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Gotas de Sabedoria - Livro II

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Gotas de Sabedoria 
 
 
Livro II 
 
 
 
 
 
 
 
Silvio Dutra 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEZ/2015 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A474g 
 
 Alves, Silvio Dutra 
 Gotas de sabedoria: livro II/ Silvio Dutra 
 Alves. - Rio de Janeiro, 2015. 
 184p.; 14,8x21cm 
 
 1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Amizade. 
4. Esperança. 5. Graça. 6. Oração. I. Título. 
 
 
 CDD 230 
 
3 
 
 
Sumário 
 
1 – Esperança 
 
 6 
2 - Amigo é Algo Raro e Precioso 
 
 10 
3 - Espiritual 
 
 15 
4 - Dom 
 
 21 
5 - Fé, Crer e Confiar 
 
 26 
6 - Glória 
 
 31 
7 - Graça 
 
 38 
8 - O Modo Comum de Operação da Fé 
 
 42 
9 - Significado de Ser Redimido 
 
 46 
10 - Para Obedecer é Necessário Conhecer a Si 
Mesmo 
 
 56 
11 - Oração, Súplica e Intercessão 
 
 62 
12 - A Palavra Que é Alimento 
 
 69 
13 - Perseverança, Paciência e Longanimidade 
 
 74 
14 - Profecia 80 
 
4 
 
15 - Prosperidade e Progresso 
 
 87 
16 - Puro e Incontaminado 
 
 92 
17 - Quebrantamento e Contrição 
 
 95 
18 - Regeneração 
 
106 
19 - Ressurreição 
 
112 
20 - Salvação 
 
116 
21 - Significado de Ser Santificado 
 
122 
22 - Significado Bíblico de Renovação da Mente 
 
132 
23 - Submissão 
 
142 
24 - Unidade e Comunhão 
 
152 
25 - Vida Eterna 
 
158 
26 - Vigilância e Prudência 
 
163 
27 - Visão e Audição Espiritual 
 
169 
28 - Zelo e Fervor 
 
177 
29 - Renúncia e Abnegação 
 
181 
 
 
 
5 
 
 
 
NOTA GERAL: 
 
As palavras associadas aos títulos de cada 
capítulo deste livro podem ser vistas em seu uso 
nas passagens da Bíblia em que ocorrem, 
sacadas do texto original em hebraico (Velho 
Testamento) ou grego (Novo Testamento). 
Para acessá-las basta acionar o link situado 
imediatamente ao final de cada capítulo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
1 - Esperança 
Juntamente com a fé e o amor, a esperança é citada 
pelo apóstolo Paulo como sendo os dons de Deus que 
permanecem e que são maiores do que todos os demais. 
A esperança é no que se fundamenta a fé, pois esta é a 
firme certeza do que esperamos, conforme nos é 
prometido por Deus. 
Já entramos na posse imediata e presente de muitas 
promessas que nos foram feitas por Deus em sua 
Palavra, como a nossa justificação, a regeneração, a 
operação do trabalho de santificação, tudo isto, 
realizado pelo Espírito Santo que habita em nós como 
um cumprimento da principal promessa, por termos 
crido em Cristo. 
Todavia ainda aguardamos por nossa herança na pátria 
celestial e a glorificação de nossos corpos para 
reinarmos juntamente com Cristo. Mas disto nos 
7 
 
apropriamos também pela fé, por meio da esperança 
que é gerada pelo Espírito Santo em nossos corações. 
Temos por certo de que tudo aquilo que ainda não 
vemos, certamente se cumprirá no tempo determinado 
por Deus, porque fiel é o que fez a promessa. 
O que ele disse que cumpriria antes de sermos 
arrebatados e que foi integralmente cumprido, 
especialmente pela vinda do Messias prometido, 
também cumprirá a seu tempo, todas as demais coisas 
que completarão o seu propósito eterno. 
Por exemplo, sabemos que todo aquele que crê em 
Cristo já não pode mais morrer eternamente, porque foi 
levantado dentre os mortos espirituais para a vida 
eterna. 
Sabemos que seremos perfeitos assim com Ele é perfeito 
e que o veremos do mesmo modo pelo qual ele nos vê. 
Sabemos que estaremos em comunhão eterna e perfeita 
tanto com Deus quanto com todos os santos, inclusive 
os que viveram no período do Velho Testamento. 
8 
 
Sabemos que seremos arrebatados e que este nosso 
corpo físico será transformado em um corpo celestial 
que já não mais enferma ou morre. 
E é a esperança cristã aperfeiçoada progressivamente 
pela fé, que nos faz estar cada vez mais convictos quanto 
à fidelidade de Deus em cumprir tudo isto. 
Por isso se diz que somos salvos na esperança do que 
haveremos de ser, ou seja, perfeitos em santidade assim 
como Deus é perfeito. 
Esperamos não somente a ressurreição futura de nossos 
corpos, mas também a execução da condenação eterna 
de Satanás e de todos os demônios; a bem-aventurança 
do nosso governo com Cristo no milênio; a glória dos 
novos céus e da nova terra; a nova Jerusalém e tudo o 
mais que se refira ao nosso estado eterno. 
Temos uma esperança que não é incerta. Não se trata de 
algo que aguardamos com a possibilidade de falhar. Mas 
é esperança no sentido de certeza de cumprimento 
9 
 
pleno de tudo o que é prometido e que por ela 
aguardarmos em Deus. 
Não é também uma esperança passiva de quem se 
resigna diante de tudo o que se lhe opõe e recua, mas é 
esperança ativa que nos leva a seguir adiante com fé que 
o nosso trabalho no Senhor não é vão e que ele é 
galardoador dos que o buscam e o servem em 
fidelidade. 
Você pode ler os versículos bíblicos contendo 
destacadas a palavra elpis (grego) – esperança; e outros 
textos bíblicos sobre esperar em Deus; relativos ao 
assunto, acessando o seguinte link: 
 
http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/es
peranca.html 
2 - Amigo é Algo Raro e Precioso 
 
http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/esperanca.html
10 
 
A palavra amizade vem da raiz latina amicus, mas a 
palavra que temos para amizade no texto original grego 
do Novo Testamento é filos, que significa aquele que 
ama ou gosta de algo ou alguém. 
Agora, é óbvio que no sentido de amizade de intimidade 
e comunhão é impossível que esta seja estabelecida 
quando uma das partes envolvidas não o deseje, ou 
então o deseje sob a condição de jugo desigual, a saber, 
de comunhão das trevas com a luz, o que é impossível à 
citada comunhão. 
Daí Jesus definir como seus amigos íntimos, somente 
aqueles que guardam os Seus mandamentos, porque 
são estes que são nascidos do Espírito Santo, e tendo a 
Sua habitação podem partilhar da comunhão espiritual 
com o Senhor, o qual é espírito. 
A rigor, não se pode chamar de verdadeira amizade 
aquela que é fundamentada no mal, porque neste não 
pode existir verdadeiro amor, pois o que caracteriza 
uma amizade verdadeira é o amor. 
11 
 
Assim, há amigos íntimos, amigos não próximos, e em 
nossos dias até amigos virtuais, como os das redes 
sociais, que apesar de não se conhecerem 
pessoalmente, em alguns casos, podem manter laços de 
amizade pelo interesse comum de desejar o bem um do 
outro. 
Agora, devemos considerar que a amizade não é algo 
que seja necessariamente permanente, pois é possível 
que alguém assuma uma posição diferente e contrária a 
quem antes amava, por motivo justificável ou não. A 
Bíblia está repleta de exemplos relativos a isto, inclusive 
de amigos que se tornaram até mesmo traidores, como 
vemos por exemplo nas citações de Jeremias e de nosso 
Senhor Jesus Cristo, nos textos a seguir: 
“Pois ouço a difamação de muitos, terror por todos os 
lados! Denunciai-o! Denunciemo-lo! dizem todos os 
meus íntimos amigos, aguardando o meu manquejar; 
bem pode ser que se deixe enganar; então 
prevaleceremos contra ele e nos vingaremos dele.” 
(Jeremias 20.10) 
12 
 
“E até pelos pais, e irmãos, e parentes, e amigos sereis 
entregues; e matarão alguns de vós;” (Lucas 21.16) 
Todavia, a par de toda a prudência que devemos ter, é 
necessário cumprir a ordenança bíblica de que no que 
depender de nós devemos ter paz com todas as pessoas, 
e não abrigar mágoas e ressentimentos em nosso 
coração, mesmo em relação aos que nos têm ofendido. 
E especialmente em relação aos nossos irmãos em Cristo 
devemos seguir a instrução apostólica que diz: 
“Finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, 
compassivos, cheios de amor fraternal, misericordiosos, 
humildes,” (I Pedro 3.8) 
“Amai-vos cordialmente uns aos outros com amorfraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros;” 
(Romanos 12.10) 
Mas mesmo neste caso devemos ter toda a prudência, 
sabendo que uma verdadeira amizade demanda dos que 
são amigos um caráter refinado e aprovado, pois o 
simples nome de crente não nos valerá quando não se 
13 
 
anda de modo reto e fiel, e com certeza, os laços de 
amizade sofrerão com isto, conforme somos alertados 
no seguinte texto de Provérbios: 
“O homem que tem muitos amigos, tem-nos para a sua 
ruína; mas há um amigo que é mais chegado do que um 
irmão.” (Provérbios 18.24) 
Há somente um amigo que nunca falha, mais chegado 
do que um irmão, que sempre nos é fiel, e este é Jesus 
Cristo. 
Todos os demais amigos falham ou podem vir a falhar... 
daí a necessidade que temos de praticar o perdão, para 
a continuidade com o relacionamento com aqueles que 
nos amam de fato e que são sinceros no seu proceder. 
Sigamos o exemplo de Jesus, conforme no caso da 
restauração do apóstolo Pedro, que apesar de tê-lo 
negado por ter sido pressionado pelas circunstâncias, 
todavia jamais o havia negado em seu coração, porque 
o amava verdadeiramente. 
14 
 
Você pode ler os versículos bíblicos contendo 
destacadas as palavras: 
1 – sod (hebraico) – intimidade, assembleia, conselho 
(no sentido de ajuntamento); 
2 – philadelfia (grego) – amor fraternal; 
3 – philos (grego) - amigo; 
4 – Outros versículos sobre amigo e amizade; relativos 
ao assunto, acessando o seguinte link: 
http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/a
mizade-e-fraternidade.html 
 
 
 
