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Gestalt Conceitos

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Gestalt-Terapia
Perls 
· Compreende a importância de considerar o organismo como um todo e não como aglomerado de partes funcionando independentemente das outras.
· Perls acreditava que o material óbvio era o elemento crucial para a compreensão e trabalho do conflito intrapsíquico mais que o material profundamente reprimido. 
· Dava ênfase também ao exame da pessoa no presente mais do que a investigações sobre o seu passado. Ou seja, o como a pessoa se comporta no momento é mais importante que o porque ela se comporta assim. 
· Os instintos e libido de Freud foram substituídos por miríades de necessidades que surgem quando o equilíbrio do organismo é perturbado, sendo então o propósito da Gestalt a análise do todo, da soma das interações e interdependências das partes, uma vez que a análise das partes nunca pode proporcionar uma compreensão do todo.
Principais Conceitos
Organismo Como um Todo - o homem é um organismo unificado, não podendo ser admitida a divisão entre mente e corpo, reconhecendo que os pensamentos e ações são feitos da mesma matéria, sendo as ações físicas inter-relacionadas às ações mentais. 
 O homem é um ser que deve ser visto por completo, como um todo vivendo em seu campo único de atividades e não como a soma de suas partes em funcionamento independente. Esse campo é um o ambiente em que se dão as interações e relações entre o indivíduo e o meio. O contato entre o indivíduo e o meio ocorre através da fronteira de contato. Nela os eventos psicológicos têm lugar. Os pensamentos, ações, comportamentos e emoções são o modo de experiência e de encontro com os eventos desse meio. O limite de contato saudável é aquele que permite o contato e posteriormente, o afastamento, ou seja, que é fluido. O contato constitui então a formação de uma Gestalt e o afastamento, o fechamento de uma. 
Durante esse contato com o meio, o ritmo de contato e afastamento vai sendo ditado por uma hierarquia de necessidades. Esta se refere ao nível de preferência de necessidades de um indivíduo. Por sua vez, a hierarquia de necessidades vai sendo guiada por gestalts dominantes. Entende-se por gestalt dominante algo que é objeto de desejo de um indivíduo e que se encontra no topo da sua hierarquia de necessidades. Quando esta é satisfeita, a Gestalt se fecha. Quando não satisfeita, se torna uma Gestalt inacabada. Gestalt inacabadase caracteriza pela não satisfação de uma necessidade dominante, pelo bloqueio ou interrupção da energia para realização da mesma, o evento fica inacabado. Fisicamente e psicologicamente a situação inacabada continua a pressionar por fechamento e a pessoa não consegue apreciar as satisfações potenciais no presente. Dessa forma, cada vez que as necessidades no topo da hierarquia vão sendo satisfeitas, as que se encontravam logo abaixo se tornam primeiras. Portanto, está sempre em mudança. Este é o processo pelo qual o organismo mantém seu equilíbrio, o processo de homeostase. Para a Gestalt, enquanto as necessidades de um indivíduo são muitas e não realizadas, elas perturbam o equilíbrio deste e o processo de homeostase perdura. Quando realizadas as necessidades, a homeostase se estabelece.
Figura e Fundo - o processo de formação de figura-fundo é dinâmico. A figura depende do fundo sobre o qual aparece. O fundo, então, serve como uma estrutura ou moldura em que a figura está enquadrada ou suspensa e, por conseguinte, determina esta figura. A figura sugere algo que está em evidência na hierarquia de necessidades, ou seja, é a necessidade dominante do sujeito. Quando satisfeita, se torna fundo, para posteriormente surgir uma nova figura.
Aqui e Agora - aqui e agora é o momento presente. O presente é a única possibilidade, a única realidade possível. O comportamento é uma função do campo e não depende nem do passado, nem do futuro, mas do presente. O futuro são expectativas, objetivos e metas que dirigem as escolhas de hoje e que poderão ou não se concretizar. O futuro inspira o presente. O como é mais importante que o porque. Segundo os autores, Perls admitia ser o determinante causal irrelevante para qualquer compreensão da ação, pois existem múltiplas explicações e cada uma nos distanciam mais e mais da compreensão do ato em si.
