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Processo de Menores OF

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COOPERAÇÃO CE – PALOP 
Programa PIR PALOP II 
 
 
 
Projecto 
APOIO AO DESENVOLVIMENTO DOS SISTEMAS JUDICIÁRIOS 
 
 
 
 Nº IDENTIFICAÇÃO : REG/7901/014 
 N° CONTABILÍSTICO : 8 ACP MTR 4 * 8 ACP TPS 123 
 ACORDO DE FINANCIAMENTO : 6459/REG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CO-FINANCIAMENTO 
 
 
 
 
 COMISSÃO EUROPEIA GOVERNO PORTUGUÊS 
Fundo Europeu de Desenvolvimento Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento 
 5,0 Milhões de Euros 1,1 Milhões de Euros 
 
 
 
Formação inicial para Oficiais de Justiça 
Assistência técnica do INA com apoio científico e pedagógica do CFOJ 
 
Curso-tipo A 
(formação inicial) 
 
MANUAL DE CURSO -Volume 8 
Processos jurisdicionais de menores 
 
 
 
 
 
 
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA 
DIRECÇÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA 
CENTRO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DE JUSTIÇA 
 
“Todos têm direito a que uma causa em que intervenham seja objecto de decisão em prazo razoável e mediante processo equitativo” 
Constituição da República Portuguesa artº 20 nº4 
 
2
 
 
 
ÍNDICE 
 
Nota Prévia 3
 
Regras Gerais 4 
 
Adopção 5 
 
Tribunal Competente 5 
 
Início do Processo 5 
 
Instrução do Processo 5 
 
Tramitação no Tribunal 6 
 
Sentença 6 
 
Trânsito 7 
 
Recurso 7 
 
Revogação ou Anulação 7 
 
Tutela 9 
 
Trâmites 9 
 
Sentença 10 
 
Trânsito 10 
Regulação do Exercício do Poder Paternal 12 
 
Petição 12 
 
Conferência 13 
 
Sentença 13 
 
Recurso 13 
Incumprimento da Regulação do poder Paternal 
Acção de Alimentos 16 
 
Entrega Judicial de Menores 18 
 
Inibição do Poder Paternal 19 
 
Averiguação Oficiosa da Maternidade e da Paternidade 21 
 
 
 
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA 
DIRECÇÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA 
CENTRO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DE JUSTIÇA 
 
“Todos têm direito a que uma causa em que intervenham seja objecto de decisão em prazo razoável e mediante processo equitativo” 
Constituição da República Portuguesa artº 20 nº4 
 
3
 
Prevenção Criminal 22 
Bibliografia 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOTA PRÉVIA 
 
 
 O presente manual constitui um guia de actuação geral para os 
oficiais de justiça que exercem funções nos diversos Países de Língua Oficial 
Portuguesa. 
 
 É, no fundo, um elemento de apoio que, na prática do trabalho do dia 
a dia, tem que ser adaptado à realidade de cada um dos países dos 
destinatários da formação, já que cada um destes países tem o seu quadro 
legislativo próprio, com realidades diferentes. 
 
 Assim, na prática dos actos processuais deverão sempre ter-se em 
consideração a legislação em vigor em cada um dos países. 
 
 
 
 CFOJ – 2005 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA 
DIRECÇÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA 
CENTRO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DE JUSTIÇA 
 
“Todos têm direito a que uma causa em que intervenham seja objecto de decisão em prazo razoável e mediante processo equitativo” 
Constituição da República Portuguesa artº 20 nº4 
 
4
 
 
 
 
 
 
Regras gerais 
 
 
Os processos jurisdicionais de menores, de natureza cível, são considerados 
como processos de jurisdição voluntária - art. 75º do supra indicado diploma 
legal. 
Assim, a tramitação destes processos está sujeita: 
1º. Às regras próprias estabelecidas nesta lei; 
2º. Às regras consagradas nos artigos 1409º e seguintes do Código de 
Processo Civil (processos especiais de jurisdição voluntária). 
 
A incompetência territorial pode ser deduzida em qualquer altura do 
processo até decisão final, devendo o tribunal conhecer dela oficiosamente. 
Para julgar a excepção, o tribunal pode ordenar as diligências que considerar 
necessárias - art. 77º. 
 
Quando tenha lugar uma audiência de julgamento, ela efectua-se nos 
seguintes termos: 
1. Estando presentes ou representadas as partes, o juiz interrogá-las-á e 
procurará conciliá-las. 
2. Não sendo possível a conciliação, segue-se e produção de prova. 
 
 
MENORES 
 
 
 
 
Decreto nº 417/71, de 29 de Setembro, com as alterações introduzidas 
pelo Decreto nº 5/89, de 10 de Abril, no que à matéria de adopção e tutela
diz respeito. 
 
 
 
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA 
DIRECÇÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA 
CENTRO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DE JUSTIÇA 
 
“Todos têm direito a que uma causa em que intervenham seja objecto de decisão em prazo razoável e mediante processo equitativo” 
Constituição da República Portuguesa artº 20 nº4 
 
5
3. A produção de prova (declarações e depoimentos) não são reduzidos a 
escrito. 
4. Finda a instrução, é dada a palavra ao curador de menores e aos 
advogados constituídos, que podem usar da palavra por uma só vez e por 
tempo não superior a meia hora. 
5. Só pode ser adiada uma vez por falta das partes, seus mandatários ou 
testemunhas - art. 77º. 
 
 
Só é obrigatória a constituição de advogado na fase de recurso - art. 78º. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tribunal competente 
 
É o Tribunal Distrital da residência do menor, no momento da instauração do 
processo - art. 1º, nº 1 do Decreto nº 5/89, de 10 de Abril. 
 
