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A Relação Entre a Submissão de Jesus a Deus Pai e a Nossa

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A Relação Entre a Submissão 
de Jesus a Deus Pai 
e a Nossa 
 
 
 
 
Por 
Silvio Dutra 
 
 
 
 
Nov/2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A474 
 Alves, Silvio Dutra 
 A relação entre a submissão de Jesus a 
 Deus Pai e a Nossa 
 Silvio Dutra Alves – Rio de Janeiro, 2019. 
 29p.; 14,8 x21cm 
 
 1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Fé 4. Graça 
I. Título. 
 
 CDD 252 
 
 
 
 
3 
 
“Então, lhes falou Jesus: Em verdade, em 
verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de 
si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o 
Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também 
semelhantemente o faz.” (João 5.19) 
Nesta e em várias passagens da Bíblia há um 
claro testemunho da submissão total de nosso 
Senhor Jesus Cristo à vontade de Deus Pai, tanto 
no Velho quanto no Novo Testamento. 
É somente quando compreendemos a essência 
e extensão da Sua própria submissão, que 
podemos também entender o que é esperado de 
todos nós, que somos adotados como filhos de 
Deus por meio da fé nEle. 
Não é por falta de ensinamentos e exemplos que 
nos foram deixados, tanto na vida dos profetas, 
de Jesus e dos apóstolos, que podemos justificar 
uma conduta independente de nossa parte e 
descompromissada com Deus e Sua vontade, 
uma vez que o nosso dever é claramente 
revelado a nós nas Escrituras. 
Para qual outro propósito principal nos é 
ordenado pelo Senhor que nos neguemos a nós 
mesmos e tomemos diariamente a nossa cruz, 
para podermos seguir os Seus passos? Se não 
4 
 
fosse para uma completa absorção da nossa 
vontade na vontade do Pai, de modo que não 
busquemos o que seja a nossa própria vontade 
senão a dEle? Tanto deve ser este o principal 
objetivo da nossa abnegação porque se fosse 
somente para melhorias espirituais em nós 
mesmos, como por exemplo, a obtenção de um 
temperamento manso e calmo, que é de grande 
valor, todavia, qual seria a glória de Deus nisto, 
caso o buscássemos, independentemente de 
buscarmos conhecer a vontade objetiva do 
Senhor para as nossas vidas ministeriais, com o 
intuito de servi-lo e obedecê-lo, de modo que 
tudo o que fazemos fosse somente para a Sua 
exclusiva glória? 
Mas, este único exemplo apenas toca a 
superfície deste grande oceano da submissão 
que é devida a Deus, e da qual podemos 
aprender, pelo menos nocionalmente nos 
ensinamentos e exemplo que nos foram 
deixados pelo próprio Jesus. Dizemos 
nocionalmente, porque o que importa mesmo é 
que aprendamos esta submissão na prática, e 
não apenas no conhecimento do registro das 
Escrituras. Jesus nos deixou um exemplo não 
apenas para ser conhecido, mas sobretudo 
praticado e obedecido. 
5 
 
Há várias razões para esta submissão à Pessoa e 
vontade de Deus, e não seria possível para nós 
explicarmos todas elas, até mesmo porque 
muito disso tem sido reservado por Deus à Sua 
exclusiva soberania e autoridade. 
Nunca é demais lembrar que o próprio Jesus, em 
relação ao Pai, declara Sua dependência de 
receber dEle a revelação da Sua vontade 
Paterna, para que Ele, como Filho Unigênito 
amado, possa cumpri-la cabalmente, pois é 
nisto que se encontra a razão da Sua existência 
como Segunda Pessoa da Trindade Divina, e 
todo o Seu prazer, assim como do próprio Pai. 
Ele declara expressamente que é somente do 
conhecimento do Pai, o dia, a hora, o momento 
exato em que deve voltar à Terra para julgar os 
ímpios e inaugurar o Milênio. 
Muito do que Ele fez em Seu ministério terreno, 
foi-lhe revelado progressivamente pelo Espírito 
Santo, conforme a vontade do Pai, e isto explica 
a necessidade que Jesus tinha de estar 
permanentemente em oração, para que tudo o 
que fizesse, fosse realizado dentro da esfera da 
vontade do Pai. 
Tem sido assim conosco? 
6 
 
