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@resumosdamed_ 1 EXAME DOS LINFONODOS SISTEMA LINFATICO Constituído pela linfa, vasos linfáticos e órgãos linfáticos, ele é acessório ao sistema circulatório e ativa a resposta imunológica. LINFONODOS Linfonodos, também chamados de gânglios linfáticos, são órgãos formados por tecido linfoide e estão distribuídos por todo nosso corpo. Eles estão localizados, por exemplo, nas axilas, na virilha e no pescoço e estão ligados a vasos linfáticos. CARACTERÍSTICAS DOS LINFONODOS: Os linfonodos possuem tamanhos variados, alguns têm cerca de 1mm de comprimento e outros têm até 2 cm. Apresentam, de maneira geral, um formato que se assemelha ao de um feijão. Possuem uma porção chamada hilo, que é o local por onde entram as artérias e saem as veias e vasos linfáticos eferentes. No linfonodo também há a presença de vasos linfáticos aferentes localizados no lado oposto ao hilo. Eles possuem uma cápsula que os envolve e que forma, em seu interior, compartilhamentos incompletos. Logo abaixo da cápsula, temos uma região chamada cortical e, mais ao centro, temos a região chamada medular. Nos linfonodos, encontramos diferentes células, tais como linfócitos B, plasmócitos, macrófagos, células reticulares e células foliculares dendríticas. Os plasmócitos, normalmente, encontram-se em maior número na medula, se comparados com a quantidade em que se apresentam na região cortical. Podemos concluir, então, que os linfonodos estão relacionados com nosso sitema imune. FUNÇÃO DOS LINFONODOS: A função dos linfonodos é filtrar a linfa (líquido incolor com composição semelhante à do plasma sanguíneo), garantindo, assim, a remoção de partículas estranhas e evitando que estas entrem no sistema circulatório quando a linfa retornar. A remoção de partículas estranhas acontece graças às células do sistema imunológico que estão presentes no órgão. A circulação da linfa no linfonodo segue apenas uma direção, penetrando, através dos vasos linfáticos aferentes, pelo lado convexo do órgão e saindo pelo hilo, através dos vasos linfáticos eferentes. GRUPOS GANGLIONARES • Grupo ganglionar da cabeça e do pescoço: os linfonodos da cabeça e do pescoço são aproximadamente 300 e correspondem a 30% do total dos linfonodos do corpo humano. Na região cervical, os linfonodos são classificados em seis níveis, dentro dos triângulos anatômicos do pescoço. Na região da base do crânio e na face estão localizadas as seguintes cadeias ganglionares: occipital, pré- auricular, retroauricular, parotídea e faciais/bucais. • Grupo ganglionar dos membros superiores: Linfonodos axilares Linfonodos epitrocleanos • Grupo ganglionar dos membros inferiores: Linfonodos das virilhas Linfonodos poplíteos @resumosdamed_ 2 • Grupo ganglionar do tórax. • Grupo ganglionar do abdome. EXAME FÍSICO O exame dos linfonodos se faz por meio da inspeção e da palpação, um método completando o outro. INSPEÇÃO E PALPAÇÃO • A inspeção deve seguir a regra de ser feita sempre com boa iluminação, abrangendo homogeneamente a região examinada, que deve estar despida. • O lado contralateral deve ser sempre comparado. • A palpação é realizada com as polpas digitais e a face ventral dos dedos médio, indicador e polegar; no caso da extremidade cervical, ajusta-se a cabeça em uma posição que relaxe os músculos do pescoço, inclinando levemente a cabeça para o lado que se deseja examinar. • Os linfonodos cervicais são mais facilmente palpáveis com o examinador posicionado atrás do paciente. • Os linfonodos da cadeia jugular são mais bem examinados apreendendo-se o músculo esternocleidomastóideo entre o polegar e os dedos indicador e médio de uma das mãos. • Complementa-se o exame utilizando as polpas digitais da mão direita para a palpação dos linfonodos do nível I. • Para o exame dos grupos ganglionares do nível V, com a mão esquerda segura-se delicadamente a cabeça do paciente, em ligeira rotação, utilizando-se as polpas digitais da mão