Início do processo - arts. 2º do Decreto nº 5/89, de 10 de Abril 
 
O processo inicia-se com um requerimento dirigido ao juiz-presidente do 
tribunal competente, que é apresentado nos Serviços de Acção Social da respectiva 
área jurisdicional. 
Nesse requerimento, o requerente 
• indica as vantagens da adopção para o adoptante; 
• oferece as provas 
• incluindo as relativas à idade do adoptando e dos adoptantes e ao estado civil 
destes; 
 
Da instrução do processo - art. 3º do Decreto nº 5/89, de 10 de Abril 
 
A instrução do processo decorre, toda ela, a começar pela apresentação do 
requerimento inicial, nos Serviços de Acção Social da área jurisdicional do Tribunal 
Judicial Distrital da área de residência do menor. 
 
 
 
 
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA 
DIRECÇÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA 
CENTRO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DE JUSTIÇA 
 
“Todos têm direito a que uma causa em que intervenham seja objecto de decisão em prazo razoável e mediante processo equitativo” 
Constituição da República Portuguesa artº 20 nº4 
 
6
Nos distritos em que não haja Serviços de Acção Social, as funções 
atribuídas a este organismo caberão àentidade que for designada pelo Ministério da 
Saúde - art. 20º do Decreto nº 5/89. 
 
E deve ser concluída no prazo de três meses. 
 
Depois, os Serviços de Acção Social, no prazo de cinco dias, proferem 
parecer definitivo sobre a atendibilidade da pretensão e remetem o processo ao 
tribunal competente (cfr. art. 1º, nº 1). 
 
Tramitação no tribunal - art. 4º 
 
Recebido o processo no tribunal, é feito concluso. 
 
Se o juiz indeferir liminarmente o pedido, o cartório notificará o despacho 
ao Ministério Público e aos requerentes, advertindo-os de que podem interpor 
recurso ordinário no prazo de oito dias a contar da respectiva notificação - art. 7º do 
Decreto nº 5/89, de 10 de Abril. 
 
Se o juiz não indeferir liminarmente o pedido, ordena que os autos sejam 
continuados com "vista" ao Ministério Público, para que, na qualidade de curador 
de menores e no prazo de cinco dias, se pronuncie sobre o pedido. 
 
Em seguida, voltam os autos conclusos ao juiz. 
 
Quaisquer diligências complementares que eventualmente sejam ordenadas, 
são realizadas pelos Serviços da Acção Social ou, nos distritos em que não existam 
estes serviços, pelas entidades indicadas pelo Ministério da Saúde. 
 
Não havendo diligências complementares ou findas as que houverem de 
realizar-se, o juiz, no prazo de oito dias, profere sentença a negar ou a decretar a 
adopção e, sendo caso disso, a fixar o montante dos rendimentos dos bens do 
adoptado que poderão ser despendidos com os seus alimentos. 
 
A sentença é lida em sessão pública, com a presença dos interessados 
(Ministério Público, adoptando, adoptantes e os pais naturais do adoptando ou os 
legais representantes). 
 
Após o trânsito em julgado da sentença: 
 
 
 
 
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA 
DIRECÇÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA 
CENTRO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DE JUSTIÇA 
 
“Todos têm direito a que uma causa em que intervenham seja objecto de decisão em prazo razoável e mediante processo equitativo” 
Constituição da República Portuguesa artº 20 nº4 
 
7
 São dela notificados os competentes Serviços de Acção Social, com entrega de 
cópia, nos termos das disposições conjugadas dos arts. 5º, nº 2 deste diploma e 
259º do Código de Processo Civil; 
 
 
 E, no prazo de quarenta e oito horas (cfr. art. 92º, nº 1 do Código do Registo 
Civil), é enviada certidão à Conservatória do Registo Civil em que o adoptado 
estiver registado (arts. 6º, nº 1 deste diploma, 93º, nº 1 e 113º do Código do 
Registo Civil), para averbamento no respectivo assento de nascimento, a menos 
que não esteja registado em Conservatória alguma, caso em que a certidão 
poderá ser enviada à Conservatória do Registo Civil da área de residência do 
adoptando (arts. 113º, 121º, 128º e 132º do Código do Registo Civil). 
 
Da sentença cabe recurso, a interpor no prazo de oito dias a contar da 
notificação - art. 7º do Decreto nº 5/89, de 10 de Abril 
 
 
DA REVOGAÇÃO OU ANULAÇÃO 
 
O pedido de revogação ou de anulação é autuado por apenso ao processo de 
adopção (art. 8º, nº 1 do Decreto nº 5/89, de 10 de Abril) e concluso ao juiz para 
ordenar a citação dos requeridos para, no prazo de oito dias, contestarem, 
querendo, podendo com a contestação apresentarem provas ou requerer diligências - 
art. 8º, nº 3. 
Não podem ser oferecidas mais do que três testemunhas sobre cada facto, 
nem um total superior a oito - art. 304º, nº 1 do Cód. Proc. Civil, aplicável por força 
das disposições conjugadas dos arts. 75º do Decreto nº 417/71, de 29 de Setembro, e 
1409º do Cód. Proc. Civil. 
 
Nestes incidentes, o menor é representado 
 
1º. pelos pais naturais ou 
2º. por curador especial, no caso de não existirem ou existindo estejam 
impedidos de o representar ou ainda quando o juiz (por despacho) 
considere insuficiente a representação paternal para a salvaguarda dos 
interesses do menor - art. 10º do Decreto nº 5/89, de 10 de Abril. 
 
