente pela justiça da graça com a fé no 
sacrifício e sacerdócio de Cristo. 
Somente Cristo poderia ser o sacrifício e o 
sacerdote que convém a pecadores para que 
possam ser apresentados por Ele a Deus. 
Um sacerdote é uma pessoa pública, que lida 
com um Deus ofendido em nome do culpado, 
pela reconciliação pelo sacrifício, que ele 
oferece a Deus sobre um altar, sendo chamado 
por Deus para este ofício, para que ele possa ser 
aceito. Então um sacerdote fala de uma relação 
com um altar, um altar com um sacrifício pelo 
pecado. 
Aqueles a quem Cristo representou na aliança 
como pecadores, ele se tornou seu Sumo 
Sacerdote, aparecendo diante de Deus em seu 
nome, para fazer expiação e reconciliação por 
eles. 
4 
 
Desde que o primeiro homem pecou, tornando-
se desagradável à justiça e santidade de Deus, 
dali em diante, todo aquele que buscasse se 
arrepender do pecado e se aproximar de Deus 
deveria fazê-lo através de um mediador que 
fosse sacerdote chamado por Deus para agir 
entre Ele e o pecador, e isto foi feito na 
dispensação do Antigo Testamento, ou da Lei, 
com a chamada de Abraão e seus descendentes 
para o exercício do sacerdócio, e somente eles 
poderiam fazê-lo porque foram consagrados por 
Deus especialmente para este ofício. 
Tudo isto, no entanto, tipificava aquele grande 
mediador e sacerdote por meio de quem a 
aproximação de pecadores era possível diante 
de Deus, mesmo no período da Lei ou Antiga 
Aliança. 
Somente isto seria considerado justo, porque a 
Justiça divina não permite que haja 
aproximação para comunhão entre luz e trevas, 
e de pecadores com um Deus santo. 
O sacerdote que atenderia de fato às demandas 
da justiça divina, deveria oferecer dons e um 
sacrifício que fosse idôneo para realizar a 
satisfação completa da justiça, que exige a 
morte do transgressor da Lei de Deus. 
5 
 
A transgressão do pecador não foi dirigida 
contra criaturas mas contra o próprio Deus 
eterno, infinito e perfeito, de modo que o 
sacerdócio e o sacrifício que se interporiam em 
favor de pecadores, deveriam ser também de 
alguém que fosse eterno, infinito e perfeito, a 
saber, somente o próprio Deus poderia fazê-lo, e 
como o Pai foi a parte diretamente ofendida, o 
advogado do pecador deveria ser divino mas que 
pudesse reconciliar a parte ofensora (pecador) 
com a ofendida (Deus Pai). 
O Espírito Santo, sendo o operador na Trindade 
de tudo quanto deva ser criado ou realizado, 
assim como se encontrava sobre as águas no 
princípio da criação para gerar tudo o que foi 
ordenado pela Palavra (Jesus), Ele também seria 
o continuador destas operações na nova criação 
espiritual que seria gerada pelo Verbo, ou 
Palavra. 
Então, por ordem na Trindade, Jesus deveria ser 
designado o Sacerdote e Mediador desta nova 
criação. 
Todo este arranjo da Graça é perfeitamente 
justo, pois é por ele que se atende a todas as 
demandas da própria justiça divina. 
6 
 
“Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela 
palavra da verdade, para que fôssemos como 
que primícias das suas criaturas.” (Tiago 1.18). 
“Pois fostes regenerados não de semente 
corruptível, mas de incorruptível, mediante a 
palavra de Deus, a qual vive e é permanente.” (I 
Pedro 1.23). 
“Todo aquele que é nascido de Deus não comete 
pecado; porque nele permanece a sua semente; 
e ele não pode pecar, porque ele nasceu de 
Deus” (1 João 3: 9). 
A este poder vivificante da Palavra de Deus, 
mediante a eficácia comunicada pela graça de 
Jesus aos que nEle creem, sendo assim 
justificados e regenerados pelo Seu poder, 
referem-se várias passagens das Escrituras, 
designando este fruto da Justiça como sendo 
uma Semente incorruptível, que trazendo o 
tegumento da vida eterna, sempre gera vida e 
renova o crente, ainda que haja momentos em 
que a vida espiritual pareça ter morrido nele 
para sempre. Se a vida eterna dependesse da 
própria justiça do crente ele estaria de fato 
irremediavelmente morto e perdido para 
sempre, mas como é decorrente da graça e da 
iniciativa de Deus, segundo a Justiça de Jesus, 
Ele sempre o levantará deste estado de morte 
7 
 
espiritual, para o de vida, segundo o poder de 
vida que há nesta semente divina que foi 
implantada nele desde a sua conversão inicial. 
Não é dito em I João 3.9: “Eles não podem pecar 
se conservarem a semente de Deus e se 
continuarem a nascer de Deus.” Em vez disso, 
está escrito: “ ... porque a semente de Deus 
permanece neles e porque eles são nascidos de 
Deus.” Aqui temos uma proposição absoluta: 
eles não pecam e não podem pecar. Esta 
proposição é confirmada por argumentos que 
são absolutos e estabelecidos: pois a semente de 
Deus permanece nele, pois ele nasceu de Deus. 
A condição que foi alcançada pelo crente em 
Cristo é ao que se refere ter a habitação da divina 
semente, pois foi salvo exclusivamente pela 
graça, mediante a fé, mas para o propósito de ser 
santificado pelo Espírito, e isto é a semente de 
vida que nele permanece, pois Deus certamente 
haverá de concluir a obra que iniciou na 
conversão, e o crente jamais perderá a condição 
alcançada de filho de Deus. 
Wilhelmus à Brakel se refere a esta verdade nos 
seguintes termos: 
“Negamos veementemente que os verdadeiros 
crentes possam ficar sujeitos a pecados 
8 
 
reinantes. A passagem: “Aquele que não ama a 
seu irmão permanece na morte”, 1 João 3:14, não 
é prova disso. A referência aqui é ao não 
convertido, e eles são assim distinguidos dos 
verdadeiramente convertidos que amam os 
irmãos. É dito que os que não amam os irmãos 
permanecem na morte e, assim, nunca foram 
trazidos à vida. De fato, admitimos que os 
verdadeiros crentes podem cair em grandes 
pecados; no entanto, o pecado não tem domínio 
sobre eles. Existe e permanece uma guerra, e 
mesmo que o homem regenerado fosse 
subjugado por uma temporada, ele, no entanto, 
não lhe obedece como seu senhor. Ele sempre 
se levantará e a semente de Deus permanecerá.” 
Uma justiça que fosse segundo as obras da Lei, 
jamais alcançaria esta condição retrorreferida, 
pois, neste caso o que haveria seria a justiça do 
próprio homem, e não a divina que é atribuída e 
implantada nele pela graça, mediante a fé, e 
como já temos dito anteriormente, não há 
justiça que possa satisfazer à de Deus, senão a 
própria justiça perfeita de Jesus em nós. 
Além disso, antes de podermos nos aplicar à 
prática das obras da justiça eterna e celestial, 
por sermos todos pecadores, necessitamos de 
uma operação de expiação da nossa culpa, de 
modo que possamos ser aceitáveis a Deus, e isto, 
9 
 
