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Pai. Não devemos estranhar que Jesus Cristo deva obediência ao seu Pai, pois ele também é homem, e, como tal, tem de exercitar todos os seus devere...

Pai. Não devemos estranhar que Jesus Cristo deva obediência ao seu Pai, pois ele também é homem, e, como tal, tem de exercitar todos os seus deveres perante a lei de Deus. Ele teve de cumprir todos os mandamentos para nos livrar da obrigação de cumpri-los para a obtenção da vida eterna, por isso ele obedeceu perfeitamente todos os mandamentos. Contudo, a nossa obediência, que é uma obediência de amor e gratidão para com aquele que nos remiu, torna-se um dever para nós. Quando obedecemos aos mandamentos de Cristo damos evidência de que estamos no amor de Cristo. Em outras palavras, quando obedecemos aos seus mandamentos, damos prova de que Cristo realmente nos ama, assim como a obediência de Cristo ao Pai mostra que ele permanecia no amor do Pai. Na verdade, em última instância, a nossa obediência está vinculada ao amor de Cristo por nós. Não haveria, de forma alguma, obediência da nossa parte se não houvesse da parte dele o amor por nós. Esse amor de Cristo por nós é um amor “que antecede o nosso amor, acompanha o nosso amor, segue o nosso amor, e no próprio processo de fazê-lo, cria mais amor dele em nosso coração, de forma que, por assim dizer, começa outro ciclo de amor, o qual é, todavia, melhor que o primeiro. Dessa forma, o crente se sente atraído sempre mais intimamente a Deus em Cristo”.509 Essa obediência é produto desse amor e ao mesmo tempo é dita ser a resposta de Cristo à nossa obediência. Por isso, o seu amor também é dito ser permanente em nós. Da mesma forma, o Filho encarnado obedeceu todos os mandamentos do seu Pai em virtude do amor do Pai por ele, amor esse no qual ele permaneceu. Quando os cristãos obedecem ao seu Redentor, eles dão evidência clara do amor de Cristo por eles e de que eles continuam a desfrutar desse amor permanecendo nele. Quanto mais os cristãos obedecem a Cristo, mais o amor de Cristo é aperfeiçoado neles. Pelo menos foi isso o que João disse: “Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele verdadeiramente tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou” (1Jo 2.5, 6). 4. OS QUE OBEDECEM A CRISTO MOSTRAM QUE CRÊEM NELE Romanos 1.5 – “... por intermédio de quem [Jesus Cristo] viemos a receber graça e apostolado por amor do seu nome, para a obediência por fé (u(pakoh
pi/stewj), entre todos os gentios.” O verso acima traduz obediência por “fé”. Como o genitivo usado no grego não define o sentido a ser dado à expressão, prefiro traduzir o verso como “obediência de fé” ou “obediência através da fé”, o que o genitivo grego também permite. Leenhardt diz que “a expressão não é explícita. Pode, pois, designar a obediência do crente quanto ao que é o conteúdo da fé objetiva que lhe é pregada ou a obediência do crente, que se entende por fé, ou, ainda, a obediência que leva à fé”.510 Todavia, prefiro pensar na obediência que torna evidente a fé, e não na obediência que conduz à fé, pois creio que este pensamento está mais de acordo com o ensino da totalidade das Escrituras. A obediência que devemos a Cristo não pode estar desconectada da fé, assim como não deve estar desconectada do nosso amor por ele. Hendriksen diz que “tal obediência está baseada na fé e emana da fé. De fato, tão estreitamente fé e obediência estão conectadas, que podem ser comparadas a gêmeos idênticos inseparáveis. Quando você vê um, vê o outro. Uma pessoa não pode possuir fé genuína sem possuir obediência, nem vice-versa”.511 Os crentes da igreja de Roma eram conhecidos e tinham fama por causa da sua obediência de fé (cf. Rm 1.8;16.19, 26). Calvino disse que “sobre essa passagem é preciso também notar a natureza da fé, adornada com o título de obediência, porque o Senhor nos chama pelo Evangelho, e pela fé respondemos. De modo contrário, a incredulidade é o cúmulo da rebelião contra Deus”.512 Quando obedecemos ao Senhor Jesus, portanto, mostramos que cremos nele assim como mostram a sua descrença aqueles que o desobedecem. 