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Pratica clinica em TCC

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TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 1 
Teoria Cognitivo Comportamental 
 
 
 
 
 O que é? 
 
 Doença crônica; 
 Fase inicial: substâncias causadoras de dependência induzem estados de prazer ou aliviam o estresse; 
 Uso continuado: neuro adaptações que levam a tolerância, dependência, fissura e recaída 
 
 
 
 
 
 FISSURA: 
Mudanças de humor, comportamento e cognição 
▪ Mapear a fissura: 
 Entendendo a fissura; 
 Descrever a fissura; 
 Identificar gatilhos; 
A pessoa sempre vai 
querer sentir aquilo 
Desejo de utilizar a droga; 
Modificação do comportamento (agressivo); 
Mudança de humor (irritação); 
Mudança de cognição (pensamento voltado 
as drogas) 
TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 2 
Teoria Cognitivo Comportamental 
 
▪ Prevenção de recaída 
 Evitar situações de alto risco (gatilhos) 
 
Gatilhos situacionais (pessoas, 
lugares, coisas)
•Bares;
•Festas;
•Parafernálias para drogas;
•Outras pessoas que abusem de 
drogas;
•Ter muito dinheiro vivo em mãos 
(ex: dia de pagamento)
•Parceiros sexuais;
•Boates;
•Traficantes;
•Esconderijos de drogas;
•Certos aniversários, feriados, 
celebrações;
•Cartão de caixa eletronico;
•Pornografia.
Gatilhos internos (emocionais)
•Raiva;
•Frustação;
•Tédio;
•Depressão;
•Desesperança;
•Desamparo;
•Ansiedade;
•Incerteza;
•Solidão;
•Tristeza;
•Exaustão;
•Empolgação;
•Alegria;
•Estresse.
Gatilhos químicos
•Álcool;
•Qualquer outra droga de abuso que 
altere o humor;
•Anti-histamínicos, sedativos, 
remédios para dormir;
•Nicotina.
Técnicas de manejo da fissura e prevenção de recaída 
Evitar gatilhos 
Distração Distrai-lo com outras atividades 
Contatar uma pessoa sóbria Alcoólicos anônimos (AA) ou Narcóticos anônimos (NA) 
Relaxamento 
Cartões de enfrentamento Eles escrevem coisas que acham interessante lembrar quando tem 
vontade da droga – coisas que a vida deles podem voltar a ser caso eles 
usem novamente 
Refocalização Trocar o foco do momento – passar na frente da casa que comprava 
drogas e olhar para o outro lado 
Substituição por imagem negativa Lembrar da droga e tentar substituir por algo ruim que ela trouxe 
Substituição por imagem positiva Lembrar dos ganhos quando parou de usar 
Ensaio por visualização Fazer um ensaio no consultório sobre o que ele pode fazer/pensar 
quando estiver diante de um gatilho. De que forma ele pode reagir se 
alguém vier oferecer a droga a ele. 
Visualização de domínio Ele consegue dizer não e dominar o vício dele 
Manejo farmacológico Apenas com médico 
TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 3 
Teoria Cognitivo Comportamental 
 Quando acontece a recaída? 
 
Há um aumento ou inicio de estresse 
causado por eventos negativos
O estresse ativa pensamentos, estados de 
humor e sentimentos negativos que 
levam a pessoa a se sentir oprimida
A reação exagerada provoca incapacidade 
de agir, levando a continuação e o 
aumento do problema
A pessoa pouco a pouco se afasta do seu 
sistema de apoio a recuperação
Há uma exarcebação da negação em 
relação ao tratamento, á autoajuda e a 
outros
Sentimentos de inutilidade quanto a 
capacidade de lidar com a vida sem usar 
alcool ou drogas em conjunto com a 
crança de a recaida é inevitavel. 
Impulsividade toma conta e decisões que 
resultam em um estresse ainda maior
A medida em que a vida se torna cada vez 
mais incontrolavel, instala-se sentimentos 
de frustação, desesperos e pensamentos 
obsessivos de retomar o uso
Fissura levam a comportamento de busca 
e uso de drogas
Não pode haver excessos – eles não 
podem ficar nem muito felizes e 
nem muito irritados; 
Medicamentos tarja vermelha não 
causam dependência; 
Evitar: 
- Pessoas 
- Hábitos 
- Lugares 
De quando usava as drogas 
TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 4 
Teoria Cognitivo Comportamental 
 
 
 E a família? 
 
1ª fase: foco na negação 
2ª fase: extrema preocupação - é regra é não falar no assunto, mantendo a ilusão de que as drogas não estão 
causando mal algum. 
3ª fase: desorganização - a família assume atos que não são seus e assim o D.Q perde a oportunidade de perceber 
as consequências do uso de drogas. 
4ª fase: exaustão emocional 
Lidar com 
fantasias de 
retomar um uso 
“controlado”
Aumentar a consciência 
sobre decisões 
aparentemente 
irrelevantes
Lidar com a “nuvem 
cor-de-rosa” e com 
sentimentos de 
estar “curado”
Criar um estilo de 
vida equilibrado e 
satisfatório
Manter a vista 
lembretes 
desagradáveis
Manter o 
monitoramento de 
drogas e álcool
Preencher lacunas 
sociais e 
recreativas
Enfrentar pressões 
pessoais para usar
Aprender novas 
maneiras de lidar 
com os sentimentos
Ultrapassar o 
sentimento de tudo 
ou nada
Controlar a raiva
TRATAMENTO 
A pessoa não vai conseguir se 
controlar – se ingerir um 
pouco da droga, irá usar mais 
Ensinar assertividade 
TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 5 
Teoria Cognitivo Comportamental 
Mas afinal, como a família pode ajudar? 
 
 Resgatar valores 
 Princípios 
 Autoestima 
 Conscientizar-se do problema! 
 Evitar discussões na presença do D.Q 
 Excluir bebida alcóolica em casa 
 Nunca comprar drogas 
 Não acreditar que a crise de abstinência é insuportável – com exceção do álcool 
 Ajudar o D.Q a controlar seu dinheiro 
 O D.Q não se apega a prejuízos emocionais, financeiros e de saúde, mas sim as perdas de pessoas que o cercam 
 Não se deixar influenciar com a autopiedade, ele não é favorável na recuperação 
 Manter-se informado na questão de uso no trabalho, escola 
 Acompanhar o D.Q nos grupos de ajuda, médicos, psicólogo, mostrando através de incentivos a importância da sua 
recuperação 
 
Comportamentos errôneos da família 
 
a) Minimização – os familiares ignoram, racionalizam ou tentam explicar o uso de drogas, atribuindo-o a uma fase 
passageira, já que “muitas pessoas usam drogas hoje em dia”, ou “ele (o usuário) está passando por uma fase difícil 
e a droga lhe dá algum alívio”, ou “ele teve uma vida difícil, com vários traumas. Ele precisa melhorar de vida antes 
de conseguir parar de usar drogas”; 
 
 
b) Controle – tentar controlar ou manipular o uso de drogas pelo dependente; fazer barganhas com o usuário. Por 
exemplo, propor ao usuário “consumir apenas um baseado por dia”, ou “usar somente à noite, antes de dormir”, 
ou propondo “usar aos finais de semana apenas”; 
 
 
c) Proteção inadequada – tentar proteger o usuário das conseqüências negativas do uso. Por exemplo, desculpando 
o usuário, negando a responsabilidade do mesmo pelos seus próprios atos; 
 
 
d) Assumir responsabilidades do usuário – pagar contas do usuário; desempenhar as tarefas domésticas 
atribuídas ao membro familiar dependente, sem cobrá-lo; defendendo-o de problemas externos e assumindo a 
responsabilidade por eles; 
Dependentes químicos são 
muito manipulativos 
TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 6 
Teoria Cognitivo Comportamental 
e) Conluio – ajudar o usuário a obter as drogas, já que “ele sente falta e pode passar muito mal sem elas ou ficar 
violento sem o uso delas”. 
 
O tratamento do usuário apresenta melhor prognóstico e melhores resultados quando a família é abordada, 
orientada, incluída no processo terapêutico e auxiliada na resolução de suas dificuldades específicas! 
 
 Dependente x codependente 
 
 Codependente: o indivíduo transfere sua atenção para o comportamento do dependente químico, deixando de 
lado os seus próprios interesses. O funcionamento da família torna-se organizado em torno da droga. 
 Possibilitador: comportamentos que perpetuam o comportamento do dependente. Evitar, proteger, minimizar, ser 
conivente, tentar controlar o comportamento do DQ, assumir responsabilidades e proteger de qualquer outra 
forma das consequências dos comportamentos. 
 
 Comorbidades 
 
 Comorbidade: é a ocorrência de duas entidades diagnósticas em um mesmo indivíduo. 
 Estudos demonstramque o abuso de substâncias é o transtorno coexistente mais freqüente entre portadores de 
transtorno mental. Os mais freqüentes são: os transtornos do humor, transtorno de ansiedade, transtorno de 
déficit de atenção e a esquizofrenia. (Laranjeira, 2006) 
o Frequentemente confundidos com ‘resistência’, ‘negação’ ou mau comportamento. 
 Transtorno da Personalidade Borderline 
 Transtorno de Humor Bipolar 
 Esquizofrenia 
 
Tratamento das Comorbidades 
 
Princípios básicos 
✓ INTEGRADO – auxilio de outros profissionais 
✓ PROLONGADO 
✓ PLANEJAMENTO LONGITUDINAL REALISTA – não adianta prever que ele nunca mais vai usar drogas 
 
 
Codependente – alguém próximo que possibilita que o 
dependente continue sendo dependente 
TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 7 
Teoria Cognitivo Comportamental 
 
 
 
 Grupo dos transtornos de ansiedade; 
 
 Aciona o sistema de luta ou fuga, sem que haja perigo eminente; 
 
 Pensamentos não são sentimentos; 
 
 
 
 Diante de qualquer ameaça, situação estressante ou percebida como tal, o corpo reage com alterações fisiológicas, 
com o objetivo de criar condições físicas necessárias para enfrentar o problema ou fugir dele. Contudo, no 
transtorno de pânico, o individuo não percebe assim, assimilando equivocadamente os sintomas emergentes como 
algo grave. 
 
