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1 
 
DIREITO EMPRESARIAL III 
Professora Eloete Camilli Oliveira 
 
28/09/2015 
CLASSIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS NA FALÊNCIA 
Até aqui nós vimos toda essa parte extremamente detalhada, que vem até a sentença que decreta a falência e seus efeitos, 
os órgãos que vem para a administração da falência, a arrecadação dos bens e a verificação do passivo. 
 
 Realização do ativo para pagamento do passivo: nessa verificação do passivo, vimos que tinham habilitações, impug-
nação a essas habilitações e tudo mais. E nós sempre falávamos que o pagamento tem que observar a ordem da classi-
ficação. 
o A realização do ativo pode ter início mesmo antes de estar formado o quadro geral de credores: porque 
apresentadas as habilitações pode-se ter impugnações e recursos e isso leva tempo e uma vez feita a arrecada-
ção dos bens, a avaliação, os pedidos de restituição pode se dar mais rápido e ter a transformação do ativo em 
dinheiro e se nós ficarmos simplesmente com esses bens parados não se vai atingir a tão falada, a tão esperada 
maximação dos ativos. Nós sabemos que com essa demora se tem aqui a perda de valor dos ativos. Então veja 
que a realização do ativo pode começar antes mesmo de estar pronto o quadro geral de credores. E esses valores 
ficam em aplicação financeira aguardando o pagamento. 
 Classificação dos créditos e pagamento dos credores: Quando chegamos nessa parte onde temos a verificação do 
passivo temos dois tópicos que são muito próximos para falar, que é justamente a classificação dos créditos da falência 
e o pagamento dos credores. Porque aqui uma vez tendo o resultado do julgamento dos créditos, da impugnação dos 
créditos, vai ser elaborado o quadro geral dos credores observando então essa ordem da classificação e vai servir como 
guia para o pagamento. E aí com os valores que foram obtidos começa a transformação do ativo em dinheiro para se 
efetuar o pagamento observando a ordem. Para facilitar o entendimento trabalhamos a classificação e o pagamento no 
mesmo momento. 
 
Sentença
Arrecadação 
de Bens
Realização 
do Ativo
Verificação 
do Passivo
Pagamento 
do Passivo
2 
 
 
As obrigações que tínhamos antes da sentença que decreta a falência, são obrigações que foram contraídas pelo falido e, portanto, 
são credores que vão participar do concurso de credores, são credores concursais. Na sentença que decreta a falência, nós vimos 
que a partir dali pode ser determinada, inclusive, a continuação provisória dos negócios do falido, que podem ter determinadas 
despesas, determinados gastos ou outros contratos que tem que ser mantidos pelo administrador, para poder profissionaliza até 
a gestão da falência. Então são obrigações que não são contraídas pelo falido, mas pela massa falida, então aqui temos os créditos 
extraconcursais. Esse é um primeiro ponto que teremos como um divisor de águas. 
 
ORDEM DE PAGAMENTO DOS CREDORES: 
1. ART. 151 LRF: prioridade absoluta. Tão logo tenha dinheiro na massa, o primeiro valor que entrar em caixa, serão pagos 
aqui obrigações relativas aos salários. 
Art. 151. Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores à decretação 
da falência, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade em caixa. 
 5 salários mínimos3 últimos meses: o limite dessa obrigação se refere ao pagamento de até 5 salários mínimos 
relativos aos 3 últimos meses de salários. Veja que não se trata de 5 salários mínimos por mês, mas sim 5 salários 
mínimos nos últimos 3 meses. Se uma pessoa recebia um salário mínimo por mês e estavam atrasados 3 meses ele 
recebe só 3 salários mínimos. Ou se ele tinha 6 meses de atraso ele só recebe os 3. Se ele recebia 20 salários mínimos 
por mês e estava com 3 meses de atraso ele só recebe os 5. É relativo aos 3 últimos meses, mas limitado ao valor global 
máximo de 5 salários mínimos, trata-se de verba alimentar, é essa questão para suprir as necessidades mais preeminen-
tes. 
2. Credores restituintesart. 86 LRF: restituição em dinheiro, aqui temos os credores restituintes. Quando falamos disso 
aqui estamos falando dos bens do devedor que vão garantir o pagamento das suas obrigações e quando falamos em 
arrecadação de bens, vimos que podiam ser arrecadados bens do falido que estivessem em poder do falido, bens do 
falido que estivessem em poder de terceiros e de terceiros que estivessem em poder do falido como também vimos aqui 
alguns outros bens que foram arrecadas ou alguns contratos que foram tornados ineficazes. Vejam, se aqui tivermos 
bens de terceiros que foram arrecadados e que não podem mais ser devolvidos ao seu titular, ou porque deterioraram ou 
porque foram vendidos na massa ou qualquer outro problema que impede a devolução do próprio bem ele terá que ser 
devolvido em dinheiro para evitar o enriquecimento indevido da massa. É um patrimônio de terceiro que estará compondo 
a massa falida para pagamento de seus credores. Então vejam que em primeiro lugar nós temos esses credores traba-
lhistas, depois vamos expurgar o que não é do falido, questão dos credores restituintes, retirar da massa aquilo que não 
é do falido. 
Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro: 
I – Se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição, hipótese em que o requerente receberá o valor da 
avaliação do bem, ou, no caso de ter ocorrido sua venda, o respectivo preço, em ambos os casos no valor atualizado; 
3 
 
II – Da importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio 
para exportação, na forma do art. 75, §§ 3o e 4o, da Lei no 4.728, de 14 de julho de 1965, desde que o prazo total da 
operação, inclusive eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade competente; 
III – dos valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-fé na hipótese de revogação ou ineficácia do contrato, 
conforme disposto no art. 136 desta Lei. 
Parágrafo único. As restituições de que trata este artigo somente serão efetuadas após o pagamento previsto no art. 151 
desta Lei. 
3. Créditos extraconcursais – art. 84 LRF: dos créditos concursais só é pago antes o crédito trabalhista do art. 151 
Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre os mencionados no art. 83 
desta Lei, na ordem a seguir, os relativos a: 
I – Remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e créditos derivados da legislação do trabalho ou 
decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência; 
Quando temos com a sentença a continuação dos negócios do falido, vimos que os contratos de trabalho são bilaterais 
que não se resolvem com a falência. Então se eles não se resolvem com a falência e temos aqui a continuação das 
atividades do falido como iremos tratar desses contratos? A parte anterior a decretação da falência, exceto o valor do art. 
151, será concursal aqueles da continuação das atividades serão extraconcursais. Isso quer dizer que no máximo até 
cada quinto dia útil de cada mês eles estarão recebendo seus salários. Se nesse período ocorrer um acidente de trabalho 
também não será concursal será extraconcursal. Os honorários do administrador judicial, os honorários dos advogados 
da massa (tem que defender os interesses da massa) que foram contratados pelo administrador judicial são todos cré-
ditos extraconcursais. 
II – Quantias fornecidas à massa pelos credores; 
III – despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e distribuição do seu produto, bem como custas do 
processo de falência; 
Todas as despesas para o bom funcionamento da falência e o que vai reverter em benefício para a massa. 
IV – Custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha sido vencida; 
Custas judiciais referentes a sucumbência, vimos que não são exigidas as custas para tomar parteno processo, mas as 
de sucumbência aonde a massa é vencida são devidas. 
V – Obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial, nos termos do art. 67 
desta Lei, ou após a decretação da falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, 
respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei. 
Da mesma forma que os créditos trabalhistas devidos pela atividade exercida após a decretação da falência, com a 
continuação das atividades do falido, os créditos tributários serão pagos. 
Com relação aos contratos o administrador decide quais serão cumpridos ou não, caso o administrador entenda pelo 
cumprimento dos contratos do falido, tais obrigações são assumidas pela massa e os valores devidos antes da decreta-
ção da falência são créditos concursais e aquilo que ocorrer após a decretação é extraconcursal. 
Se a situação estava difícil e o devedor pediu a recuperação judicial: os credores anteriores, os credores concursais, vão 
desse pedido de recuperação onde o devedor vai oferecer um plano de recuperação, um plano pelo qual ele pretende 
sanar os problemas de sua empresa e uma nova forma para efetuar os pagamentos com o plano de recuperação. Tal 
plano uma vez aprovado significa uma novação das obrigações, então as obrigações deixam de ter as condições que 
tinham antes da recuperação judicial e passam a ter as condições previstas no plano, só que aqui essa novação não é a 
mesma do direito civil. Novação no direito civil significa extinguir uma antiga e fazer surgir uma nova em seu lugar, se a 
nova não for cumprida fica pelos termos da nova. Aqui temos uma novação, que a professora costuma dizer que é como 
se fosse uma novação com uma condição resolutiva, porque subordinada a uma condição. Caso não seja cumprido o 
plano retorna à condição anterior, então não é uma novação como temos no código civil. E é obvio que caso tenham sido 
feitos pagamentos eles serão abatidos. 
Aqueles credores que contratam com a empresa em recuperação judicial, segundo o art. 84, tem credito extraconcursal. 
Art. 67. Os créditos decorrentes de obrigações contraídas pelo devedor durante a recuperação judicial, inclusive aqueles 
relativos a despesas com fornecedores de bens ou serviços e contratos de mútuo, serão considerados extraconcursais, 
em caso de decretação de falência, respeitada, no que couber, a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei. 
Isso se deve ao risco de contratar com a empresa em recuperação judicial. 
*Art. 67 §único: pelo valor igual ao que os prestadores de serviços e fornecedores tiverem fornecido durante a recupe-
ração judicial aquilo que eles têm no credito concursal são tidos como credores com privilegio geral, ou seja, ele não fica 
como quirografário ele sobe um degrau e é pago antes dos demais quirografários ele tem aqui um privilégio. Em razão 
4 
 
