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Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. APG 07 – “TELEFONE MUDO.” Abertura: 23/02/2021 Devolutiva: 26/02/2021. Objetivos: 1. COMPREENDER A FISIOPATOLOGIA DA ANGINA ESTÁVEL E INSTÁVEL; 2. ENTENDER COMO OCORRE A COMUNICAÇÃO DE REFERÊNCIA E CONTRA-REFERÊNCIA. 1 – COMPREENDER A FISIOPATOLOGIA DA ANGINA ESTÁVEL E INSTÁVEL: ANGINA ESTÁVEL Angina estável, ou angina pectoris, é um incômodo no tórax ou áreas adjacentes causadas por isquemia miocárdico. Geralmente ocorre com o esforço e está associada a uma alteração da função miocárdica. A descrição inicial de Heberden de angor pectoris (angina peito) como uma sensação de 'estrangulamento e ansiedade' permanece notavelmente relevante e aplicável para angina estável. Outros verbos frequentemente usados para descrever esta reclamação incluem: constrangimento, sufocar, esmagar, apertar e apertar. Em outros pacientes, a qualidade da sensação é mais vaga e é descrita como pressão leve (com desconforto), dormência desconfortável ou sensação de queimação. O local do desconforto é geralmente retroesternal, mas a irradiação é comum e geralmente ocorre abaixo da superfície ulnar braço esquerdo (também pode estar envolvido o braço direito e as superfícies externas de ambos braços). Pode ocorrer desconforto epigástrico, por sim sozinho ou em associação com pressão no peito, que eles podem ser confundidos com indigestão. Desconforto angular acima da mandíbula ou abaixo do epigástrio é raro. Equivalentes anginais (ou seja, sintomas de isquemia miocárdica além de angina), como dispneia, desmaios, fadiga e arrotos são comuns, especialmente em mulheres e adultos mais velhos. É UMA SÍNDROME CAUSADA POR OBSTRUÇÃO FIXA DE UMA ARTÉRIA CORONÁRIA E CARACTERIZADA POR DOR TORÁCICA, EM GERAL RETROESTERNAL, DESENCADEADA POR ESFORÇO FÍSICO, REFEIÇÕES VOLUMOSAS OU ESTRESSE EMOCIONAL, COM DURAÇÃO DE 30 SEGUNDOS A 15 MIN, SENDO ALIVIADA PELO REPOUSO OU USO DE NITRATO SUBLINGUAL SEM ALTERAR SUAS CARACTERÍSTICAS POR PELO MENOS 2 MESES. A isquemia miocárdica que causa dor torácica, denominada angina do peito, é uma preocupação clínica primária em pacientes que se apresentam com sintomas torácicos. A isquemia miocárdica é precipitada por um desequilíbrio entre a necessidade miocárdica de oxigênio e o fornecimento miocárdico de oxigênio, resultando em liberação insuficiente de oxigênio para satisfazer as demandas metabólicas cardíacas. O consumo miocárdico de oxigênio pode estar elevado por aumentos na frequência cardíaca, estresse da parede ventricular e contratilidade miocárdica, enquanto o fornecimento miocárdico de oxigênio é determinado pelo fluxo sanguíneo coronariano e pelo teor de oxigênio arterial coronariano. Quando a isquemia miocárdica é grave o suficiente e prolongada (mesmo que apenas 20 minutos), ocorre lesão celular irreversível, resultando em IM. A causa mais comum de cardiopatia isquêmica é uma placa ateromatosa que obstrui uma ou mais artérias coronárias epicárdicas. A cardiopatia isquêmica estável em geral resulta do estreitamento aterosclerótico gradual das coronárias. A ANGINA ESTÁVEL CARACTERIZA-SE POR EPISÓDIOS ISQUÊMICOS QUE COSTUMAM SER PRECIPITADOS POR UM AUMENTO SUPERPOSTO NA DEMANDA DE OXIGÊNIO DURANTE EXERCÍCIO FÍSICO E ALIVIADOS COM REPOUSO. A cardiopatia isquêmica torna-se INSTÁVEL mais comumente quando uma ruptura ou erosão de uma ou mais lesões ateroscleróticas desencadeia trombose coronariana. A cardiopatia isquêmica instável é classificada clinicamente pela presença ou ausência de lesão miocárdica detectável e pela presença ou ausência de elevação do segmento ST no eletrocardiograma (ECG) do paciente Quando ocorre aterotrombose coronariana aguda, o trombo intracoronariano pode ser parcialmente obstrutivo, em geral ocasionando isquemia miocárdica na ausência de elevação do segmento ST. ACENTUADA POR SINTOMAS ISQUÊMICOS EM REPOUSO, COM ATIVIDADE MÍNIMA OU EM UM PADRÃO DE ACELERAÇÃO, A CARDIOPATIA ISQUÊMICA INSTÁVEL É CLASSIFICADA COMO ANGINA INSTÁVEL QUANDO NÃO HÁ LESÃO MIOCÁRDICA DETECTÁVEL E COMO IM SEM ELEVAÇÃO DO ST (IMSEST) QUANDO HÁ EVIDÊNCIA DE NECROSE MIOCÁRDICA. Quando o trombo coronariano causa obstrução aguda e completa, em geral segue-se isquemia miocárdica transmural, com elevação do segmento ST no ECG e necrose miocárdica, levando a um diagnóstico de IM com elevação do ST. Os clínicos devem lembrar que também podem ocorrer sintomas de isquemia instável predominantemente por aumento da demanda miocárdica de oxigênio (p. ex., durante estresse psicológico intenso ou febre) ou por uma liberação Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. menor de oxigênio em decorrência de anemia, hipoxia ou hipotensão. No entanto, a designação de síndrome coronariana aguda, que abrange angina instável, IMSEST e IMCEST, em geral é reservada para a isquemia precipitada por aterotrombose coronariana aguda. • Para orientar as estratégias terapêuticas, um sistema padronizado de classificação do IM foi ampliado para discriminar o IM que resulta de trombose coronariana aguda (tipo 1) do que ocorre secundário a outros desequilíbrios do fornecimento e da demanda miocárdicos de oxigênio (tipo 2). Outros fatores podem contribuir para a cardiopatia estável e a instável, como disfunção endotelial, doença microvascular e vasospasmo, sozinhos ou combinados com aterosclerose coronariana, e ser a causa dominante de isquemia miocárdica em alguns pacientes. Além disso, processos não ateroscleróticos, inclusive anormalidades congênitas dos vasos coronarianos, ponte miocárdica, arterite coronariana e coronariopatia induzida por irradiação, podem acarretar obstrução coronariana. Condições associadas a uma demanda miocárdica extrema de oxigênio e comprometimento do fluxo sanguíneo endocárdico, como valvopatia aórtica, miocardiopatia hipertrófica ou miocardiopatia dilatada idiopática, também podem