Intencionalidade do Ato - a consciência não é um depósito, passivo de acúmulos, mas sim ativa, que dá sentido às coisas e sempre visa algo. Assim, o indivíduo toma consciência de suas vivências e posteriormente passa à ação, pois todo ato psíquico é intenção. Ou seja, a intencionalidade da consciência implica em um passar à ação após a conscientização. Dessa forma, surge a intencionalidade do ato, na qual estão presentes vontade e liberdade.
Ciclo de Contato-Retração - o homem está inserido em um processo denominado de Ciclo de contato-retração. É também conhecido por ciclo de satisfação das necessidades, ciclo de autorregulação organísmica ou ciclo da Gestalt, dentre outros. É nesse ciclo que o homem satisfaz suas necessidades dominantes e dá lugar às outras, por meio de uma hierarquia de necessidades. É onde ocorre a formação e posterior dissolução de “Gestalts” e, depois desta, o organismo recupera a homeostase. Pode ser subdividido em etapas, as quais são necessárias para localização de possíveis perturbações. São elas o pré-contato, o contato, o contato pleno e o pós-contato. O pré-contato é a primeira fase do ciclo na qual predominam as sensações e percepções. O estímulo do meio gera no indivíduo uma excitação que se tornará a figura que solicita seu interesse. O contato é a segunda etapa do ciclo e constitui a fase ativa dele. É a etapa em que o organismo enfrenta o meio e que o objeto desejado se tornará figura, tornando-se fundo a excitação anterior presente no corpo. O contato pleno é a terceira fase do ciclo de contato-retração na qual ocorre a abertura da fronteira de contato. Existe aí uma troca saudável, na qual organismo e meio são indiferenciados. A ação é unificada no aqui e agora. O pós-contato ou retração é a fase final do ciclo de contato-retração. Nessa fase ocorre a assimilação/digestão das experiências que as fazem sair do aqui e agora e irem para a dimensão histórica pertencente a cada um de nós. Esse movimento favorece o crescimento do indivíduo. Ocorre assim o fechamento da Gestalt e o sujeito fica então disponível para outra ação.
Mecanismos ou Obstáculos de Evitação do Contato - resistências ou mecanismos de evitação do contato são perturbações na fronteira de contato, de origem interna ou externa ao sujeito, que não permitem o contato saudável com o meio. Podem ser saudáveis ou patológicos, dependendo de sua intensidade, maleabilidade e o momento em que surgem. As principais resistências são: confluência, introjeção, projeção, retroflexão, deflexão e proflexão. A confluência é um estado de não-contato ou de fusão por ausência da fronteira de contato. Essa confluência impede romper qualquer equilíbrio conquistado e qualquer ação responsável, ou seja, ela impede qualquer confronto e qualquer contato verdadeiro. Sua ruptura acarreta ansiedade e sensação de culpa. A introjeção consiste em “engolir inteiras” as ideias, hábitos ou princípios a nós ensinados. Ela é a base da educação das crianças que aprendem os “você deve”, “é preciso” sem assimilações. Ela se diferencia da assimilação, pela falta de reflexão e “digestão” das ideias que este mecanismo proporciona. A projeção é a tendência de atribuir ao meio a responsabilidade por aquilo que tem origem no self. É a atribuição ao outro daquilo que acontece em nosso interior. A retroflexão consiste em voltar contra si mesmo a energia mobilizada. É fazer a si aquilo que gostaria de fazer aos outros ou que os outros o fizessem. Isso se aplica tanto a coisas boas como ruins, ou seja, eu dirijo a mim agressões que gostaria de fazer a outros ou ainda dirijo a mim elogios que gostaria que outros me fizessem. Quando saudável, a retroflexão demostra maturidade e autocontrole diante das convenções sociais. Se torna patológica quando a inibição resulta em masoquismo ou narcisismo. A deflexãoé o próprio desvio do contato direto ou desvio da energia do objeto de desejo. A pessoa nunca adere à situação, sempre falando de outras coisas, independente do meio, para evitar envolvimento com o contato. A proflexão consiste em fazer ao outro aquilo que gostaríamos que fizessem a nós. É uma mistura de projeção e retroflexão, pois, tanto nos dirigimos ao meio, quanto a nós mesmos.
