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Conflito no trabalho APRESENTAÇÃO Nesta Unidade de Aprendizagem, trabalharemos mais um elemento que influencia o comportamento humano: conflito no trabalho. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Explicar o que é conflito.• Analisar vantagens e desvantagens do conflito.• Identificar as principais fontes de conflito.• INFOGRÁFICO O conflito no trabalho pode ter diferentes causas e trazer efeitos desastrosos ou benéficos à organização. Os conflitos benéficos conduzem a organização ao crescimento, em função da diversidade de ideias e pontos de vista. Veja o infográfico a seguir: CONTEÚDO DO LIVRO A seguir, veremos o que é conflito no trabalho, suas vantagens e desvantagens e as suas causas. Acompanhe os trechos selecionados do livro Comportamento Organizacional: conhecimento emergente, realidade global, de MCSHANE e VON GLINOW. Boa leitura! Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 M175c McShane, Steven L. Comportamento organizacional : conhecimento emergente, realidade global [recurso eletrônico] / Steven L. McShane, Mary Ann Von Glinow ; tradução : Francisco Araújo da Costa. – 6. ed. – Porto Alegre : AMGH, 2014. Editado também como livro impresso em 2014. ISBN 978-85-8055-404-5 1. Comportamento organizacional. I. Von Glinow, Mary Ann. II. Título. CDU 005.32 McShane_Iniciais_6ed_eletronica.indd iiMcShane_Iniciais_6ed_eletronica.indd ii 28/07/14 13:4328/07/14 13:43 11 Conflito e Negociação no Local de Trabalho Mais de uma década atrás, os executivos da L’Oreal Cana- dá previram que a força de trabalho da empresa logo esta- ria igualmente dividida entre baby boomers, membros da Geração X e millennials. À medida que mais funcionários do último grupo trabalhavam nos escritórios de Montreal da empresa parisiense de produtos de beleza e higiene pessoal, os executivos da L’Oreal Canadá foram desco- brindo outra coisa: os millennials trazem crenças, valores e comportamentos diferentes para o local de trabalho. “Essa nova geração é muito honesta quanto à partici- pação, e muito mais livre”, conta Marjolaine Rompré, dire- tora de aprendizagem e desenvolvimento da L’Oreal Ca- nadá. “Essa gente é muito empreendedora, então querem um local de trabalho inovador, flexível e meritocrático. Eles gostam de desenvolvimento individual e de respon- sabilidade precoce”. A partir dessas observações, Rompré e outros executivos da L’Oreal Canadá também viram si- nais de um conflito de gerações incipiente. “Percebemos que poderíamos estar de frente com um problema interes- sante. Chamamos ele de choque de gerações”. Em vez de permitir que o choque de gerações se trans- formasse em um conflito disfuncional, a L’Oreal Canadá introduziu um seminário multigerações de meio dia, cha- mado Valorizando as Diferenças entre Gerações, que pre- tende ajudar os funcionários de todos os grupos a com- partilharem suas percepções, valores e expectativas uns com os outros. Por ora, 85% dos funcionários da L’Oreal Canadá já participaram da iniciativa voluntária premiada. Em uma parte importante da sessão, os funcionários se reúnem com seus respectivos colegas de geração e respondem a algumas perguntas; a seguir, suas respostas são compartilhadas com as outras gerações. “Cada gru- po fica interessado e surpreso em ver o que é importante para o outro”, conta Rompré. Por exemplo, os participan- tes de diversas sessões descobriram que “segurança” significava coisas diferentes para membros de gerações diferentes: um plano de pensão para os baby boomers e um bom currículo para a Geração X, mas o termo era menos importante para a Geração Y. Essas e outras obser- vações resolveram diversos mal-entendidos. “Os Ys nos disseram que ficaram muito contentes em descobrir por que os baby boomers eram mais conservadores e por que os da Geração X não queriam compartilhar informações com eles”, lembra Rompré. Em termos gerais, o programa Valorizando as Dife- renças entre Gerações foi um tremendo sucesso, tendo melhorado o entendimento mútuo e reduzido o conflito disfuncional em toda a organização. Ele também ajudou a L’Oreal Canadá a se tornar um dos melhores lugares onde se trabalhar no Canadá, além de um dos melhores empre- gadores do país em termos de diversidade. 1 A consciência da L’Oreal Canadá sobre conflito en- tre gerações, assim como seu programa de treinamento bem-sucedido de gestão desse conflito, reflete questões sobre diferenças no local de trabalho. Este capítulo inves- tiga essas dinâmicas do conflito em ambientes organiza- cionais. Primeiro, ele define o que é conflito e discute uma questão antiga: o conflito é bom ou ruim? A seguir, anali- samos o processo de conflito e examinamos em detalhes os principais fatores que causam ou amplificam o conflito. Os cinco estilos de resolução de conflitos são descritos a seguir, incluindo diferenças de gênero e interculturais. Depois, analisamos abordagens estruturais à gestão de conflitos, seguido pela função dos gerentes e outros na resolução de conflitos por terceiros. A seção final do capí- tulo revisa questões fundamentais na negociação da reso- lução de conflitos. Rompré (E): preocupação com os millennials. McSchane_11.indd 288McSchane_11.indd 288 23/06/14 14:3023/06/14 14:30 CAPÍTULO 11 Conflito e Negociação no Local de Trabalho 289 O SIGNIFICADO E AS CONSEQUÊNCIAS DO CONFLITO As organizações estão sempre se adaptando a seu ambiente externo e introduzindo maneiras me- lhores de transformar recursos em resultados (ver Capítulo 1). Ninguém possui um mapa perfei- to de como as empresas devem mudar, e os funcionários e outras partes interessadas quase nunca concordam