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Anális� d� Comportament� ❖ HISTÓRIA ➢ Análise do Comportamento ■ 1913: Manifesto Behaviorista de Watson marcou o seu surgimento ■ Objeto de estudo: comportamento (foge da introspecção) ■ Método: objetivo/científico ■ Objetivo da ciência: contornos pragmáticos (prática) ■ Pressuposto da ciência: ● Naturalista e monista ● Objetivista ● Evolucionista Análise do comportamento: uma área ampla Behaviorismo: filosofía, história Análise experimental do comportamento: parte empírica Análise aplicada do comportamento: recursos de intervenção *As três áreas se retroalimentam, sempre com base empírica. ➢ Behaviorismo radical ■ Debate de questões amplas da humanidade ■ Filosofia que sustenta a AC ■ BR x BM ● BM (Watson): não considera a subjetividade humana; não achava possível estudar subjetividade/comp ortamento usando métodos das ciências naturais ● BR (Skinner): considera a subjetividade; possibilidades de comprovações científicas** da subjetividade *Radical: diz sobre a busca pela origem/raiz do comportamento, não sobre uma ruptura brusca entre BM e BR ** Mostra que era possível uma ciência do comportamento ➢ Análise Experimental do Comportamento (AEC) ■ Produção dos dados empíricos da ciência do comportamento Análise: ● Investigar o todo a partir das partes (avanço gradativo); ● Entender a interação entre as variáveis ● Determinismo probabilístico* *Qual a probabilidade de um comportamento acontecer tendo em vista a frequência de eventos ambientais** na história? **Ambiente: não é apenas o externo é tudo com que o indivíduo interage (dor, pensamento, objeto...) Experimental: ● Produzir conhecimento empiricamente ● Contexto controlado, simplificado e artificial ● Identificar relações funcionais ● Métodos ideal, mas não o único Comportamento: ● Objeto de estudo ● Comportamento é relação: interação entre o organismo e o seu mundo histórico e imediato ○ Ação + interação (resposta à situação) ○ Pensamento, sentimentos… também são ➢ Análise Aplicada do Comportamento (AAC) ■ Intervenção planejada dos analistas comportamentais ■ Práticas profissionais: testar as tecnologias comportamentais produzidas pela AEC ■ Duas funções: ● Manter contato com o mundo real + alimentar outras áreas com problemas comportamentais do mundo natural ● Mostrar a relevância social das pesquisas científicas ■ Compromisso com a melhoria da vida humana: o que eu estudo precisa resolver problemas humanos! ❖ ROMPIMENTO DA PSICOLOGIA COM A FILOSOFIA: DA INTROSPECÇÃO ATÉ O BR DE SKINNER ➢ Até hoje há o questionamento se a psicologia é uma ciência ou não ➢ Psicologia introspectiva ■ Método filosófico ■ Treino e prática resultariam na cientificidade nesse método ➢ Psicologia Objetiva ■ Introspecção: vulnerável demais a erros ● Subjetividade é pouco confiável ■ Expectativa: a psicologia seria uma verdadeira ciência ao usarem métodos objetivos das ciências naturais ■ Pavlov: cão de Pavlov ● reflexo simples transferido para novo estímulos ➢ Psicologia Comparativa ■ Influência da teoria da evolução ■ Seres humanos compartilham traços comportamentais (além de anatômicos) com animais ■ A continuidade da espécie seria capaz de mostrar a origem dos traços mentais humanos ■ Experiências com animais eram feitas para compreender melhor o homem (labirintos) ■ Consciência e sentimentos* passaram a ser atribuídos a animais *Com a atribuição de comportamentos e sentimentos não observáveis, a psicologia caiu na mesma contradição da introspecção com ideias tão vagas quanto. ➢ Behaviorismo metodológico ■ J. B. Watson ■ Nenhum dos dois métodos passados podia servir como método científico* ■ Exclusão da subjetividade: considerava apenas os comportamentos observáveis (públicos) ● Vontade pessoal, pensamentos, sentimentos… X S R ● Para Watson, nascemos como uma tábula rasa e somos moldados inteiramente a partir dos estímulos ambientais que recebemos ● Se ao controlar o ambiente em que o indivíduo vive e no final desse errado (pessoa se torna alguém diferente do programado), o erro era metodológico: ambiente programado errado *Sem a possibilidade de replicação do conhecimento, não seria possível fazer ciência ➢ Behaviorismo radical ■ Surge a partir de incongruências no Behaviorismo Metodológico observadas por B. F. Skinner ■ A ciência psicológica seria possível desenvolvendo termos e conceitos que possibilitassem explicações verdadeiras ■ Qual a raiz do comportamento? ■ A ciência do comportamento permite a compreensão de como o ambiente afeta nas decisões do sujeito ❖ DETERMINISMO X LIVRE ARBÍTRIO Para Skinner: ➢ Nós temos livre arbítrio? ➢ Cultura: existe livre arbítrio ■ Atribuição de responsabilidade puramente ao indivíduo e não ao ambiente e à hereditariedade ■ As pessoas são livres de qualquer