3 - Espiritual 
 
15 
 
A palavra “carne” (sarx, no grego) é usada no texto do 
Novo Testamento, tanto para designar o corpo físico 
natural, no qual não há inerentemente qualquer mal 
moral, senão o mau uso que se pode fazer do mesmo, e 
também, a condição da natureza terrena decaída no 
pecado que se opõe a Deus e à Sua vontade. 
A revelação bíblica apresenta um contraste entre o que 
é espiritual e o que é natural e carnal, e não 
propriamente material, como costumeiramente ocorre 
ao modo de se pensar em geral. 
Sendo que o carnal e o natural aqui referidos reportam, 
respectivamente, o primeiro ao que é pecaminoso, e o 
segundo ao que é pertencente à vida moral, que não é 
espiritual, celestial, sobrenatural e divina. 
O conceito de espiritual, conforme o encontramos 
especialmente no Novo Testamento, transcende o de 
espírito, porque os anjos caídos e o espírito de pessoas 
ímpias não são ditos espirituais, pois esta palavra indica 
a condição de espíritos que são conduzidos pelo Espírito 
16 
 
Santo de Deus, que se encontram a Ele voluntariamente 
sujeitos, a saber, os anjos eleitos e as pessoas que foram 
regeneradas pelo Espírito. 
A condição do espírito pode ser tanto de luz ou de 
trevas. A de luz identifica os que são espirituais, e a de 
trevas, os que são carnais, ou seja, os que não são de 
Cristo e não têm, por conseguinte o Espírito. 
Como a geração que viveu nos dias de Noé não atendia 
ao propósito da criação do homem por Deus, ou seja, 
viviam como carnais e não permitiam o trabalho do 
Espírito Santo em seus corações, então foi determinada 
a destruição pelas águas do dilúvio (Gênesis 6.3), como 
um sinal e aviso do que há de suceder a todos os que 
viverem como carnais, resistindo ao Espírito. 
Ao homem natural não ocorre o pensamento de ter sido 
criado para viver no e pelo Espírito Santo. Se Deus não 
abrir o seu entendimento para as coisas que são 
espirituais e celestiais, ele jamais poderá topar com o 
propósito da criação da humanidade por Deus. E, não há 
nenhum jogo de esconde-esconde nisto; nenhuma 
17 
 
vontade caprichosa de Deus envolvida nisto, senão a 
manifestação da vida eterna que está oculta em Cristo, 
e à qual Ele dá acesso somente àqueles que têm 
escolhido, e obedecem à Sua vontade. 
Evidentemente, para muitos propósitos úteis e 
convenientes à Sua exclusiva soberania e autoridade, 
bem como a nós próprios, fomos criados por Deus sendo 
espíritos dotados de um corpo natural, colocados a viver 
num mundo também natural. 
Por nossa relação com as realidades naturais, o nosso 
espírito pode ser exercitado em cuidados providenciais 
visíveis, que de outra forma, não poderiam ser 
manifestados, e importava que Deus manifestasse, 
segundo Seu propósito eterno, toda a Sua glória, em 
demonstrações de Seu amor, Sua bondade, misericórdia 
e justiça para com pecadores. 
O homem deve se interessar em saber o que fazer, para 
que seja encontrado como espiritual e não como carnal, 
pois temos este dever da parte de Deus para que 
possamos agradá-Lo. 
18 
 
O apóstolo Paulo afirma na parte final do quinto 
capítulo da epístola aos Gálatas, que devemos andar no 
Espírito Santo de modo a não satisfazer às cobiças da 
carne – carne aqui considerada, como na maior parte 
das passagens do Novo Testamento, como sendo a 
nossa natureza terrena decaída no pecado, da qual 
devemos nos despojar pelo trabalho de mortificação do 
pecado, pelo Espírito Santo. 
Essa vida espiritual, como já foi dito antes, não é 
pertencente à nossa natureza terrena, ela nos vem do 
Alto, descendo do Pai das luzes, e por isso, assim nos 
exorta o apóstolo Paulo: 
“Se, pois, fostes ressuscitados juntamente com Cristo, 
buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está 
assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são 
de cima, e não nas que são da terra; porque morrestes, 
e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” 
(Colossenses 3.1-3) 
O oitavo capítulo de Romanos e o segundo de I Coríntios 
discorrem sobre a verdade, de que o homem natural não 
19 
 
tem o pendor do Espírito Santo, porque a carne (aqui 
também com o significado de natureza terrena 
corrompida pelo pecado), não pode estar sujeita a Deus. 
Nisto se evidencia e cumpre a seguinte palavra de nosso 
Senhor Jesus Cristo: “o Espírito da verdade, o qual o 
mundo não pode receber; porque não o vê nem o 
conhece; mas vós o conheceis, porque ele habita 
convosco, e estará em vós.” (João 14.17). 
Sem conversão, permanecendo carnal, o homem não 
pode receber o Espírito Santo para nele habitar. Então, 
o que nos torna espirituais é a habitação do Espírito 
Santo. 
Sendo feitos espirituais importa vivermos como 
espirituais, andando continuamente no Espírito, e não 
mais como carnais. 
Você pode ler alguns versículos bíblicos com as 
seguintes palavras destacadas do texto original: 
1 – pneumatikos (grego) – espiritual; 
2 – sarkikos (grego) – carnal; 
20 
 
3 – sarx (grego) – carne; 
4 – pneuma (grego) – espírito; relativas ao assunto, 
acessando o seguinte link: 
http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/es
piritual.html 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 - Dom 
 
21 
 
Um matuto estava sendo criticado duramente por um 
incrédulo enfatuado, por seu conhecimento secular, por 
causa da sua fé em Jesus. Enquanto isso, o matuto 
sequer proferia qualquer palavra e continuava 
chupando uma laranja. Quando a laranja acabou, ele 
perguntou serenamente ao incrédulo: “estava doce ou 
azeda?” – “como posso saber?” – respondeu 
asperamente, como se tivesse sido indagado de forma 
irracional. Então o matuto concluiu: “assim é a fé em 
Jesus, não dá para saber como é, se não for 
experimentada.” 
Introduzimos esta parte de nosso presente estudo com 
esta estória, porque ela é muito pertinente ao nosso 
assunto. 
O dom ao que se refere o Novo Testamento, com as 
palavras gregas “dorea” e “charisma”, abrange tudo o 
que temos que receber da parte de Deus para que possa 
ser conhecido. 
22 
 
Todavia, o dom espiritual e celestial não pode ser 
conhecido pelo mero exercício de nossos sentidos 
naturais – visão, audição, olfato e tato – como a laranja 
da nossa estória. Poderíamos dizer que necessitamos de 
que sejam concedidos e criados em nós, outros sentidos 
que sejam ajustados às realidades espirituais e divinas 
que necessitamosconhecer por experiência pessoal, 
para que sejam vinculadas às nossas vidas. 
Não podemos desejar aquilo que não vemos, não 
sentimos, não conhecemos, e que sequer pode ser 
imaginado por nós. Sendo realidades pertencentes a 
outra dimensão (espiritual, celestial e divina) sequer 
podem ser desejadas, caso este desejo não seja 
despertado também com um dom concedido por Deus 
(a fé). 
Então há muito mais a ser considerado neste assunto do 
que a simples palavra dom (presente, gratuito) possa 
sugerir, pois há realidades tremendas e sobrenaturais 
envolvidas nisto. 
23 
 
A própria pessoa de Jesus e a do Espírito Santo são dons 
de Deus para nós. 
Também, a graça, a fé, os poderes, serviços e virtudes 
espirituais citados por Jesus nos Evangelhos, por Paulo 
em Romanos e I Coríntios, por Pedro e João em suas 
epístolas, e pelos profetas do Velho Testamento e pelos 
demais escritores do Novo Testamento. 
A palavra dom extrapola, portanto em seu significado, 
conforme vemos nas várias passagens das Escrituras, os 
dons sobrenaturais extraordinários do Espírito Santo 
relacionados por Paulo em I Coríntios 12 e 14, os quais 
estão destinados a desaparecer quando não forem mais 
necessários para manifestar a glória de Cristo ao mundo 
através da Igreja. 
Um aspecto relevante ao qual devemos dar a devida 
atenção é o de que todos os dons devem ser exercitados 
para que possam ser mantidos avivados, pois vemos 
Paulo exortando a Timóteo que reavivasse o dom que 
havia nele para o exercício do ministério de evangelista, 
24 
 
que lhe fora concedido por Deus com a imposição de 
mãos dos presbíteros. 
Isto nos ensina que os dons são recebidos para serem 
usados para a glória de Deus, pela realização da obra 
que nos tiver designado; e que estes dons que 
recebemos serão ajustados às necessidades especificas 
do nosso ministério, também recebido de Deus. 
Tudo o que se refere ao reino espiritual e celestial deve 
ser recebido como um dom, porque não são realidades 
pertencentes ao mundo natural, ou seja, não se 
encontram à nossa disposição em nossa própria 
natureza – devem ser recebidas do Alto, descendo do Pai 
das luzes, e comunicadas a nós pelo Espírito Santo, 
através da nossa fé em Jesus Cristo. 
Há dons que são eternos, como as virtudes do fruto do 
Espírito Santo, e dons que não são eternos, como os 
dons extraordinários do Espírito Santo, conforme 
citados por Paulo em I Coríntios 13 (profecias, línguas – 
e a isto inserimos dons de curar etc., pois não serão 
25 
 
necessários quando tudo estiver consumado e for 
perfeito). 
Você pode ler os versículos bíblicos contendo 
destacadas as palavras: 
1 – dorea (grego) – dom, presente; 
2 - charisma (grego) – dom, presente; relativas ao 
assunto, acessando o seguinte link: 
http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/do
m.html 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
5 - Fé, Crer e Confiar 
 
