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REFLEXÕES, DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE TRABALHAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA COM CRIANÇAS E NA SOCIEDADE PARA DIRIMIR O PRECONCEITO RACIAL NO BRASIL. REFLECTIONS, CHALLENGES AND POSSIBILITIES OF WORKING IN BASIC EDUCATION WITH CHILDREN AND IN SOCIETY TO DECREASE RACIAL DISCRIMINATION IN BRASIL. Argissa Pereira 1 Miriam Vasconcelos 2 Resumo Esta pesquisa procurou analisar os últimos debates, em artigos de periódicos, internet, livros e outros, sobre o problema da discriminação contra o negro no Brasil procurando esclarecer algumas indagações, tais como a efetividade das legislações respectivas no processo educativo e na sociedade, o que realmente se pratica nas escolas de Recife para evitar o pré-conceito e se o processo educativo forma multiplicadores contra o racismo, com o objetivo de encontrar formas de atuação efetivas para dirimir o preconceito contra a raça negra. Foi feita uma pesquisa histórica das origens do racismo no Brasil, foram analisadas algumas legislações principais e foi consultada uma bibliografia nas diversas áreas, tais como história, educação, pedagogia, psicanálise, psicologia e sociologia. Verificou-se que um dos fatores que atrasou o avanço nesta área aqui no Brasil foi o “mito da democracia racial”. Descobriu-se que só a partir da luta junto aos movimentos negros e nos espaços de poder político é que se avançou no reconhecimento desta forma de discriminação. Outra abordagem analisada tratou do valor sócio-afetivo da aprendizagem que a criança traz de casa e conseqüente introjeção destes valores através da vivência afetiva com preponderância sobre a teoria e a necessidade de “trabalhar” esta forma de discriminação não só com os alunos, mas também com as famílias destes e na própria gestão escolar junto com professores e outros profissionais da escola. Por isso para ser um bom professor é preciso saber transmitir amor. Por fim percebe-se que há questões muito mais enraizadas que aprofundam o racismo contra o negro tais como o desconhecimento de sua própria identidade, o status social vivenciado pela maioria destes e a atual política de desagregação social. Embora não tenha sido possível analisar o trabalho prático de cada escola de Recife, alude-se que esta pesquisa sirva de fundamento para uma posterior pesquisa de campo. Palavras Chave: Negro; Educação e Discriminação Racial. Abstract This research sought to analyze the latest debates, in journal articles, internet, books and others, on the problem of discrimination against black people in Brazil, seeking to clarify some questions, such as the effectiveness of the respective laws in the educational process and in society, which it is actually practiced in schools to avoid prejudice and if the educational process forms multipliers against racism, with the objective of finding effective ways of acting to banish prejudice against the black race. A historical survey of the origins of racism in Brazil was carried out, some main legislation was analyzed and a bibliography was consulted in the different areas, such as history, education, pedagogy, psychoanalysis, psychology and sociology. 1 Aluna de Pedagogia da UNIASSELVI - Recife. 2 Aluna de Pedagogia da UNIASSELVI - Recife. 2 It was found that one of the factors that delayed the advance in this area here in Brazil was the “myth of racial democracy”. It was discovered that it was only after the struggle with black movements and with black people in spaces of political power that progress was made in recognizing this form of discrimination. Another approach dealt with the socio-affective value of home learning and the consequent introjection of these values through affective experience preponderance over theory and the need to “work” this form of discrimination not only with students but also with their families and in the school management itself together with teachers and other school professionals. So to be a good teacher you need to know how to transmit love. It is clear that there are much more rooted issues that deepen racism against blacks, such as unknowing their own identity, the social status experienced by most of them and the current policy of social breakdown. Although it was not possible to analyze the practical work of each school in Pernambuco, this research serves for further field research. Keywords: Black People; Education and Racial Discrimination INTRODUÇÃO O racismo nos dias atuais é uma questão nevrálgica, dados os últimos acontecimentos ocorridos nos Estados Unidos com o assassinato de George Floyd, que levou pessoas de todo o mundo a protestarem contra este tipo de discriminação em vários países. Aqui no Recife isso influenciou o ato de protesto referente à morte de Miguel, filho de Mirtes, uma empregada doméstica que apesar do confinamento pela COVID 19, continuava trabalhando à casa da patroa. A discriminação contra o negro é moldada de formas diferentes em vários lugares e para se ter uma real noção da amplitude disto, é necessário ouvir as pessoas que realmente passam por essas dificuldades, pois no Brasil a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado e, no entanto, sempre houve uma tendência ao negacionismo da negritude. Há anos que alguns autores, assim como Gilberto Freyre e Gramsci tentam minimizar o problema, alegando que no Brasil somos todos mestiços. Em verdade no Brasil o racismo é tão naturalizado que não é percebido e consegue atingir até mesmo os próprios