totalmente com a direção ou forma dos ajustes. Os funcionários têm metas pessoais e profissionais divergentes, o que os leva a preferir direções diferentes para a organização. Essas diferenças de objetivos e pontos de vista, além de outros fatores fundamentais des- critos neste capítulo, levam ao conflito. O conflito é um processo no qual uma parte percebe que seus interesses estão sendo contrariados ou afetados negativamente pela outra parte.2 Ele pode ocorrer quando uma parte obstrui outra de alguma forma na busca de seus objetivos ou simplesmente quando uma parte percebe a situação dessa maneira. Em última análise, o conflito se baseia em percepções; ele existe sempre que uma parte acredita que a outra pode obstruir seus esforços, independente desta pretender de fato obstruí-la ou não. Conflito é bom ou ruim? Um dos debates mais antigos no campo do comportamento organizacional é se o conflito é bom ou ruim para as organizações; ou, mais recentemente, quais formas de conflito são boas ou ruins.3 A opinião dominante quase sempre foi que o conflito é disfuncional.4 Na virada do século passado, os teóricos europeus da administração Henri Fayol e Max Weber recomenda- ram independentemente estruturas organizacionais que dependiam de relações harmoniosas e desincentivavam sistematicamente o conflito. Elton Mayo, que fundou a escola das relações humanas da Universidade de Harvard e é considerado um dos fundadores do comportamen- to organizacional, acreditava que o conflito entre funcionários e gestores prejudica a eficácia organizacional. Esses e outros críticos alertam que mesmo níveis baixos de discórdia tendem a minar as relações no local de trabalho e a sugar a energia das atividades produtivas. A dis- córdia com seu supervisor, por exemplo, desperdiça o tempo produtivo, viola a hierarquia de comando e questiona a alocação eficiente de autoridade (na qual os gerentes tomam as decisões e os funcionários as seguem). OA1, OA2 Objetivos de aprendizagem Após ler este capítulo, você deve ser capaz de: OA1 Definir conflito e debater suas consequências po- sitivas e negativas no local de trabalho. OA2 Distinguir o conflito construtivo do conflito de relacionamentoe descrever três estratégias para minimizar os conflitos de relacionamento durante os episódios de conflito construtivo. OA3 Diagramar o modelo do processo de conflito e descrever seis fontes estruturais de conflito nas organizações. OA4 Apresentar os cinco estilos de tratamento de con- flitos e discutir as circunstâncias nas quais cada um seria mais adequado. OA5 Aplicar as seis abordagens estruturais à gestão de conflitos e descrever os três tipos de resolução de conflitos por terceiros. OA6 Descrever o modelo de negociação da zona de barganha e definir as estratégias que os bons ne- gociadores usam para reclamar valor e criar valor em negociações. CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS CONSEQUÊNCIAS POSITIVAS Usa tempo que poderia ser produtivo Menos compartilhamento das informações Mais estresse, insatisfação no emprego e rotatividade Aumenta a política na organização Desperdiça recursos Enfraquece a coesão da equipe (conflito entre seus membros) Melhor tomada de decisão • Testa a lógica dos argumentos • Questiona os pressupostos Funcionário mais adaptável às mudanças ambientais Maior coesão da equipe (conflito entre a equipe e antagonistas externos). FIGURA 11.1 Consequências do conflito no ambiente de trabalho. McSchane_11.indd 289McSchane_11.indd 289 23/06/14 14:3023/06/14 14:30 290 PARTE III Processos da Equipe Apesar de atualmente a perspectiva de que o conflito é ruim ser considerada simplista, o conflito pode mesmo ter consequências negativas em algumas circunstâncias (ver Figura 11.1).5 O conflito é criticado por consumir tempo que poderia ser produtivo. Por exemplo, quase um terço de 5.000 funcionários de nove países que participaram de um levantamento recente infor- mou que frequentemente ou sempre está lidando com conflitos no local de trabalho. Mais de metade dos funcionários alemães reclamaram que o conflito consumia seus dias de trabalho.6 O conflito pode prejudicar o desempenho no trabalho também de outras maneiras.7 Ele costuma ser estressante, o que consome energia pessoal e distrai os funcionários do trabalho. O conflito desincentiva os participantes da disputa a compartilharem recursos e coordenarem suas atividades. Ele pode reduzir a satisfação no emprego, resultando em maior rotatividade e pior antedimento ao cliente. O conflito alimenta a política nas organizações, por exemplo, mo- tivando os funcionários a descobrirem maneiras de minar a credibilidade de seus oponentes. A tomada de decisão sofre porque as pessoas se sentem menos motivadas a comunicar informa- ções valiosas. Ironicamente, com menos comunicação, os rivais tendem a aumentar ainda mais suas discordâncias porque cada lado se baseia cada vez mais em percepções distorcidas e este- reótipos da outra parte. Enfim, o conflito entre os membros da equipe pode minar a sua coesão. Benefícios do conflito Na década de 1920, quando a maioria dos estudiosos organizacio- nais considerava o conflito inerentemente disfuncional, o psicólogo e filósofo da educação John Dewey louvou seus benefícios: “O conflito é o provocador do raciocínio. Ele nos move para a observação e a memória. Ele instiga a invenção. Ele nos tira da passividade dos rebanhos e nos coloca em observação e maquinação”.8 Três anos depois, a cientista política e teórica da administração Mary Parker Follett fez uma observação semelhante, afirmando que a “fricção” do conflito deve ser utilizada, não tratada como uma consequência