O texto de Habacuque 2.4, no qual se diz que o justo 
viverá pela sua fé, tem esta palavra “fé” vertida do 
hebraico emunah, que ocorre em outras 48 passagens 
do Velho Testamento com o significado de ofício 
ministerial ou fidelidade, e isto é muito instrutivo para 
entendermos que a qualidade de fé aludida pelo 
profeta, e que nos justifica para a vida eterna que está 
em Cristo Jesus, tem este caráter de fidelidade a Deus e 
de o servirmos ministerialmente conforme o ofício que 
tiver designado a nós. 
A fé salvífica bíblica, que é um dom de Deus, tem sempre 
a propriedade de gerar em nós esta ligação com Deus 
para que o sirvamos em fidelidade. 
Daí, etimologicamente, nossa palavra portuguesa fé 
vem do latim fides, raiz de fidelidade. 
Mas no original grego do Novo Testamento temos pistis, 
cujo sentido é bem mais amplo, pois significa crer, 
27 
 
confiar, assentir e concordar com algo como sendo 
verdadeiro, ficar firme e seguro 
Então, sempre que pensarmos na fé, ou falarmos da fé 
que procede de Deus, devemos ter em conta que não 
estamos tratando com algo que seja simplesmente 
nocional, ou uma afirmação de crença em algo ou 
alguém que não opere eficazmente no nosso interior, e 
que não nos conduza a buscar um aumento progressivo 
desta fé, pois ela sempre tem este caráter de busca de 
crescimento, pois o crescimento na graça e no 
conhecimento de Jesus é proporcional ao crescimento 
na fé, porque ela é o instrumento de recepção das graças 
e da intimidade com Deus. 
O povo de Israel nos dias do Velho Testamento, apesar 
de ser o povo da aliança, e ter recebido a revelação da 
Palavra de Deus, não chegou a alcançar em sua grande 
maioria, e em todas as gerações, o descanso de Deus, ou 
seja, a salvação da alma pela comunhão com Ele, pois 
segundo o autor de Hebreus, “a palavra da pregação 
nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada 
com a fé naqueles que a ouviram.”(Hebreus 4.2). 
28 
 
Quantas vezes se afirma no texto bíblico que eles creram 
em Deus e nos sinais que Ele fazia, e no entanto isto de 
nada lhes aproveitou porque tinham um fé morta, uma 
crença nocional, e não uma confiança e certeza interna 
na pessoa de Deus, que os levasse a observar os Seus 
mandamentos, a temê-lo e a Sua Palavra, por um firme 
impulso espiritual em seus corações. 
Por isso Deus não se fiava a eles pois bem conhecia a 
incredulidade dos seus corações. Tinham uma fé de boca 
mas não de coração. 
O apóstolo Paulo ensina em Romanos 10 que é por se 
crer em Cristo no coração que somos salvos, e não 
simplesmente por confessar com nossos lábios que Ele é 
o Salvador e Senhor. 
Não é forçoso pois reconhecer que a vida de fé em toda 
a sua plenitude, em todas as nações da terra, e não 
apenas em Israel, estava reservada para a dispensação 
da graça - para a glória e honra de Jesus Cristo, por quem 
recebemos a bênção de habitação do Espírito que fora 
prometida desde os dias de Abraão (Gál 3.14). 
29 
 
Esta fé evangélica é fruto do Espírito Santo que habita 
nos crentes (Gál 4. ), de modo que pode-se dizer que a 
rigor, a vida de fé dos crentes esperada por Deus haveria 
de ter cumprimento somente depois que o Espírito 
Santo fosse derramado para que o evangelho fosse 
anunciado em todas as nações. De modo que se afirma 
em Gálatas 3.23: “Mas, antes que a fé viesse, estávamos 
guardados debaixo da lei, e encerrados para aquela fé 
que se havia de manifestar.” 
Temos então a fé no Novo Testamento não apenas 
ligada à ideia de crer e confiar, pois ela é apresentada 
como algo que recebemos do alto, algo que não se 
encontrava inerentemente em nós, algo vivo e operante 
que realiza toda a dinâmica da vida espiritual e celestial 
em nós. 
Tal é o caráter da fé no Novo Testamento que em muitas 
passagens bíblicas ela é citada como fé objetiva, a saber, 
como sendo o próprio sistema do evangelho em toda a 
sua totalidade, como incorporado à vida do crente, e 
não apenas como sendo o dom subjetivo que opera no 
30 
 
interior do crente levando-o a experimentar o que é 
espiritual, celestial e divino. 
Graças a Deus portanto por nos ter dado Jesus Cristo e 
esta fé que nos mantém firmemente ligados a Ele em 
espírito. 
Graças a Deus por nos ter dado o Espírito Santo porque 
é Ele quem opera esta fé em nós. Sem a habitação do 
Espírito Santo não poderíamos ter esta qualidade de fé 
que nos desvenda e introduz aos mistérios da pessoa de 
Deus. 
Você pode ler os versículos bíblicos contendo 
destacadas as palavras 
1 – pistis (grego) – fé; 
2 – pisteuo (grego) – crer, confiar 
3 – aman (hebraico) – ser fiel; 
4 – emunah (hebraico) – fidelidade, verdade; relativas 
ao assunto, acessando o seguinte link: 
http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/fe-
crer-e-confiar.html 
31 
 
6 - Glória 
 
Somente a glória de Deus é eterna e incomparável. 
A glória da criatura é passageira. Ela cessa por perda ou 
na morte. E se permanece é porque lhe é comunicada na 
medida designada porDeus para cada uma delas, como 
no caso dos anjos e dos santos glorificados. 
Importa que Deus Pai seja o comunicador e o concessor 
de toda a glória, para que ninguém se ensoberbeça. 
Nós vemos o próprio Senhor Jesus, apesar de ser Deus 
com o Pai e o Espírito Santo, orando para que o Pai o 
glorificasse. Se Ele assim orou, quanto mais importa que 
nós o façamos e esperemos somente pela glória de 
Deus, e nunca pela glória dos homens. 
O que torna um ser digno de glória é a soma de suas 
virtudes, na proporção em que elas se aproximam das 
virtudes do caráter do próprio Deus; de Sua santidade, 
32 
 
beleza, justiça, verdade, amor, bondade, misericórdia, 
enfim, em tudo que O torna digno de louvor e adoração. 
A ninguém pode ser comparado o Santo de Israel, na 
excelência de Sua grandeza e majestade, até mesmo 
porque tudo foi criado por Ele e para Ele. Foi dEle, que 
até mesmo as estrelas que brilham no céu receberam a 
luz com que brilham no universo. Foi dEle que os 
espíritos excelentes receberam sua sabedoria, amor e 
santidade. 
Importa, portanto que toda glória que a criatura receba, 
volte para Aquele que foi o doador, o iniciador e o 
causador desta glória recebida. Daí, que tudo o que 
façamos seja sempre para a glória de Deus, pois é nisto 
que somos honestos e verdadeiros. Como poderíamos 
furtar para nós, algo que não nos pertence? 
Aqui repousa a perfeição da paz e harmonia no plano da 
criação, pois tudo vertendo para a glória, honra, e louvor 
do Criador, ninguém se sentirá diminuído ou 
engrandecido em relação a seus semelhantes, por saber 
que tudo que qualquer pessoa possua, afinal, não é 
33 
 
propriamente seu, mas fora recebido da mesma e única 
Fonte da qual toda glória procede. 
Por isso, nosso Senhor Jesus Cristo rejeitou 
peremptoriamente toda iniciativa da parte dos homens 
em Lhe conferir honrarias, dizendo que não recebia 
glória da parte dos homens senão somente da parte de 
Deus Pai. Não o fizera por motivo de desprezar o louvor 
dos homens, mas porque ninguém pode glorificar a Deus 
colocando-o no lugar de honra e destaque que Ele 
merece. Isto é atribuição exclusiva de Deus Pai, 
conforme já comentamos anteriormente. 
Lembram da resposta do Senhor à mãe de João e Tiago, 
que lhe havia pedido que um deles se assentasse à Sua 
direita, e o outro à esquerda? 
Ele disse que isto já estava decidido pelo Pai, para todos 
os crentes, de modo que posições no reino de Deus não 
são conquistadas por nossos méritos ou maquinações 
para obtê-las, pois Ele tem um novo nome escrito numa 
pedra branca, para cada um, designando qual é a 
posição de honra que tem designado para cada um 
34 
 
deles. Ele pode fazê-lo porque é Deus presciente e 
onisciente. E para Ele tudo se encontra num eterno 
agora, como tendo sido consumadas todas as coisas que 
Ele chama à existência pelo Seu próprio poder. 
Jesus tem um nome que é sobre todo o nome, porque 
foi o que mais se humilhou para fazer a vontade do Pai. 
Ninguém pode superá-Lo nisto. E de igual modo, nós, 
seremos grandes no porvir na medida da proporção do 
serviço humilde que tivermos prestado para a glória de 
Deus neste mundo, e não pela importância e louvor que 
os homens nos atribuam. 
Também por motivo de Sua grande sabedoria, Deus tem 
fixado a glorificação do Seu povo para o porvir. Aqui 
temos que carregar uma coroa de espinhos. A coroa de 
glória é para depois do arrebatamento da Igreja. O corpo 
glorificado, também para a mesma ocasião, quando 
formos arrebatados. Isto, porque as obras dos santos 
continuam contando para o seu galardão futuro mesmo 
depois da sua morte, pois todos aqueles que foram 
salvos, abençoados ou edificados por elas, ainda que 
35 
 
pela intermediação de outros, será levado em conta 
para eles. 
Quão grande então, será o galardão de Paulo e dos 
demais apóstolos; de Spurgeon, que morto, ainda fala, e 
de todos que têm sido uma inspiração para o povo de 
Deus por causa fé que tiveram! 
De forma que toda busca de glorificação pessoal neste 
mundo é um grande erro por parte daqueles que assim 
procedem. E, deve ser tido em consideração que a glória 
não é contada pelo nosso interesse de obtê-la, mas pelo 
nosso amor voluntário e desinteressado ao Senhor e à 
Sua obra; ainda que estejamos conscientes que a nossa 
fidelidade estará sendo contabilizada por Ele, de 
maneira perfeitamente justa para o nosso galardão, pois 
é da Sua natureza galardoar os que procedem fielmente. 
Deveríamos sempre ponderar em que consiste 
principalmente, a glória de Deus. Sua glória está em ser 
compassivo, longânimo, misericordioso e perdoador. É 
principalmente pela exibição do Seu amor que é 
glorificado tanto pelos homens quanto pelos anjos. 
36 
 
Quando Moisés desejou ardentemente que lhe 
mostrasse a Sua glória, o próprio Deus passou por ele 
pronunciando as seguintes palavras: 
“Tendo o Senhor passado perante Moisés, proclamou: 
Jeová, Jeová, Deus misericordioso e compassivo, tardio 
em irar-se e grande em beneficência e verdade;” (Êxodo 
34.6) 
 Foi o Seu caráter que Deus revelou a Moisés, como 
sendo a Sua glória. É deste caráter que decorre o brilho 
da Sua majestade. 
A glória dos que servem a Deus decorrerá da medida do 
mesmo tipo de caráter, e não de poder, grandezas 
terrenas e tudo o mais que o homem natural considera 
elevado e precioso. 
Você pode ler os versículos bíblicos contendo 
destacadas as palavras 
1 – doxa (grego) – glória, honra, louvor; 
2 – kabod (hebraico) – honra, glória; 
37 
 