 Os ataques de pânico podem apresentar maior tendência de se tornarem recorrentes quando existem associações 
entre certas sensações ou sintomas corporais como sinais de possíveis novos ataques. Sendo assim, as atividades 
que produzem sensações corporais semelhantes aos sintomas físicos de ataque de pânico, como exercício físico, 
estímulos sexuais, ingestão de cafeína, alterações térmicas, entre outras; costumam ativar os ataques de pânico. 
 
 
Critérios de Diagnostico: 
Segundo o DSM-V, um ataque de pânico é caracterizado como um surgimento abrupto de intenso medo ou 
desconforto que atinge um pico dentro de alguns minutos e que envolve pelo menos quatro dos seguintes sintomas: 
1º Palpitações/taquicardia/ritmo acelerado 
2º Sudorese 
Transtorno 
de panico
3 crises de 
panico em pelo 
menos 30 dias
Crise de 
panico
Esporadicas
Evita Estrategias de 
enfrentamento
M
ai
s
M
en
o
s
TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 8 
Teoria Cognitivo Comportamental 
3º Tremores ou abalos 
4º Sensação de falta de ar ou sufocação 
5º Sensação de asfixia 
6º Dor ou desconforto torácico 
7º Náusea ou desconforto abdominal 
8º Tontura/instabilidade/vertigem ou desmaio 
9º Calafrios/calorões 
10º Dormência/formigamentos 
11º Medo de perder o controle/enlouquecer 
12º Medo de morrer 
 
 Agorafobia 
É o medo de estar em lugares de onde pode ser difícil ou constrangedor escapar ou nos quais pode não haver auxílio à 
mão se a pessoa sofrer um ataque de pânico. A crise é caracterizada por ansiedade intensa, aumento da frequência 
cardíaca e da pressão sanguínea, respiração agitada, sudorese, sensação de sufocamento, falta de ar, náuseas, 
tremores e despersonalização. 
 
Ela pode se manifestar de forma especifica como generalizada (como sair de casa, ir ao trabalho ou ao médico). Lugares 
específicos mais evitados são os túneis, passarelas, pontes, avenidas largas ou rodovias. Pode ocorrer o medo de 
multidões como nos shoppings, restaurantes, filas, cinemas, teatros, elevadores. Nesses casos, a limitação eventual já o 
incomoda significativamente, mas quando atinge locais essenciais como ônibus, carros, metro ou trens, a vida social do 
paciente fica bem mais comprometida. 
Critérios de Diagnóstico 
 
1. Medo ou ansiedade marcantes de duas ou mais situações a seguir: 
a. Uso de transporte público; 
b. Permanecer em espaços abertos (estacionamentos, pontes...); 
c. Permanecer em locais fechados (lojas, cinemas...); 
d. Permanecer em uma fila ou ficar em meio à multidão; 
e. Sair de casa sozinho 
 
2. O indivíduo tem medo ou evita situações devido a pensamentos de que pode ser difícil escapar ou de que o 
auxílio não está disponível no caso do desenvolvimento dos sintomas do pânico ou sintomas incapacitantes 
(medo de cair, medo de incontinência...) 
 
3. As situações agorafóbicas quase sempre provocam medo ou ansiedade 
Nota: 
 
A agorafobia é diagnosticada independente da presença de transtorno de Pânico. Se a apresentação de um indivíduo 
satisfaz aos critérios para transtorno de pânico e agorafobia, ambos os diagnósticos devem ser dados. 
 
 
TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 9 
Teoria Cognitivo Comportamental 
 
 
Tratamento segundo a TCC 
 
 Começar mexendo no pensamento catastrófico; 
 
 A eficácia é medida em termos de ausência de ataques de pânico depois de três meses de tratamento e com ganhos 
se mantendo de modo consistente depois de seguimentos de um e dois anos 
 
 A analise de componentes indica que os efeitos operam por mudança cognitiva e extinção interoceptiva e 
exteroceptiva 
 
 Na crise ocorre um aprendizado mediante condicionamento clássico: o mal-estar físico é associado a sensações 
fisiológicas inofensivas. Como resultado desse condicionamento, do primeiro ataque em diante, a pessoa fica 
ansiosa e cada vez que se percebe uma pequena mudança no organismo. O passo seguinte é a consolidação e 
generalização do aprendizado. Aprende-se assim a ter medo diante de outras situações parecidas. Desse modo, o 
comportamento de escape, a evitação ou ambos são reforçados pelo alivio imediato da ansiedade, assim, a 
probabilidade de o indivíduo optar pela estratégia de fuga aumenta. 
 
 O paciente é tratado e 3 meses depois é feita uma avaliação para ver a melhora (ocorrência) 
TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 10 
Teoria Cognitivo Comportamental 
A.C.A.L.M.E.-S.E. 
 
A chave para lidar com um estado de ansiedade é aceita-lo totalmente. Permanecer no presente e aceitar a sua 
ansiedade fazem-na desaparecer. Para lidar com sua ansiedade você pode utilizar a estratégia ACEITE a sua 
ansiedade “A.C.A.L.M.E.-S.E.”, de oito passos. 
 
ACEITE a sua ansiedade, as sensações do seu corpo; 
CONTEMPLE as coisas em sua volta, tire o foco; 
Aja com sua ansiedade, continue em movimento; 
LIBERE o ar de seus pulmões, respire bem devagar; 
MANTENHA os passos anteriores, passo-a-passo; 
EXAMINE seus pensamentos, podem ser negativos; 
SORRIA, você conseguiu! 
ESPERE o futuro com aceitação. 
 
Psicoeducação 
 
Esclarecimento e definição, e na clarificação de fontes dos sintomas de ansiedade e de pânico, introduzindo o papel 
dos pensamentos na manutenção do medo e da ansiedade, e o papel da evitação e dos comportamentos de fuga na 
manutenção dos medos e na perpetuação do transtorno. 
 
Relaxamento - a respiração diafragmática e o relaxamento muscular progressivo 
 
Ambas as técnicas podem ser realizadas em sequência ou independentes, especialmente em situações em que existe 
ansiedade antecipatória. 
 
Técnicas de exposição: 
 
1. Exposição interoceptiva: 
 
Essa exposição é feita por meio da provocação intencional dos sintomas utilizando-se de exercícios físicos. Ex: os 
sentimentos de tontura poderiam ser induzidos pelo rotar de uma cadeira giratória, desrealização e tontura 
poderiam ser induzidos por um minuto de hiperventilação. Além do treinamento direto para sentir-se confortável 
com essas sensações (em que os pacientes aprendem a vivenciar as sensações como estranhas ou desconfortáveis, 
mais do que assustadoras). Ela também permite que o paciente identifique os pensamentos automáticos e as 
interpretações catastróficas associadas as sensações físicas e corrigi-las. 
 
As intervenções distorcidas e catastróficas das 
sensações físicas de ansiedade são comuns no 
transtorno, assim como as crenças do paciente sobre a 
desesperança e a incapacidade de administrar a 
ansiedade e o pânico. Os objetivos da terapia cognitiva 
são os de reestruturar esses pensamentos catastróficos 
Desvincular a dependência com a família – 
quebrar opensamento: “não tenho 
condições de passar por isso sozinho” 
TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 11 
Teoria Cognitivo Comportamental 
2. Exposição in vivo 
Para planejar a exposição in vivo, o paciente deve fazer uma lista de lugares ou situações que evitou devido ao medo, 
juntamente com o nível de ansiedade e os pensamentos automáticos que surgem nessas situações. Essa lista deverá 
ser disposta em uma hierarquia de acordo com o nível de dificuldade para enfrentar lugares e situações. A exposição 
deve ser prolongada no tempo (permanecer em uma situação dada por aproximadamente o dobro do tempo do que 
é o necessário para sentir-se confortável naquela situação), repetida frequentemente, e o nível de ansiedade deve 
ser sentido durante a tarefa e monitorado tanto pelo paciente como pelo terapeuta. 
 
3. Dependência dos parentes 
Os parentes podem envolver-se em algum estágio do tratamento para auxiliar as tarefas de exposição. Porém, o 
tratamento deve encorajar os pacientes a irem a lugares aos quais eles não costumam ir sozinhos para restaurar a 
autonomia perdida 
 
Discussões à cerca das crenças disfuncionais: 
 Tenho que ser amado e aprovado pelas pessoas que me são importantes (treino assertivo: dizer não) 
 Tenho que ser totalmente competente em tudo para ter valor (treino assertivo: pedir as coisas para os outros) 
 É insuportável quando as coisas não saem do jeito que eu quero (treino assertivo: aceitar a opinião do outro) 
 
 
 
 
PARALELAMENTE: o vestuário, o corpo também. 
 
 
INEVITÁVEIS CONFRONTOS BIOPSICOSSOCIAIS 
Definição 
 Caracterizam-se por graves perturbações no comportamento alimentar. 
 Os transtornos alimentares (Anorexia e Bulimia) apresentam distorção de imagem corporal, sendo no caso da 
anorexia mais grave. 
 