somente Jesus pode fazer por meio do seu 
sacerdócio e sacrifício. 
Qual foi o motivo de os ímpios de Israel terem 
sido conduzidos por Deus ao cativeiro nos dias 
dos profetas no Velho Testamento, e depois 
terem sido espalhados pelas nações nos dias 
apostólicos, senão que eles haviam sido 
rebeldes à antiga aliança e recusaram a nova 
aliança que estava sendo oferecida a eles em 
Jesus Cristo, respectivamente? Estes que se 
recusam a entrarem aliança com Deus, para 
temê-lo, amá-lo e servi-lo, são por Ele rejeitados, 
pois não podem atender ao requisito básico da 
comunhão em santidade com o Altíssimo, o qual 
só pode ser cumprido por aqueles que são 
nascidos de novo do Espírito, e nos quais 
permanece a divina semente que lhes impede 
de se afastarem de Deus. E estes, quando pecam 
são corrigidos e disciplinados por Ele, mas não 
deixa de ser misericordioso para com eles, 
porque o laço de amor entre Pai e filhos é 
indissolúvel e eterno. 
A necessidade de um sacrifício na segunda 
aliança surgiu da justiça de Deus exigindo a 
execução da maldição da primeira aliança 
quebrada; pela qual o pecador deve cair em 
sacrifício por seu pecado, de acordo com isso. 
10 
 
A maldição não pode ser removida porque é 
segundo a justiça divina em razão do pecado, 
mas o pecador poderia ser resgatado de debaixo 
da dela, se este Substituto perfeito, eterno e 
infinito se fizesse maldição em seu lugar. 
“13 Cristo nos resgatou da maldição da lei, 
fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar 
(porque está escrito: Maldito todo aquele que 
for pendurado em madeiro), 
14 para que a bênção de Abraão chegasse aos 
gentios, em Jesus Cristo, a fim de que 
recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido.” 
(Gálatas 3.13,14). 
Se a justiça exige tal satisfação à Lei quebrada, 
para o resgate da sua maldição, então jamais 
poderíamos realizar tal satisfação por nossos 
próprios méritos e obras, os quais são finitos e 
imperfeitos. 
Daí dizer o apóstolo: 
“13 Cristo nos resgatou da maldição da lei, 
fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar 
(porque está escrito: Maldito todo aquele que 
for pendurado em madeiro), 
14 para que a bênção de Abraão chegasse aos 
gentios, em Jesus Cristo, a fim de que 
11 
 
recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido.” 
(Filipenses 3: 8, 90. 
“sabendo, contudo, que o homem não é 
justificado por obras da lei, e sim mediante a fé 
em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo 
Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em 
Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da 
lei, ninguém será justificado.” (Gálatas 2.16). 
“21 Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça 
de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; 
22 justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, 
para todos [e sobre todos] os que creem; porque 
não há distinção, 
23 pois todos pecaram e carecem da glória de 
Deus, 
24 sendo justificados gratuitamente, por sua 
graça, mediante a redenção que há em Cristo 
Jesus, 
25 a quem Deus propôs, no seu sangue, como 
propiciação, mediante a fé, para manifestar a 
sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, 
deixado impunes os pecados anteriormente 
cometidos; 
12 
 
26 tendo em vista a manifestação da sua justiça 
no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o 
justificador daquele que tem fé em Jesus. 
27 Onde, pois, a jactância? Foi de todo excluída. 
Por que lei? Das obras? Não; pelo contrário, pela 
lei da fé. 
28 Concluímos, pois, que o homem é justificado 
pela fé, independentemente das obras da lei.” 
(Romanos 3.21-28). 
Uma justiça que respondesse somente ao 
cumprimento da Lei por parte de pecadores que 
são por natureza imperfeitos, jamais poderia ser 
uma justiça perfeita, e a razão disso é muito 
simples e clara, uma vez que sendo Deus 
perfeitamente justo e santo, importa que aquele 
que for justificado seja habilitado para isto, e a 
única forma de obter tal perfeição é somente 
pela fé do evangelho, que nos introduz na 
esperança da salvação em Cristo, de que 
seremos aperfeiçoados até a Sua plena estatura, 
quando atingirmos o estado de glória, conforme 
prometido na Palavra, e comprovado pelo 
crescimento espiritual progressivo que fazemos 
ainda nesta vida, sendo transformados de glória 
em glória e de fé em fé, pelo recebimento de 
medidas maiores da graça de Deus em nossa 
santificação. 
13 
 
Como tudo isso se refere à vida do próprio Cristo 
que é infundida em nós, e que se manifesta 
mediante a nossa fé nEle, então é dito nas 
Escrituras ser o próprio Cristo a nossa justiça. 
“Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos 
tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e 
santificação, e redenção,” (I Cor 1.30). 
“Nos seus dias, Judá será salvo, e Israel habitará 
seguro; será este o seu nome, com que será 
chamado: SENHOR, Justiça Nossa.” (Jeremias 
23.6). 
A justiça que é segundo Deus não decorre 
somente de punição de transgressões ou 
restituições feitas às partes ofendidas, mas a um 
caráter verdadeiramente justo, a um estado 
santo e bom da alma, que possa estar em 
perfeita e completa obediência e amor a Ele. 
Como alguém poderia obter isto sem ser 
redimido e aperfeiçoado por Jesus Cristo? 
Como poderíamos ser espirituais e não carnais, 
de modo a atender em tudo a Deus que é 
Espírito? 
Necessitávamos de Alguém que além de fazer a 
expiação da nossa culpa e pecados, fosse 
também espírito vivificador para nós, para que 
14 
 
pudéssemos nascer de novo, por um 
nascimento espiritual, que nos tornasse novas 
criaturas para Deus. 
Como é somente isto que atende ao plano 
eterno de Deus, e a tudo o que Ele é em Sua 
pessoa e caráter, então somente disto pode ser 
dito ser justo perante Ele. 
“15 E isto é ainda muito mais evidente, quando, 
à semelhança de Melquisedeque, se levanta 
outro sacerdote, 
16 constituído não conforme a lei de 
mandamento carnal, mas segundo o poder de 
vida indissolúvel.” (Hebreus 7.15,16). 
Observe bem esta expressão usada pelo 
apóstolo: “poder de vida indissolúvel”, com o 
qual Jesus foi constituído sumo sacerdote 
eterno por Deus Pai. 
A Lei constituía sacerdotes que não tinham este 
poder de comunicar a vida celestial, espiritual e 
divina aos crentes, porque eram homens 
pecadores tanto quanto aqueles aos quais 
oficiavam. Mas nosso Senhor, sendo mais 
elevado do que os céus, Deus de Deus, é espírito 
vivificante, e esta vida que há nEle é implantada 
em nós em graus cada vez maiores, na medida 
15 
 
