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Prof. MSc. Clovis Chiezzi UNIDADE I Desenho Técnico O desenho é o principal meio de criação e de comunicação do engenheiro. Os pensamentos sobre os objetos sempre correspondem a imagens tridimensionais. A concepção das ideias começa a tomar forma a partir de esboços. A compreensão das ideias se torna bem mais simples com esses esboços. Não sei desenhar, não gosto de desenhar... Ainda não sei desenhar, ainda não gosto de desenhar. Desenho Técnico O desenho é o principal meio de comunicação entre engenheiros e colaboradores. Os objetos têm volume, ou seja, são tridimensionais (3D). A construção de um objeto, idêntico à sua ideia, requer todas as suas dimensões definidas. O papel do Desenho Técnico, num projeto para a execução de um objeto, é facilitar a sua compreensão e garantir que todas as suas dimensões e especificações sejam transmitidas de forma clara, precisa e inequívoca. Quanto maior for a complexidade do objeto, maior será a complexidade das informações necessárias. As Normas Técnicas visam a garantir a comunicação correta. Desenho Técnico Normas Técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT para a elaboração do Desenho Técnico NBR 16861:2020 – Desenho Técnico – Requisitos para representação de linhas e escrita. NBR 10067:1995 – Princípios gerais de representação em desenho técnico – Procedimento. NBR 16752:2020 – Desenho Técnico – Requisitos para apresentação em folhas de desenho. NBR 10126:1987 Versão Corrigida: 1998 – Cotagem em Desenho Técnico – Procedimento. NBR 10647:1989 – Desenho Técnico – Terminologia (substituída por ABNT NBR ISO 10209-2:2005 e, depois, cancelada em 2013). NBR 8196:1999 – Emprego de escalas (cancelada em 2016). NBR 13142:1999 – Desenho Técnico – Dobramento de cópia (cancelada em 2017). Desenho Técnico Princípios fundamentais do Desenho Técnico René Descartes (1596-1650). Método científico. Espaço Cartesiano – Organização do espaço com 3 dimensões ortogonais (x, y e z), que são definidas a partir de um ponto de origem (O). Desenho Técnico Princípios básicos do Desenho Técnico Espaço Cartesiano A posição de um ponto no espaço é definida por um conjunto de 3 coordenadas, que são exclusivas e representantes desse ponto. A (Ax, Ay; Az) e B (Bx, By; Bz) Desenho Técnico Princípios básicos do Desenho Técnico Espaço Cartesiano As linhas que unem pontos são constituídas de pontos, cujas posições no espaço também são definidas univocamente por 3 coordenadas. Topografia, GPS, Rotas... CAD (Computer Aided Design) Desenho Técnico Princípios básicos do Desenho Técnico Todos os pontos constituintes de um objeto podem ser representados, de forma unívoca, por suas 3 coordenadas. No plano horizontal – planta ou planta baixa. Nos planos verticais – elevações. Desenho Técnico Princípios básicos do Desenho Técnico Assim, o objeto pode ser definido e representado por suas projeções em planos ortogonais, de forma unívoca, clara, precisa e mais detalhada. Plantas Elevações Cortes Desenho Técnico Elevação B Elevação A Planta A figura a seguir representa, em planta e elevações, um bloco de concreto. Com base nessas informações, é possível afirmar que os valores da área (A), em planta, e do volume (V) desse bloco são, respectivamente: a) A = 51,84 m2 e V = 86,656 m3. b) A = 25,92 m2 e V = 40,456 m3. c) A = 12,46 m2 e V = 36,000 m3. d) A = 25,92 m2 e V = 46,656 m3. e) A = 2,592 m2 e V = 14,652 m3. Interatividade Elevação B Elevação A Planta A figura a seguir representa, em planta e elevações, um bloco de concreto. Com base nessas informações, é possível afirmar que os valores da área (A), em planta, e do volume (V) desse bloco são, respectivamente: a) A = 51,84 m2 e V = 86,656 m3. b) A = 25,92 m2 e V = 40,456 m3. c) A = 12,46 m2 e V = 36,000 m3. d) A = 25,92 m2 e V = 46,656 m3. e) A = 2,592 m2 e V = 14,652 m3. Resposta Planta Elevação AElevação B Princípios básicos do Desenho Técnico Para definir um objeto de forma unívoca, clara e precisa são necessárias as projeções em, pelo menos, três planos ortogonais entre si. Uma planta e uma elevação não determinam a forma do objeto. Desenho Técnico Planta Elevação A A terceira projeção, representada pela elevação B, completa a definição de um objeto único. Desenho Técnico Elevação A Elevação