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Seminário Direito Civil Professora Samanta

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SUMÁRIO
1. 	INTRODUÇÃO ..............................................................................................................1 2.	ESTATUTO DO ÍNDIO..................................................................................................2
2.1 	OS POVOS INDÍGENAS NO BRASIL E A CHEGADA DOS PORTUGUESES…..…...........3
2.2 DIREITO ORIGINÁRIO SOBRE AS TERRAS..............................................................4
2.3 	DEMARCAÇÃO DE TERRAS………………................................................................6
3. 	INCAPACIDADE CIVIL DOS ÍNDIOS ....................................................................10
3.1 	FUNAI (FUNDAÇÃO NACIONAL DOS ÍNDIOS) .....................................................10
3.2 	PRÉ REQUISITOS PARA CAPACIDADE ...................................................................11
4. 	CONCLUSÃO ...............................................................................................................14
5. 	REFERÊNCIAS ...........................................................................................................15
Referências Bibliográficas 
· Direito Civil Brasileiro 1 Parte Geral - Carlos Roberto Gonçalves
· Temas de Direitos Humanos - Flávia Piovesan
· Direitos Humanos: Curso Elementar – Sidney Guerra
Artigos Científicos
Direitos Indígenas e Direitos Humanos: Notas sobre o direito a consulta, participação e consentimento dos povos indígenas – Autor: Luciano Moura Maciel.
Direitos Indígenas no Brasil: Desafios frente à mora executivo para demarcar as terras habitadas tradicionalmente por índios. – Autor: Jessica Lorrane Barros Matos
Componentes do Grupo: Felipe Barbosa, Amado P. de Moraes Filho, Matheus Filipe e Wilson da Silva
Introdução
O presente trabalho se dedica a abordagem do tema “Estatuto do Índio e a incapacidade”.
O trabalho foi baseado na leitura e pesquisa de livros e artigos científicos, obras de autores do direito civil ligados aos direitos humanos e causa indigenista no Brasil, a pesquisa aprofundou-se no entendimento sobre a FUNAI (Fundação Nacional do Índio) como órgão protetor do Índio, no desenvolvimento sustentável das populações indígenas, e com o princípio da capacidade nas aldeias e pré requisitos para se tornar uma pessoa responsável na ordem jurídica. 
Foram dedicadas horas de estudos para produzir esse texto base de um Seminário Coletivo para Universidade São Francisco (USF) com o auxílio da professora de Direito Civil, mestre em Direitos Humanos Fundamentais e especialista em Direito Notarial e Registral Samantha Khoury Crepaldi Dufner. Com um enorme prazer os convido para essa didática para os proporcionar um conhecimento de um assunto extensivo.
2. ESTATUTO DO ÍNDIO
Entrou em vigor em 1973 por força da lei nº 6001, e visa regular a relação do Estado e do restante da sociedade para com os índios.
Os indígenas passaram a ser protegidos por essa lei específica que regula a situação jurídica dos índios e das comunidades indígenas, com o propósito de preservar a sua cultura e integrá-los, progressiva e harmoniosamente, à comunhão nacional.
2.1 OS POVOS INDÍGENAS NO BRASIL E A CHEGADA DOS PORTUGUESES
· Os povos indígenas já vivam no Brasil muito antes da chegada dos portugueses em 1500, naquela época a população indígena no Brasil era estimada em 10 milhões, os povos indígenas estavam divididos em diversas tribos, cada povo possuía sua própria cultura, religião e costumes.
Viviam basicamente da caça, pesca e agricultura, tinham contato e respeito total pela natureza, pois dependiam dela para a sobrevivência. Os rios, árvores, animais, ervas e plantas eram de extrema importância e até cultuados por diversas tribos.
A figura do cacique representava o chefe político e administrativo da tribo. Já o pajé era o responsável pela transmissão da cultura e dos conhecimentos, além de organizar rituais religiosos e de cura, por meio da natureza, com o uso de ervas e plantas medicinais.
Podemos concluir que o contato dos povos indígenas brasileiros com os portugueses foi extremamente prejudicial para os índios, que desde o início foram tratados como inferiores pelos europeus. A história relata que os índios foram enganados, explorados, escravizados e, em muitos casos, massacrados pelos portugueses. ao longo dos anos, com a ocupação dos portugueses, os índios perderam suas terras e em muitos casos foram forçados a abandonar sua cultura, religião e crenças em favor da europeia. 