da nossa comunhão com Ele e fidelidade a um 
andar nos Seus caminhos. 
Esta questão de justiça da lei e justiça da graça, 
não é portanto um mero assunto de se ter ou não 
um proceder justo segundo os homens, mas em 
se ter esta vida do céu, conforme a mesma é 
comunicada a nós, transformando-nos de glória 
em glória, à própria imagem e semelhança do 
Senhor. 
Cristo é a nossa justiça, e o fim da Lei é Cristo 
para todo aquele que crê. 
A Lei não pode operar tudo o que a justiça exige. 
A Lei não opera pela fé, senão somente a graça. 
E como somos salvos pela graça, importa que 
esta salvação seja pela fé, e não pelas obras da 
Lei. 
A Lei é letra e a graça é poder. O que a letra da 
Lei não pode fazer para vencer o pecado, a graça 
não somente o vence como passa a exercer o 
domínio na vida do crente em seu lugar. 
A obediência da fé foi a única obediência pela 
qual a condição da aliança da graça foi 
realizada; e assim pecadores teriam vida, não 
por nenhum trabalho pessoal ou ação deles, 
mas pela obediência do próprio Cristo, nosso 
16 
 
representante a quem Deus graciosamente fez a 
promessa da vida. 
Assim, a aliança da graça exclui nossa 
vanglória. Isso está claro em Romanos 3:27, 
"Onde, pois, a jactância? Foi de todo excluída. 
Por que lei? Das obras? Não; pelo contrário, pela 
lei da fé.” 
Portanto, uma vez que a aliança da graça é tão 
estruturada, que não deixa terreno para nossa 
vanglória, nenhuma obra nossa, senão a 
obediência perfeita de Cristo à Lei, cumpre toda 
a justiça. 
“Não por obras de justiça praticadas por nós, 
mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou 
mediante o lavar regenerador e renovador do 
Espírito Santo.” (Tito 3: 5) 
“8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; 
e isto não vem de vós; é dom de Deus; 
9 não de obras, para que ninguém se glorie.” 
(Efésios 2.8,9). 
Ainda que o homem não tivessecaído no 
pecado, ele não teria motivo para se gloriar por 
ser justo, porque isto seria nele o resultado da 
operação da graça divina. A mesma graça que 
está operando agora nos eleitos. 
17 
 
É justo que Deus exija conformidade absoluta à 
Sua pessoa, santidade e caráter porque o 
homem foi criado para ser à Sua exata imagem e 
semelhança. E onde isto falta, não se cumpre o 
propósito divino, e por conseguinte não há 
satisfação da justiça. 
Então alguém dirá: “Se os crentes não são 
perfeitamente justos neste mundo, como 
podem ser considerados aptos para o céu e para 
a comunhão com Deus, uma vez que é inegável 
que há a presença de pecados que remanescem 
neles?” 
A isto respondemos que tendo pela fé em Jesus 
para ser a Justiça deles, são considerados por 
Deus como mortos com Cristo e tendo sua culpa 
e pecados perdoados, porque Cristo os tomou 
sobre Si em sua morte na cruz. Quanto à prática 
das obras de justiça e de um procedimento justo 
e santo, Deus poderia lhes conceder isto de 
forma total e absoluta, como é concedido aos 
anjos eleitos no céu, no momento mesmo da 
conversão inicial deles, mas para o atendimento 
de propósitos específicos, conforme a Sua 
eterna sabedoria, permite que tenham ainda 
que lutar com muitos pecados, para o exercício 
da fé. 
18 
 
Aí vem a réplica: “Mas a questão permanece de 
pé, porque se a justiça exige perfeição absoluta, 
como podem ser aceitos e recebidos por Deus na 
condição de imperfeição em que ainda se 
encontram?” 
De novo respondemos: Não pode ser esquecido 
que os que são salvos foram eleitos para a 
salvação antes mesmo da criação do mundo. 
Eles ainda não existiam e foram conhecidos por 
Deus em Sua presciência e amados por Ele, e 
dados ao Seu Filho Jesus Cristo para se 
encarregar da salvação e do aperfeiçoamento 
completo deles na justiça e santidade. Só que 
isto seria feito por etapas. Primeiro, eleição, 
depois chamada, depois justificação e 
regeneração, depois santificação e finalmente 
glorificação. Tudo isto é feito no tempo 
conhecido e determinado por Deus para cada 
um dos eleitos. 
Ele os recebe perfeitos no céu, mas trabalha a 
perfeição deles a partir da Terra, enquanto 
caminham aqui embaixo. 
Eles jamais se apartarão do Senhor, porque Ele 
prometeu fazer isto neles, e tem sido e será 
sempre cabalmente cumprido, porque nenhum 
dos projetos de Deus pode ser frustrado. 
19 
 
Jesus é a garantia do cumprimento da aliança da 
graça. Ele é o fiador de todos os crentes, para 
suprir todas as deficiências deles. Pela fé que os 
uniu a Ele, sempre permanecerão ligados à 
cabeça e nada poderá retirá-los desta posição. 
“31 Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se 
Deus é por nós, quem será contra nós? 
32 Aquele que não poupou o seu próprio Filho, 
antes, por todos nós o entregou, porventura, não 
nos dará graciosamente com ele todas as coisas? 
33 Quem intentará acusação contra os eleitos de 
Deus? É Deus quem os justifica. 
34 Quem os condenará? É Cristo Jesus quem 
morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está 
à direita de Deus e também intercede por nós. 
35 Quem nos separará do amor de Cristo? Será 
tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou 
fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? 
36 Como está escrito: Por amor de ti, somos 
entregues à morte o dia todo, fomos 
considerados como ovelhas para o matadouro. 
37 Em todas estas coisas, porém, somos mais 
que vencedores, por meio daquele que nos 
amou. 
20 
 
38 Porque eu estou bem certo de que nem a 
morte, nem a vida, nem os anjos, nem os 
principados, nem as coisas do presente, nem do 
porvir, nem os poderes, 
39 nem a altura, nem a profundidade, nem 
qualquer outra criatura poderá separar-nos do 
amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso 
Senhor.” (Romanos 8.31-39). 
“38 Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. 
39 Dar-lhes-ei um só coração e um só caminho, 
para que me temam todos os dias, para seu bem 
e bem de seus filhos. 
40 Farei com eles aliança eterna, segundo a qual 
não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu 
temor no seu coração, para que nunca se 
apartem de mim.” (Jeremias 32.38-40). 
Para que houvesse esta completa certeza da 
segurança eterna da salvação dos eleitos, a 
aliança foi feita entre Deus Pai e Jesus Cristo 
antes mesmo da fundação do mundo, para que 
Jesus se encarregasse de tudo o que fosse 
necessário para a perfeita salvação deles, 
conforme seria revelado em várias profecias até 
que Ele se manifestasse em Seu ministério 
terreno. 
21 
 
