2404 - Um Povo Preparado para o Senhor

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Um Povo Preparado 
para o Senhor 
 
 
 
Sermão nº 2404 
 
Por Charles H. Spurgeon (1834-1892) 
 
Traduzido, Adaptado e 
Editado por Silvio Dutra 
 
 
 
 
Jun/2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 S772 
 Spurgeon, Charles H.- 1834-1892 
 Um povo preparado para o Senhor / Charles H. 
 Spurgeon : tradução e adaptação Silvio Dutra 
 Alves. – Rio de Janeiro, 2018. 
 26p.; 14,8 x21cm 
 
 1. Teologia. 2. Pregação. 3. Alves, Silvio Dutra. 
 I. Título. 
 
 CDD 252 
3 
 
“E irá adiante do Senhor no espírito e poder de 
Elias, para converter o coração dos pais aos 
filhos, converter os desobedientes à prudência 
dos justos e habilitar para o Senhor um povo 
preparado.” (Lucas 1:17) 
 
João foi o arauto de Cristo; ele deveria preparar 
o caminho para o Rei que viria, mas a partir 
deste texto parece que ele deveria fazer mais do 
que isso. Ele não apenas preparou o caminho 
para o Senhor, mas também “habilitou um povo 
preparado para o Senhor”. Essa foi uma grande 
obra, uma tarefa na qual se lhe exigiria força e 
sabedoria maiores do que a sua. Ele precisaria 
que o Espírito de Deus, que deveria ser dado sem 
medida ao próximo, também devesse estar em 
uma medida dentro de si mesmo, se ele 
realmente deveria “habilitar um povo 
preparado para o Senhor”. 
Isto não é de todo uma expressão usual; à 
primeira vista, dificilmente nos parece uma 
expressão evangélica. Nós cantamos 
justamente agora? 
"Assim como eu sou? e nada esperando 
Para livrar minha alma de uma mancha escura, 
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Para ti, cujo sangue pode limpar cada mancha, 
Ó Cordeiro de Deus, eu venho.” 
Nós cantamos repetidas vezes aquelas palavras: 
“Assim como eu sou”, “assim como eu estou”, e 
estamos propensos a protestar contra a ideia de 
estarmos preparados para Cristo; nós pregamos 
constantemente que nenhuma preparação é 
necessária, mas que os homens devem vir a 
Jesus exatamente como eles são. No entanto, 
aqui está João Batista separado para “habilitar 
um povo preparado para o Senhor”. 
O fato é que, queridos amigos, que fazer com que 
os homens venham a Jesus exatamente como 
são, não é uma coisa fácil. Para fazê-los desistir 
da ideia de habilitá-los, prepará-los para virem 
sem se prepararem, prepará-los para virem 
como estão, essa é a parte mais difícil do nosso 
trabalho, essa é a nossa maior dificuldade. Se 
viéssemos e pregássemos aos homens a 
necessidade de preparação através de tantas 
semanas de jejum durante uma longa 
Quaresma, ou através de tantos dias de 
flagelação e penitência, eles nos atenderiam 
imediatamente, pois estariam dispostos a fazer 
qualquer preparação. desse tipo; mas, quando 
dizemos a eles: "Venha como você está agora, 
sem nada em sua mão para comprar a 
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misericórdia de Deus, sem nada com o que 
exigir ou merecer", os homens querem uma 
grande preparação antes de virem. até esse 
ponto. Somente a graça de Deus, operando 
poderosamente através da Palavra, pelo 
Espírito, preparará os homens para virem a 
Cristo desta forma, preparados por estarem 
despreparados no que diz respeito a qualquer 
aptidão própria. O único estado apto em que eles 
podem vir é o de afundar-se, abandonando toda 
a ideia de ajudar a Cristo, e chegando em toda a 
sua impotência natural e culpa, e levando Cristo 
a ser o seu tudo em tudo. 
Amados amigos, esta é a verdadeira preparação 
do coração para vir a Cristo, a preparação de vir 
a ele exatamente como você é; e era da conta de 
João, portanto, “preparar um povo preparado 
para o Senhor”. Esse é também o meu negócio 
neste momento. Que o bom Espírito, que 
habitou em João Batista, trabalhe através de nós 
também, para que alguns aqui sejam 
preparados para Cristo, “um povo preparado 
para o Senhor”! Vejamos como João cumpriu 
sua comissão; então poderemos entender 
melhor o texto. 
I. Primeiro, João habilitou “um povo preparado 
para o Senhor” AO DESPERTAR SUA ATENÇÃO. 
As pessoas estavam dormindo; haviam caído em 
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uma condição de letargia religiosa, quando de 
repente apareceu no meio deles um homem 
vestido de pelos de camelo e com uma cinta de 
couro sobre os lombos - um profeta, 
evidentemente, pela ousadia e veracidade de 
suas declarações. Ele falou de tal maneira que as 
pessoas em geral ouviram falar dele, e eles o 
anunciaram dizendo um ao outro: “É um 
homem estranho que começou a pregar junto 
ao rio Jordão e cujo alimento são gafanhotos e 
mel selvagem." 
Todo o estilo do homem colocou as pessoas 
imaginando e conversando; e quando eles 
vieram para ouvi-lo, ele não os lisonjeava, ele 
não proferiu meras verdades comuns a eles, 
mas com seriedade ardente ele se dirigiu 
diretamente a seus corações, e falou como Elias, 
o grande profeta do fogo, havia feito em tempos 
passados. Então ele os colocou pensando. Essa é 
uma grande preparação para vir a Cristo 
exatamente como você é, a saber, ser posto a 
pensar. Sempre esperamos dos homens quando 
eles começam a pensar sobre a religião e as 
coisas de Deus. Veja como a maioria deles se 
apressa com os olhos bem fechados, correndo 
rápido e ainda mais rápido ainda para a 
destruição. Você não pode fazê-los parar e 
pensar. Há milhares de homens que quase em 
breve seriam chicoteados do que levados a 
7 
 
