Buscar

Diabetes Gestacional e Cuidados de Enfermagem

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
www.soenfermagem.net/cursos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
www.soenfermagem.net/cursos 
 
 
Sumário 
Introdução........................................................................................................ 
Fisiopatologia da diabetes............................................................................... 
Fisiopatologia da diabetes gestacional .......................................................... 
Intervenção clínica pre natal dos Enfermeiros ................................................ 
A importância do pré- natal de alto risco ........................................................ 
A contribuição do enfermeiro no tratamento de pacientes com diabetes mellitus 
gestacional ..................................................................................................... 
Conclusão ....................................................................................................... 
Referências Bibliográficas .............................................................................. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
www.soenfermagem.net/cursos 
 
Introdução 
 
O nascimento trata-se de um evento natural, que com o passar do tempo 
sofreram inúmeras transformações, onde passa a ser comemorado como um 
fato marcante na vida da parturiente e de todos que a cercam. Santos (2002), 
descreve o início da vida como: “A história não procura julgar, mas 
compreender. Não deve importar ao historiador julgar os homens, mas 
compreendê-los. Não seria possível julgá-los desde que o historiador, 
deslocado no tempo e no espaço, não está capacitado para fazê-lo, mas pode 
compreendê-los, se compreender as razões que os moveram. Não julgar, mas 
compreender, colocar-se dentro do juízo dos contemporâneos, dos 
acontecimentos, e não dentro do seu próprio juízo de historiador. A este cabe 
apenas desentranhar e recompor os fatos, buscar suas causas e suas 
consequências.” (SANTOS,2002). 
O corpo da mulher está programado para a reprodução de sua espécie, 
as práticas e os costumes que envolvem todo este processo acaba por variar 
conforme o passar do tempo e difere das culturas em que estão inseridos. A 
gravidez, quando é desejada, é uma vivência única na vida de uma mulher. No 
entanto, nem todas as gravidezes são vividas desta forma e muitas mulheres 
vivem este período em situação de alto risco o que causa grande sofrimento e 
apreensão. (SANTOS,2002). 
Um dos tipos de gravidez considerada de alto risco é aquela em que a 
mulher desenvolve diabetes durante a gestação. Diabetes Gestacional é a 
intolerância aos carboidratos, de graus variados de intensidade, diagnosticada 
pela primeira vez durante a gestação, podendo ou não persistir após o parto 
(ALBERTI et al,2008) 
Cada vez mais, os cuidados de enfermagem prestados às mulheres com 
DMG ganham destaque durante a atenção pré-natal, pois esta é uma doença 
que apresenta altos índices de prevalência. 
Aproximadamente 7% de todas as gestações no mundo são complicadas 
pelo diabetes que ocorre na gravidez, resultando em mais de 200.000 casos 
4 
www.soenfermagem.net/cursos 
por ano e representando 90% dos casos dessa doença. A prevalência pode 
variar de 1 a 14%, dependendo da população estudada e dos testes 
diagnósticos empregados (ADA, 2014). 
Tais dados demonstram a relevância do DMG, tanto por ser uma 
intercorrência adquirida no decorrer da gravidez, quanto por ser um problema 
de saúde pública. Além disso, ao contrário do que acontece com as mulheres 
que possuem diabetes prévio à gestação (DM tipo I ou II), aquelas que se 
descobrem diabéticas no decorrer da gravidez atual, têm o acréscimo de uma 
condição de risco que extrapola as peculiaridades inerentes a qualquer 
gestação de baixo risco. 
A diabetes é uma das doenças que causa maior preocupação quer às 
grávidas quer às suas famílias, sobretudo quando são conhecidas e 
reconhecidas as consequências da doença no desenvolvimento do feto e na 
saúde da mãe, pois está associada a altos índices de morbilidade, perinatal, 
principalmente macrossomia e malformações fetais. A diabetes e seu 
tratamento afetam o quotidiano das portadoras de maneiras diversas, em todas 
as áreas da vida e dos seus ritmos. Implica uma modificação de hábitos de 
vida, afetando a vida familiar, profissional e emocional da grávida. Estas 
alterações do quotidiano das gestantes assim como o sofrimento e ansiedade 
que vivenciam, merecem por parte das equipas de saúde uma atenção 
especial tanto no seguimento e vigilância da gestação como aos cuidados 
relativos à educação em saúde. (MEDINA et al,2013) 
Diante do exposto, e, considerando-se o que é agregado ao diagnóstico 
da doença, que costuma ser feito no final do segundo ou no início do terceiro 
trimestre da gravidez, quando a resistência à insulina aumenta (Cashion et al, 
2002), é fundamental que o cuidado prestado à mulher com DMG seja rigoroso, 
tendo em vista todas as complicações e efeitos adversos que a patologia pode 
acarretar à saúde materno-infantil. 