Oferecida a contestação ou expirado o prazo para o seu oferecimento, o 
processo vai com "vista" ao Ministério Público, para se pronunciar, no mesmo 
 
 
 
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA 
DIRECÇÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA 
CENTRO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DE JUSTIÇA 
 
“Todos têm direito a que uma causa em que intervenham seja objecto de decisão em prazo razoável e mediante processo equitativo” 
Constituição da República Portuguesa artº 20 nº4 
 
8
prazo, sobre as vantagens ou desvantagens do pedido (revogação ou anulação) - art. 
8º, nº 3 do Decreto nº 5/89, de 10 de Abril. 
Depois, é concluso ao juiz para, no prazo de cinco dias, proferir despacho a 
conhecer das nulidades e da legitimidade da partes e a decidir quaisquer outras 
questões, ainda que relativas ao mérito da causa, desde que o estado do processo o 
permita. 
 
Se o juiz ordenar a realização de diligências, serão elas realizadas, no 
prazo de trinta dias, pelo tribunal em coordenação com os Serviços de Acção 
social, incidindo sobre os factos alegados no requerimento inicial do incidente e 
quaisquer outros que no despacho o juiz considere necessários e úteis para o 
esclarecimento da causa. 
 
Não havendo diligências ou efectuadas as que tenham sido determinadas, 
o processo é concluso para que o juiz designa data e hora para realização da 
audiência de discussão e julgamento. 
 
Para a audiência são notificados, além do Ministério Público, as 
testemunhas arroladas e quaisquer as demais pessoas indicadas pelo juiz no 
respectivo despacho. 
O nº 3 do art. 9º deste Decreto nº 5/89 lei restringe à unidade (1) o número de 
adiamentos. 
A sentença é proferida em sessão pública, na presença das partes interessadas 
(as designadas pelo juiz), as quais se consideram notificadas com a leitura, fazendo-
se menção desse facto na acta respectiva (ex:- Seguidamente, o Senhor Juiz 
procedeu à leitura da sentença e os presentes dela ficaram notificados.) 
 
A sentença é passível de recurso, a interpor no prazo de oito dias a contar da 
respectiva notificação. 
 
Após o trânsito da sentença que revogue ou anule a adopção, procede-se 
da mesma forma que no processo de adopção (notificação dos Serviços de Acção 
Social e envio de certidão à competente Conservatória do Registo Civil). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA 
DIRECÇÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA 
CENTRO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DE JUSTIÇA 
 
“Todos têm direito a que uma causa em que intervenham seja objecto de decisão em prazo razoável e mediante processo equitativo” 
Constituição da República Portuguesa artº 20 nº4 
 
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Este processo é regulado pelas disposições próprias do processo de 
adopção com as alterações constantes dos arts. 11º a 19º do Decreto nº 5/89, de 
10 de Abril, ou seja, 
 
No requerimento inicial, além dos elementos indicados no art. 2º para o 
processo de adopção, devem ser indicadas três testemunhas. 
 
Finda a instrução, o juiz designa uma conferência para um dos oito dias 
seguintes, e para ela notificados, além do Ministério Público, todos interessados que 
forem designados, nomeadamente, quem no momento tiver o encargo de representar 
o menor; a pessoa que estiver indicada para tutor; as pessoas indicadas para 
integrarem o Conselho de Família; etc. - art. 13º, nº 1 do decreto nº 5/89. 
 
EXCEPÇÃO:- Se o menor não tiver familiares na linha recta ou 
colateral (bisavós, avós, pais, irmãos, tios, ...), finda a instrução, o juiz designa data 
para realização da audiência de julgamento, conforme determina o art. 16º do Dec. 
nº 5/89. 
 
A conferência só poderá ser adiada por uma vez e terá lugar achando-se 
presentes pelo menos metade dos interessados - art. 13º, nº 2 do mesmo diploma 
legal. 
 
Havendo acordo entre os presentes sobre a tutela do menor, será 
transcrito em acta e o juiz homologá-lo-á, designando ainda o tutor e fixando as 
suas obrigações e deveres, e indicando a composição do Conselho de Família. 
 
No mesmo acto, o tutor designado prestará juramento legal. 
 
Se não houver acordo, são notificados todos os interessados(não só os 
presentes, mas, também os que eventualmente não tiverem comparecido à 
 
 
 
 
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA 
DIRECÇÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA 
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“Todos têm direito a que uma causa em que intervenham seja objecto de decisão em prazo razoável e mediante processo equitativo” 
Constituição da República Portuguesa artº 20 nº4 
 
10
conferência), para, querendo, deduzirem oposição por escrito, no prazo de 
cinco dias. 
 
Se não for deduzida qualquer oposição ou 
Se for deduzida oposição, o processo é concluso e o juiz, se a não julgar 
improcedente, designa data e hora para realização da audiência de julgamento - art. 
14º. 
Se houver oposição, o processo é concluso e o juiz, se não ordenar a 
realização de diligências complementares, designa data para realização da audiência 
de julgamento. 
 
Sendo ordenada a realização de diligências complementares, o processo é 
remetido aos Serviços de Acção Social ou aos serviços designados pelo ministério 
da Saúde nos distritos em que inexistam aqueles, para a sua realização e conclusão 
no prazo de quinze dias - art. 14º, nº 3. 
 
Findas as diligências, o processo é devolvido ao tribunal e uma vez ali 
recebido, vai concluso ao juiz para designar julgamento para um dos oito dias 
seguintes, o qual só pode ser adiado uma vez. 
 