3 – doxazo (grego) – glorificar, honrar, magnificar; 
relativas ao assunto, acessando o seguinte link: 
http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/gl
oria.html 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
7 - Graça 
 
Há um grande paradoxo no entendimento carnal 
relativo à graça divina, uma vez que se costuma 
considerar como sendo graça exatamente o oposto 
daquilo que a graça que nos foi dada em Cristo é na 
verdade; pois os dons naturais e comuns de Deus para 
toda a humanidade são buscados por pessoas religiosas 
como se fossem o grande propósito da vida cristã. 
Geralmente visa-se tão somente ao que é externo, e não 
propriamente o que seja espiritual, celestial e divino, 
para ser aplicado à transformação do próprio caráter e 
vida, segundo o propósito de Deus na concessão da Sua 
graça que nos foi dada em Cristo. 
Todavia, a Bíblia não nos deixa cegos quanto a este 
importantíssimo assunto, conquanto podemos observar 
na grande maioria das passagens bíblicas referentes à 
graça, qual é o propósito de Deus quanto à sua 
concessão. 
39 
 
Antes de tudo a graça não é dogma, mas o poder de 
Deus para o atingimento do objetivo da fé, a saber, a 
nossa salvação. E é no conhecimento da mesma graça 
que devemos crescer com vistas ao nosso 
aperfeiçoamento espiritual. 
O maior dom que temos recebido da graça de Deus é a 
vida do próprio Cristo e a habitação do Espírito Santo em 
nós. As demais graças são consequência desta referida e 
gravitam em torno da mesma. 
Quando estamos na graça, esta produz um bom estado 
na alma que pode ser discernido em espírito tanto por 
nós, quanto por aqueles que estiverem na mesma 
condição. 
A graça divina é o maior poder operante neste mundo, 
pois somente ela é mais forte do que o poder do pecado. 
O nosso acesso a esta graça, na qual estamos firmes, e 
sem correr o risco de sermos rejeitados por Deus, custou 
um alto preço a nosso Senhor Jesus Cristo – o preço do 
40 
 
seu sofrimento e derramamento do seu sangue numa 
terrível morte de cruz. 
É impróprio, por conseguinte, o pensamento associado 
à palavra graça, de ser algo fácil ou barato. 
A salvação é de fato gratuita, mas custou o preço de 
morte para Cristo, carregando os nossos pecados, e para 
nós, ela exige o pagamento do preço da nossa 
consagração a Deus, uma vez tendo sido convertidos 
mediante a simples fé no Senhor.Fomos comprados por preço para vivermos para Deus. 
Com o advento de Jesus Cristo foi inaugurada uma nova 
dispensação para substituir a antiga que vigorou desde 
os dias de Moisés. Daí ser chamada de dispensação da 
graça, enquanto a antiga era chamada de dispensação 
da Lei. 
Deus está sendo longânimo nesta dispensação em 
relação a todos os pecadores, concedendo-lhes assim a 
oportunidade de se arrependerem e crerem em Cristo, 
de modo a serem livrados da condenação eterna. Esta é 
41 
 
uma das características essenciais da citada 
dispensação. 
Você pode ler os versículos bíblicos contendo destacada 
a palavra charis (no original grego) – graça; acessando o 
seguinte link: 
http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/gr
aca.html 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
8 - O Modo Comum de Operação da Fé 
 
Nós temos fartamente exemplificado na Bíblia, em que 
consiste a vida prática de fé com Deus, notadamente nas 
muitas batalhas que a nação de Israel teve que travar no 
Velho Testamento. 
Apesar de estarmos na dispensação da graça e nos ser 
vedado tomarmos da espada aqui, contudo o princípio 
de operação continua o mesmo, pois se exige de nós que 
também batalhemos para vermos o cumprimento das 
promessas de Deus em resposta às nossas orações. 
É muito comum a ideia errônea de que basta orarmos, 
porque tudo o mais é por conta de Deus. Podemos dar 
vários exemplos sobre isto, porém é mais interessante 
que o façamos no sentido contrário, a saber, na 
demonstração prática da interação existente entre a 
ação sobrenatural do Senhor e os passos que devemos 
dar, para ver a realização do cumprimento das coisas 
que formos direcionados pelo Espírito Santo a fazer. 
43 
 
Primeiro, temos esta direção sobre o que deve ser feito. 
E oramos incessantemente para que Deus dirija os 
nossos passos e mova os corações daqueles que Ele 
levantará para solucionar nossos problemas. 
Depois saímos em campo para tomar as providências 
práticas necessárias, sabendo antes de tudo que a nossa 
paciência, sabedoria e discernimento estarão sendo 
colocados à prova pelo Senhor, de modo que 
poderemos encontrar nas portas em que batermos; 
resistências, e aparentes frustrações, que em vez de nos 
demoverem de seguir adiante, devem nos estimular a 
buscar novas alternativas. 
É possível que tenhamos a solução imediata logo de 
início, mas não é desta forma que Deus costuma agir 
para nos fazer vencer nas questões práticas da vida; 
senão, de outro modo, não aprenderíamos a ser 
perseverantes. 
Caso Ele fizesse tudo por nós, e nossa parte fosse apenas 
a de pedir-Lhe, certamente ficaríamos mimados e 
inexperientes para lidar com os problemas que a vida 
44 
 
nos apresenta, inclusive pela oposição que sofremos da 
parte de espíritos malignos. 
Assim, vemos Davi se esforçando, lutando e sofrendo 
enquanto fugia de Saul, mesmo quando era rei sobre 
todo o Israel. Ele era um homem de fé, mas sabia que 
deveria agir e lutar para que as vitórias fossem 
alcançadas com a ajuda de Deus. 
Não pensemos então, que a vida de fé seja cômoda e 
confortável, e tudo quanto se exige de nós é que apenas 
confiemos em Deus e fiquemos de braços cruzados 
esperando que Ele faça tudo por nós sem que 
precisemos mover sequer uma palha. 
Portanto, não duvidemos de Seu cuidado, bondade e 
ajuda quando as coisas não estiverem acontecendo 
conforme pensávamos que elas ocorreriam, e por 
estarmos enfrentando mais resistências do que 
pensávamos que teríamos que enfrentar, ou 
dificuldades além do ponto que pensávamos que 
poderíamos suportar. 
45 
 
Em todo este processo a nossa fé está sendo refinada, e 
no final, para a nossa a nossa perplexidade e a glória de 
Deus, veremos que Ele fará muito mais, além do que 
possamos imaginar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
9 - Significado de Ser Redimido 
 
É muito usado o título de Redentor sendo aplicado a 
nosso Senhor Jesus Cristo, mas poucos conhecem qual é 
o significado de tal adjetivo, e como ele define uma 
parte muito importante da Sua obra em relação a nós. 
No assunto da nossa redenção, nada há mais de 
descabido do que a falsa noção de que o preço que Jesus 
pagou com o Seu precioso sangue para nos redimir 
(comprar para Deus) teria sido feito a Satanás em razão 
de Adão ter transferido para ele a autoridade que havia 
recebido de Deus. 
Nada há para ser pago ao diabo, até mesmo porque ele 
nada possui de seu por um ato legítimo e reconhecido 
por Deus. Ele nada criou e nada governa legalmente com 
o consentimento do único e verdadeiro Criador de tudo 
e de todos. Ele é o grande rebelde e usurpador cujo 
pagamento que receberá é de uma condenação eterna. 
47 
 
A compreensão do real significado da redenção, 
remissão, resgate, compra que Jesus efetuou, é muito 
ajudada pelo conhecimento da lei de resgate de 
propriedades que foi prescrita por Deus à nação de 
Israel nos dias do Velho Testamento. 
Quando alguém perdesse uma herdade e não tivesse 
posses suficientes para reaver o bem perdido, este 
poderia ser resgatado pelo parente mais próximo da 
pessoa em seu nome. 
Nós vemos isto por exemplo no livro de Rute, quando 
Boaz resgatou a herança do marido de Noemi, que havia 
morrido na terra de Moabe, em favor de Noemi. 
“E eu resolvi informar-te disso e dizer-te: Compra-a 
diante dos habitantes, e diante dos anciãos do meu 
povo; se a hás de redimir, redime-a, e se não a houveres 
de redimir, declara-mo, para que o saiba, pois outro não 
há senão tu que a redima, e eu depois de ti. Então disse 
ele: Eu a redimirei.” (Rute 4.4) 
48 
 
Como este resgate era realizado por meio de um ato de 
compra, então a redenção por Cristo é também 
comparada a uma compra. 
Nosso Senhor Jesus Cristo, nosso parente mais próximo, 
apresentou-se como resgatador, tal como Boaz, para 
resgatar o nosso direito de propriedade que havíamos 
perdido em razão do pecado, de modo que podemos 
herdar a vida eterna, e tudo o que se relaciona àquilo 
que temos da parte de Deus por direito adquirido em 
Jesus Cristo. 
Boaz resgatou a propriedade para Noemi. 
Jesus nos resgatou como propriedade para Deus. 
Jesus pagou o preço total da nossa redenção, de modo 
que nada temos que pagar para a nossa salvação, até 
mesmo porque não tínhamos como liquidar o alto preço 
exigido pela justiça e santidade de Deus para a nossa 
redenção. Esta é a razão de ser gratuita para nós, porque 
custou para Jesus um alto preço. 
49 
 
Afinal não nos pertencíamos, antes mesmo da queda no 
pecado, porque o homem foi criado para ser 
propriedade de Jesus Cristo e de Deus Pai. 
Deus não poderia jamais ser frustrado em Seu propósito 
eterno de ter muitos filhos semelhantes a Cristo, então 
o óbice do pecado deveria ser vencido pelo resgate 
efetuado pelo Senhor para que tal propósito pudesse ser 
cumprido. 
Não fomos vendidos por Deus a ninguém quando 
pecamos. Simplesmente perdemos a posse de nossa 
herança eterna por causa do pecado, mas em Jesus 
Cristo, pelo preço que Ele pagou com o Seu sacrifício, 
fomos resgatados da maldição da Lei, da condenação 
eterna, da miséria eterna, e fomos reintroduzidos, pela 
esperança e pela fé, à posse de tudo o que Deus 
planejou conceder àqueles que o amam. 
O fim da redenção, ou seja, o seu propósito, segundo 
Deus, é o de libertar os que estavam aprisionados para 
que pudessem usufruir da liberdade de verdadeiros 
filhos de Deus. 
50 
 