Temos nos ocupado em conhecer diariamente 
qual seja a vontade de Deus para nós, para que 
façamos aquilo em que Ele nos comprometeu 
consigo mesmo, ou temos sido descuidados em 
relação a isso? 
É certo que pela vontade expressa do Pai, muitas 
coisas nos são permitidas para serem feitas 
independentemente de consultarmos a Sua 
vontade Divina, mas, antes dessas coisas, e em 
primeiro lugar, com prioridade absoluta, 
importa fazer aquilo que nos tem sido ordenado 
para ser feito, e não raro, teremos que renunciar 
a muitas coisas ou adiá-las, para que esta 
prioridade seja cumprida. 
Como poderia haver harmonia e comunhão 
entre todos os santos no céu, caso a cada um 
fosse dado agir segundo a própria vontade? Já 
não temos exemplos suficientes aqui embaixo 
do que acontece quando cada pessoa age de 
modo independente e carnalmente? 
“1 De onde procedem guerras e contendas que 
há entre vós? De onde, senão dos prazeres que 
militam na vossa carne? 
2 Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e 
nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer 
guerras. Nada tendes, porque não pedis; 
7 
 
3 pedis e não recebeis, porque pedis mal, para 
esbanjardes em vossos prazeres. 
4 Infiéis, não compreendeis que a amizade do 
mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que 
quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo 
de Deus. 
5 Ou supondes que em vão afirma a Escritura: É 
com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele 
fez habitar em nós? 
6 Antes, ele dá maior graça; pelo que diz: Deus 
resiste aos soberbos, mas dá graça aos 
humildes. 
7 Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao 
diabo, e ele fugirá de vós. 
8 Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós 
outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que 
sois de ânimo dobre, limpai o coração. 
9 Afligi-vos, lamentai e chorai. Converta-se o 
vosso riso em pranto, e a vossa alegria, em 
tristeza. 
10 Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele 
vos exaltará.” (Tiago 4.1-10). 
8 
 
Neste texto, o apóstolo Tiago está falando da 
necessidade desta submissão absoluta por parte 
dos crentes, à vontade de Deus, pela busca de 
um viver em santidade, não se conformando ao 
mundo, para que possa haver unidade e 
comunhão real no Espírito. 
Sem nos submetermos à vontade Deus e à Sua 
Palavra, jamais seremos achados mortificando a 
carne e vencendo o pecado, o diabo e o mundo, 
porque conforme vemos no testemunho do 
apóstolo, é por Deus nos conceder a Sua graça 
que o conseguimos. 
Todavia, que nunca se pense que isto é obtido 
uma vez, e daí para a frente já não mais 
necessitamos buscá-lo com um espírito manso, 
submisso e humilde. Não, os suprimentos de 
graça devem ser renovados diariamente 
sobretudo pelo exercício da oração e da 
meditação na Palavra, e disposição para 
testemunhar as virtudes de Jesus em nossas 
próprias vidas. 
Jesus é o modelo supremo de submissão, 
mansidão, humildade e de obediência à vontade 
de Deus, e não é sem razão que Ele nos é dado 
pelo Pai para ser seguido por nós em Seu 
caráter, virtudes, santidade, porque foi para isto 
mesmo que fomos chamados, a saber, a razão da 
9 
 
nossa criação e vocação é para sermos à exata 
imagem e semelhança de Jesus, conforme 
testificam as Escrituras. 
Votamos a dizer que não poderia jamais haver 
um céu de paz e harmonia, sem que todos os que 
lá se encontram submetam suas próprias 
vontades à de Deus Pai. 
É nos dirigindo ao mesmo Centro Bendito de 
onde procede toda a vontade que é boa, perfeita 
e agradável, para cada um de nós, que podemos 
também ser achados em paz e em comunhão 
espiritual uns com os outros. 
Por isso é tão essencial que se mortifique de fato 
o pecado, e isto já deve começar aqui embaixo, 
pois estamos sendo aperfeiçoados para a vida 
perfeita do céu. 
Quando não negamos a nossa própria vontade 
quem sempre há de prevalecer é o homem 
carnal, o velho homem ou criatura, que não está 
sujeito à vontade de Deus e nem mesmo pode 
estar. 
Dependemosde ser ensinados, instruídos, 
guiados, capacitados pelo Espírito Santo para 
esta nova vida que é espiritual, celestial e divina. 
Lembremos que ela não nos vem da parte de 
10 
 