Encerrada a audiência, o processo vai com "vista" ao curador de menores 
para, no prazo de cinco dias, emitir parecer - art. 15º, nº 3 -, após o que se faz o 
processo concluso ao juiz, para, em cinco dias, proferir sentença. 
 
A sentença é lida em sessão pública e notificada a todos os interessados. 
 
A sentença está sujeita a recurso ordinário, a interpor no prazo de oito dias 
a contar da notificação respectiva. 
 
Após trânsito em julgado da sentença que decrete a tutela, procede-se tal 
como no processo de adopção (notificação dos Serviços de Acção Social e envio de 
certidão à competente Conservatória do Registo Civil). 
 
Na tutela por designação de um dos progenitores não há lugar á instrução 
(cfr. arts. 17ºe 3º do dec. nº 5/89), realizando-se logo a conferência, para a qual 
são notificados, além do Ministério Público, os interessados familiares em linha 
recta ou até ao 2º grau da linha colateral do menor. 
Se nenhuma destas pessoas apresentar razões de impedimento, o juiz profere 
logo sentença a designar o tutor. 
 
 
 
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA 
DIRECÇÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA 
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“Todos têm direito a que uma causa em que intervenham seja objecto de decisão em prazo razoável e mediante processo equitativo” 
Constituição da República Portuguesa artº 20 nº4 
 
11
Se, porém, algum dos familiares notificados invocar razões impeditivas do 
exercício do cargo de tutor, o juiz ordena a realização da instrução do processo 
(arts. 17º, nº 3 e 3º do Decreto nº 5/89), seguindo-se, depois, os trâmites normais já 
referidos. 
 
A sentença que decrete ou negue a tutela pode ser alvo de recurso 
ordinário, a ser interposto no prazo de oito dias a contar da notificação respectiva. 
 
 
 
 
 
 
INCIDENTE DE REVOGAÇÃO OU ANULAÇÃO DA TUTELA 
 
A tramitação destes incidentes é igual à dos incidentes previstos para o 
processo de adopção (cfr. arts. 8º a 10º) - art. 19º Dec. nº 5/89. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Constituição da República Portuguesa artº 20 nº4 
 
12
 
 
 
 
 
 
REGULAÇÃO DO EXERCÍCIO 
 
DO PODER PATERNAL 
 
 
Autuada a petição, o processo é concluso ao juiz para designar uma 
conferência, para a qual os pais são citados, com a advertência de que ficam 
obrigados, sob pena de multa, a comparecerem pessoalmente, ou fazerem-se 
representar por mandatário com poderes especiais, por seus ascendentes ou 
irmãos, com poderes especiais, para intervir no acto, no caso de estarem 
impossibilitados de comparecer ou residirem fora da comarca - art. 92º do dec. nº 
417/71, de 19/Setembro. 
 
Frustrando-se a citação de qualquer dos pais, por se encontrar ausente em 
parte incerta, o processo é concluso ao juiz para que ordene a citação por editais, 
afixando-se um deles à porta do tribunal e o outro na porta da última residência 
conhecida do ausente. 
Nesta hipótese, antes de ordenar a citação edital, o juiz pode ordenar que o 
cartório diligencie junto das autoridades policiais sobre o paradeiro da progenitor a 
citar, nos termos do disposto no nº 3 do art. 239º do Cód. Proc. Civil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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“Todos têm direito a que uma causa em que intervenham seja objecto de decisão em prazo razoável e mediante processo equitativo” 
Constituição da República Portuguesa artº 20 nº4 
 
13
 
Na conferência 
 
Estando presentes ambos os pais, ou legalmente representados, o Juiz procura 
obter acordo sobre o exercício de poder paternal. 
Se o conseguir, o acordo é ditado para a acta e de seguida homologado 
por sentença igualmente ditada para a acta. 
 
Se faltar um ou ambos os pais ou no caso de não estarem devidamente 
representados, o Juiz ordenará que se proceda a inquérito e a outras diligências que 
considere necessárias, findas as quais, decidirá. 
 
A conferência não pode ser adiada por mais de uma vez, por falta dos pais 
ou seus representantes - art. 94º do dec. nº 417/71. 
 
Se na conferência os pais não chegarem a acordo, serão imediatamente 
notificados (notificação que ficará a constar da acta) para, no prazo de DEZ dias, 
alegarem o que tiverem por conveniente quanto ao exercício de poder paternal. 
 
Com as alegações, cada um dos pais, pode oferecer até três testemunhas por 
cada facto e um total não superior a oito; juntar documentos e requerer outra 
diligências necessárias. 
 
Apresentadas as alegações ou decorrido o prazo para o seu oferecimento, 
o Juiz ordena que se proceda a inquérito sobre a situação social, moral e económica 
dos pais - art. 95º. 
 
Junto o inquérito ao processo e efectuadas quaisquer outras diligências 
ordenadas pelo juiz, abre-se “vista” ao curador de menores, após o que voltarão os 
autos conclusos ao juiz para sentença. 
 
Se forem apresentadas alegações e oferecidas provas, o Juiz marca a 
audiência de julgamento - art. 96º do decreto nº 417/71. 
 
A sentença é passível de recurso, a ser interposto no prazo de oito dias a 
contar da notificação respectiva, o qual é de apelação e tem efeito meramente 
devolutivo (não suspende os efeitos da sentença). 
 