dessa manutenção da empresa, buscando preservar a empresa, o que ele veio a contratar durante a recuperação judicial 
extraconcursal e no valor idêntico ao que ele forneceu na recuperação você projetando no que ele já verificou esse inclu-
sive será pago antes dos quirografários no concursal terá uma preferência dentro do concursal. 
Art. 67, Parágrafo único. Os créditos quirografários sujeitos à recuperação judicial pertencentes a fornecedores de bens 
ou serviços que continuarem a provê-los normalmente após o pedido de recuperação judicial terão privilégio geral de 
recebimento em caso de decretação de falência, no limite do valor dos bens ou serviços fornecidos durante o período da 
recuperação. 
 
 
4. Créditos concursais: aqui se tiver dentro dessa ordem, no extraconcursal se tiver mais de um credito você conjuga com 
a ordem do artigo 83, agora os créditos concursais, aqui que se fala efetivamente da classificação dos créditos da falên-
cia. 
Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: 
I – Os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinquenta) salários-mínimos por credor, e 
os decorrentes de acidentes de trabalho; 
Credito decorrente da legislação trabalhista e acidentes de trabalho: créditos trabalhistas limitados a 150 salários 
mínimos por trabalhador e acidentes do trabalho sem limites. Vejam que aqui então o credito trabalhista pode estar e 
primeiro lugar no art. 151, se continuou a trabalhar após a decretação da falência no extraconcursal, aqui até 150 salários 
mínimos no primeiro lugar do concursal e o excedente ao limite como quirografário. 
Essa limitação já foi objeto de ADIn: a justificativa que foi dada é que primeiro se os valores da massa fossem suficientes 
para pagar os créditos trabalhistas não passava do tributário que era o segundo, então inverteram a ordem passaram a 
garantia real para o segundo lugar, limitaram o trabalhista e passaram o tributário para o terceiro. 
Equiparado a legislação do trabalho temos: 
o As verbas do FGTS 
o Os contratos de representação comercial: é a própria lei do representante comercial que equipara. 
II – Créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; 
Créditos com garantia real: se o bem dado em garantia, se for preciso ele cobrirá os pagamentos das obrigações que o 
antecederam, agora se o valor do principal mais a correção monetária for inferior ao valor do bem dado em garantia 
pagam-se os juros antes de se passar para a classe seguinte. Agora se o valor do principal mais a correção monetária 
forem maior que o valor do bem dado em garantia a diferença vai concorrer com os credores quirografários. As debentures 
com garantia real entram na mesma condição. 
 
28/09/2015 
5 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS NA FALÊNCIA- cont. 
Art. 83, III – créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas 
tributárias; 
Créditos tributários: existe entre os entes de direito público uma concorrência. Em primeiro lugar pagam-se os créditos 
da união e suas autarquias, pagos todos esses créditos passa-se aos estados e ao distrito federal com suas autarquias 
conjuntamente e em pró-rata. Isso quer dizer que se tiver mais de um estado e o valor não for suficiente para o pagamento 
de todos os estados faz-se um rateio entre eles. E em terceiro lugar os municípios e suas autarquias conjuntamente e 
pró-rata. Alguns autores afirmam ser inconstitucional esse concurso entre as entidades de direito público, quem defende, 
inclusive, com mais detalhes é o José Afonso da Silva, e tem que não há a inconstitucionalidade porque não se sobrepõe 
entre entes do mesmo nível, pois se tiver, por exemplo mais de um estado, eles receberam igualmente. 
Se tiver mais de um credito da união ou dos estados e não se tiver dinheiro para pagar tudo: primeiro as obrigações 
próprias para depois as obrigações decorrentes de responsabilidade, ou seja, primeiro paga aqueles em que o devedor é 
contribuinte e depois aqueles que ele é responsável. 
Se tiver mais de um aonde ele é contribuinte paga-se primeiro as contribuições depois as taxas e depois os impostos. 
Se tiver mais de uma contribuição ou mais de uma taxa ou mais de um imposto paga-se primeiro o que prescreve 
antes. 
Se tiver dois tributos que estejam na mesma situação, que seja uma obrigação própria devida para o mesmo ente 
que prescrevam na mesma data paga-se primeiro o de maior valor. 
IV – Créditos com privilégio especial, a saber: 
a) os previstos no art. 964 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002; 
Crédito com privilegio especial: quando fazemos a comparação com os créditos com garantia real, que é estabelecida 
entre as partes e tem a sua obrigação, caso você alienar o bem o adquirente sabe que existe aquela garantia real. Quando 
se trata de privilegio ele não é estabelecido entre as partes ele decorre da lei. A lei estabelece que quando não houver 
condições de efetuar o pagamento então existem determinados bens cuja rende adquirida com sua venda deverá servirprincipalmente para o pagamento daquelas obrigações. Primeiramente temos os privilégios previstos no art. 964 do có-
digo civil. 
Quando você trata do privilegio especial tem que se analisar o art. 963 do código civil: 
Art. 963. O privilégio especial só compreende os bens sujeitos, por expressa disposição de lei, ao pagamento do 
crédito que ele favorece; e o geral, todos os bens não sujeitos a crédito real nem a privilégio especial. 
Aqui nessa ordem temos os créditos com direito real de garantia que decorrem da vontade das partes, o privilegio especial 
estabelecido em lei que determinados bens cuja renda serve para pagamento de obrigações predeterminadas e depois o 
privilegio geral que tem a preferência sobre a renda do patrimônio todo. 
O art. 964 traz o privilegio especial, agora se por algum acaso a obrigação estiver mencionada aqui mas tiver uma melhor 
Classificação na lei de falências prevalece o disposto na lei de falências. 
Art. 964. Têm privilégio especial: 
I - Sobre a coisa arrecadada e liquidada, o credor de custas e despesas judiciais feitas com a arrecadação e 
liquidação; 
Na falência trata-se de credor extraconcursal, portanto como a classificação na lei de falências é melhor prevalece 
o que lá está disposto. 
II - Sobre a coisa salvada, o credor por despesas de salvamento; 
III - sobre a coisa beneficiada, o credor por benfeitorias necessárias ou úteis; 
IV - Sobre os prédios rústicos ou urbanos, fábricas, oficinas, ou quaisquer outras construções, o credor de mate-
riais, dinheiro, ou serviços para a sua edificação, reconstrução ou melhoramento; 
O credor de serviços entra no credor trabalhista 
V - Sobre os frutos agrícolas, o credor por sementes, instrumentos e serviços à cultura, ou à colheita; 
Também se trata de credor trabalhista 
VI - Sobre as alfaias e utensílios de uso doméstico, nos prédios rústicos ou urbanos, o credor de aluguéis, quanto 
às prestações do ano corrente e do anterior; 
VII - sobre os exemplares da obra existente na massa do editor, o autor dela, ou seus legítimos representantes, 
pelo crédito fundado contra aquele no contrato da edição; 
VIII - sobre o produto da colheita, para a qual houver concorrido com o seu trabalho, e precipuamente a quaisquer 
outros créditos, ainda que reais, o trabalhador agrícola, quanto à dívida dos seus salários. 
No privilegio especial verifica-se que sempre tem uma relação entre a verba e a obrigação a ser paga. 
6 
 
