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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE – UFAC CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA NATUREZA – CCBN COORDENAÇÃO DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA DISCIPLINA DE PARASITOLOGIA VETERINÁRIA MARIA CLARA LOUREIRO BARBOSA ATLAS PARASITOLÓGICO: PRINCIPAIS SARNAS E PERCEVEJOS DE INTERESSE VETERINÁRIO E DE SAÚDE PÚBLICA RIO BRANCO – AC MAIO DE 2021 MARIA CLARA LOUREIRO BARBOSA ATLAS PARASITOLÓGICO: PRINCIPAIS SARNAS E PERCEVEJOS DE INTERESSE VETERINÁRIO E DE SAÚDE PÚBLICA Atlas parasitológico sobre principais sarnas e percevejos de interesse veterinário e na saúde pública, apresentado à disciplina de Parasitologia Veterinária (CCBN 268) ministrada pelo Prof. Dr. Flavio Roberto Chaves da Silva, como atividade avaliativa integrante da nota parcial N1 do semestre letivo 2020.1. RIO BRANCO – AC MAIO DE 2021 RESUMO: Dentro da parasitologia veterinária, algumas espécies de pulgas e percevejos se destacam por poderem atuar como agentes infectantes, vetores ou até mesmo não atribuírem patógenos ao seus hospedeiros, procurando-os apenas para se alimentar. Esses insetos são hematófagos pertencentes a ordem Siphonaptera, tendo como hospedeiros animais endotérmicos, essencialmente mamíferos e, predominantemente roedores. Do ponto de vista da saúde pública são prejudiciais por serem ectoparasitas e possíveis vetores biológicos de bactérias, protozoários e vermes. SUMÁRIO Cimex spp................................................................................................................ 5 Tunga penetrans...................................................................................................... 6 Pulex irritans........................................................................................................... 7 Xenopsylla cheopis................................................................................................... 8 Ctenocephalides felis............................................................................................... 9 Ctenocephalides canis............................................................................................. 10 Echidnophaga gallinacea........................................................................................ 11 Nome científico Cimex spp. Nome popular “Percevejo das camas” Distribuição Cosmopolita Doença - Hosp. Preferencial Homem Hosp. Acidental Cães e gatos Localização no hosp. Pele Morfologia 4,0 e 6,5 mm de comprimento quando adultos (figura 1). Possuem o corpo oval e achatado em sentido dorsoventral e não voam. Ciclo evolutivo Ovo – ninfa 1 – ninfa 2 – ninfa 3 – ninfa 4 – ninfa 5 – adulto. Patogenia As picadas de percevejo de cama podem causar reações de gravidade variável em indivíduos sensíveis, causando grandes inconvenientes e podem provocar sintomas emocionais como insônia e ansiedade Diagnóstico Se dá a partir da identificação de mordidas do inseto que ocorrem preferencialmente a noite. Diagnóstico diferencial Achar o inseto nas dobras laterais do colchão. Tratamento Uso de pomadas e anti-histaminico; Em caso de desenvolvimento de infecção cutânea, antibióticos devem ser ministrados. Controle e Profilaxia Usar capas e protetores de colchão; Lavar a roupa de cama com água quente; Sempre que for para um hotel verificar se há presença de percevejo escondido nas camas. Fonte: ZORRILHA et al., 2015 https://www.opas.org.br/como-tratar-a-ansiedade/ Nome científico Tunga penetrans Nome popular “Bicho-de-pé” Distribuição Regiões tropicais e subtropicais. Doença Tungíase Hosp. Preferencial Porcos e humanos Hosp. Acidental Outro mamíferos Localização no