Principais termos da Gestalt Terapia
1. Agressividade: (para a GT) origina-se no que ele chamou de “agressão dental”: morder, tirar pedaços e mastigar a própria experiência absorvendo o que lhe é necessário e livrar-se do que não precisa. A agressão é colocada de forma positiva, serve tanto para a preservação de si mesmo como para contatar o ambiente. A agressão nos habilita arriscar a ter um impacto no nosso mundo, e nos liberta para sermos criativos ou produtivos. Para Perls, a personalidade sadia é formada na idiossincrasia de sins e nãos “, no sim e no não consistem todas as coisas” quando as pessoas não podem dizer sim tão livremente quanto podem dizer não, tendem a aceitar acriticamente uma visão da realidade ou um modo de vida ditado por outros. A ausência do não era causada pela repressão da agressão dental, devido ao medo do conflito, que para Perls era a gênese da patologia neurótica. Não a agressão, mas a sua inibição que produz a impotência, explosões de violência, dessensibilização e embotamento. 
2. Aqui-Agora: segundo a G.T. tudo está contido no agora, apresenta uma concepção de tempo, que não é a do tempo linear, trabalha com a ideia de presente e passado presentificados. Logo, não perguntamos “- Porque é que você está se comportando desta maneira? “Mas sim: “- O que é que está fazendo? “, “- Como é que faz?”, “-O que é que está fazendo comportar-se desta maneira? “. O contato com o mundo é baseado na consciência sensorial (ver, ouvir, tocar). Logo, só podemos ver, ouvir e tocar no presente. Daí, aqui-agora é onde a consciência sensorial acontece: no presente. “No agora, você usa o que está disponível, e é obrigado a ser criativo. Observe crianças brincando, o que estiver disponível será usado, e então alguma coisa acontece, alguma coisa surge do seu contato com o aqui e agora.” 
A intervenção do psicólogo nesta abordagem também é centrada na atualidade, no que emerge, no que está acontecendo – podemos perguntar “o que se passa aqui-agora?”  e não porquê. Por isso se trabalha a partir de uma atitude descritiva, por exemplo: solicitar que o paciente descreva o que sente, como pensa, como vê e assim por diante, assim estaremos ajudando-o a tornar-se mais consciente de si.
3.Ansiedade: “…é a excitação, o élan vital que carregamos conosco, e que se torna estagnado se estamos incertos quanto ao papel que devemos desempenhar.”
“A ansiedade é o vácuo entre o agora e o depois”. Também é o produto do impedimento de viver plenamente a excitação. “Se a excitação não puder fluir para a atividade por intermédio do sistema motor, então procuramos dessensibilizar o sistema sensorial para reduzir a excitação”. “Pensar é ensaiar em fantasia para o papel que tem de ser desempenhado na sociedade. E quando chega o momento do desempenho e não está seguro sobre se a atuação será bem recebida, então sobrevém o pânico do palco. A esse pânico do palco foi dado pela psiquiatria o nome de ansiedade.”
4. Auto apoio/ autonomia: é passar do apoio ambiental para o auto apoio, seria uma não dependência com relação a aprovação dos outros para tomar suas decisões e sem quem é. Ocorre quando “o comportamento é o desejo próprio”. “É a livre escolha, e tem sempre um sentido primário de desprendimento, seguido por um de compromisso. A liberdade é dada pelo fato de que o campo de novas escolhas foi alcançada: a pessoa se compromete de acordo com o que ela é, isso é, com o que se torna… sendo autônomo, o comportamento é o de sua própria escolha, uma vez que em princípio, tal comportamento já foi amadurecido, assimilado…”
“A teoria básica da gestalt-terapia diz que a maturação é um processo de crescimento contínuo, onde o apoio ambiental é transformado em auto apoio. No desenvolvimento sadio, a criança mobiliza e aprende a usar seus próprios recursos. Um equilíbrio variável entre apoio e frustração, a capacita a tornar-se independente, livre para usar seu potencial inato.’’