Deus não permita portanto, que justifiquemos a 
fé e a obediência fora da aliança da graça: 
aqueles que o fazem em princípio ou prática, 
assim justificam-se fora do reino dos céus: 
Mateus 5:19, "Aquele, pois, que violar um destes 
mandamentos, posto que dos menores, e assim 
ensinar aos homens, será considerado mínimo 
no reino dos céus; aquele, porém, que os 
observar e ensinar, esse será considerado 
grande no reino dos céus", isto é, ele será tratado 
como ele tratou qualquer um desses 
mandamentos divinos, ele será julgado indigno 
da comunhão daquele reino, porque se exige 
dos seus cidadãos que sejam perfeitos assim 
como o Pai deles é perfeito, e que tenham total 
amor aos Seus mandamentos assim como Ele os 
ama, pois nada preza mais do que a Sua própria 
Palavra. 
Agora, como alguém obteria um coração e 
mente que amasse a Deus com toda a sua mente, 
alma e força, a não ser por meio da fé em Jesus, 
que é aquele que nos capacita para isto? 
Ainda que um crente autêntico venha a cometer 
pecados dos quais ele esteja consciente que são 
contrários à vontade de Deus, ele se entristecerá 
por isto, e buscará confessá-los e arrepender-se 
de seu mau caminhar, porque em Cristo passou 
a odiar todo e qualquer pecado, e não há alguém 
22 
 
ou algo que Ele mais ame do que a Deus e à Sua 
Palavra. 
Este amor e ligação é operado pelo Espírito 
Santo que habita no crente, porque mais do que 
ter seus pecados perdoados e esquecidos pela 
promessa da aliança, Deus prometeu inscrever 
sua lei na mente e coração de seus filhos, e isto 
é feito pela habitação do Espírito Santo neles. 
“31 Eis aí vêm dias, diz o SENHOR, em que 
firmarei nova aliança com a casa de Israel e com 
a casa de Judá. 
32 Não conforme a aliança que fiz com seus pais, 
no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da 
terra do Egito; porquanto eles anularam a minha 
aliança, não obstante eu os haver desposado, diz 
o SENHOR. 
33 Porque esta é a aliança que firmarei com a 
casa de Israel, depois daqueles dias, diz o 
SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas 
leis, também no coração lhas inscreverei; eu 
serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. 
34 Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, 
nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece 
ao SENHOR, porque todos me conhecerão, 
desde o menor até ao maior deles, diz o 
23 
 
SENHOR. Pois perdoarei as suas iniquidades e 
dos seus pecados jamais me lembrarei.” 
(Jeremias 31.31-34). 
Os judeus, até o dia de hoje, em sua grande 
maioria, por terem rejeitado crer em Cristo para 
ser o Messias e Salvador deles, permanecem 
endurecidos por buscarem ser justos diante de 
Deus por meio das obras da Lei, e nisto se 
aplicam as palavras que o apóstolo registrou em 
relação a eles: 
“3 Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus 
e procurando estabelecer a sua própria, não se 
sujeitaram à que vem de Deus. 
4 Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de 
todo aquele que crê. 
5 Ora, Moisés escreveu que o homem que 
praticar a justiça decorrente da lei viverá por ela. 
6 Mas a justiça decorrente da fé assim diz: Não 
perguntes em teu coração: Quem subirá ao 
céu?, isto é, para trazer do alto a Cristo; 
7 ou: Quem descerá ao abismo?, isto é, para 
levantar Cristo dentre os mortos. 
24 
 
8 Porém que se diz? A palavra está perto de ti, na 
tua boca e no teu coração; isto é, a palavrada fé 
que pregamos. 
9 Se, com a tua boca, confessares Jesus como 
Senhor e, em teu coração, creres que Deus o 
ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. 
10 Porque com o coração se crê para justiça e 
com a boca se confessa a respeito da salvação. 
11 Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que 
nele crê não será confundido. 
12 Pois não há distinção entre judeu e grego, 
uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, rico 
para com todos os que o invocam. 
13 Porque: Todo aquele que invocar o nome do 
Senhor será salvo.” (Romanos 10.3-13). 
A fé é necessária para nos salvar em Jesus 
Cristo, a cabeça da aliança: e ninguém pode 
alcançar a felicidade eterna, sem acreditar de 
verdade, pois os que não creem não podem ter o 
Espírito de fé habitando neles. 
Pela fé, abraçamos pessoalmente o pacto, 
consentimos e descansamos na condição da 
aliança cumprida por Cristo; e assim somos 
justificados e levados a um estado de salvação: 
25 
 
" Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será 
salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem.", João 
10: 9. 
“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o 
poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, 
aos que creem no seu nome;”, João 1:12. 
“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira 
que deu o seu Filho unigênito, para que todo o 
que nele crê não pereça, mas tenha a vida 
eterna.”, João 3:16. 
“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a 
verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por 
mim.”, João 14: 6. 
Deus nos predestinou para a vida eterna, e 
portanto, a justiça não poderá ficar satisfeita 
com nada que seja diferente disto. Se não 
tivermos vida eterna, nada temos, para que 
possamos agradar a Deus, de modo que a aliança 
da graça trata de uma questão de vida, e não de 
mera realização de obras religiosas. Esta vida 
eterna está somente em Jesus Cristo e naqueles 
que nEle creem. Ele é a fonte da vida eterna, e 
não a acharemos em qualquer outra fonte. 
Se é pela fé que o justo vive conforme declarado 
na Palavra de Deus, então sem fé é impossível 
26 
 
não apenas ser justo, mas também ter vida 
eterna. De modo que sem fé é impossível 
agradarmos a Deus. 
Esta vida eterna é santa e se manifesta na prática 
de obras de justiça e do perfeito cumprimento 
dos deveres de adoração e culto a Deus. 
De modo que somos eleitos para atingirmos este 
propósito santo conforme estabelecido por 
Deus antes mesmo da fundação do mundo. 
“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, 
nação santa, povo de propriedade exclusiva de 
Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele 
que vos chamou das trevas para a sua 
maravilhosa luz.” (I Pedro 2.9). 
“Nem ofereçais cada um os membros do seu 
corpo ao pecado, como instrumentos de 
iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como 
ressurretos dentre os mortos, e os vossos 
membros, a Deus, como instrumentos de 
justiça.” (Romanos 6.13). 
“1 Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias 
de Deus, que apresenteis o vosso corpo por 
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o 
vosso culto racional. 
27 
 