pensar. A última coisa a que eles sempre virão é 
a consideração. Deixe-me apelar para alguns 
aqui que ainda não são convertidos. Você 
alguma vez deu aos assuntos de sua alma o 
benefício de uma séria consideração de uma 
hora? Você tem seu tempo regular para fazer o 
levantamento de estoque, como aqueles que 
estão no negócio; você faz um balanço do seu 
estado espiritual? Sei que você não é tão idiota a 
ponto de negligenciar seus livros contábeis; 
você lança suas contas para ver como você está 
financeiramente; mas você lança a conta entre 
Deus e sua própria alma, e olha o assunto de 
forma justa e diretamente no rosto? Oh, se 
pudéssemos trazer você para fazer isso, 
deveríamos sentir que você estava sendo 
preparado para vir a Cristo exatamente como 
você é, pois nenhum homem virá a Cristo 
enquanto ele é totalmente descuidado e 
desinteressado! Fé é uma questão de 
pensamento; requer uma mente despertada do 
sono, uma mente que tomou asas; e João Batista 
prestou um bom serviço ao seu Mestre quando 
ele surpreendeu os homens nessa condição, e 
assim os fez considerar seus caminhos. 
Ele fez mais do que isso, pois, primeiro fazendo-
os pensar, pregou para eles um Salvador. Ele 
lhes disse que estava vindo Um com poder para 
batizá-los depois de um tipo mais elevado do que 
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o seu batismo. Ele exclamou: “Eis o Cordeiro de 
Deus, que tira o pecado do mundo”, e essa 
mensagem infundiu no povo uma medida de 
esperança. Os pobres disseram: "O que devemos 
fazer?", pois tinham esperança de que houvesse 
algo a ganhar. Até mesmo os coletores de 
impostos, desprezados como eram, começaram 
a olhar para cima e pensar que poderia haver 
alguma coisa para eles, então disseram a João: 
“Mestre, o que faremos?” E os rudes soldados 
romanos pensaram “ Pode haver algo para nós ”, 
então eles também perguntaram: “E o que 
faremos?” João inspirou as multidões com 
esperança. 
É um estado de espírito muito abençoado para 
um homem entrar no mesmo, quando ele 
começa a esperar que ele possa ser salvo. Então 
ele estará preparado para vir a Jesus, assim 
como ele é, quando ele sente que não está 
fechado ao desespero. “Oh!” Diz o pobre 
homem, “eu não preciso, afinal de contas, estar 
perdido; eu não preciso permanecer para 
sempre sob a ira de Deus. Há uma porta aberta 
diante de mim, há um caminho de misericórdiamesmo para mim”. Eu gostaria que fosse 
possível que todos a quem eu me dirigisse agora 
tivessem esse sentimento; seria parte da 
preparação de “um povo preparado para o 
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Senhor” quando o pensamento tivesse 
florescido em esperança. 
Mas João levou seus ouvintes mais adiante, pois 
começaram a esperar tanto uma coisa quanto a 
confiar nela. Eles esperavam que o Cristo viesse 
rapidamente, e esperavam algumas grandes 
bênçãos através da vinda do Messias. E oh! 
Quando os homens, depois de ouvirem o 
evangelho, têm grandes expectativas a respeito 
de Deus e de sua salvação, certamente suas 
expectativas não serão desapontadas por muito 
tempo. Lembro-me de um homem vindo um dia 
para me ver, e ele disse que queria se sentar no 
Tabernáculo. Ele estava me ouvindo há algum 
tempo e queria se sentar; mas ele desejava ser 
muito honesto comigo e não se sentar a não ser 
em entendimento correto. Eu perguntei: “Qual 
é a dificuldade, meu amigo?” “Bem”, ele 
respondeu, “a pessoa que se sentou ao meu lado 
no domingo me disse que, se eu me tornasse 
ouvinte regular, você esperaria que eu me 
convertesse.” "Bem", respondi, "é verdade, vou 
esperar." "Mas", disse ele, "você não quer dizer 
que vai exigir isso de mim". “Eu respondi: “nada 
do tipo; eu não espero que você se converta; mas 
espero e confio que você será convertido, é isso 
que quero dizer. Esperarei que Deus, em sua 
graça, se encontre com você e o salve.” “Oh!”, 
ele disse, “também espero isso; só quero dizer 
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que não poderia garantir.” “ Ah!” eu disse, “vejo 
que você tomou a palavra “esperar” no sentido 
errado; mas eu penso, querido amigo, que se 
você espera se converter, e eu prego esperando 
que você seja convertido, é altamente provável 
que isso ocorra em breve. “Oh!” exclamou ele, 
“Deus conceda isto!” O bom irmão há muito 
tempo foi para o céu. Poucas semanas depois de 
nossa conversa, ele veio e me disse que a 
expectativa em que havíamos nos reunido havia 
sido cumprida e ele confiou que havia 
encontrado o Salvador. Quando as pessoas vêm 
realmente esperando uma bênção, elas 
certamente a receberão. Eu acredito que 
algumas pessoas vão ouvir os ministros com a 
ideia de que haverá algo com que encontrar 
falhas e, é claro, eles acham que é assim; e 
quando as pessoas vêm ouvir outro pregador, 
com a esperança e a expectativa de que Deus os 
abençoará, é claro que Deus os abençoa. Sua 
expectativa é divinamente cumprida. Tenho 
sempre uma esperança brilhante de que um 
homem se apodere de Cristo quando ele 
começa a esperar ser salvo, pois ele sente que 
chegou a hora de ele encontrar a vida eterna. 
João habilitou “um povo preparado para o 
Senhor” porque, primeiro, ele os levou ao 
pensamento; em seguida, ele os levou a esperar; 
e então ele os conduziu à expectativa, e esta é 
uma alta medida de preparação. 
11 
 