5. Autorrealização /Auto regulação: tanto em termos de sistema nervoso como no que diz respeito ao organismo como um todo – não fazendo dicotomia subjetividade/corpo; enfim, observou-se que o sistema vivo tem uma capacidade de auto-organização e para que essa auto-organização se efetive, ele exerce uma auto regulação. Dizendo de outro modo: todo o sistema vai se empenhar nessa organização de si a partir de uma auto regulação. Essa auto regulação vai estar a serviço de uma outra condição inata que o sistema vivo tem, que é de se autorrealizar, ou seja, ser tudo aquilo que ele pode ser em potência, desenvolver-se da melhor forma que puder dentro do contexto que vive.
6. Awareness: refere-se à capacidade de aperceber-se do que passa dentro e fora de si no momento presente nos três níveis simultaneamente: corporal, mental e emocional (embora uma ou outra zona possa se tornar figuro em dado momento).
É estado manter-se consciente de; estado de consciência a respeito do que se passa, capacidade de estar no aqui-agora, cônscio das suas necessidades e das possíveis escolhas que podem ser tomadas, tanto em termos individuais como coletivo. “O objetivo ( da awareness) é o paciente descobrir o mecanismo pelo qual ele aliena parte dos processos do seu self e, assim, evita estar consciente de si e de seu ambiente… Um experimento típico ( da awareness) é pedir que os participantes formem uma série de sentenças começando com as palavras “aqui-agora eu estou consciente de…” “Este continuum de tomada de consciência parece ser muito simples; apenas tomar consciência do que se passa segundo após segundo…’’
7.Caráter: “é o conjunto de comportamentos motores e verbais expressos – os que são facilmente observáveis e verificáveis”. “O nós não existe por si só, mas se constitui a partir do eu e você e é um limite do intercâmbio onde duas pessoas se encontram. E quando nos encontramos lá, então eu mudo e você muda, através do processo de um encontro mútuo, a não ser que … as duas pessoas tenham um caráter. Uma vez que você tenha um caráter, você terá desenvolvido um sistema rígido. Seu comportamento se torna petrificado, previsível, e você perde a capacidade de lidar livremente com o mundo com todos os seus recursos. Você fica predeterminado a lidar com os fatos de uma única forma, ou seja, de acordo com o que seu caráter prescreve. Desta forma, parece ser paradoxal o fato de eu dizer que a pessoa mais rica, mais produtiva e criativa é a pessoa que não tem caráter. Na nossa sociedade exigimos que a pessoa tenha caráter, e especialmente um bom caráter, porque desta forma ela é previsível, pode ser classificada, e assim por diante…”.
8. Ciclo de contato: contato/retraimento: é a teorização pela qual Perls se utilizou para pensar a forma como nos relacionamos. A priori nem todo contato é bom, nem toda fuga é negativa. Nenhum é bom ou mau em princípio, ambos são formas de enfrentamento. Quando se tornam patológicos? Temos que avaliar a situação em que ocorrem. Uma característica do neurótico é não poder fazer um bom contato, nem organizar sua fuga. O ideal seria conquistar um padrão rítmico conforme nossas necessidades, para isso é necessário a capacidade de discriminação. Os teóricos da gestalt, a título de estudo, dividem o contato em algumas etapas. Utilizaremos o referencial de J. Ponciano Ribeiro. Este autor descreve nove etapas do contato e para cada uma delas associa um mecanismo de defesa subjacente quando há interrupção. São elas nesta ordem de acontecimentos: fluidez, sensação (desensibilização), consciência, mobilização de energia, integração, contato pleno, satisfação, retirada ou fechamento.
9. Consciência: “a consciência é sempre consciência de alguma coisa, ou seja, a consciênciaé intencionalidade “. 
10. Contato: “é esta conjunção articulada de motivação, percepção, afeto, cognição e ação.”. É um dos conceitos centrais na Gestalt Terapia. A qualidade dos contatos vai determinar em grande parte o processo saúde/adoecimento. A formação de gestalten completas e abrangentes é a condição da saúde mental e do crescimento.