negros, não apenas em relação à sua própria autoestima, como também no comportamento destes em direção aos seus semelhantes negros, como vimos recentemente na declaração do representante da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, que chamou os representantes do movimento negro de “escória maldita”. O que seria, portanto, ser negro, já que somos todos mestiços? Como evitar que a discriminação se perpetue por séculos como tem ocorrido? Por que os negros, que são mais da metade da população brasileira ocupam apenas um pequeno espaço na representação política do país? A partir destes estudos, sabemos que a questão racial não compreende apenas a questão intelectual, mas também a cultural, o sentimento e os valores introjetados pela 3 família e talvez haja ainda muitas lacunas na forma de lidar com a prevenção do racismo com crianças na educação. Trabalhar na escola para prevenir o racismo envolve também o trabalho com as diferenças nas identidades das crianças na escola fundamental. É necessário indagar por que a sociedade ainda privilegia o homem branco em quase todos os espaços. Essa ideologia já nasce no seio familiar? Qual o papel da escola nessa questão? A legislação oferece proteção ao negro incentivando e efetivando esta relação nas escolas fundamentais? Que trabalho vem sendo efetivado nas escolas para combater o racismo e fazer com que surja um mundo mais justo e harmônico entre os seres que o habitam? Para elucidar estas questões, esta pesquisa analisa como este tema está sendo tratado pelos organismos internacionais e na política educacional, tanto a nível nacional quanto a estadual, e de que forma as legislações estão sendo implantadas para que efetivas mudanças sejam tomadas, erradicando esta forma de discriminação. Além destas abordagens, pretende-se aqui refletir as formas de dirimir a discriminação racial a partir da infância nas escolas junto com os alunos, comunidades e professores e fazer algumas considerações sobre a política e a história do racismo no Brasil, suas origens e seus efeitos, procurando pontuar os motivos deste tipo de discriminação e as formas de prevenção no ambiente escolar. Do ponto de vista psicológico, financeiro e social a desigualdade é estrutural e perpassa por diversos eixos da sociedade, seja nas relações interpessoais, na falta de respeito aos direitoscivis das mulheres, vítimas constantes de violência e abuso, na desigualdade de oportunidades entre homens e mulheres, na exclusão social dos indivíduos praticantes de religiões consideradas “estranhas” socialmente, na exclusão econômica dos indivíduos fora da faixa produtiva e no tratamento diferenciado aos negros. A questão de discriminação ao negro se mostra ainda mais acentuada quando se trata de mulher negra e de baixa condição social. A escola, sendo uma instituição social, produz e reproduz todas as contradições presentes nos diversos contextos acima citados. Cabe à escola tratar com respeito, dignidade e ações pedagógicas afirmativas, todas essas diferenças e suas especificidades, abrindo o diálogo fundamentado, crítico e democrático, promovendo a diversidade e o convívio harmônico, trabalhando para eliminar qualquer tipo de discriminação, tão presente e arraigada em nossa cultura e sociedade. 4 O livro “Casa Grande e Senzala” (1969/2003), do sociólogo Gilberto Freire, trouxe consigo várias elucidações sobre o problema da escravidão no Brasil, demonstrando a importância da casa-grande na formação sociocultural brasileira, assim como a da senzala na complementação da primeira. A descrição de Alfredo Bosi, em seu livro “Dialético da Colonização” (1993), fala das características de base da formação econômico – social do Brasil Colônia, destacando as mazelas oriundas das formações dos latifúndios, o trabalho escravo, a estrutura política calcada pelos senhores rurais, limitadas pela coroa portuguesa e as ordens religiosas com suas forças limitadas por ambos, em um terreno onde poucos tinham acesso à informação e ao letramento (pois apenas as classes dominantes sabiam ler). Karl Marx, em seus relatos sobre a era de produção capitalista, afirma que todo sistema de saque, pirataria marítima, despojos sob condições de extrema violência, roubo de escravos e imposição à submissão está relacionada ao predomínio do capital comercial. O livro “As Veias Abertas da América Latina” de Eduardo Galeano (1979), demonstra toda a dependência e a vassalagem de que a América Latina tem sido vítima, desde que aqui aportaram os europeus, no final do século XV. No começo, espanhóis e portugueses. Depois vieram ingleses, holandeses, franceses e, modernamente, os norte- americanos. Desde então o ancestral cenário permanece: a mesma submissão, a mesma miséria, a mesma espoliação. Historicamente, portanto, após a colonização, o Brasil é um país desigual. Desde a sua colonização, sempre privilegiou o homem branco, detentor de posses e do capital. Os portugueses tomaram as terras dos índios, os escravizaram destruindo suas raízes culturais, religiosas e sociais. Não satisfeitos, fizeram o mesmo com os negros, que foram arrancados da África, a fim de garantir mão de obra barata. Subjugaram, exploraram e aniquilaram a cultura desses povos que até hoje, cinco séculos depois, ainda lutam para garantir seus direitos e sua dignidade. Mesmo em 2020, a desigualdade no acesso da população negra à educação e sua permanência nesse espaço, ainda é um desafio para o estado. Em relação à mulher o tratamento é ainda muito mais desigual, não equitativo, e historicamente muito mais