João fez mais do que isso, pois ele gritou: 
“Arrependam-se: porque o reino dos céus está 
próximo”, isto é, ele pressionou expectativa 
sobre o povo. Um irmão, que é um eminente 
pregador, mas que usa palavras bastante longas, 
estava me explicando o benefício da pregação do 
Sr. Fullerton e do Sr. Smith em seu lugar de 
adoração. Ele disse: “Eu não sei exatamente por 
que esses irmãos foram o meio de conversão de 
muitos em meu lugar, a quem eu nunca havia 
alcançado, mas percebi que eles tinham o poder 
de precipitar a decisão”. Parecia muito 
estranho, mas quando eu pensei um pouco, 
gostei da expressão “o poder de desencadear a 
decisão”. Esse é o poder que leva os homens a 
decidirem-se e dizer “sim” ou “não”, para sentir 
que a decisão tem que ser feita imediatamente, 
e que a sua colocação é impossível porque seria 
uma espécie de insanidade. Agora, esse é o 
significado do que João disse: “O reino dos céus 
está próximo! Arrependam-se! Ele está vindo, 
Aquele que maneja o machado da justiça divina; 
dê frutos ou seja cortado. Ele está vindo, Aquele 
que usa a grande pá; seja o verdadeiro trigo, ou 
então, seja levado embora.” Ele colocou a 
verdade de maneira tão precisa e tão fervorosa 
que, por esse meio, habilitou “um povo 
preparado para o Senhor”. 
12 
 