Se tiverem sido interpostos recursos de agravo durante a tramitação do 
processo, eles sobem juntamente com o recurso da decisão final - art. 97º 
 
 
 
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“Todos têm direito a que uma causa em que intervenham seja objecto de decisão em prazo razoável e mediante processo equitativo” 
Constituição da República Portuguesa artº 20 nº4 
 
14
 
 
 
INCUMPRIMENTO 
DA REGULAÇÃO DO EXERCICIO DO PODER PATERNAL 
 
 
 
Se não for cumprido o acordo, por qualquer dos pais, pode o outro requerer 
ao tribunal as diligências necessárias para cumprimento coercivo e a condenação do 
remisso em multa e em indemnização a favor do menor ou do requerente, ou de 
ambos. 
 
O pedido é autuado por apenso, se o regime não cumprido tiver sido fixado 
em acção de divórcio, ou junto ao processo principal, se o regime não cumprido 
tiver sido fixado em processo de regulação do poder paternal. 
 
Se o regime tiver sido regulado em processo que tenha corrido termos 
noutro tribunal, o requerimento inicial é autuado sem dependência de qualquer 
outro processo, devendoser junta uma certidão do acordo lavrado no processo 
primitivo (caso tenha existido) e da sentença homologatória. 
 
Em caso de dúvida, dispõe o art. 166º do Cód. Proc. Civil que o 
requerimento deve ser apresentado em mão ao juiz para que seja lançado despacho 
no próprio requerimento a ordenar a junção ou apensação. 
 
Uma vez autuado, apensado ou incorporado o pedido, abre-se conclusão 
ao juiz para designar uma conferência ou ordenar a notificação do requerido 
para, no prazo de dois dias, alegar o que tiver por conveniente. 
 
Se for marcada a conferência e não houver acordo, o juiz ordenará que se 
proceda a inquérito sumário. 
 
Junto o inquérito, o processo vai com “vista” ao curador de menores, após o 
que vai concluso para o Juiz proferir sentença. 
 
Se o incumpridor for condenado em multa e não proceder ao pagamento 
voluntário no prazo de dez dias após a notificação para o efeito, o cartório abre 
conclusão para o juiz converter a multa em prisão, à razão de 20$00 diários, sem 
que exceda noventa dias. 
 
 
 
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DIRECÇÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA 
CENTRO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DE JUSTIÇA 
 
“Todos têm direito a que uma causa em que intervenham seja objecto de decisão em prazo razoável e mediante processo equitativo” 
Constituição da República Portuguesa artº 20 nº4 
 
15
A prisão cessa com o perdão do requerente ou logo que o condenado se 
comprometa a cumprir aquilo a que tiver faltado e o requerente aceite o 
compromisso - art. 98º do Decreto nº 417/71. 
 
Não obstante a redacção deste dispositivo legal, a verdade é que a sua 
interpretação não deve ignorar o disposto no art. 141º do Código das custas 
Judiciais, segundo o qual, as multas aplicadas às partes são liquidadas quando o 
processo for remetido à conta (no caso em apreço após trânsito em julgado da 
decisão final), sendo o responsável avisado para proceder ao pagamento (da 
multa) juntamente com as custas e no mesmo prazo fixado para o pagamento 
destas. 
 
 
Quando o acordo ou decisão final não sejam cumpridos por ambos os 
pais, ou quando se torne necessário alterar o que estiver estabelecido, qualquer 
dos pais ou o curador de menores pode requerer ao tribunal que no momento for 
territorialmente competente nova regulação do poder paternal. 
 
Se o regime tiver sido estabelecido por acordo extrajudicial, junta-se ao 
requerimento inicial uma certidão do acordo e da sentença homologatória. 
 
Se o regime tiver sido fixado pelo tribunal, o requerimento será autuado 
por apenso ao processo no âmbito do qual se tenha formalizado o acordo ou em 
que tiver sido proferida a decisão final, para o que será requisitado ao respectivo 
tribunal, se o da nova acção for diferente. 
 
O requerido é notificado para, no prazo de CINCO dias, alegar o que 
tiver por conveniente. 
 
Junta a alegação ou findo o prazo para a sua apresentação, o juiz ordenará que 
se proceda a inquérito sumário sobre os factos alegados. 
 
Se, em face do inquérito, o Juiz considerar infundado o pedido ou 
desnecessária a alteração, mandará arquivar o processo, condenando o requerente 
em custas - art. 99º do Dec. nº 417/71. 
 
 Este regime processual é igualmente aplicável ao processo de regulação do 
exercício do poder paternal dos filhos de cônjuges separados de facto, dos 
filhos ilegítimos ou dos adoptandos cujos pais ou adoptantes gozem do poder 
paternal. 
 
 
 
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“Todos têm direito a que uma causa em que intervenham seja objecto de decisão em prazo razoável e mediante processo equitativo” 
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16
 
Qualquer das pessoas a quem incumba o poder paternal pode requerer a 
homologação do acordo extrajudicial sobre o exercício dele no tribunal competente 
para a regulação - art. 100º do Dec. nº 417/71. 
 
 
 
 
 
 
 ACÇÃO DE ALIMENTOS 
 (DEVIDOS A MENORES) 
 
 
 
Quem pode requerer: 
 menor que tenha necessidade de alimentos; 
 seu representante; 
 curador de menores; ou 
 Os directores de instituições de protecção à infância e juventude . 
 
A necessidade de alimentos pode ser comunicada por qualquer pessoa ao 
curador de menores. 
O pedido é feito por requerimento dirigido ao juiz do tribunal 
competente, com rol de testemunhas e ainda com os documentos comprovativos do 
grau de parentesco existente entre o menor e o requerido. 
 
Os documentos podem ser requisitados pelo tribunal às entidades 
competentes, que os passarão gratuitamente quando o requerente, por falta de 
recursos, os não possa apresentar - art. 101º do Decreto nº 417/71. 
 