Ortorexia: desejo e mania de comer de 
forma saudável - culpa 
TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 12 
Teoria Cognitivo Comportamental 
Anorexia 
 Sintomas: Perda de muito peso em pouco tempo, índice de massa corporal abaixo de 17,5, interrupção da 
menstruação e infertilidade. 
 Consequências: o risco de morte é grande devido à desnutrição, que pode ocasionar parada cardíaca, falência de 
órgãos, insuficiência renal, entre outros. É a patologia psiquiátrica que mais mata. 
 Padrão esquelético de imagem 
 Uma das doenças que mais mata no mundo 
 1º é preciso convencer o paciente a fazer uma internação para repor nutrientes. Depois que o paciente não corre 
mais risco de vida, o terapeuta começa com as intervenções 
 
Modelo cognitivo 
 
 
Bulimia 
 Sintomas: nem sempre há perda de peso significativa. Uso de laxantes para compensar os exageros com a 
comida ou vômito constante. 
 Consequências: causa problemas gástricos, como dor de estômago e diarreias, tontura, fraqueza (devido à 
perda de líquidos), erosão do esmalte dos dentes (por causa da agressão do suco gástrico na boca) etc. 
 Comem coisas que estão no campo de visão e em temperatura ambiente. 
 Comem compulsivamente 
 *Como um bulímico ingere comida, o corpo consegue absorver entre 30 a 50% dos nutrientes – evitando a 
perda brusca de peso. 
Tratamento 
 As mudanças parecem ocorrer não apenas na sintomatologia especifica da BN (episódios de compulsão 
alimentar e purgação, dieta restritiva e atitudes disfuncionais em relação ao corpo e ao peso), mas também em 
aspectos psicopatológicos mais gerais como autoestima, depressão e funcionamento social. 
 A TCC e considerada padrão-ouro no tratamento da BN. 
 O modelo da TCC consiste de: 
1) Auto monitoração da ingestão alimentar (inclusive os episódios de compulsão alimentar e purgação); 
Toda restrição gera uma compulsão 
TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 13 
Teoria Cognitivo Comportamental 
2) Pesagem regular; 
3) Recomendações especificas para normalizar o comportamento alimentar e reduzir as dietas; 
4) Reestruturação cognitiva focada nos fatores relacionados ao desenvolvimento e a manutenção do transtorno 
alimentar; 
5) Prevenção de recaídas: O modelo clássico propõe que o tratamento padrão tenha a duração de 20 semanas 
 
 Trabalhar junto a uma nutricionista que não use de restrições alimentares e que cuide das palavras que usa com 
o paciente 
 
 Vamos saber se a terapia deu certo com base nos sintomas que precisam ter parado 
Modelo cognitivo 
 
Distorções cognitivas mais comuns 
 “Se não estou completamente sob controle, isso significa que perdi todo o controle” ➔ PENSAMENTO 
DICOTÔMICO 
 “Se parar de achar que estou gordo, significa que estou perdendo a vontade de ser magro” ➔ PENSAMENTO 
SUPERSTICIOSO 
 “Se ela comentar sobre meu peso, não suportarei” ➔ MAGNIFICAÇÃO 
 “Se estou sem ninguém, isso significa que sou pouco atraente para conquistar alguém” ➔ ABSTRAÇÃO SELETIVA 
 “Elas riram e comentaram algo quando passei. Estavam dizendo o quanto sou gorda e feia” ➔ PERSONALIZAÇÃO 
 “Fico embaraçada quando os outros me veem comendo, pois eles ficam reparando no que eu como” ➔ 
AUTOREFERÊNCIA 
 
Aspectos psicológicos mais frequentes: 
 Baixa autoestima 
 Evitação e baixo manejo emocional 
 Pensamento do tipo “tudo ou nada” 
 Altos níveis de ansiedade 
 Perfeccionismo 
Comer compulsivo 
TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 14 
Teoria Cognitivo Comportamental 
 Incapacidade de encontrar formas de prazer e satisfação 
 Incapacidade de ser feliz ou mesmo sentir-se bem 
Técnicas 
 AUTOMONITORAMENTO = melhorar percepção de si mesmo – como está o peso, se vomitou 
 RPD = registro dos pensamentos associados ao ato de comer 
 QUESTIONAMENTO SOCRÁTICO = busca do significado dos alimentos, hábitos, regras... 
 AUTOAVALIAÇÃO = identificar diferentes tipos de fome/emoções – se o que ele está sentindo é fome ou 
vontade de comer – fome emocional 
 DISTRAÇÃO = mudar hábitos alimentares, frequência, temperos, etc. 
 CARTÕES DE ENFRENTAMENTO = auxílio na mudança de hábitos alimentares 
 FLECHA DESCENDENTE = identificar crenças associadas aos alimentos 
 TREINO EM SOLUÇÃO DE PROBLEMAS = necessidade de comer fora de casa 
 IMITAÇÃO = utilizar exemplos positivos no seu convívio social 
 ROLE-PLAY = treino e fortalecimento de novos hábitos alimentares 
 TREINO DE HABILIDADES SOCIAIS = encontrar prazer em outras atividades 
 ROTULAÇÃO DAS DISTORÇÕES COGNITIVAS = identificar pensamentos distorcidos em relação a mitos/crenças 
sobre determinados alimentos. – PA trigo engorda e não posso mais comer nada com trigo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 15 
Teoria Cognitivo Comportamental 
 
Transtorno mental caracterizado principalmente pela brusca mudança de humor. Essa oscilação de humor 
significa alternância entre mania (estado eufórico) para um estado depressivo. 
 
 Possui forte componente biológico e sua principal forma de tratamento é com medicamentos estabilizadores do 
humor. 
 Doença crônica 
 A síndrome sofre influência de fatores de estresse e tem importantes consequências psicossociais, interpessoais 
e de diminuição da qualidade de vida. 
 Durante a mania, é muito difícil fazer terapia. 
 
Distorções cognitivas 
 
Imperativo: a pessoa acredita que deve realizar determinado ato, mas não tem relação com a realidade. Na fase de 
mania, o paciente, pode, por exemplo, fazer compras ou fechar negócios, sem ter um meio de pagar; 
Polarização: pensamento de tudo ou nada. A pessoa pode estar no estado de mania e muito empolgada, até que é 
contrariada e se torna extremamente explosiva, com raiva de tudo; 
Raciocínio emocional: acreditar que pensamentos são fatos. Quando o paciente está com a autoestima muito 
elevada, acredita em habilidades que pode nem ter, criando uma sensação de grandeza, tudo é possível; 
Rotulação: colocar um rótulo global sobre si próprio. Na fase da depressão opaciente pode ter falta de interesse ou 
prazer sobre as coisas. Exemplo: Eu não sirvo para nada, não faço nada que agrade aos outros; 
Catastrofização: acreditar que o pior da situação irá acontecer. Pensamento de morte e suicídio do paciente. 
Exemplo: “Vou me matar, não há outro jeito de resolver meus problemas”; 
Leitura mental: acreditar que sabe sobre o pensamento de outras pessoas. Em fases depressivas o paciente pode se 
afastar de amigos, com o pensamento de que não o suportam. Exemplo: “Eles estão me achando chato, deveria 
deixá-los em paz”; 
 
Outras distorções cognitivas são frequentes e levam a comportamentos inadequados: 
1) Aumento do interesse sexual e ideia que isto é correspondido pelas outras pessoas; 
2) Achar que os outros estão muito devagar; 
3) Ir prematuramente ao topo da cadeia de comando; 
4) Humor sarcástico e inadequado; 
5) Supervalorizar a apreciação de suas ideias pelos outros; 
6) A não aceitação de suas ideias é vista como sinal de burrice ou desinteresse; 
7) Por se sentirem bem, acham que não precisam de remédio; 
8) Achar que só ele está certo e não levar em consideração a opinião dos outros, fazendo exigências despropositadas; 
A depressão e a mania causam mudanças no 
processamento dos pensamentos e das emoções, elas 
afetam o comportamento e influenciam os tipos de ações 
escolhidas. 
 
TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 16 
Teoria Cognitivo Comportamental 
9) Viva o presente, pois o amanhã será ainda melhor. Estas distorções cognitivas na mania levam a pessoa a 
subestimar riscos, exagerar possibilidades de ganhos ou acertos, achar que está com mais sorte, superestimar 
capacidades, minimizar problemas da vida e valorizar gratificação imediata. 
 
Estrutura das sessões 
A TCC possui um tratamento mais longo para o transtorno bipolar do que para depressão, sendo dividida em três 
momentos: 
SESSÕES INICIAIS: A psicoeducação sobre o transtorno é o elemento principal, sendo importante a participação da 
família; 
SESSÕES INTERMEDIARIAS: o foco se dá na reestruturação cognitiva e na solução de problemas; 
SESSÕES FINAIS: é realizada a prevenção de recaída; 
 
Fases do tratamento 
 
 Por ser um transtorno crônico, o elemento educacional é importante, para que a cooperação fique mais fácil. 
 
 Estimula-se o paciente a perguntar sobre seu transtorno, causas e tratamento. 
 
 O modelo cognitivo é apresentado e se ensina a pessoa a identificar e a analisar as mudanças cognitivas que 
ocorrem na depressão e mania, seus pensamentos automáticos e as distorções do pensamento. 
 
 Os problemas psicossociais e interpessoais são discutidos e são ensinadas técnicas para que sejam melhor 
manejados. Por exemplo: solução de problemas e treino de habilidades sociais. 
 
 Para criar a aliança terapêutica e a participação ativa do cliente no tratamento é importante compartilhar a 
filosofia ou racional que está na base do tratamento instituído, solicitar opinião sobre o tratamento, discutir 
preocupações sobre o mesmo, negociar planos terapêuticos e instituir o tratamento preferido pelo paciente. 
 
 Elemento importante da aliança terapêutica é a atenção à família. Deve-se, com ela, discutir sintomas, formas de 
tratamento e o que esperar do futuro. É importante lembrar que a família precisa também lidar com dor e 
sofrimento e é necessário criar o clima propício a isso. 
 Sempre discutir com o paciente quem ele quer envolver no tratamento. Isto facilitará muito, no futuro, conduzir 
uma eventual internação, ou administrar com quem deverá ficar cartão de crédito, talão de cheques e outros 
detalhes importantes. 
 
 Descobrir-se portador de um transtorno crônico pode ter diversos significado para a pessoa. Lembrar de sempre 
conversar sobre isto, no início e ao longo do tratamento. 
 
 A aderência ao tratamento farmacológico deve ser trabalhada em terapia, pois a regra é a não cooperação. Esta 
pode ocorrer por preconceitos, conceitos errôneos, problemas na aliança terapêutica, efeitos colaterais, erros na 
TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 17 
Teoria Cognitivo Comportamental 
dosagem, esquecimento de tomada, tomar mais que o prescrito, tomar medicação de familiares e amigos, erros 
no horário, uso de álcool e drogas, tomar outras medicações que interferem com os estabilizadores do humor 
(diuréticos, anti-inflamatórios) e falta de recursos para o tratamento. 
 
 Psicopatologia grave e transtorno de personalidade predizem falta de aderência. 
 