A causa de perda da nossa herança não foi Satanás, mas 
o nosso próprio pecado. E este pecado não poderia ser 
coberto com prata ou ouro, senão somente com o 
sangue de Jesus. 
Assim, Satanás não tem parte nesta transação que é 
realizada entre Deus Pai, nosso Senhor Jesus Cristo, e 
nós pecadores. 
Deus não tem que dar qualquer satisfação ao diabo para 
libertar qualquer alma que esteja debaixo da sua 
influência maligna. 
Lembremos que o próprio diabo e todosos demônios 
são também criaturas de Deus e já se encontram 
condenados por Ele para um sofrimento eterno no lago 
de fogo e enxofre. 
Mas os que foram redimidos por Cristo, aguardam a 
redenção final com a ressurreição de seus corpos por 
ocasião do arrebatamento da Igreja, quando o Senhor 
virá para reunir todo o Seu rebanho, de todas as épocas, 
no aprisco celestial. 
51 
 
1 – apolutrosis - resgatar, libertar 
Lucas 21.28 Ora, quando estas coisas começarem a 
acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças, 
porque a vossa redenção está próxima. 
Romanos 3.24 Sendo justificados gratuitamente pela sua 
graça, pela redenção (apolutrosis) que há em Cristo 
Jesus. 
Romanos 8.23 E não só ela, mas nós mesmos, que temos as 
primícias do Espírito, também gememos em nós 
mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção 
(apolutrosis) do nosso corpo. 
I Corintios 1.30 Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para 
nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, 
e redenção (apolutrosis); 
Efésios 1.7 Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a 
remissão (apolutrosis) das ofensas, segundo as riquezas 
da sua graça, 
52 
 
Efésios 1.14 O qual é o penhor da nossa herança, para 
redenção (apolutrosis) da possessão adquirida, para 
louvor da sua glória. 
Efésios 4.30 E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no 
qual estais selados para o dia da redenção (apolutrosis). 
Colossenses 1.14 Em quem temos a redenção (apolutrosis) 
pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados; 
Hebreus 9.15 E por isso é Mediador de um novo testamento, 
para que, intervindo a morte para redenção 
(apolutrosis) das transgressões que havia debaixo do 
primeiro testamento, os chamados recebam a promessa 
da herança eterna. 
2 – exagorazo – resgatar, redimir 
Gálatas 3.13 Cristo nos resgatou (exagorazo) da maldição da 
lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: 
Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; 
Gálatas 4.5 Para remir (exagorazo) os que estavam debaixo 
da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. 
53 
 
3 – lutroo - redimir 
Lucas 1.68 Bendito o Senhor Deus de Israel, Porque visitou 
e remiu (lutroo) o seu povo, 
Lucas 2.38 E sobrevindo na mesma hora, ela dava graças a 
Deus, e falava dele a todos os que esperavam a redenção 
(lutroo) em Jerusalém. 
Lucas 24.21 E nós esperávamos que fosse ele o que remisse 
(lutroo) Israel; mas agora, sobre tudo isso, é já hoje o 
terceiro dia desde que essas coisas aconteceram. 
Tito 2.14 O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir 
(lutroo) de toda a iniquidade, e purificar para si um povo 
seu especial, zeloso de boas obras. 
I Pedro 1.18 Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, 
como prata ou ouro, que fostes resgatados (lutroo) da 
vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes 
dos vossos pais, 
54 
 
Hebreus 9.12 Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por 
seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, 
havendo efetuado uma eterna redenção (lutroo). 
4 – agorazo – comprar, redimir 
I Corintios 6.20 Porque fostes comprados (agorazo) por bom 
preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso 
espírito, os quais pertencem a Deus. 
I Corintios 7.23 Fostes comprados (agorazo) por bom preço; 
não vos façais servos dos homens. 
II Pedro 2.1 E também houve entre o povo falsos profetas, 
como entre vós haverá também falsos doutores, que 
introduzirão encobertamente heresias de perdição, e 
negarão o Senhor que os resgatou (agorazo), trazendo 
sobre si mesmos repentina perdição. 
Apocalipse 5.9 E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno 
és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste 
morto, e com o teu sangue nos compraste (agorazo) 
para Deus de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; 
55 
 
Apocalipse 14.3 E cantavam um como cântico novo diante do 
trono, e diante dos quatro animais e dos anciãos; e 
ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento 
e quarenta e quatro mil que foram comprados (agorazo) 
da terra. 
Apocalipse 14.4 Estes são os que não estão contaminados 
com mulheres; porque são virgens. Estes são os que 
seguem o Cordeiro para onde quer que vá. Estes são os 
que dentre os homens foram comprados (agorazo) 
como primícias para Deus e para o Cordeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
56 
 
10 - Para Obedecer é Necessário Conhecer a Si 
Mesmo 
 
São inúmeras as passagens bíblicas que afirmam nosso 
dever de guardar e cumprir a Palavra de Deus. Estamos 
obrigados por um dever de consciência, a cumprir tudo 
o que nos é ordenado pelo Senhor, e aqueles que 
resistem à Sua vontade estão, por conseguinte sujeitos 
ao Seu juízo. 
Em nossa época se coloca mais ênfase nos direitos do 
que nos deveres, e isto explica, em parte, a decadência 
moral de nossa sociedade, porque sendo pecadores, o 
único direito natural que possuíamos era o de uma 
condenação eterna por Deus, da qual escapamos 
somente pelo cumprimento do dever de atender ao que 
nos é ordenado por Deus em Sua Palavra – por 
deixarmos nossos maus caminhos pelo arrependimento 
e fé em Jesus Cristo, para o perdão dos nossos pecados, 
de modo que possamos nos consagrar a Ele revestindo-
nos de Suas virtudes. 
57 
 
Necessitamos de libertação para podermos nos dedicar 
à execução dos nossos deveres em relação a Deus e ao 
próximo, e esta libertação somente pode ser achada em 
Jesus Cristo. 
Aos pecadores que se achavam condenados fica bem se 
ocuparem continuamente em saber quais são seus 
deveres para com Deus, e para com seu próximo, de 
modo a se viver justa, sábia e piedosamente. 
A graça que nos é concedida em Cristo, e tudo mais que 
recebemos da parte de Deus não é por motivo de termos 
direitos naturais a isto, senão que somos alvo da 
exclusiva misericórdia de Deus, que nos concede Seus 
dons imerecidos. 
Dizemos que Jesus comprou para nós o direito de 
sermos filhos e herdeiros de Deus, e isto é verdadeiro; 
mas note-se que não é um direito de nascença, ou seja, 
um direito natural, senão um direito que foi adquirido 
para nós pelos méritos de outro, a saber, do nosso 
Salvador e Senhor. 
58 
 
É, por conseguinte, no cumprimento dos nossos deveres 
para com Deus, que entramos na posse dos direitos 
adquiridos por Jesus, mas isto é sempre feito por pura 
graça e misericórdia. 
Estamos todos colocados em determinadas relações; 
como marido e mulher, pais e filhos, irmãos e irmãs, 
senhores e servos. Há algumas relações sobre as quais 
não temos controle, e outras, que podemos controlar 
em certa medida; mas em ambos os casos não podemos 
fugir às responsabilidades. Cada nova posição traz uma 
nova responsabilidade com ela. 
Não deve haver nenhuma atitude de brincadeira ao 
entrar em um novo relacionamento, como o casamento, 
e não deve haver nenhuma esquiva das obrigações 
presentes que repousam sobre nós em qualquer 
relacionamento. Esposas, maridos; pais, filhos; servos, 
patrões são intimados a agir de acordo com seu lugar e 
função em suas respectivas esferas, mas não 
isoladamente. 
59 
 
Todo dever está associado a um direito; e todo o direito 
traz consigo um dever correspondente. 
Os deveres dos homens e mulheres nas relações da vida 
são mútuos; não são unilaterais, mas equilibrados em 
ambos os lados. A esposa deve respeitar o marido e o 
marido por seu turno deve amar a esposa. Os filhos 
devem obedecer a seus pais, e estes não devem irritar 
seus filhos. Os servos devem servir a seus senhores, mas 
estes devem ser justos e generosos em relação a eles. 
Ao pensarmos em nossos direitos devemos pesá-los 
com nossos deveres em relação àqueles dos quais 
cobramos esses direitos. 
Estendendo esta relação para seu nível mais elevado, 
que é o do homem para com Deus, vemos Deus 
executando com perfeição todos os deveres que atribui 
a Si mesmo, para nos fazer bem, então, em 
contrapartida, devemos servi-Lo em tudo, por amor e 
com zelo.60 
 
Não é de se esperar do empregado que sirva bem ao 
patrão, que é generoso e justo para com ele? 
O direito adquirido não determina em contrapartida, e 
em consequência um dever? 
E leve-se em conta que Deus não age em relação a nós 
como um patrão, mas como um pai amoroso, portanto 
deveria receber de nossa parte uma maior aplicação em 
nossos deveres para com Ele, até mesmo porque Ele 
detém um direito legal sobre nós por ser não apenas o 
nosso Criador, como também o nosso Salvador. 
Para saber tudo isto e nos dispormos a obedecer a Deus 
voluntariamente em tudo o que é necessário para o 
nosso próprio bem e o de outros, especialmente os que 
se relacionam conosco, necessitamos ser convencidos e 
ensinados pelo Espírito Santo quanto à nossa real 
condição e o que necessitamos mudar em nossas vidas. 
Você pode ler os versículos bíblicos contendo 
destacadas as palavras 
1 – teleo (grego) - cumprir, completar; 
61 
 
2 – peitharcheo (grego) – obedecer; 
3 – hupakoe (grego) - obediência, submissão; 
4 – tereo (grego) – guardar; 
5 - dei (grego) – dever; 
6 – mishemereth (hebraico) - encargo, mandado; 
relativas ao assunto, acessando o seguinte link: 
http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/ob
edecer-guardar-cumprir-e-dever.html 
 
 
 
 
 
 
 