hosp. Epiderme, principalmente na sola dos pés, espaços interdigitais e sob as unhas. Morfologia 1mm de comprimento; Cabeça angulosa na fronte, ausência de ctenídeos; Tórax comprimido; Lacínias serrilhadas (ajuda na dilaceração para penetração); Palpos maxilares com grande número de cerdas. Ciclo evolutivo Ovo -> larva -> pulpas -> pulga adulta Fêmea adulta adere à epiderme e solta os ovos no ambiente. Patogenia Formação de lesões nodulares com um ponto preto central. Pode causar prurido e dor. Infestações muito intensas podem causar ulceração e fibrose, podendo levar à infecções secundárias. Diagnóstico Clínico e epidemiológico, a partir da visualização do parasita. Diagnóstico diferencial Abscessos da região plantar, verruga plantar, calosidade. Tratamento Extração manual do parasito em condições assépticas. Uso de unguento de mercúrio e pomadas. Controle e Profilaxia Uso de calçados, aplicação de inseticidas e eliminação das fontes de infestação no ambiente. Fonte: C.C.Z. Rio Claro (site) Nome científico Pulex irritans Nome popular “Pulga-do-homem” Distribuição Cosmopolita Doença Pulicose Hosp. Preferencial Homem Hosp. Acidental Caninos, felinos, suínos. Localização no hosp. Pele Morfologia Corpo ovalado e de coloração castanho-escura; Cabeça arredondada apresenta uma cerda no occipício. Macho mede de 2 a 2,5mm e fêmea de 3 a 4 mm de comprimento. Ciclo evolutivo Ovo – larva (L1, L2 e L3) – pupa – adulto 25 a 30 dias. Patogenia Pode causar anemia no hospedeiro devido picadas excessivas, também servido de vetor para transmitir diferentes patógenos zoonóticos. Diagnóstico Eritremas, irritação cutânea, alergia nos locais de mordida ocasionadas hipersensibilidade gerada pela saliva da P. irritans. Diagnóstico diferencial - Tratamento Uso de anti-histamínico, corticoide tópico e emolientes Controle e Profilaxia Uso de aspirador e inseticida nos ambientes. Fonte: insetisan.com.br Nome científico Xenopsylla cheopis Nome popular “Pulga do rato” Distribuição Cosmopolita Doença Peste bubônica (picada); Tifo murinho (fezes) Hosp. Preferencial Roedores Hosp. Acidental Homem Localização no hosp. Pele Morfologia Comprimento variável de 1,4 a 2,7mm. Ausência de ctenídeos; Fileira de cerdas dispostas em “V” de cada lado do occipício. Macho com cerda sensilial não inserida no tubérculo e fêmea com o corpo espermateca muito menor que o apêndice. Ciclo evolutivo Ovo – larva (L1, L2, L3) – pupa – adulto Patogenia PESTE: Formação de bubões (inflamações dos linfonodos) pela presença dessas bactérias. A pulmonar é a mais grave, e tem 100% de letalidade. TIFO: Dor de cabeça, mialgia, e tosse. Há rash cutâneo, que é centrípeto e localizado na área superior do tórax e abdome. Diagnóstico Através de suspeita clínica-epidemiológica e alguns exames específicos (bacteriológicos e sorológicos). Diagnóstico diferencial Por meio da identificação de adenites regionais supurativas, linfogranuloma venéreo, septicemias, pneumonias, forma bubônica da leishmaniose tegumentar americana. Tratamento Instituição precoce (se possível, nas primeiras 15 horas do início dos sintomas) de antibiótico ou quimioterápico, sem aguardar resultado de exames laboratoriais Controle e Profilaxia Emergencialmente faz-se o controle químico das pulgas e, a longo prazo, deve-se evitar a proliferação dos roedores nas habitações e depósitos de alimentos através de adequada educação sanitária. Fonte: Veterinaryparasitology.com https://pt.linkfang.org/wiki/Roedores Nome científico Ctenocephalides felis Nome popular “Pulga do gato” Distribuição Cosmopolita, maior incidência em clima tropical. Doença - Hosp. Preferencial Cães e gatos Hosp. Acidental Outros carnívoros e onívoros