expandido em todos os continentes. Há que se reconhecer que a formação social brasileira é historicamente marcada por tensas relações. Cabe ao professor reconhecer a complexidade dessa teia e trabalhar 5 na formação cidadã de seus alunos e na transversalidade dessas questões. Temos muito que avançar na sociedade e no sistema educacional, combatendo as desigualdades através da promoção de mudanças estruturais, que atuem neste sistema, valorizando e respeitando a diversidade étnica, de gênero/ sexual, religiosa e de faixa geracional. Essa promoção passa pela releitura, principalmente na sala de aula, da nossa própria história, da cultura africana, reconhecendo suas influências e contribuições, na arte, na dança, na literatura, da cultura européia e de várias ideologias importadas desde a era das colonizações. Tudo isso não deve deixar de ser conhecido pelos nossos alunos, pois, assim como disse Carlos Nejar, (2014, p. 27) “mal sabemos o quanto somos nossos sonhos” e estes só serão de fato sonhados, se soubermos nossa origem, nossa identidade cultural, nosso valor enquanto agente de resistência e luta por um país melhor. Está aí, portanto, o papel do educador enquanto agente desta transformação. Fazendo uma análise histórica percebe-se que “o mito da democracia racial” alijou o país por muito tempo na crença de que no Brasil somos todos mestiços e pensar a questão racial acirraria o debate, por isto este tema era jogado para “debaixo do tapete”. A abolição da escravatura foi resultado da revolução industrial e da ampliação dos mercados consumidores. A lei do sexagenário e do ventre livre não libertou ninguém, pois tinha que permanecer sob o julgo do senhor até os 21 anos de idade e naquela época, poucos escravos conseguiam permanecer vivos após os 40 anos. Havia no Brasil uma concepção de mestiço superior e inferior na teoria do fenótipo, contudo não havia aqui a forma cruel de tratamento aos negros como no sul dos Estados Unidos onde existia inclusive segregação racial por lei e grupos de brancos (Ku Klux Klan) que adotavam tratamentos severos e cruéis aos negros e descendentes destes, mesmo que mestiços mais claros. É possível acreditar que o Brasil era melhor que os Estados Unidos por não haver segregação racial por lei, mas havia de fato, por costume, tanto nos clubes, quanto nas festas dos próprios sindicatos, uma separação de lugares ou até mesmo a proibição de entrada de negros. Haviam alas separadas para negros nos cinemas e nos teatros. O que existia na verdade era o já mencionado “mito da democracia racial”, mas na década de 1920 houve um aumento em relação ao preconceito racial e isto foi rejeitado pela política de imigração de brancos no Brasil com o objetivo de clarear a raça brasileira já sob influência do nazismo na Europa. 6 Alguns historiadores classificaram que, na verdade, para o estrangeiro houve um erro de tradução cultural – o americano via no mulato um negro (acreditando que no Brasil não existia racismo) e o brasileiro via no mulato um branco e por isso o preconceito não era acirrado. Depois da escravatura, só em 1930 é que foi criada uma frente negra brasileira, e com o Estado Novo, havia a necessidade de uma identidade nacional que se coadunava com o conceito de Gilberto Freyre de que os brancos não eram superiores do ponto de vista biológico, estabelecendo assim uma sociedade caracterizada pela harmonia racial. Gramsci chamava isso de senso comum e dizia que o problema não é racial, é social (de classe). Os negros que denunciavam o racismo eram chamados de complexados, divisionistas ou inimigos da nação. Uma pesquisa da UNESCO (1950), no entanto, acusou problemas sérios de racismo no Brasil. Em 1950 é adotada a primeira lei contra a discriminação racial, mas só em 1974 é que o movimento negro e o movimento Palmares modificam este panorama, sendo intensificado pelo movimento Black nos jornais, valorizando o fenótipo negro em vários estados brasileiros e sendo intensificado pelo retorno dos exilados (da ditadura de 1964) e seus ideais. Em 5 de janeiro de 1989, foi assinada pelo então presidente da República, José Sarney, a lei (L 7.716) que torna racismo crime e esta passou a ser conhecida pelo nome de seu autor, o ex-deputado Carlos Alberto Caó de Oliveira, jornalista, advogado e militante do movimento negro. Como constituinte, Caó regulamentou o trecho da Constituição Federal que torna o racismo inafiançável e imprescritível. A Lei Caó (Brasil, 1989) define a punição para "os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional". Entre esses crimes, estãoimpedir o acesso de uma pessoa devidamente habilitada a um cargo público ou negar emprego na iniciativa privada, que podem render penas de dois a cinco anos de reclusão. Também são tipificadas como crimes ações como impedir inscrição de aluno em estabelecimento de ensino, recusar hospedagem em hotel ou similar, recusar atendimento em bares ou restaurantes e até recusar atendimento em barbearias. Em artigo na Folha de São Paulo (sobre a Lei Caó), Djamila Ribeiro, historiadora e mestre em filosofia política pela Unifesp e uma das vozes mais influentes do movimento pelos direitos das mulheres negras no Brasil, menciona que no país: 7 (...) tem uma discussão de achar que o racismo é só uma questão individual, só quando alguém destrata uma pessoa negra ou a discrimina. E falta um entendimento do racismo como sistema de opressão, e aí passa por a gente conhecer nossa história como povo brasileiro. (Folha de São Paulo, 2020) Neste mesmo artigo este pensamento é