b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei; 
c) aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a coisa dada em garantia; 
d) aqueles em favor dos microempreendedores individuais e das microempresas e empresas de pequeno porte de que 
trata a Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006 
Aqui se verifica que foi a lei complementar 147 que acrescentou a alínea d que trata dos créditos em favor dos microem-
preendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte. Se for um credor cujo faturamento venha a ser 
enquadrar dentro de uma dessas categorias ele vai se enquadrar no privilegio especial. A lei é vaga com relação à quando 
deve ser feito o enquadramento como uma dessas categorias. Se um desses credores tiver um credito com garantia real 
eles recebem como tal. 
V – Créditos com privilégio geral, a saber: 
a) os previstos no art. 965 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002; 
Credito com privilegio geral: O art. 965 do código civil aplica-se no caso de falência. 
Art. 965. Goza de privilégio geral, na ordem seguinte, sobre os bens do devedor: 
I - O crédito por despesa de seu funeral, feito segundo a condição do morto e o costume do lugar; 
Aqui fala-se disso porque o que se trata aqui aplica-se também a ação declaratória de insolvência civil. 
II - O crédito por custas judiciais, ou por despesas com a arrecadação e liquidação da massa; 
Crédito extraconcursal 
III - o crédito por despesas com o luto do cônjuge sobrevivo e dos filhos do devedor falecido, se foram moderadas; 
IV - O crédito por despesas com a doença de que faleceu o devedor, no semestre anterior à sua morte; 
V - O crédito pelos gastos necessários à mantença do devedor falecido e sua família, no trimestre anterior ao 
falecimento; 
VI - O crédito pelos impostos devidos à Fazenda Pública, no ano corrente e no anterior; 
Crédito tributário. 
VII - o crédito pelos salários dos empregados do serviço doméstico do devedor, nos seus derradeiros seis meses 
de vida; 
Crédito trabalhista 
VIII - os demais créditos de privilégio geral. 
Vejam aqui onde o legislador trabalha com os privilégios e garantias do crédito ele vem trabalhar na parte do direito civil 
aonde se trabalha a insolvência civil. Então se tiver aqui classificado como privilégio geral aplica-se também em caso de 
falência. 
b) os previstos no parágrafo único do art. 67 desta Lei; 
**Importante, segundo a professora sempre cai em exame da ordem e outros concursos. ** Pelo valor igual ao que 
os prestadores de serviços e fornecedores tiverem fornecido durante a recuperação judicial aquilo que eles têm no credito 
concursal são tidos como credores com privilegio geral, ou seja, ele não fica como quirografário ele sobe um degrau e é 
pago antes dos demais quirografários ele tem aqui um privilégio. Em razão dessa manutenção da empresa, buscando 
preservar a empresa, o que ele veio a contratar durante a recuperação judicial é extraconcursal e no valor idêntico ao que 
ele forneceu na recuperação você projetando no que ele já verificou esse inclusive será pago antes dos quirografários no 
concursal terá uma preferência dentro do concursal. Esquema na pag. 4. 
Art. 67. Os créditos decorrentes de obrigações contraídas pelo devedor durante a recuperação judicial, inclusive 
aqueles relativos a despesas com fornecedores de bens ou serviços e contratos de mútuo, serão considerados 
extraconcursais, em caso de decretação de falência, respeitada, no que couber, a ordem estabelecida no art. 83 
desta Lei. 
Parágrafo único. Os créditos quirografários sujeitos à recuperação judicial pertencentes a fornecedores de bens 
ou serviços que continuarem a provê-los normalmente após o pedido de recuperação judicial terão privilégio geral 
de recebimento em caso de decretação de falência, no limite do valor dos bens ou serviços fornecidos durante o 
período da recuperação. 
Exemplo. Um credor tinha um credito de R$1.000,00 houve o pedido de recuperação judicial e ele forneceu R$300,00 a 
daí foi decretada a falência. Esses R$300,00 que ele forneceu durante a recuperação judicial é crédito extraconcursal e 
R$300,00 dos R$1.000,00 concursais que ele tinha vão ser pagos com privilegio geral e os R$700,00 restantes como 
quirografário. 
c) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei; 
7 
 
Por exemplo as debentures com garantia flutuante. Na sociedade anônima aberta quando precisa de recursos ela tem 
duas vertentes. Uma ela pode ir para o mercado financeiro aonde vai a instituições financeiras conseguir um empréstimo, 
ou ela pode ir ao mercado de valores mobiliários. Vindo para o mercado de valores mobiliários ela pode emitir os valores 
mobiliários chamados de debentures que representam uma parcela de um empréstimo. Esse empréstimo cujas parcelas 
são disponibilizadas ao público podem ou não ter garantias. Pode-se ter debentures com garantia real, e em caso de 
falência da sociedade anônima o debenturista com garantia real vai concorrer junto com os créditos com garantia real. A 
debenture com garantia flutuante tem garantia sobre o ativo, o patrimônio da sociedade como estiver no momento da 
liquidação, então é privilegio especial porque não grava nenhum bem. Temos também a debenture sem garantia que entra 
como credito quirografário. E ainda mais temos as debentures subordinadas que são aquelas que só tem preferência ao 
reembolso de capital que são pagas depois do quirografário.VI – Créditos quirografários, a saber: 
a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo; 
b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados ao seu pagamento; 
c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que excederem o limite estabelecido no inciso I do caput 
deste artigo; 
Credores quirografários: são aqueles que não tem privilégios ou garantias. Temos basicamente aqui os fornecedores, o 
saldo excedente aos 150 salários mínimos do crédito trabalhista e o excedente da garantia real. Também temos aqui as 
debêntures sem garantia. Se pagar todos os créditos quirografários e sobrar dinheiro volta e paga os juros na mesma 
ordem daí então segue para a próxima classe. 
Se pagar até o quirografário pode se ter a extinção das obrigações. Ou então se não tiver mais bens e já tiver pago 
mais de 50% do passivo quirografário ou então tiver decorrido mais de 5 anos do encerramento da falência e não tiver 
sido condenado por crime falimentar ou de dez anos se tiver sido condenado por crime falimentar pode se pedir a extinção 
das obrigações. 
VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as multas 
tributárias; 
Multas: todas as multas se encontram aqui 
VIII – créditos subordinados, a saber: 
a) os assim previstos em lei ou em contrato; 
b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício. 
Credores subordinados: aqui temos a debenture subordinada, os créditos dos sócios e administradores sem vínculo 
empregatício. 
§ 1º Para os fins do inciso II do caput deste artigo, será considerado como valor do bem objeto de garantia real a impor-
tância efetivamente arrecadada com sua venda, ou, no caso de alienação em bloco, o valor de avaliação do bem indivi-
dualmente considerado. 
§ 2º Não são oponíveis à massa os valores decorrentes de direito de sócio ao recebimento de sua parcela do capital 
social na liquidação da sociedade. 
§ 3º As cláusulas penais dos contratos unilaterais não serão atendidas se as obrigações neles estipuladas se vencerem 
em virtude da falência. 
§ 4º Os créditos trabalhistas cedidos a terceiros serão considerados quirografários. 
Se for feita a cessão do credito trabalhista ele perde a preferência passando a ser inteiramente quirografário. 
 
8 
 
 
ORDEM DOS CRÉDITOS CONCURSAIS: 
 
 
 
REALIZAÇÃO DO ATIVO 
Aqui já sabemos que com verificação dos créditos se faz o quadro geral dos credores, que é um guia para poder efetuar os 
pagamentos. 
Arrecadados os bens temos o que se chama de realização do ativo. Quando se fala em realização do ativo não é simplesmente 
vender os bens tem outras coisas que podem gerar dinheiro na falência. 
Art. 139. Logo após a arrecadação dos bens, com a juntada do respectivo auto ao processo de falência, será iniciada a realização 
do ativo. 
 
ORDEM PARA A REALIZAÇÃO DO ATIVO: (a professora não falou muito sobre isso, ou seja, grande possibilidade de cair na 
prova kkk) 
Art. 140. A alienação dos bens será realizada de uma das seguintes formas, observada a seguinte ordem de preferência: 
I – Alienação da empresa, com a venda de seus estabelecimentos em bloco; 
II – Alienação da empresa, com a venda de suas filiais ou unidades produtivas isoladamente; 
Quando se trata dessas duas primeiras modalidades envolve inclusive os contratos não personalíssimos. Porque se está vendendo 
a empresa inteira. 
III – alienação em bloco dos bens que integram cada um dos estabelecimentos do devedor; 
Por exemplo: vende todos os carros, todos os computadores todos os bens de cada espécie. 
IV – Alienação dos bens individualmente considerados. 
Cada bem separado, um imóvel por exemplo. 
Nessa condição se tem que a legislação não menciona de quem é atribuição de verificar qual a forma, que opta pela modalidade 
de aprovação. Temos alguns autores que entendem que é do juiz e outros que entendem que é do administrador. O que temos 
sim é a necessidade de homologação pelo juiz, quem determina efetivamente é o juiz. 
§ 1º Se convier à realização do ativo, ou em razão de oportunidade, podem ser adotadas mais de uma forma de alienação. 
§ 2º A realização do ativo terá início independentemente da formação do quadro-geral de credores. 
§ 3º A alienação da empresa terá por objeto o conjunto de determinados bens necessários à operação rentável da unidade de 
produção, que poderá compreender a transferência de contratos específicos. 
§ 4º Nas transmissões de bens alienados na forma deste artigo que dependam de registro público, a este servirá como título 
aquisitivo suficiente o mandado judicial respectivo. 
9 
 