11. Continuum de consciência: seria uma filosofia de vida baseada na constante atenção (awareness) ao que se passa tanto consigo próprio quanto com o que se passa ao seu redor.
12. Culpa: “Na GT,… nós vemos a culpa… como um ressentimento projetado: sempre que você sentir culpa, descubra do que você se ressente, a culpa desaparecerá…“ “Quando nos sentimos culpados, encontraremos um núcleo de rancor, de ressentimento.” 
13. Excitamento: parece ser um bom termo pois abrange a excitação fisiológica assim como emoções indiferenciadas. Inclui a noção freudiana de catexis e o élan vital bergsoniano, e nos dá a base para uma teoria simples da ansiedade.
14. Experimento: “episódio no qual se procura primeiramente, passo a passo e com a ajuda de pequenas intervenções e propostas por parte do facilitador, evidenciar mais claramente o conflito e os sentimentos envolvidos, para depois, buscar formas possíveis de sair do impasse por ele criado. Ref.: livro 15, pág. 103. O experimento é “… um ensaio ou observação especial feitos para provar ou descartar algo duvidoso, especialmente sob condições determinadas pelo observador, um ato ou operação realizados a fim de descobrir algum princípio ou efeito desconhecidos, ou, para testar, estabelecer ou ilustrar alguma verdade conhecida ou sugerida; teste prático; prova. ” 
15. Figura e Fundo: Conceito central da teoria.
Percebemos as coisas de forma integrada, organizada, não percebemos os elementos de uma situação desordenados entre si. Esta lei é válida para qualquer percepção, mesmo as conceituais, pois o pensamento é um prolongamento da percepção, um não está subordinado ao outro. São apenas atributos diferentes do mesmo psiquismo. Na GT relacionamos a figura com a experiência do primeiro plano e o fundo.
O significado é a relação da figura em primeiro plano com o seu fundo. Os psicólogos gestaltistas propuseram a teoria de que a pessoa que percebe não era um simples alvo passivo para o bombardeamento sensorial originário do meio ambiente; mais propriamente, ela estruturava e impunha uma ordem às suas próprias percepções. Basicamente, ela organizava as percepções do fluxo sensorial recebido na experiência primária de uma figura sendo vista ou percebida contra um background, ou fundo. A figura poderia ser uma melodia, diferenciada de um fundo harmônico, ou poderia ser um padrão visual emergindo como uma entidade coerente contra um agrupamento de linhas estranhas. Uma figura, seja ela simplesmente perceptual ou consistindo de uma ordem de complexidade superior, emerge do fundo à maneira de um baixo relevo, avançando para uma posição que força uma atenção e que acentua as suas qualidades de limites e clareza.”
16. Fronteiras de contato: Tem a função básica de discriminar eu/mundo.  “Não é tanto uma demarcação física, mas sim um conceito funcional que se refere à diferenciação e à interdependência dos elementos”.  “A fronteira-do-eu (fronteira do ego) de uma pessoa é a fronteira daquilo que é para ela contato permissível… Dentro da fronteira-do-eu o contato pode ser feito com facilidade e encanto, e resulta num confortável senso de gratificação e crescimento…. Na fronteira-do-eu, o contato se torna mais arriscado e a probabilidade de gratificação é menos certa… Fora da fronteira-do-eu, o contato é quase impossível… O modo pelo qual uma pessoa bloqueia ou permite a consciência e a ação na fronteira-do-contato é o seu modo de manter o senso dos seus limites.” 
17. Gestalt: Tem o sentido de “forma”, de “figura”, de um sentido que emerge de um todo. Tem sido usado na Gestalt terapia com o significado de “configuração dinâmica e integrada”. Este conceito remete ao modo como percebemos as coisas. A percepção de algo ou de uma situação se dá na sua totalidade e não dos elementos individualizados que a compõe. O sentido de algo é dado pela sua integração, ou seja, a relação entre as partes que compõe um todo é que vão dizer deste todo, e não por suas partes aleatórias. A maneira como percebemos a realidade se dá a partir de “configurações de sentido”, cada situação vivenciada é uma gestalt.