direita executando-se movimentos circulares, delicadamente, na região correspondente aos linfonodos. • A palpação dos linfonodos das cadeias bucal, parotídea, préauricular, retroauricular e occipital deve ser feita por compressão bidigital, utilizando a polpa dos dedos indicador e médio, executando-se movimentos giratórios. Localização dos grupos de linfonodos, áreas de drenagem e as principais causas que levam às linfadenopatias de cada grupo. Grupo ganglionar da cabeça e pescoço Área de drenagem (mais comum) Causas Nível I Cavidade oral (dentes, gengiva, palato, língua, soalho bucal), lábios, Infecções virais do trato respiratório alto, infecções bacterianas, @resumosdamed_ 3 Situa-se entre mandíbula, músculos digástricos e osso hioide. Trígono submentual (IIA); trígono submandibular (IIB). Inclui linfonodos submentuais e submandibulares glândula submandibular, glândula sublingual, seios paranasais, face infecções por micobactérias, toxoplasmose, citomegalovirose, rubéola, infeccões dentárias e periodontais, mononucleose. Neoplasias da cabeça e do pescoço, leucemias e linfomas Nível II Corresponde ao terço superior, situando-se entre o estilo- hioide e a bifurcação da artéria carótida (esta última corresponde à projeção do osso hioide). Inclui: linfonodos jugulares altos (jugulocarotídeos), jugulodigástricos e linfonodos posteriores próximos ao XI par craniano Couro cabeludo, pele, nasofaringe, faringe, parótida, laringe supraglótica Infecções no couro cabeludo, infecções por micobactérias. Neoplasias da pele, linfomas, carcinoma escamoso da cabeça e do pescoço Nível III Localiza-se abaixo da bifurcação (clinicamente corresponde à projeção do hioide), separado inferiormente no ponto onde o músculo omohióideo cruza a veia jugular interna (externamente visualizado como a borda inferior da cartilagem cricoide).Contém os linfonodos jugulares médios Tireoide, laringe ,gengiva maxilar, porção posterior do palato, raiz e borda lateral da língua, soalho bucal, glândulas submandibulares e sublinguais, região anterior do pescoço, esôfago, mamas, pulmão e tireoide Infecções virais do trato respiratório alto, infecções dentárias, toxoplasmose, citomegalovirose, rubéola, monocucleose. Neoplasias da cabeça e do pescoço, leucemias e linfomas Nível IV Compreende os linfonodos jugulares inferiores, os escalenos e os supraclaviculares, que estão abaixo do terço inferior do músculo esternocleidomastóideo até a clavícula Nível V Linfonodos ao longo do nervo acessório, contidos no trígono cervical posterior Couro cabeludo, parte superior do tórax, nasofaringe e faringe, esôfago, tireoide, pulmão, mamas Infecções no couro cabeludo, infecções da pele. Neoplasias da pele, linfomas, carcinoma escamoso da cabeça e do pescoço Nível VI Situam-se entre as duas carótidas, com o osso hioide superiormente e a fúrcula inferiormente. Inclui os linfonodos paratraqueais e pré- traqueais, peritireoidianos e pré-cricoides Trato gastrintestinal, trato geniturinário ,pulmão, laringe e tireoide Neoplasias intra- abdominais, torácicas, doenças da laringe, da tireoide, infecções fúngicas e micobacterioses Occipitais Estão dispostos na superfície dos processos occipitais externos Drenam a parte posterior do couro cabeludo e pescoço Infecções do couro cabeludo, rubéola, linfomas Pré-auriculares e parotídeos Situam-se anteriormente à orelha e em associação com as artérias temporal superficial e facial transversa, na superfície e profundamente nas glândulas parótidas (intra e extraglandular). Das glândulas salivares maiores, a parótida é Drenam porção superior da face, região temporal, glândulas parótidas, parte posterior das bochechas e parte do couro cabeludo Infecções da orelha externa e ATM; infecções das glândulas parótidas. Carcinoma escamoso do lábio, linfomas @resumosdamed_4 aúnica a apresentar linfonodos intraglandulares Retroauriculares (mastóideos) Posteriormente à orelha, próximo à fixação do músculo esternocleidomastóideo