2 E não vos conformeis com este século, mas 
transformai-vos pela renovação da vossa mente, 
para que experimenteis qual seja a boa, 
agradável e perfeita vontade de Deus.” 
(Romanos 12.1,2). 
“Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é 
o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a 
justiça, e ames a misericórdia, e andes 
humildemente com o teu Deus.” (Miqueias 6.8). 
A justiça divina exige que creiamos em Cristo 
para ser o nosso Senhor e Salvador. Não apenas 
Salvador, porque isto é necessário para que 
efetivamente possa ser o Senhor de nossas 
vidas, para que estejamos sujeitos a Ele, 
especialmente no trabalho de transformação 
que realizará para que sejamos à Sua imagem. 
Por isso que, em relação à nossa salvação, tudo 
apontava para Cristo desde o tempo do Antigo 
Testamento, até mesmo no princípio da 
formação de Adão, quando somos informados 
não apenas da existência da Árvore da Vida, mas 
também da promessa da Semente bendita que 
se levantaria para esmagar a cabeça da serpente. 
A promessa da vinda desta Semente ou 
Descendente foi reafirmada a Abraão. E dela 
falaram os profetas como sendo o Servo, o Justo, 
28 
 
o Messias, o Rei, o Profeta, o Sacerdote, o 
Salvador, o Senhor que conduziria todo o Israel 
de Deus à condição de glória, uma vez tendo 
realizado a purificação dos seus pecados. 
E uma vez tendo chegado o tempo do 
cumprimento da promessa com a manifestação 
de Jesus ao mundo, tudo o que temos escrito no 
Novo Testamento aponta para a aliança da graça 
que foi feita pelo Pai com Ele, e da qual somos 
beneficiados por meio da fé nEle. 
É pela pregação e ensino desta aliança de graça, 
do evangelho, que pecadores são salvos. 
De Adão recebemos uma herança natural e nos 
encontramos ligados a ele por ser a cabeça de 
toda a raça humana, porque todos descenderam 
dele, e por esta ligação fomos sujeitados à morte 
espiritual em que todos nos encontrávamos 
antes de sermos vivificados em Cristo. 
Agora podemos ser vivificados por Cristo, 
porque Deus decretou que por graça, e 
mediante a fé nEle, seríamos não apenas 
perdoados, mas reconciliados com Ele, por meio 
da nossa união espiritual com Cristo, uma vez 
que todos os que nEle creem, nascem de novo do 
Espírito, recebem uma nova natureza que é a 
própria vida de Cristo implantada neles. 
29 
 
Somente o que é de Cristo permanecerá neles, 
inclusive o próprio novo corpo glorificado que 
receberão no dia do arrebatamento da Igreja. 
Jamais isto poderia ser obtido por meio de uma 
justiça que fosse decorrente de nossa própria 
obediência à Lei. Se devemos dar a devida 
consideração à Lei, todavia não é por meio dela 
que somos justificados, porque, na verdade, 
ninguém poderia ser. 
Deus somente pode nos justificar mediante uma 
justiça perfeita, e é somente pela graça, 
mediante a fé, que podemos encontrar esta 
justiça em Cristo. 
“22 Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os 
limites da terra; porque eu sou Deus, e não há 
outro. 
23 Por mim mesmo tenho jurado; da minha boca 
saiu o que é justo, e a minha palavra não tornará 
atrás. Diante de mim se dobrará todo joelho, e 
jurará toda língua. 
24 De mim se dirá: Tão-somente no SENHOR há 
justiça e força; até ele virão e serão 
envergonhados todos os que se irritarem contra 
ele. 
30 
 
25 Mas no SENHOR será justificada toda a 
descendência de Israel e nele se gloriará.” 
(Isaías 45.22-25). 
“11 Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua 
alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, 
com o seu conhecimento, justificará a muitos, 
porque as iniquidades deles levará sobre si. 
12 Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, 
e com os poderosos repartirá ele o despojo, 
porquanto derramou a sua alma na morte; foi 
contado com os transgressores; contudo, levou 
sobre si o pecado de muitos e pelos 
transgressores intercedeu.” (Isaías 53.11,12). 
 
APÊNDICE: 
O Evangelho que nos Leva a Obter a Salvação 
Estamos inserindo esta nota em forma de 
apêndice em nossas últimas publicações, uma 
vez que temos sido impelidos a explicar em 
termos simples e diretos o que seja de fato o 
evangelho, na forma em que nos é apresentado 
nas Escrituras, já que há muita pregação e 
ensino de caráter legalista que não é de modo 
algum o evangelho de nosso Senhor Jesus 
Cristo. 
31 
 
Há também uma grande ignorância relativa ao 
que seja a aliança da graça por meio da qual 
somos salvos, e que consiste no coração do 
evangelho, e então a descrevemos em termos 
bem simples, de forma que possa ser 
adequadamente entendida. 
Há somente um evangelho pelo qual podemos 
ser verdadeiramente salvos. Ele se encontra 
revelado na Bíblia, e especialmente nas páginas 
do Novo Testamento. Mas, por interpretações 
incorretas é possível até mesmo transformá-lo 
em um meio de perdição e não de salvação, 
conforme tem ocorridoespecialmente em 
nossos dias, em que as verdades fundamentais 
do evangelho de Jesus Cristo têm sido 
adulteradas ou omitidas. 
Tudo isto nos levou a tomar a iniciativa de 
apresentar a seguir, de forma resumida, em que 
consiste de fato o evangelho da nossa salvação. 
Em primeiro lugar, antes de tudo, é preciso 
entender que somos salvos exclusivamente 
com base na aliança de graça que foi feita entre 
Deus Pai e Deus Filho, antes mesmo da criação 
do mundo, para que nas diversas gerações de 
pessoas que seriam trazidas por eles à existência 
sobre a Terra, houvesse um chamado invisível, 
sobrenatural, espiritual, para serem perdoadas 
32 
 
de seus pecados, justificadas, regeneradas 
(novo nascimento espiritual), santificadas e 
glorificadas. E o autor destas operações 
transformadoras seria o Espírito Santo, a 
terceira pessoa da trindade divina. 
Estes que seriam chamados à conversão, o 
seriam pelo meio de atração que seria feita por 
Deus Pai, trazendo-os a Deus Filho, de modo que 
pela simples fé em Jesus Cristo, pudessem 
receber a graça necessária que os redimiria e os 
transportaria das trevas para a luz, do poder de 
Satanás para o de Deus, e que lhes transformaria 
em filhos amados e aceitos por Deus. 
Como estes que foram redimidos se 
encontravam debaixo de uma sentença de 
maldição e condenação eternas, em razão de 
terem transgredido a lei de Deus, com os seus 
pecados, para que fossem redimidos seria 
necessário que houvesse uma quitação da dívida 
deles para com a justiça divina, cuja sentença 
sobre eles era a de morte física e espiritual 
eternas. 
Havia a necessidade de um sacrifício, de alguém 
idôneo que pudesse se colocar no lugar do 
homem, trazendo sobre si os seus pecados e 
culpa, e morrendo com o derramamento do Seu 
sangue, porque a lei determina que não pode 
33 
 
