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Riscos físicos e ergonômicos

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BIOSSEGURANÇA
Erica Ballestreri
Riscos físicos e ergonômicos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Listar os diferentes tipos de riscos físicos.
 Descrever os riscos ergonômicos.
 Correlacionar os riscos físicos e ergonômicos à saúde humana.
Introdução
Riscos ocupacionais no trabalho são os perigos que incidem sobre a saúde 
humana e o bem-estar dos trabalhadores associados a determinadas 
profissões. Esses riscos são causas frequentes de acidentes, da diminui-
ção da produtividade dos colaboradores e do aumento do número de 
absenteísmo. Eles são classificados, pelo Ministério do Trabalho, de acordo 
com sua natureza: física, química, biológica, ergonômica e acidente.
São considerados riscos físicos as diversas formas de energia e os 
riscos ergonômicos que se originam da ausência de condições adequadas 
ou das condições precárias de adequação do ambiente de trabalho ao 
homem.
Neste capítulo, você vai conhecer quais são os riscos físicos e ergonô-
micos e as consequências da exposição a esses riscos à saúde humana.
Tipos de riscos físicos
São considerados riscos físicos as diversas formas de energia, tais como 
ruído, vibrações, temperaturas extremas (frio/calor), radiações ionizantes e 
não ionizantes e pressão anormal:
Ruído
É conceituado como o som ou a mistura de sons que são capazes de causar 
dano à saúde de quem o percebe. Ou seja, o ruído é um som ou um conjunto 
de sons desagradáveis ao ouvido dos indivíduos. Existem três diferentes tipos 
de ruídos:
 Contínuo – aquele que possui pouca ou nenhuma variação durante um
certo período e é constante e ininterrupto. Exemplo: equipamentos
em operação.
 Intermitente – aquele com vários níveis de intensidade. É descontínuo
e não constante.
 Impacto – som muito forte em um período bastante curto. Tem duração 
inferior a um segundo e intervalos superiores a um segundo. Exemplo:
explosões.
Ruídos elevados podem produzir vários efeitos adversos, que incluem 
interferências nas comunicações, acidentes de trabalho, efeitos sobre a saúde 
e, até mesmo, perdas auditivas irreversíveis.
O risco da lesão auditiva aumenta com o nível de pressão sonora e com a duração da 
exposição, mas depende também das características do ruído e da suscetibilidade 
individual. O ruído contribui para distúrbios gastrintestinais e distúrbios relacionados 
ao sistema nervoso (irritabilidade, nervosismo, vertigens), pode acelerar o pulso e 
elevar a pressão arterial, além de contrair os vasos sanguíneos.
O trauma acústico também pode ocorrer. É a perda auditiva súbita de-
corrente de uma única exposição à pressão sonora intensa. Ocorre de forma 
súbita, provocada por ruído repentino e de grande intensidade, ou seja, por 
um ruído de impacto. Esses acontecimentos podem causar perfurações no 
tímpano e deslocamento dos ossículos.
A perda temporária é a dificuldade de audição, que podemos observar após 
exposição, por algum tempo, ao ruído intenso. Quando cessada tal exposição, 
retorna-se aos níveis normais após horas ou dias. Porém, se a exposição for 
repetida antes de uma completa recuperação, esse dano pode se tornar em 
surdez permanente ou, até mesmo, na perda permanente decorrente da ex-
posição repetida ao ruído excessivo e isso pode levar, em alguns anos, a uma 
perda auditiva irreversível.
Riscos físicos e ergonômicos2
Em laboratórios que possuem equipamentos dotados de sons elevados que 
podem causar desconfortos auditivos e comprometimento na saúde, faz-se 
necessário o uso de protetores auriculares.
Vibrações
São movimentos oscilatórios do corpo sobre o ponto de equilíbrio. Elas são 
geradas por forças de componentes rotativos ou movimentos alternados de má-
quinas ou equipamento. As vibrações podem ser de corpo inteiro ou localizadas.