Posteriormente ao diagnóstico, avaliações frequentes do profissional que 
realiza o pré-natal objetivam a identificação de qualquer alteração, e devem se 
estender durante todo o acompanhamento da gravidez, só finalizando após o 
parto. Esse cuidado, além de minimizar os riscos relacionados à doença, visa 
também favorecer um melhor prognóstico para o binômio mãe-bebê. Da 
5 
www.soenfermagem.net/cursos 
mesma maneira, os cuidados de enfermagem visam à minimização dos riscos 
e complicações relacionadas ao DMG, por meio de orientação e trabalho em 
conjunto com a gestante. 
Com isso a motivação para a escolha do tema advém da nossa 
preocupação em analisar as condições e os procedimentos adoptados pelas 
estruturas de Saúde no despiste, atendimento e seguimento das grávidas 
diabéticas, o que tem sido um grande desafio para os profissionais de Saúde e 
despertado no meio dos mesmos uma angústia e um certo entusiasmo. 
A assistência no pré-natal constitui um recurso fundamental na 
prevenção e/ou controle de problemas de saúde podendo interferir na saúde da 
mulher em seu ciclo gravídico-puerperal, consequentemente contribuindo para 
a redução da morbimortalidade materna e fetal. Essa assistência oportuniza e 
dispensa um cuidado integralizado à gestante, em um amplo contexto, em que 
se articulam os aspectos biológicos, socioeconômicos, educacionais, políticos e 
familiares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
www.soenfermagem.net/cursos 
 
Fisiopatologia da diabetes 
 Conceito de diabetes Mellitus 
A diabetes faz parte de um grupo de doenças metabólicas caracterizada 
por hiperglicemia e associada a complicações, disfunções e insuficiência de 
vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos 
sanguíneos. Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina 
envolvendo processos patogénicos específicos, por exemplo, destruição das 
células beta do pâncreas (produtoras de Insulina), resistência à ação da 
insulina, distúrbios da secreção da insulina, entre outros. 
“A Diabetes Mellitus é uma doença sistémica, crónica, caracterizada por 
desordens no metabolismo da insulina, carbohidratos, gorduras e proteínas, 
bem como na estrutura e função dos vasos sanguíneos” (Galloway, 1967 cit. In 
Pitanga, 2004: 132). 
Para Arduíno (1963 cit. in Netto, 2000: 34), Diabetes Mellitus é uma 
doença hereditária crónica caracterizada pelo nível anormal elevado de glicose 
sanguínea. 
 Arduíno continuou dizendo que Diabetes Mellitus é uma condição na 
qual o organismo perde, parcialmente, o poder de "metabolizar" os açúcares 
fornecidos pelos alimentos ingeridos. Como resultado, o açúcar que não é 
metabolizado acumula-se no sangue e não se transforma em energia. Da 
ingestão dos alimentos resulta um açúcar denominado glicose,que é absorvido 
pelo sangue. Essa glicose pode ser "metabolizada" imediatamente, ou 
acumulada em forma de glicogénio no fígado e nos músculos, como fonte 
energética. No diabético, a perturbação desse mecanismo causa excesso de 
açúcar no sangue, com consequente falta de produção de energia. 
“Quando a taxa de açúcar se eleva no sangue, uma parte dela escapa 
pela urina, perdendo-se assim grande quantidade de água do organismo e, 
consequentemente a abundância de urina e a sede exagerada, que são dois 
sintomas comuns no diabetes” (Valle, 1965, apud Pitanga, 2004: 132). 