nada que seja desta mundo, pois é inteiramente 
procedente do céu, e penetra em cada crente 
para estabelecer nele o Reino de Deus e a Sua 
justiça. 
Todo o nosso discurso será em vão enquanto 
não nos convencermos que o grande motivo da 
criação tanto de homens quanto de anjos é para 
que eles façam a vontade de Deus. Esta, por sua 
vez, para ser obedecida, deve antes ser buscada 
e conhecida. Por isso somos ordenados a bater, 
pedir, buscar, e a sermos realmente diligentes 
para tal propósito. Se falhamos nisto, teremos 
falhado em tudo o mais que se refira ao 
verdadeiro objetivo da vida. 
A vida eterna encontra-se somente em Deus Pai, 
e ela deve ser buscada em Jesus Cristo que foi 
ordenado pelo Pai, para concedê-la a nós. 
Nunca será demais lembrarmos que apesar de o 
Pai ter dado ao Seu Filho Unigênito Jesus Cristo, 
o poder de ter vida em si mesmo, vida 
independente, poder para dá-la e reassumi-la 
como Ele fez em sua morte e ressurreição, e 
além de tudo isso, poder de comunicar a vida 
eterna aos eleitos de Deus, que se encontravam 
mortos em delitos e em pecados, todavia, Ele 
não vive por Sua própria vontade, mas sempre 
fazendo a vontade do Pai. Quanto mais então, 
11 
 
não cabe a nós, criaturas que somos, fazer o 
mesmo, porque Aquele que não é criatura, 
sendo também Deus, o faz, que argumento 
teremos para justificar o fato de não o fazermos? 
Veja o testemunho do próprio Jesus nas 
passagens a seguir: 
“17 Mas ele lhes disse: Meu Pai trabalha até 
agora, e eu trabalho também. 
18 Por isso, pois, os judeus ainda mais 
procuravam matá-lo, porque não somente 
violava o sábado, mas também dizia que Deus 
era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus. 
19 Então, lhes falou Jesus: Em verdade, em 
verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de 
si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o 
Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também 
semelhantemente o faz. 
20 Porque o Pai ama ao Filho, e lhe mostra tudo 
o que faz, e maiores obras do que estas lhe 
mostrará, para que vos maravilheis. 
21 Pois assim como o Pai ressuscita e vivifica os 
mortos, assim também o Filho vivifica aqueles a 
quem quer. 
12 
 
22 E o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou 
todo julgamento, 
23 a fim de que todos honrem o Filho do modo 
por que honram o Pai. Quem não honra o Filho 
não honra o Pai que o enviou. 
24 Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve 
a minha palavra e crê naquele que me enviou 
tem a vida eterna, não entra em juízo, mas 
passou da morte para a vida. 
25 Em verdade, em verdade vos digo que vem a 
hora e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz 
do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão. 
26 Porque assim como o Pai tem vida em si 
mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em 
si mesmo. 
27 E lhe deu autoridade para julgar, porque é o 
Filho do Homem. 
28 Não vos maravilheis disto, porque vem a hora 
em que todos os que se acham nos túmulos 
ouvirão a sua voz e sairão: 
29 os que tiverem feito o bem, para a 
ressurreição da vida; e os que tiverem praticado 
o mal, para a ressurreição do juízo. 
13 
 