Embora muitas nações indígenas tenham enfrentado os portugueses por meio de guerras, elas ficaram desfavorecidas, pois não possuíam armas de fogo como os portugueses.
2.2 DIREITO ORIGINÁRIO SOBRE AS TERRAS
Segundo dados do Censo Demográfico realizado pelo IBGE em 2010 a quantidade de índios o Brasil não chega a 900 mil . De acordo com a pesquisa, o número é de 896,9 mil índios em 305 etnias e já não são encontrados em grande parte do território nacional.
Os índios são ocupantes originais do territórios brasileiro, portanto as terras ocupadas por populações indígenas formam uma constituição de direito, um conjunto de normas e princípios de direitos fundamentais com a finalidade de garantir o mínimo para a sobrevivência desses povos.
É necessário que o Estado resguarde o direito dos povos indígenas sobre as terras que em eles habitam, independente de ser bem da União, garantindo ¨ as atividades produtivas, a preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições”, direito este garantido no §1o do Art. 231 da Constituição Federal.
Em decisão do Ministério Público Federal da 3ª Região em 2007 interpôs Agravo de Instrumento contra decisão sobre ação de reintegração de posse que violava o direito originário sobre as terras tradicionalmente ocupadas por índios da etnia Terena. Este recurso foi provido, e dispôs que:
 
[...] Na contraposição entre os valores envolvidos, como o interesse de grupos indígenas e o patrimônio particular de fazendeiros, deve prevalecer o primeiro, que envolve o coletivo. Não se pode olvidar que o direito à vida deve se sobrepor ao direito de propriedade. Cabe lembrar que o relacionamento dos índios com a terra não representa a mera exploração econômica. No caso, quase duas centenas de indígenas dependem do cultivo da terra que legitimamente lhe pertence para subsistência dos próprios membros e proteção aos seus costumes e tradições. (TRF-3 - AG: 17161 MS 2003.03.00.017161-9, Relator: JUIZ ERIK GRAMSTRUP, Data de Julgamento: 30/08/2004, Data de Publicação: DJU DATA:18/09/2007 p. 323)
 
As terras indígenas tem um significado diferente, não são apenas propriedades individuais que podem ser organizadas em qualquer lugar, este território abrange muito mais que apenas terras, mas também águas, mares, rios e todo e qualquer recurso que utilizam tradicionalmente. O meio ambiente em que vivem são as bases para a existência e continuidade de povos tradicionais habitantes desses territórios, isso faz com que não sejam extintos a cultura, costumes, língua, religiosidade e alimentos para a sobrevivência desses povos (VILLARES, 2009, p. 113).
 Sobre os recursos tradicionais que se constituem para a sobrevivência desses povos, foi institucionalizado vedação à remoção de grupos indígenas de suas terras, a remoção poderá ser aplicada somente se autorizado pelo Congresso Nacional:
- Em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco a população, ou no interesse da soberania do País, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco, de acordo como Artigo 231, § 5a da Constituição Federal.
 
Sobre o direito originário dos índios e a posse de terras por não índios:
A garantia da posse das terras ocupadas pelos índios é assegurada desde a Constituição de 1934, valendo tornar relevante que a ordem constitucional vigente estabelece que são nulos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras indígenas (CF, art. 231, § 6o). Daí ter oato de demarcação administrativa índole meramente declaratória.
Noutras palavras, os direitos dos índios sobre as terras que ocupam são, conforme entendimento jurisprudencial sedimentado, constitucionalmente reconhecidos e não simplesmente outorgados, “com o que o ato de demarcação se orna de natureza declaratória, e não propriamente constitutiva. Ato declaratório de uma situação jurídica ativa preexistente. Essa a razão de a Carta Magna havê-los chamado de”originários”, a traduzir um direito mais antigo do que qualquer outro, de maneira a preponderar sobre pretensos direitos adquiridos, mesmo os materializados em escrituras públicas ou títulos de legitimação de posse em favor de não-índios. Atos, estes, que a própria Constituição declarou como”nulos e extintos”(§ 6o do art. 231 da CF)” (STF, Pet 3388/RR, Rel. Min. Carlos Brito, DJe 25/092009; RTJ 212, pp. 49)
 
O Estado tem o dever de garantir como direito fundamental a demarcação de terras originárias dos índios, não somente isto, mas também têm o dever de garantir a todos, índios e não índios os preceitos do Artigo 6o da Constituição Federal, no que diz respeito aos direitos sociais, neste caso a educação, saúde, alimentação, trabalho, segurança e proteção à criança, porém não é o que acontece.