precipitar isquemia miocárdica em pacientes com ou sem aterosclerose obstrutiva subjacente. O TERMO SÍNDROME CORONARIANA AGUDA (SCA) É APLICADO A PACIENTES NOS QUAIS HÁ SUSPEITA OU CONFIRMAÇÃO DE ISQUEMIA AGUDA DO MIOCÁRDIO OU INFARTO. INFARTO DO MIOCÁRDIO SEM SUPRADESNIVELAMENTO DO ST (IAMSSST), IAM COM SUPRADESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST (IAMCSST) E ANGINA INSTÁVEL SÃO OS TRÊS TIPOS TRADICIONAIS DE SCA. No entanto, o uso disseminado do teste de alta sensibilidade da troponina mudou o diagnóstico de angina instável para IAMSSST em quase todos os pacientes previamente diagnosticados com angina instável. Isso ocorreu porque os pacientes anteriormente chamados de angina instável, NA VERDADE, APRESENTAM VALORES ANORMALMENTE ELEVADOS DE TROPONINA DE ALTA SENSIBILIDADE. Tradicionalmente, angina instável foi definida como achados clínicos e eletrocardiográficos (ECG) na ausência de um nível elevado de biomarcador. Poucos pacientes com evidências clínicas e de ECG de isquemia miocárdica, se é que algum, apresentam níveis normais de troponina de alta sensibilidade. De fato, eles demonstram níveis elevados desse biomarcador, confirmando a presença de morte celular miocárdica induzida por isquemia. Quase todos esses pacientes não apresentam um padrão STEMI em seu ECG e, portanto, devem ser diagnosticados como um NSTEMI Embora algumas das razões para classificar os pacientes com SCA como tendo IAMSSST ou IAMCSST sejam históricas, a razão central é que o manejo clínico para cada um deles difere. Síndrome cardíaca X foi o termo usado quando a patogênese dessa condição não estava clara. Ele foi amplamente substituído pelo MVA. ●Angina vasospástica , também conhecida como "angina variante", é o espasmo da artéria coronária epicárdica e é diferente da angina microvascular. O Coronary Vasomotion Disorders International Study Group (COVADIS) propôs os seguintes critérios clínicos para suspeitar de AMIU (AMIU definitivo diagnosticado se todos os quatro critérios estiverem presentes): ➔ Sintomas de isquemia miocárdica: angina de esforço e / ou repouso ou equivalente de angina (por exemplo, dispnéia). ➔ Evidência objetiva de isquemia miocárdica: alterações eletrocardiográficas (ECG) isquêmicas durante um episódio de dor torácica, dor torácica induzida por estresse e / ou alterações de ECG isquêmicas e / ou presença de perfusão miocárdica anormal transitória / reversível ou anormalidade de movimento da parede. ➔ Ausência de DAC obstrutiva por angiografia coronária por tomografia computadorizada ou angiografia coronária invasiva. Evidência de função microvascular coronária prejudicada: Reserva de fluxo coronário prejudicada: ➔ Síndrome cardíaca X foi o termo usado quando a patogênese dessa condição não estava clara. Ele foi amplamente substituído pelo MVA. ➔ Angina vasospástica, também conhecida como "angina variante", é o espasmo da artéria coronária epicárdica e é diferente da angina microvascular. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. CARACTERIZAÇÃO DA DOR TORAXICA ISQUEMICA: As características clínicas da angina de peito, em geral citada simplesmente como “angina”, são altamente similares se a dor isquêmica for uma manifestação de cardiopatia isquêmica estável, angina instável ou IM; as exceções são diferenças no padrão e na duração dos sintomas associados a essas síndromes Heberden inicialmente descreveu a angina como uma sensação de “aperto e ansiedade”. ➔ A DOR TORÁCICA CARACTERÍSTICA DA ISQUEMIA MIOCÁRDICA É DESCRITA TIPICAMENTE COMO CONTÍNUA, INTENSA, EXCRUCIANTE, ESMAGADORA OU CONSTRITORA. ➔ Entretanto, em uma minoria substancial de pacientes, a qualidade da dor é extremamente vaga e pode ser descrita como um aperto leve ou meramente uma sensação desconfortável, às vezes como obnubilação ou sensação de queimação. ➔ A LOCALIZAÇÃO DA DOR GERALMENTE É RETROESTERNAL, MAS É COMUM ELA IRRADIAR-SE PARA BAIXO DA SUPERFÍCIE ULNAR DO BRAÇO ESQUERDO; O BRAÇO DIREITO, AMBOS OS BRAÇOS, O PESCOÇO, A MANDÍBULA OU OS OMBROS TAMBÉM PODEM ESTAR ENVOLVIDOS. A ANGINA ESTÁVEL EM GERAL COMEÇA GRADUALMENTE E ATINGE SUA INTENSIDADE MÁXIMA EM QUESTÃO DE MINUTOS ANTES DE DISSIPAR-SE VÁRIOS MINUTOS DEPOIS COM O REPOUSO OU A ADMINISTRAÇÃO DE NITROGLICERINA. É comum a dor ocorrer de maneira previsível com um nível característico de exercício ou estresse psicológico. Esta síndrome clínica episódica é decorrente de isquemia miocárdica transitória. ➔ Os homens constituem aproximadamente 70% dos pacientes com angina pectoris, porcentagem que aumenta ainda mais na faixa etária abaixo dos 50 anos de idade. ➔ É importante observar, contudo, que a angina de peito nas mulheres é frequentemente de apresentação atípica. A ANGINA ESTÁVEL CARACTERIZA-SE POR DESCONFORTO NO TÓRAX OU BRAÇO QUE PODE NÃO SER DESCRITO COMO DOR, MAS ESTÁ ASSOCIADO FREQUENTEMENTE AO ESFORÇO FÍSICO OU ESTRESSE, SENDO ALIVIADO DEPOIS DE 5 A 10 MINUTOS DE REPOUSO E/OU NITROGLICERINA SUBLINGUAL AVALIAÇÕES CLÍNICAS: Ao avaliar pacientes com dor torácica aguda, o médico deve analisar uma série de questões relacionadas com o prognóstico e o manejo imediato. Mesmo antes de chegar a um diagnóstico definitivo, devem-se abordar questões de alta prioridade, entre elas: • Estabilidade clínica: o paciente necessita de tratamento imediato para choque circulatório instalado ou iminente, ou insuficiência respiratória? • Prognóstico imediato: se o paciente estiver clinicamente estável, qual é o risco de ele apresentar doença ameaçadora à vida, como SCA, embolia pulmonar ou dissecção da aorta? • Segurança das opções de triagem: se o risco de uma patologia ameaçadora à vida for baixo, é seguro dar alta ao paciente para tratamento ambulatorial ou ele deve realizar testes ou observação adicional que orientem seu tratamento? ANGINA INSTÁVEL Este termo é usado para descrever um quadro clínico com sensação de angina, que se apresenta com alguns