18. Gestalt incompleta (ou situação inacabada): está ligada a ideia de uma situação que ficou em aberto, isso quer dizer, uma situação onde o contato foi interrompido em algum momento do processo. “Toda experiência fica suspensa até que a pessoa a conclui. A maioria dos indivíduos tem uma grande capacidade para situações inacabadas… Não obstante, embora se possa tolerar uma quantidade considerável de experiências inacabadas, estes movimentos não completados buscam um complemento e, quando se tornam suficientemente poderosos, o indivíduo é envolvido por preocupações, comportamentos compulsivos, cuidados, energia opressiva e muitas atividades auto frustrantes. Se você não xinga seu chefe no trabalho, mas gostaria realmente de fazê-lo, e então vai para casa e o faz com seus filhos, as probabilidades são de que isto não funcione porque é somente uma tentativa fraca ou parcial de terminar alguma coisa que de qualquer maneira ainda está suspensa, inacabada… Uma vez que a finalização foi alcançada e que pode ser experenciada plenamente no presente, a preocupação com o antigo não-completamento é resolvido e a pessoa pode caminhar para as possibilidades atuais.”
19. Impasse: ”é o ponto onde o apoio ambiental ou o obsoleto apoio interno não é mais suficiente, e o auto apoio autêntico ainda não foi obtido”. “No núcleo de cada neurose está o que os russos chamam de ponto doente… Na GT chamamos este ponto de impasse”. “O impasse existencial é a situação em que nenhum suporte ambiental promove avanço e o paciente é, ou acredita ser, incapaz de lidar com a vida por conta própria.” 
20. Insight: “… é uma formação de padrão do campo perceptivo, de uma maneira tal que as realidades significativas ficam aparentes; é a formação de uma gestalt na qual os fatores relevantes se encaixam com respeito ao todo.”  “O insight, uma forma de awareness, é uma percepção óbvia imediata de uma unidade entre elementos, que no campo aparentam ser díspares.
21. Indiferença Criativa: qualquer coisa se diferencia em opostos, se somos capturados por uma dessas forças opostas, estamos numa cilada, ou pelo menos desequilibrados, se ficarmos no nada do centro-zero estamos equilibrados e temos perspectiva.
22. Intuição: É a inteligência do organismo. 
23. O todo e as partes: isso significa uma integração de partes em oposição à soma do “todo”. O todo é mais que a soma das partes, ou seja, o todo não é mera soma das partes. Estas partes formam um todo dinâmico, integrado e interdependente. Ex: as notas que formam a melodia, isto é, a melodia é um todo organizado e não a soma das notas que a compõe
24. Neurose: “pode ser definido como a incapacidade de assumir total identidade e responsabilidade pelo comportamento maduro. (O Neurótico) faz tudo para se manter no estado de imaturidade, mesmo quando faz papel de adulto – isto é, seu conceito infantil de como o adulto é. O neurótico não se concebe como uma pessoa que se mantém sozinha, capaz de mobilizar seu potencial para lidar com o mundo. Procura apoio do meio através de ordens, ajuda, explicações e respostas. Não mobiliza seus próprios recursos e sim maneiras de manipular o meio – impotência, adulação, estupidez e outros controles mais ou menos sutis – de forma a receber apoio.” Perls diz: ”… considero a neurose um sintoma de maturação incompleto”… “um neurótico é incapaz de enxergar o óbvio. Ele perdeu os sentidos”.  Neurose “é a fixação em um passado imutável”. Perda da função Ego ou da personalidade: a escolha da atitude adequada é difícil ou desadaptada. É uma psicopatologia consistindo em camadas. As camadas da neurose, segundoPerls, são: 1ª camada: Desempenho de papéis, 2ª camada: implosiva que leva ao impasse. Medo de ser. 3ª camada: Explosiva (explosão de amor sensual, raiva, alegria ou tristeza) 4ª camada: Viver autêntico. Comportamento Neurótico implica na “manipulação dos outros em vez de crescer sozinho”. 