Drenam a metade posterolateral do couro cabeludo Infecções Bucais Linfonodos localizados n a superfície do músculo bucinador, próximo à comissura labial e asa do nariz Drenam a zona intermediária da face(entre maxila e mandíbula, acompanhando a artéria e a veia facial) Infecções Linfonodos infraclaviculares Mamas e parte superior do braço Linfoma não Hodgkin Neoplasias da mama Linfonodos axilares Mama, braço e parede torácica Infecções da pele, doença da arranhadura do gato, tularemia, esporotricose, sarcoidose, sífilis, brucelose, leishmaniose, hanseníase. Neoplasias da mama e da pele, linfomas, leucemias, sarcoma de Kaposi Linfonodos epitrocleanos Forame ulnar e mão Infecções da pele, hanseníase, linfoma, neoplasias da pele Linfonodos inguinais Genitália, períneo, ânus, órgãos genitais internos e membros inferiores Infecções cutâneas, doenças sexualmente transmissíveis, adenopatia reacional benigna. Linfoma, neoplasia do pênis, da vulva e do ânus, neoplasia de tecidos moles, sarcoma de Kaposi Linfomas poplíteos Pernas e pés Infecções • Para a palpação dos linfonodos axilares, retropeitorais e epitrocleanos, o examinador deve se colocar à frente do paciente. Com o paciente sentado ou de pé, o examinador segura gentilmente o membro superior do lado a ser examinado, ligeiramente fletido, com a mão heteróloga. A fossa axilar será examinada com a mão heteróloga, em posição de @resumosdamed_ 5 garra. Deve-se executar deslizamento suave com a pele contra o gradil costal da região axilar e infraaxilar, na região anterior, medial e posterior da fossa axilar. • A palpação dos linfonodos retropeitorais é realizada com o examinador em frente ao paciente, e, com a mão em pinça, procede-se à compressão e ao deslizamento em toda a face posterior acessível do músculo grande peitoral. • A palpação dos linfonodos epitrocleanos se faz em continuação à palpação dos linfonodos axilares e retropeitorais. Para isso, mantém-se o membro superior do paciente em flexão, segurando o antebraço com a mão heteróloga. Com a mão contrária, em posição de “pinça”, procede-se à compressão e ao deslizamento da goteira epitrocleana. Geralmente, apenas um linfonodo é palpável neste local. O paciente deve estar deitado, com a região a ser examinada despida, sendo a palpação dos linfonodos inguinais ou crurais feita com os dedos do examinador em extensão, deslizando suavemente, em movimentos circulares ou lineares. A palpação dos linfonodos poplíteos é realizada com o paciente em decúbito ventral, com a perna semifletida. O examinador mantém os dedos estendidos ou em garra. Cumpre ressaltar que os linfonodos desta região raramente são palpáveis. Completa-se a investigação examinando o trajeto dos linfáticos. Havendo linfangite, surgem na pele finas estrias vermelhas. • Os linfonodos profundos raramente são palpáveis, exceto quando hipertrofiados, formando blocos ganglionares. Podem ser avaliados pelos exames de imagem. CARACTERÍSTICAS DO EXAME FÍSICO Em condições normais, os linfonodos são individualizados, móveis, indolores, e têm consistência borrachosa. As características descritas a seguir devem ser analisadas. • Localização: necessário saber-se não apenas a localização com referência aos grupamentos ganglionares, mas na própria cadeia ganglionar quais linfonodos estão comprometidos, pois o reconhecimento do linfonodo alterado permite ao médico deduzir as áreas drenadas ou órgãos afetados • Tamanho ou volume: descreve-se esta característica estimando o seu diâmetro em centímetros. Normalmente, os linfonodos variam de 0,5 a 2,5 cm de diâmetro. Linfonodos palpáveis podem ser normais em adultos. Nestes casos são bem individualizados, móveis e indolores • Coalescência: é a junção de dois ou mais linfonodos, formando massa de limites imprecisos. A coalescência é determinada por processo inflamatório ou neoplásico da cápsula dos linfonodos acometidos, que os une firmemente, indicando certa duração na evolução da doença • Consistência: o linfonodo pode estar endurecido ou amolecido, com flutuação ou não. A primeira é própria dos processos neoplásicos ou @resumosdamed_ 6 inflamatórios com fibrose. Quando mole e/ou com flutuação, indica, em geral, processo inflamatório e/ou infeccioso com formação purulenta • Mobilidade: com palpação deslizante ou, se possível, fixandoo entre o polegar e o indicador, procurase deslocar o linfonodo, o qual pode ser móvel ou estar aderido aos planos profundos. Esses caracteres indicam comprometimento capsular com as estruturas adjacentes • Sensibilidade: o linfonodo pode estar doloroso ou não. Geralmente, as adenopatias infecciosas bacterianas agudas são dolorosas, podendo acompanharse de outras características inflamatórias. São pouco dolorosos nos processos infecciosos crônicos e, em geral, indolores nas infecções virais e nos processos parasitários. Os linfonodos metastáticos, além de consistência pétrea, são indolores. Os linfonodos leucêmicos ou linfomatosos são indolores ou levemente doloridos • Alteração da pele: observar a presença de sinais flogísticos (edema, calor, rubor e dor), e de fistulização, descrevendose o tipo de secreção que flui pela fístula. LINFADENOMEGALIA CAUSAS • Infecciosas: bactérias, vírus, fungos, micobacterias, clamídia, parasitas. • Inflamatórias: doenças autoimunes, reação a fármacos, sarcoidose. • Neoplásicas: metástases, linfomas, leucemias. • Infiltrativas: gaucher, amiloidose. • HTLV:virus linfotropico humano • Atinge linfocitos T DOENÇA DE GAUCHER: Ocorre quando o organismo do paciente não consegue eliminar um tipo de gordura chamado glicocerebrosídeo. O acúmulo desta substância nas células causa inchaço em alguns órgãos, em especial o fígado e o baço. Tais células afetadas também se acumulam na medula óssea, enfraquecendo os ossos. LINFONODO SUPRACLAVICULAR D: • Neoplasias de pulmão, medistino, esofago, linfoma hodkins, metasatases. LINFONODO SUPRACLAVICULAR E: • Nodo de virchow; sinal de troisier; metastases abdominais; estomago, vesícula biliar, pâncreas, rins, testiculos, ovarios ou próstata. LINFOMAS • Os linfomas compreendem tanto os linfomas de Hodgkin quanto os linfomas não Hodgkin. LINFOMA DE HODGKIN • O linfoma de Hodgkin é caracterizado pela presença de células grandes e facilmente identificáveis no linfonodo acometido, conhecidas com células de Reed-Sternberg. Essas células – as únicas verdadeiramente neoplásicas no linfoma de Hodgkin – são geralmente observadas em número reduzido, em meio a uma mistura de células inflamatórias e estromais no tecido tumoral. É uma forma de câncer que se origina nos linfonodos do sistema linfático. LINFOMA DE NÃO HODGKIN • Os linfomas não Hodgkin, muito mais comuns, também são predominantemente derivados de linfócitos B, sendo que alguns casos originam-se de linfócitos T ou NK. • Ao contrário do linfoma de Hodgkin, os linfomas não Hodgkin não têm um tipo celular característico, apresentando expressiva heterogeneidade morfológica, imunofenotípica e genética. Outra diferença é que nos linfomas não Hodgkin há um contingente menos significativo de células inflamatórias e estromais no tecido tumoral, e a @resumosdamed_ 7 grande maioria das células são clonais, derivadas de um precursor linfoide comum que sofreu transformação neoplásica. • Do ponto de vista clínico, os pacientes com linfoma de Hodgkin geralmente se apresentam de forma relativamente homogênea, com linfonodos aumentados, particularmente na região cervical, de origem unicêntrica, e sem doença extranodal, i.e., sem doença em órgãos que não pertencem ao sistema imune. O linfoma de Hodgkin tem um padrão de progressão previsível, disseminando-se por invasãocontígua de cadeias ganglionares adjacentes. EXTRAS @resumosdamed_ 8 REFERÊNCIA Semiologia Médica 8ª Edição http://www.oncoguia.org.br/conteudo/linfonodos-e-cancer/6814/1/ https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/linfoma-de-hodgkin
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