das seguintes características: 1) ocorre em repouso ou com atividade física normal e geralmente de longa duração (> 10 min); 2) se apresenta como angina acelerada, referindo-se a angina estável que se apresenta com Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. maior frequência, intensidade ou duração do que antes, ou que aparece com muito menos esforço, e 3) é uma angina de aparecimento recente (<2 meses) e intensidade severa. A formação de um trombo em um placa ferida, que pode crescer e encolher em tamanho por meses, foi identificado como o principal mecanismo de produção de angina instável. No entanto, um ateroma de crescimento rápido por sangramento interno, uma obstrução dinâmica (espasmo vascular) e causas secundárias que reduzem o fornecimento oxigênio (hipotensão, anemia) ou aumentar o demanda (febre, taquicardia) pode desempenhar um papel na o aparecimento de angina instável. É uma síndrome situada no meio do espectro clínico da cardiopatia isquêmica, incluindo desde a angina de peito de início recente até dor intensa e prolongada em repouso, às vezes indistinguível clinicamente do infarto agudo do miocárdio. Daí as denominações de «infarto agudo do miocárdio sem onda Q" e «síndrome isquêmica aguda sem elevação do segmento ST". Em geral, a duração da dor ultrapassa 20 min. A angina instável relaciona-se com a fissura ou ruptura de uma placa ateromatosa, local em que se instala trombose, acompanhada quase sempre de espasmo coronário. POR DEFINIÇÃO, A ANGINA INSTÁVEL MANIFESTA-SE POR DOR TORÁCICA ANGINOSA AUTOLIMITADA AO EXERCÍCIO, MAS OCORRE COM UMA FREQUÊNCIA MAIOR COM ATIVIDADE FÍSICA DE INTENSIDADE CADA VEZ MAIS BAIXA OU MESMO EM REPOUSO. A DOR TORÁCICA ASSOCIADA AO IM COSTUMA SER MAIS GRAVE, É PROLONGADA (EM GERAL DURA ≥ 30 MINUTOS) E NÃO É ALIVIADA COM O REPOUSO. Os pacientes com cardiopatia isquêmica são classificados em dois grandes grupos: os com doença arterial coronariana (DAC) crônica que, mais comumente, apresentam-se com angina estável, e os com síndromes coronarianas agudas (SCA). Esse último grupo compõe-se dos pacientes que apresentam infarto agudo do miocárdio (IAM) com elevação, ou supradesnivelamento, do segmento ST na eletrocardiografia (ECG) à apresentação (IAMCSST), e os com angina instável (AI) bem como IAM sem elevação do segmento ST (AI/IAMSSST). A cada ano, nos EUA, aproximadamente 1,3 milhão de pacientes é hospitalizado com AI/ IAMSSST em comparação com 300.000 pacientes com IAMCSST. A incidência de AI/IAMSSST, comparada com IAMCSST, parece estar crescendo. Mais de um terço dos pacientes com AI/IAMSSST é de mulheres, enquanto menos de 25% dos pacientes com IAMCSST são mulheres. DEFINIÇÃO: O diagnóstico da AI baseia-se principalmente no quadro clínico. ➔ A angina estável caracteriza-se por desconforto no tórax ou braço que pode não ser descrito como dor, mas está associado frequentemente ao esforço físico ou estresse, sendo aliviado depois de 5 a 10 minutos de repouso e/ou nitroglicerina sublingual. ➔ A AI é definida como angina de peito ou desconforto isquêmico equivalente pelo menos com uma de três manifestações: (1) ocorre em repouso (ou com esforço mínimo) e geralmente persiste por mais de 10 minutos, (2)é intensa e tem início recente (isto é, nas últimas 4 a 6 semanas), e/ou (3) possui um padrão progressivo (ou seja, é nitidamente mais grave, prolongada ou frequente do que antes). O diagnóstico de IAMSSST será estabelecido se um paciente com manifestações clínicas de AI apresentar evidências de necrose miocárdica, refletida por elevações dos biomarcadores cardíacos. FISIOPATOLOGIA: A AI/IAMSSST é mais comumente causada por redução da oferta ou aumento da demanda miocárdica de oxigênio, superpostos em uma lesão que ocasiona obstrução arterial coronariana, geralmente uma placa coronariana aterotrombótica. Identificaram-se quatro processos fisiopatológicos que podem contribuir para a AI/IAMSSST: (1) RUPTURA OU EROSÃO DE PLACA COM UM TROMBO NÃO OCLUSIVO ASSOCIADO, QUE PARECE SER A CAUSA MAIS COMUM - IAMSSST PODE OCORRER COM EMBOLIZAÇÃO DE AGREGADOS PLAQUETÁRIOS E/OU DEBRIS ATEROSCLERÓTICOS; (2) OBSTRUÇÃO DINÂMICA [P. EX., ESPASMO CORONARIANO, COMO OCORRE NA ANGINA VARIANTE DE PRINZMETAL (AVP)]; (3) OBSTRUÇÃO MECÂNICA PROGRESSIVA [P. EX., ATEROSCLEROSE CORONARIANA RAPIDAMENTE PROGRESSIVA OU REESTENOSE APÓS INTERVENÇÃO CORONARIANA PERCUTÂNEA (ICP)]; E (4) AI SECUNDÁRIA POR AUMENTO DA DEMANDA E/OU REDUÇÃO DA OFERTA DE OXIGÊNIO (P. EX., TAQUICARDIA, ANEMIA) . Pode haver o envolvimento de mais de um desses processos. Entre os pacientes com AI/IAMSSST estudados por angiografia, aproximadamente 5% têm estenoses do tronco da artéria coronária esquerda principal, 15% são portadores de DAC envolvendo três artérias, 30% apresentam doença que acomete duas coronárias, 40% mostram lesões em uma única artéria, e 10% não são portadores de estenose da artéria coronariana epicárdica crítica aparente; entre estes últimos, alguns têm obstrução de microcirculação coronariana. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. A “artéria culpada” pode mostrar estenose excêntrica com bordas recortadas ou salientes e istmo estreito no exame angiográfico. ➔ A angioscopia parece mostrar trombos “brancos” (ricos em plaquetas), diferente dos “trombos vermelhos” (ricos em fibrina e célula); ➔ estes últimos são detectados mais comumente nos pacientes com IAMCSST Os pacientes com AI/IAMSSST frequentemente apresentam múltiplas placas com risco de ruptura (placas vulneráveis). APRESENTAÇÃO CLÍNICA: ANAMNESE E EXAME FÍSICO: O aspecto relevante da AI/IAMSSST é a dor torácica, geralmente localizada na região subesternal ou às vezes no epigástrio, irradiando- -se para o pescoço, ombro e/ou braço esquerdos. Em geral, esse desconforto é grave a ponto de ser descrito como dor latente. Os pacientes também podem ter “equivalentes” anginosos, como dispneia e desconforto epigástrico, os