25. Polaridade: Segundo a GT, todo o evento tem dois polos que permitem que o diferenciemos. “… se quisermos ficar no centro do nosso mundo, seremos ambidestros – então veremos os dois polos de todo evento. Veremos que a luz não pode existir sem a não-luz. A partir do momento em que existe igualdade, não se pode mais perceber. Se sempre existisse luz, vocês não experienciariam mais a luz. Deve haver um ritmo de luz e escuridão.” 
26. Ponto cego (ou escotoma): destruição mágica do que queremos evitar, é um substituto de uma catexia negativa. Há pessoas que literalmente não vêem o que não ‘querem’ ver, não ouvem e não “sentem” determinados sentimentos. A imagem que podemos fazer é a de que tem “buracos” em determinadas partes do corpo, ou seja, partes cuja sensibilidade encontra-se perturbada.
27. Processo: “é uma mudança ou uma transformação em um objeto ou organismo, na qual uma qualidade consistente ou uma direção podem ser discernidas. Um processo é sempre, em algum sentido, ativo; algo está acontecendo. Ele contrasta com a estrutura ou a forma de organização daquilo que muda, cuja estrutura é concebida para ser relativamente estática, a despeito da mudança processual.” 
28. Psicose: “A psicose seria, sobretudo, segundo Goodman, uma pertubação da função “id”: a sensibilidade e a disponibilidade do sujeito às excitações externas (perceptivas) ou internas (proprioceptivas) são perturbadas: ele não responde claramente ao mundo exterior nem às suas próprias necessidades. Ele está cortado da realidade: nele não há mais ajustamento criador do organismo ao meio.” 
29. Resistência: A mudança da recusa anal (psicanalise) para a oral, opera uma nova concepção, de que a criança tanto pode dizer não como sim! Tanto pode se rebelar como se acomodar livremente. A boca surge como o lugar em que a criança se relaciona com o mundo: o lugar de comer, mastigar, degustar, mais tarde possibilita a linguagem e é as vezes o lugar de amar também. A aquisição de dentes põe a criança num outro patamar de relacionamento, agora não recebe o alimento passivamente, ela o tritura, rasga, sente o paladar se multiplicar pela diversidade de alimento e consistências. Começa a discriminar o que gosta e o que não gosta, “ao tornar-se crítica da experiência a criança forma uma personalidade individual” Perls entendia que a introjeção responsável pelo aprendizado da criança pode ser a partir do nascimento dos dentes, acrescida da autodeterminação. Para Perls apoiar a “criança para que vá além da introjeção nessa fase não é consigná-la ao barbarismo, é respeitar o processo natural, autorregulador de crescimento sadio”. 
30. Saúde doença: toda doença é como uma tentativa do organismo de ser ouvido, decifrado e compreendido, trazendo um novo aprendizado sobre si mesmo. A sabedoria do organismo elege uma parte do seu todo para revelar algo de si.
31. Self: na GT é ele quem exerce a função do contato, o complexo sistema de contatos necessários para o ajustamento nas dificuldades do meio. É composto pelas seguintes estruturas: Id, Ego e Personalidade.
Id: fundo (de ordem molecular, corporal, pulsional, as gestalten abertas, necessidades).
Ego: quem se identifica com as figuras e se aliena de outras, quem age.
Personalidade: a imagem que vai sendo criada pelas escolhas que vou fazendo para meu crescimento. auto imagem. Não é uma entidade, mas um processo, é através dele que nos retraímos ou estabelecemos contato. Ele seria o administrador, o que vai “resolver” o funcionamento da hierarquia de necessidades, com suas catexias negativas e positivas (investimentos).