corroborado por Gina Vieira, professora de educação básica. Segundo ela: (...) demorou a haver o entendimento de que era necessário um dispositivo legal para coibir essas práticas. O Brasil deixou de ser escravocrata há 130 anos e a lei Caó está completando 30. Ou seja, há uma lacuna de 100 anos. O ganho mais importante dela é o pedagógico. Existe o mito da democracia racial, de que nós não somos um país racista, de que o racismo é velado. Para os negros, ele nunca foi velado, porque acontece diuturnamente. A lei mostrou que o Brasil é, sim, um país racista e precisa de ações efetivas para lidar com isso. (Folha de São Paulo, 2020). Ainda no artigo mencionado o juiz Fábio Esteves, presidente da Associação dos Magistrados do DF (Amagis-DF) e um dos organizadores do Encontro Nacional de Juízas e Juízes Negros, reforça que: (...) evidentemente, a lei serve como instrumento para que possamos refletir sobre isso. Mas é uma lei que tem só 30 anos. O Brasil viveu 350 anos de escravidão e ela só veio 100 anos depois da abolição. Ela não conseguiu impedir [o racismo]. Ainda tivemos diversos registros envolvendo discriminação. (Folha de São Paulo, 2020). Segundo Ferreira (2006, p.91), (...) a década de 1990 trouxe um novo conjunto amplo de reformas estruturais e educacionais, inspiradas e encaminhadas por organismos internacionais e caracterizadas pelo discurso da Educação para Todos. (FERREIRA, 2006). Em 2003, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (Lula), o então Ministro da Educação, Cristovam Buarque, altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que “estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira”, promulgando assim, a Lei nº 10.639/2003, que prevê o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira na educação básica. Em relação a esta lei o historiador da UFRJ José Murilo de Carvalho comentou em artigo à Folha de São Paulo que a diminuição da desigualdade deve ser acompanhada por mais educação e consequentemente, por mais tensão social, quando há uma base social que saiba impor-se através de movimentos organizados. Segundo 8 ele, "As mudanças não ocorrem sem que sejam feitas pressões contra os grupos encastelados no poder. Não falo só das elites, mas dos setores organizadores”. (Folha de São Paulo, 2020). Ele afirma que a melhora da educação é um "fator extraordinário" de redução da desigualdade, porque permite um emprego melhor e por seus efeitos políticos também. "Um ponto crucial da desigualdade é o grau baixíssimo de educação mantido até o final do século passado, com uma grande taxa de analfabetismo. Isso forma um cidadão pouco reivindicativo”. (José Murilo de Carvalho, Folha de São Paulo, 2003). Neste mesmo artigo à Folha de São Paulo, Mangabeira Unger diz acreditar que os mecanismos que reproduzem as desigualdades no Brasil hoje não são diferentes dos que operam em outros países. São só diferentes em grau. O mais importante seria o efeito da transmissão familiar da propriedade e das oportunidades de educação. Devemos reconhecer que realmente, de 2003 para 2020 já se passaram tantos anos e vemos que houve poucas mudanças em relação às diferenças sociais e étnicas raciais, embora não possamos deixar de considerar avanços nas políticas sociais de participação popular negra. Em 2010 o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o Estatuto da Igualdade Racial, cujo objetivo é "garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica". (Brasil, 2010). Do ponto de vista simbólico foi transformada a situação dos negros no Brasil, porém não houve mudança drástica. Mas quem disse que o simbólico também não é importante? Com a questão das cotas o debate se acirrou e aumentou a visibilidade para o problema. A criação das cotas raciais (Brasil, 2012) foi uma lei sancionada pela ex- presidente Dilma Rousseff — para regular uma prática que já era adotada em algumas instituições, como a Universidade de Brasília (UnB), que foi pioneira na adoção das cotas raciais —, a lei reserva uma quantidade de vagas em universidades federais para negros e indígenas, proporcional ao número de negros e indígenas na unidade da Federação em que a instituição está instalada. Desde a sua criação, porém, as cotas raciais vêm sendo criticadas por alguns grupos. Entre os críticos está o atual presidente da República, Jair Bolsonaro. 9 Em 2019 houve um retrocesso, pois o então Ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodrigues, promoveu pelo Decreto de nº 9.465, de 2 de janeiro de 2019 [4], o desmonte da SECADI (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão), que era responsável por ações de diversidade, como as relações étnico- raciais, a fim de eliminar o termo “diversidade” do contexto educacional. O objetivo da Secretaria era promover politicas públicas educacionais voltadas para a inclusão social, bem como assegurar o direito a educação com equidade e qualidade. Posto isto, houve um obstáculo na oferta dessas políticas que garantiam acesso e permanência de diversos grupos, contribuindo para o não reconhecimento da diversidade e o enfraquecimento da inclusão no processo educativo, como garante a Constituição Federal [1] no art. 205: Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (Brasil, 1998). Segundo apurado pela Folha de São Paulo, a iniciativa foi uma manobra para eliminar não apenas a educação étnica racial e a própria palavra diversidade, mas também as temáticas de direitos humanos. No estado de Pernambuco, em 18 de abril de 2016, foi publicada a lei 15.776, que obriga os responsáveis