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Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais

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Lembre-se de que, diferentemente do que ocorre em
relação aos direitos fundamentais, as garantias 
 fundamentais não possuem um m em si mesmas: 
o habeas corpus, por exemplo, está previsto na
Constituição Federal como um instrumento para
viabilizar o curso da liberdade de locomoção, sendo
essa sua razão de existir.
Teoria Geral dos
direitos e Garantias
fundamentais
Capítulo I – Direitos e deveres individuais e coletivos;
Capítulo II – Direitos sociais;
Capítulo III – Nacionalidade;
Capítulo IV – Direitos políticos;
Capítulo V – Partidos políticos.
A Constituição Federal (CF) trata sobre os Direitos e
Garantias Fundamentais em seu Título II. Porém, antes de
adentrar ao estudo da Constituição propriamente dita, faz-se
necessário analisar a Teoria Geral dos Direitos e Garantias
Fundamentais, matéria implicitamente presente nos editais
de concursos quando estes cobram do candidato o
conhecimento acerca do Título II da Constituição.
Primeiramente, é importante analisar o nomen iuris (nome
jurídico) do Título Direitos e Garantias Fundamentais: este
corresponde a um gênero que assume cinco espécies,
compostas pelos cinco Capítulos do Título II da Constituição
Federal, a saber:
Apesar de a maior parte dos Direitos e Garantias
Fundamentais estar presentes nos Capítulos listados acima,
cabe ressaltar que estes não se encontram exclusivamente
no Título II, mas espalhados por todo o texto constitucional,
conforme entendimento dado pelo Supremo Tribunal
Federal. São exemplos disso o Título VI, que versa sobre o
Sistema Tributário Nacional, e o Título VIII, que trata sobre a
ordem social, os quais apresentam uma série de direitos
fundamentais ao longo de seus dispositivos.
Direitos Fundamentais: dizem respeito aos bens
jurídicos declarados e tutelados pela Constituição
Federal, de modo que possuem natureza declaratória.
Ex.: Liberdade de locomoção
Garantias Fundamentais: correspondem a
instrumentos que servem proteger e assegurar
determinados direitos fundamentais, de maneira que
possuem natureza assecuratória. Ex.: Habeas corpus.
Ainda acerca do nomen iuris do Título II, Direitos e
Garantias Fundamentais, é importante destacar que os
termos “direitos” e “garantias” não são sinônimos:
Para um melhor entendimento, considere o seguinte em
relação aos exemplos dados acima: o art. 5º, inciso XV, da
Constituição Federal determina que “é livre a locomoção
no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer
pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele
sair com seus bens”, estabelecendo, desse modo, a
liberdade de locomoção como um direito fundamental.
Por sua vez, o inciso LXVIII do mesmo artigo declara que
“conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso
de poder”, ou seja, a Constituição garante que, caso a
liberdade de locomoção seja ameaçada, o habeas corpus
será utilizado como um instrumento que tem por objetivo
salvaguardar esse direito fundamental.
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS ECARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS E
GARANTIAS FUNDAMENTAISGARANTIAS FUNDAMENTAIS
Historicidade: atrelada à evolução dos direitos e 
 garantias fundamentais, a historicidade indica que
estes foram sendo criados ao longo da história da
humanidade e, então, incorporados às Constituições.
Ex.: Magna Carta (1215).
Universalidade: a universalidade é uma característica
que está relacionada aos destinatários dos direitos e
garantias fundamentais, sendo estes dirigidos a todas
as pessoas.
A doutrina não é pací ca em relação às características 
 que compões os direitos e garantias fundamentais, no
entanto a doutrina majoritária entende que são elas:
Obs.: cabe observar que o caput do art. 5º da CF expressa
o seguinte:
Por fim, vale ressaltar que direitos fundamentais não 
 se confundem com direitos humanos. É certo que
determinado direito pode ser, ao mesmo tempo, um
direito fundamental e um direito humano, entretanto, 
 não é possível a rmar que essas nomenclaturas são 
 sinônimas: os direitos fundamentais são bens jurídicos
previstos e tutelados pela Constituição do país (ótica
interna/nacional), ao passo que os direitos humanos são
bens jurídicos previstos e tutelados pelos Tratados
Internacionais (ótica internacional).
Teoria Geral dos
direitos e Garantias
fundamentais
Relatividade: dada a característica da relatividade, os
direitos e garantias fundamentais presentes na
Constituição Federal não são absolutos. Cabe apontar
que tal característica está diretamente relacionada à
teoria dos limites dos limites dos direitos
fundamentais.