indesejável das diferenças.9 Mas foi só na década de 1970 que os especialistas em gestão de conflito começaram a adotar a perspectiva do “conflito ideal”. De acordo com essa perspectiva, as organizações são mais eficazes quando há algum nível de conflito, mas se tornam menos eficazes quando o conflito atinge níveis mais altos.10 Quais são os benefícios do conflito? Segundo Dewey, o conflito estimula as pessoas a debater questões e avaliar alternativas de forma mais completa. O debate testa a lógica dos argumentos e encoraja os participantes a reexaminar seus pressu- postos básicos sobre o problema e sua possível solução. Ele impede grupos e indivíduos de to- marem decisões inferiores. À medida que trabalham para chegar a um acordo, os indivíduos e as equipes aprendem mais uns sobre os outros e chegam a um entendimento das questões fundamentais subjacentes que precisam ser resolvidas. Isso os ajuda a desenvolver soluções mais criativas que refletem as necessidades de múltiplas partes interessadas. Ao gerar um pensamento mais ativo, o conflito também tem o potencial de melhorar a criatividade.11 Um segundo benefício possível do conflito moderado é que ele evita que as empresas entrem em estado de estagnação e não se adaptem ao seu ambiente externo. Por meio do conflito, os funcionários questionam continuamente as práticas e ficam mais sensíveis à in- satisfação das partes interessadas. Em outras palavras, o conflito gera mais vigilância.12 Ele ainda oferece uma terceira consequência positiva quando os membros de equipes vivenciam disputas ou competição com fontes externas. Essa forma de conflito representa um desafio externo que, como observado no capítulo sobre a dinâmica de equipes (Capítulo 8), tem o potencial de aumentar a coesão interna das equipes. As pessoas se sentem mais motivadas a trabalhar juntas quando confrontadas com uma ameaça externa, como em um conflito com pessoas de fora da equipe. Visão emergente: conflito construtivo e conflito de relacionamento Apesar de muitos autores ainda se referirem à perspectiva do “conflito ideal”, uma escola de pensamento emergente afirma que há dois tipos de conflito com consequências opos- tas: o conflito construtivo e o conflito de relacionamento.13 O conflito construtivo (também chamado de conflito relacionado a tarefas) ocorre quando as pessoas enfocam sua discussão no problema do momento enquanto demonstram respeito pelos indivíduos que têm outros pontos de vista. O conflito é chamado de “construtivo” porque posições diferentes são enco- rajadas, de modo que ideias e recomendações possam ser esclarecidas, reelaboradas e testadas para garantir sua integridade lógica. Mantendo o debate focado no problema, os participantes conflito Processo no qual uma parte percebe que seus interesses estão sendo contrariados ou afetados negativamente pela outra parte. McSchane_11.indd 290McSchane_11.indd 290 23/06/14 14:3023/06/14 14:30 CAPÍTULO 11 Conflito e Negociação no Local de Trabalho 291 reexaminam calmamente suas crenças e pressupostos sem que o impulso de defender seu autoconceito provoque reações emocionais hostis. As pesquisas indicam que as equipes e or- ganizações com níveis muito baixos de conflito construtivo são menos eficazes.14 Ao mesmo tempo, provavelmente há um limite máximo para a intensidade de qualquer debate acima do qual seria muito difícil manter a construtividade do conflito. Em contraste com o conflito construtivo, o conflito de relacionamento (também conhe- cido como conflito socioemocional) enfoca o adversário, não o problema, como fonte do con- flito. As partes falam de “conflitos de personalidade” e outras incompatibilidades interpes- soais, não de diferenças legítimas de opinião quanto às tarefas ou decisões. Elas tentam minar o argumento umas das outras, questionando sua competência. Atacar a credibilidade alheia ou reagir de modo agressivo à outra pessoa aciona mecanismos de defesa e uma orientação competitiva. O conflito de relacionamento também reduz a confiança, pois as emoções nega- tivas que costumam acompanhá-lo prejudicam a identificação com a outra pessoa, fazendo com que o relacionamento se sustente principalmente na confiança baseada no cálculo.15 O conflito aumenta mais facilmente porque os adversários têm menos motivação para se co- municar e compartilhar informações, dificultando o processo de achar pontos em comum e resolver a disputa. Em vez disso, as partes dependem cada vez mais de percepções distorcidas e estereótipos que, como foi observadoanteriormente, tendem a ampliar o conflito. Separando o conflito construtivo do de relacionamento Se existem dois tipos de conflito, o conselho óbvio é encorajar o construtivo e minimizar o de relacionamento. A re- comendação parece boa na teoria, mas separar os dois tipos de conflito não é fácil. As pes- quisas indicam que vivenciamos algum nível de conflito de relacionamento sempre que parti- cipamos de debates construtivos.16 Por mais diplomaticamente que alguém questione nossas ideias e ações, essa pessoa sempre pode provocar nosso impulso de defender nossas ideias, nosso senso de competência e nossa imagem pública. Quanto mais forte o nível do debate e mais a questão está ligada a nosso autoconceito, maior a chance de que o conflito construtivo se transforme em (ou se misture com) conflito de relacionamento. Como descreve o texto Conexões 11.1, a Intel se beneficiou com a ênfase no debate construtivo, mas alguns funcio- nários ainda vivenciam o conflito de relacionamento. Felizmente, três estratégias ou condições têm o potencial de minimizar o nível de conflito de relacionamento durante os episódios de