legais pelos estádios e campos de futebol no Estado de Pernambuco a fixar placas, em local de fácil visibilidade, com os dizeres “DIGA NÃO AO RACISMO” e dá outras providências. Em 21 de março de 2018 neste estado foi assinado o Decreto Nº 42.480, por Paulo Câmara, que institui Grupo de Trabalho para elaboração de Programa de Combate ao Racismo Institucional – PCRI no âmbito do Estado de Pernambuco, ao qual competia - elaborar propostas de apoio e de fomento à política de promoção da igualdade racial; apresentar medidas que priorizem a efetivação do combate ao racismo institucional como política de promoção da igualdade racial; e discutir ações de combate às necessidades diagnosticadas em relatório circunstanciado, ao final elaborado, composto por (8) representantes das diversas secretarias do estado (Secretaria do DesenvolvimentoSocial, Criança e Juventude, da Secretaria do Meio Ambiente, da Secretaria Da Educação, Secretaria da Defesa Social, da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, entre outras). Este Grupo de Trabalho, no entanto, teve duração de menos de um ano. Até mesmo o projeto Educação para Todos – visão de Pernambuco apenas refere-se a uma escola inclusiva, mas não especifica a questão da discriminação na 10 escola. Há ainda outros documentos: tratados internacionais, especialmente na Convenção Internacional sobre Eliminação de todas as formas de Discriminação (1965), na Declaração de Durban (ONU, 2001), na III Conferência Nacional de Promoção à Igualdade Racial - CONAPIR (2013), na III Conferência Estadual de Promoção à Igualdade Racial (Decreto nº 39.415, de 23 de maio de 2013), no Estatuto da Igualdade Racial e na Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial instituída pelo Decreto Federal nº 4.886, de 20 de novembro de 2003. Já faz aproximadamente uma década que a ONU (2002) publicou o documento chamado Orientações Técnicas Internacionais sobre educação para a diversidade. Desde então, a comunidade mundial tem tentado adotar um programa audaz e transformativo de desenvolvimento para conseguir um mundo justo, equitativo, tolerante, aberto e inclusivo, no qual se preencham as necessidades dos mais vulneráveis e ninguém fique à margem desses avanços. A Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável nos mostra que a educação de qualidade, a saúde, o bem estar, a igualdade gênero e os direitos humanos estão intrinsecamente inter-relacionados. Atualmente, diversos projetos de lei relacionados ao racismo estão em tramitação no Congresso Nacional. No Senado, um deles quer incluir a motivação por racismo como agravante para os crimes previstos no Código Penal. Já na Câmara, há propostas para coibir o racismo em eventos esportivos, para igualar a injúria racial ao racismo, para tipificar o racismo cometido na internet e até para transformar o racismo em crime hediondo. Em 2017, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT, 2017) reuniu no livro “Acusações de racismo na capital da República” estatísticas dos crimes raciais no DF. Entre 2010 e 2016, o número de denúncias subiu 1.190%, chegando a 129. Destas, sete foram de racismo e as outras 122 de injúria racial. Se considerarmos os atos que passaram impunes e não foram ajuizados, seriam muito mais. Através destes dados percebe-se que não existe o lugar de “neutro” e apesar de “sermos todos mestiços”, o Brasil ainda não é um país sem racismos. É importante compreender o lugar de onde se fala e este lugar inclui não só raça, mas também classe social, escolaridade, faixa etária, gênero, ambiente, opção política, etc.. A história nos mostra que a discriminação no Brasil só começou a ser combatida depois que se afirmou que sim, temos negros no Brasil e a questão racial não engloba 11 apenas cor e fenótipos, mas muitas outras coisas, pois quando se fala de raça se fala também em cultura. Na entrevista anteriormente citada, o juiz Esteves relata que a estratégia mais efetiva (para combater o racismo) é a educação. Segundo ele, o Brasil é um país profundamente racista e que nunca teve uma ação efetiva de reparação. Mais do que as mudanças na lei, os especialistas defendem, sobretudo, uma mudança na educação. “Ainda é necessário avançar na função pedagógica para enfrentar o racismo nas suas mais diversas dimensões: o racismo ideológico, o racismo institucional, a forma como a sociedade é estruturada” afirma o juiz Esteves. Ao que parece, a teoria de Paulo Freire cai muito bem nesta abordagem uma vez que faz a crítica político social do sistema capitalista e engloba a participação popular no processo educativo respeitando suas bagagens culturais. As políticas do ano 2000 de ação afirmativa com recorte racial não acabam com a questão do racismo, mas visam proporcionar igualdade de oportunidades e a partir disso é que se começou a participar deste debate. Esta discussão antes negada hoje se apresenta em vários lugares, na televisão, nas rádios, nas escolas, etc... No Brasil, o governo atual do presidente Bolsonaro tem provocado uma série de embates e retrocessos em relação à questão racial, em contraposição às medidas tomadas nos governos anteriores que incluíram o ensino da Cultura da África e Afro - descendentes nas escolas, assim como a adoção mais ampla de cotas para negros nas universidades. No governo atual tanto retiraram as cotas para negros dos cursos de pós – graduação, quanto houve uma espécie de “incentivo” para hostilizar os lugares em que se praticassem as religiões afrodescendentes, dado o apoio da bancada evangélica nas respectivas eleições e os equívocos de interpretação do sagrado. Apesar de muitos avanços em relação às ciências educacionais e até mesmo nas lutas dos movimentos sociais no Brasil, muitos jovens, ao realizar a transição da infância para a fase adulta ainda recebem informações incorretas, tanto no trato aos preconceitos e discriminações à sua própria condição humana, seja ela de ordem étnico racial, sexual, ou outra, quanto a seus direitos enquanto pessoa humana e de valor, independentemente de sua condição (social, sexual, de gênero ou de raça), o que afeta seu desenvolvimento físico, social e emocional. 