62 
 
11 - Oração, Súplica e Intercessão 
 
Petições podem ou não fazer parte de nossas orações, 
mas a oração não consiste meramente em pedir; porque 
ela é o principal meio de ligação do nosso espírito com a 
pessoa de Deus. 
Assim como o principal meio de comunicação entre 
pessoas é o da conversação, estando nela incluídas 
todas as demais formas de expressão por sentimentos, 
emoções e ideias, e tanto mais profunda e extensa será 
esta conversão quanto maior for a intimidade dos 
interlocutores, de igual modo se dá em relação a Deus, 
só que neste caso, necessitamos também da ajuda do 
Espírito Santo, pois somente Ele conhece a mente de 
Deus, e pode nos conduzir a orar da maneira que 
convém fazê-lo. 
E quanto for maior a intimidade do crente com Deus, 
maior será a sua comunicação com Ele através da 
oração, pois nos agrada estar na companhia da pessoa 
63 
 
amada, tendo comunhão com ela através da expressão 
de nossos pensamentos e sentimentos. 
Importa que a oração seja no Espírito (Judas 1.20) 
porque se presume que toda oração verdadeira implica 
uma real comunicação com Deus, e não uma mera 
articulação de palavras da nossa parte. 
Vemos assim que nem tudo o que é chamado de oração 
é verdadeiramente oração, por faltar este elemento 
essencial da ligação com Deus. 
A oração é muito mais do que uma simples ponte de 
ligação entre o crente e Deus – ela é o elo de ligação 
entre ambos– é como um imã de atração do espírito do 
crente com o espírito de Deus. 
Quando percebemos a presença de Deus se movendo 
pelo Espírito Santo em nosso espírito é quando 
podemos saber que estamos orando de fato. 
Não raro o próprio Espírito Santo trará motivos de 
intercessão às nossas mentes e inspirará nossos lábios 
64 
 
ao louvor e às petições que brotarão espontaneamente 
em nossos corações. 
Por isso importa continuar elevando o pensamento a 
Deus e implorando humildemente que atenda à nossa 
oração, até que sintamos a presença do Espírito Santo 
nos movendo a orar como convém. 
Por isso, a oração é designada muitas vezes nas 
Escrituras como sendo uma batalha que devemos 
empreender até que possamos prevalecer com Deus. 
Esta insistência em permanecer na presença do Senhor 
é uma das formas pelas quais Ele coloca à prova a nossa 
fé e o nosso sincero desejo de estar em comunhão com 
Ele. 
Que o Espírito Santo nos ajude a orar desse modo, e que 
nos mova da posição cômoda de se limitar a dirigir 
poucas palavras, muitas vezes repetitivas, e que chegam 
a se tornar para nós como sem sentido em algumas 
ocasiões, para que possamos estabelecer um canal de 
65 
 
comunicação verdadeiro com Deus em nossos espíritos 
– e assim, o adoremos em espírito e em verdade. 
Nosso Senhor, com as palavras que proferiu em Marcos 
11.25, nos revela claramente que o propósito da oração 
é sobretudo o de estabelecer a nossa comunhão com 
Deus, tanto que se ao nos dispormos a orar, nos 
lembrarmos que temos motivo de queixa contra 
alguém, devemos nos dispor a perdoar, porque, 
certamente, um coração magoado e ressentido não 
pode manter comunhão com Deus que é totalmente 
amoroso e perdoador. 
Pressupõe-se portanto que toda oração verdadeira é 
aquela que procede de um coração puro, perdoador e 
amoroso, e de uma mente que busque ou esteja em paz. 
Importa que até mesmo em nossas orações, seja a paz 
de Cristo o árbitro da real condição de nossos corações. 
Ao promover a nossa comunhão com Deus por meio da 
oração, somos fortalecidos espiritualmente, de modo 
que somos exortados a orar continuamente – sem 
66 
 
cessar, porque a falta de oração indica que estamos 
fracos, e portanto, em vez de andarmos no Espírito, 
seremos vencidos pela carne. 
É por este fortalecimento espiritual que é promovido 
pela oração que podemos vencer as tentações (Lucas 
22.40). 
Se a oração é o meio de nosso fortalecimento espiritual, 
seria então de se supor que os motivos em nossas 
intercessões, petições e súplicas a Deus deveriam estar 
sobretudo relacionados às bênçãos espirituais que 
temos em Cristo nas regiões celestiais, e não meramente 
para atender interesses seculares e materiais. 
Deus espera que pelas orações sejamos cada vez mais 
conformados à semelhança com nosso Senhor Jesus 
Cristo, e para tanto necessitaremos ser transformados e 
amadurecidos espiritualmente, pois adoramos ao Jesus 
que não vemos com os olhos da carne, senão com os 
olhos da fé, que permitem que não somente o 
contemplemos em espírito, como também a que 
participemos da sua própria vida. 
67 
 
Nós temos um exemplo prático desta verdade na oração 
sacerdotal de nosso Senhor no décimo sétimo capítulo 
do evangelho de João, na qual intercedeu 
principalmente pela santificação e unidade dos crentes. 
Nossas orações deveriam ter portanto em foco muito 
mais os interesses do reino de Deus e a sua justiça do 
que propriamente os nossos interesses – o que respeita 
ao progresso e triunfo do evangelho, do que às nossas 
próprias vitórias. 
Daí a importância de nos aprofundarmos no 
conhecimento da Palavra de Deus, de maneira que 
nossas orações possam ser feitas segundo a vontade do 
Senhor, e assim tenhamos a certeza de que somos 
ouvidos. 
Nossa vida espiritual está em Jesus Cristo, e a oração é o 
meio pelo qual nos apropriamos dessa vida espiritual, 
de modo que teremos mais desta vida tanto quanto 
mais orarmos. Isto explica a razão pela qual o próprio 
Senhor Jesus Cristo estava sempre em oração – para que 
a viva comunhão que tinha com Deus Pai fosse mantida. 
68 
 
Paulo também orava sem cessar porque havia 
aprendido que sem a oração não poderia viver em 
permanente comunhão com Deus, estando fortalecido 
em espírito para cumprir o ministério que lhe fora 
designado por Ele. 
Você pode ler os versículos bíblicos contendo 
destacadas as palavras 
1 – proseuche (grego) – oração 
2 – entugchano (grego) - interceder 
3 – enteuxes (grego) – intercessão 
4 – proseuchomai (grego) – orar,suplicar 
5 – tephilah (hebraico) – oração, intercessão, súplica 
6 – palal (hebraico) – orar, suplicar, interceder; relativas 
ao assunto, acessando o seguinte link: 
http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/or
acao-suplica-e-intercessao.html 
 
69 
 
12 - A Palavra Que é Alimento 
 
“Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão 
viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de 
Deus.” (Mateus 4.4) 
Por que o nosso espírito vive de toda palavra que sai da 
boca de Deus? 
Porque assim como o pão é alimento para a vida do 
corpo, a palavra de Deus é o alimento da vida do 
espírito. 
Em relaçãoa Deus, a Sua palavra é muito mais do que 
simples definição de objetos e realidades, pois somos 
informados que tudo foi criado por Ele mediante a 
expedição de Sua palavra de ordem. 
Ele ordenou: “haja luz” e a luz foi criada. E assim se fez 
em todos os atos da criação. Vemos então, que a palavra 
é a expressão operativa da Sua vontade e poder. 
70 
 
Isto foi visto no ministério terreno de Jesus quando 
operou milagres, expulsou demônios, e acalmou a fúria 
do mar, pelo simples uso da sua palavra de ordem. Deus 
possui, portanto o poder de dar à Sua palavra uma 
faculdade operativa e criativa. 
Por isso, Jesus afirma que Suas palavras são espírito e 
vida, e o apóstolo Pedro reconheceu que eram de fato, 
palavras de vida eterna. 
Se lermos a Bíblia ou a ouvirmos sendo pregada e 
ensinada, com espirito de reverência e devoção, com 
certeza a fé será despertada e tornará a palavra lida ou 
ouvida, em espírito e vida para nós, pela ação do Espírito 
Santo em nossas mentes e corações. Isto ocorre, porque 
as Escrituras foram produzidas pela inspiração do 
Espírito Santo. Elas possuem a vida que nelas foi 
insuflada pelas verdades ensinadas e reveladas pelo 
Espírito. 
Essas verdades enchem a alma de vigor, paz e alegria. 
Elas renovam a mente e santificam a vida. Elas elevam o 
71 
 
espírito à presença de Deus e o modelam à semelhança 
do caráter de Cristo. 
São palavras puras, poderosas, celestiais, espirituais e 
divinas. Elas inspiram bons sentimentos e propósitos. 
Inclinam o espírito a amar a Deus e ao próximo. 
A elas, assim se expressou o salmista: 
A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o 
testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos simples. 
Os preceitos do Senhor são retos, e alegram o coração; 
o mandamento do Senhor é puro, e alumia os olhos. 
O temor do Senhor é limpo, e permanece para sempre; 
os juízos do Senhor são verdadeiros e inteiramente 
justos. 
Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito 
ouro fino; e mais doces do que o mel e o que goteja dos 
favos. 
72 
 
Também por eles o teu servo é advertido; e em os 
guardar há grande recompensa.” (Salmo 19.7-11) 
Ele havia aprendido e reconhecido a qualidade de vida 
que é achada na Palavra de Deus, quando observada e 
praticada por nós. 
Quando a nossa conversação se afasta do padrão divino 
estamos em sério perigo, pois é por nossas palavras que 
somos condenados ou justificados. 
A boca fala do que está cheio o coração. Nossa 
conversação revela o que somos de fato em nosso 
interior. Palavras fúteis procedem de um coração fútil. 
Palavras amargas, de um coração amargo. Palavras 
impuras, de um coração impuro. 
Então, pela torpeza do falar se conhece a torpeza do 
nosso interior. Precisamos da lavagem de purificação 
pela Palavra de Deus, para que o nosso coração seja 
feito uma fonte da qual procedam palavras 
abençoadoras e edificadoras. 
73 
 
Você pode ler os versículos bíblicos contendo 
destacadas as palavras: 
1 – rhema (grego) – palavra; 
2 – logos (grego) – palavra; relativas ao assunto, 
acessando o seguinte link: 
http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/pa
lavra.html 
 
 
 
 
 
 
 
 
74 
 
13 - Perseverança, Paciência e Longanimidade 
 
A perseverança ou paciência ensinada pela Bíblia e 
que é esperada dos crentes é muito mais definida pela 
ação objetiva do Espírito Santo em levá-los em 
segurança à condição em que devem ser achados, 
sobretudo na glória, do que pela ação subjetiva dos 
crentes em atingi-la pelo próprio esforço deles. 
Obviamente, deve haver um esforço da nossa parte para 
que a perseverança tenha a sua obra perfeita, todavia, 
quem nos habilita à condição de permanecer na fé e em 
Cristo até o fim é o poder do Espírito Santo. 
Deus, que começou a boa obra de santificação dos 
crentes pelo Espírito Santo, há de completá-la, Ele 
mesmo, até o dia da volta de Jesus Cristo. 
Temos esta certeza e esperança conforme prometido 
amplamente nas Escrituras, de modo que não há o 
perigo de que algum crente venha a se perder 
definitivamente. 
75 
 