Técnicas: 
MAPEAMENTO DA VIDA - a pessoa traça uma linha em folha de papel, identificando com os altos e baixos e cores o 
curso da sua vida e doença; 
IDENTIFICAÇÃO DOS SINTOMAS - visa a ajudar a pessoa e a família a identificar sintomas específicos das fases de 
depressão e mania, diferenciar os estados de humor normais dos patológicos, tomar consciência de sua situação 
clínica e lidar com conflitos familiares onde o problema é atribuído à doença do paciente, saber o que muda em sua 
vida durante a depressão ou a mania, o que muda no modo como vê a si e aos outros, e o futuro; 
GRÁFICO DO HUMOR; 
AFETIVOGRAMA - está ligado aos sentimentos - muito ódio, muito amor, muita tristeza 
PSICOEDUCAÇÃO - feita por meio de material informativo ao paciente e seus familiares, procurando elucidar os 
sintomas, causas e tratamento. 
MAPEAMENTO DO HUMOR - paciente leva pra casa uma folha e vai anotando as suas mudanças de humor ao longo dos 
dias, os resultados são trabalhados em sessão. 
 
 
 
Fases 
TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 18 
Teoria Cognitivo Comportamental 
 
 Outro elemento importante da psicoterapia é a identificação precoce do início de uma fase, para que uma 
intervenção efetiva a coloque sob controle, prevenindo problemas e internação. Isto é feito ensinando-se 
paciente e família a identificar e acompanhar os sintomas da síndrome. 
 
Problemas nas fases de mania 
 
 Para o aumento dos interesses, ideias e atividades, pode-se observar o gráfico do humor para detectar o início da 
fase antes que ela saia do controle, orientar a pessoa a escolher atividade com chance de sucesso (o objetivo pode 
ser também o limitar as atividades), estabelecer uma agenda de atividades incluindo sono e alimentação, 
determinar prioridades e avaliar o gasto de energia. 
 
 Deve-se criar um programa de higiene do sono, estimular hábitos adequados, evitar estímulos excessivos 
(exercício, cafeína, etc.), ensinar relaxamento, administrar as preocupações (por exemplo: lista e horário para 
percorrê-la). 
 
 Outro problema é a irritabilidade que pode se transformar em agressividade. Deve-se ensinar a ser reconhecida 
como sintoma de mania ou depressão, ajudar a pessoa a desenvolver respostas alternativas ao invés de reagir. 
Por exemplo, ensinar a não responder e a sair do local por algum tempo, expressar empatia pelos sentimentos do 
outro e pedir desculpa, assinalar a presença de irritação antes que esta aumente. A hipersensibilidade à rejeição 
e à crítica consiste em outro problema. Deve-se ensinar a família a perceber quando o paciente está irritado e 
reagir levando em conta a perspectiva do paciente. Diante de extravagância nos gastos é preciso examinar a sua 
natureza e se o paciente consegue controlá-los, e verificar se outros sintomas de mania estão presentes. Durante 
a mania, ocorre uma série de mudanças cognitivas. Por exemplo: otimismo exagerado e ideias de grandeza, ideias 
paranoides, pressão sobre o discurso, pensamento acelerado e desorganizado, alterações quantitativas da 
percepção, ressentimento pela desconfiança do terapeuta e familiares sobre seu bem estar. 
 
São sinais iniciais típicos de hipomania ou mania: 
1) Diminuição da necessidade de sono; 
2) Diminuição acentuada da ansiedade; 
3) Níveis elevados de otimismo, com pouco planejamento; 
4) Grande vontade de se relacionar com pessoas, mas com pouca capacidade de ouvir;Mania 
•Perda de contato 
com a realidade;
•Possivel que ocorra 
maior nível de 
desorganização- não 
se conclui as 
atividades
•uma noite mal 
dormida pode 
facilitar o início de 
uma fase de mania
Hipomania
•Aumento de humor
Eutimia
•Humor normal
•São indicadores de 
humor normal 
experimentar e ter 
prazer nos 
momentos de 
quietude e 
serenidade, ser capaz 
de dormir bem à 
noite. 
Hipotimia
•Diminuição do humor
Depressão maior
•Risco suicida
•Possivel que haja 
maior lentidão
TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 19 
Teoria Cognitivo Comportamental 
5) Concentração diminuída; 
6) Aumento da libido com diminuição da crítica e da vergonha; 
7) Aumento dos objetivos, mas com pouca sistematização das tarefas. 
 
Lidando com fatores de estresse 
Um elemento importante é ensinar o paciente a manejar melhor os acontecimentos de sua vida que são estressantes. 
Muitos desses problemas são bem descritos pela terapia interpessoal, principalmente luto pela perda de alguém, 
conflitos com pessoas próximas, mudanças de papel existencial, déficits de habilidades sociais, perda da noção do si 
mesmo saudável e problemas de relacionamento entre adolescentes de pais separados com as novas famílias 
constituídas pelos pais. Estes problemas podem contribuir para piora e manutenção da depressão e, não raro, estão 
presentes no desencadear das fases de mania ou são piorados por esta. Ajuda aprender a definir e avaliar prioridades, 
pensar em como solucionou o problema no passado, sugerir intervenções não experimentadas. Deve-se respeitar 
inteligência e recursos do paciente e analisar obstáculos à mudança. As técnicas de solução de problema podem ser 
ensinadas e são bastante úteis. O treino de habilidades sociais é um importante instrumento, ensinando 
autoafirmação e comportamentos básicos para os pacientes com quadros mais graves e grande comprometimento 
da vida social. 
 
Problemas nas fases de depressão 
Para a culpa associada à inércia e à letargia é importante analisar explicações pessoais distorcidas para a inércia, vê-
la como sintoma e não falha de caráter e direcionar a energia disponível para o possível ou o prioritário. 
Algumas técnicas auxiliam: diário de atividades, foco nas tarefas essenciais (contas, limpeza de casa, telefonemas 
importantes, etc), dividir as tarefas em pequenos passos e iniciar as que têm maior chance de sucesso, estabelecer 
alvos razoáveis, fazer lista de atividades prazerosas e as incluir e iniciar. 
A atividade aumenta a probabilidade de reforço positivo e para isto deve-se prescrever divertimento, fazer lista de 
atividades agradáveis, aprender a lidar com pensamentos negativos que impedem a percepção de aspectos positivos 
e aprender a administrar experiências de rejeição, ansiedade ou fracasso. 
Muitos têm dificuldade para se concentrar ou tomar decisões. Em geral, algumas das seguintes situações estão 
presentes: a pessoa possui muitas opções e não consegue organizá-las mentalmente; incapacidade de gerar ideias 
(branco); remoer sobre as vantagens e consequências de cada opção sem conseguir concluir. 
Pode ser útil relaxar e reduzir distrações no ambiente, fazer apenas parte da tarefa, aprender a fazer análise das 
vantagens e desvantagens e a analisar as antecipações catastróficas das escolhas. 
Os pacientes com depressão apresentam os pensamentos automáticos, regras e crenças distorcidas, que geram 
desesperança e ideação suicida. Alguns exemplos: 
1) Meus problemas são enormes, o jeito de resolvê-los é acabar com a minha vida. 
2) Sou um peso para todos, é melhor que eu me vá. 
3) Me odeio, mereço morrer. 
4) Só a morte pode aliviar minha dor. 
5) Tenho tanta raiva de todos, que vou me matar para ensiná-los uma lição. 
TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 20 
Teoria Cognitivo Comportamental 
A ideação suicida é sempre uma prioridade no tratamento. Devesse perguntar por ela, avaliar a sua letalidade e 
ajudar o paciente a reconstruir seus pensamentos, auxiliando-o a avaliar suas possibilidades de modo específico e 
não radicalmente negativo. A pessoa com transtorno bipolar pode ter diversos problemas de comunicação. Um deles 
é provocado por hipersensibilidade. Assim, sentimentos são facilmente feridos, antecipam crítica e rejeição e têm 
reação desproporcional (tristeza, culpa, vergonha, raiva). Ajuda ensinar estratégias para lidar com a raiva e para 
avaliar a validade de seus pensamentos e pressupostos. Importante ensinar familiares a não reagir, mas entender o 
problema da perspectiva do paciente. Procedimentos simples como ensinar a ouvir, repetir o que entendeu, pedir 
confirmação, falar claramente e de modo específico podem ser valiosos. 
 
Dificuldades no tratamento 
▪ Falta de aderência ao tratamento é um problema substancial entre os pacientes com TB – estigma ou 
autoestima; 
▪ Alta prevalência de disfunções cognitivas permanentes ao longo de diferentes estados de humor e durante 
a remissão, preocupação com efeitos colaterais e a ideia de que consegue controlar seu humor 
 
Alvos de intervenção 
▪ Eventos da vida e ritmos sociais 
▪ Grandes acontecimentos da vida perturbam os ritmos diários; 
▪ Evitar alterações em sono e vigília. 
▪ Eventos na vida, desregulação de objetivos e mania 
▪ O excesso de sensibilidade à recompensa pode aumentar a reatividade aos sucessos de tal forma que os 
sintomas maníacos seriam mais prováveis após eventos da vida que envolvessem a realização de objetivos 
▪ Estresse familiar 
 
Familiares ou amigos podem ser ensinados a se manter em um tópico do problema em vez de tentar resolver vários 
ao mesmo tempo, ou a usar habilidades de escuta para evitar ciclos de ataque e contra ataque que são 
contraproducentes; 
Um problema de relacionamento simples, mas que aumenta o nível de estresse do paciente por conta das suas 
distorções cognitivas, pode causar rupturas no ciclo de sono-vigília e essa desregulação pode interagir com reações 
biológicas resultando em uma desregulação que acarreta sintomas maníacos ou depressivos. 
 
Aderência medicamentosa 
A suspensão do tratamento é a causa mais comum de recaída entre pacientes bipolares e, de fato, o risco de 
hospitalização é quatro vezes mais alto entre os pacientes que não aderem completamente ao tratamento de 
manutenção 
▪ informar os pacientes sobre os vários tipos de estabilizadores de humor, suas diferenças e indicações 
específicas e suas vantagens e efeitos colaterais 
▪ fazer com que o paciente entenda a necessidade de testes periódicos para determinar os níveis séricos 
 
TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 21 
Teoria Cognitivo Comportamental 
Detecção precoce de novos episódios 
• Sinais de recaída frequentes: 
• Mudanças perceptuais: estas mudanças não são mudanças na percepção sensorial, o que seriam sintomas 
de fato, mas discretas mudanças, por exemplo, em como as cores são vistas (geralmente percebidas como 
mais brilhantes no início de uma hipomania); 
• Mudanças comportamentais não associadas a sintomas: difíceis de perceber. Exemplo: Alguns pacientes, 
por exemplo, mudam sua marca de cigarro, o modo como respondem ao telefone, o jornal que sempre 
compram ou a rota que tomam para o trabalho. Mudanças em alguns gostos favoritos (música, livros ou 
comida) são também muito significativas. 
 