relação com o ambiente ➢ Behaviorismo: nega o livre arbítrio (a definição que ele tem) ■ Ele não causa o comportamento ■ Não precisamos de conceitos metafísicos para explicar o comportamento: conceitos mentalistas, como mente, personalidade, instinto... ● Não foi criado por Skinner, é uma filosofia anterior a ele ● Exemplo: crianças de classe média e lares saudáveis que se envolveram no uso de drogas ○ Livre arbítrio: escolheu esse caminho, nada na sua história explica (compreensão limitada) ○ Determinismo: possibilidades hereditárias e ambientais ○ Não existe o mais certo ● Dizer que não há livre arbítrio não significa que não há escolha: a escolha é determinada por uma série de eventos 1. É a nossa ignorância que permite a sensação de livre arbítrio 2. Mesmo conhecendo as causas não conseguimos prever com exatidão o comportamento: Determinismo probabilístico (maior ou menor probabilidade de tal resposta acontecer de acordo com a frequência vista ao longo da história) 3. Como um evento não natural (livre arbítrio) causa um evento natural (atitudes humanas)? ● Como alterar o livre arbítrio para ver se há mudança no comportamento? Não conseguimos alcançá-lo (observação). 4. Livre arbítrio é contra a teoria da evolução: se outros animais têm, como evoluiu? Se não, como surgiu? ❖ REALISMO X PRAGMATISMO ➢ Demais influências filosóficas para o fundamento do Behaviorismo Radical ➢ Realismo ■ O mundo natural existe independentemente de nossas experiências nele ■ Universo objetivo: independente do que observamos dele, ele permanece como é ■ Dados sensoriais e subjetividade: não estudamos o universo diretamente, mas mediados pelo que nossos sentidos produzem (dados sensoriais) ■ Busca pela verdade absoluta ➢ Pragmatismo (Skinner) ■ Contrasta o realismo ■ A investigação científica deve estar baseada não na busca da verdade, mas no que a explicação do universo nos permite fazer ■ A realização da ciência é dar significado à nossa experiência ■ “Que diferença prática faria a alguém se esta noção, não aquela, fosse verdadeira?” ● A verdade está próxima ao poder explicativo, ou seja, ao poder de conceituar ■ Economia conceitual ● Um conceito implica uma história ● Permite a previsão do que acontecerá com base no que já aconteceu, ou seja, os conceitos (historicamente construídos) evitam longas explicações ■ Qual a descrição mais coerente? Mais útil? ■ O foco do BR nos conceitos é uma tentativa de organizar nossas experiências (base pragmática) ❖ BASES FILOSÓFICAS E NOÇÃO DE CIÊNCIA ➢ Explicar significa apontar as causas ■ ψ = explicar as causas do comportamento ■ Desde que sejam causas/efeitos demonstráveis e que, de fato, podem ser atestados ➢ Eventos que não explicam o comportamento segundo Skinner ■ Causas neurais: é apenas uma parte do que explica o comportamento, não o todo; não é alcançável objetivamente ■ Causas internas psíquicas ■ Causas internas conceituais: “não fui eu, foi a vozinha”; explicação mentalista ■ Explicações circulares do comportamento: “Por que fulano fuma muito?” ⇾ porque é viciado em cigarros e é viciado porque fuma demais ∞ ➢ EXISTE SUBJETIVIDADE!! ■ O sujeito não é um ser vazio para Skinner, mas o BR busca a explicação do comportamentona história de interação com o ambiente ➢ Explicação do Comportamento Operante “Os homens agem sobre o mundo, modificando-o, e, por sua vez, são modificados pelas consequências de sua ação”. (SKINNER, 1957/1978, p. 15) ■ A resposta é o objeto de estudo, por onde começa a análise (depois o contexto, consequência, etc) ■ Ele é a base para a compreensão dos demais comportamentos, dos simples aos complexos ■ O comportamento operante mostra que o homem é relação (com o seu ambiente), ou seja, é constituído a partir de suas operações no mundo ● Relação de contingência: onde se um é alterado, o outro também é ■ A consequência da resposta pode aumentar ou diminuir a frequência da ação futuramente ● Aumento = reforço ● Diminuição = punição ➢ Análise do Comportamento ■ Objeto de estudo ● Não é só o que o indivíduo faz, mas o que ele faz e em que contexto ele faz ● Todos os fenômenos psicológicos são objeto de estudo da AC, mas são investigados a partir das relações que estabelecem com o ambiente ■ Objetivo da AC ● Psicólogo: encontrar e modificar essas relações, principalmente quando causam sofrimento ● Prever (probabilidade) e controlar o comportamento ● Para prever: basear-se na história contada pelo sujeito em análise ● Variáveis: quanto mais variáveis que afetam o comportamento são identificadas, mais acurada é a previsão ● Controlar: afetar → quando elogio a atitude de alguém e, futuramente, ela tem a mesma ação, eu exerci controle sobre o seu comportamento ➢ Estudos em animais ■ O que importa não são os comportamentos dos animais de fato, mas