O primeiro fator é o não reconhecimento de terras originais em que habitam, e quando demarcadas não são respeitados seus espaços naturais, imprescindíveis à sua sobrevivência, este é um dos grandes assoladores de extinção de indígenas e de discussões entre o Governo e Representantes Indígenas, no que refere à demarcação em terras originárias.
2.3 DEMARCAÇÃO DE TERRAS
As demarcações de terras indígenas são terras que com o apoio da União ficam à disposição dos índios. A constituição federal prevê a demarcação de terras, e como competência destinada à União em seu artigo de número 231: “São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários à terra que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.”
Sempre foi competência da FUNAI, à partir de sua existência, e do Serviço de Proteção do Índio, este último já extinto, fazer o trabalho de manutenção de demarcação de terras e fazer um estudo antropológico sobre quais outras terras poderiam ser demarcadas, que são ratificadas por decreto por parte do presidente da República, chamado “ato demarcatório”, isso de acordo com o decreto de n°76.999/76. Aliás, foi durante o período do Regime militar que entrou em vigor o já referido Estatuto do Índio, por força da lei n°6001/73; O caput do art.26 expressa: “A União poderá estabelecer, em qualquer parte do território nacional, áreas destinadas a posse e ocupação dos índios, onde possam viver e obter meios de subsistência, com direito ao usufruto e utilização das riquezas naturais e dos bens nelas existentes, respeitadas as restrições legais”.
Além do decreto de n° 76.999/76, durante o regime militar teve ainda mais um decreto expressivo, sendo este o decreto n° 88.118/93, que ratificou, que além de uma equipe técnica da FUNAI, o processo também passava por muitos grupos estaduais e federais, incluindo ministérios, passando pela mão dos ministros do Interior e Extraordinários para fundiários. Depois de findado o regime militar, observamos ainda o decreto de n° 94.945/87, que continua avançando com os procedimentos do decreto anterior, e acrescentou apenas a regulação das terras em meio à fronteira que se localizassem.
 É importante salientar também de maneira mais precisa o histórico construído pós-promulgação da constituição de 1988. No ano de 1996, foi estabelecido o decreto de n°1775 que dita o ritmo e o procedimento de demarcações, prevendo, por exemplo, um antropólogo qualificado para execução do trabalho (Art. 2°); Demarcação homologada mediante decreto (Art. 5°), entre outras medidas. Outrossim, este decreto reitera a competência da União (Governo Federal) em demarcar terras, por esta ser a dona legítima do território.
PROPOSTA DO GOVERNO SOBRE TERRAS INDÍGENAS
Em dezembro de 2016, o governo federal entregou ao Ministério da Justiça a "Proposta de Regulamentação da Demarcação de Terras Indígenas” que, se aprovada, altera radicalmente o processo de reconhecimento das terras tradicionais, além de paralisar por volta de 280 processos de demarcação que já estão em andamento. 
A maior discussão gira em torno do decreto que muda o processo de desocupação de áreas onde haja presença de não-índios. Pelas regras atuais, o governo propõe indenizações financeiras a donos de propriedades rurais, quando estes estão dentro de áreas que são reconhecidamente terras indígenas. O que o novo decreto prevê é que, agora, os índios sejam indenizados e não voltem mais para as terras. 
O governo não levou em consideração ou dialogou com a Funai e os povos indígenas afetados para o desenvolvimento da proposta. Por isso, organizações da sociedade civil divulgaram uma nota de repúdio, pois acreditam que o texto contraria a legislação vigente, a jurisprudência e impossibilita a resolução dos conflitos atuais.
Apesar da atuação da Funai, um relatório divulgado pela ONU apontou que a situação dos indígenas no Brasil é a mais
grave desde 1988, sendo o principal problema os assassinatos derivados de represálias em contextos de reocupação de terras.