12 As crianças não podem passar isentas da história de resistência dos povos negros, desde o período da escravidão, desconhecendo os quilombos, que foram organizações políticas de resistência e enfrentamento a esta forma de tratamento. O próprio Quilombo dos Palmares teve mais de cem anos de existência incomodando a Coroa Portuguesa. Na escola pouco se fala das revoltas, como Balaiada e do Malês, além das diversas revoltas indígenas, que seria outro ponto importante a ser levado em consideração. Para discutir diversidade na escola é necessário discutir desigualdade, conhecer a origem social das desigualdades historicamente. A falta de uma política realmente inclusiva (social e econômica), não só aumenta a vulnerabilidade das crianças e jovens ante a exploração do capital ao qual estão acometidos, como também desenvolve outros traços nocivos, escancarando o fracasso dos líderes da sociedade no cumprimento de suas obrigações por toda uma geração. Do ponto de vista educacional, deve-se levar em consideração o fato de que a criança não chega à escola como uma “tabula rasa”, pois ela traz uma formação familiar anterior muitas vezes já arraigada de uma série de conhecimentos errôneos e preconceitos já estabelecidos na família. A condição básica para o crescimento e desenvolvimento geral da criança é o vinculo desta com os outros, com a alteridade, com a sociedade. Em especial, para a criança crescer saudavelmente, é necessário que ela tenha vínculos afetivos de acolhimento, de amor. É através deste sentimento que a criança de fato aprende. Há um fator emocional imbuído no processo de aprendizagem, que reforça a criança a memorizar e interiorizar de fato aquelas lições. Reciprocamente, os sentimentos trazem consigo informações e recordações a eles agregadas. No desamor não há possibilidades de a criança sobreviver saudavelmente nem física nem psiquicamente. Muito menos ela vai ter condições de uma real aprendizagem. É importante ressaltar o valor da família na sociedade, pois ela tem o papel de preparar seus componentes a viver bem coletivamente, sendo ela transmissora de valores ideológicos, portanto aí está sua função social. Além disto, a família tem o dever de resguardar as crianças física e psicologicamente. Segundo o psicanalista Jacques Lacan, (1993), é na família que ocorrem alguns dos hábitos mais importantes na vida do ser humano, que será apreendido pela criança como a primeira educação, a repressão do desejo e a aquisição da linguagem. 13 São na aquisição da linguagem que se nomeiamcoisas, atitudes, sentimentos, formando as bases do pensamento humano. Os valores ideológicos da família são, muitas vezes inconscientemente, passados para a criança negra no papel de subserviência, de baixa autoestima e de submissão. Na primeira educação a criança obtém dos pais os comportamentos, marcados afetiva e socialmente por distinções já seladas pelo senso comum, tais como o comportamento masculino, o comportamento feminino, etc. É no interior da família que as questões culturais serão adquiridas pela criança. Para a criança entrar no mundo, fazer parte dele, entendê-lo, a aquisição da linguagem (nem sempre falada) será fundamental. Através dela são manifestos desejos, há a comunicação com os demais. Dada sua relevância, as creches, pré-escolas e as escolas, são muitas vezes, além de coadjuvantes, substitutas dos pais e são os responsáveis por perpassar os valores sociais às crianças, fazendo o papel de ensinar o que é aprendido no âmbito familiar. Segundo o psicanalista Jacques Lacan (1993), a linguagem é condição básica para que a criança entre no mundo, aproprie-se dele, do que significam as coisas, os objetos, as situações, e nele interfira. Para dar sentido ao que ocorre ao seu redor e dentro de si, é necessário nomear as coisas, estabelecer as relações entre elas, classificando-as dentro de um arranjo de conexões. A família e a escola têm, na sociedade moderna, tarefas complementares. É quase impossível separar aluno/filho, por isto, quanto maior o fortalecimento dessa relação família/escola, melhor será o desempenho escolar desses filhos/alunos. Nesse sentido, é importante que família e escola saibam aproveitar os benefícios dessa relação, pois isto irá resultar em princípios facilitadores da aprendizagem e formação social da criança. É fundamental que os pais se envolvam na vida escolar ativa dos seus filhos, de forma a conseguirem dar todo o apoio que eles necessitam no desenvolvimento escolar. A escola é um local na qual os pais confiam à educação dos seus filhos e na qual encontram um tipo de apoio, mas a escola também necessita encontrar na família dos educandos, um apoio, pois essa relação não é apenas essencial para o aluno, mas também para que o trabalho do professor seja mais produtivo. A escola deve promover juntamente com a família uma parceria, a fim de contribuir no desenvolvimento integral da criança. 