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ERROS INATOS NO METABOLISMO

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1 Fisiologia Luana Maynard- Medicina 3º semestre// Ligya Castro 
ERROS INATOS NO METABOLISMO 
Os erros inatos do metabolismo apresentam 
alto potencial de gravidade, sendo 
individualmente doenças raras, porém não 
incomuns. 
O pediatra tem que ter o mínimo de 
conhecimento a respeito, pois o atraso no 
diagnostico está associado a lesões 
neurológicas progressivas e risco de óbito. 
As manifestações clinicas estão associadas a 
distúrbios genéticos que implicam na falta ou 
excesso de determinada substancia. De 
modo geral as EIM estão associadas a 
distúrbios de enzimas que podem estar 
ausentes ou em diminuídas em quantidade/ 
função. Além disso pode ter disfunções em 
receptores transportadores de proteínas ou 
fatores reguladores de genes. 
Os EIM podem ser divididos em dois grandes 
grupos associados a distúrbios de grandes ou 
pequenas moléculas. O primeiro são 
representados pelo acumulo de substrato no 
interior de organelas celulares- doenças de 
depósitos. 
EIM associadas as alterações em pequenas 
moléculas geralmente apresentam situações 
agudas que descompensam de modo súbito 
seja logo nos primeiros dias de vida, ou 
posteriormente ao estresse metabólico, como 
infeções ou cirurgia, mudança radical de 
dieta. Estes distúrbios estão relacionados a 
alteração no metabolismo intermediário que 
são representados por aminoacidopatias, 
distúrbios do ciclo da ureia, oxidação de 
ácidos graxos e dos orgânicos, além de 
alteração na produção de energia como 
distúrbios de fosforilação oxidativa. 
Aminoacidopatias 
Estão relacionadas a distúrbios nas vias 
metabólicas dos aminoácidos. Existem 20 
aminoácidos, e nove desses são 
denominados essenciais, por serem passíveis 
de síntese in vivo. Os aminoácidos são 
fundamentais para síntese de hormônios e de 
várias enzimas associadas à produção da 
acetil-CoA e da gliconeogênese. 
O quadro clínico nesses casos está 
associado ao acúmulo de produtos que, por 
não serem eliminados ou metabolizados, 
acabam funcionando como tóxicos. Estão 
incluídos aqui, entre outros, a fenilcetonúria, 
que apresenta evolução mais crônica, com 
atraso do desenvolvimento, e a leucinose, 
que pode se manifestar já no período 
neonatal, com depressão de consciência e 
crises epilépticas, e pode evoluir para óbito. 
A confirmação do diagnóstico geralmente é 
efetuada pela cromatografia de 
aminoácidos plasmáticos, e em apenas raras 
exceções é importante efetuar a pesquisa 
também na urina 
Acidemias orgânicas 
Caracterizam-se pelo acúmulo de ácidos 
orgânicos, que são excretados em 
quantidades anormais na urina. Vários EIM 
podem ser identificados pelo acúmulo de 
organoácidos urinários, entre eles 
algumas aminoacidopatias como a 
leucinose, alguns distúrbios da oxidação dos 
ácidos graxos, mitocondriopatias e da 
cetogênese. O diagnóstico pode ser 
realizado inicialmente pela avaliação dos 
ácidos orgânicos urinários ou pelo perfil de 
acilcarnitinas plasmáticas. 
Os pacientes podem apresentar 
manifestação de caráter mais crônico, com 
atraso do desenvolvimento ou lenta 
regressão, porém também pode ocorrer 
descompensação súbita, com diminuição da 
aceitação alimentar, depressão da 
consciência, vômitos e até crises epilépticas. 
Distúrbios do Ciclo da Ureia 
Os distúrbios do ciclo da ureia compreendem 
as alterações na via responsável pela 
transformação do nitrogênio proteico em 
ureia, que é excretada pela. Os 
pacientes podem apresentar 
descompensação já no período neonatal, 
com depressão da consciência, hipertensão 
intracraniana, hiperamonemia, alcalose 
respiratória, e pode ocorrer ainda 
insuficiência hepática. 
O diagnóstico pode ser 
investigado inicialmente por meio da 
 
