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Teoria Geral das Obrigações- aula 01 ( Notas de Aula) Prof: Cimon Hendrigo burmann de souza

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Obrigação tem um sentido plural, por 
exemplo, pode se utilizar esse termo em 
um sentido de dever jurídico. Entretanto, 
não se observa esse sentido obrigacional 
no direito civil. Desse modo, o conceito 
técnico na teoria geral das obrigações 
é o vínculo jurídico entre o credor e o 
devedor tendo por objeto uma prestação 
de dar, fazer ou não fazer algo. 
 
Ex: contrato de prestação de serviços 
advocatícios (fazer alguma coisa) 
 
 
No Direito Romano o devedor e credor 
tinham um (vínculo pessoal), 
personalize, mas havia consequências. 
Transmissão das obrigações não era vista 
nesse direito romano, caso não realizasse 
a obrigação o devedor poderia ser 
escravizado pelo credor ou até morto, o 
que era previsto na lei das doze tábuas. 
 
Lex Poetelia Papiria 
 
Proibiu-se a escravização do devedor e o 
tratamento cruel. 
 
A Responsabilidade pessoal passou 
para responsabilidade patrimonial. 
 
Ex: Mariana compra um celular de Joao, 
mas não paga (anteriormente, no direito 
romano, o indivíduo respondia com a sua 
liberdade ou até mesmo com a própria 
vida), posteriormente com a Lex Potelia 
Papira, em que é inspirado o Direito 
brasileiro, Mariana responde seu ato 
obrigacional com seu patrimônio, por 
intermédio de uma ação judicial, o 
credor, no caso, João não pode ir direto 
ao patrimônio do credor, ele deverá ir 
no judiciário para tentar a penhora( 
medida judicial, que consiste em ir no 
patrimônio do devedor para buscar bens 
para satisfazer o direito de crédito do 
credor ). 
 
Obrigação era um vínculo estático: 
Credor = sujeito apenas de direitos 
Devedor= sujeito apenas de deveres 
 
Atualmente, o devedor e o credor 
possuem deveres e direitos, rompendo, 
portanto, com esse ideário estático. 
 
Princípios: 
 
Princípios são normas jurídicas de 
conteúdo intencionalmente vago, pois 
regras jurídicas com conteúdo 
determinado pelo legislador tendem a 
ficar obsoletas rapidamente. Atualmente 
o legislador adota uma nova técnica 
jurídica, legislando através de 
princípios- normas intencionalmente 
vagas, pois havendo transformações 
sociais essas normas não se tornaram 
obsoletas tão rapidamente como ocorre 
em relação as regras. 
 
Os princípios somete a luz do caso 
concreto que se observa a 
incompatibilidade. Ex: qual princípio irá 
prevalecer, o princípio da proteção da 
vida privada ou da liberdade? vacinação 
obrigatória : minha liberdade ou 
interesse social? 
 
Estado Liberal vigorava o 
individualismo, atualmente observa os 
direitos sociais sobrepondo o 
individualismo. Entanto deve haver uma 
harmonização dos interesses sociais e 
individuais. O credor, dessa forma, não 
pode levar a pena os seus interesses, mas 
também os interesses sociais. 
 
Ex: Maria compra coxinha na padaria 
(contrato) a lanchonete para produzir a 
coxinha tem que comprar matéria prima, 
funcionários e o devedor Maria pagou 
impostos, etc. (toda essa questão social). 
 
A função social intrínseca e extrínseca 
 
Eficácia intrínseca da função social 
parte das relações obrigacionais devem 
levar em conta os interesses da outra 
parte. 
Eficácia extrínseca via de mão dupla: 
leva em conta o interesse social, assim 
como o grupo social deve levar em 
interesse os interesses dessas partes da 
relação obrigacional 
Princípio da Boa-fé subjetiva: 
Estado de ignorância, falsa percepção da 
realidade 
Ex: faço posse de um imóvel acreditando 
que estou fazendo de forma legitima, 
mas não estou, a pessoa agiu de boa-fé 
subjetiva. 
 
Princípio da Boa-fé Objetiva: 
 
Obriga as partes agir de forma correta de 
forma leal, justa, ética (uma em relação a 
outra). Havendo lacuna deve ser 
preenchida pela boa-fé, e controle: de 
dever, como: lealdade, informação e 
cooperação. 
 
Ex: casal aluga apartamento com ar 
condicionado, no entanto, ambos vão 
sair para passear ao redor, deixando o ar 
condicionado ligado por 12 horas para 
quando chegarem estiver frio. 
Entretanto], ambos violam a boa-fé 
objetiva, não podiam exercer os limites 
da boa-fé e da função social haja vista 
que o princípio da cooperação é violado 
e, ambos, não estão em seu direito de 
usufruir de forma exacerbada do direito, 
que é um vício (abuso do direito 
art.187,CC): 
 
Art. 187. Também comete ato 
ilícito o titular de um direito que, 
ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites 
impostos pelo seu fim econômico 
ou social, pela boa-fé ou pelos 
bons costumes. 
 
Dignidade da Pessoa Humana: 
No tocante aos aspectos existenciais é o 
centro do ordenamento jurídico, deve 
está em consonância com a pessoa 
humana. Dessa forma, o devedor 
responde com seu patrimônio, mas é 
importante ressaltar que, o patrimônio 
que será penhorado não deverá retirar as 
suas condições dignas de sobrevivência. 
Sob essa perspectiva, surge a lei da 
impenhorabilidade do bem de família 
(patrimônio mínimo da pessoa humana) 
ainda que a pessoa viva só, significa que 
o bem de família não pode ser penhorado 
para satisfazer o direito de crédito do 
credor. Repercute na relação 
obrigacional como um todo. 
 
 
Define obrigação não mais como vinculo 
jurídico (elo entre credor e entre credor e 
devedor), mas como uma relação 
jurídica (que é considerada mais ampla, 
ou seja, aborda esse elo, mas abrange 
também o objeto.). 
Que tipo de relação é essa? 
 
É uma relação de cooperação, dinâmica 
entre devedor e credor, tendo por objeto 
uma prestação de dar, fazer ou não fazer 
alguma coisa. Objeto é a prestação. 
 
Ex : Guilherme vende seu celular a 
Hugo, o objeto não é o celular, mas a 
prestação de dar o celular a Hugo.

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