30 Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma 
por que ouço, julgo. O meu juízo é justo, porque 
não procuro a minha própria vontade, e sim a 
daquele que me enviou. 
31 Se eu testifico a respeito de mim mesmo, o 
meu testemunho não é verdadeiro. 
32 Outro é o que testifica a meu respeito, e sei 
que é verdadeiro o testemunho que ele dá de 
mim.” (João 5.17-32). 
“Porque eu desci do céu, não para fazer a minha 
própria vontade, e sim a vontade daquele que 
me enviou.” (João 6.38). 
“41 Ele, por sua vez, se afastou, cerca de um tiro 
de pedra, e, de joelhos, orava, 
42 dizendo: Pai, se queres, passa de mim este 
cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e 
sim a tua.” (Lucas 22.41,42). 
“Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em 
fazer a vontade daquele que me enviou e realizar 
a sua obra.” (João 4.34). 
“37 Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a 
mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o 
lançarei fora. 
14 
 
38 Porque eu desci do céu, não para fazer a 
minha própria vontade, e sim a vontade daquele 
que me enviou. 
39 E a vontade de quem me enviou é esta: que 
nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo 
contrário, eu o ressuscitarei no último dia. 
40 De fato, a vontade de meu Pai é que todo 
homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida 
eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” (João 
6.37-40). 
“16 Respondeu-lhes Jesus: O meu ensino não é 
meu, e sim daquele que me enviou. 
17 Se alguém quiser fazer a vontade dele, 
conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de 
Deus ou se eu falo por mim mesmo. 
18 Quem fala por si mesmo está procurando a 
sua própria glória; mas o que procura a glória de 
quem o enviou, esse é verdadeiro, e nele não há 
injustiça.” (João 7.16-18). 
Disso também dão testemunho os profetas e os 
Salmos: 
“6 Sacrifícios e ofertas não quiseste; abriste os 
meus ouvidos; holocaustos e ofertas pelo 
pecado não requeres. 
15 
 
7 Então, eu disse: eis aqui estou, no rolo do livro 
está escrito a meu respeito; 
8 agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; 
dentro do meu coração, está a tua lei. 
9 Proclamei as boas-novas de justiça na grande 
congregação; jamais cerrei os lábios, tu o sabes, 
SENHOR. 
10 Não ocultei no coração a tua justiça; 
proclamei a tua fidelidade e a tua salvação; não 
escondi da grande congregação a tua graça e a 
tua verdade.” (Salmo 40.6-10). 
“1 Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu 
escolhido, em quem a minha alma se compraz; 
pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o 
direito para os gentios. 
2 Não clamará, nem gritará, nem fará ouvir a sua 
voz na praça. 
3 Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a 
torcida que fumega; em verdade, promulgará o 
direito. 
4 Não desanimará, nem se quebrará até que 
ponha na terra o direito; e as terras do mar 
aguardarão a sua doutrina. 
16 
 
5 Assim diz Deus, o SENHOR, que criou os céus 
e os estendeu, formou a terra e a tudo quanto 
produz; que dá fôlego de vida ao povo que nela 
está e o espírito aos que andam nela. 
6 Eu, o SENHOR, te chamei em justiça, tomar-te-
ei pela mão, e te guardarei, e te farei mediador 
da aliança com o povo e luz para os gentios; 
7 para abrires os olhos aos cegos, para tirares da 
prisão o cativo e do cárcere, os que jazem em 
trevas.” (Isaías 42.1-7). 
Da submissão de Jesus ao Pai deram também 
testemunho os apóstolos: 
“3 Nada façais por partidarismo ou vanglória, 
mas por humildade, considerando cada um os 
outros superiores a si mesmo. 
4 Não tenha cada um em vista o que é 
propriamente seu, senão também cada qual o 
que é dos outros. 
5 Tende em vós o mesmo sentimento que houve 
também em Cristo Jesus, 
6 pois ele, subsistindo em forma de Deus, não 
julgou como usurpação o ser igual a Deus; 
17 
 