Localização no hosp. Pele e pelos. Morfologia Adultos com 2,5mm de comprimento; Cabeça achatada, possuem cerdas enrijecidas (ctenídeos) na parte de baixo da cabeça; Corpo com coloração castanho escuro com superfície brilhosa;Ocelos e antenas presentes. Ciclo evolutivo Ovo – Larva (L1, L2, L3) – Pupa – Adulto 17-25 dias. Patogenia Em infestações severas pode ocorrer anemia e reações alérgicas na pele devido à saliva da pulga. Causa dermatite e alopecia simétrica, há aumento de lambedura. Pode ser infectante ou não, sendo hosp. intermediário do cestódeo Dipylidium caninum. Diagnóstico Histórico clínico do animal, anamnese, comportamento locais de maior coceira. Diagnóstico diferencial Raspado cutâneo da epiderme, visualização e contagem dos ovos do parasita sob a pele e pelos do animal. Tratamento Desinfecção do animal e ambiente em que ele vive Controle e Profilaxia Aspiração, limpeza, manter o ambiente livre de esconderijos para as pulgas e aplicação periódica (e contínua) de inseticidas para limitar a propagação da resistência adquirida por elas. Fonte: mundoecologia.com.br Nome científico Ctenocephalides canis Nome popular “Pulga do cão” Distribuição Cosmopolita Doença - Hosp. Preferencial Cães e gatos domésticos Hosp. Acidental Homem Localização no hosp. Na pele e pelos. Morfologia Cabeça mais arredondada, possuem cerdas enrijecidas (ctenídros) na parte de baixo da cabeça e o primeiro ctenídeo é menor que os demais; Corpo com coloração castanha; Oocitos e antenas presentes. Ciclo evolutivo Ovo – Larva (L1, L2 e L3) – Pupa – Adulto 17 -25 dias. Patogenia Infestações severas podem levar a anemia e reações alérgicas (DAPP). Nos gatos a alopecia causada pela coceira é simétrica e nas laterais do corpo., enquanto que nos cães a alopecia é no dorso na base da cauda. Não causa doença, mas pode ser hop. Intermediário e transmitir o cestódeo Dipylidium caninum. Diagnóstico Histórico clínico do animal, anamnese, comportamento locais de maior coceira. Diagnóstico diferencial Raspado cutâneo da epiderme, visualização e contagem dos ovos do parasita sob a pele e pelos do animal. Tratamento Desinfecção do animal e ambiente em que ele vive Controle e Profilaxia Aspiração, limpeza, manter o ambiente livre de esconderijos para as pulgas e aplicação periódica (e contínua) de inseticidas para limitar a propagação da resistência adquirida por elas. Fonte: veterinaryparasitoly.com Nome científico Echidnophaga gallinacea Nome popular “Pulga de galinha” e “Pulga pegajosa” Distribuição Cosmopolita Doença - Hosp. Preferencial Aves domesticas Hosp. Acidental Cães, gatos, coelhos, equinos e humanos Localização no hosp. Olhos, cristas, barbelas e outras peles nuas das aves Morfologia Ausência de ctenídeos, cabeça angulada, pulga escavadora. Ciclo evolutivo Ovo – larva (L1, L2 e L3) – pupa – adulto. Patogenia A cabeça da pulga se insere dentro da pele, havendo uma dificuldade para remoção. Causa inchaço e ulcerações Diagnóstico Clínico e epidemiológico, a partir da visualização do parasita. Diagnóstico diferencial - Tratamento Uso de inseticidas (organofosforados) em pó para Ceratophyllus e em solução para Echidnophaga (mergulha-se a cabeça do animal) Controle e Profilaxia No ambiente: remoção e queima da cama, pulverização das instalações com inseticidas. Fonte: veterinaryparasitology.com REFERÊNCIAS: Zorrilla-Vaca, A., Silva-Medina, M. M., & Escandón-Vargas, K. (2015). Bedbugs, Cimex spp.: their current world resurgence and healthcare impact. Asian Pacific Journal of Tropical Disease, 5(5), 342–352. doi:10.1016/s2222-1808(14)60795-7 Gatti, FR, Oliveira, CM de, Servilha, TR, & Sanchez, APG (2008). 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