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A Microcirculação e o Sistema Linfático – Cap.16 Guyton Funções da Microcirculação -Transporte de nutrientes para os tecidos como oxigênio, glicose, AAs, ác.graxos; -Remoção dos produtos de excreção celular como dióxido de carbono, nitrogênio; -Possui 10 bilhões de capilares com superfície estimada entre 500m² e 700m²; -Controle do fluxo sanguíneo para cada tecido na microcirculação é feito pelas arteríolas, as quais são controladas pelas condições locais do próprio tecido. Estrutura da microcirculação -Lado arterial: sangue é trazido pelas arteríolas (muito musculares) a microcirculação => arteríolas originam capilares => metarteríolas (camada muscular intermitente, anéis de m. liso não continua) também originam capilares => esfíncter pré-capilar => sangue recolhido nas vênulas (camada muscular mais fraca, mas são maiores que as arteríolas e tem menor pressão) => Lado venoso. Estrutura da parede capilar (fina camada de endotélio - células endoteliais) -Fenda intercelular: entre uma célula endotelial e outras se encontram como espaços/fenda/poros onde ocorre o extravasamento do plasma (exceto as PTNs plasmáticas) entre capilar e tecido -Cavéolas: invaginações ou vesículas plasmáticas originadas da interação entre a proteína caveolina e o colesterol. São associadas ao processo pinocitose e transcitose. Capilares com características especiais: •Cérebro: células endoteliais unidas por junções oclusivas, baixa permeabilidade. •Fígado: fendas muito abertas, altíssima permeabilidade com passagem de PTN. •Rins: presença de fenestrações, alta permeabilidade nos capilares renais para filtração do sangue. Fluxo sanguíneo pelos capilares -Intermitente: pulsátil, não flui de modo contínuo devido a vasomotilidade, que interrompe a cada poucos segundos devido a contração e relaxamento das arteríolas e metarteríolas. -Controle da vasomotilidade: é feito pelo nível de oxigênio no próprio tecido, alta concentração gera vasoconstrição das arteríolas e baixa concentração vasodilatação. Trocas entre o sangue e o líquido intersticial: difusão pela membrana capilar. •Subst. Lipossolúveis: atravessam normalmente o endotélio •Subst. Hidrossolúveis: íons e nutrientes passam pelas fenda de acordo com o gradiente de concentração •Gradiente de concentração: maior concentração de CO2 no capilar faz como que ele seja extravasado para o capilar sanguíneo na extremidade venosa e maior concentração de O2 no sangue arterial faz com que ele seja difundido para o capilar. O interstício e o líquido intersticial -Constituição do líquido: a mesma do plasma exceto pelas PTN plasmáticas; -Constituição do interstício: filamentos de proteoglicanos (roxinhos) e feixes de fibras colágenas; -O líquido forma um gel tecidual (99%): combinação dos filamentos de proteoglicanos com líquido retido entre eles. -Porções de liquido livre: correntes e vesículas menos de 1%. Edema ocorre aqui, o aumento dessa parte livre. 4 forças que determinam o movimento de líquido da membrana capilar (Forças de Starling) OBS1.: A pressão na entrada do leito capilar arterial é de 30mmHg(PHc) -Pressão hidrostática do capilar (PHc): pressão que o sangue exerce nesse capilar de modo a favorecer a filtração. 30mmHg -Pressão coloidosmótica do plasma (POsp): pressão feita pelas PTN plasmáticas de modo a favorece a reabsorção. 28mmHg -Pressão hidrostática do líquido intersticial (PHLi): exerce pressão contra a parede do capilar de modo a favorecer a reabsorção, se for positiva, coloca líquido de volta no vaso como em tecidos cerebrais e renais que são envolvidos por uma capa rígida. Mas usualmente ela é -3mmHg desfavorecendo a reabsorção, puxando líquido para fora. -Pressão coloidosmótica do líquido intersticial (POsLi): as PTN que escapolem e pressiona para baixo de modo a favorecer a filtração. 