II. Agora, em segundo lugar, João preparou as 
pessoas para Cristo AO DESPERTAR SUAS 
CONSCIÊNCIAS. 
Sua primeira expressão, como eu lhe lembrei, 
foi: “Arrependam-se, pois o reino dos céus está 
próximo”. “Arrependei-vos! Arrependei-vos!” 
Foi o grito contínuo de João. Isso despertou a 
consciência de seus ouvintes sobre o pecado 
deles. Pregar arrependimento significava: 
“Você pecou; mude sua mente em referência a 
esse pecado. Você pecou; saia do pecado, 
lamente sobre ele, peça perdão por isso. 
Arrependei-vos!” Sempre que um homem traz à 
mente dos outros os seus pecados, quando ele 
faz isso para que eles comecem a sentir que 
pecaram, então eles estão sendo preparados 
para o Senhor, pois ninguém virá ao Salvador a 
menos que ele saiba que ele precisa de um 
Salvador; e nenhum homem sentirá que precisa 
de um Salvador até sentir que é pecador. Por 
isso, é uma preparação real dos homens para 
Cristo convencê-los do pecado. 
Isso fez João; ele trouxe seu pecado diante deles, 
e então ele lhes mostrou sua necessidade de 
limpeza, pois ele estava ao lado do rio Jordão, 
não com uma concha de marisco, como alguns 
o descrevem, mas ele permaneceu na 
correnteza, pronto para imergir todos aqueles 
13 
 
que tivesse se arrependido. Isso estava 
praticamente dizendo a eles: “Você precisa ser 
lavado, precisa ser purificado; e eu te mostro 
esta verdade quando te batizo com água para 
arrependimento. Seja isto um sinal para você 
que não há céu entrando em sua imundícia, mas 
você deve primeiro ser lavado. Como os vossos 
corpos são lavados com água pura, assim devem 
as vossas almas ser lavadas e limpas antes de 
entrarem no céu.” Este foi o ensinamento claro 
de João, tanto pela sua ação como pelas suas 
palavras às suas consciências, dizendo-lhes de 
sua necessidade de uma mudança de vida. Ele 
disse que não adiantava fingir lamentar o 
passado, e depois continuar a pecar da mesma 
maneira. “Produzam frutos”, disse ele, 
“repreendendo-se por arrependimento” ou 
“respondendo à emenda da vida”. E ele se 
esforçou para mostrar quais deveriam ser os 
frutos. Se eles eram homens de ganância, eles 
devem se tornar generosos e dar aos seus 
vizinhos necessitados. Se eles foram injustos e 
exigentes, eles devem se tornar honestos. Se 
eles tivessem sido dominadores, brutais e 
murmuradores, eles deveriam ser contentes, 
serenos e gentis. 
Ele não apenas pregou às multidões sobre o 
arrependimento do pecado em geral, mas ele 
apontou o pecado preciso de cada classe de 
14 
 