 Diabetes Mellitus é uma doença que resulta da incapacidade do 
pâncreas em segregar insulina. É causado por degeneração das células beta 
7 
www.soenfermagem.net/cursos 
das ilhotas de Langerhans, mas o mecanismo básico desses efeitos ainda é 
desconhecido (Guyton, 1988). 
A concentração esperada de glicose sanguínea em indivíduo que não se 
alimenta durante três ou quatro horas é aproximadamente 90 mg/dl, e mesmo 
após uma refeição a menos que o indivíduo tenha diabetes. Além disso, o 
Ministério da Saúde (1996 apud Pitanga, 2004: 132) cita que os valores 
normais para os níveis de glicose em jejum seriam de até 100 mg/dl, quando 
elevado estaria em valores entre 100 e 125 mg/dl e considere diabético maior 
de 126 mg/dl. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
www.soenfermagem.net/cursos 
 
 
Fisiopatologia da diabetes gestacional 
Segundo Clode cit in Graça (2010: 555), as gestantes cuja gravidez é 
complicada por DB podem dividir-se em três grupos, sendo o grupo maioritário 
(> 90%) por aqueles que só desenvolveram intolerância aos hidratos de 
carbono durante a gravidez (ou em que apenas durante a gravidez essa 
intolerância é reconhecida) e que é designada por diabetes gestacional. 
A gravidez é um fenómeno normal em que, desde o inicio ocorrem 
alterações metabólicas do organismo da mulher grávida face as necessidades 
que esse processo se impõe para a maturação e crescimento do feto. As 
necessidades do feto são prioritárias às da mãe para que a glicose e alguns 
aminoácidos lhe sejam fornecidos de forma ininterrupta. 
Só poderá atingir esse objetivo através de uma ação hormonal que 
promove uma diminuição da glicose de aminoácidos pelo organismo materno, o 
que passa a assegurar o seu metabolismo energético de preferência a custa 
dos ácidos gordos (Clode cit in Graca, 2010:554). 
“No início da gestação aumento de consumo de glicose e de 
aminoácidos por parte do embrião-feto associado a estimulação das células 
beta pancreáticas maternas pelos estrogenio e pela progesterona placentário 
assim como por um aumento de sensibilidade, a insulina leva a que grávida 
apresentar hiperinsulinemia, hipoglicemia em jejum, hipoaminoacidemia e 
lipolise acentuada com tendência para cetoacidose que se agrava com o jejum. 
Assim que a gravidez avança assiste-se as seguintes modificações do 
metabolismo materno: Resistência progressiva a ação periférica da insulina 
endógena, Mediada quer por ação hormonal (hormona lactogénica 
placentárias -HLP-,) cuja secreção se torna significativa pelas 14/16 semanas e 
atinge o seu máximo as 34 semanas (estrogenio, progesterona, prolactina e 
glicocorticoides) quer por mediadores humorais produzidos pela placenta 
(leptina, factor de necrose tumoral) Incremento da degradação da insulina 
pelo rim materno e pela placenta. Aumento da lipolise materna (mediada pela 
HLP) e da glicogenolise hepática (suscitada pelos corticosteroides) ” (Clode cit 
9 
www.soenfermagem.net/cursos 
in Graça 2010:554) 
 
Na grávida com diabetes Mellitus prévia à gestação há um aumento de 
glicemia materna, levando a que o feto produza mais insulina. Neste caso, o 
feto fica hiperinsulinemio e como essa hiperinsulinemia é um factor de 
crescimento, vai aumentar o tamanho devido ao aumento do tecido adiposo e 
vai acelerar o crescimento ósseo. Isso obriga a um maior consumo de oxigénio 
e, como a passagem é a mesma, pode levar a hipoxia fetal e 
consequentemente a morte súbita. 
Na primeira metade da gravidez o feto actua como consumidor da 
glicose e dos aminoácidos. As necessidades de insulina descem e há uma 
tendência para a hipoglicemia materna. 
Na segunda metade, as hormonas placentárias exercem uma acção 
diabetogenica aumentando as necessidades de insulina e evidenciando a 
tendência para acidose. 