2.4 DEMARCAÇÃO JUDICIAL
O poder judiciário também pode exercer um papel importante na demarcação de terras, pois graças à alguns princípios processuais, como o exposto no inciso XXXV do art.5° de nossa constituição e ainda nos incisos LIV e LV do mesmo artigo, eles podem gozar de respaldo jurídico à aqueles que quiserem recorrer a alguma decisão. No caso das demarcações de terras indígenas, pode ocorrer que seja demarcada uma terra que abranja a propriedade de latifundiário, á nível de exemplo, e ele pode recorrer aos tribunais neste caso, pois o inciso LIV do Art.5° expressa: “ninguém será privado de liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”. No que tange à demarcação, só é possível recorrer ao judiciário depois de já consolidada a demarcação, quando já concluído todos os ditames do decreto n°1775/96, inclusive o decreto presidencial de homologação. Luiz Fernando Villares em sua obra Direito e povos indígenas de 2009, diz claramente: “antes que a demarcação tenha sido definitivamente homologada, não há como recorrer a qualquer das ações petitórias ou declaratórias de nulidade”. Recorrência em tribunal só depois do processo demarcatório todo ele consolidado.
Também é vedada a possibilidade de interditos possessórios na demarcação de terras indígenas, com base no inciso 2 do Art.19 da lei n/6001/73 (Estatuto do índio).
O ÍNDIO NO BRASIL DE HOJE
Um estudo realizado desde 2010 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e divulgado no ano 2016 apontou que há menos de 900 mil índios no Brasil, que se dividem entre 305 etnias e falam ao menos 274 línguas e dialetos. Esses dados fazem do Brasil um dos países com maior diversidade sociocultural do planeta. Os povos indígenas estão sob a responsabilidade da Fundação Nacional do Índio, a FUNAI.
INCAPACIDADE CIVIL DO ÍNDIO
4.1 FUNAI (FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO)
A Lei nº 5.371, de 5 de dezembro de 1967 criou o órgão indigenista oficial do Estado brasileiro, A FUNAI - Fundação Nacional do Índio. O órgão é responsável pelo índio no Brasil e pela coordenação da política indigenista nacional, sendo a sua principal executora e tem como sua missão institucional, proteger e promover os direitos dos povos indígenas no Brasil. 
Cabe à FUNAI exercer a tutela do índio no Brasil, além de ser responsável pela manutenção da cultura indígena e de promover estudos de identificação e delimitação, demarcação, regularização fundiária e registro das terras tradicionalmente ocupadas pelos povos indígenas, além de monitorar e fiscalizar as terras indígenas. A FUNAI também coordena e implementa as políticas de proteção aos povos isolados e recém-contatados.
É, ainda,seu papel promover políticas voltadas ao desenvolvimento sustentável das populações indígenas. Nesse campo, a FUNAI promove ações de etnodesenvolvimento, conservação e a recuperação do meio ambiente nas terras indígenas, além de atuar no controle e mitigação de possíveis impactos ambientais decorrentes de interferências externas às terras indígenas.
Compete também ao órgão a estabelecer a articulação interinstitucional voltada à garantia do acesso diferenciado aos direitos sociais e de cidadania aos povos indígenas, por meio do monitoramento das políticas voltadas à seguridade social e educação escolar indígena, bem como promover o fomento e apoio aos processos educativos comunitários tradicionais e de participação e controle social.
A atuação da Funai está orientada por diversos princípios, dentre os quais se destaca o reconhecimento da organização social, costumes, línguas, crenças e tradições dos povos indígenas, buscando o alcance da plena autonomia e autodeterminação dos povos indígenas no Brasil, contribuindo para a consolidação do Estado democrático e pluriétnico.
3.2 PRÉ REQUISITOS PARA CAPACITAÇÃO
Capacidade de direito é o conceito que se confunde com o de personalidade e significa que toda a pessoa natural também é sujeito de direito de deveres e tem personalidade civil e capacidade de direito, ou seja, capacidade é a aptidão para ser sujeito de direitos e deveres.
Quem tem capacidade de direito e de fato, tem a capacidade plena para poder exercer sozinho os seus direitos em uma relação jurídica.
No caso do índio, no Brasil a sua capacidade de direito é limitada, chamada de Incapacidade, esta limitação é a restrição legal para exercer atos e negócios jurídicos e para tal determina que outra pessoa o represente ou assiste para sua proteção e neste caso que exerce este papel é a FUNAI.