B Planta As 3 projeções, em conjunto, permitem a execução do objeto que começou com um esboço. Desenho Técnico Planta Elevação A Elevação B As plantas devem conter todas as dimensões horizontais necessárias à produção do objeto. Desenho Técnico Planta As elevações devem conter todas as dimensões verticais necessárias à produção do objeto. A leitura conjunta de plantas e elevações, que são desenhos planos, com 2 dimensões (2D), permite visualizar o volume, a forma espacial do objeto, com suas 3 dimensões (3D). Desenho Técnico Elevação A Elevação B Plantas e elevações devem conter todos os desenhos e as dimensões necessárias para a produção do objeto. Desenho Técnico Espigão Cumeeira Água furtada ou rincão Empena ou oitão Além da representação que permite a compreensão e a produção do objeto, as dimensões informadas nas plantas e nas elevações do Desenho Técnico também permitem a quantificação prévia de seus componentes. O valor da área destacada na figura ao lado, por exemplo, que corresponde a um trapézio, depende do valor da sua altura, ou seja, da distância d, entre seus lados paralelos, que não pode ser obtido só com dados da planta. Como esse trapézio está num plano inclinado, é necessário também utilizar informações da elevação A. Desenho Técnico Planta O valor da área do trapézio é igual ao valor da média dos seus lados paralelos multiplicado pela distância entre eles, também conhecida como a média das bases vezes a altura. O valor da distância d pode ser obtido com o emprego do teorema de Pitágoras e os dados apresentados na elevação A. O valor da área destacada será: Desenho Técnico Elevação A Com base nas informações apresentadas nas figuras a seguir, é possível afirmar que o valor da área (A) do triângulo indicado na perspectiva será: a) A = 40,66 m2. b) A = 37,60 m2. c) A = 20,33 m2. d) A = 45,92 m2. e) A = 8,595 m2. Interatividade Espigão Cumeeira Água furtada ou rincão Empena ou oitão Elevação B Com base nas informações apresentadas nas figuras a seguir, é possível afirmar que o valor da área (A) do triângulo indicado na perspectiva será: a) A = 40,66 m2. b) A = 37,60 m2. c) A = 20,33 m2. d) A = 45,92 m2. e) A = 8,595 m2. Resposta Espigão Cumeeira Água furtada ou rincão Empena ou oitão Elevação A Representação do interior do objeto – Cortes Desenho Técnico ELEVAÇÃO AELEVAÇÃO B PLANTA PLANTA Z Representação do interior do objeto – Corte A-A As linhas devem ter espessuras, ou larguras, diferenciadas. Extralargas para arestas de volumes cortados. Largas para arestas visíveis ao fundo. Estreitas para as cotas. Desenho Técnico CORTE A-A Representação do interior do objeto – Corte B-B Desenho Técnico CORTE B-B Representação do objeto por planta e cortes A quantidade de cortes depende do grau de detalhamento necessário para definir o objeto. No mínimo um em cada plano ortogonal. Desenho Técnico CORTE B-B CORTE A-A PLANTA PLANTA Para definir um objeto é necessário mais do que uma planta e um corte. A importância da largura das linhas para a compreensão do objeto. Extralargas para arestas de volumes cortados. Largas para arestas visíveis ao fundo. Estreitas para as cotas. Desenho Técnico PLANTA CORTE A-A Para definir um objeto é necessário mais do que uma planta e um corte. Observe as linhas e suas larguras. Extralargas para arestas de volumes cortados. Largas paraarestas visíveis ao fundo. Estreitas para as cotas. Desenho Técnico CORTE A-A PLANTA Para definir um objeto é necessário mais do que uma planta e um corte. Observe as linhas e suas larguras. Extralargas para arestas de volumes cortados. Largas para arestas visíveis ao fundo. Estreitas para as cotas. Desenho Técnico PLANTA CORTE B-BB AA B Somente observando planta e cortes em conjunto é possível compreender o objeto. Desenho Técnico CORTE A-A PLANTA CORTE B-B A largura das linhas define a posição das arestas visíveis. Desenho Técnico CORTE A-A CORTE B-B Os tipos de linhas mais usados e suas principais aplicações em Desenho Técnico, parcialmente expostos na tabela ao lado, são definidos pela ABNT, na norma NBR 16861:2020. Desenho Técnico Fonte: adaptado de: NBR 16861:2020 – Desenho Técnico – Requisitos para representação de linhas e escrita, p. 9. Linha Denominação Aplicação geral Linha contínua extralarga Linha contínua larga Linha contínua