conflito construtivo:17 • Inteligência emocional. O conflito de relacionamento tem menos chance de ocorrer, ou é menos provável que ele aumente, quando os membros da equipe têm altos níveis de inteligência emocional. Os funcionários com inteligência emocional elevada são mais capazes de regular suas emoções durante debates, o que reduz o risco das percepções de hostilidade interpessoal se ampliarem. As pessoas com alta inteligência emocional também são mais propensas a encarar a reação emocional do colega como uma infor- mação valiosa sobre as necessidades e expectativas dele, em vez de um ataque pessoal. • Equipe coesa. O conflito de relacionamento é suprimido quando ocorre um conflito dentro de uma equipe altamente coesa. Quanto mais tempo as pessoas trabalharem juntas, conhecerem-se e desenvolverem confiança mútua, mais liberdade elas conce- dem umas às outras para exibir as emoções sem se sentirem pessoalmente ofendidas. A coesão forte também permite que cada pessoa conheça e antecipe os comportamentos e benefícios de seus colegas de equipe. Outro benefício é que a coesão produz uma iden- tidade social mais forte com o grupo, de modo que os membros da equipe se sentem mais motivados a evitar que o conflito de relacionamento ganhe corpo durante discus- sões que, de outro modo, seriam emocionalmente turbulentas. • Normas de equipe apoiadoras. Diversas normas de equipe conseguem deter o conflito de relacionamento durante o debate construtivo. Quando as normas da equipe estimu- lam a abertura, por exemplo, seus membros aprendem a apreciar o diálogo honesto sem reagir pessoalmente a qualquer demonstração emocional durante as discordâncias.18 Outras normas também podem desincentivar os membros da equipe a expressar emo- ções negativas para os colegas. As normas de equipe também podem incentivar táticas que diluam o conflito de relacionamento quando ele aparece pela primeira vez. Por exemplo, uma pesquisa constatou que as equipes com pouco conflito de relacionamen- conflito de relacionamento Tipo de conflito que ocorre quando as pessoas se con- centram nas características dos outros indivíduos em vez de nos problemas. McSchane_11.indd 291McSchane_11.indd 291 23/06/14 14:3023/06/14 14:30 292 PARTE III Processos da Equipe to usam o humor para manter emoções positivas no grupo, evitando os sentimentos negativos que os membros da equipe poderiam desenvolver em relação a alguns colegas de trabalho durante o debate. MODELO DO PROCESSO DE CONFLITO Agora que apresentamos a história e o conhecimento atual sobre o conflito e seus resultados, examinaremos o modelo do processo de conflito, exibido na Figura 11.2.20 Esse modelo co- meça com as fontes de conflito, que descreveremos com mais detalhes na próxima seção. Em algum ponto, as fontes de conflito levam uma ou ambas as partes a perceberem a existência do conflito. Elas ficam cientes de que as afirmações e ações de uma parte são incompatíveis com os seus próprios objetivos. Essas percepções geralmente interagem com as emoções vi- venciadas sobre o conflito.21 As percepções e emoções do conflito se manifestam nas decisões e nos comportamentos de uma parte em relação à outra. Esses episódios de conflito podem variar de comportamentos não verbais sutis até a agressão belicosa. Particularmente quando OA3 Conflito construtivo dentro da Intel Até poucos anos atrás, os engenheiros da Intel eram obce- cados por projetar processadores de computador que fossem rápidos e menores, e, no final das contas, eles esquentavam mais e consumiam mais energia. Porém, funcionários impor- tantes nas operações da Intel em Israel viram problemas fer- mentando. Quase que semanalmente, eles viajavam de Haifa para a sede da Intel na Califórnia, “importunando” os altos executivos com dados e argumentos segundo os quais a em- presa logo chegaria ao limite de velocidade de chip. A equipe israelense também advertiu que a Intel perderia para os con- correntes que conseguissem fabricar chips de “mobilidade” mais resfriados e mais eficientes em consumo de energia para laptops e outros dispositivos móveis. O conflito pode ter exasperado alguns chefes da Intel, mas a equipe de Israel convenceu a empresa a mudar de di- reção. Sua argumentação persistente demonstrou o valor da “confrontação construtiva”, da arte da argumentação e do debate respeitoso. “O objetivo do líder deve ser maximizar a resistência, no sentido de estimular a discordância e a diver- gência”, afirma Dov Frohman, fundador da Intel Israel. Andy Grove, cofundador da Intel, introduziu e integrou o confronto construtivo à cultura da empresa muitos anos atrás. “Confronto construtivo não significa gritar ou ser desagradá- vel e grosseiro, e também não foi inventado para encontrar culpados”, alerta Grove. “Sua essência é falar em um tom profissional para enfrentar o problema”. Grove lembra que se você ataca o outro indivíduo, os benefícios do debate constru- tivo se desintegram. O confronto positivo é tão importante que os novos funcio- nários da Intel são ensinados a praticá-lo por meio de debates supervisionados e interpretação de papéis. Ainda assim, a ati- vidade tem seus desafios. Um problema é que discordar aber- tamente é contrário às normas culturais em algumas partes do mundo. “Nos EUA, as pessoas que visitam as casas umas das outras regularmente podem iniciar um bate-boca profissional com muita facilidade no escritório. Na Índia não é assim. É preciso lidar com a situação de um jeito diferente por aqui”, explica Praveen Vishakantaiah, CEO da Intel Índia. Mas mesmo nos Estados Unidos algumas pessoas afirmam que o confronto construtivo da Intel possui uma forte dose de conflito de relacionamento. “Posso afirmar com certeza ab- soluta que o confronto positivo foi uma licença para os filhos da mãe serem filhos da mãe e se expressarem”, afirma Logan Shrine, ex-funcionário da Intel que escreveu um livro com Bob Coleman sobre a mudança cultural na Intel. “A cultura da Intel é disfuncional e anômala em relação ao que seria considerado comportamento aceitável em qualquer outra empresa”.19 C O N E X Õ E S 11. 