14 No caso da discriminação racial, entretanto, muitas vezes a família anda na contramão do que preceitua a escola. Este trabalho é ainda muito mais difícil quando o próprio professor também tem arraigado consigo dificuldade de perceber seus próprios pré-conceitos. Como seria então trabalhar a questão da diversidade na escola? O que é ser diferente ou ser igual? Segundo PIOVESAN, (2008) “a igualdade pode ser concebida em três níveis: a igualdade formal (todos são iguais perante a lei), a igualdade material em relação à justiça social e a igualdade material em relação ao reconhecimento das identidades”. (PIOVESAN, apud MOSER, p. 4). As políticas educacionais brasileiras prevêem o direito à diversidade e à inclusão de todos os cidadãos, no entanto a sociedade brasileira é formada por classes sociais muito díspares e a inclusão social é fundamental para o exercício da cidadania. Como exercer cidadania se a educação inclusiva apesar de dever atender a todos através de uma pedagogia centrada no sujeito, não o faz em todas as escolas públicas tampouco nas escolas privadas? Mais intrigante ainda é o fato de não haver um nível de homogeneidade razoável nas variadas escolas brasileiras. Para se trabalhar a diversidade na escola a criança deve saber a diferença entre equidade e igualdade. Deve entender que o tratamento isonômico não significa tratamento igual, pois alguns alunos para aprender, precisam de determinados recursos e outros não. Afinal, através do discernimento das diferenças e do conceito de alteridade e do reconhecimento do outro é que a criança adquire uma noção da sua própria identidade. Segundo Guérios e Stoltz (2010), A educação vai além da transmissão de conhecimentos, educar requer preparar o sujeito em diferentes sentidos, como o autoconhecimento, e em diferentes níveis, como o corpóreo, o mental e o espiritual. Para tanto, o desenvolvimento do aprendizado passa pelo seu relacionamento com o outro. Aprendemos quando estamos em contato com outros sujeitos, aprendemos através de relações com sujeitos de características, contextos e culturas diferentes. Os novos olhares que direcionamos aos outros nos levam a novos olhares que podem conformar e transformar a nós mesmos. Cabe à educação apresentar o diferente e, mais além, promover a vivência da diferença. Tais momentos podem ocorrer nas interações sociais e também nas interações com a natureza (GUÉRIOS; STOLTZ, 2010 apud MOSER p. 37). 15 Nesse sentido, educação, cultura e subjetividade compõem o mesmo cenário: Partindo do visível sensível, a educação deve nos levar ao invisível vidente. Isso implica o reconhecimento da intersubjetividade como base para a subjetividade. Somos visíveis a nós mesmos pelos olhos dos outros. A cultura está, assim, na raiz do que somos, porque a intersubjetividade ocorre em um mundo sensível onde eu e os outros estamos situados e inter-relacionados. Esse movimento é vivido por meio do corpo, pois não é possível ser vidente sem ser ao mesmo tempo visível (GUÉRIOS; STOLTZ, 2010, apud MOSER p. 38). É fundamental reconhecer no contato com o outro e a subjetividade, o caminho para promoção da inclusão e da construção da cidadania na perspectiva da inclusão social e superação das desigualdades e preconceitos (Ana Cláudia Moser). Assim como ensina Werneck (2008), as noções de dignidade humana e a justiça devem ser ensinadas pelo professor. Cada sujeito atribui diferentes sentidos e significados sociais porque as culturas são diferentes. A dificuldade situa-se exatamente na necessidade de conciliar o respeito a esses significados, às diferentes modalidades culturais com as exigências da ação educacional. É preciso aceitar e acolher a diversidade das culturas, mas não o relativismo e a demagogia que se contrapõem aos objetivos da educação. (WERNECK, 2008, p. 417 apud MOSER). Moser ressalta ainda que Michels (2006) faz uma crítica mais ampla, argüindo que a reforma educacional brasileira ao longo dos anos 1990 atribui outros significados à organização escolar, sendo necessário ter em vista o caráter privilegiado da escola como ambiente de sistematizar, socializar e transmitir valores e conhecimentos (MICHELS, 2006 apud MOSER p. 43). Segundo Moser (2006), este autor observa ainda que a escola e sua administração são influenciadas pelos padrões capitalistas, e manifesta a relação dominante de exclusão social, reforçando os paradigmas sociais vigentes, reproduzindo as relações sociais, ou seja, as dinâmicas de dominação e exclusão social presentes na sociedade, também determinam a dinâmica escolar. Portanto, a escola não só exerce o papel de transformador social como também o de reprodutor destes paradigmas, bem como, se espera da escola espaços de promoção da democracia. A autora é ainda mais incisiva quando afirma que a realidade da grande maioria das escolas, demonstra que prevalecem práticas exclusivas, e a transmissão de conteúdos vinculados a interesses 16 das classes dominantes e, consequentemente, desvinculados dos interesses de grande parte da população. A inclusão é fundamental para a gestão democrática, pois pensar em democracia passa pelo reconhecimento e valorização de diversidades, porém, esse movimento requer mudanças políticas, de caráter cultural e na organização da escola. Afinal, incluir não significa apenas aceitar pessoas “diferentes” nas escolas. Para haver inclusão de fato, os alunos, professores, familiares e toda a comunidadedevem sentir-se incluídos, e capacitados para se incluir no processo educativo. E este não requer apenas a explanação de idéias, a demonstração de uma