Autuado o requerimento inicial, é o processo concluso ao juiz para proferir 
despacho de indeferimento liminar ou ordenar a citação do requerido para, 
querendo, contestar no prazo de oito dias, podendo oferecer logo testemunhas. 
 
Apresentada a contestação ou findo o prazo fixado para a sua 
apresentação, o juiz mandará proceder às diligências necessárias e a inquérito 
sobre os meios do requerido e as necessidades do menor. 
 
 
 
 
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17
Se não tiver havido contestação, o juiz profere decisão final. 
 
Se tiver havido contestação, o Juiz marcará audiência de julgamento. 
 
Da sentença cabe haver recurso, que é de apelação e com efeito meramente 
devolutivo - art. 102º do Decreto nº 417/71. 
 
Quando a pessoa judicialmente obrigada a prestar alimentos ou a pagar 
a pensão ou encargos do internamento não satisfizer as quantias em dívida, 
dentro de DEZ dias, depois do vencimento, observar-se-á o seguinte: 
a)- Se for funcionário público são-lhe deduzidas no seu vencimento as 
respectivas quantias, sob requisição do tribunal dirigida à entidade 
competente; 
b)- Se for empregado ou assalariado particular, as quantias são-lhe deduzidas 
no ordenado ou salário, sendo para o efeito notificada a entidade patronal, 
que ficará na situação de fiel depositária; 
c)- Se for pessoa que receba rendas, comissões, percentagens, emolumentos, 
gratificações, comparticipações ou rendimentos semelhantes, a dedução 
será feita nessas prestações quando tiverem de ser pagas ou creditadas, 
fazendo-se para tal as requisições ou notificações necessárias e ficando os 
notificados na situação de fieis depositários. 
 
As quantias deduzidas abrangerão também os alimentos que se forem 
vencendo e serão directamente entregues a quem deva recebê-las - art. 103º 
 
Quando não seja possível obter o pagamento pelas formas indicadas no 
artigo anterior, o devedor será relegado ao foro criminal. 
 
O procedimento criminal não obsta a que se requeira, no tribunal cível, 
execução destinada a obter o pagamento - art. 104º do Decreto nº 417/71 - 
execução que tem a tramitação regulada nos arts. 1118º a 1120º do Código de 
Processo Civil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 ENTREGA JUDICIAL DE MENOR 
 
 
 
A entrega deve ser requerida ao juiz do tribunal da área em que o menor 
se encontre. 
 
Autuado o requerimento, o processo é concluso ao juiz para ordenar a citação 
do curador de menores e da pessoa em poder de quem se encontre o menor, 
para contestarem, no prazo de CINCO dias. 
 
 Os citandos podem contradizer os factos que fundamentam o pedido, 
ou mostrar queexiste decisão capaz de obstar à diligência, ou que foi 
requerido depósito do menor como preliminar ou incidente de acção de 
inibição do poder paternal, de remoção das funções ou de aplicação de 
providências por exercício abusivo do poder paternal ou da tutela. 
 
Não havendo contestação ou sendo esta manifestamente improcedente, é 
ordenada a entrega e designado o local onde deve efectuar-se, mas o juiz só preside 
à diligência quando o julgue conveniente. 
 
Se houver contestação e necessidade de provas, o juiz só decidirá depois de 
produzidas as provas que admitir - art. 105º 
 
Antes de decretar a entrega, o Juiz pode ordenar as diligências que tiver por 
convenientes e ordenar que se proceda a inquérito sumário sobre a situação social, 
moral e económica do requerente, da pessoa em poder de quem esteja o menor e dos 
parentes obrigados à prestação alimentar. 
 
Se o inquérito ou as diligências realizadas mostrarem a falta de 
idoneidade do requerente, o juiz ordenará a sua notificação para alegar o que tiver 
por conveniente e oferecer provas, no prazo de CINCO dias. 
 
 
 
 
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Se não forem apresentadas alegações nem oferecidas provas, o juiz ordena 
o entrega do menor em casa de família idónea, preferindo-se os parentes mais 
próximos obrigados a alimentos, ou será internado num estabelecimento de 
educação, conforme parecer mais conveniente. 
 
Se forem apresentadas alegações e oferecidas provas, o juiz decidirá, 
depois de produzidas as provas que admitir, ordenando a entrega ou o depósito. 
 
Quando o requerente da entrega for algum dos pais e estes viverem 
separados, o juiz ordenará a entrega do menor àquele que for mais idóneo, sem 
prejuízo de ser definido o seu destino em acção de regulação de poder paternal - art. 
106º do Decreto nº 417/71. 
 
 
 INIBIÇÃO DO PODER PATERNAL 
 
 
 
A inibição do poder paternal, seja ela total ou parcial, pode ser requerida nos 
seguintes casos:- 
 
a)- Quando os pais faltem habitualmente ao dever de defender e educar os 
filhos, com grave prejuízo de ordem moral ou material para estes; 
b)- Quando os filhos se encontrem em grave perigo moral, em razão da 
incapacidade moral, física ou económica dos pais para cumprirem os 
deveres de defesa e educação; 
c)- Quando os pais maltratarem gravemente os filhos, os privem de 
alimentos e do mais indispensável à vida quotidiana ou os sujeitem a 
trabalho perigoso para a vida ou para a saúde moral ou física; 
d)- Quando os pais excitem os filhos ao crime ou à corrupção de costumes; 
e)- Quando seja notório o porte imoral e escandaloso dos pais ou do cônjuge 
de algum deles; 
f)- Quando os pais tenham sido condenados em qualquer pena como autores, 
cúmplices ou encobridores de crimes cometidos contra os filhos ou, como 
reincidentes, por crimes cometidos contra menores; 
g)- Quando os pais sujeitem os filhos ao convívio de pessoas em relação às 
quais se verifique alguma das circunstâncias mencionadas nas alíneas c) a 
e); 
h)- Quando os pais revelem manifesta inaptidão para administrar os bens dos 
filhos - art. 108º do Dec. nº 417/71. 
 
