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358_METEOROLOGIA_E_CLIMATOLOGIA_VD2_Mar_2006

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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA
Mário Adelmo Varejão-Silva
Versão digital 2 – Recife, 2006
344
de núcleos de sublimação.
A estimulação de uma nuvem com vistas a provocar chuva só tem cabimento em época de
estiagem (no período chuvoso não teria sentido algum). Mas, durante esses períodos secos, a
chuva torna-se naturalmente escassa ou inexistente justamente porque não há bastante umidade
atmosférica, ou existem mecanismos inibidores da instabilidade atmosférica (como a camada de
inversão dos ventos alísios, por exemplo), ou ambos os fatores. Na época chuvosa estão espon-
taneamente satisfeitas essas condições (suprimento de vapor e instabilidade) e é evidente que as
nuvens tendem a se desenvolver e, sem nenhuma estimulação, produzem chuva. A questão que
se coloca é se o efeito das estimulações consideradas bem sucedidas não teria sido apenas o de
antecipar o que iria acontecer naturalmente mais tarde. Aliás, esse é o argumento usado diante
dos juizes quando alguém se sente prejudicado pelo fato do vizinho ter recorrido à indução artifici-
al da chuva.
A inoculação de uma nuvem com produtos estimulantes, sem que as condições de supri-
mento e de instabilidade estejam satisfeitas, no máximo produziria uma quantidade muito pequena
de chuva, que nem sempre chega a atingir o solo. Precipitação da ordem de 2 a 5 litros por metro
quadrado do terreno, em plena época de estiagem, não parece ter efeitos consideráveis sobre as
culturas. Questiona-se, caso a temperatura à superfície do solo seja elevada durante o período
não chuvoso, se uma precipitação dessa magnitude efetivamente chega a ser aproveitada, mes-
mo que parcialmente.
O alto investimento e o elevado custo operacional envolvidos na operação de estimulação
de nuvens, aliados à incerteza dos resultados, tornam desaconselhável sua prática como ativida-
de de rotina, atualmente. Iniciativas dessa natureza deveriam ser estimuladas mas permanecendo
restritas ao âmbito da investigação científica, até que resultados mais promissores pudessem futu-
ramente ser alcançados, como decorrência natural do desenvolvimento de novas tecnologias.
8. Definição e classificação dos meteoros.
Em Meteorologia o termo meteoro é aplicado à qualquer fenômeno, diferente de uma nu-
vem, observado na atmosfera ou na superfície terrestre, porém decorrente da presença da at-
mosfera (O.M.M., 1970). Esses fenômenos podem resultar de depósitos ou da queda de partícu-
las de natureza aquosa ou não, no estado sólido ou líquido, bem como manifestações óticas, elé-
tricas ou sonoras.
Considerando a constituição e as condições em que se formam, os meteoros podem ser
classificados em quatro grupos: hidrometeoros, litometeoros, fotometeoros e eletrometeoros. Esse
tópico destina-se tão somente à definição dos principais meteoros. Os mais interessantes serão
abordados, com algum detalhe, posteriormente.
8.1 - Hidrometeoros.
Um hidrometeoro é um conjunto de partículas de constituição hídrica, no estado líquido ou
sólido, em suspensão ou em queda livre (precipitação) na atmosfera, ou levantadas da superfície
terrestre pelo vento, ou depositadas sobre objetos, sobre seres vivos ou no solo. Uma breve des-
crição dos hidrometeoros mais comuns será feita adiante, segundo o Atlas Internacional de Nu

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