pessoas que aproximou-se dele e instou-os a 
cumprir os deveres especiais que haviam 
negligenciado. Agora, irmãos, creio, como já 
disse muitas vezes, que não há costura apenas 
com fio de seda; você deve ter uma agulha 
também. Você precisa de uma agulha afiada 
para ir primeiro para atravessar o fio através do 
material; então você deve pregar a lei, você deve 
denunciar o pecado, e você deve individualizar e 
condenar pecados especiais; e você deve ser 
pessoal, e direto, ou então os homens não 
sentirão em suas consciências o que você diz a 
eles. A consciência é muito apta a ficar 
queimada com ferro quente, a perder a 
sensibilidade, de modo a não ser útil como 
consciência. Alguns dizem que a consciência é 
uma centelha da divindade, um monitor divino; 
não é nada disso, em muitos homens está quase 
extinta, pois não age de maneira alguma. O 
pregador que “habilitasse um povo preparado 
para o Senhor” deve sair com seu machado e 
colocá-lo na raiz das árvores; ele deve ser 
definido e distinto em indicar esse e aquele 
pecado, e clamar a todos os homens: 
“Arrependa-se destes pecados. Desista. Fique 
limpo com eles. Seja purificado deles; ou então, 
como Deus vive, quando o próprioCristo vier, 
não será para salvá-lo, mas para soprar você 
com seu leque quando o joio for soprado no 
fogo.” Isto é “para habilitar um povo preparado 
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para o Senhor” por estarem convencidos do 
pecado e serem levados ao arrependimento. 
Isso, penso eu, é um segundo significado 
claramente ilustrado no ministério de João 
Batista. 
III. Mas em terceiro lugar, João teve de “habilitar 
um povo preparado para o Senhor” 
APONTANDO A NATUREZA DA VERDADEIRA 
RELIGIÃO. 
Ele mostrou que não dependia de privilégios 
externos. Assim que João começou a pregar, os 
homens da raça judaica, orgulhosos de seu 
pedigree, se aproximaram; e João, com toda a 
coragem que um servo do Senhor poderia ter, 
disse: “Não comece a dizer dentro de si mesmos: 
Temos Abraão por nosso pai: pois eu vos digo 
que Deus é capaz a partir destas pedras de 
suscitar filhos a Abraão.” Você vê o desvio de sua 
pregação, não vê? Ele diz, praticamente: 
“Homens e mulheres, não há virtude em seus 
privilégios, não há mérito em sua ascendência 
religiosa. Quanto a supor-se como o povo 
peculiar de Deus, você não deve ser salvo dessa 
maneira. Não digam: temos Abraão por nosso 
pai.” Oh, quantos abraçam essa ideia: “Meu pai 
era cristão”. Outros dizem: “Bem, eu moro em 
um país cristão”. Eles supõem que há algo no 
próprio mundo, na raça a partir da qual eles 
16 
 
surgiram. Fora com todas essas noções, por 
quaisquer privilégios externos que você possa 
ter tido, eles não são suficientes para assegurar 
a salvação para você. 
Então vieram os fariseus e os saduceus; eles 
eram as pessoas religiosas da época, os grandes 
observadores de todas as propriedades 
externas, mas João lhes ensinou que a 
verdadeira religião não é o mesmo que a 
pretensão oficial. Ele os chamou de “geração de 
víboras”. Isso foi muito desrespeitoso e, de fato, 
muito chocante de sua parte; todos os jornais do 
período, se houvesse algum, o teriam acusado 
por sua falta de caridade, mas ele queria que 
aqueles que o procurassem entendessem que a 
verdadeira religião não era o mesmo que 
professar ser religioso. Não era ampliando as 
bordas de suas roupas, não era usando um texto 
da Escritura como um filactério entre os olhos, 
não era fazendo longas orações nos cantos das 
ruas, que os salvariam; deve haver uma 
mudança completa no coração. Então João falou 
diretamente; e isto, creio eu, é uma ótima 
maneira de preparar os homens para virem a 
Cristo, quando você lhes diz: “Não é o seu 
treinamento inicial, não é você ir à igreja ou à 
capela, não é a sua aspersão infantil e sua 
confirmação, nem é o seu batismo de adultos, 
nem as suas orações e a leitura da Bíblia, que vão 
17 
 
salvá-lo; mas você deve nascer de novo. Deve 
haver uma mudança espiritual interior, forjada 
pelo Espírito Santo. Você deve crer em Jesus 
Cristo, a quem Deus enviou, e você deve 
acreditar nele a ponto de ser feito nova criatura 
nele, ou então você não pode ser salvo.” Agora, 
quando os homens percebem que tudo isso é 
verdade, isso os assusta. de seus falsos refúgios, 
e os faz prontos para fugir para o único refúgio 
verdadeiro, de modo que é realmente o modo de 
habilitar “um povo preparado para o Senhor”. 
Enquanto João expõe este assunto 
negativamente, derrubando tudo errado com a 
esperança de seus ouvintes, ele foi 
extremamente claro ao dizer-lhes que o 
caminho da salvação os envolveria na 
necessidade de estarem certos diante de Deus. 
“Ali,” disse ele, “a prova da vida de uma árvore é 
seu fruto, e as evidências de sua nova vida serão 
suas boas obras. Agora também está posto o 
machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, 
que não produz bom fruto é cortada e lançada no 
fogo.” A menos que nossa religião nos 
santifique, nada tem feito por nós que valha a 
pena. A menos que odiemos o pecado e amemos 
a retidão, nossa religião é uma farsa e uma 
mentira. João afirmou essa verdade muito 
claramente; e esse é o caminho para conduzir os 
homens a Cristo. Ele também lhes disse que o 
julgamento de uma vida seria pelo seu peso e 
18 
 