Como a família pode ajudar? 
 
Comunicar-se calmamente Ajudar a pessoa a 
procurar tratamento 
Ajudar a pessoa a monitorar 
a doença 
 
Apoiar a pessoa com depressão Apoiar a pessoa com mania 
ou hipomania 
Ajudar a prevenir o suicídio 
 
 
Cuidados com o cuidador: 
 
Manter-se organizado Reconhecer que você também tem necessidades 
 
Repor as energias Tenha em mente que, embora possa ajudar, a pessoa tem que 
encontrar formas de lidar com a doença 
 
Desenvolver expectativas realistas Tome conta de sua saúde e seu bem-estar 
 
Estabelecer limites Conforme-se com a doença 
 
 
 
 
TCC 12 de maio de 2020EDUARDA SILVANO 22 
Teoria Cognitivo Comportamental 
 
Psicopatologia que se desenvolve como resposta a um estressor traumático, real ou imaginário, de significado 
emocional suficiente para desencadear uma cascata de eventos psicológicos e neurobiológicos relacionados. 
 
O indivíduo perde o controle físico e psicológico da situação, experimentando níveis elevados de ansiedade, 
alterando os padrões normais da neuroquímica, e, por conseguinte, das cognições, dos afetos e dos 
comportamentos. 
A fase inicial aguda do impacto pode estar associada à dor, medo e terror, talvez levando para elementos 
dissociativos – fatores prognósticos para o desenvolvimento do TEPT. Passando a fase aguda, há tendência a 
períodos de paralisação/ entorpecimento, embotamento ou descrença. 
O agravamento da memória inicial (registro primário) acontece através das memórias visuais e do fenômeno de 
reexperiência, da situação traumática nas vias cognitiva e comportamental, com consequente esquiva de 
estímulos associados ao trauma. 
 
Modelo cognitivo 
A ansiedade é um padrão de resposta incondicionado presente no modelo cognitivo de uma pessoa com TEPT, 
junto com reações fisiológicas referentes à emissão de comportamentos de luta ou fuga diante de situações 
perigosas. 
Evita sair à rua pela ansiedade sentida ao estar exposta novamente à situação originária do trauma - está 
reforçando negativamente o esquema de esquiva, fazendo com que a resposta de esquiva aumente de 
frequência. 
A capacidade do sujeito se adaptar a um evento traumático depende do jeito que ele está processando e 
integrando o ocorrido nos esquemas cognitivos que pré-existem nele e também no desenvolvimento de novos 
esquemas. 
TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 23 
Teoria Cognitivo Comportamental 
 
Etapas para que ocorra a formação de respostas consideradas patológicas: 
1. Vulnerabilidade biológica: predisposição do indivíduo a responder ao estresse com hiperexcitabilidade 
autonômica; 
2. Exposição objetiva: requer que ocorra um evento traumático, real ou presumido, que seja imprevisível e 
incontrolável; 
3. Acionamento de rede de informações pré-existentes, incluindo percepções subjetivas e significados atribuídos 
ao evento ocorrido; 
4. Hipervigilância: foco seletivo de atenção às informações ameaçadoras, reais ou presumidas; 
5. Esquema condicionado de revivência do trauma: seria uma tentativa de processar e integrar o ocorrido, 
gerando o processamento de informação do evento traumático, e tendo como produto a ativação da emoção; 
6. Esquiva: surge como tentativa de reduzir a ansiedade provocada pelos sintomas de revivência e situações 
condicionadas ao trauma; 
7. Sucesso ou fracasso na formação de TEPT: depende da capacidade de ocorrência do processamento da 
informação, ou seja, se o processamento foi completado e assimilado. 
 
Distorções cognitivas 
Catastrofização: pensamentos de que o pior pode acontecer: “alguém pode tentar matar minha família e isso 
seria o fim para mim”. 
Raciocínio emocional: os sentimentos são fatos; volta de memórias do trauma acompanhadas por intensas 
reações emocionais e físicas. 
Rotulação: colocar um rótulo global em situações, em si mesmo ou em pessoas: “os homens não prestam”, 
“pessoas são más”, “dirigir vai me causar um novo acidente”. 
 
Evento traumático: 
ASSALTO
SITUAÇÃO: homem se encontra 
andando na rua, de noite
PA: "Serei assaltado e posso até ser 
morto"
EMOÇÃO: ansiedade, medo
COMPORTAMENTO: batimento 
acelerado, respiração ofegante, sai 
correndo desesperadamente
Evento traumático: 
ABUSO SEXUAL
SITUAÇÃO: mulher está no mercado 
e homem a olha
PA: "ele vai mexer comigo, não 
estou segura aqui"
EMOÇÃO: ansiedade, medo, 
angustia, vergonha
COMPORTAMENTO: batimentos 
acelerados, suor nas mãos, começa 
a chorar e sai pedindo ajuda
Quanto maior a “plasticidade social” e 
as habilidades sociais de um indivíduo, 
menor a probabilidade de sofrer os 
impactos do estresse e maior sua 
condição de reparar os efeitos de 
estresses ambientais circunstanciais. 
 
Raiva e culpa - inerente 
aos pacientes que passam 
por situações traumáticas 
 
TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 24 
Teoria Cognitivo Comportamental 
Técnicas da TCC 
Treinamento de inoculação do estresse (TIE): é um programa de tratamento com um manejo dos múltiplos 
componentes da ansiedade que inclui psicoeducação, treinamento de relaxamento muscular, treinamento da 
respiração, bloqueio do pensamento, técnicas de reestruturação cognitiva para pensamento positivo, estratégias 
de Resolução de Problemas com assertividade e Treino de Auto instrução. Pode também incluir componentes da 
terapia de exposição. 
Pretende dar ao paciente um domínio sobre seus medos através da ressignificação da memória traumática e do 
ensino de habilidades de manejo frente às situações temidas. 
1º FASE: prepara o paciente para o tratamento 
 
➢ Mapeamento da gravidade e impacto do problema, considerando a frequência da resposta, sua magnitude, 
duração, amplitude, consequências e resultados. 
 
➢ É necessária uma compreensão situacional do problema, bem como dos aspectos comuns e padrões 
envolvidos. 
 
➢ Também é fornecida uma explicação do modelo cognitivo-comportamental, que enfatiza e ensina o paciente 
a identificar as complexas relações interdependentes entre os fatores afetivos, cognitivos, comportamentais, 
fisiológicos e sociais/ ambientais. Uma vez compreendidas, o paciente aprende a identificar e auto monitorar 
essas correlações fora das sessões, através do Registro de Pensamentos Disfuncionais (RPD). 
 
➢ Paciente e terapeuta constroem conjuntamente o entendimento cognitivo do trauma vivido pelo paciente, 
equacionando os prováveis pressupostos, regras, crenças e decorrentes comportamentos de proteção que o 
paciente utiliza para diminuir seu sofrimento - delineada em forma de um Diagrama de Conceitualização Cognitiva 
 
2º FASE: treinamento de habilidades de manejo e enfrentamento, com orientação para a solução de 
problema, que inclui, em sequência; 
 
➢ Definição de habilidade de manejo, com uma base racional e uma explicação do mecanismo pelo qual a 
habilidade funciona; 
 
➢ Várias demonstrações e ensaios da habilidade dentro do consultório através de dramatizações e outras 
técnicas; 
 
➢ Aplicação pelo paciente, fora da sessão, da habilidade em uma área problemática que não esteja 
necessariamente relacionada com os comportamentos visados; 
 
➢ Revisão em sessão de como a habilidade funcionou, com avaliação da autoeficácia do paciente; 
 
➢ Promoção de reajustes necessários; 
 
➢ Aplicação e prática da habilidade com um dos medos focalizados, desde o considerado mais fácil de enfrentar, 
até o mais difícil. 
 
TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 25 
Teoria Cognitivo Comportamental 
Psicoeducação: O psicólogo educa o paciente sobre seu transtorno, para que ele possa compreender o que possui 
e ser seu próprio terapeuta quando precisar. 
Reestruturação Cognitiva: O psicólogo ensina o paciente a identificar os pensamentos irracionais ou não-
adaptativos e contestá-los. 
Relaxamento e respiração: são técnicas auxiliares usadas quando o paciente experimenta fortes aumentos de 
ansiedade. Entretanto, sem a auto-instrução e a variação do repertório não garantem por si só a eficácia 
terapêutica. 
Terapia de exposição: refere-se a uma série de procedimentos designados para ajudar indivíduos a confrontar 
pensamentos, crenças ou estímulos de baixo risco que são temidos ou evitados. A exposição pode ser imaginar a 
memória traumática ou viver vivo a exposição a lugares, situações ou sensações que lembrem memórias do 
trauma, gatilhos ou evitações relacionados ao trauma. 
Prevenção de recaída: O terapeuta deve introduzir os elementos de prevenção da recaída, para que não perder 
os progressos conseguidos até então e preparar o paciente para potenciaissituações de risco no futuro. 
Dessensibilização sistemática: É um conjunto de técnicas de exposição de vivência traumática. A exposição ao vivo 
é precedida pela exposição imaginária, construída dentro do consultório, e trabalhada numa hierarquia de 
situações temidas – desde as consideradas mais fáceis de enfrentamento, até as mais difíceis. 
Treinamento de auto-instrução (TAI): As intervenções podem incluir a reestruturação cognitiva para o diálogo 
disfuncional consigo mesmo, além do treinamento de relaxamento para ativação emocional e fisiológica, de 
comportamento para os déficits em habilidades, de resolução de problemas, de auto-eficácia e auto reforço, entre 
outros. 
Treinamento de habilidades sociais (THS): Várias demonstrações e ensaios da habilidade dentro do consultório 
através de dramatizações e outras técnicas; Aplicação pelo paciente, fora da sessão, da habilidade em uma área 
problemática que não esteja necessariamente relacionada com os comportamentos visados; Revisão em sessão 
de como a habilidade funcionou, com avaliação da auto-eficácia do paciente; Promoção de reajustes necessários; 
Por fim, aplicação e prática da habilidade com um dos medos focalizados, desde o considerado mais fácil de 
enfrentar, até o mais difícil. 
Técnica da recordação através da imaginação: o paciente lembra da experiência relevante delineando os detalhes 
da cena de forma gradual, é um importante instrumento que viabiliza a reconceitualização. 
 