os princípios comportamentais descobertos ● Reforçamento, por exemplo ❖ MODELO EXPLICATIVO DO BEHAVIORISMO RADICAL: O MODELO DE SELEÇÃO PELAS CONSEQUÊNCIAS ➢ Todas as demais abordagens da Psicologia têm um modelo explicativo baseado em algum tipo de determinismo, o da AC é o Determinismo Ambiental ➢ Influenciado pelo modelo selecionista de C. Darwin ➢ Atuação de contingências seletivas ➢ Variações comportamentais serão selecionadas pela interação com o ambiente → ocorre em 3 níveis diferentes ➢ Nível filogenético (diferentes espécies) ■ Como determinadas variações de determinadas características das diversas espécies são selecionadas, desaparecem ou sofrem alterações? ■ Características inata à espécie ■ Variação e Seleção: explica diferenças entre espécies e nas espécies (Darwin) ■ Variabilidade: é o que promove a diferença dentro das espécies ■ Ambiente se mantém = características se mantém ■ Ambiente muda = indivíduos que se adaptam melhor sobrevivem ■ Selecionar características: se tornar mais frequente (mariposas) ➢ Nível filogenético (no homem) ■ O que permitiu a diferenciação dos demais foi a susceptibilidade à aprendizagem → possibilitou o surgimento da cultura ■ Aprender a falar → poder conviver em diferentes ambientes ■ Variabilidade: acontece nos genes ■ O que é selecionado? Os genes ■ As variáveis selecionadoras que vão dizer se determinada variabilidade vale ou não a pena → contexto; interação fenótipo-ambiente ■ A seleção ocorre quando o gene favorece a sobrevivência e a reprodução, ou seja, contingências de sobrevivência e reprodução ■ A reprodução e a variabilidade ocorrem antes da seleção (gene → interação com ambiente) ➢ Nível ontogenético ■ A história de interação (individual) com o ambiente gera repertórios diferentes em cada um de nós ■ Singularidade: relações únicas entre homem e ambiente ■ Se no filogenético somos farinha do mesmo saco, no ontogenético somos singulares ■ Nível em que a psicologia pode agir sobre ■ Como a “personalidade” é formada ● Personalidade = padrão de comportamento individual ■ Onde age o Comportamento operante ■ Variabilidade: a filogenia dá o material comportamental (indiferenciado) e a ontogenia passa a controlá-lo e diferenciá-lo ● Consequências diferentes de comportamento geram alterações diferente no ambiente ● Ex.: sorriso inicial e choro do bebê ■ A reprodução e a variabilidade ocorre caso haja seleção, são produtos da seleção → o comportamento acontece em interação com o ambiente ■ O que é selecionado? ● Primeiro são selecionados comportamentos filogenéticos e depois comportamentos operantes ● A ação do homem sobre o ambiente provoca consequências não só no ambiente, mas nele também, o que faz com que seus comportamentos se tornem cada vez mais complexos ■ A seleção ontogenética acompanha o indivíduo durante toda sua vida e cessa quando ele morre ■ Processo histórico: a seleção acontece quando o comportamento é reforçado e continua acontecendo ➢ Nível cultural ■ Como ocorre o surgimento, a manutenção, a transformação e a extinção e de práticas culturais? ■ Consequências grupais, não mais individuais ■ Contingências culturais: são contingências de reforço e que são mantidas em virtude da linguagem ■ Cultura: ambiente de interação complexo ● Formado por causa da linguagem ■ Variabilidade: os indivíduos que integram o grupo mudam a maneira como agem e, a partir disso, podem mudar as práticas culturais como um todo ● O objetivo é sempre o mesmo: manutenção da reprodução e da sobrevivência do grupo ■ Para analisar a reprodução e a variação de culturas, observa-se a reprodução e a variação de operantes ● Operantes que são reforçados no nível ontogenético → permite continuidade das práticas culturais ■ Transmissão a longo prazo: comportamentos reforçados ao longo das gerações a fim de promover a sobrevivência grupal e cultural ■ Diferentes variações de um mesmo operante: diferentes magnitudes de reforço → produz a mesma coisa de formas diferentes; surgimento de operantes originais ■ O que é selecionado: as práticas culturais ■ Práticas culturais x Operantes ● 1º) Contingências entrelaçadas que geram consequências a nível grupal Uma resposta servindo de contexto para a ação de outro indivíduo . ● 2º) São reforçados por certa cultura e transmitidos entre as sucessivas gerações desta cultura (ensinados a “praticar a prática” e a “ensinar a prática”) ■ Como ocorre a seleção? ● Reforço de práticas que favorecem a sobrevivência → não significa benefício necessariamente ■ Controle cultural de operantes ● Controle pela regra ou institucionalização do controle ● Regras → auxilia no reforçamento ■ É o efeito sobre o grupo que é o responsável pela evolução da cultura ■ Transcende o indivíduo
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