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Teoria e Prática da Narrativa Jurídica Professor Nelson Tavares No discurso jurídico, indicar as vozes que compõem o relato e a fundamentação é importantíssimo. Isso porque, no relato, a responsabilidade da veracidade das informações oferecidas deve ser atribuída a alguém; essa pessoa responde juridicamente por elas. Na fundamentação, citam-se trechos da lei, da jurisprudência, da doutrina, etc. como argumentos de autoridade; são vozes que se associam a voz do orador e lhe fornecem maior credibilidade. Essa apropriação da voz do outro denomina-se intertextualidade. A título de esclarecimento, registramos que o termo polifonia não deve ser confundido com o de intertextualidade. A intertextualidade define-se pelo uso de uma voz, de forma implícita ou explícita, no texto de outro. Muitas vezes, essa apropriação não vem marcada por aspas ou qualquer indicação de fonte. Cabe, portanto, ao receptor, de acordo com os conhecimentos registrados em sua memória, reconhecê-la. Assim, toda intertextualidade é considerada uma polifonia. Entretanto, nem toda voz em um texto é classificada como uma intertextualidade. Como exemplo, pode-se retomar o exemplo do réu que, em sua contestação, permite-nos inferir a presença de uma voz -- aquela contra a qual a voz da contestação se dirige --,mas ambas não são classificadas como ocorrência de intertextualidade, e, sim, polifonia.
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