Teorias e terapias 
Teoria do Processamento Emocional, indicando que o processamento emocional acontece a partir da rede de 
informações que o sujeito possui na memória sobre a situação temida, sobre respostas comportamentais emitidas 
normalmente nestas situações e sobre os significados (semânticos, afetivos) atribuídos à situação temida e aos 
comportamentos emitidos. 
Teoria do Desamparo Aprendido - diante de um estímulo aversivo surgem reações de desamparo, que tem como 
produto final a dificuldade de aprendizagem e a emissão de novos padrões de respostas. O modelo do desamparo 
aprendido explicaria o comportamento depressivo inerente aos pacientes que desenvolvem TEPT, bem como a 
perceptível redução do padrão de respostas nos mais diversos níveis de interação com o ambiente social e afetivo. 
A Terapia de Processamento Cognitivo - tem como princípio básico a ideia de que as emoções não surgem apenas 
do trauma, mas das interpretações que os indivíduos fazem do fato ocorrido e do modo como se perceberam 
TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 26 
Teoria Cognitivo Comportamental 
diante da ocorrência do trauma. Nesse processo, o paciente apresenta de forma gradual as situações traumáticas 
experimentadas e o terapeuta faz uma mediação, para que a memória possa ser reinterpretada, ressignificada, 
buscando desativar o sistema de revivência anteriormente estabelecido. Possibilita que o paciente elabore uma 
releitura sobre o ocorrido, gerando uma explicação mais funcional e adequada para o evento traumático. 
O trabalho começa com a coleta de dados em que paciente e terapeuta criam repertórios multissensoriais 
relativos à memória traumática, como também para memórias com valência positiva (boas lembranças). 
As descrições multissensoriais recorrentes do trauma envolvem relatos de pacientes, avaliando-se os mais 
diversos níveis de percepções: sentimentos, comportamentos, pensamentos, reações fisiológicas, percepções 
visuais, táteis, gustativas, olfativas, sonoras e auditivas (imagens, cheiros, texturas, sabores, temperatura e sons). 
Em cada situação de relato o terapeuta monitorava constantemente todas as reações relativas a afetos e, 
posteriormente, cognições, comportamentos e reações fisiológicas esboçadas pelo paciente. O objetivo destes 
relatos além da inoculação do estresse e do processamento emocional, visa ao desenvolvimento de estratégias 
metacognitivas desenvolvidas através de treinos de autoinstrução. 
O objetivo dessa atitude é desassociar as generalizações que a memória produziu e pareou pelo estresse. 
 
Mapa da memória traumática 
Dividimos a capacidade associativa da memória em três níveis diversos que chamaremos: 
Estímulos Pareados em nível um (EP1); 
Estímulos Pareados em nível dois (EP2); 
Estímulos Pareados em nível três (EP3); 
 
 
 
 
 
 
EP 1 -
ANSIEDADE 
DEVIDO AO 
TRAUMA
EP 2 -
ASSOCIAÇÃO
(INVOLUNTÁRIA)
EP 3 -
GENERALIZAÇÃO
Formação de Esquemas – 
processamento em paralelos 
Nem todos os casos 
chegam a essa etapa 
A memória traumática tende a um 
Replay – objetivo de deixar o 
Esquema hipervalente (trauma) – 
se destaca das outras memórias 
TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 27 
Teoria Cognitivo Comportamental 
 
Quando o Esquema Hipervalente está acionado, dificulta o acesso a outros arquivos de memória, bem como a 
mediação metacognitiva. 
O paciente varia o repertório de memórias e atualiza, através do uso da metacognição, o sentido e a validade da 
memória traumática, tendo como produto final a reestruturação cognitiva e a dessensibilização sistemática de 
estímulos pareados. 
Roteiro para as sessões 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TCC 12 de maio de 2020 
 
EDUARDA SILVANO 28 
Teoria Cognitivo Comportamental 
Características gerais 
▪ Um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das 
expectativas da cultura do indivíduo. Esse padrão manifesta-se em duas (ou mais) das seguintes áreas: Cognição 
(formas de perceber e interpretar a si mesmo, outras pessoas e eventos); Afetividade (variação, intensidade, labilidade e 
adequação da resposta emocional); Funcionamento interpessoal; Controle de impulsos; 
▪ O padrão persistente é inflexível e abrange uma faixa ampla de situações pessoais e sociais; 
▪ O padrão persistente provoca sofrimento clinicamente significativo; 
▪ O padrão é estável e de longa duração, e seu surgimento ocorre a partir da adolescência; 
▪ Esforços desesperados para evitar abandono real ou imaginado; 
▪ Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos caracterizado pela alternância entre 
extremos de idealização e desvalorização; 
▪ Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e persistente da autoimagem ou da percepção de si 
mesmo; 
▪ Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente autodestrutivas (ex.: gastos, sexo, abuso de 
substância, direção irresponsável, compulsão alimentar) 
▪ Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento automutilaste; 
▪ Instabilidade afetiva devido a uma acentuada reatividade de humor (ex.: disforia episódica, irritabilidade ou 
ansiedade intensa com duração geralmente de poucas horas e, apenas raramente, de mais de alguns dias); 
▪ Sentimentos crônicos de vazio; 
▪ Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em controlá-la (ex.: mostras frequentes de irritação, raiva 
constante, brigas físicas recorrentes); 
Tratamento e técnicas 
A terapia comportamental dialética (TCD) é um tratamento cognitivo comportamental amplo, desenvolvida 
especialmente para o transtorno borderline. Como sugere o seu nome, sua principal característica é a ênfase na 
“dialética”, a qual envolve a aceitação dos pacientes nas suas atuais dificuldades. 
Perfil Cognitivo 
Visão de si Visão dos outros Principais Crenças Principais Estratégias 
▪ Vulnerável; 
▪ Intrinsecamente inaceitável; 
▪ Impotente. 
▪ Perigosos; 
▪ Malvados. 
▪ Posso ser agredido e 
abandonado; 
▪ Devo ficar vigilante para que os 
outros não me maltratem; 
▪ Não consigo reverter quadros 
desfavoráveis. 
▪ Manipulação; 
▪ Sedução; 
▪ Atos suicidas e para-suicidas. 
 
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Teoria Cognitivo Comportamental 
Estratégias 
Estratégias Hiperdesenvolvidas Estratégias Subdesenvolvidas 
Manipulação Enfrentamento 
O tratamento do TPB com a TCD inclui o uso de técnicas de validação e de resolução de problemas. O foco na 
validaçãoexige que o terapeuta procure o grão de sabedoria ou verdade inerente em cada uma das respostas do 
paciente e comunique essa sabedoria a ele, bem como, envolve o reconhecimento frequente e solidário do sentido 
de desespero emocional do paciente. 
 
Distorções cognitivas 
LEITURA MENTAL: presumir sem provas o que os outros estão pensando, sempre ligado a pensamentos ruins. Ex: “ele 
deve estar me olhando assim por que pensa que estou falando abobrinha” 
RACIOCÍNIO EMOCIONAL: Pensar que sentimentos são fatos, deixando eles guiarem a interpretação da realidade. Ex: 
“eu sinto que meus amigos estão rindo pelas minhas costas” 
IMPERATIVOS: Foco em como as coisas deveriam ser, “tenho que”. Ex: “eu tenho que saber isso, deveria saber tudo 
sobre isso” 
CATASTROfiZAÇÃO: Pensar o pior da situação. Ex: “meu namorado não me atende, deve estar com outra” 
são abordados os 
comportamentos que 
ameaçam a vida ou a 
integridade física do 
indivíduo. 
são trabalhados os 
comportamentos que 
ameaçam o processo de 
terapia
são tratados os problemas 
que inviabilizam uma 
qualidade de vida razoável
Em seguida, vem à 
preocupação com a 
estabilização das 
habilidades 
comportamentais 
desenvolvidas em resposta 
às habilidades disfuncionais 
pré-existentes. 
É muito comum observar uma história de abuso sexual, especialmente 
entre os 6 e 12 anos de idade, muito frequentemente causado por 
parentes próximos da vítima. Porém, estudos comprovam que o abuso 
sexual não é único evento traumático associado a esse transtorno. Outras 
formas como o abuso físico e emocional, negligência, perda ou separação 
parental e conflito hostil também estão relacionados na história da 
infância desses indivíduos 
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Teoria Cognitivo Comportamental 
ESTRUTURA DAS SESSÕES 
 
Algumas recomendações para os terapeutas antes de atenderem pacientes com TPB: 
▪ É importante que o terapeuta cumpra seus acordos e afirmações, para manter a confiança do 
paciente 
▪ O terapeuta deve lidar com pedidos de tratamentos especial, ou ligações a horários variados do dia 
(não é para encorajar, mas caso aconteça o terapeuta deve estar disponível) 
▪ Se o terapeuta não for responsável, o paciente tenderá a ficar com raiva ou terminar a terapia. 
▪ Em relação ao horário, é importante ter separado entre o paciente anterior e o paciente com TPB, 
para não haver alterações de horário, ou atrasos. 
▪ Nas primeiras sessões, deve-se tomar cuidado com a intimidade, em tocar as mãos, ou então ficar 
atento aos sinais de desconforto do paciente. 
▪ Imprescindível uma psicoeducação, para famílias de pessoas com borderline. Explicar como mais 
ou menos o transtorno “funciona”, e como a família deve reagir em determinadas situações. 
▪ Tomar cuidado com a postura durante as sessões para demonstrar comprometimento, preocupação 
e empatia. 
 
SESSÃO DE AVALIAÇÃO 
▪ Recolhimento de dados e informação como: histórias, família, histórico médico, demandas, história 
religiosa, trabalho etc. 
 
