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POSTAGEM 1 - PRÁTICA DE ENSINO_ TRAJETÓRIA DA PRÁXIS (1)

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LICENCIATURA EM QUÍMICA
PRÁTICA DE ENSINO: TRAJETÓRIA DA PRÁXIS (PE:TP)
POSTAGEM 1
ATIVIDADE 1 – TEXTO DISSERTATIVO
			Maira -000
Marcos Rubens Teixeira da Silva – 0503403
2020
A REALIDADE EDUCACIONAL BRASILEIRA
Já é notório os acontecimentos espantosos em escolas, o contexto em que se insere a violência sofrida por professores dentro do descrenço ambiente educativo brasileiro é a base das falhas de nossas maiores estruturas cidadãs. Em termos avaliativos a educação brasileira figura sempre entre as últimas posições em rankings globais. A má distribuição de investimentos, as precárias condições em que se encontram boa parte das escolas e a cresce desvalorização do papel do professor são alguns dos infinitos pontos palitativos a serem citados. Entretanto, não trata-se exclusivamente de uma questão hodierna, o pessímo gerenciamento de políticas públicas e a segregação social dentro de ambientes comuns é algo datado do período imperial brasileiro.
Tal ocorrido de violência com o professor André apresenta os sinais de falência do sistema educacional brasileiro. O aluno envolvido no episódio, advém de uma classe marginalizada e subjulgada da sociedade. Os negros, dentro da história do Brasil, sofreram após a abolição da escravidão uma derrocada para a sarjeta e mazelas dos grandes centros urbanos, as chamadas periferias. Ali assentou-se uma cultura de abandono, descaso e subumanidade que perpetua até os dias atuais. Jamais colocou-se em prática um plano real de inserção educacional, social e política de tais cidadãos. Hoje criminaliza-se o racismo em suas diversas formas, mas o racismo institucional permanece intacto.
O início da formação social de qualquer cidadão é sempre através da familía e do núcleo social próximo. O fato do aluno em específico não ter uma base familiar sólida, e fazer parte de um círculo intimo abarrotado de más influências é um fator de peso mas não determinante. O racismo e a segregação que o condenou a viver no submundo da sociedade é sim o fator inerente e comum. Deve se pontuar também que a forma como o aluno Carlos foi tratado durante toda sua vida e que culminou às vias de fato é resultado do mal gerenciamento das políticas públicas de acesso à educação. O fato de ter sido aprovado através dos anos sem uma base real de conhecimento comprova a negligência do Estado com o direito mais básico do ser humano que é a educação. Se a educação e a dignidade humana o foi negado durante toda a vida, que outro comportamento poderia se esperar do aluno em sala de aula além do apresentado?
A forma como a escola lidou com a denúncia feita demonstra como educadores e educandos se tornaram reféns de uma sociedade desigual e racista. O fato do aluno desde os primeiros momentos ter sido rotulado como problema e violento mas nunca como alguém passível de correção é resultado desse racismo intransigente. O Brasil possuí hoje uma população carcerária de 725 mil pessoas, entre os presos 61,7% assim como Carlos são negros ou pardos. O Estatuto da criança e do adolescente, vale pontuar, é um documento de suma importância e legalidade. Garante aos educandos, e a alunos como Carlos, os preceitos mais básicos que lhe foram negados durante a vida. Dentro do ambiente educativo deve servir como ponto de apoio e nunca como inimigo. 
A sociologia, as ciências sociais e o serviço social são campos importantes para a formulação de vias adequadas para tratar esses e outros casos de violência e indisciplina. Deve se levar em conta a estruturação racial ao qual o Brasil foi construido, a forma como os indivíduos estão costumados a serem tratados e a falência do modelo educacional brasileiro. O aluno Carlos a esse momento já teve o seu destino selado junto a população carcerária, mas é fato irrefutável que a base de sua construção como cidadão foi falha, ineficiente e apoiada nos pilares do racismo.

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