8mmHg -Pressão Efetiva Filtrada (PEF): PEF = PHc + POsLi – PHLi – POsp OBS2.: A pressão na saída do leito venoso é de 10mmHg (PHc) Pressão hidrostática do líquido intersticial (PHLi) -Costuma ser abaixo da pressão atmosférica, isto é, apresenta uma pressão negativa de -3mmHg. -O sistema linfático remove o excesso de líquido dos espaços teciduais e a contração dos vasos linfáticos é responsável pela pequena pressão negativa do líquido intersticial. Pressão osmótica do plasma (POsp) -Normal é 28mmHg -19mmHg são devido as PTN plasmáticas -9mmHg é devido aos cátions sódio, potássio e outros mantidos no plasma pelas proteínas – Efeito Donnan; Pressão osmótica do liquido intersticial (POsLi) -Bem menor em relação ao plasma pois as PTN plasmáticas estão em concentrações muito baixas, pelo tamanho reduzido dos poros elas não conseguem passar. -8mmHg Pressão Efetiva Filtrada no lado arterial: 13mmHg Pressão Efetiva de reabsorção no lado venoso: 7mmHg Conclusões: se esse cálculo for seguido à risca teríamos nosso volume sanguíneo reduzido a 2,5L, o que seria incompatível com a vida. Logo, esse cálculo deve levar em consideração o fato dos capilares venosos serem mais números e mais permeáveis que os arteriais. Assim, 90% do líquido filtrado são reabsorvidos e os 10% de excesso de filtração efetiva retornam para circulação pelos vasos linfáticos. Sistema linfático -Via acessória de retorno do líquido intersticial para o sangue de 2/3L por dia -Parte inferior = ducto torácico / jugular esquerda com a subclávia. Lado direito da cabeça e pescoço, braço direito e partes do hemitórax direito = ducto linfático direito (muito menor que o ducto torácico), que se escoa no sistema venoso, na junção da subclávia com a jugular interna direita. -Função de transporte de PTNs e partículas que não conseguem retornar na reabsorção capilar -Participa da absorção de nutrientes do trato gastrointestinal, principalmente lipídeos (ác.graxos). Permeabilidade dos capilares linfáticos terminais -É como eles retiram os 10% em excesso -Características da circulação linfática: ela é fechada, começa no tecido como um saco sem fundo, como se brotassem do tecido. -Células endoteliais são pressas por filamentos de ancoragem (garantem a não abertura reversa) ao tecido conjuntivo -Uma sobreposição das células endoteliais forma pequenas válvulas. A pressão do líquido intersticial empurra a válvulas para dentro do capilar linfático, o qual passa a ser chamado de linfa. A bomba linfática e o fluxo da linfa -O liquido que entrou pelas válvulas se acumulam nos capilares e vai sendo coletado pelos vasos linfáticos coletores que tem parede muscular. -Os vasos linfáticos terminais se contraem em resposta ao estiramento (musculatura lisa estirada gera contração reflexa), e gera a contração dos músculos esqueléticos circundantes. Isso tudo aliado à pulsação de artérias adjacentes aos vasos linfáticos e a compressão externa dos tecidos propulsionam a linfa (drenagem linfática) Fatores que aumentam a pressão do líquido intersticial e consequentemente o fluxo linfático -Pressão hidrostática capilar elevada -> filtra mais -> aumenta a pressão do liquido intersticial. -Pressão coloidosmótica diminuída do plasma -> ex. problema no fígado reduz a qte de albumina -> não há tanta reabsorção do liq. intersticial -> aumenta volume, aumenta pressão -Pressão coloidosmótica aumentada do liquido intersticial -> excesso de PTN plasmáticas -> aumenta o fluxo da linfa -Permeabilidade aumentada dos capilares -> extravasa mais plasma -Platô: Velocidade máxima do fluxo linfático. Com uma pressão acima de 2 mmHg o fluxo linfático estabiliza (platô) devido uma compressão dos vasos linfáticos maiores. Equilíbrio entre o aumento na quantidade de liquido e a compressão dos vasos linfáticos.
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