Art. 141. Na alienação conjunta ou separada de ativos, inclusive da empresa ou de suas filiais, promovida sob qualquer das 
modalidades de que trata este artigo: 
I – todos Os credores, observada a ordem de preferência definida no art. 83 desta Lei, sub-rogam-se no produto da realização do 
ativo; 
II – O objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive 
as de natureza tributária, as derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho. 
§ 1º O disposto no inciso II do caput deste artigo não se aplica quando o arrematante for: 
I – Sócio da sociedade falida, ou sociedade controlada pelo falido; 
II – Parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do falido ou de sócio da sociedade falida; 
ou 
III – identificado como agente do falido com o objetivo de fraudar a sucessão. 
§ 2º Empregados do devedor contratados pelo arrematante serão admitidos mediante novos contratos de trabalho e o arrematante 
não responde por obrigações decorrentes do contrato anterior. 
O art. 141 traz que não se aplicam os dispositivos quanto a responsabilidade do código civil. Pois se fosse diferente quem iria 
adquirir o estabelecimento se tivesse sucessão. Sendo alienado o estabelecimento passando para um terceiro ele recebe esse 
estabelecimento sem qualquer ônus tributário, trabalhista, civil ou de qualquer natureza. E o valor que ele paga no estabelecimento 
os credores se sub-rogam nesse valor. Quem adquire o estabelecimento o faz livre de qualquer dívida. 
Com relação ao contrato de trabalho: aquelas pessoas que trabalhavam na falida, como vai continuar a mesma atividade e eles 
pode continuar trabalhando no mesmo local fazendo o mesmo trabalho o contrato deles com a falida é rescindido e tem um novo 
contrato. As obrigações decorrentes de suas relações com a falida vêm para a massa e aqui tem inicio um novo contrato de 
trabalho não se configura a sucessão. 
A transferência sem ônus não se aplica nos casos do §1º transcrito acima. 
Art. 142. O juiz, ouvido o administrador judicial e atendendo à orientação do Comitê, se houver, ordenará que se proceda à 
alienação do ativo em uma das seguintes modalidades: 
I – Leilão, por lances orais; 
II – Propostas fechadas; 
III – pregão. 
§ 1º A realização da alienação em quaisquer das modalidades de que trata este artigo será antecedida por publicação de anúncio 
em jornal de ampla circulação, com 15 (quinze) dias de antecedência, em se tratando de bens móveis, e com 30 (trinta) dias na 
alienação da empresa ou de bens imóveis, facultada a divulgação por outros meios que contribuam para o amplo conhecimento 
da venda. 
§ 2º A alienação dar-se-á pelo maior valor oferecido, ainda que seja inferior ao valor de avaliação. 
§ 3º No leilão por lances orais, aplicam-se, no que couber, as regras da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de 
Processo Civil. 
§ 4º A alienação por propostas fechadas ocorrerá mediante a entrega, em cartório e sob recibo, de envelopes lacrados, a serem 
abertos pelo juiz, no dia, hora e local designados no edital, lavrando o escrivão o auto respectivo, assinado pelos presentes, e 
juntando as propostas aos autos da falência. 
§ 5º A venda por pregãoconstitui modalidade híbrida das anteriores, comportando 2 (duas) fases: 
I – Recebimento de propostas, na forma do § 3o deste artigo; 
II – Leilão por lances orais, de que participarão somente aqueles que apresentarem propostas não inferiores a 90% (noventa por 
cento) da maior proposta ofertada, na forma do § 2o deste artigo. 
§ 6º A venda por pregão respeitará as seguintes regras: 
I – Recebidas e abertas as propostas na forma do § 5o deste artigo, o juiz ordenará a notificação dos ofertantes, cujas propostas 
atendam ao requisito de seu inciso II, para comparecer ao leilão; 
II – O valor de abertura do leilão será o da proposta recebida do maior ofertante presente, considerando-se esse valor como lance, 
ao qual ele fica obrigado; 
III – caso não compareça ao leilão o ofertante da maior proposta e não seja dado lance igual ou superior ao valor por ele ofertado, 
fica obrigado a prestar a diferença verificada, constituindo a respectiva certidão do juízo título executivo para a cobrança dos 
valores pelo administrador judicial. 
§ 7º Em qualquer modalidade de alienação, o Ministério Público será intimado pessoalmente, sob pena de nulidade. 
Art. 143. Em qualquer das modalidades de alienação referidas no art. 142 desta Lei, poderão ser apresentadas impugnações por 
quaisquer credores, pelo devedor ou pelo Ministério Público, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da arrematação, hipótese em 
que os autos serão conclusos ao juiz, que, no prazo de 5 (cinco) dias, decidirá sobre as impugnações e, julgando-as improce-
dentes, ordenará a entrega dos bens ao arrematante, respeitadas as condições estabelecidas no edital. 
10 
 
Art. 144. Havendo motivos justificados, o juiz poderá autorizar, mediante requerimento fundamentado do administrador judicial ou 
do Comitê, modalidades de alienação judicial diversas das previstas no art. 142 desta Lei. 
Art. 145. O juiz homologará qualquer outra modalidade de realização do ativo, desde que aprovada pela assembleia-geral de 
credores, inclusive com a constituição de sociedade de credores ou dos empregados do próprio devedor, com a participação, se 
necessária, dos atuais sócios ou de terceiros. 
§ 1º Aplica-se à sociedade mencionada neste artigo o disposto no art. 141 desta Lei. 
§ 2º No caso de constituição de sociedade formada por empregados do próprio devedor, estes poderão utilizar créditos derivados 
da legislação do trabalho para a aquisição ou arrendamento da empresa. 
§ 3º Não sendo aprovada pela assembleia-geral a proposta alternativa para a realização do ativo, caberá ao juiz decidir a forma 
que será adotada, levando em conta a manifestação do administrador judicial e do Comitê. 
Art. 146. Em qualquer modalidade de realização do ativo adotada, fica a massa falida dispensada da apresentação de certidões 
negativas. 
Art. 147. As quantias recebidas a qualquer título serão imediatamente depositadas em conta remunerada de instituição financeira, 
atendidos os requisitos da lei ou das normas de organização judiciária. 
Art. 148. O administrador judicial fará constar do relatório de que trata a alínea p do inciso III do art. 22 os valores eventualmente 
recebidos no mês vencido, explicitando a forma de distribuição dos recursos entre os credores, observado o disposto no art. 149 
desta Lei. 
 
ENCERRAMENTO DA FALÊNCIA 
Professora falou que ia falar, mas não falou, portanto, estudar em livro porque com certeza vai cair na prova 
 
 
 
11 
 
16/10/2015 
RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS 
Para trabalharmos com a recuperação judicial iremos eleger uma recuperação judicial para acompanhar os autos onde 
possamos ver o andamento, para sentirmos como efetivamente funciona. A recuperação judicial que acompanharemos é a 
da OAS – processo 1030812-77.2015.8.26.0100 TJ SP (os documentos que encontrei dessa recuperação judicial coloquei 
no OneDrive) 
 
A recuperação é mais tranquila, todos os principais institutos já aprendemos na falência, de tal forma que só precisamos fazer 
algumas remissões a falência. Quando se trata da recuperação tem sempre algumas diretrizes. Temos uma participação ativa dos 
credores. 
A lei de falências e recuperação tem por base a legislação americana, com a participação ativa dos credores e a legislação 
francesa que traz o viés social. Se verificarmos nos estados unidos a média de empresas que recuperam é de aproximadamente 
de 90% enquanto que no Brasil a média é de 5%. Não é da nossa cultura. Na recuperação judicial quem decide se vai conceder a 
recuperação judicial ou se vai requerer a falência são os credores. O que temos é que os devedores demoram para pedir a 
recuperação e daí já passou do ponto que daria para recuperar. O pensamento do credor não é no sentido de deixar a empresa se 
recuperar ele quer receber o crédito dele. 
Quando falamos em recuperação de empresas o foco está na empresa que está se recuperando mas tem que se lembrar que o 
plano tem que servir para a ela e para o credor. Quando você faz um plano de recuperação na basta verificar o problema financeiro 
da sua empresa você tem que verificar se vai ser interessante para os credores também. 
 
12 
 
 
A recuperação judicial tem duas fases: uma primeira de processamento e a segunda que é uma fase de execução; 
A empresa fica em recuperação por dois anos onde os administradores estatutários serão supervisionados pelo administrador 
judicial. Não quer dizer que a recuperação judicial só dure isso o prazo para pagamento geralmente é muito mais longo que isso, 
tendo duração normalmente de 6 a 10 anos. Já teve um caso em que a previsão para pagamento era de 26 anos. 
Temos dois tipos de recuperação: 
Recuperação judicial 
Para que uma empresa seja recuperada tem que se ter um plano efetivo. A previsão que temos na lei é a recuperação judicial 
e extrajudicial. Quando se trata de recuperação judicial o empresário vai a Juízo pedir a recuperação. Ao contrário do que tínhamos 
na lei anterior, que era um favor legal (o juiz concedia a concordata), aqui na recuperação quem vai dizer se a empresa é viável 
economicamente, se ela pode ser mantida são os credores, visto que são eles que junto com o empresário irão trabalhar e suportar 
o risco do negócio. Na recuperação judicial não é mais o juiz que vai dizer se ela merece ou não ser recuperada, se ela vai ou não 
ser recuperada, tem uma proposta por parte do devedor, ele faz um plano para recuperar a empresa, demonstra quais são os 
pontos fracos, como pretende recuperar, e como pretende pagar as obrigações. Feito esse plano, abre-se vista aos credores, que 
são convocados para se manifestar. Se houver impugnação convoca-se uma assembleia e quem delibera se concede a recupe-
ração ou se decreta a falência são os credores. Aqui é o que faz que muitas vezes o empresário acaba “perdendo” o ponto exato 
que ele tem que pedir a recuperação. O juiz homologa o plano, depois dos credores aprovarem o plano, não aprova. A nossa 
legislação copiou da legislação americana a possibilidade da recuperação da empresa, do chamamento à participação os credo-
res, de serem ouvidos os credores e caso seja a empresa inviável ser arrecadado o ativo e transformado em dinheiro e não 
13 
 