 
 
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20
 
Quando for requerida a inibição do poder paternal, o Juiz ordena a citação do 
réu, para a contestar no prazo de oito dias. 
 
Com a petição e com a contestação, as partes devem oferecer o rol de 
testemunhas e requerer quaisquer outras diligências de prova - art. 109º do 
Dec. nº 417/71. 
 
Apresentada a contestação ou findo o prazo para a apresentar, será feito o 
processo concluso ao Juiz. 
 
O Juiz proferirá despacho para conhecer das nulidades e da legitimidade das 
partes, e decidir quaisquer outras questões ainda que relacionadas ao mérito da 
causa, desde que o estado do processo o permita - art. 110º. 
 
Se o processo prosseguir, o Juiz ordena a realização do inquérito sobre a 
situação moral e económica das partes, os factos alegados e demais diligências 
que julgue necessárias. 
 
Junto o inquérito, o juiz designa data para realização da audiência de 
julgamento - art. 111º - após o que profere sentença. 
 
Se for julgada procedente a inibição, instaurar-se-á a tutela ou a 
administração de bens, se for caso disso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 AVERIGUAÇÃO OFICIOSA 
DE MATERNIDADE 
OU DE PATERNIDADE 
 
 
A instrução do processo de averiguação oficiosa de maternidade ou paternidade, 
é da competência do curador de menores. 
 
No caso de averiguação oficiosa da paternidade, o curador deverá observar 
sempre o disposto nos nºs.1 e 2 do art. 1848º do Código Civil, ou seja, procurará 
ouvir a mãe do menor e o presumível pai e no caso deste confirmar a paternidade, o 
curador providenciará pela elaboração do termo de perfilhação e pelo envio de 
certidão (do termo) à Conservatória do Registo Civil em que o menor estiver 
registado, para averbamento no assento de nascimento. 
 
Apenas são reduzidas a escrito os depoimentos dos presumidos progenitores e 
as provas que concorram para o esclarecimento do tribunal. 
 
O Juiz designará por escala um funcionário só serviço de assistência social 
para proceder aos inquéritos ordenados pelo curador - art. 120º. 
 
A instrução do processo é secreta. 
 
E não podem intervir mandatários judiciais - art. 121º. 
 
Finda a instrução, o curador emitirá parecer sobre a viabilidade da acção de 
investigação de maternidade ou paternidade - art. 122º. 
 
O Juiz, consoante os casos, mandará arquivar o processo ou ordenará a sua 
remessa ao MºPº, a fim de ser proposta a acção de investigação - art. 123º. 
 
Não é admissível recurso do despacho proferido pelo juiz - art. 124º. 
 
Quando o presumido progenitor confirme a maternidade ou a paternidade, 
será lavrado termo de perfilhação, na presença do curador, ou se a confirmação 
 
 
 
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22
ocorrer durante as diligências complementares de instrução, será lavrado perante o 
juiz - art. 125º. 
 
 
 
 PREVENÇÃO CRIMINAL 
 
 
 
 
Os Tribunais de Menores têm competência para decretar medidas 
relativamente aos menores que, antes de perfazerem 16 anos de idade, se encontrem 
em algumas das seguintes situações:- 
a)- Mostrem dificuldade séria de adaptação a uma vida social normal, pela 
sua situação, pelo seu comportamento ou pelas tendências que hajam 
revelado; 
b)- Se entreguem à mendicidade, vadiagem, prostituição ou libertinagem; 
c)- Sejam agentes de algum facto descrito pela lei penal como crime ou 
contravenção - art. 16º 
 
Apresentada a participação, se não ordenar o arquivamento, nem aplicar 
logo qualquer medida, definitiva ou provisória, o juiz pode decidir: 
a)- Mandar o menor em liberdade, sem prejuízo do prosseguimento do 
processo; 
b)- Ordenar a observação do menor; 
c)- Determinar a guarda do menor, por período não superior a TRINTA dias, 
em compartimentoapropriado do tribunal ou da cadeia respectiva, 
quando verificadas as condições a que se refere o nº3 do artigo 58º, seja 
de presumir a aplicabilidade de qualquer das medidas previstas nas als. h) 
a j) do art. 21º 
 
A guarda do menor referida na alínea c) pode ser decretada em qualquer outro 
momento do processo, contanto que não se ultrapasse, no total, o período máximo 
fixado para a guarda do menor. 
 
 
As diligências de prova consideradas necessárias, as quais serão 
reduzidas a escrito. 
 
O curador assiste às diligências que forem presididas pelo juiz - art. 61º 
 
 
 
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A instrução do processo é principalmente constituída pelas seguintes 
diligências: 
a)- Interrogatório do menor, dos seus legais representantes e da pessoa a 
quem o menor esteja confiado; 
b)- Inquéritos; 
c)- Observação do menor; 
d)- Informações e actos solicitados directamente a quaisquer entidades, da 
mesma ou de outras comarcas. 
 