7 antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a 
forma de servo, tornando-se em semelhança de 
homens; e, reconhecido em figura humana, 
8 a si mesmo se humilhou, tornando-se 
obediente até à morte e morte de cruz. 
9 Pelo que também Deus o exaltou 
sobremaneira e lhe deu o nome que está acima 
de todo nome, 
10 para que ao nome de Jesus se dobre todo 
joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, 
11 e toda língua confesse que Jesus Cristo é 
Senhor, para glória de Deus Pai.” (Filipenses 2.3-
11). 
Nosso Senhor Jesus Cristo demonstrou na 
prática até que ponto Ele estava submisso ao Pai 
e comprometido com a Sua vontade, ao ter 
caminhado voluntariamente para se entregar à 
morte ignominiosa da cruz. 
Cabe destacar que a mesma disposição em 
submissão é requerida dos crentes conforme 
palavras do apóstolo João: 
“Nisto conhecemos o amor: que Cristo deua sua 
vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos 
irmãos.” (I João 3.16). 
18 
 
“5 Por isso, ao entrar no mundo, diz: Sacrifício e 
oferta não quiseste; antes, um corpo me 
formaste; 
6 não te deleitaste com holocaustos e ofertas 
pelo pecado. 
7 Então, eu disse: Eis aqui estou (no rolo do livro 
está escrito a meu respeito), para fazer, ó Deus, 
a tua vontade. 
8 Depois de dizer, como acima: Sacrifícios e 
ofertas não quiseste, nem holocaustos e 
oblações pelo pecado, nem com isto te 
deleitaste (coisas que se oferecem segundo a 
lei), 
9 então, acrescentou: Eis aqui estou para fazer, ó 
Deus, a tua vontade. Remove o primeiro para 
estabelecer o segundo. 
10 Nessa vontade é que temos sido santificados, 
mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma 
vez por todas. 
11 Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia, 
a exercer o serviço sagrado e a oferecer muitas 
vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais 
podem remover pecados; 
19 
 
12 Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, 
um único sacrifício pelos pecados, assentou-se 
à destra de Deus, 
13 aguardando, daí em diante, até que os seus 
inimigos sejam postos por estrado dos seus pés. 
14 Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou 
para sempre quantos estão sendo santificados.” 
(Hebreus 10.5-14). 
O que se diz da submissão de Jesus, também se 
aplica ao Espírito Santo. 
“12 Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós 
não o podeis suportar agora; 
13 quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele 
vos guiará a toda a verdade; porque não falará 
por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido 
e vos anunciará as coisas que hão de vir. 
14 Ele me glorificará, porque há de receber do 
que é meu e vo-lo há de anunciar.” (João 16.12-
14). 
Tudo o que Jesus fez em seu ministério terreno 
foi pela direção e poder do Espírito Santo, mas 
ao derramar o Espírito Santo a partir do 
Pentecostes, tudo o que o Espírito faz é por 
receber de Jesus e para glorificá-lo. 
20 
 
Qual argumento mais poderoso 
necessitaríamos para nos convencer de vez da 
importância de não buscarmos fazer a nossa 
própria vontade, senão somente a de Deus? 
“27 E, se eu expulso demônios por Belzebu, por 
quem os expulsam vossos filhos? Por isso, eles 
mesmos serão os vossos juízes. 
28 Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito 
de Deus, certamente é chegado o reino de Deus 
sobre vós.” (Mateus 12.27,28). 
Quanto a este assunto muito importante de se 
fazer a vontade de Deus, temos muitos 
argumentos nas Escrituras para tanto, como por 
exemplo na própria abertura das palavras da 
oração Dominical, que resume em modelo tudo 
o que importa se lembrado, buscado e realizado 
em nossa relação com Deus. Não se diz ali “seja 
feita a Tua vontade assim na terra como é feita 
no céu”? Não se diz também que “o nome de 
Deus deve ser santificado por nós”? Se a 
primeira petição aponta para o efeito, o 
resultado esperado, que é se fazer a vontade de 
Deus, a segunda aponta para o meio como isto 
deve ser feito, ou seja, vivendo nós em 
verdadeira santificação. Para isto fica 
subentendida a necessidade de um novo 
nascimento do Espírito Santo e de uma negação 
21 
 