demorar nesse processo, ter uma celeridade processual para a maximização os ativos, pois quanto antes transformar esses bens 
em dinheiro menos perde o devedor e os credores. Só que essa participação efetiva dos credores, trazida do direito norte-ameri-
cano, só que no direito norte-americano ainda dá um poder de ingerência maior para o juiz para poder interferir, poder de veto na 
assembleia, o nosso direito estabelece apenas uma questão que é a possibilidade do quórum alternativo. Por outro lado, trouxemos 
do direito francês a função social da empresa, a nossa lei patê da legislação norte-americana e da francesa. 
Dentro da recuperação judicial temos duas opções de plano: 
 Plano ordinário: é um plano mais complexo que necessita de um estudo de viabilidade econômica quevenha atingir, 
levado à consideração dos credores, é um plano mais completo e dispendioso. Temos todo um planejamento. É um 
procedimento extremamente dispendioso porque requer uma análise detalhada e um estudo econômico-financeiro muito 
bem feito 
 Plano especial: é uma alternativa, não que seja obrigatório, dada às microempresas e empresas de pequeno porte. Para 
caracterizar uma empresa como microempresa ou empresa de pequeno porte deve-se levar em conta o faturamento além 
de outras questões. Se o faturamento for de até 360 mil é microempresa se for de R$ 360.000,01 a 3,6 milhões é uma 
empresa de pequeno porte. Mas tem outras questões como por exemplo não pode ser sociedade anônima, não pode ter 
uma série de questões que são agregadas. 
o Art. 170, IX CF. Esse plano especial é facultativo as micro e pequenas empresas ele foi criado para atender o 
disposto no art. 170, IX da CF que é o tratamento favorecido para as micro e pequenas empresas. Nesse plano 
o devedor apresenta a sua situação como está e é dado a oportunidade de um parcelamento de suas obrigações 
em até 36 parcelas mensais iguais, com taxa Selic, dando 180 dias de carência para a começar a pagar. 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim 
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: 
IX - Tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham 
sua sede e administração no País. 
Depois da lei complementar 147 que regulamentou o estatuto das micro e pequenas empresas o procedimento ficou 
bem melhor. 
Recuperação Extrajudicial: 
Embora o nome traga extrajudicial, ela tem duas fases: 
 1ª fase (extrajudicial): aonde o devedor procura seus credores e com eles faz um acordo, ou alguns credores, ele pode 
escolher aqui alguns credores para fazer um acordo; 
 2ª fase (judicial): leva a juízo para homologação. A recuperação extrajudicial pode não abranger todos os credores. Se 
abranger mais de 3/5 dos credores de uma mesma classe, pode ser requerido que se estenda a todos os demais credores 
desta classe. 
Aqui na recuperação extrajudicial se o acordo for feito somente com alguns credores as obrigações com os demais 
credores permanecem inalteradas. Ou seja, a recuperação extrajudicial só vai produzir efeitos para aqueles que assina-
ram o acordo. 
Quando o juiz despacha deferindo pelo processamento ele abre duas questões. 
O devedor entra com o pedido daí então temos o chamado despacho de processamento, que tem uma série de efeitos. A partir 
desse ponto dá-se o prazo de 60 dias para o devedor apresentar o plano de recuperação. Logo em seguida começa a contar o 
prazo para os credores apresentarem a habilitação, depois quando publica que recebeu abre-se prazo para se manifestar e depois 
que se tem a assembleia. Só vai se conceder mesmo quando ele homologa a decisão da assembleia, e depois de 2 anos se tem 
o encerramento. A empresa fica 2 anos em recuperação, mas não quer dizer que nesses 2 anos ela tenha que pagar todas as 
suas obrigações, ela permanece em recuperação por esses 2 anos, mas depois ela continua pagando. Encerra a recuperação, 
mas a empresa continua pagando. 
Não entra na recuperação os débitos tributários. A recuperação tem caráter negocial, e os direitos do fisco são indisponíveis 
então não podemos ter essa negociação. 
 
RECUPERAÇÃO JUDICIAL – PLANO ORDINÁRIO 
 Objetivo da recuperação judicial: coração da lei de falência e recuperação é o art. 47. 
Art. 47. LFR. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do 
devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, 
promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. 
Aqui não é simplesmente pensar na manutenção da empresa, na manutenção da fonte produtora, geradora de empregos, 
você tem também o interesse dos credores, você tem aqui o equilíbrio. Aqui temos o objetivo principal da recuperação. 
14 
 
 Sujeito ativo da recuperação judicial: o art. 1 da lei de recuperação e falência traz que pode ser sujeito ativo da recupe-
ração judicial o empresário, a sociedade empresaria e devemos acrescentar a EIRELI, excluídos os que estão arrolados 
no art. 2º. 
Art. 1º LRF. Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da socie-
dade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor. 
Art. 2º Esta Lei não se aplica a: 
I – Empresa pública e sociedade de economia mista; 
II – Instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, 
sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras enti-
dades legalmente equiparadas às anteriores. 
 Requisitos: para poder requerer a recuperação judicial o devedor tem que cumprir com os requisitos do art. 48. 
o Exercer regularmente há mais de 2 anos a atividade comercial: não basta ser inscrito na junta comercial, é 
um exercício regular. A sociedade em comum não pode pedir recuperação judicial pois não tem nem personali-
dade jurídica, é uma sociedade irregular. O empresário rural pode pedir a recuperação judicial se ele fez a opção 
pelo registro na junta comercial. Aqui inclusive temos vários julgados do STJ onde vários empresários rurais em 
momentos de crise fazem o registro na junta comercial para pedir a recuperação judicial só que com isso eles 
não conseguem cumprir o requisito de 2 anos, muitas vezes eles obtêm a recuperação judicial em 1ª instancia 
e em tribunais regionais, mas a decisão é reformada quando chega no STJ. Embora tenhamos que o registro na 
junta é meramente declaratório e não constitutivo ele declara o exercício de uma atividade e não constitui a 
condição de empresário com relação ao empresário rural ele depende do registro para ser considerado empre-
sário. As cooperativas não podem requerer porque são sociedade simples. 
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas 
atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: 
o Não ser falido ou terem sido declaradas extintas por sentença transitada em julgado as responsabilidades 
decorrentes da falência: aqui nós temos duas questões. Não existe recuperação suspensiva da falência. O 
último momento para o empresário pedir a recuperação judicial é quando ele é citado do pedido da falência, 
antes da decretação da falência. Se ele era um empresário falido e não estavam extintas as obrigações, ele estava 
proibido de exercer a atividade empresaria e se ele estava proibido e veio se estabelecer ele violou a lei ao se 
estabelecer. 
I – Não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabili-
dades daí decorrentes; 
o Não ter obtido nos últimos 5 anos a concessão de recuperação judicial: a lei complementar 147 alterou o 
inciso III para igualar os prazos e hoje, portanto, não se pode ter a recuperação judicial para aqueles que já a 
tiveram a menos de 5 anos. Senão vira uma indústria de recuperação judicial, o devedor tem que comprovar que 
esse é um estado temporário e que ele vai se recuperar e continuar as suas atividades, por isso ele não pode ter 
obtido a recuperação judicial, não é ter requerido, se ele requereu, mas não obteve ele pode pedir novamente. 
II – Não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; 
III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial 
de que trata a Seção V deste Capítulo; 
o Não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qual-quer dos crimes previstos nesta Lei: não se confunde a pessoa do empresário com a sociedade, são pessoas 
distintas. O art. 64 da lei traz que a sociedade uma vez concedida a recuperação judicial o administrador estatu-
tário permanece salvo se ele tiver sido condenado por crimes dessa lei, mas segundo o inciso IV do art. 48 se 
ele tivesse sido condenado não poderia ter requerido a recuperação judicial. Isso quer dizer que se tiver alguém 
condenado por crime falimentar e essa pessoa for afastada é possível fazer o requerimento da recuperação 
judicial. Você pode fazer a previsão da mudança no pedido ou no plano de recuperação. Quando o administrador 
é afastado é nomeado um gestor. 
IV – Não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por 
qualquer dos crimes previstos nesta Lei. 
Art. 64. Durante o procedimento de recuperação judicial, o devedor ou seus administradores serão mantidos 
na condução da atividade empresarial, sob fiscalização do Comitê, se houver, e do administrador judicial, salvo 
se qualquer deles: 
15 
 