1 O conflito construtivo é parte da cultura da Intel, mas há quem diga que as discussões focadas em tarefas da fa- bricante de chips de computador se deteriora e produz conflitos de relacionamento. McSchane_11.indd 292McSchane_11.indd 292 23/06/14 14:3023/06/14 14:30 CAPÍTULO 11 Conflito e Negociação no Local de Trabalho 293 as pessoas vivenciam altos níveis de emoções geradas pelo conflito, elas têm dificuldades para encontrar palavras e expressões que comuniquem de maneira eficiente sem desgastar ain- da mais o relacionamento.22 O conflito se manifesta pelo estilo que cada lado emprega para resolver o conflito. Algumas pessoas tendem a evitá-lo, enquanto outras tentam derrotar as pessoas com opiniões contrárias.A Figura 11.2 exibe setas retornando do conflito manifesto para as percepções e emoções do conflito. As setas ilustram que o processo de conflito se trata na verdade de uma série de episódios que produzem um ciclo que alimenta a escalada do conflito.23 Não é preciso muito para começar esse ciclo do conflito, basta um comentário inadequado, uma má interpreta- ção ou uma atitude pouco diplomática. Esses comportamentos fazem com que a outra parte perceba que existe um conflito. Mesmo se a primeira parte não pretende demonstrá-lo, a resposta da segunda parte pode criar tal percepção. FONTES ESTRUTURAIS DE CONFLITO NAS EMPRESAS O modelo do conflito começa com as fontes de conflito, então precisamos compreendê-las para que possamos diagnosticar da maneira correta os episódios de conflito e, depois, resol- vermos um conflito ou, ocasionalmente, gerarmos um onde está faltando. As seis condições principais para haver um conflito nos contextos organizacionais são os objetivos incompatí- veis, a diferenciação, a interdependência, os recursos escassos, as regras ambíguas e os pro- blemas de comunicação. Objetivos incompatíveis A incompatibilidade de objetivos ocorre quando os objetivos de uma pessoa ou departamen- to parecem interferir nos objetivos de outra pessoa ou departamento.24 Por exemplo, o de- partamento de produção se esforça pela eficiência de custos programando longas jornadas de produção, enquanto a equipe de vendas enfatiza o atendimento ao cliente entregando o seu produto o mais rápido possível. Se a empresa não tiver um determinado produto para entregar, a equipe de produção prefere fazer os clientes esperarem até a próxima jornada de produção. Isso enfurece os representantes de vendas, que preferem mudar rapidamente a produção para satisfazer a demanda dos consumidores. A incompatibilidade de objetivos explica parte da “guerra civil” relatada na Microsoft nos últimos anos. Um ex-executivo da empresa explicou como a concorrência entre as divisões da Microsoft na prática acabou com diversos bons produtos porque aceitar as invenções de Positivos • Decisões melhores • Organização adaptável • Coesão da equipe Negativos • Estresse/moral • Rotatividade • Política • Desempenho inferior • Informações distorcidas Fontes de conflito Escalada do conflito Escalada do conflito • Objetivos incompatíveis • Diferenciação • Interdependência • Recursos escassos • Regras ambíguas • Má comunicação Conflito manifesto • Estilo do conflito • Decisões • Comportamentos claros Resultados do conflito Percepções e emoções do conflito FIGURA 11.2 Modelo do processo de conflito. McSchane_11.indd 293McSchane_11.indd 293 23/06/14 14:3023/06/14 14:30 294 PARTE III Processos da Equipe uma divisão equivalia a aumentar o orçamento de outra. Um exemplo é o ClearType, uma tecnologia inovadora que torna as telas mais legíveis. As divisões da Microsoft deram moti- vos questionáveis para não adotar a tecnologia. O grupo de dispositivos móveis concordou em usar o ClearType, mas apenas se o programa e seus engenheiros fossem transferidos para a sua divisão! Alguns anos antes, o grupo MSN da empresa lutou contra o grupo Microsoft Office por causa dos desejos do primeiro de conectar seu calendário on-line com o calendário da suíte de aplicativos. O grupo do Office se recusou porque o “MSN poderia canibalizar o Office”, afirma um funcionário que saiu da Microsoft. “O Windows e o Office jamais deixa- riam o MSN ter mais orçamento ou mais controle”.25 Diferenciação Outra fonte de conflito é a diferenciação, ou seja, as diferenças entre pessoas, departamentos e outras entidades em relação a treinamento, valores, crenças e experiências. A diferenciação pode surgir da incompatibilidade de objetivos; duas pessoas ou departamentos podem con- cordar com um objetivo comum (melhor atendimento), mas apresentar profundas diferenças na maneira de alcançá-lo (ex.: padronizar o comportamento dos funcionários versus dar-lhes mais autonomia nas interações com os clientes). Pense na história que abre este capítulo. Os conflitos entre gerações ocorrem porque os funcionários mais jovens e mais velhos têm necessidades diferentes, expectativas diferentes e práticas diferentes no local de trabalho, que algumas vezes produzem preferências e ações conflitantes. Estudos recentes sugerem que es- sas diferenças entre gerações ocorrem porque as pessoas desenvolvem identidades sociais em torno de avanços tecnológicos e outros eventos sociais fundamentais