do nosso ego para a crucificação e 
despojamento da carne que é o princípio 
operativo do pecado que reside em nós. Não 
temos portanto aqui, o ensino de meras palavras 
para serem pronunciadas em oração, mas a 
indicação do modo pelo qual nos importa viver 
para o agrado de Deus. 
Tudo o que se refira à vida espiritual gira e 
gravita em torno disso, e sem isso, não há real 
sentido espiritual em tudo o que fizermos. 
“1 Finalmente, irmãos, nós vos rogamos e 
exortamos no Senhor Jesus que, como de nós 
recebestes, quanto à maneira por que deveis 
viver e agradar a Deus, e efetivamente estais 
fazendo, continueis progredindo cada vez mais; 
2 porque estais inteirados de quantas instruções 
vos demos da parte do Senhor Jesus. 
3 Pois esta é a vontade de Deus: a vossa 
santificação, que vos abstenhais da prostituição; 
4 que cada um de vós saiba possuir o próprio 
corpo em santificação e honra, 
5 não com o desejo de lascívia, como os gentios 
que não conhecem a Deus; 
22 
 
6 e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem 
defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra 
todas estas coisas, como antes vos avisamos e 
testificamos claramente, é o vingador, 
7 porquanto Deus não nos chamou para a 
impureza, e sim para a santificação. 
8 Dessarte, quem rejeita estas coisas não rejeita 
o homem, e sim a Deus, que também vos dá o 
seu Espírito Santo.” (I Tessalonicenses 4.1-8). 
“1 Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias 
de Deus, que apresenteis o vosso corpo por 
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o 
vosso culto racional. 
2 E não vos conformeis com este século, mas 
transformai-vos pela renovação da vossa mente, 
para que experimenteis qual seja a boa, 
agradável e perfeita vontade de Deus. 
3 Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada 
um dentre vós que não pense de si mesmo além 
do que convém; antes, pense com moderação, 
segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada 
um. 
4 Porque assim como num só corpo temos 
muitos membros, mas nem todos os membros 
têm a mesma função, 
23 
 
5 assim também nós, conquanto muitos, somos 
um só corpo em Cristo e membros uns dos 
outros, 
6 tendo, porém, diferentes dons segundo a 
graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo 
a proporção da fé; 
7 se ministério, dediquemo-nos ao ministério; 
ou o que ensina esmere-se no fazê-lo; 
8 ou o que exorta faça-o com dedicação; o que 
contribui, com liberalidade; o que preside, com 
diligência; quem exerce misericórdia, com 
alegria. 
9 O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, 
apegando-vos ao bem. 
10 Amai-vos cordialmente uns aos outros com 
amor fraternal, preferindo-vos em honra uns 
aos outros. 
11 No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos 
de espírito, servindo ao Senhor; 
12 regozijai-vos na esperança, sede pacientes na 
tribulação, na oração, perseverantes; 
13 compartilhai as necessidades dos santos; 
praticai a hospitalidade; 
24 
 
14 abençoai os que vos perseguem, abençoai e 
não amaldiçoeis. 
15 Alegrai-vos com os que se alegram e chorai 
com os que choram. 
16 Tende o mesmo sentimento uns para com os 
outros; em lugar de serdes orgulhosos, 
condescendei com o que é humilde; não sejais 
sábios aos vossos próprios olhos. 
17 Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-
vos por fazer o bem perante todos os homens; 
18 se possível, quanto depender de vós, tende 
paz com todos os homens; 
19 não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas 
dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me 
pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o 
Senhor. 
20 Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, 
dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; 
porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas 
sobre a sua cabeça. 
21 Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal 
com o bem.” (Romanos 12.1-21). 
25 
 
“27 Porque todas as coisas sujeitou debaixo dos 
pés. E, quando diz que todas as coisas lhe estão 
sujeitas, certamente, exclui aquele que tudo lhe 
subordinou. 
28 Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem 
sujeitas, então, o próprio Filho também se 
sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, 
para que Deus seja tudo em todos.” (I Cor 
15.27,28). 
“17 Por esta razão, não vos torneis insensatos, 
mas procurai compreender qual a vontade do 
Senhor. 
18 E não vos embriagueis com vinho, no qual há 
dissolução, mas enchei-vos do Espírito, 
19 falando entre vós com salmos, entoando e 
louvando de coração ao Senhor com hinos e 
cânticos espirituais, 
20 dando sempre graças por tudo a nosso Deus e 
Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, 
21 sujeitando-vos uns aos outros no temor de 
Cristo.” (Efésios 5.17-21). 
“12 Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, 
santos e amados, de ternos afetos de26 
 