O juiz ordena a requisição da certidão de nascimento do menor e o seu 
certificado de registo criminal; na falta de registo de nascimento, deve ordenar 
exame médico destinado a apurar a idade provável do menor - art. 62º 
 
O interrogatório do menor, é feito pelo juiz, no seu gabinete, só podendo 
assistir, além do curador, as pessoas cuja presença se julgue conveniente - art. 63º 
 
 
 
Antes de restituir o menor à liberdade, o Juiz procede ao seu interrogatório 
e, se entender necessário, ordenar que se submeta a exame médico - art. 59º 
 
 
O inquérito abrange a averiguação dos factos constantes da participação e 
suas causas, a indagação das condições económicas, sociais e morais dos menores, 
de sua família ou das pessoas a cargo de quem vivam, e ainda de todas as 
circunstancias susceptíveis de contribuir para o perfeito conhecimento da 
personalidade dos menores e dos meios mais adequados à sua readaptação social. 
 
O responsável pela elaboração do inquérito, não pode ouvir o menor - 
art. 64º. 
 
A observação dos menores é efectuada pelos centros de observação ou 
pelos institutos médico-psicológicos, conforme os casos, mediante decisão dos 
Tribunais de competência especializada. 
Nos outros Tribunais de menores a observação é efectuada por médico 
dos Serviços de saúde, nomeado pelo Juiz. 
 
 
 
 
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A observação pode ser igualmente efectuada em quaisquer outros 
estabelecimentos, consultas externas ou serviços especializados, oficiais ou 
particulares, por determinação dos Tribunais de menores. 
 
A observação precede obrigatoriamente a aplicação das medidas de 
assistência de instituto médico-psicológico e de internamento em instituto 
educacional - art. 65º 
 
Em qualquer fase do processo, o juiz pode designar uma sessão para a 
produção conjunta das provas por ele indicadas. 
 
As provas não serão reduzidas a escrito, mas o juiz pode fazer registar 
em acta os factos que apurar, sempre que o repute conveniente - art. 66º 
 
Concluída a instrução e ouvido o curador, o juiz profere a decisão final, 
que pode ser ditada para a acta - art. 67. 
 
Os objectos apreendidos serão entregues a quem de direito, por termo nos 
autos e após a decisão final, quando não tenha sido possível fazê-lo antes. 
O tribunal providenciará sobre o destino dos filhos dos menores que hajam 
de ser separados dos pais, em consequência da medida aplicada - art. 68º 
 
Proferida a decisão final, a secretaria deve oficiosamente 
 notificá-la 
- ao curador, 
- ao representante do menor e 
- à pessoa ou entidade a quem ele se encontre confiado, 
 extrair verbete estatístico; 
 boletim destinado ao arquivo providencial de registo criminal e policial ou 
à repartição que na província tenha a seu cargo aqueles serviços, mas só 
quando ao menor tenha sido aplicada alguma medida de assistência de 
instituto médico psicológico ou de internamento em instituto educacional 
ou em prisão escola ou estabelecimento equivalente - art. 69º. 
 
Quando o processo haja de subir em recurso com efeito meramente 
devolutivo, extrai-se certidão das peças que o juiz indique, a fim de executar a 
medida decretada - art. 70º. 
 
 
 
 
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Só cabe recurso das decisões que, definitivamente ou provisoriamente, se 
pronunciem sobre a aplicação, alteração ou cessação das medidas de prevenção 
criminal. 
 
O recurso só pode ser interposto pelo curador, ou pelo representante legal do 
menor, que será processado e julgado como os agravos em matéria cível, sendo de 
OITO dias o prazo da sua interposição - art. 71º 
 
As decisões relativas ao arquivamento dos autos, à suspensão da medida ou 
do processo e à aplicação, alteração ou cessação das medidas de prevenção criminal 
podem ser a todo o tempo revistas, total ou parcialmente, com vista à mais fácil 
reintegração social do menor ou em virtude de se não ter conseguido a execução 
prática decretada. 
 
A iniciativa da revisão pertence ao tribunal, ao curador ou à direcção do 
estabelecimento a que o menor se encontre sujeito, mediante proposta fundamenta - 
art. 72º. 
Sempre que tenham sido aplicadas as medidas previstas nas alíneas h) a j) do 
artigo 21º, a direcção do Estabelecimento proporá obrigatoriamente a revisão da 
situação do menor no termo de cada período de três anos, contados da última 
decisão do tribunal. 
A proposta, devidamente fundamentada, será remetida ao tribunal de menores 
competente, pelo menos 60 DIAS antes do termo do prazo o que se refere o 
número anterior (3 ANOS) - art. 73º 
Quando no decurso do processo haja necessidade de qualquer providência 
cível, esta correrá por apenso, caso isso se mostre conveniente. 
Se o processo não estiver no tribunal, será requisitado para esse efeito. 
As provas constantes do processo de prevenção criminal serão também 
consideradas para se decidir sobre a providência cível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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BIBLIOGRAFIA 
 
 
Tomé d'Almeida Ramião - Organização Tutelar de Menores - Anotada e Comentada - 
Jurisprudência e Legislação Conexa - Editora -Quid Juris - 2.ª Edição Actualizada -
2003 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O presente texto de apoio foi preparado por uma equipa do CFOJ-Centro de Formação 
de Oficiais de Justiça (Ministério da Justiça de Portugal), dirigida pela respectiva 
Directora Drª Maria João Henriques. Destina-se a suportar pedagogicamente o curso de 
formação inicial de Oficiais de Justiça para os PALOP, no âmbito do Projecto ADSJ-
Apoioao Desenvolvimento dos Sistemas Judiciais (Programa PIR PALOP II), ministrado no 
quadro da assistência técnica pelo INA-Instituto Nacional de Administração de Portugal. 
 
 
Curso A3 (Maputo, Junho/Julho de 2005) 
Formador: Mário Rui da Costa Figueiras , Formador - Coordenador do CFOJ

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