1º PRIMEIRA SESSÃO 
▪ Rapor - quebra de gelo – Conversa sobre assuntos diversos e genéricos... para criar o vínculo; 
▪ Atualização do estado do cliente - o que trouxe ele a terapia, o que ele sente, quais acontecimentos 
recentes o marcaram; 
▪ Definir seu objetivo - perguntar quais são as expectativas do paciente, para desmentir alguns 
equívocos ou mitos que ele possa ter sobre a terapia; 
▪ Discutir diagnóstico do paciente e fazer a psicoeducação; 
▪ Definir um exercício de casa e explicar que a intenção da tarefa não é remeter a tempo de escolha 
e sim algo fácil e gostoso de realizar que vai ajudá-lo no seu processo. 
 
2º SEGUNDA SESSÃO OU MAIS 
▪ Restabelecer o Rarpor, isso até uma terceira sessão ou até o terapeuta ter o feeling de que a 
intimidade dos dois cresceu. 
▪ Retomar o que foi falado na última sessão; 
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Teoria Cognitivo Comportamental 
▪ Verificação de humor (opcional) – depende de como o terapeuta deseja prosseguir, ou se organizar. 
Pode se fazer na segunda sessão, em todas, em cada 10 sessões etc.; 
▪ Verificar como prosseguira a sessão, ou o paciente continua, ou trás outra questão que o inflige 
para trabalhar; 
▪ Revisar a tarefa de casa; 
▪ Priorizar alguma pauta, ou da última sessão ou uma nova; (aqui é onde o terapeuta começa a 
intervir ajudando, resolvendo, com as técnicas da tcc, algum problema trazido pelo paciente); 
▪ Definir um exercício de casa; 
▪ Apresentar ou solicitar um resumo – fazer uma síntese, para confirmar o que o terapeuta entendeu 
sobre o que o paciente trazia; 
▪ Revisar as novas prescrições de exercícios de casa; 
▪ Solicitar um feedback. 
 
TÉCNICAS DA TEORIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL 
VOLTADAS AO PACIENTE BORDERLINE 
 
 
Role-Playing 
É um treino de conversação. Nessa técnica é simulada a conversa 
com alguma pessoa ou então, uma situação. Dessa forma, o paciente 
aprende a interagir adequadamente. 
 
Observação a partir 
da sacada 
Selman (1980) descreveu a técnica como uma capacidade de 
desempenhar papeis. Consiste na pessoa, observar a partir de uma 
sacada (observar de fora, como um terceiro) sua interação com outras 
pessoas. 
 
Relaxamento 
 
Quando o paciente chega muito agitado, podemos pedir a ele que 
respire devagar e com o abdômen, dessa forma, ocorre a hiper 
oxigenação no cérebro e a ansiedade diminui instantaneamente. O 
relaxamento muscular também pode ser utilizado. 
Treino de 
assertividade 
 
A assertividade é um meio termo entre a agressividade e a 
passividade. Esse treinamento permite que a pessoa responda de 
maneira funcional. 
 
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Teoria Cognitivo Comportamental 
 
 
 
 
Processos cognitivos, fatores emocionais e comportamentais capazes de intervir indevidamente na qualidade das 
relações amorosas passaram a ser objeto privilegiado de investigação e tratamento de casais. 
 
Segundo esses autores, cognições inadequadas ou disfuncionais – pensamentos automáticos e crenças – estariam na 
base de uma variedade de desordens psicológicas. 
 
Beck (1995) apontou que muitos problemas vivenciados dentro do casamento também poderiam estar relacionados 
às cognições disfuncionais de ambos os parceiros. Alguns estudos ratificaram essa hipótese sobre o papel negativo 
dos pensamentos, crenças, expectativas, atribuições, entre outros, na qualidade dos relacionamentos maritais. 
 
Os pensamentos automáticos vêm sendo concebidos como ideias ou imagens que passam despercebidas e de forma 
muito rápida na mente das pessoas. Esses pensamentos por si sós não são adequados ou inadequados. Devido ao 
fato de esses tipos de pensamento não serem sempre racionalmente avaliados, eles tendem a ser aceitos como algo 
razoável, em situações específicas. 
 
Tem sido apontado que esse fluxo de ideias instantâneas, que pode passar na cabeça de um dos cônjuges, pode 
influenciar seus estados emocionais e suas ações negativamente. 
 
Os pensamentos automáticos disfuncionais podem ser influenciados por distorções cognitivas. Estas seriam 
distorções sistemáticas no processamento da informação, falhas de interpretação e raciocínios desprovidos de lógica. 
A leitura mental, por exemplo, é um tipo de distorção segundo a qual uma pessoa acredita ser capaz de ler os 
pensamentos de alguém. 
 
Beck aponta que o surgimento das crenças intermediárias e centrais ocorre durante a interação das crianças com 
pessoas significativas em suas vidas e estão associadas a fatores socioculturais. São ideias que uma pessoa tem sobre 
si mesma, sobre as pessoas de uma maneira geral, sobre o mundo, sobre relacionamentos, entre outros aspectos. 
 
Crenças mais centrais têm maior impacto sobre o pensamento de uma forma geral, são mais rígidas e mais difíceis 
de mudar do que crenças mais periféricas. Ambos os tipos podem ser inadequados e levar ao aumento de conflitosem um relacionamento amoroso. 
 
 
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Teoria Cognitivo Comportamental 
Outros tipos de cognições também podem influenciar de maneira negativa a vida matrimonial Entre elas, podem-se 
citar a atenção seletiva, as atribuições, as expectativas, os pressupostos e os padrões. A atenção seletiva é entendida 
como um processo de percepção no qual uma pessoa capta informações de uma situação de acordo com categorias 
que fazem sentido ao seu ponto de vista. Além disso, ignora os dados que não se encaixam em seu perfil de 
relacionamento. 
As atribuições dizem respeito às inferências que os parceiros fazem sobre a causa e a responsabilidade do 
acontecimento de determinada situação. 
As expectativas referem-se ao que um indivíduo acha que vai acontecer no seu relacionamento. 
Os pressupostos são crenças que as pessoas mantêm sobre a natureza dos relacionamentos e das pessoas em geral 
Os padrões são crenças que um indivíduo tem sobre como “deveria” ser uma vida conjugal 
Fatores de ordem comportamental também estão relacionados com os conflitos conjugais. A má comunicação entre 
os parceiros é um dos principais. Algumas pessoas têm dificuldades para expressar o que pensam e o que sentem. 
A resolução inadequada de problemas cotidianos é outro fator comportamental que também pode ter consequências 
indesejáveis para os parceiros em seu relacionamento. 
 
Pode-se afirmar que os principais objetivos da terapia cognitivo-comportamental, no tratamento de casais em 
conflito, são a reestruturação de cognições inadequadas, o manejo das emoções, a modificação de padrões de 
comunicação disfuncionais e o desenvolvimento de estratégias para solução de problemas cotidianos mais eficazes. 
Outros procedimentos utilizados são as alterações de comportamentos que formam padrões negativamente 
específicos. 
A avaliação é normalmente a etapa inicial e fundamental do tratamento de problemas de qualquer natureza dentro 
da abordagem cognitivo-comportamental São utilizados diferentes tipos de entrevistas, inventários e escalas. 
• RBI 
• DAS 
• Inventário de Satisfação Conjugal 
• Medida da Satisfação em Relacionamento de Casal 
 
Usualmente, a primeira sessão é realizada com a presença de ambos os cônjuges. Essa é uma oportunidade para o 
terapeuta verificar as áreas problemáticas no relacionamento, a interação entre o casal, o modo como eles se 
comunicam, os pontos fortes da relação, os fatores externos que possam estar estressando os parceiros etc. As 
informações que são obtidas nessa sessão irão auxiliar no processo de formulação de hipóteses preliminares sobre 
os motivos do conflito conjugal. Após a entrevista inicial, duas sessões costumam ser conduzidas. Cada uma contando 
com a presença de apenas um dos parceiros. O objetivo seria coletar informações que talvez não tenham sido 
apresentadas inicialmente. Um parceiro poderia ficar inibido na presença do outro e não revelar situações como, por 
exemplo, abuso na infância, violência intrafamiliar, adultério e desejo de se divorciar 
Algumas questões éticas se impõem nessas entrevistas individuais. As informações prestadas nessas sessões só 
podem ser reveladas com a autorização dos participantes, exceto em alguns casos específicos. Por exemplo, no caso 
de violência física é necessário que o cônjuge abusado seja encaminhado para instituições competentes 
Um dos principais alvos da terapia é promover a reestruturação de cognições disfuncionais. Esse é um processo 
realizado em diferentes etapas. O objetivo é fornecer ao casal habilidades que possam diminuir os seus conflitos. 
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Inicialmente, o terapeuta explica a relação entre as ideias, sentimentos e comportamentos durante a interação 
conjugal destrutiva. Cada parceiro aprende a identificar, a avaliar e a responder aos pensamentos distorcidos que 
podem estar influenciando de forma negativa o relacionamento. 
 
As técnicas mais utilizadas são os registros de pensamentos automáticos, diários, questionamentos na sessão, 
recordações. A identificação das distorções cognitivas é outra etapa relevante. O terapeuta ensina o casal a relacionar 
essas distorções com os pensamentos automáticos. A apresentação de uma folha contendo uma lista de distorções 
é bastante eficaz para atingir esse objetivo. Ambos os cônjuges aprendem também a verificar e questionar suas 
crenças intermediárias e centrais. São empregadas algumas técnicas específicas, como, o questionamento socrático, 
a técnica da flecha descendente, e dramatizações. São ainda identificadas e questionadas cognições específicas, 
como atribuições, pressupostos, atenção seletiva, padrões e expectativas. 
 
Podem ainda ser questionadas as vantagens e desvantagens da manutenção de certos pressupostos para satisfação 
dos cônjuges em seu casamento. As atribuições que os cônjuges fazem sobre os problemas do seu relacionamento 
também podem ser trabalhadas a partir da apresentação de um folheto informativo. Cada parceiro pode verificar 
quais das atribuições costumam ser mais frequentes em relação ao seu casamento. 
 