Segundo Clode cit. in Graça (2010:l), diabetes gestacional é uma 
condição patológica que com maior frequência complica a gravidez, com 
influência no futuro da mulher e do filho. Em 2 a 3% de todas as grávidas se 
descobre que a mulher já tinha diabetes antes da gestação. A diabetes 
gestacional complica em 1 a 14% da gravidez e uma grande parte das 
complicações podem ser reduzidas com um pré-natal adequado. 
O rastreio deste tipo de Diabetes é universal. Apesar de várias opiniões 
sobre o rastreio e o diagnóstico da diabetes gestacional, existe um consenso 
sobre as necessidades do controle glicémico apertado, com dieta e 
Insulinoterapia para melhorar o prognóstico. O acompanhamento deve ser feito 
com uma equipa multidisciplinar. A terapêutica tem várias vertentes, que 
incluem tanto medidas farmacológicas como as relacionadas com nutrição, 
educação e programas de educação física. 
A 6ª e 8ª semanas após o parto deverá ser efetuada uma T.P.O.G. 
(prova de Tolerância à Glicose Oral) com 75gde glicose para reclassificação da 
Diabetes Gestacional. 
10 
www.soenfermagem.net/cursos 
As mulheres com diabetes Gestacional têm um risco de 
desenvolvimento no futuro de diabetes Mellitus tipo II, superior em 50% ao da 
população em geral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
www.soenfermagem.net/cursos 
 
 
 
Intervenção clínica pré natal dos enfermeiros 
O pré natal é o momento adequado no qual as gestantes devem ser 
informadas sobre as patologias que podem aparecer. Sem causar pânico, mas 
chamar a sua atenção para alguns sintomas, considerados de menor 
importância, que poderão anunciar situações difíceis e que podem ser evitadas 
ou minimizadas. A entrevista ajuda-nos a identificar as situações de risco e 
atuar precocemente. 
Para que as gestantes identificadas com diabete gestacional tenham 
condições de aprender sobre a sua patologia e conseguir desenvolver os 
cuidados, é necessário o comprometimento de todos os profissionais que as 
atende. A enfermagem deve estar em condições de desenvolver a educação 
em saúde no pré natal, pois é nesse período que a gestante tem de ser 
esclarecida, para conseguir compreender o que ocorre em seu corpo e realizar 
o auto cuidado em saúde. 
O objetivo primordial da intervenção da equipa multidisciplinar numa 
grávida com diabetes pré-gestacional é obter um melhor equilíbrio metabólico, 
o mais cedo possível; idealmente desde o período anterior á concepção, dado 
que existe uma estreita correlação entre estes e simultaneamente, 
complicações maternas e perinatais. Devido aos riscos atrás enunciados é 
necessário uma vigilância materno-fetal rigorosa no sentido de detectar 
complicações metabólicas maternas, fatores de agravamento da sua doença 
basal, diagnosticar precocemente malformações fetais, asfixia intra-uterina e 
sinais de parto pré termo. Como a vigilância e o controle da gravidez na mulher 
diabética é complexo e obriga a colaboração de uma equipa multidisciplinar e a 
utilização de tecnologias diferenciadas, as grávidas podem ser referenciadas 
para centros, tais como centro de cuidados especializados em medicina 
materno fetal e em neonatologia (Clode cit in Graça, 2010:559) 
Como regra geral, a grávida com Diabetes pré gestacional deve ser 
avaliada e classificada consoante os critérios de P.White (1980), deve 
12 
www.soenfermagem.net/cursos 
suspender a eventual medicação com fármacos antidiabéticos orais e ser 
instruídae educada de forma a entender os benefícios da Insulinoterapia, da 
dieta e do exercício no controle metabólico e treinada em relação a auto 
administração da insulina e a auto controle da glicemia. 
Apesar das várias opiniões sobre o rastreio e o diagnóstico da Diabetes 
Gestacional existe um consenso sobre as necessidades do controle glicémico 
apertado (com dieta e Insulinoterapia) para melhor prognóstico. O 
acompanhamento deve ser feito com uma equipa multidisciplinar. A terapêutica 
tem várias vertentes, que inclui tanto medidas farmacológicas como as 
relacionadas com a nutrição, educação e programas de educação física. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
www.soenfermagem.net/cursos 
 
A importância do pré natal de alto risco 
 O pré-natal é o nome dado ao acompanhamento médico e de 
enfermagem dedicado a gestante e ao bebê durante todo o período 
gestacional. Neste acompanhamento o enfermeiro oferece instruções à futura 
mamãe, como cuidados com a alimentação, formas de se manter confortável, 
estimulação do bico do seio, polivitamínicos a serem ingeridos, realização de 
exames oferecendo respostas e apoio aos sentimentos de medo, dúvidas, 
angústias, fantasias e a curiosidade de saber sobre o que acontece com o seu 
corpo nesse processo de transição (RICCI,2008). 