também pelo seu fruto. "Olhe", disse ele, "na 
pilha que fica na eira. Aquele que tem a pá na 
mão, começa a joeirá-la; aquilo que é leve e 
palha é soprado, aquilo que tem trigo 
permanece no chão. Então,” disse ele, “deve 
haver peso na sua religião, estabilidade, 
realidade, sinceridade. Deve haver trabalho de 
coração, não deve ser pretensão; deve ser 
verdade do começo ao fim, ou então não lhe 
valerá mais do que um monte de joio valerá ao 
lavrador quando este for soprado no fogo.” 
Então João ensinou a seus ouvintes que o 
próprio Cristo seria o grande Trilhador dos 
corações humanos; não ministros ou colegas 
professantes, mas o próprio Cristo. Quando os 
homens sentem que isso é verdade, começam a 
dizer a si mesmos: “Há mais exigências do que 
possuímos no presente. Há mais demandas do 
que podemos fabricar de nós mesmos. Vamos 
até aquele que o tem e peçamos a ele. Vamos a 
Cristo, que tem a graça de conceder aos pobres 
e necessitados ”. 
Portanto, este é o caminho para habilitar “um 
povo preparado para o Senhor”, apontando para 
eles a natureza da verdadeira religião; é isso que 
eu tentei fazer, querido ouvinte. Quando você 
sabe que não pode se salvar, você canta? 
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"Não o trabalho de minhas mãos 
Pode cumprir as demandas da tua lei: 
Poderia meu zelo sem descanso saber, 
Poderia minhas lágrimas para sempre fluir, 
Tudo ao pecado não poderia expiar." 
E então você está pronto para terminar o verso 
cantando: 
“Tu deves salvar, e só tu.” 
IV. Agora vou encerrar meu discurso 
observando uma quarta maneira em que João 
habilitou “um povo preparado para o Senhor”. 
Ele fez isso DECLARANDO A GRAÇA E O PODER 
DE JESUS CRISTO. 
Meus irmãos, se eu fosse pregar a vocês 
meramente para despertar sua atenção, 
despertar suas consciências para um 
sentimento de pecado, ou simplesmente para 
mostrar-lhe a natureza da verdadeira religião, 
mas você não estaria preparado para Cristo, a 
menos que você também soubesse algo sobre 
ele, algo sobre sua adequação e seu poder para 
salvá-lo. Assim, João pregou a Jesus Cristo como 
um poderoso e glorioso Salvador sobre quem o 
20 
 
Espírito repousou. Ele diz que, quando ele 
batizou nosso Senhor, quando Jesus saiu da 
água, “vi o Espírito descer do céu como uma 
pomba e pousar sobre ele. E eu não o conhecia; 
mas aquele que me enviou a batizar com água, 
esse me disse: Aquele a quem vires descendo o 
Espírito e ficando sobre ele, esse é o que batiza 
com o Espírito Santo”. Ele pregou e disse ao povo 
que o Espírito de Deus repousava sobre Jesus 
Cristo, sim, sobre ele. Agora, isso os levaria a ele, 
e isso deveria levá-lo a ele. O que quer que seja, 
pobres almas, que você precisa para torná-lo 
santo e perfeito, Cristo o tem, pois o Espírito de 
Deus repousa sobre ele e permanece nele sem 
medida. Você quer a graça da penitência, Cristo 
tem para dar a você. Se você quer a graça da 
súplica, ele tem para lhe dar. Se você quer a 
graça da fé, ele a tem. Se você quer a graça da 
santidade, ele a tem. “Agradou ao Pai que 
residisse nele toda a plenitude”, “e da sua 
plenitude todos temos recebido, e graça sobre 
graça”. João ensinou isso aos seus ouvintes e eu 
o ensino a vocês. Não há nada desejado entre o 
portão do inferno e o portão do céu, senão o que 
está em Cristo, nada falta para fazer o maior 
pecador do inferno ser o maior santo do céu, 
senão o que Cristo tem, nada desejado em 
qualquer hora de tentação. tempo de depressão, 
nada desejado em qualquer momento de 
doença, ou na própria morte, senão o que está 
21 
 