haver expiação sem que haja um sacrifício 
sangrento substitutivo. 
Importava também que este Substituto de 
pecadores, assumisse a responsabilidade de 
cobrir tudo o que fosse necessário em relação à 
dívida de pecados deles, não apenas a anterior à 
sua conversão, como a que seria contraída 
também no presente e no futuro, durante a sua 
jornada terrena. 
Este Substituto deveria ser perfeito, sem 
pecado, eterno, infinito, porque a ofensa do 
pecador é eterna e infinita. Então deveria ser 
alguém divino para realizar tal obra. 
Jesus, sendo Deus, se apresentou na aliança da 
graça feita com o Pai, para ser este Salvador, 
Fiador, Garantia, Sacrifício, Sacerdote, para 
realizar a obra de redenção. 
O homem é fraco, dado a se desviar, mas a sua 
chamada é para uma santificação e perfeição 
eternas. Como poderia responder por si mesmo 
para garantir a eternidade da segurança da 
salvação? 
Havia necessidade que Jesus assumisse ao lado 
da natureza divina que sempre possuiu, a 
34 
 
natureza humana, e para tanto ele foi gerado 
pelo Espírito Santo no ventre de Maria. 
Ele deveria ter um corpo para ser oferecido em 
sacrifício. O sangue da nossa redenção deveria 
ser o de alguém que fosse humano, mas 
também divino, de modo que se pode até 
mesmo dizer que fomos redimidos pelo sangue 
do próprio Deus. 
Este é o fundamento da nossa salvação. A morte 
de Jesus em nosso lugar, de modo a nos abrir o 
caminho para a vida eterna e o céu. 
Para que nunca nos esquecêssemos desta 
grande e importante verdade do evangelho de 
que Jesus se tornou da parte de Deus para nós, o 
nosso tudo, e que sem Ele nada somos ou 
podemos fazer para agradar a Deus, Jesus fixou 
a Ceia que deve ser regularmente observada 
pelos crentes, para que se lembrem de que o Seu 
corpo foi rasgado, assim como o pão que 
partimos na Ceia, e o Seu sangue foi derramado 
em profusão, conforme representado pelo 
vinho, para que tenhamos vida eterna por meio 
de nos alimentarmos dEle. Por isso somos 
ordenados a comer o pão, que representa o 
corpo de Jesus, que é verdadeiro alimento para 
o nosso espírito, e a beber o sangue de Jesus, que 
35 
 
é verdadeira bebida para nos refrigerar e 
manter a Sua vida em nós. 
Quando Ele disse que é o caminho e a verdade e 
a vida. Que a porta que conduz à vida eterna é 
estreita, e que o caminho é apertado. Tudo isto 
se aplica ao fato de que não há outra verdade, 
outro caminho, outra vida, senão a que existe 
somente por meio da fé nEle. A porta é estreita 
porque não admite uma entrada para vários 
caminhos e atalhos, que sendo diferentes dEle, 
conduzem à perdição. É estreito e apertado para 
que nunca nos desviemos dEle, o autor e 
consumador da nossa salvação. 
Então o plano de salvação, na aliança de graça 
que foi feita, nada exige do homem, além da fé, 
pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser 
transformado e firmado na graça, será realizado 
pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo. 
Tanto é assim, que para que tenhamos a plena 
convicção desta verdade, mesmo depois de 
sermos justificados, regenerados e santificados, 
percebemos, enquanto neste mundo, que há em 
nós resquícios do pecado, que são o resultado do 
que se chama de pecado residente, que ainda 
subsiste no velho homem, que apesar de ter sido 
crucificado juntamente com Cristo, ainda 
permanece em condições de operar em nós, ao 
36 
 
lado da nova natureza espiritual e santa que 
recebemos na conversão. 
Qual é a razão disso, senão a de que o Senhor 
pretende nos ensinar a enxergar que a nossa 
salvação é inteiramente por graça e mediante a 
fé? Que é Ele somente que nos garante a vida 
eterna e o céu. Se não fosse assim, não 
poderíamos ser salvos e recebidos por Deus 
porque sabemos que ainda que salvos, o pecado 
ainda opera em nossas vidas de diversas formas. 
Isto pode ser visto claramente em várias 
passagens bíblicas e especialmente no texto de 
Romanos 7. 
À luz desta verdade, percebemos que mesmo as 
enfermidades que atuam em nossos corpos 
físicos, e outras em nossa alma, são o resultado 
da imperfeição em que ainda nos encontramos 
aqui embaixo, pois Deus poderia dar saúde 
perfeita a todos os crentes, sem qualquer 
doença, até o dia da morte deles, mas Ele não o 
faz para que aprendamos que a nossa salvação 
está inteiramente colocada sobre a 
responsabilidade de Jesus, que é aquele que 
responde por nós perante Ele, para nos manter 
seguros na plena garantia da salvação que 
obtivemos mediante a fé, conforme o próprio 
Deus havia determinado justificar-nos somente 
37 
 
por fé, do mesmo modo como fizera com Abraão 
e com muitos outros mesmo nos dias do Velho 
Testamento. 
Nenhum crente deve portanto julgar-se sem fé 
porque não consegue vencer determinadas 
fraquezas ou pecados, porque enquanto se 
esforça para ser curado deles, e ainda que não o 
consiga neste mundo, não perderá a sua 
condição de filho amado de Deus, que pode usar 
tudo isto em forma de repreensão e disciplina, 
mas que jamais deixará ou abandonará a 
qualquer que tenha recebido por filho, por 
causa da aliança que fez com Jesus e na qual se 
interpôs com um juramento que jamais a 
anularia por causa de nossas imperfeições e 
transgressões. 
Um crente verdadeiro odeia o pecado e ama a 
Jesus, mas sempre lamentará que não o ame 
tanto quanto deveria, e por não ter o mesmo 
caráter e virtudes que há em Cristo. Mas de uma 
coisa ele pode ter certeza: não foi por mérito, 
virtude ou boas obras que lhes foram exigidos a 
apresentar a Deus que ele foi salvo, mas 
simplesmente por meio do arrependimento e 
da fé nAquele que tudo fez e tem feito que é 
necessário para a segurança eterna da sua 
salvação. 
38 
 