Irrenunciabilidade
Inalienabilidade
Imprescritibilidade
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: […]
Perante uma interpretação literal, poder-se-ia imaginar que
os direitos e garantias fundamentais presentes na
Constituição somente se dirigiriam a brasileiros e
estrangeiros residentes no país, porém não é isso o que
ocorre: a doutrina e a jurisprudência do Supremo Tribunal
determinaram a aplicação de interpretação ampliativa aos
destinatários direitos e garantias fundamentais a todas as
pessoas.
Obs.: uma parcela da doutrina admite exceções a essa 
 característica alegando que, muito embora os direitos e
garantias fundamentais, em regra, sejam relativos, é possível
identificar na Constituição direitos que sejam absolutos 
 como, por exemplo, a proibição da extradição de brasileiro
nato e a vedação à tortura e ao tratamento desumano e
degradante.
CARACTERÍSTICASCARACTERÍSTICAS
As características dos direitos e garantias são:
a) Historicidade: criados ao longo da história; ligada à
evolução dos direitos e garantias fundamentais. Exemplo:
Magna Carta.
b) Universalidade: destinam-se a todas as pessoas; ligada
aos destinatários dos direitos e garantias fundamentais.
c) Relatividade: não são absolutos; ligada aos limites dos
limites dos direitos e garantias fundamentais. A doutrina
admite exceções: vedação à extradição do brasileiro nato e
vedação à tortura e ao tratamento desumano ou
degradante.
Teoria Geral dos
direitos e Garantias
fundamentais
Em regra, os direitos e garantias fundamentais não
são absolutos, e sim relativos. Todavia, há direitos e
garantias que são absolutos, tais como a proibição
de extradição de brasileiro nato, a proibição da
tortura e a proibição do tratamento desumano ou
degradante.
d) Irrenunciabilidade: não admitem renúncia. A doutrina
admite a renúncia temporária. Exemplo: “reality show” em
que os participantes abdicam do seu direito à privacidade.
e) Inalienabilidade: não são negociáveis e não tem cunho
patrimonial.
f) Imprescritibilidade: não se perdem com o tempo.
Exemplo: direito à saúde.
EVOLUÇÃOEVOLUÇÃO
A evolução (dimensão) dos direitos e garantias
fundamentais segue o seguinte critério cronológico:
O termo “gerações dos direitos fundamentais” é o
mesmo que “concepções dos direitos
fundamentais”.
Essa ideia de geração tem um caráter acumulativo,
pois as novas gerações não substituíram as antigas,
e sim as complementaram.
a) 1ª Geração: estado liberal absenteísta (que se abstém),
marcado pelos direitos negativos (abstenção); direitos civis
(liberdades públicas, tais como liberdade de locomoção,
liberdade de pensamento, liberdade de ir e vir, liberdade
de associação, liberdade de reunião etc.) e políticos
(participação na vida política: votando ou sendo votado) e
ideal de liberdade. 
Contexto Histórico: final do século XVIII, quando o Estado
era absoluto (absolutismo), sendo a própria lei, mas
diversas revoluções liberais começaram a acontecer
(Revolução Francesa, Independência dos EUA etc.).
b) 2ª Geração: estado social, marcado pelos direitos
positivos (prestacionais), direitos sociais, econômicos e 
 culturais, e ideal de igualdade.Contexto Histórico: início do século XX, época da 
 Revolução Industrial em que se iniciou um forte
processo de imigração das pessoas do campo para as
cidades. O capital passou a oprimir os trabalhadores.
c) 3ª Geração: estado social, marcado pelos direitos
positivos (prestacionais), direitos metaindividuais (direito
ao meio ambiente etc.) e ideal de
fraternidade/solidariedade (lema da Revolução Francesa). 
Contexto Histórico: meados do século XX. 
d) 4ª Geração: direito à democracia, informação e
pluralismo (Paulo Bonavides).
e) 5ª Geração: direito à paz (Paulo Bonavides).
Teoria Geral dos
direitos e Garantias
fundamentais
A grande maioria dos doutrinadores considera o
direito à paz um direito metaindividual,
pertencendo, portanto, à terceira geração. Todavia, o
Paulo Bonavides considera esse direito como sendo
da quinta geração, pois, assim, seria mais fácil obter
a paz mundial.
DESTINATÁRIOSDESTINATÁRIOS
O princípio da universalidade é uma característica dos
direitos e garantias fundamentais.