Quedas e interrupções no trabalho de santificação serão 
curadas no tempo próprio pela graça de Jesus, ainda que 
isto ocorra somente na glória. 
De modo que a segurança eterna da nossa salvação é 
apontada nas palavras de Jesus pela evidência da nossa 
perseverança até o fim, a saber, Ele ensina claramente 
que aqueles que salvou não serão rejeitados por Ele de 
modo nenhum, pois garantirá, pelo Seu próprio poder, 
que perseverem em amá-lo até o fim. 
Contra o testemunho das próprias Escrituras muitos 
afirmam que pecados eventuais podem levar um crente 
genuíno à perdição eterna, e se assim fora de fato, 
ninguém poderia ser salvo, pois não há quem não peque 
(I João 1.8,10 ). 
É o sangue de Jesus e o Seu trabalho Sacerdotal que nos 
garantem a eternidade da nossa salvação. Deve ser 
assim para que toda a glória seja dele, e para que 
ninguém se glorie diante de Deus quanto à obtenção e 
manutenção da sua salvação. 
76 
 
Pecados eventuais são tratados pela mesma graça que 
nos salvou quando nos convertemos ao Senhor, por 
meio da confissão e do nosso sincero arrependimento. 
A fraqueza momentânea do crente não pode diminuir o 
poder de Deus para restaurar. 
Quando o apóstolo Paulo declara que aquele que pensa 
estar em pé vigie para que não caia, nisto se expressa 
claramente que o poder de permanecer firme na graça 
não é propriamente de qualquer crente, senão 
exclusivamente do Senhor, de maneira que ninguém 
seja presunçoso em seu coração pensando que pode 
fazê-lo de si mesmo, gloriando-se na própria 
consagração. 
Ouvimos muitos dizendo que são mantidos firmes 
porque têm pago o preço exigido da consagração. 
Apesar de haver verdade em tal afirmação, deve-se ter 
o cuidado para que o coração não se eleve julgando que 
isto é propiciado pela própria consagração pessoal e não 
pela graça de Jesus, como efetivamente o é. 
77 
 
Agora, se é pela nossa perseverança na fé em 
santificação que se evidencia, que se comprova a nossa 
eleição (II Pe 1.10,11), então devemos nos armar do 
pensamento que a perseverança é o elemento atestador 
da nossa saúde espiritual, de modo que nunca 
abriguemos o pensamento errôneo de que podemos 
cruzar os braços desde que sabemos que a salvação do 
crente é segura e eterna. Tal modo de pensar é ofensivo 
à graça de Deus e ao alto preço que Jesus pagou para a 
nossa libertação. 
Sem perseverar, sem permanecer em Jesus, jamais 
poderemos ser santificados, e a santificação deve, 
obrigatoriamente, se seguir à conversão, porque fomos 
salvos para o propósito de sermos santificados por Deus. 
Como a fé do crente é provada, e em consequência, 
tribulações e aflições lhe aguardam neste mundo, ele 
necessitará de longanimidade e paciência no 
sofrimento, de modo que acrescentamos versículos 
bíblicos no final de nosso estudo que se referem a 
ambas, por serem irmãs siamesas da perseverança, pois 
78 
 
sem longanimidade e paciência, não é possível 
perseverar. 
Temos um grande exemplo de longanimidade, paciência 
e perseverança nos profetas e nos apóstolos, mas o 
maior exemplo de todos foi o do próprio Senhor Jesus 
Cristo pela muita paciência com que tudo suportou e 
sofreu, jamais se desviando do seu grande objetivo de 
obter a nossa salvação. Por isso somos chamados a 
imitá-lo sobretudo em seus sofrimentos para que com 
Ele reinemos, já que importa estarmos conformados a 
Ele em tudo, quer na Sua glória, quer nos seus 
sofrimentos. 
Você pode ler os versículos bíblicos contendo 
destacadas as seguintes palavras do texto original: 
1 – (hupomeno) (grego) – perseverar, permanecer 
2 – (hupomone) (grego) – perseverança, paciência, 
constância 
3 – makrotumeo (grego) – ser paciente, ser longânimo 
79 
 
4 – makrotumia (grego) – paciência, longanimidade; 
relativas ao assunto, acessando o seguintelink: 
http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/pe
rseveranca-paciencia-e-longanimidade.html 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
80 
 
14 - Profecia 
 
O profeta é aquele que fala da parte de Deus aos 
homens, e o sacerdote é o que fala da parte dos homens 
a Deus. 
Quanto aos profetas temos que distinguir entre aqueles 
que o são por ofício de profetizar, daqueles que têm 
apenas o dom de profecia. Por exemplo, todos os 
profetas escritores do Velho Testamento eram profetas 
por ofício, assim como houve profetas por ofício nos 
primeiros dias da Igreja, entre os quais podemos citar 
Ágabo. Este ofício se estendeu ao início do Novo 
Testamento, em face da implantação da Igreja e do 
evangelho em todo o mundo, de maneira que os 
profetas confirmavam e antecipavam as coisas que 
seriam operadas pelo Espírito Santo, principalmente 
através dos apóstolos do Senhor. 
Uma vez estabelecido o evangelho em todo o mundo 
conhecido de então, pela confirmação da exatidão da 
Palavra revelada de Deus quanto ao cumprimento das 
81 
 
promessas, o ofício de profeta foi se extinguindo assim 
como o de apóstolo. 
Todavia, o dom de profecia permaneceu, e ainda 
continua na Igreja do Senhor para especialmente 
exortar, consolar e edificar os santos, para que sejam 
confirmados na fé, depois de terem se convertido a 
Cristo. 
Ora, se a finalidade principal do dom é a de exortar 
(incentivar, encorajar), consolar e edificar os santos na 
prática da Palavra de Deus podemos entender que este 
dom está distribuído principalmente, entre aqueles que 
labutam na pregação e ensino do evangelho, a saber, os 
pastores e mestres; pois não há maior e melhor profecia 
do que a Palavra revelada de Deus nas Escrituras. Assim, 
pregar e ensinar esta Palavra equivale a falar da parte 
de Deus aos homens, ou seja, profetizar. 
Nós podemos inferir isto, de textos como o de Atos 
15.32 onde lemos “Depois Judas e Silas, que também 
eram profetas, exortaram os irmãos com muitas 
palavras e os fortaleceram.” 
82 
 
Estas “muitas palavras” ditas por Judas e Silas, que 
acompanhavam Paulo em sua viagem missionária, 
estando na ocasião em Antioquia, evidentemente 
consistiram na pregação do mesmo evangelho que 
Paulo pregava, e havia recebido por revelação de nosso 
Senhor Jesus Cristo. Diz-se de ambos, que também eram 
profetas, e pelo contexto, podemos inferir que tal 
referência está vinculada ao exercício do ministério da 
Palavra. 
Mas, não podemos limitar o dom de profecia, sendo um 
dom sobrenatural extraordinário do Espírito, como 
outros relacionados em I Coríntios 12 e 14, pois servimos 
um Deus vivo que se comunica com Seu povo, e não 
raro, sempre que necessário, pode revelar Sua vontade 
através de visões, sonhos, e outras formas de revelação 
ao espírito daqueles que pretende usar para se 
comunicar com outros, que têm sido incapazes de 
discernir a Sua vontade através da Sua Palavra, e do 
ministério regular da Igreja. 
A importância de manter a verdade do evangelho entre 
os crentes é de tal ordem, que o apóstolo Paulo afirma 
83 
 
a necessidade de se julgar as profecias, de maneira que 
seja recepcionada pela Igreja somente aquilo que 
estiver em plena conformidade com a verdade revelada 
na Bíblia. 
Eu mesmo tive uma experiência da qual me recordo 
agora, em que me fora revelado em visão vários 
detalhes sobre a vida de uma pessoa que estava 
pensando em suicidar-se – pessoa que eu não conhecia 
- e foi-me revelado seu nome completo e telefone, pelos 
quais fiz contato com a mesma e lhe falei do amor de 
Jesus Cristo por ela. Todavia, a par do livramento, não 
houve nenhum mérito especial da citada pessoa para 
receber tal mensagem, daquela forma, porque se tivesse 
um coração mais sensível ao evangelho poderia ter se 
achegado ao Senhor, conforme sucede com a maioria 
dos que creem em Cristo sem necessitar de sinais 
extraordinários do poder de Deus. 
Os Tomés não têm de fato do que se gloriar, nem 
tampouco os que creem em Cristo sem tê-Lo visto. 
84 
 
Deus é soberano e onisciente, de modo que conhece os 
corações que necessitam de operações especiais para 
serem trazidos à fé. Então devemos deixar este assunto 
da ação sobrenatural em Suas mãos divinas, e ocupar-
nos em sermos fiéis em anunciar a Palavra já revelada 
na Bíblia, porque a fé é por se ouvir esta Palavra, e não 
propriamente por se ver sinais e prodígios; os quais a 
propósito foram extraordinariamente abundantes nos 
dias apostólicos, em razão da implantação inicial, já 
citada, da Igreja e do evangelho no mundo, e geralmente 
sempre acompanham a pregação do evangelho em 
áreas pioneiras, como ocorreu na Coréia do Sul, no 
continente africano etc., bem como quando o Senhor 
promove avivamentos em igrejas, cidades e até mesmo 
em nações. 
Tenhamos a firme convicção de que se temos sido 
habilitados a conhecer e a proclamar o evangelho no 
poder do Espírito Santo, é porque temos sido 
contemplados com o dom de profecia, com o qual o 
corpo do Senhor pode ser edificado, muito mais do que 
85 
 
com o uso do dom de línguas, conforme o apóstolo se 
expressa a esse respeito na primeira carta aos Coríntios. 
Finalmente, lembremos na consideração sobre o 
assunto profecia, que Deus proibiu expressamente o 
espírito de adivinhação e a curiosidade para o 
desvendamento do futuro, que se encontra em Suas 
mãos. 
Quando pensamos na profecia com este espírito 
estamos indo na direção oposta à vontade do Senhor, 
pois tudo quanto nos importa saber em relação ao 
futuro é que devemos estar santificados para o retorno 
de Jesus. Que, os que se consideram profetas no meio 
da Igreja, se apliquem a despertar o povo para a 
necessidade de vigilância com vistas à santificação, 
porque o dia do arrebatamento da Igreja está muito 
próximo. E assim, a profecia cumpra o propósito de Deus 
de exortar, consolar e edificar os santos. 
Você pode ler os versículos bíblicos contendo 
destacadas as palavras: 
86 
 