exclusivos de suas épocas.26 A diferenciação também produz a tensão clássica entre os funcionários de duas empresas reunidas por uma fusão. Apesar de todos quererem que a nova empresa seja bem-sucedida, eles brigam e discordam sobre o “jeito certo” de fazer as coisas devido a suas experiências únicas nas empresas separadas. Uma varejista de vestuário de médio porte vivenciou outra variação do conflito baseado em diferenciação quando o fundador e CEO da rede contratou vários altos gerentes de grandes organizações para fortalecer os níveis de experiência da alta gerência. Os recém-contratados logo bateram de frente com os executivos mais antigos da rede. “Acabamos com uma equipe antiga e uma nova e as duas estavam fora de sintonia uma com a outra”, explica o dono da empresa, que acabou demitindo quase todos os novos gerentes. Diferenças entre as gerações aumentam ou diminuem a produtividade? 27 0% 20% 30%10%–30% –20% –10%–40% As diferenças entre as gerações tornam o local de trabalho menos produtivo As diferenças entre as gerações tornam o local de trabalho mais produtivo –50% 40% 50% 60% 70% Alemanha Índia Malásia Canadá Nova Zelândia GLOBAL Hungria Estados Unidos Tailândia Porcentagem dos funcionários por país que acreditam que as diferenças entre as gerações (baby boomers, geração X e geração Y) têm um efeito positivo ou negativo sobre a produtividade do local de trabalho. O total das porcentagens não é igual a 100% porque alguns respondentes afirmaram que as diferenças entre as gerações não afetam a produtividade. Baseado em uma pesquisa com 100 mil funcionários em 33 países. McSchane_11.indd 294McSchane_11.indd 294 23/06/14 14:3023/06/14 14:30 CAPÍTULO 11 Conflito e Negociação no Local de Trabalho 295 Interdependência O conflito tende a aumentar com o nível de interdependência das tarefas. A interdependência das tarefas representa em que medida os funcionários devem compartilhar materiais, informações ou conhecimento especializado para realizar seus trabalhos (ver Capítulo 8). Essa interdependência inclui compartilhar recursos comuns, alternar trabalhos e clientes e receber resulta- dos (como recompensas) determinados em parte pelo desempenho alheio.29 A interdependência mais elevada aumenta o risco de conflito porque há uma chance maior de que cada lado venha a perturbar ou interferir nos objetivos do outro.30 Se não atuarem com independência completa, os funcionários tendem a ter menor risco de conflito quando trabalham com os outros em uma rela- ção de interdependência combinada. A interdependência combinada ocorre quando os indivíduos atuam de forma independente, exceto se dependerem de um recurso ou autoridade comum. O potencial de conflito é maior nas relações de trabalho de interdependência sequencial, como em uma linha de montagem. O mais alto risco de conflito tende a ocorrer nas situações de in- terdependência recíproca, em que os funcionários são altamente dependentes uns dos outros e, por consequência, têm uma probabilidade mais elevada de interferir no trabalho e nos objetivos pessoais uns dos outros. Recursos escassos A escassez de recursos gera conflito porque cada pessoa ou unidade que ne- cessita deles necessariamente mina os concorrentes que também precisam deles para satisfazer seus objetivos. A maioria das greves, por exemplo, ocorre porque não há recursos financeiros ou de outra natureza suficientes para que os funcionários e empresários recebam os resultados que buscam,como salá- rios maiores (para os funcionários) ou retornos maiores sobre o investimento (para os acionistas). As deliberações orçamentários nas organizações também produzem conflito, pois não há fundos suficientes para satisfazer os objetivos de cada unidade de trabalho. Quanto mais recursos um grupo recebe, menos recursos outras partes interessadas receberão. Felizmente, esses interesses não são perfeitamente opostos em negociações complexas, ainda que a limitação dos recursos seja uma fonte frequente e importante de atrito entre as partes. Regras ambíguas Regras ambíguas, ou a total falta de regras, geram conflito. Isso ocorre porque a incerteza aumenta o risco de que uma parte pretenda interferir nos objetivos da outra. A ambiguidade também incentiva as táticas políticas e, em alguns casos, os funcionários entram em uma guerra total para obter decisões a seu favor. Isso explica por que o conflito é mais comum durante as fusões e aquisições. Os funcionários de ambas as empresas têm práticas e valores conflitantes, sendo que poucas regras se desenvolveram para minimizar as manobras por po- der e recursos.31 Quando existem regras claras, contudo, os funcionários sabem o que esperar uns dos outros e concordam em obedecer essas regras. Problemas de comunicação O conflito ocorre em virtude da falta de oportunidade, capacidade ou motivação para se co- municar com eficiência. Examinaremos cada uma das causas apontadas. Primeiro, quando duas partes não têm oportunidade para se comunicar elas tendem a se basear mais em este- reótipos para compreender uma a outra no conflito. Infelizmente, os estereótipos são sufi- cientemente subjetivos para que as emoções possam distorcer negativamente o significado das ações de um oponente, aumentando, assim, as percepções de conflito. Segundo, algumas pessoas não têm as habilidades necessárias para se comunicar de uma maneira diplomática e sem confrontação. Quando uma parte comunica sua discordância de maneira arrogante, os A aquisição por parte da Exxon Mobil da XTO Energy, uma produtora de gás natural, levantou imediata- mente preocupações quanto a possíveis conflitos. “É muito provável que haja choques culturais”, avisa