É possível que alguém leia tudo o que foi dito 
nestes sete últimos parágrafos e não tenha 
percebido a grande verdade central relativa ao 
evangelho, que está sendo comentada neles, e 
que foi citada de forma resumida no primeiro 
deles, a saber: 
“Então o plano de salvação, na aliança de graça 
que foi feita, nada exige do homem,além da fé, 
pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser 
transformado e firmado na graça, será realizado 
pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.” 
Nós temos na Palavra de Deus a confirmação 
desta verdade, que tudo é de fato devido à graça 
de Jesus, na nossa salvação, e que esta graça é 
suficiente para nos garantir uma salvação 
eterna, em razão do pacto feito entre Deus Pai e 
Deus Filho, que nos escolheram para esta 
salvação segura e eterna, antes mesmo da 
fundação do mundo, no qual Jesus e Sua obra 
são a causa dessa segurança eterna, pois é nEle 
que somos aceitos por Deus, nos termos da 
aliança firmada, em que o Pai e o Filho são os 
agentes da aliança, e os crentes apenas os 
beneficiários. 
O pacto foi feito unilateralmente pelo Pai e o 
Filho, sem a consulta da vontade dos 
beneficiários, uma vez que eles nem sequer 
39 
 
ainda existiam, e quando aderem agora pela fé 
aos termos da aliança, eles são convocados a 
fazê-lo voluntariamente e para o principal 
propósito de serem salvos para serem 
santificados e glorificados, sendo instruídos 
pelo evangelho que tudo o que era necessário 
para a sua salvação foi perfeitamente 
consumado pelo Fiador deles, nosso Senhor 
Jesus Cristo. 
Então, preste atenção neste ponto muito 
importante, de que tanto é assim, que não é pelo 
fato de os crentes continuarem sujeitos ao 
pecado, mesmo depois de convertidos, que eles 
correm o risco de perderem a salvação deles, 
uma vez que a aliança não foi feita diretamente 
com eles, e consistindo na obediência perfeita 
deles a toda a vontade de Deus, mas foi feita com 
Jesus Cristo, para não somente expiar a culpa 
deles, como para garantir o aperfeiçoamento 
deles na santidade e na justiça, ainda que isto 
venha a ser somente completado integralmente 
no por vir, quando adentrarem a glória celestial. 
A salvação é por graça porque alguém pagou 
inteiramente o preço devido para que fôssemos 
salvos – nosso Senhor Jesus Cristo. 
40 
 
E para que soubéssemos disso, Jesus não nos foi 
dado somente como Sacrifício e Sacerdote, mas 
também como Profeta e Rei. 
Ele não somente é quem nos anuncia o 
evangelho pelo poder do Espírito Santo, e quem 
tudo revelou acerca dele nas páginas da Bíblia, 
para que não errássemos o alvo por causa da 
incredulidade, que sendo o oposto da fé, é a 
única coisa que pode nos afastar da 
possibilidade da salvação. 
Em sua obra como Rei, Jesus governa os nossos 
corações, e nos submete à Sua vontade de forma 
voluntária e amorosa, capacitando-nos, pelo 
Seu próprio poder, a viver de modo agradável a 
Deus. 
Agora, nada disso é possível sem que haja 
arrependimento. Ainda que não seja ele a causa 
da nossa salvação, pois, como temos visto esta 
causa é o amor, a misericórdia e a graça de Deus, 
manifestados em Jesus em nosso favor, todavia, 
o arrependimento é necessário, porque toda 
esta salvação é para uma vida santa, uma vida 
que lute contra o pecado, e que busque se 
revestir do caráter e virtudes de Jesus. 
Então, não há salvação pela fé onde o coração 
permanece apegado ao pecado, e sem 
41 
 
manifestar qualquer desejo de viver de modo 
santo para a glória de Deus. 
Desde que haja arrependimento não há 
qualquer impossibilidade para que Deus nos 
salve, nem mesmo os grosseiros pecados da 
geração atual, que corre desenfreadamente à 
busca de prazeres terrenos, e completamente 
avessa aos valores eternos e celestiais. 
Ainda que possa parecer um paradoxo, haveria 
até mais facilidade para Deus salvar a estes que 
vivem na iniquidade porque a vida deles no 
pecado é flagrante, e pouco se importam em 
demonstrar por um viver hipócrita, que são 
pessoas justas e puras, pois não estão 
interessados em demonstrar a justiça própria 
do fariseu da parábola de Jesus, para que através 
de sua falsa religiosidade, e autoengano, 
pudessem alcançar algum favor da parte de 
Deus. 
Assim, quando algum deles recebe a revelação 
da luz que há em Jesus, e das grandes trevas que 
dominam seu coração, o trabalho de 
convencimento do Espírito Santo é facilitado, e 
eles lamentam por seus pecados e fogem para 
Jesus para obterem a luz da salvação. E ele os 
receberá, e a nenhum deles lançará fora, 
conforme a Sua promessa, porque o ajuste feito 
42 
 
para a sua salvação exige somente o 
arrependimento e a fé, para a recepção da graça 
que os salvará. 
Deus mesmo é quem provê todos os meios 
necessários para que permaneçamos firmes na 
graça que nos salvou, de maneira que jamais 
venhamos a nos separar dele definitivamente. 
Ele nos fez coparticipantes da Sua natureza 
divina, no novo nascimento operado pelo 
Espírito Santo, de modo que uma vez que uma 
natureza é atingida, ela jamais pode ser desfeita. 
Nós viveremos pela nova criatura, ainda que a 
velha venha a se dissolver totalmente, assim 
como está ordenado que tudo o que herdamos 
de Adão e com o pecado deverá passar, pois tudo 
é feito novo em Jesus, em quem temos recebido 
este nosso novo ser que se inclina em amor para 
Deus e para todas as coisas de Deus. 
Ainda que haja o pecado residente no crente, ele 
se encontra destronado, pois quem reina agora 
é a graça de Jesus em seu coração, e não mais o 
pecado. Ainda que algum pecado o vença isto 
será temporariamente, do mesmo modo que 
uma doença que se instala no corpo é expulsa 
dele pelas defesas naturais ou por algum 
medicamento potente. O sangue de Jesus é o 
remédio pelo qual somos sarados de todas as 
43 
 
nossas enfermidades. E ainda que alguma delas 
prevaleça neste mundo ela será totalmente 
extinta quando partirmos para a glória, onde 
tudo será perfeito. 
Temos este penhor da perfeição futura da 
salvação dado a nós pela habitação do Espírito 
Santo, que testifica juntamente com o nosso 
espírito que somos agora filhos de Deus, não 
apenas por ato declarativo desta condição, mas 
de fato e de verdade pelo novo nascimento 
espiritual que nos foi dado por meio da nossa fé 
em Jesus. 
Toda esta vida que temos agora é obtida por 
meio da fé no Filho de Deus que nos amou e se 
entregou por nós, para que vivamos por meio da 
Sua própria vida. Ele é o criador e o sustentador 
de toda a criação, inclusive desta nova criação 
que está realizando desde o princípio, por meio 
da geração de novas criaturas espirituais para 
Deus por meio da fé nEle. 
Ele pode fazê-lo porque é espírito vivificante, ou 
seja, pode fazer com que nova vida espiritual 
seja gerada em quem Ele assim o quiser. Ele sabe 
perfeitamente quais são aqueles que atenderão 
ao chamado da salvação, e é a estes que Ele se 
revela em espírito para que creiam nEle, e assim 
sejam salvos. 
44 
 