quais parecem ser mais frequentes nas mulheres. Os achados do exame físico são semelhantes aos detectados nos pacientes com angina estável, podendo ser inespecíficos. Se o paciente tiver uma área extensa de isquemia miocárdica ou IAMSSST grande, os achados do exame físico poderão incluir sudorese; pele fria e pálida; taquicardia sinusal; terceira e/ou quarta bulhas; estertores basais e hipotensão em alguns casos, resultando em um quadro semelhante ao do IAMCSST extenso. ELETROCARDIOGRAFIA: Na AI, o infradesnivelamento do segmento ST, supradesnivelamento transitório do segmento ST e/ou inversão da onda T ocorrem em 30 a 50% dos pacientes. Nos pacientes com manifestações clínicas de AI, o aparecimento de alteração recente nos segmentos ST, mesmo de apenas 0,05 mV, é um importante indício de evolução desfavorável. As alterações da onda T são sensíveis à isquemia, porém menos específicas, a menos que surjam novas inversões profundas da onda T (> 0,3 mV). BIOMARCADORES CADÍACOS: Os pacientes com AI/IAMSSST que têm biomarcadores de necrose elevados, COMO A CK-MB E TROPONINA (MARCADOR BEM MAIS ESPECÍFICO E SENSÍVEL DE NECROSE MIOCÁRDICA), estão sob maior risco de morte ou IAM recorrente. Os níveis elevados desses marcadores diferenciam os pacientes com IAMSSST dos portadores de AI. Há uma relação direta entre o grau de elevação da troponina e a mortalidade. Entretanto, nos pacientes sem história clínica de isquemia miocárdica, foram detectadas elevações mínimas da troponina, podendo ser causadas por insuficiência cardíaca congestiva (ICC), miocardite ou embolia pulmonar, ou representar resultados falsos positivos. Assim, nos pacientes com história duvidosa, pequenas elevações da troponina podem não confirmar o diagnóstico de uma SCA. AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA: Nos EUA, anualmente 6 milhões de pessoas procuram salas de emergência hospitalares com queixa de dor torácica ou outros sintomas sugestivos de SCA ~síndrome coronariana aguda~. O diagnóstico de uma SCA é definido em 20 a 25% desses pacientes. A primeira etapa na investigação dos pacientes com possível AI/IAMSSST é determinar a probabilidade de que a DAC seja a causa dos sintomas referidos pelo paciente. As recomendações do American College of Cardiology/ American Heart Association (ACC/AHA) incluem, entre os fatores associados a probabilidade alta de SCA, a história anterior típica de angina estável, história de DAC confirmada por angiografia, IAM prévio, ICC, alterações de ECG recentes ou elevações dos biomarcadores cardíacos ETAPAS DIAGNÓSTICAS: Quatro ferramentas são usadas para a investigação diagnóstica da AI/ IAMSSST no PS: HISTÓRIA CLÍNICA, ECG, MARCADORES CARDÍACOS E PROVA DE ESFORÇO (IMAGEM CORONÁRIA É UMA OPÇÃO EMERGENTE). Os objetivos são (1) COMPROVAR OU EXCLUIR IAM (USANDO MARCADORES CARDÍACOS), (2) AVALIAR ISQUEMIA EM REPOUSO (USANDO ECG SERIADOS OU MONITORAÇÃO CONTÍNUA) E (3) AVALIAR A PRESENÇA DE DAC SIGNIFICATIVA (POR MEIO DE TESTES DE ESFORÇO PROVOCATIVOS). Os pacientes com baixa probabilidade de isquemia geralmente são tratados por abordagem crítica implementada na sala de emergência (em algumas instituições, realizada fora da “unidade de dor torácica”). A avaliação desses pacientes inclui monitoração clínica para a recidiva do desconforto isquêmico, ECG seriados e marcadores cardíacos, geralmente obtidos à internação 4 a 6h e 12h depois da apresentação. Se forem detectadas novas elevações dos marcadores cardíacos ou alterações no ECG, o paciente deverá ser hospitalizado. Se o paciente continuar sem dor, e os marcadores forem negativos, poderá prosseguir para a prova de esforço. A angiografia com TC é usada com cada vez mais frequência para excluir DAC obstrutiva. ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO E PROGNÓSTICO: OS PACIENTES COM AI/IAMSSST APRESENTAM UM RISCO DE MORTE IMEDIATO (EM 30 DIAS), QUE VARIA DE 1 A 10%, E UM RISCO DE NOVO INFARTO DE 3 A 5% OU SCA RECORRENTE (5- 15%). A avaliação do risco pode ser realizada por meio de escore do risco clínico, como o desenvolvido a partir dos estudos Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. Thrombolysis in Myocardial Infarction Trials (TIMI), que incluem sete fatores de risco independentes: IDADE > 65 ANOS, TRÊS OU MAIS FATORES DE RISCO DE DAC, DAC DOCUMENTADA POR CATETERISMO, AI/IAMSSST EM VIGÊNCIA DE USO DE ÁCIDO ACETILSALICÍLICO, MAIS DE DOIS EPISÓDIOS DE ANGINA NAS ÚLTIMAS 24 H, DESVIO DE ST > 0,5 MM E ELEVAÇÃO DOS MARCADORES CARDÍACOS. Outros fatores de risco são DIABETES MELITO, DISFUNÇÃO VENTRICULAR, DISFUNÇÃO RENAL E NÍVEIS ELEVADOS DE PEPTÍDIOS NATRIURÉTICOS CEREBRAIS E PROTEÍNA C-REATIVA. As estratégias de multimarcadores envolvendo vários biomarcadores estão agora sendo reconhecidos, para definir mais completamente os mecanismos fisiopatológicos subjacentes a uma determinadaapresentação do paciente e para estratificar mais adiante o risco do paciente. A avaliação do risco precoce (utilizando troponina, alterações do segmento ST e/ou sistema de escore do risco global) é útil para prever o risco de eventos cardíacos recorrentes e identificar os pacientes que possam ser mais beneficiados pelas terapias antitrombóticas mais potentes do que a heparina não fracionada, como a heparina de baixo peso molecular (HBPM) e os inibidores da glicoproteína Ilb/IIIa, além de intervenção invasiva imediata. Por exemplo, no estudo TACTICS-TIMI18, uma intervenção invasiva precoce obteve redução de 40% nos eventos cardíacos recorrentes nos pacientes com troponina positiva, e nenhum benefício foi detectado nos indivíduos sem troponina detectável. TRATAMENTO: A LONGO PRAZO: A ocasião da alta hospitalar é um “momento de orientação” para o paciente com AI/IAMSSST, quando o médico pode revisar e aperfeiçoar o tratamento clínico. A MODIFICAÇÃO DOS FATORES DE RISCO É FUNDAMENTAL, DEVENDO O PROFISSIONAL DE SAÚDE CONVERSAR COM