 De corpo inteiro: todo o corpo, ou grande parte dele, está exposto aos
movimentos vibratórios, como, por exemplo, motoristas de ônibus
e maquinistas, bem como os operadores de veículos pesados, como
retroescavadeiras, tratores e empilhadeiras, nos quais a vibração é
transmitida pelo assento.
 Localizadas: atingem certas regiões do corpo, normalmente membros
superiores (mãos, braços e ombros), como, por exemplo, operadores,
marteletes pneumáticos, lixadeiras e parafusadeiras.
O principal sistema do organismo afetado por essa exposição é o sistema 
osteomuscular, porém, os sistemas urinário e circulatório também podem ser 
comprometidos. Em geral, a pessoa apresenta sintomas como fadiga, dores 
de cabeça, tremores e insônia.
A alteração em nível vascular pode ocorrer com a chamada Síndrome de 
Raynaud, ou síndrome dos dedos brancos (Figura 1). Essa doença, em seu 
primeiro estágio, começa com sensações de formigamento com o passar do 
tempo, em seguida há leves branqueamentos nas extremidades dos dedos 
por curtos períodos. Posteriormente, o branqueamento começa a se tornar 
frequente e se prolonga, podendo se estender a todo o dedo, levando à falta 
de sangue e oxigenação dos tecidos.
3Riscos físicos e ergonômicos
Figura 1. Síndrome de Raynaud.
Fonte: Barb Elkin/Shutterstock.com.
Calor
Quando o corpo é submetido a temperaturas elevadas, ocorre a vasoconstrição 
para aumentar a circulação sanguínea e forçar a perda de calor pelos poros 
da pele. Quando o corpo não consegue eliminar o excesso de calor, este fi ca 
armazenado e a temperatura do corpo aumenta, assim, o trabalhador começa 
a perder sua capacidade de concentração, tornando-se vulnerável a acidentes 
(WALDHELM NETO, 2015).
Os efeitos da sobrecarga térmica (ou estresse térmico) que um trabalhador 
está submetido em uma área de trabalho quente dependem de fatores ambien-
tais e de características individuais do trabalhador, tais como idade, peso e 
condicionamento físico, especialmente do aparelho cardiocirculatório. Entre os 
fatores ambientais, devem ser considerados a temperatura, a umidade, o calor 
radiante (sol, fornos) e a velocidade do ar. Os riscos aumentam com a umidade 
elevada, a qual diminui o efeito refrescante da sudorese, que, com o esforço 
físico prolongado, aumenta a quantidade de calor produzido pelos músculos
Riscos físicos e ergonômicos4
Efeitos da exposição prolongada ao calor:
 Exaustão/fadiga: sintomas como cansaço, abatimento, dor de cabeça, tontura,
mal-estar, fraqueza, inconsciência. 
 Desidratação: diminuição do volume sanguíneo, perda de líquido e sais minerais
são algumas das alterações causadas pela exposição excessiva ao calor.
 Edema pelo calor: consiste no inchaço das extremidades, em particular pés e
tornozelos.
Frio 
O trabalho em ambientes de baixa temperatura representa um risco à saúde 
do trabalhador. Os principais efeitos da exposição ao frio acontecem na cir-
culação do corpo. Ao contrário do calor, em que há vasodilatação dos vasos 
sanguíneos, o frio leva à vasoconstrição, a fi m de reduzir as perdas de calor.
Os tremores causados pelo frio ocorrem como tentativa de gerar calor para 
compensar as perdas. Entre as manifestações da exposição ao frio, podemos 
citar as feridas, as rachaduras, as necroses, o agravamento de doenças arti-
culares e respiratórias, além de:
 Geladura ou queimadura do frio: resultante da prolongada exposição
ao frio úmido. Seus sintomas são: pele avermelhada, inchada e quente,
vesiculação e ulceração, formigamento, adormecimento e dor.
 Frostbite: lesão que ocorre, principalmente, nas extremidades devido à 
diminuição da circulação de sangue e à deposição de pequenos cristais 
de gelo nos tecidos, que ocorre quando a região corporal é exposta a
temperaturas muito baixas (abaixo de –2 °C) (Figura 2).