Parece óbvio dizer que, durante uma conversa, uma pessoa deve ouvir enquanto a outra fala e vice-versa. Contudo, 
não é o que parece acontecer com casais com alto nível de conflito. Muitas vezes, os parceiros falam ao mesmo 
tempo e não prestam atenção no que dizem um para o outro, tornando cada vez mais insuportável a relação. Na 
parte comportamental do tratamento, destaca-se o treinamento em comunicação. O foco central desse 
procedimento é fornecer ao casal habilidades de escuta e fala que podem auxiliar na diminuição das brigas e 
aumentar a satisfação e ajustamento conjugal. 
 
Além disso, destaca-se a apresentação de pensamentos e sentimentos pessoais, enfatizando os aspectos positivos e 
negativos em um determinado contexto. Por último, enfatiza-se a comunicação gentil e polida, como é empregada 
na interação social em geral. Por sua vez, o parceiro que está ouvindo precisa ter uma escuta empática. Denotar 
atenção ao que a outra pessoa está falando é o ponto inicial de um diálogo construtivo. Esse comportamento atentivo 
pode ser realizado através de verbalizações (ex.: hum-hum) ou mesmo de gestos corporais (ex.: balançar a cabeça, 
olhar nos olhos). Folhetos com instruções podem ser utilizados para exemplificar essa técnica e auxiliar no 
desenvolvimento das habilidades por parte do casal 
 
O manejo das finanças do casal é um dos principais pontos que se apresenta no relacionamento. 
A frequência e o estilo do sexo são outros tópicos relevantes no relacionamento, como, por exemplo, posições 
preferidas, dias e horários da semana para a prática sexual 
Os casais ainda precisam decidir sobre ter ou não filhos e o modo de educá-los. 
As atividades de lazer compartilhadas costumam também ser um outro tema relevante a ser solucionado, pois as 
pessoas possuem gostos diferentes. 
 
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Um procedimento largamente empregado para tratar essas questões que podem ser fonte de graves conflitos para 
o casal é a técnica de resolução de problemas. Duas etapas marcam a solução de impasse entre os parceiros. 
A primeira refere-se à própria definição do problema. Muitos casais têm dificuldades para delimitar o que está 
gerando conflitos. O problema será definido em termos claros, específicos e comportamentais. Contudo, é comum 
um indivíduo fazer uma declaração geral, superficial e não específica ligada a um atributo de personalidade. 
A segunda etapa é a definição dos passos para a resolução do problema em si mesmo. Em linhas gerais, são a 
discussão das possíveis soluções, a adoção de uma das alternativas e o estabelecimento de um período para a sua 
implementação. 
Por fim, é verificado se essa opção foi eficaz, em caso contrário outro procedimentoé adotado nos mesmos moldes 
anteriores. 
É importante ressaltar que todo relacionamento tem seus pontos fortes e fracos. Sabe-se que os anos de casamento 
conturbado levam a percepção apenas do lado ruim da vida a dois. O terapeuta aponta e reforça as ações positivas 
dos parceiros entre si. Além disso, procura modificar alguns padrões de comportamentos negativos que estão 
prejudicando a relação. 
As interações negativas serão os alvos principais de intervenção terapêutica. 
Por fim, é importante incentivar os parceiros a demonstrarem comportamentos mais amistosos um para o outro, 
independentemente. 
Uma técnica utilizada é a identificação de uma emoção e sua relação com os pensamentos automáticos. 
Outra é avaliar o grau de intensidade dos sentimentos em uma situação específica. 
O role-play é um procedimento utilizado ao logo do tratamento e que, na interação entre cliente e terapeuta, é 
possível treinarem-se essas habilidades específicas. 
No trabalho com casais em conflito utiliza-se, ao final, a técnica de prevenção de recaídas. Esse é um procedimento 
importante, dentro da terapia cognitivo-comportamental, para o tratamento de diferentes transtornos psicológicos. 
A partir da primeira sessão, os pacientes são preparados para eventuais recaídas e vão sendo ainda orientados para 
o término dos atendimentos. O objetivo é a antecipação de prováveis “quedas” e retomadas de alguns 
comportamentos que eram responsáveis pelos conflitos conjugais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Teoria Cognitivo Comportamental 
3 TERAPIA DE CASAL 
3.1 O que é terapia de casal e qual a sua importância? 
Essa terapia é feita em conjunto, os dois parceiros participam, tendo o foco na queixa apresentada e sua resolução, 
podendo auxiliar para que a relação fique saudável novamente, existem casos que, primeiramente, resolve-se alguns 
problemas específicos através da terapia individual. 
Aaron Beck (1995), diz que os objetivos de um casamento ideal são: lutar por um fundamento sólido de confiança, 
lealdade, respeito e segurança; fortalecer a parceria; entender que o amor não ocorre de maneira espontânea e nem 
que se mantém assim eternamente, sem qualquer esforço adicional; cultivar aspectos amorosos e delicados da 
relação; e desenvolver um sentimento de cooperação consideração e entendimento mútuo. 
 
Distorções cognitivas são formas de pensar distorcidas da realidade, e acaba por gerar sofrimento ao próprio sujeito, 
pois faz com que ele interprete as coisas de forma equivocada. Segundo Beck (1995) as distorções mais frequentes 
nas relações desarmônicas são a 
• leitura mental, é capacidade de saber os pensamentos do cônjuge, quando o parceiro sabe que “ele não 
gosta mais de mim” e a generalização, o sujeito percebe uma situação específica como um padrão universal. 
 
• abstração seletiva (visão em túnel), a informação é tirada do contexto, e alguns pontos são enfatizados e 
outros ignorados. 
 
• A personalização, os acontecimentos externos são atribuídos à própria pessoa. 
 
• A atribuição de culpa, uma pessoa do casal atribui culpa ao parceiro como causador de sentimentos negativos 
e não se disponibiliza a fazer modificações a respeito da situação. 
 
• O pensamento dicotômico, "tudo ou nada", completo sucesso ou fracasso. 
 
5 A SESSÃO DE TERAPIA 
5.1 Estrutura das sessões e técnicas específicas 
Inicialmente o terapeuta busca entender sobre a história do casal e seus problemas, depois de todas as informações 
necessárias pode haver o manejo das emoções, analise dos comportamentos no relacionamento e também ensina o 
casal a notar e lidar. 
A responsabilidade e o esforço para a melhoria são de ambos os cônjuges, ou seja, as principais intervenções com 
casais são reestruturação cognitiva de ambos, intervenção nos padrões de comportamento e intervenções nos 
déficits e excessos de reações emocionais. 
A avaliação é normalmente a etapa inicial e fundamental do tratamento de problemas de qualquer natureza dentro 
da abordagem cognitivo-comportamental. São utilizados diferentes tipos de entrevistas, inventários e escalas. 
Usualmente, a primeira sessão é realizada com a presença de ambos os cônjuges. Essa é uma oportunidade para o 
terapeuta verificar as áreas problemáticas no relacionamento, a interação entre o casal, o modo como eles se 
comunicam, os pontos fortes da relação, os fatores externos que possam estar estressando os parceiros etc. As 
informações que são obtidas nessa sessão irão auxiliar no processo de formulação de hipóteses preliminares sobre 
os motivos do conflito conjugal (Schmaling et al., 1997). Após a entrevista inicial, duas sessões costumam ser 
conduzidas. Cada uma contando com a presença de apenas um dos parceiros. O objetivo seria coletar informações 
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Teoria Cognitivo Comportamental 
que talvez não tenham sido apresentadas inicialmente. Um parceiro poderia ficar inibido na presença do outro e não 
revelar situações como, por exemplo, abuso na infância, violência intrafamiliar , adultério e desejo de se divorciar. 
Algumas questões éticas se impõem nessas entrevistas individuais. As informações prestadas nessas sessões só 
podem ser reveladas com a autorização dos participantes, exceto em alguns casos específicos. Por exemplo, no caso 
de violência física é necessário que o cônjuge abusado seja encaminhado para instituições competentes 
(Dattilio&Padesky, 1995). Um dos principais alvos da terapia é promover a reestruturação de cognições disfuncionais. 
Esse é um processo realizado em diferentes etapas. O objetivo é fornecer ao casal habilidades que possam diminuir 
os seus conflitos. Inicialmente, o terapeuta explica a relação entre as idéias, sentimentos e comportamentos durante 
a interação conjugal destrutiva. Cada parceiro aprende a identificar, a avaliar e a responder aos pensamentos 
distorcidos que podem estar influenciando de forma negativa o relacionamento. As técnicas mais utilizadas são os 
registros de pensamentos automáticos, diários, questionamentos na sessão, recordações (e.g., Beck, 1995; 
Rangé&Dattilio, 2001). A identificação das distorções cognitivas é outra etapa relevante. O terapeuta ensina o casal 
a relacionar essas distorções com os pensamentos automáticos. A apresentação de uma folha contendo uma lista de 
distorções é bastante eficaz para atingir esse objetivo. Ambos os cônjuges aprendem também a verificar e questionar 
suas crenças intermediárias e centrais. São empregadas algumas técnicas específicas, como, o questionamento 
socrático, a técnica da flecha descendente, e dramatizações (Dattilio, 2004). 11 São ainda identificadas e 
questionadas cognições específicas, como atribuições, pressupostos, atenção seletiva, padrões e expectativas. 
Podem ainda ser questionadas as vantagens e desvantagens da manutenção de certos pressupostos para satisfação 
dos cônjuges em seu casamento. As atribuições que os cônjuges fazem sobre os problemas do seu relacionamento 
também podem ser trabalhadas a partir da apresentação de um folheto informativo. Cada parceiro pode verificar 
quais das atribuições costumam ser mais freqüentes em relação ao seu casamento (Baucom& Lester, 1986; Baucom 
et al., 1989). Parece óbvio dizer que, durante uma conversa, uma pessoa deve ouvir enquanto a outra fala e vice-
versa. Contudo, não é o que parece acontecer com casais com alto nível de conflito. Muitas vezes, os parceiros falam 
ao mesmo tempo e não prestam atenção no que dizem um para o outro, tornando cada vez mais insuportável a 
relação. Na parte comportamental do tratamento, destaca-se o treinamento em comunicação. O foco central desse 
procedimento é fornecer ao casal habilidades de escuta e fala que podem auxiliar na diminuição das brigas e 
aumentar a satisfação e ajustamento conjugal (Rangé&Dattilio, 2001). Existem algumas regras básicas que costumam 
ser discutidas

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