O PACIENTE ACERCA DA IMPORTÂNCIA DE ABANDONAR O FUMO, ATINGIR O PESO IDEAL, PRATICAR EXERCÍCIOS DIARIAMENTE, SEGUIR UMA DIETA APROPRIADA, CONTROLAR A PRESSÃO ARTERIAL, CONTROLAR RIGOROSAMENTE A HIPERGLICEMIA (NO CASO DOS PACIENTES DIABÉTICOS) E NORMALIZAR OS LIPÍDIOS, CONFORME SE RECOMENDA AOS PACIENTES COM ANGINA ESTÁVEL CRÔNICA. Existem evidências demonstrando o benefício do tratamento a longo prazo com cinco classes farmacológicas voltadas para os diferentes componentes do processo aterotrombótico. OS BETABLOQUEADORES, ESTATINAS (EM DOSE ALTA, POR EXEMPLO, ATORVASTATINA 80 MG/DIA) E OS INIBIDORES DA ECA OU BLOQUEADOR DE RECEPTOR DE ANGIOTENSINA SÃO RECOMENDADOS PARA A ESTABILIZAÇÃO DAS PLACAS A LONGO PRAZO. O TRATAMENTO ANTIPLAQUETÁRIO, QUE ATUALMENTE RECOMENDA A COMBINAÇÃO DE ÁCIDO ACETILSALICÍLICO COM CLOPIDOGREL (OU PRASUGREL EM PACIENTES PÓS ICP) DURANTE UM ANO, MANTENDO O ÁCIDO ACETILSALICÍLICO APÓS ESTA DATA, IMPEDE OU REDUZ A GRAVIDADE DA TROMBOSE QUE POSSA OCORRER SE UMA PLACA SE ROMPER. Registros observacionais mostraram que os pacientes com AI/ IAMSSST com alto risco, como as mulheres e os idosos, assim como as minorias raciais, são menos propensos a receber Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. terapias farmacológicas e intervencionistas baseadas em evidências com consequentes desfechos clínicos e qualidade de vida mais precários. TRATAMENTO CLÍNICO: Os pacientes com AI/IAMSSST devem ser colocados em repouso no leito com monitoração ECG contínua para detectar alterações do segmento ST e arritmias cardíacas. A deambulação poderá ser autorizada se o paciente não tiver recidiva da isquemia (desconforto ou alterações ECG) nem apresentar biomarcadores de necrose ao longo de 12 a 24 h . A conduta clínica inclui tratamentos anti-isquêmico e antitrombótico simultâneos. TRATAMENTO ANTI-ISQUÊMICO: O tratamento inicial deve incluir repouso no leito, nitratos e betabloqueadores para aliviar a angina e prevenir a recorrência da dor torácica. Nitratos Inicialmente, os nitratos deverão ser administrados por via sublingual ou spray oral (0,3 a 0,6 mg) se o paciente estiver sentindo dor isquêmica. Se a dor persistir após 3 doses com intervalos de 5 min, recomenda-se a nitroglicerina intravenosa (5 a 10 (jLg/min). A velocidade de infusão pode ser aumentada em 10 (jLg/min a cada 3 a 5 min, até que os sintomas sejam aliviados ou a pressão arterial sistólica esteja < 100 mmHg. ➔ Os nitratos orais ou tópicos podem ser usados após a remissão da dor ou para substituir a nitroglicerina intravenosa quando o paciente estiver sem dor há 12 a 24 h. A única contraindicação absoluta ao uso dos nitratos é hipotensão arterial ou uso de sildenafila ou outros fármacos desta classe nas últimas 24-48 h. BLOQUEADORES BETA ADRENÉRGICOS E OUTROS AGENTES Os p-bloqueadores constituem a base do tratam ento anti- isquêmico. Recomenda-se o uso de betabloqueadores orais, com o objetivo de manter a frequência cardíaca entre 50 e 60 bpm como tratamento de primeira linha Têm-se empregado cuidado com as novas orientações da ACC/AHA para o uso de (3-bloqueadores em pacientes com evidência de insuficiência cardíaca aguda, uma vez que estes podem aumentar o risco de choque cardiogênico. Os bloqueadores dos canais de cálcio que reduzem a frequência cardíaca (p. ex., verapamil ou diltiazem) são recomendados para os pacientes com sintomas persistentes ou recorrentes depois do tratamento com doses plenas de nitratos e betabloqueadores, bem como pacientes com contraindicações ao bloqueio (3. A terapia clínica adicional inclui os inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA) e inibidores da HMG-CoA redutase (estatinas) para prevenção secundária a longo prazo. A administração inicial de terapia com estatina intensa (p. ex., atorvastatina, 80 mg) antes da intervenção coronária percutânea (ICP) tem se mostrado reduzindo as complicações, sugerindo que a terapia com estatina de alta dose deve ser iniciada no momento da admissão. TERAPIA ANTITROMBÓTICA: Este é outro componente principal do tratamento da AI/IAMSSST. O tratamento inicial deve incluir o ácido acetilsalicílico, inibidor da ciclo-oxigenase plaquetária. A dose inicial sugerida é de 325 mg/dia e doses mais baixas (75 a 162 mg/dia) para terapia a longo prazo. O ensaio OASIS-7 randomizou 27,087 pacientes com SCA para receber alta dose (300-325 mg/dia) vs. baixa dose (75-100 mg/dia) de ácido acetilsalicílico durante 30 dias e não relatou diferenças no risco de sangramento maior ou na eficácia durante este período de tempo. A “resistência ao ácido acetilsalicílico” foi observada em 5 a 10% dos pacientes e mais frequentemente nos pacientes usando doses menores de ácido acetilsalicílico, mas frequentemente tem sido associada com a não aderência. O estudo CURE mostrou que o clopidogrel, um pró-fármaco inativo que é convertido em um metabólito ativo o qual bloqueia o receptor P2Y12 componente do difosfato da adenosina plaquetário em combinação com o ácido acetilsalicílico, com redução relativa de 20% nas mortes cardiovasculares, IAM ou acidente vascular encefálico em comparação com o uso isolado de ácido acetilsalicílico por pacientes; porém, esta associação determina aumento moderado (absoluto de 1%) de sangramento grave. O pré- tratamento com clopidogrel (uma dose de ataque de 300 a 600 mg, seguida de 75 mg/dia) é recomendado antes para a ICR. Até um terço dos pacientes têm baixa resposta ao clopidogrel e uma proporção substancial destes está relacionada a uma variante genética do sistema citocromo P450. Uma variante do gene 2 0 9 acarreta uma conversão reduzida de clopidogrel em seu metabólito ativo, que, por sua vez, acarreta menor inibição de plaquetas e um risco maior de eventos cardiovasculares . Agentes alternativos, tal como o prasugrel, devem ser considerados para pacientes com SCA que são hiporresponsivos ao clopidogrel como identificado pelo