 Hipotermia – redução da temperatura do corpo abaixo de 35 °C, re-
sultando na incapacidade do corpo em repor a perda de calor para o
ambiente.
5Riscos físicos e ergonômicos
Figura 2. Lesão causada pela exposição ao frio intenso chamada frostbite.
Fonte: PROTECTION... (2018).
Radiações
As radiações referem-se à propagação de energia na forma de ondas 
eletromagnéticas.
As radiaçõesnão ionizantes são radiações que não conseguem ionizar a 
matéria. Elas estão presentes em nosso cotidiano, como micro-ondas produzi-
das por telefones celulares, aparelhos de rádio e alguns processos industriais 
e medicinais, e raios ultravioletas de origem natural (sol – UVA e UVB) 
ou artificial (operações de solda, fornos, metais incandescentes, lâmpadas 
ultravioletas, radiação infravermelha).
As radiações ionizantes são aquelas que são capazes de produzir uma 
reação de ionização. Outra característica das radiações ionizantes não está 
só no fato da ionização, mas também na capacidade destas serem bastante 
penetrantes em comparação com a radiação não ionizante. São inúmeras 
e importantíssimas as aplicações das radiações ionizantes, como o uso na 
medicina (raios X, tomografia computadorizada e radioterapia), além de 
também serem encontradas na natureza em elementos radioativos (urânio 
235, rádio, potássio 40). As radiações ionizantes englobam raios X, raios γ, 
partículas α, β e nêutrons.
As principais alterações na saúde do trabalhador, em decorrência da ex-
posição à radiação não ionizante, são as alterações nos olhos e na pele, como: 
Riscos físicos e ergonômicos6
 queimaduras;
 eritemas;
 dermatites;
 manchas;
 envelhecimento precoce;
 câncer de pele;
 conjuntivite;
 ceratite;
 catarata.
As radiações ionizantes podem causar diarreia, náuseas, vômitos, infla-
mação da boca e da garganta, queda de cabelo, fraqueza e, inclusive, câncer.
Pressão anormal
Refere-se às condições hiperbáricas, nas quais a pressão do ambiente é maior 
que a atmosférica. Quanto maior a profundidade, maior será a pressão à qual 
serão submetidos. Os trabalhos sob ar comprimido, em tubulões pneumáticos e 
túneis pressurizados, por exemplo, bem como trabalhos submersos realizados 
por mergulhadores, são exemplos de exposição a esse tipo de risco.
A exposição a pressões anormais pode causar a ruptura do tímpano quando o aumento 
de pressão for brusco e houver a liberação de nitrogênio em tecidos e vasos sanguíneos, 
além de ocorrerem embolias, intoxicações provocadas por oxigênio e gás carbônico 
devido à sua maior concentração e morte.
Riscos ergonômicos
A palavra ergonomia vem das palavras gregas ergon, que signifi ca trabalho, 
e nomos, que signifi ca regras, sendo assim, pode ser defi nida como o estudo 
das leis do trabalho, que visam a adaptar o ambiente de trabalho às condições 
necessárias ao conforto e à saúde do trabalhador. 
7Riscos físicos e ergonômicos
São três os tipos de ergonomia: 
 Ergonomia física: a qual está relacionada ao estudo da postura no
trabalho, ao manuseio de materiais, aos movimentos repetitivos, aos
distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho, ao projeto de 
posto de trabalho, à segurança e à saúde.
 Ergonomia cognitiva: refere-se aos processos mentais, cujos tópicos
relevantes incluem o estudo da carga mental de trabalho, a tomada de
decisão, o desempenho especializado, a interação homem-computador, 
o estresse e o treinamento, conforme esses se relacionam a projetos
envolvendo seres humanos e sistemas.