I – Houver sido condenado em sentença penal transitada em julgado por crime cometido em recuperação 
judicial ou falência anteriores ou por crime contra o patrimônio, a economia popular ou a ordem econômica 
previstos na legislação vigente; 
 Competência: o foro competente é o do principal estabelecimento tido aqui como sendo aonde se tem a administração. 
Art. 3º É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a 
falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil. 
 Sujeito passivo: todos os credores, mesmo aqueles que não são afetados diretamente. 
 Créditos sujeitos a recuperação: tratando dos créditos temos o art. 49. Todos os créditos existentes na data do pedido 
estão sujeitos a recuperação judicial, ainda que não vencidos. 
Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos. 
o O §1º traz que: 
§ 1o Os credores do devedor em recuperação judicial conservam seus direitos e privilégios contra os coobriga-
dos, fiadores e obrigados de regresso. 
Vamos dizer que eu tenha uma nota promissora e que o devedor principal pede a recuperação judicial e temos 
um avalista. Aqui é diferente da falência onde o credor pode esperar o vencimento e cobrar do avalista. Aqui, 
vamos dizer que o devedor principal coloque no plano de recuperação uma forma de pagamento para esse cré-
dito, onde ele coloque que irá pagar 60% desse crédito em 10 anos. Nesse caso é possível verificar que o credor 
receberá do devedor principal 60% da dívida em 10 anos, o resto esqueça. Digamos que o plano seja aprovado, 
como fica a situação do avalista? O credor pode executar o avalista e o avalista se sub-roga para receber na 
recuperação judicial os 60%. Se estava tendo a execução do devedor principal e sai o despacho de processa-
mento da recuperação judicial suspende por 180 dias em relação ao mesmo, porém continua contra o avalista. 
 
16 
 
19/10/2015 
PETIÇÃO INICIAL DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
 Endereçamento: juízo competente, art. 3º LRF, é o do local do principal estabelecimento e trata-se de competência 
absoluta, pois embora seja determinada pelo local do estabelecimento ela é fixada pela matéria. Vai então para a vara 
cível, justiça estadual, ou vara especializada se houver. 
 Legitimidade para requerimento: o devedor empresário ou pela sociedade empresária (art. 1º, com as exclusões do art. 
2º) que deve preencher os requisitos do art. 48. Podendo ainda ser pelo cônjuge sobrevivente, inventariantes ou pelo 
sócio remanescente. 
 Créditos sujeitos a recuperação judicial (legitimidade passiva): abrange todos os créditos (art.49) antes do pedido de 
recuperação 
o Exceções: créditos tributários, créditos trabalhistas, créditos do art. 5º e os do §3º do art. 49. 
Art. 5º. Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência: 
I – As obrigações a título gratuito; 
II – As despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na falência, salvo as 
custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor. 
Art. 49, § 3º.Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de 
arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham 
cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em 
contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial e 
prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação res-
pectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4o do art. 6o desta Lei, 
a venda ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua atividade empresarial. 
As ações que versam sobre esses bens não serão trazidas para a recuperação judicial, entretanto, durante esses 
180 dias em que haverá a suspensão eles não poderão ser vendidos ou retirados. Temos uma única exceção, 
arrendamento de aeronaves (Nossa lei é casuísta: porque em toda história do direito falimentar nunca tivemos a 
possibilidade de empresas que trabalhassem com transporte aéreo ou marítimo pedir falência ou concordata. Foi 
meio sob medida para as empresas Varig e demais. Os credores por arrendamento mercantil não poderiam retirar 
as aeronaves durante esse prazo de 180 dias). 
 Requisitos da petição inicial: 
o Requisitos do art. 282 do CPC 
o Comprovar a ausência de impedimento do art. 48 da LRF 
o O art. 51 traz quais os documentos que devem ser anexados ao pedido de recuperação judicial. 
Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com: 
I – A exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise econômico-
financeira; 
A hora em que ele faz a exposição das razões e as causas concreta da situação do devedor. Aqui nesse primeiro 
momento ele não tem que fazer a comprovação dessas razões da crise. Ele vai fazer a alegação, mas não basta 
dizer que a culpa foi da Dilma ou a questão da alta do dólar, tem que ser efetivamente fundamentado o porquê 
dessa razão que vai servir como um norte no plano de recuperação que tem que fechar com essas razões 
apontadas na inicial. O plano vem para justamente ter condições de afastar essas causas que levaram a crise. 
Visto que aqui na recuperação judicial não temos somente uma nova forma de pagamento, mas sim afastar os 
fatos que levaram a crise para daí então fazer a proposta de pagamento. Não é como nós tínhamos na concor-
data que era como se fosse comprar um sapato que você chega na loja e pede o número do seu sapato e leva 
aqui não funciona assim, o plano é feito sob medida. 
II – As demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente 
para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas 
obrigatoriamente de: 
a) balanço patrimonial; 
b) demonstração de resultados acumulados; 
c) demonstração do resultado desde o último exercício social; 
d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção; 
O micro e pequeno empresário não tem a obrigação de manter escrituração contábil, nem levantar balanços, 
porém, se eles não tiverem tais documentos não poderão pedir a recuperação. O micro e o pequeno empresário 
17 
 
não estão sujeitos a levantamento de balanço para efeitos tributários, mas não podemos esquecer que o levan-
tamento do balanço é um instrumento de gestão, ele não está dispensado como uma obrigação de direito 
comercial, para um controle de gestão. Não é porque ele é um pequeno ou microempresário que ele não vai ter 
esse controle.Eles estão obrigados a ter só o livro caixa e o registro de inventário, em razão de efeitos fiscais, 
mas faz-se o balanço para ter esse controle e gestão. 
III – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a 
indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando 
sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação 
pendente; 
IV – A relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, indenizações e 
outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores 
pendentes de pagamento; 
V – Certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as 
atas de nomeação dos atuais administradores; 
Essa certidão de regularidade não quer dizer só que ele seja inscrito na junta comercial, pois só ser inscrito não 
prova a regularidade. Por exemplo um empresário que fez sua inscrição a 15 anos e nunca mais faz registros, 
isso não é regularidade. 
VI – A relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor; 
Aqui existe uma presunção de fraude, porém fraude a se presume fraude deve ser provada. O que existe na 
doutrina, e existem julgados apoiando, é juntar um documento dizendo que caos seja apurada uma fraude os 
administradores e os sócios permitem que seja verificado junto a receita federal e tudo mais. Porque na verdade 
não tem um porquê visto que na verdade a recuperação judicial não é do sócio, mas sim da sociedade. Agora 
se perguntarem em concursos ou prova da OAB precisa. 
VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações financeiras de 
qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas 
instituições financeiras; 
VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e naquelas 
onde possui filial; 
IX – A relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como parte, inclusive as 
de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados. 
§ 1º. Os documentos de escrituração contábil e demais relatórios auxiliares, na forma e no suporte previstos 
em lei, permanecerão à disposição do juízo, do administrador judicial e, mediante autorização judicial, de qual-
quer interessado. 
§ 2º. Com relação à exigência prevista no inciso II do caput deste artigo, as microempresas e empresas de 
pequeno porte poderão apresentar livros e escrituração contábil simplificados nos termos da legislação espe-
cífica. 
§ 3º. O juiz poderá determinar o depósito em cartório dos documentos a que se referem os §§ 1o e 2o deste 
artigo ou de cópia destes. 
Veja que temos que instruir a inicial com esses documentos, mas e se não instruir o que irá acontecer? O 
juiz pedirá para emendar a inicial. 
 