5. OS QUE OBEDECEM A CRISTO MOSTRAM QUE SÃO ELEITOS DE DEUS 1 Pedro 1.2 – “... eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo: graça e paz vos sejam multiplicadas.” A eleição tem vínculo com a obra trinitária da Divindade. Ela está vinculada à presciência de Deus Pai, que diz respeito ao amor de antemão que Deus dedicou a eles. Confira essa idéia no texto de Romanos 8.29, onde o verbo “conhecer” deve ser entendido hebraisticamente, isto é, no sentido de envolvimento de amor. Da mesma forma ele deve ser entendido aqui em Pedro. A presciência de Deus Pai, aqui, nada tem a ver com as coisas que Deus sabia de antemão que haveriam de acontecer no futuro, mas tem a ver com o amor de antemão que Deus tem por seus eleitos. Na verdade, eles são eleitos com base nesse amor de antemão (“presciência”). A eleição também está vinculada à obra da santificação do Espírito. A eleição não pode estar dissociada da santificação, porque somos eleitos para que um dia a santidade passe a ser nossa, uma santidade como a de Cristo segundo a sua humanidade. Paulo afirma que Deus nos escolheu em Cristo para sermos santos e irrepreensíveis perante ele” (Ef 1.4). Portanto, nunca separe a eleição da nossa santificação operada pelo Espírito Santo. A eleição também está vinculada à obra de Jesus Cristo. Os eleitos de Deus são beneficiários da obra expiatória de Cristo. O texto diz que eles são eleitos “para a aspersão do sangue de Cristo”. Todos os eleitos de Deus morrem sob o castigo de Deus quando eles são contados em Cristo, na sua morte de sangue. Todavia, além de todas essas coisas, a eleição também está vinculada à nossa obediência. Atenção: fomos eleitos na eternidade não por causa da nossa futura obediência na história, mas para que fôssemos obedientes, ou eleitos para a obediência. Essa obediência deve ser produto do nosso amor por Cristo, produto de nossa fé em Cristo, mas, antes de tudo isso, a nossa obediência é evidência de que somos eleitos em Cristo. “Quando Israel se tornou o povo peculiar de Deus, ele, por sua seleção de acordo com a sua vontade soberana, externamente os separou para si, para que fossem sujeitos às suas leis. Da mesma forma, quando os indivíduos são selecionados por Deus para formar uma parte de seu povo peculiar sob uma economia melhor, de acordo com a sua presciência, e são espiritualmente separados, é para que eles possam obedecer sua lei – para que possam crer no evangelho...”.513 Portanto, quando obedecemos a Cristo, damos prova de que somos eleitos de Deus, confirmando, portanto, a nossa “vocação e eleição” (2Pe 1.10). C. OS RESULTADOS DA OBEDIÊNCIA DE AMOR 1. BEM-AVENTURANÇA Lucas 11.27, 28 – “Ora, aconteceu que, ao dizer Jesus estas palavras, uma mulher, que estava entre a multidão, exclamou e disse-lhe: Bem-aventurada aquela que te concebeu e os seios que te amamentaram! Ele, porém, respondeu: Antes bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam!” Esses versos apontam para as pessoas que se alegram pelas coisas que não são importantes. Em virtude do ensino maravilhoso de Jesus, mencionado nos versos anteriores, a mulher do texto considerou bem-aventurada Maria, que havia concebido Jesus em seu ventre, e bem-aventurados os

Essa pergunta também está no material:

Coleção fé evangélica - Heber Carlos de Campos - A união das naturezas do Redentor 672
672 pág.

Teologia Universidade Estácio de SáUniversidade Estácio de Sá

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Desculpe, mas sua pergunta parece ser um trecho extenso de um texto religioso. Se precisar de ajuda com alguma dúvida específica sobre o assunto, estou à disposição para ajudar.

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