A assistência ao pré-natal é o primeiro passo para o parto e para um 
nascimento humanizado. A consulta de pré-natal envolve procedimentos 
simples, podendo o profissional de saúde dedicar-se a escutar as 
necessidades da gestante, transmitindo nesse momento o apoio e confiança 
necessária para que ela se fortaleça e possa conduzir com mais autonomia a 
gestação e o parto. 
 O pré-natal deve ser organizado para atender às reais necessidades das 
gestantes, mediante utilização de conhecimentos técnico-científicos existentes 
e dos meios e recursos disponíveis mais adequados para cada caso 
(PETRONI,2012). 
 A adesão das mulheres ao pré-natal está relacionada com a qualidade 
de assistência prestada pelo serviço e pelos profissionais de saúde, o que, em 
última análise, será essencial para redução dos elevados índices de 
mortalidade materna e perinatal verificados no Brasil (LAMDIM ET AL,2008). 
 A finalidade da consulta de enfermagem é acolher a mulher respeitando 
sua condição emocional em relação à atual gestação, esclarecer suas dúvidas, 
medos, angústias ou simplesmente curiosidade em relação a este novo 
momento em sua vida; identificação e classificação de riscos; confirmação de 
diagnóstico; adesão ao pré natal e educação para saúde estimulando o auto 
cuidado (FREITAS ET AL,208). 
 As altas taxas de morbimortalidade materna ainda permanecem como 
um desafio a vencer, e a atenção qualificada no pré-natal pode contribuir 
significativamente na redução dessas taxas e promover uma maternidade 
14 
www.soenfermagem.net/cursos 
segura. No entanto, o oferecimento de uma atenção qualificada está na 
dependência do desempenho qualificado por parte dos profissionais de saúde 
que assistem as mulheres na sua gestação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
www.soenfermagem.net/cursos 
A contribuição do enfermeiro no tratamento de pacientes com diabetes 
mellitus gestacional 
Como já foi percebido, o diabetes trata-se de uma doença detectada em 
uma parcela significativa da população brasileira, requerendo cuidados em 
relação ao tratamento necessário para que os indivíduos possam ter uma 
qualidade de vida satisfatória, frente ao fato de que, ainda não foi encontrada a 
cura, mas já se promove a convivência com a mesma, por meio da realização 
das atividades relacionadas ao seu controle (CARDOSO, 2003). 
Dessa maneira, enfatiza-se a importância do enfermeiro como agente 
transformador da consciência dos pacientes referindo-se à questão da 
realização da prevenção e do tratamento, possibilitando-os dar continuidade às 
suas atividades de maneira a promover sua satisfação, principalmente em 
relação ao diabetes gestacional (BARCELLOS, 2011) 
É fato que, a assistência de enfermagem apresenta-se fundamental para 
o paciente portador de diabetes, desde a ação de orientação, 
acompanhamento e até mesmo o acolhimento ao paciente, promovendo ao 
mesmo, incentivo, educação à saúde para a aprendizagem da convivência com 
a doença (SILVA JC, 2009). 
A assistência de enfermagem ao paciente portador de diabetes deve 
estar voltada a prevenção de complicações, avaliação e monitoramento dos 
fatores de risco, orientação quanto à prática de autocuidado. Sendo de 
competência de o enfermeiro realizar a consulta de enfermagem, solicitar 
exames e realizar transcrição de medicamentos de rotina de acordo com 
protocolos ou normas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal, 
desenvolver estratégias de educação em saúde e fazer encaminhamentos 
quando necessário (OLIVEIRA e OLIVEIRA, 2010, p. 42). 