 Ergonomia organizacional: inclui as estruturas organizacionais, polí-
ticas e de processos, como projeto de trabalho, organização temporal do 
trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo, trabalho cooperativo, 
cultura organizacional, organizações em rede e gestão da qualidade
(WALDHELM NETO, 2015).
São exemplos de riscos ergonômicos: esforços físicos intensos; levan-
tamento e transporte manual de peso; exigências e posturas inadequadas; 
controle rígido de produtividade; imposição de ritmos excessivos; trabalho 
em turnos e trabalhos noturnos; jornadas de trabalho prolongadas; monotonia 
e repetitividade; outras situações causadoras de estresse físico e/ou psíquico.
Algumas questões ergonômicas no ambiente de trabalho devem ser ob-
servadas, como, por exemplo, em relação ao mobiliário: altura da bancada 
de trabalho; cadeira confortável; se o monitor oferece ajuste de altura; se 
os painéis estão adaptados à estatura das pessoas; se as cadeiras têm altura 
ajustável que se adapte à estatura do trabalhador e ao tipo de função; se estas 
têm encosto na região lombar; se há borda frontal arredondada e pouca ou 
nenhuma conformação no assento.
Nas atividades que envolvem leitura de documentos para digitação, deverá 
ser disponibilizado suporte adequado para documentos que possa ser ajustado, 
proporcionando boa postura, visualização e operação, evitando movimentação 
frequente do pescoço e fadiga visual. Os computadores devem ter ajuste de 
iluminação de tela e tela antirreflexo, os teclados não devem ser integrados, 
permitindo mobilidade para ajuste, de acordo com a tarefa, e serem posicio-
nados em superfícies de trabalho com altura ajustável.
Riscos físicos e ergonômicos8
Consequências dos riscos ergonômicos 
As lesões resultantes das condições ergonômicas inadequadas são chamadas 
de LER/DORT (lesões por esforços repetitivos ou distúrbios osteomuscula-
res relacionados ao trabalho), que são um conjunto de doenças que atingem 
músculos, tendões e nervos, geralmente membros superiores (dedos, mãos, 
punhos, antebraços, braços e pescoço), e têm relação direta com as condições 
de trabalho. Pode ocorrer também em membros inferiores e na coluna vertebral. 
Representa cerca de 70% do conjunto das doenças profi ssionais registradas no 
Brasil e provoca dor e infl amação, podendo alterar a capacidade funcional da 
região comprometida. Os fatores de risco são os mesmos citados antes como 
riscos ergonômicos.
Algumas das patologias que podem ter relação com o trabalho e podem 
ser consideradas LER/DORT são: 
 Tendinite: inflamação aguda ou crônica dos tendões. Geralmente é pro-
vocada por movimentação frequente e período de repouso insuficiente.
 Síndrome do túnel do carpo: compressão do nervo mediano no túnel
do carpo. As causas mais comuns desse tipo de lesão são a exigência
de flexão e extensão do punho.
Para evitarmos essas lesões, é importante controlar o ritmo de trabalho, 
reduzir as horas extras, adequar os postos de trabalho, realizar tarefas diversas, 
realizar exames médicos voltados aos aspectos clínicos e relativos a ossos e 
articulações, fazer alongamentos, eliminar os movimentos e a postura crítica, 
fazer revezamento, melhorar o método de trabalho e a organização do sistema 
de trabalho, orientar o trabalhador quanto à postura correta e realizar pausas 
para a recuperação.
9Riscos físicos e ergonômicos
Riscos físicos e ergonômicos10
PROTECTION against frostbite during this freezing weather. 2018. Disponível em: 
<http://www.viralinfections.info/article/99175050/protection-against-frostbite-during-
this-freezing-weather/>. Acesso em: 23 fev. 2018.
WALDHELM NETO, N. Segurança do trabalho: os primeiros passos. Santa Cruz do Rio 
Pardo, SP: Viena, 2015.
Leitura recomendada
ADALBERTO JÚNIOR, S. M. Manual de segurança, higiene e medicina do trabalho. 11. 
ed. São Paulo: RIDEEL, 2017.

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