teste de plaquetas e/ou genético, embora tal teste não seja ainda difundido. Quatro opções estão disponíveis para que terapia com anticoagulantes seja adicionada ao ácido acetilsalicílico e clopidogrel. ➔ A heparina não fracionada (HNF) é a base da terapia. ➔ A heparina de baixo peso molecular (HBPM), enoxaparina mostrou, em vários estudos, ser superior à HNF na redução dos eventos cardíacos, especialmente nos pacientes tratados de maneira conservadora. O inibidor indireto do fator Xafondaparinux é equivalente para eficácia precoce se comparado com a enoxaparina, mas parece apresentar um risco menor de sangramento importante. ➔ A bivalirrudina, um inibidor direto da trombina, é equivalente em eficácia à HFNou HBPM entre os pacientes tratados em conjunto com um inibidor da GP Ilb/IIIa, mas o uso de bivalirrudina isoladamente apresenta menos sangramento do que a combinação de heparina e um inibidor de GP Ilb/IIIa em pacientes com AI/ IAMSSST submetidos à cateterismo e/ou ICP. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. ➔ Antes do advento do clopidogrel, muitos ensaios mostraram o benefício dos inibidores da GP Ilb/IIIa intravenosos. O benefício, contudo, é pequeno, isto é, uma redução de apenas 9% na morte ou no IAM com aumento significativo de sangramento maior. ➔ Dois estudos recentes também não conseguiram mostrar um benefício para o início precoce em comparação com o uso apenas para ICP. O uso destes agentes pode ser reservado para pacientes instáveis com dor em repouso recorrente e mudanças no ECG que submetidos à ICP. O SANGRAMENTO EXCESSIVO É O MAIS IMPORTANTE EFEITO ADVERSO DE TODOS OS AGENTES ANTITROMBÓTICOS, INCLUINDO ANTICOAGULANTES E AGENTES ANTIPLAQUETÁRIOS. Portanto, a atenção deve ser direcionada para as doses de agentes antitrombóticos, respeitando o peso, depuração de creatinina e uma história prévia de sangramento excessivo, como uma maneira de reduzir o risco de sangramento. ESTRATÉGIA INVASIVA VERSUS CONSERVADORA: Múltiplos estudos clínicos demonstraram o benefício de uma estratégia invasiva precoce para os pacientes de alto risco, isto é, os com vários fatores de risco clínico, alterações do segmento ST e/ou biomarcadores positivos. Nesta estratégia, depois do tratamento com agentes anti- isquêmicos e antitrombóticos, a coronariografia é realizada aproximadamente em 48 h de internação, seguida da revascularização coronariana (ICP ou cirurgia de revascularização miocárdica), de acordo com a anatomia das artérias coronárias. No grupo de baixo risco, os resultados obtidos com uma estratégia invasiva são semelhantes aos conseguidos com a estratégia conservadora, consistindo em medicação anti- isquêmica e antitrombótica, seguida de “observação cuidadosa”, durante a qual a coronariografia será realizada apenas se dor em repouso ou as alterações do segmento ST reaparecerem, ou houver evidência de isquemia importante na prova de esforço. ANGINA VARIANTE DE PRINZMETAL: Em 1959, Prinzmetal e colaboradores descreveram uma síndrome de dor isquêmica grave que ocorre em repouso, mas geralmente não é desencadeada pelo esforço e está associada ao supradesnivelamento transitório do segmento ST. Esta síndrome é consequência de espasmo focal de artéria coronária epicárdica, causando isquemia m iocárdica grave. A causa do espasmo ainda não foi bem-esclarecida, mas pode se relacionar com a hipercontratilidade da musculatura lisa vascular causada por mitógenos vasoconstritores, leucotrienos ou serotonina. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E ANGIOGRÁFICAS: Os pacientes com angina variante de Prinzmetal (AVP) geralmente são mais jovens e têm menos fatores de risco coronarianos (exceto o tabagismo) do que os pacientes com AI secundária à aterosclerose coronariana. O exame cardiológico costuma não ser alterado na ausência de isquemia O diagnóstico clínico da angina variante é efetuado pela detecção da elevação transitória do segmento ST com dor em repouso. Alguns pacientes também apresentam vários episódios de elevação assintomática do segmento ST (isquemia silenciosa). Elevações discretas da troponina podem ocorrer nos pacientes em crises prolongadas de angina variante. A angiocoronariografia mostra o espasmo transitório das coronárias como principal achado diagnóstico da AVP. Na maioria dos pacientes, ocorrem placas ateroscleróticas, que em geral não causam obstrução crítica, em pelo menos uma artéria coronária proximal e, nestes casos, o espasmo geralmente ocorre a 1 cm da placa. O espasmo focal é mais comum na artéria coronária direita e pode ocorrer em um ou mais segmentos do mesmo vaso ou em várias artérias simultaneamente. A ERGONOVINA, ACETILCOLINA, OUTROS AGENTES VASOCONSTRITORES E HIPERVENTILAÇÃO TÊM SIDO USADOS PARA DESENCADEAR ESTENOSE CORONARIANA FOCAL NA ANGIOGRAFIA BEM COMO CONFIRMAR O DIAGNÓSTICO. A hiperventilação também é usada para provocar angina em repouso, elevação do segmento ST e espasmo na coronariografia. TRATAMENTO – ANGINA VARIANTE DE PRINZMETAL: Os nitratos e bloqueadores dos canais de cálcio são os agentes usados para tratar de episódios agudos e para abolir os episódios recorrentes de AVP. O ácido acetilsalicílico pode, em determinados casos, agravar os episódios isquêmicos, possivelmente como um resultado da sensibilidade extraordinária do tônus coronário para mudanças modestas na síntese da prostaciclina. A resposta aos betabloqueadores é variável. A revascularização coronariana pode ser oportuna em pacientes que também apresentarem lesões obstrutivas proximais distintas e fixas Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. PROGNÓSTICO: Alguns pacientes com AVP passam por uma fase aguda de atividade com episódios frequentes de angina e eventos cardíacos durante os primeiros 6 meses após a apresentação. A sobrevida após 5 anos é excelente (90 a 95%). Os pacientes sem lesões obstrutivas ou com obstrução coronariana leve e fixa tendem a mostrar evolução mais benigna do que os indivíduos com lesões obstrutivas graves associadas. Os IAM não fatais ocorrem em até 20% dos pacientes ao longo de um período de 5 anos. Os pacientes com AVP que apresentam arritmias graves durante os episódios espontâneos de dor correm maior risco de morte súbita cardíaca. Na maioria dos pacientes que sobrevivem a um infarto ou ao período inicial de 3 a 6 meses de crises repetidas, a síndrome estabiliza-se, e há uma tendência à atenuação dos sintomas, bem como redução dos eventos cardíacos com o transcorrer do tempo. 