estreita Linha contínua à mão livre/curva de forma livre estreita Linha contínua com zigue- zagues estreita Linha tracejada larga Linha tracejada estreita Considerando que em qualquer escada todos os degraus devem ter espelhos, ou alturas, iguais, com base nas informações apresentadas na figura a seguir, é possível afirmar que os degraus dessa escada devem ter altura (e): a) e = 16 cm. b) e = 17 cm. c) e = 17,5 cm. d) e = 18 cm. e) e = 19 cm. Interatividade CORTE A-A Considerando que em qualquer escada todos os degraus devem ter espelhos, ou alturas, iguais, com base nas informações apresentadas na figura a seguir, é possível afirmar que os degraus dessa escada devem ter altura (e): a) e = 16 cm. b) e = 17 cm. c) e = 17,5 cm. d) e = 18 cm. e) e = 19 cm. Resposta CORTE A-A Aplicação das larguras de linhas Desenho Técnico Linha contínua extralarga Linha contínua larga Linha contínua estreita Linha Denominação Aplicação geral CORTE A-A PLANTA CORTE B-B 1 5 0 3 5 05 0 0 A B A B 5 0 4 0 0 5 0 5 0 0 50 300 50 400 5 0 5 0 0 4 5 0 R=150 Fonte: adaptado de: NBR 16861:2020 – Desenho Técnico – Requisitos para representação de linhas e escrita, p. 9. As larguras de linhas estão classificadas em grupos, que seguem a proporção 1:2:4. O grupo de largura de linhas deve ser adequado à escala do desenho. Desenho Técnico Fonte: adaptado de: NBR 16861:2020 – Desenho Técnico – Requisitos para representação de linhas e escrita, p. 5. 0,25 0,35 0,50 0,70 1,00 Tabela 1 – Grupo de linhas Larguras de linhas (em mm) Estreita Larga Extralarga Designação do grupo de linhas 0,50 0,35 0,25 0,18 0,13 0,25 0,35 0,50 0,70 1,00 0,50 0,70 1,00 1,40 2,00 O mesmo desenho, apenas aumentado ou reduzido, pode tornar confusa a percepção das linhas e dos detalhes, bem como a leitura das informações alfanuméricas. Desenho Técnico CORTE A-A PLANTA CORTE B-B As linhas, os detalhes e as informações devem ser claros e inequívocos nos desenhos. Desenho Técnico A escala do desenho deve permitir uma visão clara tanto dos componentes quanto das informações alfanuméricas a respeito do objeto. Contornos visíveis em corte Contornos de arestas visíveis Linhas de cotas Desenho Técnico Em escala adequada, ficam mais claros a largura das linhas, os valores das cotas e o nível de detalhamento do objeto. Torna-se possível acrescentar informações importantes. Inclusive eventuais ambiguidades ficam mais fáceis de identificar. Desenho Técnico A escala representa a proporção entre as dimensões do desenho e as dimensões reais do objeto. Escala 1:100 – 1 cm no desenho equivale a 100 cm (1,00 m) no objeto real. Escala 1:50 – 1 cm no desenho equivale a 50 cm (0,50 m) no objeto real. Desenho Técnico LEGENDA Alvenaria de 9 cm, h=2,60 m Vãos com altura h= 1,40 m Vãos inferiores a 1,00 m2 Alvenaria de 19 cm, h=2,60 m A escala adotada para o desenho deve ser proporcional ao tamanho do objeto. 1:500 1:1.000 1:2.000 1:5.000 1:10.000 1:5, 1:2, 1:1 2:1; 5:1 Desenho Técnico 560 520 Para objetos muito pequenos, em que o detalhamento da forma é indispensável, é recomendável desenhar especificações em escala maior do que a do próprio desenho do objeto. Escalas 2:1, 5:1, 10:1 (10 mm:1 mm) Escala 1:10 (1mm:10mm) Desenho Técnico A escala adequada é a aquela que permite o nível de precisão necessário à questão. Seção 1-1 Seção 4-4 Desenho Técnico Para um nível de precisão mais elevado, é recomendável escala maior e maior quantidade de seções transversais. Tantas seções quanto necessárias. Desenho Técnico A figura a seguir representa um trecho do leito de uma estrada, traçado sobre um levantamento topográfico em escala 1:5.000. Sabendo que o comprimento do segmento L, que representa uma ponte, no desenho, é L = 3,40 cm, é possível determinar que a extensão (R) dessa ponte será cerca de: a) R = 146 m. b) R = 170 m. c) R = 680 m. d) R = 1.700 cm. e) R = 6.800 cm. Interatividade A figura a seguir representa um trecho do leito de uma estrada, traçado sobre um levantamento topográfico em escala 1:5.000. Sabendo que o comprimento do segmento L, que representa uma ponte, no desenho, é L = 3,40 cm, é possível determinar que a extensão (R) dessa ponte será cerca de: a) R = 146 m. b) R = 170 m. c) R = 680 m. d) R = 1.700 cm. e) R = 6.800 cm. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!