1 - propheteia (grego) – profecia; 
2 – textos sobre profetizar; e 
3 – prophetes (grego) – profeta; relativos ao assunto, 
acessando o seguinte link: 
http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/pr
ofecia.html 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
87 
 
15 - Prosperidade e Progresso 
 
Ao se falar de prosperidade dos crentes, deve-se antes 
de tudo se falar do progresso (prosperidade) do próprio 
evangelho, porque a prosperidade individual de cada 
crente deve estar vinculada a isto, pois é assim que 
somos ensinados na Bíblia. 
O grande interesse do crente deve estar focado no 
aumento do reino de Deus, e é a isto que deve estar 
associado o seu interesse de crescimento pessoal. 
Até porque qualquer tipo de prosperidade pessoal 
terrena ficará por aqui mesmo e não poderá ser levada 
com o crente depois da sua morte. Fazer da vida um 
investimento prioritário nas coisas que são visíveis e 
passageiras não é de fato uma opção sábia para um filho 
de Deus. 
Jesus nos alerta sobre o perigo e o dano disto com a 
parábola que contou do rico que ajuntou em celeiros e 
88 
 
era pobre para com Deus, e que repentinamente perdeu 
a sua alma, deixando tudo para trás. 
Deveríamos então ser cautelosos com uma dita 
proclamação do evangelho que esteja centralizada tão 
somente em obtenção de prosperidade material, a bem 
do estado eterno de nossas almas. 
Somos ordenados na Bíblia a crescer na graça e no 
conhecimento de Jesus (II Pedro 3.8) e nunca nas coisas 
que são terrenas e passageiras. 
Somos ordenados a juntar tesouros no céu e não na 
terra. 
Somos ordenados a não servir a Mamom e a não amar o 
dinheiro, porque este amor ao dinheiro é a raiz de todos 
os males. 
Oseias 10.1: “Israel é vide frondosa que dá o seu fruto; 
conforme a abundância do seu fruto, assim multiplicou 
os altares; conforme a prosperidade da terra, assim 
fizeram belas colunas.” 
89 
 
Deus protesta contraIsrael neste versículo do profeta 
Oséias quanto a que tinham usado toda a prosperidade 
material que haviam recebido para construírem belas 
colunas e altares aos falsos deuses. Há que considerar 
este aspecto de que se é tão comum fazer-se um mau 
uso de toda a prosperidade mundana que possamos 
alcançar. 
O fruto que Israel dava como vide frondosa era riqueza 
material, pois foi somente isto o que buscaram, e como 
a abundância deste fruto era muito grande, 
multiplicaram a idolatria deles servindo àquilo que 
dominava seus afetos e corações. 
Servir a Deus com os nossos bens e a nossa fazenda é um 
imperativo bíblico. Mas quantos estão efetivamente 
dispostos a isto, mais do que acumular para si mesmo? 
Lembro-me ao escrever estas linhas de que há muitos 
anos atrás Deus me pediu que ofertasse o meu carro a 
um missionário que trabalhava em várias frentes de 
trabalho e que não tinha facilidade de se deslocar com 
90 
 
sua esposa e filhos que serviam juntamente com ele, 
integralmente, na obra do Senhor. 
Recordo como se fosse ainda hoje que o Senhor me disse 
que ofertar um carro era muito fácil, pois o que lhe 
interessava de fato era que eu lhe ofertasse a minha 
vida, que depositasse tudo o que tinha e sou em Suas 
mãos. Com lágrimas nos olhos pedi-lhe que aumentasse 
a minha fé para que o fizesse como convinha fazer. 
Não importa para mim o quanto Deus possa me dar das 
coisas deste mundo, mas quanto eu posso lhe dar de 
volta cada vez mais do tempo e de todos os dons, até 
mesmo os espirituais, que ele me tem concedido. 
Convém que Jesus e a Sua obra cresçam e que eu 
diminua. 
Somos informados que o crescimento (prosperidade) de 
Jesus foi o de ficar fortalecido em espirito diante de 
Deus e dos homens, e não que ele acumulou riquezas 
mundanas ou que andou buscando fama e aplauso dos 
homens para si. 
91 
 
Somos chamados a imitá-lo sobretudo nisto, a saber, a 
crescer em santidade pelo fortalecimento na graça. 
Somos convocados a tudo fazer e buscar para a exclusiva 
glória de Deus. 
Selecionamos várias passagens bíblicas em que 
podemos constatar claramente a qual tipo de 
prosperidade somos incentivados a buscar. 
Você pode ler os versículos bíblicos contendo 
destacadas as palavras: 
1 – eudoo (grego) – prosperar, progredir, ir bem; 
2 – procope (grego) – progresso, avanço, proveito; 
3 – procopto (grego) – avançar, progredir, crescer; 
4 – auxano (grego) – crescer, aumentar; 
5 – yatab (hebraico) – ir bem, prosperar; relativas ao 
assunto, acessando o seguinte link: 
http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/pr
osperidade-e-progresso.html 
 
92 
 
16 - Puro e Incontaminado 
 
Depois de purificado pelo sangue de Jesus, na 
conversão, o crente permanece no mundo, apesar de 
não pertencer mais ao mundo. 
A manutenção e aumento desta purificação produzida 
pela conversão não significa portanto que o crente deve 
deixar o mundo e viver em reclusão, pois importa dar 
testemunho de Cristo a toda criatura e em todos os 
lugares. 
Não é o contato com o que é exterior que contamina o 
crente mas o que sai do seu próprio coração. De maneira 
que é o coração que deve ser mantido puro; pela 
edificação de uma consciência e um caráter puros, ou 
seja, que não sejam dominados pelo pecado, mas pela 
graça de Deus. 
Tão importante e vital é a nossa purificação do pecado, 
que a Lei de Moisés está repleta de mandamentos de 
Deus cerimoniais e figurativos da grande purificação 
93 
 
realizada pelo sangue de Jesus; sobretudo nos diversos 
tipos de sacrifícios ordenados e na distinção de coisas 
limpas e imundas. 
O alvo era o de que ficasse gravado na mente e no 
coração dos ofertantes e executores dos atos de 
purificação cerimonial a necessidade de se estar puro 
para que se pudesse ter aceitação da parte de Deus, e 
ter comunhão com Ele. 
Mesmo depois de ter sido lavado pela Palavra e pelo 
sangue do Senhor, o crente necessita se purificar 
continuamente dos resquícios do pecado que 
permanecem na carne; através da confissão e do 
arrependimento. 
Quando se esquece desta necessidade de purificação 
contínua, tudo o mais na vida espiritual fica seriamente 
comprometido e detido. 
Daí se afirmar que devemos guardar puro o nosso 
coração porque é dele que procedem as fontes da vida 
eterna e celestial. 
94 
 
Quando a consciência e o coração nos condenam, 
quanto a não estarmos santificados diante dos homens 
e do Senhor, nossas orações ficam impedidas, e toda a 
nossa religião torna-se sem significado e sentido. 
Você pode ler alguns versículos bíblicos com as 
seguintes palavras destacadas do texto original: 
1 – katharos (grego) – puro, limpo; 
2 – barar (hebraico) – puro, purgado, limpo; 
3 – katharizo (grego) – purificar, purgar, limpar; 
4 – taher (hebraico) – purificar; 
5 – tohorah (hebraico) – purificação ceremonial ou 
moral; relativas ao assunto, acessando o seguinte link: 
http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/12/pu
ro.html 
 
 
95 
 
17 - Quebrantamento e Contrição 
 
Deveríamos dar uma atenção especial a este assunto 
uma vez que Deus afirma em Sua Palavra que em relação 
aos que têm o coração quebrantado e contrito, Ele 
habita, vivifica, salva, está perto, valoriza, e contempla. 
Salmo 34.18 Perto está o Senhor dos que têm o coração 
quebrantado, e salva os contritos de espírito. 
Salmo 51.17 O sacrifício aceitável a Deus é o espírito 
quebrantado; ao coração quebrantado e contrito não 
desprezarás, ó Deus. 
Isaías 57.15 Porque assim diz o Alto e o Excelso, que 
habita na eternidade e cujo nome é santo: Num alto e 
santo lugar habito, e também com o contrito e humilde 
de espírito, para vivificar o espírito dos humildes, e para 
vivificar o coração dos contritos. 
Isaías 66.2 A minha mão fez todas essas coisas, e assim 
todas elas vieram a existir, diz o Senhor; mas eis para 
96 
 
quem olharei: para o humilde e contrito de espírito, que 
treme da minha palavra. 
O sofrimento não tem o propósito de ser algo em vão 
nas nossas vidas, do ponto de vista de Deus, pois tem 
determinado principalmente que através dele sejamos 
transformados segundo a Sua vontade e Palavra, para 
que Ele seja glorificado. A paciência na tribulação, no 
sofrimento que ela produz, é de grande valor para Deus, 
e também para nós, porque é por meio disto que 
aprendemos a ser pacientes e perseverantes nas coisas 
do Senhor, ensinando-nos a amar com o mesmo amor 
de Deus, que é sofredor, isto é, longânimo em sofrer em 
razão do pecado que há no mundo. 
Uma visão correta da aflição é completamente 
necessária para um comportamento verdadeiramente 
cristão sob elas. 
Carregar a cruz voluntariamente faz com que ela se 
torne leve, mas carregá-la com a mente perturbada por 
inquietações à busca de respostas fora de Deus para 
aquilo que se esteja experimentando, quando estas 
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provas vêm da Sua parte, somente serve para aumentar 
o peso da cruz que carregamos. 
Ter um espírito contrito e quebrantado na aflição é algo 
muito apropriado para acalmar as agitações do coração, 
e nos fazer pacientes debaixo dela. 
Como Deus tem afirmado que que é com o coração 
quebrantado e contrito que Ele trabalha e dá sua 
especial atenção, então importa sabermos que Ele 
mesmo há de providenciar os meios para este 
quebrantamento e contrição, já que naturalmente não 
somos isto, senão altivos e autoconfiantes além da 
medida que convém. 
Por isso Jesus nos deixou um legado de aflição no 
mundo, para o propósito mesmo de sermos 
aperfeiçoados por Deus em santidade. 
Cruzes nos são trazidas no curso de nossas vidas para 
que as carreguemos, com o alvo de nos quebrantarem. 
Importa carregarmos pacientemente estas cruzes e ver 
a mão de Deus nisto, porque, efetivamente, não há 
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nenhuma aflição aqui embaixo que não tenha sido 
ligada ou permitida no céu. 
A Palavra ensina que tanto o dia da prosperidade

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