1. ENTENDER COMO OCORRE A COMUNICAÇÃO DE REFERÊNCIA E CONTRA-REFERÊNCIA. A REFERÊNCIA DIZ RESPEITO AO ENCAMINHAMENTO DO USUÁRIO A UM ATENDIMENTO COM NÍVEIS DE ESPECIALIZAÇÃO MAIS COMPLEXOS, OS HOSPITAIS E AS CLÍNICAS ESPECIALIZADAS. A CONTRA-REFERÊNCIA OCORRE QUANDO A NECESSIDADE DO USUÁRIO MAIS COMPLEXA É SANADA E A NECESSIDADE SE TORNA MAIS SIMPLES. ENTÃO ELE É REENCAMINHADO PARA UMA UNIDADE DE MENOR COMPLEXIDADE, OU SEJA, DEVE SER CONDUZIDO À UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE MAIS PRÓXIMA A SUA RESIDÊNCIA. As Unidades Básicas de Saúde devem ser a porta de entrada para o sistema, ou seja, aproximar a porta de acesso aos serviços de maior complexidade da residência dos usuários. Dessa maneira, o acesso a estes serviços acontece por intermédio da Unidade de Saúde mediante o encaminhamento. As UBSs passaram a ter maior responsabilidade com esse Sistema, pois ficaram encarregadas de referenciar os usuários e também de realizar o agendamento e o retorno dos mesmos, para que estes usuários ficassem vinculados a sua unidade de referência desde o primeiro atendimento até que alcançassem a resolução dos seus problemas. OU SEJA, UMA VEZ ATENDIDO NA UBS DE SUA REFERÊNCIA, QUANDO REFERENCIADO PARA OUTRO NÍVEL DE COMPLEXIDADE O USUÁRIO DEVERÁ SER CONTRA-REFERENCIADO PARA A UBS DE ORIGEM, POR MEIO DE ENCAMINHAMENTO COM AS INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS PARA A CONTINUIDADE DO CUIDADO. Os encaminhamentos de pacientes de serviços públicos para privados, contratados e/ou conveniados, deverão ser feitos nos formulários próprios do Sistema Único de Saúde. Os encaminhamentos só devem acontecer se estiverem fora da possibilidade técnica e de recursos humanos de serem tratados na Unidade. O Sistema de Referênciae Contra-referência faz parte de uma rede hierarquizada e integrada de cuidados e serviços que deveria se iniciar na Atenção Primária em Saúde (APS), porta de entrada do sistema, até os níveis de alta complexidade e assim possibilita o percurso direcionado dos usuários. Este Sistema é um modo de ordenação dos serviços de saúde, que viabiliza o acesso das pessoas que buscam as Unidades de Saúde e todos os serviços existentes no Sistema Único de Saúde, objetivando o cumprimento dos princípios e diretrizes do SUS e assegurando o acesso do paciente a todos os níveis de complexidade do Sistema. Assim, garantindo a universalidade, equidade e igualdade. O SUS preconiza, dentro dos seus princípios, que as ações de saúde sejam descentralizadas, hierarquizadas e regionalizadas, a rede de atenção deve ser constituída de forma a integrar serviços de todos os níveis de complexidade: as unidades de atenção básica; as unidades de atenção secundária; e as unidades de atenção terciária; também na Rede, existem os serviços de atenção domiciliar e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. As redes de atenção à saúde têm responsabilidades sanitárias e econômicas. São organizadas sem hierarquia entre os pontos de atenção à saúde; tem atenção contínua nos níveis primário, secundário e terciário; têm o compromisso com a atenção integral, intervenções de promoção e recuperação à saúde (ações preventivas, curativas, cuidadoras, reabilitadoras e paliativas); operam sob coordenação da atenção primária à saúde; e prestam atenção adequada, com qualidade, em tempo e lugares certos. O ato de encaminhar os usuários para os demais níveis de complexidade do SUS é conhecida como referência e contrarreferência. ESTA PRÁTICA RESULTA NA CORRESPONSABILIZAÇÃO DO CUIDADO, POIS AS INFORMAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA CLÍNICA, INCLUINDO EXAMES, RESULTADOS DE EXAMES, SUSPEITAS, DIAGNÓSTICOS, INTERVENÇÕES QUE FORAM REALIZADAS NOS DIFERENTES NÍVEIS DE ATENÇÃO E AS DEMAIS NECESSIDADES RELACIONADAS AQUELE USUÁRIO, É COMPARTILHADA. ➔ O uso do sistema de referência e contrarreferência caracteriza um dispositivo normativo que necessita de dedicação simultânea entre os níveis de complexidade do SUS, para garantir o acesso dos usuários a todas as esferas de cuidado, de acordo com suas necessidades. Para possibilitar o fluxo entre os níveis de atenção que compõem o sistema de referência e contrarreferência, é necessário que o mesmo seja efetivo. Nas RAS, esse sistema é parte constitutiva de um componente estruturante das redes, o sistema logístico. Considera-se que este sistema logístico, respaldado na tecnologia da informação, assegura uma ordenação lógica dos fluxos e contrafluxos de informações, produtos e pessoas, proporcionando um segmento ativo de referência e contrarreferência ao longo dos pontos de atenção. De acordo com os princípios Rede, é necessário garantir vínculos em várias intraequipes de saúde, interequipes e serviços, entre trabalhadores e gestores, e entre usuários, serviços e equipes. Segundo Brondani et al (2016) está clara a desorganização e a falta de informação sobre como trabalhar em rede, o que pode apontar as limitações da gestão e organização do conjunto de serviços de assistência à saúde, gerar desânimo e desmotivação nos trabalhadores. Para termos uma atenção primária de qualidade, é preciso que os profissionais sejam valorizados, capacitados, gerando monitorização de resultados e por fim qualificação na prestação de serviços. É perceptível a desarticulação entre os