2 Fisiologia Luana Maynard- Medicina 3º semestre// Ligya Castro 
cromatografia de aminoácidos no plasma e 
dosagem do ácido orótico urinário 
Distúrbios do metabolismo dos carboidratos 
Nesse grupo, estão incluídas as deficiências 
enzimáticas participantes das vias do 
metabolismo do glicogênio, da galactose e 
da frutose. Esses pacientes podem apresentar 
alterações musculares, cardíacas, hepáticas 
e sintomas decorrentes de hipoglicemia, 
como depressão de consciência e crises 
epilépticas. 
Além de hipoglicemia e cetose, esses 
pacientes podem apresentar acidose 
metabólica, presença de substâncias 
redutoras e alterações sugestivas de 
disfunção hepática. 
A confirmação do diagnóstico pode ser 
efetuada por estudo da atividade enzimática 
em cultura de fibroblastos de pele, fígado, 
leucócitos ou hemácias. Hoje em dia, na 
prática essa confirmação tem sido efetuada 
pelo sequenciamento do exoma. 
Distúrbios da betaoxidação (oxidação de ácidos 
graxos) 
Os pacientes desse grupo costumam 
apresentar hipoglicemia sem cetose, 
podendo também ocorrer comprometimento 
hepático, e geralmente os sintomas 
manifestam-se após períodos de jejum ou 
diminuição da ingestão de alimentos. 
O diagnóstico pode ser efetuado pelo estudo 
das acilcarnitinas e pela avaliação da 
atividade enzimática em cultura de 
fibroblastos, ou por meio de estudo molecular 
para pesquisa de mutação em DNA. Como 
nos outros erros inatos, a confirmação 
diagnóstica tem sido efetuada pelo 
sequenciamento do exoma. 
Mitocondriopatias 
No interior das mitocôndrias ocorre a 
produção efetiva da energia celular e vários 
substratos, como ácidos orgânicos, 
aminoácidos e ácidos graxos são 
metabolizados para acetil-CoA, o qual, 
reagindo com oxaloacetato, determina a 
formação do ácido cítrico, que é 
componente do ciclo de Krebs. Quando há 
um funcionamento inadequado das 
mitocôndrias, ocorre a produção insuficiente 
de ATP. 
As mitocondriopatias podem determinar 
manifestações simultaneamente em vários 
sistemas do corpo humano, como coração, 
fígado, músculos, cérebro e rins, ou apenas o 
músculo. Uma das pistas que podem sugerir 
uma mitocondriopatia é o acometimento 
simultâneo de vários sistemas no mesmo 
paciente. 
O diagnóstico pode ser suspeitado diante da 
presença de acidose metabólica, acidemia 
láctica, hipoglicemia com cetose e disfunção 
hepática. O estudo do ácido láctico pode ser 
efetuado também no líquido 
cefalorraquidiano ou por meio da 
espectroscopia durante a ressonância 
magnética cerebral. Até há alguns anos a 
confirmação diagnóstica envolvia a pesquisa 
de atividade enzimática em cultura de 
fibroblastos ou testes em DNA. Atualmente, o 
diagnóstico definitivo é realizado pelo exame 
do sequenciamento do exoma. 
Grupo I – Erros Inatos do Metabolismo que 
Provocam “Intoxicação” 
O grupo I compreende aqueles que 
determinam distúrbios do metabolismo 
intermediário e pelo bloqueio em 
determinado ponto da via metabólica ocorre 
o acúmulo de compostos proximais ao 
bloqueio metabólico. Como exemplos, 
podem-se citar a fenilcetonúria, em que 
ocorre um acúmulo excessivo de fenilalanina, 
a galactosemia e o consequente excesso de 
galactose, ou a doença do xarope de bordo 
(leucinose), que é acompanhada de 
intoxicação pelos aminoácidos de cadeia 
ramificada, leucina, valina e isoleucina. 
De modo geral, os pacientes que apresentam 
EIM incluídos nesse grupo apresentam 
descompensação clínica aguda, podendo 
ocorrer vômitos, depressão da consciência, 
crises epilépticas, insuficiência hepática, 
entre outros, geralmente associados a uma 
situação de estresse metabólico. Em outras 
situações, os sintomas surgem de modo mais 
crônico e o paciente apresenta atraso no 
 
3 Fisiologia Luana Maynard- Medicina 3º semestre// Ligya Castro 
desenvolvimento, dificuldade alimentar, 
alterações oculares ou cardíacas. 
A maioria dos EIM incluídos nesse grupo é 
passível de tratamento, que durante a fase 
aguda implica a remoção dos produtos 
tóxicos, seja por meio de procedimentos 
emergenciais com diálises ou por meio de 
substâncias que ajudem na excreção da 
substância acumulada como L-carnitina,fenilbutirato, benzoato de sódio, ou ainda por 
meio de vitaminas e/ou cofatores que 
possam potencializar o funcionamento 
parcialmente deficiente de determinada 
enzima diante de pacientes com acidemia 
metilmalônica ou da biotina em portadores 
de acidemia propiônica, como no caso da 
vitamina B12. Durante o acompanhamento 
desses pacientes ainda é fundamental que 
sejam repostos os produtos deficientes, 
resultantes do bloqueio metabólico, como 
em alguns distúrbios do ciclo da ureia, em que 
pode ser necessária a administração de 
citrulina ou arginina 
Grupo II – Erros Inatos do Metabolismo que 
Alteram a Produção de Energia 
Os EIM que prejudicam os processos de 
produção energética no citoplasma celular 
são aqueles que afetam a glicólise, a 
gliconeogênese, a glicogenólise, além dos 
que influenciam as vias da pentose e da 
creatina fosfato. Também estão incluídos 
nesse grupo os EIM que determinam 
alterações na produção de energia 
intramitocondrial, como aqueles que alteram 
a fosforilação oxidativa, ciclo de Krebs, 
distúrbios da oxidação do piruvato, da 
cetogênese e da oxidação dos ácidos graxos 
Salienta-se que os EIM desse grupo, como os 
defeitos do ciclo das pentoses e algumas 
mitocondriopatias, podem influenciar a 
produção de energia mesmo no período 
antenatal, o que implica a presença de 
dismorfias e outras malformações. 
Grupo III – Erros Inatos do Metabolismo que 
Envolvem Moléculas Complexas 
Estão incluídos os EIM que afetam as 
organelas celulares, como os distúrbios da 
glicosilação, da síntese do colesterol e as 
peroxissomopatias. Os pacientes desse grupo 
tendem a apresentar sintomas que podem se 
acentuar com o passar do tempo, como 
fácies grosseira, dismorfias ou visceromegalias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 Fisiologia Luana Maynard- Medicina 3º semestre// Ligya Castro

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