A consulta de enfermagem apresenta-se como uma ação eficaz para 
que se inicie o processo de educação à saúde, essencial para que os pacientes 
portadores de diabetes possam compreender a necessidade da realização do 
tratamento e das atividades que são propostas para a melhoria de sua 
qualidade de vida. 
Ao enfermeiro, apresenta-se a missão de acolher de forma efetiva o 
16 
www.soenfermagem.net/cursos 
portador de diabetes, possibilitando a sua aproximação, como meio de orientar 
e sanar as dúvidas e questionamentos apresentados pelos indivíduos que em 
um primeiro momento, se encontram abalados frente ao diagnóstico da 
existência do diabetes. 
Ao enfermeiro cabe educar os pacientes para que eles obtenham 
conhecimento sobre sua condição e os riscos a saúde, incentivando a 
aceitação da doença e a implementação das medidas de autocontrole, tais 
como: Controle dos níveis glicêmico através de mudança nutricional, prática de 
exercícios físicos, terapêutica medicamentosa, além das medidas preventivas 
como cuidados com os pés, aferição da pressão arterial regularmente e evitar 
maus hábitos, como alimentos ricos em gordura, tabagismo e etilismo. O 
enfermeiro deve informar ao paciente dobre a sintomatologia da hipoglicemia e 
hiperglicemia para o mesmo saber como agir diante dessas situações 
(OLIVEIRA e OLIVEIRA, 2010, p. 44). 
Percebe-se que as atividades desenvolvidas pelo enfermeiro junto aos 
portadores de diabetes, principalmente com os sintomas do diabetes 
gestacional, enfatizando o incentivo ao tratamento, bem como a orientação 
frente às diferentes informações que são necessárias para que os mesmos 
possam desenvolver de forma eficiente as práticas relacionadas à mantença de 
sua saúde. 
Além disso, salienta-se o fato de que, o paciente necessita ser 
acompanhado de maneira eficiente, salientando a questão de que, a perda de 
peso, além dos demais sintomas existentes relacionados à diabetes 
gestacional pode ser amenizado mediante a intervenção dos enfermeiros no 
que se refere a conscientização dos pacientes sobre o controle do nível de 
glicemia. 
Compete ao enfermeiro identificar precocemente os fatores de riscos, 
vulnerabilidade do indivíduo e o ambiente em que ele está inserido, através 
disto o profissional pode intervir de forma sistematizada para minimizar os 
riscos e os agravos a saúde. A intervenção de enfermagem consiste na 
educação em saúde, com incentivo para mudanças no estilo de vida, nos 
hábitos alimentares e proporcionando ao indivíduo o conhecimento sobre sua 
patologia OLIVEIRA e OLIVEIRA, 2010, p. 45). 
17 
www.soenfermagem.net/cursos 
Salienta-se ainda, o fato da importância da relação do enfermeiro para 
com o paciente portador de diabetes gestacional, a necessidade da 
aproximação do enfermeiro é evidenciada principalmente no que se refere aos 
aspectos emocionais, psíquicos e, em relação à própria família, uma vez que, 
esses fatores são primordiais para que os pacientes possam enfrentar demaneira mais saudável a nova realidade, a qual implica no convívio do 
monitoramento do tratamento realizado. 
Faz-se necessário salientar ainda que, mediante o foco do estudo seja a 
diabetes gestacional, a atuação do enfermeiro é enfocada como sendo 
fundamental para a orientação e controle das consequências dessa doença, já 
que, um dos principais sintomas encontra-se relacionados à perda de peso 
levando a desnutrição que pode acarretar a internação dos pacientes. 
Sendo assim, por meio dessa breve reflexão, salienta-se o fato de que o 
papel desenvolvido pelo enfermeiro junto aos portadores de diabetes se 
apresenta fundamental, ressaltando os aspectos de que, a sua importância nos 
momentos relacionados à consulta de enfermagem, bem como na educação à 
saúde, e no acompanhamento de suas ações individuais e familiares, é uma 
contribuição fundamental para que os pacientes possam se sentir amparado 
para continuar a desempenhar suas atividades cotidianas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
www.soenfermagem.net/cursos 
Conclusão 
 
A Diabetes Gestacional trata-se de uma das patologias mais frequentes, 
inclusive durante a gestação, porém é uma doença crônica não transmissível e 
seus altos índices estão presentes por todo o mundo, ou seja, necessita de um 
acompanhamento para que não haja complicações tanto para a mãe quanto 
para o feto e acima de tudo mantenha os níveis corporais para que a paciente 
consiga ter uma melhor qualidade de vida. 