32. Self suport: a GT parte do princípio de que cada ser humano possui o equipamento necessário para poder enfrentar a vida. Para tanto só precisa se conscientizar de suas forças. Geralmente quando a pessoa busca ajuda, ela não conta com esse suporte, muitas vezes não tem a mínima noção das suas possibilidades e nem uma visão clara do que já construiu na vida. Deve ser um dos objetivos da terapia possibilitar self suport ao paciente, ou seja, oferecer meios para que ele possa desenvolver e utilizar seus recursos para resolver seus problemas de forma satisfatória. Cada situação difícil “resolvida” torna a próxima solução mais fácil. Há um fortalecimento a cada obstáculo vencido – a força emocional vem daí (resumindo: seria reconhecer as necessidades e descobrir os meios de supri-las).
33. Simbolismo dos sonhos recurso, segundo Miller (1997), poderá também ser compreendido como uma forma que o self encontrou para representar.
34. Suporte: “O suporte refere-se a qualquer coisa que possibilite o contato ou o afastamento: energia, suporte corporal, respiração, informação, preocupação com os outros, linguagem e assim por diante. O suporte mobiliza recursos para o contato ou para o afastamento. 
35. Teoria de Campo: “Características do campo: 1. um campo é uma teia sistemática de relacionamentos, 2. um campo é contínuo no espaço e no tempo, 3. tudo é de um campo, 4. os fenômenos são determinados pelo campo todo, 5. o campo é uma fatalidade unitária: tudo no campo afeta todo o resto.” O campo é definido como: ”Uma totalidade de forças mutuamente influenciáveis que, em conjunto, formam uma fatalidade interativa unificada”. O espaço entre o self e o outro não é um vácuo, como na maioria das abordagens psicológicas. A experiência se desdobra em um campo, parecido com um campo elétrico, carregado de premências, a vontade, necessidades, preferências, anseios desejos, julgamentos e outras expressões e manifestações do ser. O contato entre duas pessoas não é, por exemplo, uma colisão entre duas estruturas neurobiológicas internas ou hábitos e crenças condicionados ou um ego, id e superego…
36. Teoria Paradoxal da Mudança: “a mudança ocorre quando uma pessoa se torna o que é, não quando tenta converter-se no que não é”. “… a mudança pode ocorrer quando o paciente abandona, pelo menos de momento, aquilo em que gostaria de se tornar e tenta ser aquilo que é. A premissa é que a pessoa deve permanecer em seu lugar, a fim de ter um terreno firme para se deslocar, e que é difícil ou impossível qualquer movimento sem essa base sólida.
37. Top dog/Under dog: conflito interno entre dominador (top dog) e dominado (under dog). “O dominador (Top dog) pode ser descrito como exigente, punitivo, autoritário e primitivo. Ele manda continuamente com afirmações do tipo: ” Você deveria”, ”Você precisa”, ” Por que você não”… O dominado (Under dog) desenvolve uma grande habilidade em fugir das ordens do dominador. Normalmente, com a intenção de concordar apenas parcialmente com o dominador, ele responde: ”Sim, mas…”, “estou tentando muito, mas da próxima vez farei melhor” e “amanhã…”. “O dominador geralmente se julga com a razão e é autoritário; ele sabe mais… o dominado manipula sendo defensivo, desculpando-se, seduzindo, representando o bebê-chorão ou coisa parecida. ” 
38. Tomada de consciência: é o sentido que se dá ao trabalho terapêutico, de uma constante tomada de consciência, realizado no sentido de desenvolver uma capacidade discriminatória cada vez mais clara a medida em que as gestalten vão sendo fechadas – seria o conscientizar-se.
39. Zona de contato: O contato “é a conjunção articulada de motivação, percepção, afeto, cognição e ação.”
zona interna: diz respeito a relação conosco mesmos, com as percepções que temos com relação ao “si” que compreendem percepções subjetivas (estados de espírito) e objetivas como sede, fome, dor em alguma parte do corpo, etc.
zona intermediária: envolve a imaginação, o pensamento, a cognição.
zona externa: é o entorno, tudo o que envolve aquilo que percebemos como o que está fora de nós. Todas aquelas condições do ambiente que nos afetam de alguma forma. Vai desde as condiçõesatmosféricas até o mais sutil signo: um olhar, gestos, o significado que damos as coisas.  Esta zona compreende então o ambiente e os outros.

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