DESPACHO DE PROCESSAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
Alguns juízes colocam como decisão de processamento. Aqui não é uma sentença que concede a recuperação judicial é um 
despacho que determina o processamento, porque a recuperação judicial tem duas fases. Uma primeira fase que é a de proces-
samento que vai até a sentença que concede e uma segunda fase que é de execução que vai após a sentença e vai até 2 anos 
após a sentença enquanto se acompanha o cumprimento dessas obrigações. 
**ACOMPANHAR JUNTAMENTE COM O DESPACHO DE PROCESSAMENTO DA OAS** 
 Despacho de mero expediente: a lei não traz recurso contra o despacho de processamento, sendo ele, portanto, consi-
derado como um despacho de mero expediente, que simplesmente daria andamento ao processo. A doutrina tem se 
manifestado no sentido de dizer que esse despacho tem efeito de decisão interlocutória, visto que ele tem alguns efeitos. 
O STJ tem o entendimento de que é um despacho de mero expediente, mas existe uma tentativa de mudar esse entendi-
mento para que eles entendam como decisão interlocutória, cabendo então um agravo de instrumento. 
o Caso denegue o pedido cabe apelação. 
 Conteúdo: 
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Art. 52. Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta Lei, o juiz deferirá o processamento da recuperação 
judicial e, no mesmo ato: 
I – Nomeará o administrador judicial, observado o disposto no art. 21 desta Lei; 
Observa as mesmas questões do administrador da falência, que pode ser: advogado, administrador, contabilista ou em-
presa especializada. A função do administrador é de apenas supervisionar, pois os administradores estatutários conti-
nuam a exercer suas atividades. Caso tais administradores sejam afastados será nomeado um gestor judicial e a função 
do administrador judicial continuara de supervisionar 
II – Determinará a dispensa da apresentação de certidões negativas para que o devedor exerça suas atividades, exceto 
para contratação com o Poder Público ou para recebimento de benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, observando 
o disposto no art. 69 desta Lei; 
Para contratar com o poder público tem que apresentar CND (certidão negativa de debito tributário) ou Certidão positiva 
com efeito de negativa 
III – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor, na forma do art. 6o desta Lei, permane-
cendo os respectivos autos no juízo onde se processam, ressalvadas as ações previstas nos §§ 1o, 2o e 7o do art. 6o 
desta Lei e as relativas a créditos excetuados na forma dos §§ 3o e 4o do art. 49 desta Lei; 
Essa suspensão, e maneira diversa do que temos na falência onde ficam suspensos enquanto durar a falência, aqui na 
recuperação judicial é pelo prazo de 180 dias, até para que o empresário tenha tempo de analisar a sua situação e montar 
o plano 
IV – Determinará ao devedor a apresentação de contas demonstrativas mensais enquanto perdurar a recuperação judicial, 
sob pena de destituição de seus administradores; 
V – Ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os 
Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento. 
§ 1º. O juiz ordenará a expedição de edital, para publicação no órgão oficial, que conterá: 
I – O resumo do pedido do devedor e da decisão que defere o processamento da recuperação judicial; 
II – A relação nominal de credores, em que se discrimine o valor atualizado e a classificação de cada crédito; 
III – a advertência acerca dos prazos para habilitação dos créditos, na forma do art. 7o, § 1o, desta Lei, e para que os 
credores apresentem objeção ao plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor nos termos do art. 55 desta Lei. 
§ 2º Deferido o processamento da recuperação judicial, os credores poderão, a qualquer tempo, requerer a convocação 
de assembleia-geral para a constituição do Comitê de Credores ou substituição de seus membros, observado o disposto 
no § 2º do art. 36 desta Lei. 
§ 3º No caso do inciso III do caput deste artigo, caberá ao devedor comunicar a suspensão aos juízos competentes. 
§ 4º O devedor não poderá desistir do pedido de recuperação judicial após o deferimento de seu processamento, salvo 
se obtiver aprovação da desistência na assembleia-geral de credores. 
 Edital: O edital é art. 7, § 1o, e art. 55, LFR. O edital vai conter o resumo do despacho de processamento e o rol de 
credores. A contar desse edital, inicia o prazo de 15 dias para as habilitações de crédito. Por outro lado, no prazo de 60 
dias a recuperanda deverá apresentar o plano de recuperação, sob pena de decretação da falência. 
Art. 7º. A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com base nos livros contábeis e documentos 
comerciais e fiscais do devedor e nos documentos que lhe forem apresentados pelos credores, podendo contar com o 
auxílio de profissionais ou empresas especializadas. 
§ 1º. Publicado o edital previstono art. 52, § 1o, ou no parágrafo único do art. 99 desta Lei, os credores terão o prazo de 
15 (quinze) dias para apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou suas divergências quanto aos créditos 
relacionados. 
§2º. O administrador judicial, com base nas informações e documentos colhidos na forma do caput e do § 1o deste 
artigo, fará publicar edital contendo a relação de credores no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, contado do fim do prazo 
do § 1o deste artigo, devendo indicar o local, o horário e o prazo comum em que as pessoas indicadas no art. 8o desta 
Lei terão acesso aos documentos que fundamentaram a elaboração dessa relação. 
Será apresentado em 45 dias depois dos 15, um novo edital com o rol de credores elaborado pelo administrador. Essas 
habilitações são encaminhadas para o administrador judicial. Então, apresentado o plano de recuperação, será publicado 
edital comunicando a apresentação do plano. Se o credor, nesse prazo, antes do edital não tiver habilitado no prazo dos 
15 dias, será uma habilitação retardatária, de modo que eventuais objeções deverão ser publicadas e não deverão ser 
juntadas aos autos principais. 
Art. 13, LRF: Publicada a relação de credores, apresentada pelo administrador judicial, eventuais impugnações do art. 8 
deverão ser protocoladas como incidente a recuperação, ao passo que não deverão ser juntados aos autos principais. 
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Depois que as habilitações vão para o administrador são encaminhadas para o juiz. Com o edital, temos dois prazos para 
apresentação das objeções: art. 53, 54 e 55. Vemos aqui que temos dois prazos para apresentação das objeções Caso, 
quando tenha sido publicado via edital não tenha sido computado ESSE, o prazo conta-se desse edital AQUI. Então, na 
verdade o prazo conta-se do último edital que foi publicado. Em SP mandam publicar em um único edital, como questão 
de economia e para não dar problema com relação ao prazo. Prazo de 30 dias para apresentação das objeções. O prazo 
conta-se do último edital que for publicado. 
 Assembleia de credores: Se não forem apresentadas objeções o juiz concede a recuperação. Se forem apresentadas 
objeções o juiz vai convocar assembleia geral de credores. A lei chega ao preciosismo de dizer que entre o despacho de 
processamento e a assembleia tem que dar no máximo 150 dias. 
Art. 56. Havendo objeção de qualquer credor ao plano de recuperação judicial, o juiz convocará a assembleia-geral de 
credores para deliberar sobre o plano de recuperação. 
§ 1º A data designada para a realização da assembleia-geral não excederá 150 (cento e cinquenta) dias contados do 
deferimento do processamento da recuperação judicial. 
Impressão de que a assembleia é uma só. O que ocorre na verdade é que vota na assembleia aquele que já estavam 
presentes na abertura, temos o quórum para instalação, se não for atingido tem-se então a segunda convocação, 15 dias 
de antecedência. Assembleia de credores deve ser convocada com 15 dias de antecedência. Se não se instalar em 
primeira convocação, a segunda convocação tem que ser a publicação do edital com pelo menos 5 dias de antecedência; 
SE não for decidido nesse prazo de 150 dias prorroga-se, pois para o STJ o que importa é a tentativa da manutenção da 
empresa. 
Art. 37. § 2º A assembleia instalar-se-á, em 1ª (primeira) convocação, com a presença de credores titulares de mais da 
metade dos créditos de cada classe, computados pelo valor, e, em 2ª (segunda) convocação, com qualquer número. 
Em primeira chamada com credores que representem mais da metade de cada classe pelo valor "ad valores" e depois de 
5 dias com qualquer número. 
o Classe dos credores: 
Art. 41. A assembleia-geral será composta pelas seguintes classes de credores: 
I – Titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho; 
Credores trabalhistas e acidentários; 
II – Titulares de créditos com garantia real; 
Credores com garantia real; 
III – titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou subordinados. 
Credores quirografários; 
IV - Titulares de créditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte. 
Credores microempresários e empresários de pequeno porte e microempreendedor individual (nos livros anteri-
ores a agosto de 2014 não consta essa classe) 
o Quórum para aprovação. As deliberações sobre o plano têm um quórum diferenciado dos demais 
Art. 45. Nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, todas as classes de credores referidas no art. 
41 desta Lei deverão aprovar a proposta. 
§ 1º. Em cada uma das classes referidas nos incisos II e III do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada 
por credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembleia e, cumulativa-
mente, pela maioria simples dos credores presentes. 
Credores com garantia real e quirografários temos que conjugar dois critérios: mais da metade do valor dos 
créditos presentes a assembleia e metade mais 1 dos presentes. É uma maioria per capita e ad valorum; tem que 
atingir as duas, não é uma ou outra. 
No que se trata de credores trabalhistas e microempresários e EPP: contagem pelo número de presentes. 
Metade mais 1 dos presentes. 
§ 2º. Nas classes previstas nos incisos I e IV do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada pela maioria 
simples dos credores presentes, independentemente do valor de seu crédito 
Se o credor apresentou seu pedido de forma retardatária e ainda não está na lista, não tem direito de voto. O 
direito de voto segue=se pela lista do administrador. 
 
 
 
 
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 Aprovação do plano: 
Art. 58. Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recuperação judicial do devedor cujo plano não tenha 
sofrido objeção de credor nos termos do art. 55 desta Lei ou tenha sido aprovado pela assembleia-geral de credores na 
forma do art. 45 desta Lei. 
§ 1º. O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que não obteve aprovação na forma do art. 45 
desta Lei, desde que, na mesma assembleia, tenha obtido, de forma cumulativa: 
Existe aqui o que se chama de CRAM DOWN, uma possibilidade de veto do juiz à decisão da assembleia. Nosso direito 
dá uma única alternativa para o juiz decidir de maneira contrária à assembleia: É UMA ALTERNATIVA; ele poderá decidir 
de forma contrária 
Requisitos: 
I – O voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os créditos presentes à assembleia, 
independentemente de classes; 
Mais da metade dos créditos presentes a assembleia. 58, I 
II – A aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45 desta Lei ou, caso haja somente 2 (duas) 
classes com credores votantes, a aprovação de pelo menos 1 (uma) delas; 
III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um terço) dos credores, computados na forma 
dos §§ 1º e 2º do art. 45 desta Lei. 
Mais de um terço dos créditos apurados na forma do 45 da classe que rejeitou, 58, III. SE ESTIVEREM presentes 3 
classes, duas aprovam e uma rejeita. Se estiverem presentes 2 classes, 1 aprova e 1 rejeita. Nunca pode ter sido rejeitada 
por 2. 
§ 2o A recuperação judicial somente poderá ser concedida com base no § 1o deste artigo se o plano não implicar 
tratamento diferenciado entre os credores da classe que o houver rejeitado. 
 