Os cuidados de enfermagem prestados às mulheres com DMG merecem 
destaque, dada a sua relevância perante a atenção pré-natal. Como visto, o 
enfermeiro desempenha um papel fundamental no cuidado a esses sujeitos, 
colaborando no controle da patologia, desfecho gestacional sem intercorrências 
e de maneira satisfatória, assim como no nascimento de um bebê saudável e 
sem complicações neonatais. 
As orientações durante o acompanhamento pré-natal à gestante 
diabética devem contemplar aspectos relacionados à gestação e à doença e o 
enfermeiro precisa se certificar se as informações estão sendo transmitidas de 
forma simples, contribuindo para o tratamento das mulheres com DMG. 
Conclui-se que as intervenções de enfermagem para a gestante DMG 
são: acompanhamento da gravidez de risco, oferecer suporte e apoio 
emocional, orientar as gestantes diabéticas sobre o plano alimentar, fazer o 
controle glicêmico, orientar quanto aos sinais e sintomas de hipo e 
hiperglicemia, orientar quanto a utilização de insulina, realizar exercícios 
físicos e consultas de pré natal. 
Finalmente, considera-se que cada gestante vivencia a gravidez e o 
diagnóstico de DMG de maneira distinta. Assim, faz-se necessário promover 
um cuidado congruente com a realidade e a cultura de cada gestante, 
atentando para as suas dificuldades e necessidades. 
Sabe-se, conforme já discutido nesse estudo, que o pré-natal gera 
implicações positivas não apenas para a gestante e sua família, mas para a 
Enfermagem como profissão e para a equipe interdisciplinar. Espero, por 
intermédio dessa pesquisa, ter contribuído para que outros acadêmicos de 
19 
www.soenfermagem.net/cursos 
Enfermagem e enfermeiras despertem para a importância da realização de um 
pré-natal de qualidade e a que através dos grupos de gestantes, possam como 
enfermeiras, de alguma forma orientar e na medida do possível identificar as 
gestantes que tenham potencial para desenvolver uma gestação de alto risco. 
Envolvendo-se cada vez mais e criando um vínculo com as mesmas e assim 
refletindo sobre o poder que esse momento confere ao profissional, ao apontar 
os caminhos que levam à humanização da assistência ao pré-natal. 
Diante dos fatos evidenciados nesta pesquisa, finalizo dando ênfase de 
que é somente por meio de um método de trabalho sistematizado e 
fundamentado cientificamente é que as enfermeiras alcançarão seu espaço e 
sua independência profissional, definindo um saber que é exclusivamente seu 
e o seu lugar insubstituível na equipe de saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
www.soenfermagem.net/cursos 
Referências bibliográficas 
 
American Diabetes Association (ADA). Diagnosis and classification of diabetes 
mellitus. Diabetes care. 2014; 37(Supl 1):81-90. 
American Diabetes Association (ADA). Gestational diabetes mellitus. 
Diabetes care. 2014; 37(9):103-5 
Andrade ES, Oliveira G, Medeiros DL, Santos ML, Ghelfi A, Matos GSR. 
Percepção de sedentarismo e fatores associados em adolescentes 
grávidas no Município de Coari, Estado do Amazonas, Brasil. Rev. Pan-
Amazonica Saud. 2010; 1(4):35-41. 
Araujo MFM, Pessoa SMF, Damasceno MMC, Zanetti ML. Diabetes 
gestacional na perspectiva de mulheres grávidas hospitalizadas. Rev. bras. 
enferm. 2013; 66(2):222-7. 
Brasil. Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida a 
legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Diário Oficial da 
República Federativa do Brasil, Brasília, 1998. 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de 
Ações Programáticas Estratégicas. Gestação de alto risco: manual técnico 5. 
ed. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2012. 