teoria, pois não é fácil combater um sentimento que não foi apenas gerado por concepções pré-concebidas. Certa vez Albert Einstein afirmou: 'Triste época, é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito'. A criança assimila mais facilmente um pensamento vivenciado do que uma teoria relatada. A criança aprende quando se ensina com afeto e amor, demonstrando os pensamentos com atitudes. Para análise destas questões serão utilizadas consultas a livros, artigos e matérias de jornais, blogs, internet e legislações específicas ao tema. Esse trabalho não pretende esgotar o assunto, nem mesmo detalhar suas raízes intrínsecas ou endógenas, mas apenas apresentar algumas considerações de como essas diversidades vem sendo tratadas, ou não, enfocando a discriminação racial no contexto escolar e social. METODOLOGIA A metodologia utilizada tratou-se de pesquisa em livros, artigos de jornais, revistas, internet e demais veículos de comunicação. Foi utilizado o método histórico para a análise da causa do pré-conceito racial no Brasil assim como para verificar os avanços legislativos para combatê-lo. Como arcabouço para a organização das idéias considerou-se a aprendizagem obtida no curso de Pedagogia da UNIASSELVI, assim como sua bibliografia. O objetivo de fazer um trabalho de campo nas escolas da cidade de Recife ficou prejudicado em virtude da pandemia da COVID 19. 17 RESULTADOS E DISCUSSÃO Pelos fundamentos apresentados nesta pesquisa, deduz-se que o preconceito racial não é apenas um simples pensamento errôneo que pode ser desfeito a qualquer momento. Trata-se de toda uma gama de aprendizagens e vivências, que foram se sedimentando com o tempo, alicerçando todo um arcabouço de pensamentos e comportamentos posteriores tornando-se inscritos na alma através de sentimentos. Por isso, o reforço escolar na produção de novos conceitos e na desconstrução de velhos paradigmas não depende apenas do que o professor ensina, mas também do que ele sente, do que ele exemplifica, de sua afetividade em relação ao seu aluno e do trabalho em equipe junto com os alunos na descoberta de novos caminhos. Esta é uma discussão que deve ser feita em grupo, democraticamente, colhendo os pensamentos e sentimentos de cada aluno com o objetivo de um “outro olhar”. Apesar de o antropólogo, historiador e ensaísta Antonio Risério (2020), criticar as políticas identitárias que “apregoam a divisão da sociedade humana em raças diferentes”, argumentando que “isso só contribui para o aumento de ressentimentos e de conflitos que são manipulados para o benefício de determinados grupos políticos e de interesse”, concluímos através das pesquisas elaboradas, que só a partir do reconhecimento da segregação e da discriminação racial, é que a sociedade começou a agir de forma diferenciada, não só colocando o assunto em pauta, como também tomando algumas medidas em sua prevenção. A jornalista e historiadora Célia Maria Marinho de Azevedo (2006/2007) argumenta que, para combater o racismo, a sociedade deve superar a noção de "raça". Ela argumenta que é muito mais eficaz convencer pessoas preconceituosas de que raças humanas não existem e de que o racismo é um crime contra a humanidade do que insistir em legitimar o conceito de "raça", uma vez que o racismo tem como princípio a própria crença de que diferentes raças humanas existem. A ciência já derrubou a ideia de que seres humanos podem ser divididos em raças, ideia esta que foi utilizada historicamente na tentativa de legitimar atrocidades como o nazismo e a escravidão. Este é um ponto que deve ser levado em consideração, levando as pessoas a entenderem melhor, que os seres humanos em sua essência, não têm muitas diferenças.. https://pt.wikipedia.org/wiki/Antonio_Ris%C3%A9rio https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica_identit%C3%A1ria 18 CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante todo o processo de pesquisa, percebe-se que há questões muito mais enraizadas que aprofundam o racismo contra o negro no Brasil, tais como o desconhecimento de sua própria identidade, o status social vivenciado pela maioria destes e a atual política de desagregação social. Embora não tenha sido possível analisar o trabalho prático de cada escola de Pernambuco, alude-se que esta pesquisa sirva de fundamento para uma posterior pesquisa de campo. Ainda existem muitas deficiências a serem corrigidas para existir uma real democracia no país, pois foram detectadas muitas lacunas nas bibliografias por parte das pessoas negras, sendo estas representadas muitas vezes apenas por pessoas “brancas”. Como foi visto, sente-se que já está na hora de parar de achar natural a grande quantidade de mortes de negros nos bairros pobres. O Brasil vive uma época de retrocesso e corte de políticas públicas para populações negras, criminalizando os movimentos sociais e isto deve ser combatido com veemência. Apesar de perceber-se que o resultado desta luta se trata de um processo lento e de grande duração, é necessário insistir neste grande progresso educativo desde cedo, com a participação das crianças negras, mestiças e brancas reconhecendo seu papel social de agente transformador. Afinal, “Não importa em que sociedade estejamos e a que sociedade pertençamos, urge lutar com esperança e denodo”. (Paulo Freire, 2000a, p. 133-134). REFERÊNCIAS ALEGRETTI, Laís. Racismo no Brasil: Todo mundo sabe que existe, mas ninguém acha que é racista. Folha de São Paulo, São Paulo. 06/06/2020. Folha Cotidiano. 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