em Cristo, e lá para você, se você confia nele. Se 
você está disposto a recebê-lo, ele é livremente 
apresentado a você. Aquele que faz você 
disposto a receber está certamente disposto a 
dar. Se ele te esvaziou, e te preparou para 
receber da sua plenitude,não pense que ele te 
recusará quando você vier a ele por isso. Ele 
disse: “Aquele que vem a mim de maneira 
alguma o lançarei fora.” 
No último domingo de manhã, soprei a grande 
trombeta na esperança de surpreender alguém 
para Cristo; nessa ocasião, eu tocava o pequeno 
sino de prata com um ruído suave, na esperança 
de que alguns, por esse meio, ficassem 
dispostos a vir a Cristo. 
Meu leitor, você não pode querer nada que 
Cristo não possua; todas as tuas exigências são 
plenamente satisfeitas nele. O Espírito de Deus 
habita nele como plenitude, e como plenitude 
permanente; portanto, acredite nele, e até 
mesmo aquela fé que ele lhe dará, confie nele, e 
você será salvo e plenamente suprido por 
aquele que pode suprir todas as necessidades de 
seu caso. 
Agora, irmãos, João ensinou ao povo que eles 
poderiam estar prontos para Cristo, “um povo 
preparado para o Senhor”, pois, quando os 
22 
 
homens começam a ver o que Cristo é, e que 
Salvador ele é, e então eles estão prontos para 
vir a ele; e oro para que muitos de vocês possam 
vir a ele agora. 
João também disse a seus ouvintes que o Cristo 
que ele pregava era capaz de batizá-los com o 
Espírito Santo. “Veja”, diz ele, “eu só mergulho 
você no fluxo da corrente, não posso fazer nada 
mais por você do que mergulhá-lo neste rio 
Jordão, na profissão de arrependimento do 
pecado; mas esse Salvador, esse Cristo de Deus, 
pode mergulhar você no Espírito de Deus. Ele 
pode te dar o poder dele para te encher; você 
pode ser batizado no Espírito Santo por ele“. 
Você ouve isto, pecador? Jesus Cristo pode vir e 
dar-te o Espírito Santo em tal medida que serás 
batizado nele? 
"Mergulhado no mar mais profundo da 
divindade, 
e perdido em sua imensidão." 
Isto fará de ti para ser realmente dele, e te fazer 
verdadeiramente vivo para ele. A plenitude da 
graça, então, está com Cristo e ele está 
preparado para dá-lo; e isso deve preparar os 
homens para recebê-lo. Não disse o pobre filho 
pródigo da provisão na casa de seu pai: “Há pão 
23 
 