Jacqueline Weaver, professora de direito e ex- -funcionária da Exxon. Weaver e outros lembram que as duas empresas têm culturas diametralmente opos- tas. “A Exxon é o estereótipo da megacorporação, superlenta e burocrática”, explica Pavel Molchanov, analista de energia, enquanto a XTO é uma empresa empreendedora. “Acho que tem gente que trabalha na XTO que vai pensar duas vezes antes de trabalhar para a Exxon”.28 McSchane_11.indd 295McSchane_11.indd 295 23/06/14 14:3023/06/14 14:30 296 PARTE III Processos da Equipe oponentes são mais propensos a aumentar sua percepção do conflito. Isso pode levar a outra parte a revidar com uma resposta similar, o que aumenta ainda mais o conflito.32 Um terceiro problema é que o conflito de relacionamento é desconfortável, então, em uma divergência, as pessoas se motivam menos a se comunicar com as outras. Infelizmente, menos comunicação pode aumentar ainda mais o conflito, pois cada lado tem informações menos pre- cisas a respeito das intenções do outro. Para preencher as lacunas, eles se baseiam em imagens distorcidas e estereótipos da outra parte. As percepções são ainda mais distorcidas porque as pessoas nas situações de conflito tendem a adotar mais diferenciação em relação àquelas que já são diferentes (ver Capítulo 3). Essa diferenciação cria um autoconceito mais positivo e uma imagem mais negativa do oponente. Começamos a encarar os concorrentes de modo menos fa- vorável para que o nosso autoconceito permaneça positivo durante os momentos de incerteza.33 ESTILOS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS INTERPESSOAIS As seis condições estruturais descritas na seção anterior levam a percepções e emoções relati- vas ao conflito, que por sua vez motivam as pessoas a agirem de alguma forma para enfrentá- -lo. Além de ser uma pioneira da ideia de que alguns conflitos são benéficos, Mary Parker Follett sugeriu que existem diferentes estilos de resolução de conflitos. Os especialistas em gestão de conflitos posteriormente expandiram e refinaram uma taxonomia de estilos de re- solução de conflitos, e a maior parte deles adotou variações do modelo de cinco categorias apresentado na Figura 11.3. O modelo assume que o modo como as pessoas abordam as situações de conflito depende da importância relativa que dão à maximização dos resultados para si e para a outra parte.34 OA4 Forçar Resolver os problemas Evitar Encontrar meio-termo Ceder Alta Alta Baixa Assertividade (motivação para satisfazer os próprios interesses) Baixa Cooperação (motivação para satisfazer os interesses da outra parte) FIGURA 11.3 Estilos de resolução de conflitos interpessoais. Fonte: C.K.W. de Dreu, A. Evers, B. Beersma, E.S. Kluwer, and A. Nauta, “A Theory-Based Measure of Conflict Management Strategies in the Workplace,” Journal of Organizational Behavior 22 (2001), pp. 645–68. Para ou- tras variações desse modelo, ver T.L. Ruble and K. Thomas, “Support for a Two-Dimensional Model of Conflict Behavior,” Organizational Behavior and Human Performance 16 (1976), p. 145; R.R. Blake, H.A. Shepard, and J.S. Mouton. Managing Intergroup Conflict in Industry (Houston: Gulf Publishing, 1964); M.A. Rahim, “Toward a Theory of Managing Organizational Conflict,” International Journal of Conflict Management 13, no. 3 (2002), pp. 206–35. McSchane_11.indd 296McSchane_11.indd 296 23/06/14 14:3023/06/14 14:30 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. DICA DO PROFESSOR Conheça mais sobre o conflito no trabalho, assista ao vídeo a seguir! Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Na convivência profissional, frequentemente nos deparamos com situações de conflito geradoras de tensões que prejudicam a qualidade do trabalho de uma equipe. A inteligência emocional, a equipe coesa e as regras grupais têm sido consideradas estratégias ou condições potenciais para minimizar o nível destes conflitos de relacionamento, durante os episódios de conflito construtivo. Entretanto, uma ação é tida como inadequada à boa administração destes problemas. Assinale-a. A) Demonstrar interesse pela preocupação dos outros. B) Colocar-se sempre no lugar do outro. C) Ao discordar de alguém, deixar claro que você não está contra ele. D) Ouvir e avaliar atentamente o que o outro diz. E) Reagir a explosões emocionais de colegas no mesmo tom e com a mesma intensidade para não demonstrar fraqueza. 2) Os conflitos são comuns no cotidiano organizacional. Adotar e saber os vários estilos para administrá-los, conhecendo os seus antecedentes e os efeitos, é condição básica para qualquer gestor. Sobre seus antecedentes, é CORRETO afirmar que: A) quando usado como meio de chamar a atenção para os problemas existentes traz um resultado negativo. B) o conflito pode despertar sentimentos e energia dos membros do grupo que estimulam interesse em descobrir meios eficazes de se realizar as tarefas. C) são condições antecedentes de conflito os recursos compartilhados quando os recursos da organização são abundantes, e cada grupo quer ter o maior proveito destes. D) o conflito tende a surgir exclusivamente quando as pessoas são da mesma geração, já que há uma disputa entre elas. E) o conflito que surge da compreensão de que os objetivos são diferentes entre as pessoas, e que há oportunidades de interferência ou bloqueio, é chamado de formal ou experienciado. 