Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 313 12.2 - Brisas do vale e da montanha. Durante a noite, o ar em contacto com o solo arrefecido aumenta de densidade e tende a escoar pelas encostas, acumulando-se nos vales e, não raramente, fluindo acima dos rios. Tal fenômeno é a brisa da montanha, que pode tomar diversos nomes locais. No Nordeste do Brasil, por exemplo, o vento Aracati e a "cruviana", bastante conhecidos das populações ribeirinhas das correspondentes áreas de atuação, são ventos noturnos que sopram vale abaixo, acompanhando o curso dos rios Aracati e São Francisco, respectivamente. O ar frio que desce as encostas e se acumula nos vales pode, sob intenso resfriamento noturno, atingir a saturação, iniciando-se a condensação. É comum, então, a formação de orvalho ou de nevoeiros cerrados. Vistos da montanha esses nevoeiros são muito curiosos, pois o vale fica completamente coberto por uma camada nebulosa que recebe o nome de mar de nuvens. Caso a temperatura se torne negativa durante à noite, certamente haverá a formação de geada. Durante o dia, acontece o inverso: em contacto com as encostas aquecidas pelo Sol, o ar adquire calor e se expande (tornando-se menos denso), movimentando-se no sentido ascendente das encostas: é a brisa do vale. Pode ser suficiente para originar nuvens convectivas acima das mon- tanhas. As brisas do vale e da montanha são também chamadas ventos anabáticos e catabáticos, respectivamente. 12.3 - Monções. Em certas regiões da Terra, particularmente ao sul do continente asiático (Fig. VII.29) e no norte Austrália, há uma inversão sazonal da direção do vento à superfície. OCEANO ÍNDICO ÍNDIA VERÃO OCEANO ÍNDICO INVERNO ÍNDIA Fig. VII.29 - Monções asiáticas de verão (esquerda) e de inverno (direita).
Compartilhar