ESQUEMA COM AS FASES DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
 
 
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23/10/2015 
RECUPERAÇÃO JUDICIAL – PLANO ESPECIAL 
Questiona-se o porquê de o índice de recuperação judicial no brasil ser tão baixo. Já vimos que todas as decisões estão focadas 
na assembleia de credores. 
 
 
Sujeitos 
 Devedor empresário enquadrado como ME ou EPP: a lei complementar 123/06 em seu art. 3º define quem se enquadra 
como microempresa ou empresa de pequeno porte. 
o Microempresa - ME: sujeitos cuja receita bruta anual seja igual ou inferior a R$360.000,00 
o Empresa de pequeno porte– EPP: sujeitos cujo faturamento seja superior a R$360.000,00 e igual ou inferior a 
R$3.600.000,00 
**O PARÂMETRO USADO É O DA RECEITA BRUTA, que corresponde ao produto da venda de bens e serviços 
nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, 
não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos** 
Em qualquer um dos casos só podem se enquadrar ME e EPP os sujeitos que estejam devidamente registrados. E no 
caso da recuperação judicial é necessário que o registro tenha sido feito na junta comercial. 
Existem exceções a esse regime: 
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 Credores abrangidos: 
 
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Pedido e processamento: 
No plano especial também temos um acordo a ser firmado em juízo. De tal forma que para poder concretizar esse plano é preciso 
ajuizar uma ação perante o juízo do principal estabelecimento do devedor. Tal ação geralmente é pelo devedor, mas nada impede 
que ela seja ajuizada pelo sócio remanescente, pelo inventariante, pelo cônjuge ou pelos herdeiros. 
 
 
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Plano especial: 
 
 
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Procedimento: 
Apresentado o plano dentro do prazo, o juiz determinara a publicação de um edital de aviso aos credores sobre a existência do 
plano, dando-lhes a oportunidade de manifestação no prazo de 30 dias contados da publicação desse edital ou da publicação da 
relação de credores. Como na recuperação pelo plano ordinário, os credores poderão aprovar o plano de recuperação judicial 
tacitamente ou apresentar oposições justificadas. 
Então aqui se não houver oposição considera-se o plano aprovado tacitamente. Agora se houver objeção não haverá a convocação 
da assembleia de credores. Aqui começam as mudanças em relação ao plano ordinário. 
Se houver objeção de credores que representam mais da metade dos créditos quirografários o juiz decretará imediatamente 
a falência. 
Art. 72. Caso o devedor de que trata o art. 70 desta Lei opte pelo pedido de recuperação judicial com base no plano especial 
disciplinado nesta Seção, não será convocada assembleia-geral de credores para deliberar sobre o plano, e o juiz concederá a 
recuperação judicial se atendidas as demais exigências desta Lei. 
Parágrafo único. O juiz também julgará improcedente o pedido de recuperação judicial e decretará a falência do devedor se houver 
objeções, nos termos do art. 55, de credores titulares de mais da metade de qualquer uma das classes de créditos previstos no 
art. 83, computados na forma do art. 45, todos desta Lei. 
 
Convolação da recuperação judicial em falência. 
 
Art. 73. O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação judicial: 
I – Por deliberação da assembleia-geral de credores, na forma do art. 42 desta Lei; 
II – Pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no prazo do art. 53 desta Lei; 
III – quando houver sido rejeitado o plano de recuperação, nos termos do § 4o do art. 56 desta Lei; 
IV – Por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de recuperação, na forma do § 1o do art. 61 desta Lei. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impede a decretação da falência por inadimplemento de obrigação não sujeita à 
recuperação judicial, nos termos dos incisos I ou II do caput do art. 94 desta Lei, ou por prática de ato previsto no inciso III do 
caput do art. 94 desta Lei. 
Art. 74. Na convolação da recuperação em falência, os atos de administração, endividamento, oneração ou alienação praticados 
durante a recuperação judicial presumem-se válidos, desde que realizados na forma desta Lei. 
 
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
A recuperação extrajudicial outorga ao devedor que atingiu um estado crítico, a possibilidade de administrar extrajudicialmente um 
acordo com seus credores de uma maneira simples e pratica. 
 
 
Sujeitos: 
 Devedor: podem pedir a recuperação extrajudicial os devedores empresários individuais, as sociedades empresarias e 
as EIRELIs 
o Somente aqueles que se enquadram dentro do conceito de empresários do art. 966 do CC é que poderão 
pedir a recuperação extrajudicial. 
 Credores abrangidos: o empresário poderá negociar o acordo da recuperação extrajudicial 
 
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Modalidades: 
 
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 Recuperação extrajudicial de homologação facultativa. 
 
 
 Recuperação extrajudicial de homologação obrigatória. 
 
 
 
 
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Homologação: 
 
 
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 Requisitos subjetivos: 
 
 
 
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 Requisitos objetivos 
 
 
 
 Pedido de homologação 
 
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 Procedimento de homologação 
 
 
 
 
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Efeitos da homologação 
 
 
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26/10/15 
TEORIA GERAL DOS TITULOS DE CRÉDITO 
Noção de Crédito 
 O crédito se traduz na confiança que uma pessoa inspira a outra de que cumprirá no futuro uma obrigação contraída no 
presente; 
 Troca de um bem presente por uma promessa de pagamento futuro. 
 
Fato Gerador dos Títulos de Crédito 
 O crédito tem, portanto, dois elementos: 
o TEMPO decorrido entre a prestação presente e a futura. 
o CONFIANÇA que o vendedor tem de que o comprador vai adimplir a prestação (creditum ou credere). 
 Ainda: podem circular livremente; transformam o crédito em dinheiro; incorporam direitos do credor; conferem poder de 
compra a quem não tem dinheiro; aumentam a quantidade de transações comerciais; afastam o vínculo personalíssimo 
entre credor e devedor; 
 Títulos de crédito são instrumentos de circulação de riqueza. 
 
Histórico 
 Fases: 
o Período Italiano: o banqueiro emite a nota promissória e a letra de câmbio; 
o Período Francês: cláusula à ordem – circulação do título de crédito; 
o Período Germânico: codificação e princípio da independência; 
o Período Moderno: uniformização mundial da legislação cambiária. 
 No Brasil: 
 Art. 887 E ss: O Código Civil trouxe no art. 887 e seguintes um título destinado aos títulos de crédito. Se nós formos 
verificar a forma como é tratado no CC, tem alguns institutos que estão com um tratamento diverso daqueles que temos 
na lei especial, por exemplo, o endosso. No CC está com características de cessão de créditos, que é próprio do direito 
civil e não o que se tem na parte da lei cambiária. 
 Art. 903. Felizmente, o art. 903 menciona que o CC se aplica aos títulos que não tem lei especial. É uma regra de inter-
pretação, então mesmo que ele não existisse, se houver lei especial prevalece ela sobre a lei geral. 
Art. 903. CC Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste Código. 
 Os TC no Brasil são próprios, típicos, ou seja, tu tens lei especial. Se algo não estiver regulado pela lei própria, aplica-
se o CC supletivamente. 
 DEC 57.663/66 – LU – Lei Uniforme de letras de câmbio e notas promissórias: Vamos trabalhar a teoria dos TC a partir 
do Decreto 57663/66, que é a LU (Lei Uniforme sobre letras de câmbio e notas promissórias). Tendo em vista a circulação 
do crédito que ultrapassam fronteiras, há a necessidade de adoção de instrumento que tenha o mesmo tratamento em 
diversos países. Convenção de Genebra em 1930, para adoção de uma LU sobre letras de câmbio e notas promissórias. 
O Brasil é signatário dessa convenção para adoção da LU, só que o Brasil já possuía uma lei que versava sobre letra de 
câmbio e nota promissória, que era muito próxima à LU. Isso fez com que o Brasil só viesse a ter um decreto executivo 
para adotar como lei interna a LU em 1966, só internalizasse a LU nesse momento. Se formos verificar esse decreto, ele 
vai trazer primeiro uma parte de apresentação, até o art. 11. Depois temos o anexo 1 que fala efetivamente sobre a 
regulamentação da nota promissória e letra de câmbio. Depois temos o anexo 2, vem tratar de alguns artigos destes do 
anexo 1 o Brasil fez reserva. Ou seja, eles reservam para legislar de forma interna de maneira diversa à estabelecida na 
LU. 
 D. 2.044/1908: O Brasil fez diversas reservas à LU, só que não legislou

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