Bem-aventurados portanto são: 
Os humildes de espírito que reconhecem que 
nada possuem em si mesmos para agradarem a 
Deus. 
Os mansos que se submetem à vontade de Deus 
e que se dispõem a cumprir os Seus 
mandamentos. 
Os que choram por causa de seus pecados e todo 
o pecado que há no mundo, que é uma rebelião 
contra o Criador. 
Os misericordiosos, porque dão por si mesmos o 
testemunho de que todos necessitam da 
misericórdia de Deus para serem perdoados. 
Os pacificadores, e não propriamente pacifistas 
que costumam anular a verdade em prol da paz 
mundial, mas os que anunciam pela palavra e 
suas próprias vidas que há paz de reconciliação 
com Deus somente por meio da fé em Jesus. 
Os que têm fome e sede de justiça, da justiça do 
reino de Deus que não é comida, nem bebida, 
mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo. 
Os que são perseguidos por causa do evangelho, 
porque sendo odiados sem causa, perseveram 
45 
 
em dar testemunho do Nome e da Palavra de 
Jesus Cristo. 
Vemos assim que ser salvo pela graça não 
significa: de qualquer modo, de maneira 
descuidada, sem qualquer valor ou preço 
envolvido na salvação. Jesus pagou um preço 
altíssimo e de valor inestimável para que 
pudéssemosser redimidos. Os termos da 
aliança por meio da qual somos salvos são todos 
bem ordenados e planejados para que a salvação 
seja segura e efetiva. Há poderes sobrenaturais, 
celestiais, espirituais envolvidos em todo o 
processo da salvação. 
É de uma preciosidade tão grande este plano e 
aliança que eles devem ser eficazes mesmo 
quando não há naqueles que são salvos um 
conhecimento adequado de todas estas 
verdades, pois está determinado que aquele que 
crê no seu coração e confessar com os lábios que 
Jesus é o Senhor e Salvador, é tudo quanto que é 
necessário para um pecador ser transformado 
em santo e recebido como filho adotivo por 
Deus. 
O crescimento na graça e no conhecimento de 
Jesus são necessários para o nosso 
aperfeiçoamento espiritual em progresso da 
nossa santificação, mas não para a nossa 
46 
 
justificação e regeneração (novo nascimento) 
que são instantâneos e recebidos 
simultaneamente no dia mesmo em que nos 
convertemos a Cristo. Quando fomos a Ele como 
nos encontrávamos na ocasião, totalmente 
perdidos e mortos em transgressões e pecados. 
E fomos recebidos porque a palavra da 
promessa da aliança é que todo aquele que crê 
será salvo, e nada mais é acrescentado a ela 
como condição para a salvação. 
É assim porque foi este o ajuste que foi feito 
entre o Pai e o Filho na aliança que fizeram entre 
si para que fôssemos salvos por graça e 
mediante a fé. 
Jesus é pedra de esquina eleita e preciosa, que o 
Pai escolheu para ser o autor e o consumador da 
nossa salvação. Ele foi eleito para a aliança da 
graça, e nós somos eleitos para recebermos os 
benefícios desta aliança por meio da fé nAquele 
a quem foram feitas as promessas de ter um 
povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras. 
Então quando somos chamados de eleitos na 
Bíblia, isto não significa que Deus fez uma 
aliança exclusiva e diretamente com cada um 
daqueles que creem, uma vez que uma aliança 
com Deus para a vida eterna demanda uma 
47 
 
perfeita justiça e perfeita obediência a Ele, sem 
qualquer falha, e de nós mesmos, jamais 
seríamos competentes para atender a tal 
exigência, de modo que a aliança poderia ter 
sido feita somente com Jesus. 
Somos aceitos pelo Pai porque estamos em 
Jesus, e assim é por causa do Filho Unigênito que 
somos também recebidos. Jamais poderíamos 
fazê-lo diretamente sem ter a Jesus como nossa 
Cabeça, nosso Sumo Sacerdote e Sacrifício. Isto 
é tipificado claramente na Lei, em que nenhum 
ofertante ou oferta seriam aceitos por Deus sem 
serem apresentados pelo sacerdote escolhido 
por Deus para tal propósito. Nenhum outro 
Sumo Sacerdote foi designado pelo Pai para que 
pudéssemos receber uma redenção e 
aproximação eternas, senão somente nosso 
Senhor Jesus Cristo, aquele que Ele escolheu 
para este ofício. 
Mas uma vez que nos tornamos filhos de Deus 
por meio da fé em Jesus Cristo, importa 
permanecermos nEle por um viver e andar em 
santificação, no Espírito. 
É pelo desconhecimento desta verdade que 
muitos crentes caminham de forma 
desordenada, uma vez que tendo aprendido que 
a aliança da graça foi feita entre Deus Pai e Deus 
48 
 
Filho, e que são salvos exclusivamente por meio 
da fé, que então não importa como vivam uma 
vez que já se encontram salvos das 
consequências mortais do pecado. 
Ainda que isto seja verdadeiro no tocante à 
segurança eterna da salvação em razão da 
justificação, é apenas uma das faces da moeda 
da salvação, que nos trazendo justificação e 
regeneração instantaneamente pela graça, 
mediante a fé, no momento mesmo da nossa 
conversão inicial, todavia, possui uma outra 
face que é a relativa ao propósito da nossa 
justificação e regeneração, a saber, para sermos 
santificados pelo Espírito Santo, mediante 
implantação da Palavra em nosso caráter. Isto 
tem a ver com a mortificação diária do pecado, e 
o despojamento do velho homem, por um andar 
no Espírito, pois de outra forma, não é possível 
que Deus seja glorificado através de nós e por 
nós. Não há vida cristã vitoriosa sem 
santificação, uma vez que Cristo nos foi dado 
para o propósito mesmo de se vencer o pecado, 
por meio de um viver santificado. 
Esta santificação foi também incluída na aliança 
da graça feita entre o Pai e o Filho, antes da 
fundação do mundo, e para isto somos também 
inteiramente dependentes de Jesus e da 
manifestação da sua vida em nós, porque Ele se 
49 
 
tornou para nós da parte de Deus a nossa justiça, 
redenção, sabedoria e santificação (I Coríntios 
1.30). De modo que a obra iniciada na nossa 
conversão será completada por Deus para o seu 
aperfeiçoamento final até a nossa chegada à 
glória celestial. 
“Estou plenamente certo de que aquele que 
começou boa obra em vós há de completá-la até 
ao Dia de Cristo Jesus.” (Filipenses 1.6). 
“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e 
o vosso espírito, alma e corpo sejam 
conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda 
de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos 
chama, o qual também o fará.” (I 
Tessalonicenses 5.23,24). 
“Assim, pois, amados meus, como sempre 
obedecestes, não só na minha presença, porém, 
muito mais agora, na minha ausência, 
desenvolvei a vossa salvação com temor e 
tremor; porque Deus é quem efetua em vós 
tanto o querer como o realizar, segundo a sua 
boa vontade.” (Filipenses 2.12,13). 
 
 
 
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