3) As teorias organizacionais, ao longo do tempo, passaram a relativizar a compreensão única de que os conflitos no ambiente do trabalho seriam somente disfuncionais para a organização, de modo geral. Deste modo, transcendendo a avaliações simplistas de que somente da harmonia organizacionalse pode depreender desenvolvimento, o gestor da empresa “Errando e Crescendo”, pontua que os conflitos podem nos levar a diferentes reflexões, nos tirar da zona de conforto – nos conduzindo, quem sabe, a possibilidades de crescimento e de ação. Com relação às consequências positivas do conflito, assinale a alternativa correta abaixo, com base em McShane e Glinow (2014): A) Na empresa Errando e Crescendo o conflito positivo tornará o colaborador menos aberto às mudanças organizacionais. B) Os conflitos da empresa Errando e Crescendo podem ter consequências positivas na medida em que refletirem na qualidade da tomada de decisão, com a verificação da lógica dos argumentos e do questionamento dos propósitos. C) O conflito, no que tange às consequências positivas, amplia tanto o tempo para a realização das atividades demandadas quanto o compartilhamento de informações entre os membros de uma mesma equipe; diminuindo o estresse, bem como a insatisfação com o emprego. D) O conflito identificado entre os membros de uma mesma equipe na empresa Errando e Crescendo amplia a coesão da equipe. E) Os conflitos, interpretados de forma positiva, podem ampliar a política na organização. Lilian Mazurek Meyer publicou uma notícia intitulada: o lado positivo da greve dos professores. Na oportunidade, afirmou: "Entendendo a escola como ligada diretamente à sociedade, ela tem o importante papel de mediadora entre o âmbito da vida cotidiana, e não cotidiana (conhecimento erudito), ou seja, precisa ser vista a partir de uma realidade social concreta. Assim, mais crítica, favorecendo a transformação como elemento de emancipação humana digna. A escola é lugar da aproximação com a realidade, de troca de saberes e da crítica dessa realidade. O que quero dizer com isso? Quero frizar a importância de os professores e escola, em geral, analisarem o contexto do aluno, ter um olhar humano e integral sobre a realidade que cerca este aluno. Entender que atrás de algumas dificuldades que ele está enfrentando na escola tem algo mais, tem outros problemas que estão latentes. E este mesmo olhar, humano, integral e cheio de compreensão precisa ser recíproco. Os alunos precisam dar apoio aos professores, entender o processo, o porquê das reclamações dos professores, e lutar juntos pelos direitos. Entender que o baixo salário dos professores prejudica a qualidade do ensino, porque os professores precisam buscar outras fontes de renda ou esticar a carga horária da manhã à noite para poder sobreviver. Isso afeta a própria disposição, desempenho e qualificação do professor devido à exaustão". Meyer se contrapôs às ferrenhas críticas aos diversos professores que fizeram greve no ano de 2014 e 2015. Diante dessa situação sociedade x alunos x professores, pode- se dizer que o conflito pode gerar resultados positivos e negativos. Com base nisso, leia as frases abaixo. 4) I. O conflito estimula sentimentos de identidade no grupo, aumentando a coesão intragrupal dos professores, independentemente dos alunos e da sociedade. II. O conflito é um meio de chamar a atenção para os baixos salários, para a necessidade de trabalho extra para se complementar a renda, e isso pode impactar em problemas mais sérios como disposição, desempenho e qualificação dos professores e, consequentemente, nos alunos/sociedade. III. O conflito desperta sentimentos e energia dos membros do grupo que estimulam interesse em descobrir meios eficazes de realizar as tarefas docentes, bem como soluções criativas e inovadoras quanto às suas necessidades nesta profissão. IV. Apesar de os professores serem vistos como um grupo ocupacional, a proposta é limitar a percepção da sociedade e dos alunos frente à realidade. A partir das afirmativas acima, assinale a alternativa CORRETA: A) Apenas II e IV. B) Apenas II e III. C) I, II e III. D) I, II, III, IV E) Apenas I e III e IV A distinção e o conflito entre gerações também se manifesta no mundo corporativo, por isso, esse é "um assunto que merece cada vez mais atenção. Embora profissionais nascidos em épocas diferentes possuam conjuntos de valores e conhecimentos abrangentes, muitas vezes eles apresentam estilos de comunicação contraditórios. Para o consultor e escritor Sidnei Oliveira, especialista em conflitos de gerações, uma das melhores formas de lidar com essa questão é conscientizar os profissionais de que cada geração agrega um tipo de contribuição, e que o mais importante é ter 5) flexibilidade para aproveitar os benefícios dessa união. Muito além das gerações | Sidnei Oliveira | TEDxFortaleza Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Com base nas discussões acima sobre as diferentes gerações, pode-se afirmar que: A) há conflitos na pesquisa de recursos humanos, na análise de requisitos do trabalho de cada geração. B) há conflitos de ambiguidade; recursos limitados; avaliação de desempenho dos conhecimentos dos trabalhadores. C) há conflitos de critérios entre os avaliadores devido à incompatibilidade de metas. D) há conflitos de ambiguidade; incerteza; risco de interdependência nas tarefas. E) há conflitos de incompatibilidade de metas; diferenciação; interdependência nas tarefas. NA PRÁTICA A incompatibilidade de objetivos é uma das condições principais para haver um conflito nos contextos organizacionais. Ela ocorre quando os objetivos de uma pessoa ou departamento parecem interferir nos objetivos de outra pessoa ou departamento. Veja um exemplo: SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Empresas familiares: desfilando seus processos sucessórios Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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