Brasil. Sociedade Brasileira de Diabetes. Diabetes na prática clínica. Módulo 4, 
cap. 8. Tratamento do diabetes gestacional e da gestante com diabetes. 2011 
Cashion K, Durham CF. Gestação de risco: condições preexistentes. In: 
Lowdermilk DL. O cuidado em enfermagem materna. 5ª ed. Porto Alegre: 
Artmed; 2002. p. 606-47. 
Chaves EGS, Franciscon PM, Nascentes GAN, Paschoini MC, Silva AP, 
Borges MF. Estudo retrospectivo das implicações maternas, fetais e perinatais 
em mulheres portadoras de diabetes, em 20 anos de acompanhamento no 
hospital escola da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Arq. bras. 
endocrinol. metabol. 2010; 54(7):620-9 
Cooper HM. Integrating research: a guide for literature reviews. 2ª ed. London: 
21 
www.soenfermagem.net/cursos 
Sage Publication; 1989. 
Coutinho T, Coutinho CM, Duarte AMBR, Zimmermmann JB, Coutinho LM. 
Diabetes gestacional: como tratar? Femina. 2010; 38(10):517-25. 
Dode MASO, Santos IS. Fatores de risco para diabetes mellitus gestacional na 
coorte de nascimentos de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, 2004. Cad saúde 
pública. 2009;25(5):1141-52. 
Dumith SC, Domingues MR, Mendoza-Sassi RA, Cesar JA. Atividade física 
durante a gestação e associação com indicadores de saúde materno-infantil. 
Rev saúde pública. 2012; 46(2):327-33. 
Freitas, Fernando; Martins Costa, Sérgio H.; Ramos, José Geraldo Lopes; 
Magalhães, José Antônio. Rotinas em Obstetrícia. Artmed Editora, 2011. 
Landim CAP, Milomens KMP, Diógenes MAR. Déficits Cogitare Enferm. 2014 
Out/Dez; 19(4):815-22 821 de autocuidado em clientes com Diabetes Mellitus 
Gestacional: uma contribuição para a enfermagem. Rev. gauch. enferm. 2008; 
29(3):374-81. 
Massucatti LA, Pereira RA, Maioli TU. Prevalência de diabetes gestacional em 
Unidades de Saúde Básica. REAS. 2012;1(1):70-9. 
Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de 
pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto 
& contexto enferm. 2008;17(1):758-64. 
Melnyk BM, Fineout-Overholt E. Making the case for evidence-based practice. 
In: Melnyk BM, FineoutOverholt E, organizadores. Evidence-based practice in 
nursing & healthcare. A guide to best practice. Philadelphia: Lippincot Williams 
& Wilkins; 2005. p. 3-24. 
Ministério da Saúde (BR). Gestação de alto risco: manual técnico. 5ª ed. 
Brasília (DF): Editora do Ministério da Saúde; 2010. 
Montenegro CAB, Rezende J. Obstetrícia Fundamental. 12ª ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan; 2011. 
Petroni LM, Silva TC, Santos AL, Marcon SS, Mathias TAF. Convivendo com a 
gestante de alto risco: a percepção do familiar. Cienc cuid saúde. 2012 Jul/Set; 
22 
www.soenfermagem.net/cursos 
11(3):535-41. 
Ricci SS. Enfermagemmaterno-neonatal e saúde da mulher. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan; 2008. 
Schmalfuss JM. Mulheres com diabete melito gestacional: conhecendo a 
doença e convivendo com ela [dissertação]. Porto Alegre (RS): Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul; 2011. 
Silva KL, Cruz DSM, Oliveira ICC, Nóbrega MML. Interação: instrumentos 
básicos do processo de cuidar em enfermagem. In: Nóbrega MML, Silva KL. 
Fundamentos do cuidar em enfermagem. 2ª ed. Belo Horizonte: ABEn; 
2008/2009, p. 97-115 
Tamez RN. Enfermagem na UTI neonatal: assistência ao recém-nascido de 
alto risco. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2009 
Torres HC, Pace AE, Stradioto MA. Análise sociodemográfica e clínica de 
indivíduos com diabetes tipo 2 e sua relação com o autocuidado. Cogitare 
enferm. 2010; 15(1):48-54. 
Zugaib M. Obstetrícia. Barueri (SP): Manole; 2008. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
www.soenfermagem.net/cursos

Outros materiais