misericórdia, de bondade, de humildade, de 
mansidão, de longanimidade. 
13 Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos 
mutuamente, caso alguém tenha motivo de 
queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos 
perdoou, assim também perdoai vós; 
14 acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que 
é o vínculo da perfeição. 
15 Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso 
coração, à qual, também, fostes chamados em 
um só corpo; e sede agradecidos. 
16 Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; 
instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em 
toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, 
e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em 
vosso coração. 
17 E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em 
ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando 
por ele graças a Deus Pai.” (Colossenses 3.12-17). 
Quando somos persuadidos da verdade 
conforme ela é em Jesus Cristo, aí então é que 
podemos ver e entender que de fato o Seu reino 
não é deste mundo, e quão abominável para 
Deus é aquilo que o mundo considera elevado. 
Quando foi que o mundo estimou a submissão? 
27 
 
A virtude necessária para a comunhão é 
considerada pelo mundo como uma grande 
fraqueza, e é tida em grande desprezo. Disso 
devemos nos cuidar portanto, especialmente 
em nossos dias que que se vê rebelião por toda 
parte. 
Tão preciosa e necessária é a submissão a quem 
é devida, que nos é recomendada não apenas em 
relação a Deus, mas aos mais velhos, às 
autoridades, aos patrões, e dos filhos aos pais, 
das esposas aos maridos, e em tudo devemos 
honrar a quem a honra é devida. Como 
atenderemos ao mandamento divino sem que 
tenhamos um espírito diferente do de Cristo 
que é manso e humilde de coração? 
O que responde por toda a violência e rebelião 
que são vistas no mundo, inclusive nas próprias 
famílias? Falta de submissão de uns aos outros. 
Por isso Jesus diz que no reino de Deus o menor 
é como o maior, e o maior como o menor. Que o 
maior é o servo de todos. 
“42 Mas Jesus, chamando-os para junto de si, 
disse-lhes: Sabeis que os que são considerados 
governadores dos povos têm-nos sob seu 
domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem 
autoridade. 
28 
 
43 Mas entre vós não é assim; pelo contrário, 
quem quiser tornar-se grande entre vós, será 
esse o que vos sirva; 
44 e quem quiser ser o primeiro entre vós será 
servo de todos. 
45 Pois o próprio Filho do Homem não veio para 
ser servido, mas para servir e dar a sua vida em 
resgate por muitos.” (Marcos 10.42-45). 
“Obedecei aos vossos guias e sede submissos 
para com eles; pois velam por vossa alma, como 
quem deve prestar contas, para que façam isto 
com alegria e não gemendo; porque isto não 
aproveita a vós outros.” (Hebreus 13.17). 
“13 Sujeitai-vos a toda instituição humana por 
causa do Senhor, quer seja ao rei, como 
soberano, 
14 quer às autoridades, como enviadas por ele, 
tanto para castigo dos malfeitores como para 
louvor dos que praticam o bem. 
15 Porque assim é a vontade de Deus, que, pela 
prática do bem, façais emudecer a ignorância 
dos insensatos; 
29 
 
16 como livres que sois, não usando, todavia, a 
liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo 
como servos de Deus. 
17 Tratai todos com honra, amai os irmãos, 
temei a Deus, honrai o rei. 
18 Servos, sede submissos, com todo o temor ao 
vosso Senhor, não somente se for bom e 
cordato, mas também ao perverso; 
19 porque isto é grato, que alguém suporte 
tristezas, sofrendo injustamente, por motivo de 
sua consciência para com Deus.” (I Pedro 2.13-
19). 
“Rogo igualmente aos jovens: sede submissos 
aos que são mais velhos; outrossim, no trato de 
uns com os outros, cingi-vos todos de 
humildade, porque Deus resiste aos soberbos, 
contudo, aos humildes concede a sua graça.” (I 
Pedro 5.5).

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