suficiente e de sobra”? Foi em parte o que o fez 
ir para a casa de seu pai; e podemos dizer do 
Espírito que está em Cristo: “Há bastante e de 
sobra para todo pecador pobre que vem a ele”; 
portanto, venha junto com você, esteja 
preparado imediatamente para vir e receber o 
Salvador. 
Finalmente, João disse em sua pregação: “Eis o 
Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. 
Ele apontou Cristo como o que carrega o pecado, 
portando a culpa humana em sua própria 
pessoa. Essa é a chave mestra que permite aos 
homens entrar no reino dos céus. Oh! como eu 
gosto de pregar a Cristo como o Substituto, 
Cristo como o sacrifício expiatório; e quando 
você ouve a Cristo pregado dessa maneira, isso 
o torna pronto, “um povo preparado para o 
Senhor”. Como podem os homens vir a Cristo se 
não sabem o que Cristo fez por eles? Se você não 
entende que ele sofreu em seu lugar, o justo 
pelo injusto, para levá-lo a Deus, como você 
pode vir a Cristo? Mas quando você aprendeu 
essa sagrada e abençoada doutrina da 
propiciação de Cristo pelo pecado humano, 
então, por que, então, você pensa que vai pular 
ao som dela, e diz: 
“Sim, eu tomarei essa propiciação 
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como um sacrifício para mim. 
Bendito Cordeiro de Deus. 
Minha fé colocaria sua mão 
Nessa sua querida cabeça, 
Enquanto eu sou um penitente 
E confesso meu pecado”. 
João pregando Cristo era a melhor maneira de 
habilitar “um povo preparado para o Senhor, E 
não há melhor maneira de prepará-lo para vir a 
Jesus. Oh, que Deus conceda a alguns de vocês 
aquela “expectação de decisão” da qual meu 
amigo instruído falou! Oh, que em algumas 
vidas o ponto de virada possa ser alcançado esta 
noite, o momento feliz quando eles devem se 
decidir por Cristo! Senhor, decida-os! Meu 
amigo, você veio para a encruzilhada; 
porventura, esta noite, se você rejeitar o 
Salvador, será sua última rejeição a ele, e ele 
finalmente selará sua desgraça; e tenho certeza, 
sem dúvida, que se esta noite você olhar para 
Jesus, e confiar em sua obra consumada, você 
será salvo e salvo para sempre. 
Aqui está um texto para você: “Todo aquele que 
invocar o nome do Senhor será salvo”. Não é um 
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texto maravilhoso“, pois diz que qualquer um 
que o fizer será salvo. “Todo aquele que invocar 
o nome do Senhor” em oração de fé, pedindo 
misericórdia, confiando em Cristo por 
misericórdia, “será salvo”. “Crê no Senhor Jesus 
Cristo e serás salvo.” “Aquele que crê no filho 
tem vida eterna.” A maioria de vocês conhece 
esses textos de cor; segure-os como com 
ganchos de aço. Se você diz que está com fome, 
e eu ponho um pedaço de pão na sua frente, você 
vai sentar e olhar a noite toda? Se eu te 
encontrar dentro de uma semana, você ainda 
vai reclamar que está com fome, enquanto 
ainda há pão na sua frente intocado? Você 
merece estar com fome, se é esse o caso, você 
merece ser faminto até a morte se, o pão estiver 
lá, e você não o comer. Pegue e coma. "Posso tê-
lo?", Pergunta um deles. Tu és comandado para 
tê-lo; isso não é uma questão que é deixada para 
a sua opção. “Ora, não levou Deus em conta os 
tempos da ignorância; agora, porém, notifica 
aos homens que todos, em toda parte, se 
arrependam.” Nosso próprio Senhor disse: 
“Arrependam-se e creiam no evangelho.” 
Portanto, é um mandamento do evangelho para 
que nos arrependamos e creiamos, e 
verdadeiramente obedeçamos a um 
mandamento dado pelo próprio Senhor. Não há 
dúvida sobre a sua permissão para obedecê-lo; 
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então, obedeça imediatamente e leve a si 
mesmo a Cristo. 
"Você não me conhece", diz alguém tristonho no 
canto, "você não me conhece, senhor; senão 
você não falaria assim.” Eu não preciso te 
conhecer; mas se você fosse do próprio diabo, se 
quisesse vir a Cristo, deveria ser ao mesmo 
tempo e para sempre o próprio de Cristo. Ainda 
que foste afundado quase no inferno por uma 
vida de crime horrível, ainda que vás agora 
arrepender-te do teu pecado e apoderar-te de 
Cristo, serás salvo. Não sei usar linguagem que 
seja mais forte que isso; mas não pense que vou 
retirá-lo ou qualificá-lo. Se eu soubesse falar em 
termos mais amplos do que os que usei, falaria 
assim. Você é o mais culpado dos culpados, mais 
condenado de todos os condenados, para quem 
o inferno mais quente seria o seu lugar devido, 
mas ainda assim, olha para Cristo, e você viverá, 
porque ninguém é muito vil para ele purificar, 
nenhum tão grandemente culpado para ele 
perdoar. Oh, que você acreditasse em Jesus 
enquanto o sino do evangelho tocasse, 
“misericórdia, misericórdia, misericórdia!” 
Deus ajude você a fazer isso, pelo amor do 
Senhor Jesus Cristo! Amém.