serviços, definindo o trabalho como solitário, sem a divisão do cuidado do usuário na RAS. Essa desarticulação do cuidado mostra-se principalmente, na vulnerabilidade da articulação entre as instâncias gestoras do sistema, além da fragmentação entre os serviços de saúde. É FUNDAMENTAL FIRMAR OS PROCESSOS DE REFERÊNCIA E CONTRARREFERÊNCIA, E TER UMA REDE DE SERVIÇOS ARTICULADA, PARA MELHORAR A ASSISTÊNCIA AOS USUÁRIOS, E ASSIM ALCANÇAR A INTEGRALIDADE DO CUIDADO. UMA REDE ARTICULADA PROPORCIONA UMA POSSIBILIDADE MAIOR DE RESOLUBILIDADE DOS PROBLEMAS DE SAÚDE DA POPULAÇÃO. O sistema de referência e contrarreferência opera como uma ferramenta para o funcionamento do SUS. Contudo, sem uma rede de serviços de saúde bem elaborada e com uma boa comunicação o funcionamento da mesma se torna ineficiente. Segundo Serra (2010) os sistemas de informação e comunicação existentes têm muitas deficiências. Muitas equipes de saúde não contam com telefones, computadores e internet. Não tem agendamento de consultas e exames via sistema, e não há prontuário eletrônico. O meio utilizado para a referência e contrarreferência é através de formulários em papel. A FALTA DE COMUNICAÇÃO E ARTICULAÇÃO ENTRE OS SERVIÇOS DE SAÚDE AUMENTAM OS CUSTOS DO SUS, POIS MUITAS DAS VEZES É NECESSÁRIO REPETIR EXAMES, PROCEDIMENTOS, QUE MUITAS VEZES JÁ FORAM REALIZADOS, MAS QUE NÃO FORAM REGISTRADOS. A comunicação é falha entre os níveis de atenção. Para que sejam evitadas as repetições e sobreposições das atividades clínicas, nas quais o usuário é submetido, seria relevante a implantação de um sistema que conectasse todos os serviços de atenção à saúde, nos seus diversos níveis de complexidade, com o propósito de facilitar o acesso à informação sobre o histórico clínico de cada usuário. A falta de comunicação, desencadeou grande entrave, aqui elencada como a categoria DIFICULDADE NA CONTRA- REFERÊNCIA , ou seja, da volta do usuário à Atenção Primária à Saúde. A CONTRA-REFERÊNCIA REFERE-SE AO RETORNO PARA O MENOR NÍVEL DE COMPLEXIDADE, OU SEJA, EM QUE A NECESSIDADE DO USUÁRIO, COM RELAÇÃO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE, É MAIS SIMPLES, E O MESMO PODERÁ SER CONDUZIDO PARA A APS. Dito isto, a inexistência da contrarreferência implica descontinuidade do cuidado, e consequentemente, baixa resolubilidade dos casos. ➔ Em um dos artigos (Pereira, 2016) os profissionais de saúde relataram que “a contrarreferência ninguém responde. A gente não tem essa contra-referência do serviço de atenção secundária para atenção básica.” Ou seja, não há garantia da continuidade do processo de cuidado dos usuários da rede. ➔ É possível que o incentivo à educação permanente possa ser uma das formas para se promover melhorias na comunicação entre os serviços e resolutividade da assistência em saúde. É preciso que esforços sejam feitos para diminuir as dificuldades de acesso dos usuários aos serviços públicos de saúde. Ainda, é essencial que gestores invistam na garantia de acesso dos usuários a outros níveis de cuidado, pois quando há o acesso e os tratamentos, e intervenções acontecem no tempo necessário, resultados positivos poderão ser visíveis. Quando ocorre o inverso, a demora no acesso ao serviço Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. contribui com a perda de qualidade de vida, intensificando seus agravos, causando aumento de custos financeiros, pois serão demandados cuidados em níveis de complexidade cada vez maiores. O Sistema de Referência e Contra-Referência, foi descrito como um sistema ineficiente. Os profissionais de saúde relataram dificuldade em relação à falta de comunicação com os outros níveis de atenção à saúde, e não havia conhecimento sobre o funcionamento das Redes de Atenção à Saúde. A ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE REFERÊNCIA E CONTRA- REFERÊNCIA AINDA NÃO ESTÁ CONSOLIDADA, HÁ A IMPRESCINDIBILIDADE DE REFLETIR O SEGUIMENTO DO CUIDADO AO USUÁRIO DE UMA MANEIRA MAIS COMPROMETIDA, EM QUE ESTE PROCESSO NÃO SE LIMITE AO TRABALHO DE CADAPROFISSIONAL, QUE DE FORMA INDIVIDUAL, BUSCA A RESOLUTIVIDADE DAS DEMANDAS. A estruturação de um sistema integrado é um desafio de alta complexidade para o SUS, que se dá a partir da Atenção Básica e deve ser elaborado de modo que seja vinculado à esfera estadual respeitando a autonomia de cada gestão. O encaminhamento dos usuários através do sistema de referência e contra-referência no SUS, por meio dos níveis de complexidade deve responder às necessidades da população, permitindo que a mesma seja assistida de forma integral segundo os princípios do SUS, seguindo a lógica do sistema de saúde. UM SISTEMA DE REFERÊNCIA E CONTRARREFERÊNCIA COM BOM NÍVEL DE EFETIVIDADE, SE ENQUADRA NO PRINCÍPIO DA INTEGRALIDADE DA ATENÇÃO ASSEGURADA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE, PELA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA, E REFORÇA A RESOLUBILIDADE, POIS PROPORCIONA AO PACIENTE UM TRATAMENTO CONTÍNUO, ATÉ A RESOLUÇÃO DE SUAS NECESSIDADES, INDEPENDENTEMENTE DE SUA COMPLEXIDADE. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. MEDICINA CARDIOVASCULAR DE HARRISON. 2ª EDIÇÃO; 2. MEDICINA INTERNA DE HARRISON; 3. FISIOPATOLOGIA DE URIBE; 4. PATOLOGIA DE BOGLIOLO; 5. FISIOPATOLOGIA DAS DOENÇAS DE MAINE; 6. SEMIOLOGIA MÉDICA DE PORTO; 7. TRATADO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES DE BRAUNWALD. 8. ANGINA PECTORIS: DOR O PEITO CAUSADA POR OBSTRUÇÃO DA ARTÉRIA CORONÁRIA EPICÁRDICA FIXA. SIMON A. MAHLER ET AL. 2021; 9. ANGINA MICROVASCULAR: ANGINA PECTORIS COM ARTÉRIAS CORONÁRIAS NORMAIS. IMRAN CHAUDHARY ET AL. 2020. 10. SINDROME CORONARIANA AGUDA: TERMINOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO. SIMONS ET AL. 2020. 11. REFERÊNCIA E CONTRA-REFERÊNCIA NO SUS: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA. PAULA LACERDA CAIXERA RAMOS. 2018.
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