Quanto a gradação dessa capacidade do índio o Art. 4º do Estatuto do Índio, Lei 6001/73 discrimina 3 graus de capacidade, sendo, Isolados, Em vias de integração e integrados.
Art 4º Os índios são considerados:
I - Isolados - Quando vivem em grupos desconhecidos ou de que se possuem poucos e vagos informes através de contatos eventuais com elementos da comunhão nacional;
 II - Em vias de integração - Quando, em contato intermitente ou permanente com grupos estranhos, conservam menor ou maior parte das condições de sua vida nativa, mas aceitam algumas práticas e modos de existência comuns aos demais setores da comunhão nacional, da qual vão necessitando cada vez mais para o próprio sustento;
 III - Integrados - Quando incorporados à comunhão nacional e reconhecidos no pleno exercício dos direitos civis, ainda que conservem usos, costumes e tradições característicos da sua cultura
Os índios e as comunidades indígenas considerados “isolados” ou “em vias de integração ficam sujeitos ao regime tutelar de responsabilidade da FUNAI, já os índios integrados, aqueles que fazem parte da civilização brasileira não estão sujeitos ao regime tutelar estabelecido nesta lei, porém os índios e as comunidades não integradas, também podem requerer ao Juiz competente segundo o E.I. art. 9º, I, II, III, IV , investindo-se na plenitude da capacidade civil, desde que preencha os requisitos estabelecidos, que são: “idade mínima de 21 anos”, “conhecimento da língua portuguesa”, “habilitação para o exercício de atividade útil” e “razoável compreensão dos usos e costumes da comunhão nacional”. O órgão de assistência poderá também reconhecer ao índio, “mediante declaração formal, a condição de integrado, cessando toda restrição à capacidade, desde que, homologado judicialmente o ato, seja inscrito no registro civil como prevê o Art. 9 em sua Parágrafo único. O Juiz decidirá após instrução sumária, ouvidos o órgão de assistência ao índio e o Ministério Público, transcrita a sentença concessiva no registro civil. O Art. 11º do Estatuto do índio abre espaço para que as comunidades indígenas e seus membros conquistem a sua emancipação do regime tutelar.
Art. 11. Mediante decreto do Presidente da República, poderá ser declarada a emancipação da comunidade indígena e de seus membros, quanto ao regime tutelar estabelecido em lei, desde que requerida pela maioria dos membros do grupo e comprovada, em inquérito realizado pelo órgão federal competente, a sua plena integração na comunhão nacional.
Parágrafo único. Para os efeitos do disposto neste artigo, exigir-se-á o preenchimento, pelos requerentes, dos requisitos estabelecidos no artigo 9º.
Esta emancipação deve ser feita mediante decreto do Presidente da República, “desde que requerida pela maioria dos membros do grupo e comprovada, em inquérito realizado pelo órgão federal competente, a sua plena integração na comunhão nacional”.
Conclusão 
Diante da elaboração do trabalho, podemos observar, entender e compreender a sua luta para poder adquirir a igualdade e espaço na sociedade, que devemos lutar pelos direitos humanos, combater o preconceito de raças e culturas, o índio vem dia após dia lutando para sua capacitação, sofrendo diversos empecilho. Compreendemos as manobras realizadas pela FUNAI diante dos Índios no Brasil.
Este trabalho foi muito importante para nós, pois obtemos conhecimento geral e clareza, sobre o tema fornecido 
Com a dedicação e esforço de todos conseguimos e cumprimos todos os objetivos que tinhas nos proposto pela Professora de Direito Civil 
Referências Bibliográficas 
· Direito Civil Brasileiro 1 Parte Geral - Carlos Roberto Gonçalves
· Temas de Direitos Humanos - Flávia Piovesan
· Direitos Humanos: Curso Elementar – Sidney Guerra
Artigos Científicos
Direitos Indígenas e Direitos Humanos: Notas sobre o direito a consulta, participação e consentimento dos povos indígenas – Autor: Luciano Moura Maciel.
Direitos Indígenas no Brasil: Desafios frente à mora executivo para demarcar as terras habitadas tradicionalmente por índios. – Autor: Jessica Lorrane Barros Matos

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