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OBRIGAÇÕES - TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES CESSÃO DAS OBRIGAÇÕES PREFERÊNCIA E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO

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DIREITO CIVIL II - OBRIGAÇÕES 
 TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES. CESSÃO DAS OBRIGAÇÕES. PREFERÊNCIA E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO. 
 
 
1. Origem Histórica da Transmissão das Obrigações 
 
A existência do direito obrigacional se ampara na existência de dívida, em que surgem personagens essenciais, que figuram necessariamente, os pólos de uma relação jurídica, unidos por uma prestação devida por um e por crédito de outro, denominando-se então Credor e Devedor. 
 
Vale destacar, que no Direito Romano, o vínculo obrigacional era pessoal, intransferível e pautado por solenidades que praticamente transformavam qualquer mutação subjetiva em nova relação obrigacional. Nessa mesma época, a única forma que transmitia obrigações era a morte, onde o de cujus ao deixar dívidas, estas eram transmitidas aos herdeiros no momento de seu fim. Dessa forma, os herdeiros passavam a suceder a dívida deixada pelo seu antecessor. 
 
2. Cessão de Crédito 
 
Está regulamentada nos Artigos 286 a 298 do Código Civil. 
 
O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor.
 
Se a cláusula proibitiva da cessão não constar do instrumento da obrigação, não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé. 
O cessionário de crédito hipotecário (direito real) tem o direito de fazer averbar a cessão no registro do imóvel. 
A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada, mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita. 
Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida. 
De regra, o cedente não responde pela solvência do devedor. 
Em se tratando de Título de Crédito (Art. 887, CC), pela sua natureza (especialmente da sua autonomia), não há necessidade de notificação ao devedor, pois o instituto do endosso é o meio idôneo de sua transferência. Por se tratar de ato unilateral especial, o cedente assume os riscos da solvabilidade do título, tornando-se solidário ao devedor principal e demais endossantes. 
 
Os requisitos da cessão de crédito são os seguintes: 
 
 Negócio Jurídico, que estabeleça a transmissão da totalidade ou de parte do crédito. 
 
 Inexistência de Impedimentos (legais ou contratuais) a esta transmissão. 
 
 Não Ligação do Crédito à pessoa do Credor como decorrência da própria natureza da prestação”. 
 
3. Assunção de Dívida 
 
Está disciplinada nos Artigos 299 a 303 do Código Civil. 
 
A assunção de dívida é um negócio jurídico de transmissão singular de um débito, facultando a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se o terceiro, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava. 
Notificado o credor acerca da pretensão na assunção da dívida, o seu silêncio será interpretado como recusa. 
Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação. 
O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo. 
 
Os requisitos da assunção são os seguintes: 
 
 Consentimento do Credor (expresso). 
 
 Validade do Negócio Jurídico que transmite a obrigação, ou seja, é um negócio como outro qualquer (se a substituição do devedor for anulada, restaurar-se-á a situação jurídica inicial). 
 
 Solvência do Novo Devedor ao tempo da assunção da dívida. Isto significa dizer que, o devedor primitivo deverá comunicar ao credor acerca da solvabilidade ou não do novo devedor, sob pena de sendo omisso, pagar pelo débito. 
 
Quanto aos efeitos, o que se destaca é a transmissão subjetiva do débito. 
 
4. Cessão de Contrato 
 
A cessão de contrato ou de posição contratual é um negócio pelo qual o titular de uma relação contratual cuja prestação correspondente ainda não foi executada (cedente) substitui-se por um terceiro (cessionário) como o consentimento da outra parte (cedido). 
Tal instituto resulta no complexo das duas já mencionadas formas de transmissão: Cessão de Crédito e Assunção de Dívida. 
 
Nesse negócio, o cessionário assume de forma originária a posição que a priori pertencia ao cedente, com uma função de circularidade. O escopo desse instituto se revela em deletar uma das partes do contrato – o cedente. Dois requisitos básicos são inerente ao negócio jurídico de cessão de contrato: 
 
 Apenas nos Contratos Bilaterais (quanto aos efeitos). 
 
 Consentimento do Cedido. 
 
Quanto a relação entre cedente e cedido, pode-se afirmar, que o efeito é a extinção do cedente no que tange as obrigações que havia angariado, salvo, se houver previsão contratual em contrário. 
 
E por fim, o efeito em relação ao cedido e cessionário, nesse caso, é a simples entrada do cessionário na relação contratual no lugar do cedente. 
 
5. Preferência e Privilégios do Crédito 
 
Conhecida como par condictio creditorum, a preferência entre credores é consequência direta do princípio de igualdade e de não discriminação arbitrária dos credores, especialmente quando o patrimônio do devedor, ou os bens deste sobre os quais se tem de produzir a cobrança dos créditos, resultam insuficientes para satisfazer aos credores, surgem problemas, cuja formulação nos leva quase naturalmente aos privilégios, favorecendo os credores que possuem créditos mais qualificados (reais, preferenciais, etc) ou com proteção especial (trabalhistas, tributários, etc). 
 
6. Execução de Devedor Solvente
A rigor, não há necessidade da par condictio creditorum, salvo quando a penhora judicial recair em imóvel objeto de garantia, pois o credor real tem preferência em relação aos demais credores (comuns), salvo em relação aos credores trabalhistas, acidentários (indenizações decorrentes de acidentes de trabalho) e tributários – que são privilegiados. 
Assim, o credor real não poderá fazer oposição ao crédito da Fazenda (tributário), conforme Art. 184 CTN). 
 
7. Execução de Devedor Insolvente
Em caso de insolvência (empresarial ou civil) do sujeito passivo (contribuinte ou responsável), até o crédito tributário sofre restrições: 
 
 
INSOLVÊNCIA EMPRESARIAL ABSOLUTA(FALÊNCIA) 
 
Inicialmente são pagos os créditos da massa falida, chamados de extraconcursais, bem como as restituições devidas. Em seguida, serão pagos os créditos trabalhistas, limitados a 150 salários mínimos para cada credor - atualmente no valor de os para cada credor - atualmente no valor de R$ 140.550,00 (salário mínimo R$ 937,00 - 2017) - e decorrentes de acidentes de trabalho (sem limitação). Depois os credores reais (até o limite do valor do bem gravado), para em seguida pagar ao fisco (LC nº 118/2005 e Lei 11.101/2005, Art. 83). 
 
 
INSOLVÊNCIA CIVIL (CONCURSO DE CREDORES) 
 
Na insolvência civil (devedor não empresário), também são pagos inicialmente os créditos extraconcursais, seguidos dos créditos trabalhistas e acidentá- rios (ambos sem limitação). 
 
Os créditos tributários têm prioridade em relação aos credores reais. 
 
Os tributos gerados após a decretação da insolvência (civil ou empresarial) são considerados extraconcursais (são pagos antes de qualquer crédito). 
 
Existe, ainda, preferência entre as entidades tributantes: 
1º lugar: União e suas autarquias; 
2º lugar: Estados e Distrito Federal e suas autarquias, pro rata; 
3º lugar: Municípios e suas autarquias, pro rata.

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