TÍTULO II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I - Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Os direitos e garantias fundamentais não se destinam
somente aos brasileiros e estrangeiros residentes; os
estrangeiros não residentes que estão no Brasil, como
turistas, os brasileiros natos e/ou naturalizados, os
apátridas, entre outros, também têm direitos e garantias
fundamentais, por exemplo.
As entidades federativas (União, estados, Distrito
Federal e municípios) e autarquias são pessoas
jurídicas de direito público. As empresas, as
associações e os partidos políticos são pessoas
jurídicas de direito privado.
Cuidado com o art. 5º, “caput”: "Os destinatários dos
direitos e deveres fundamentais, previstos na Constituição
Federal, são todas as pessoas (físicas e jurídicas de direito
público ou de direito privado), desde que o direito visado
seja compatível com a sua natureza.
Exemplo: os estrangeiros não possuem direitos políticos
no Brasil.
Art. 14. (...)
§2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o
período do serviço militar obrigatório, os conscritos
As pessoas jurídicas não possuem todos os direitos e
deveres fundamentais previstos na Constituição
Federal. Exemplos: uma empresa não tem
liberdade de locomoção; uma entidade federativa
não tem direito à saúde nem liberdade de
pensamento etc. As pessoas jurídicas possuem o
direito à preservação da sua honra objetiva.
EFICÁCIA HORIZONTALEFICÁCIA HORIZONTAL
No final do século XVIII, houve uma transição do 
 Estado absoluto para o Estado liberal, que passou a ser
limitado com a separação dos poderes e a previsão de
direitos e garantias fundamentais na Constituição Federal,
por exemplo. Antes disso, havia uma relação vertical
(eficácia vertical) entre o Estado e os súditos. Após 
 essa transição, essa relação continuou sendo vertical,
mas passou a considerar também suas interações no
âmbito horizontal
Embora criados para regular as relações verticais entre o
Estado e o seu povo, os direitos e garantias fundamentais
também se aplicam nas relações horizontais entre pessoas
privadas. Exemplo: quando uma associação expulsa um de
seus associados, o mesmo tem os direitos à ampla defesa
e ao contraditório (de acordo com o STF), pois, apesar
desses direitos terem sido concebidos em um contexto de
relação vertical, eles também devem ser considerados nas
relações horizontais (entre pessoas privadas).
Teoria Geral dos
direitos e Garantias
fundamentais
TEORIA DOS LIMITES DOS LIMITESTEORIA DOS LIMITES DOS LIMITES
Em regra, os direitos e garantias fundamentais não são
absolutos, e sim relativos. Todavia, há direitos e garantias
que são absolutos, tais como a proibição de extradição de
brasileiro nato, a proibição da tortura e a proibição do
tratamento desumano ou degradante.
Teoria dos Limites dos Limites = Schranken-Schranken
(Doutrina Alemã)
A limitação dos direitos fundamentais somente é válida se
respeitar o seu núcleo essencial.
Núcleo Essencial: conteúdo mínimo e intangível
Uma regulamentação excessiva pode atingir o núcleo
essencial da liberdade pro ssional,
ou seja, uma lei pode restringir a liberdade pro ssional.
Exemplos: a OAB, que limitou o exercício da advocacia; lei
que regulamenta a pro ssão de motoristas de aplicativo.
Art. 5º (...)
XIII – É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
COLISÃO ENTRE DIREITOSCOLISÃO ENTRE DIREITOS
FUNDAMENTAISFUNDAMENTAIS
Direitos fundamentais podem colidir na prática.
Exemplo: a possibilidade de ingresso forçado em um
imóvel abandonado que é foco de transmissão de doença
dos mosquitos da dengue, zika e chikungunya. O que
prevaleceria seria o princípio da inviolabilidade domiciliar
ou o direito à saúde pública? Para responder a essa
pergunta, deve-se utilizar o princípio da proporcionalidade.
O princípio da proporcionalidade se subdivide em outros
três princípios:
a. adequação (a medida é idônea para atingir a finalidade
pretendida);
b. necessidade (não há outra medida menos gravosa);
c. proporcionalidade em sentido estrito (o ônus imposto
deve ser inferior ao benefício atingido)
Lei n. 13.301, de 2016
Art. 1º Na situação de iminente perigo à saúde pública pela presença do
mosquito transmissor do vírus da dengue, do vírus chikungunya e do
vírus da zika, a autoridade máxima do Sistema Único de Saúde – SUS 
de âmbito federal, estadual, distrital e municipal fica autorizada a 
 determinar e executar as medidas necessárias ao controle das
doenças causadas pelos referidos vírus, nos termos da Lei n. 8.080, de
19 de setembro de 1990, e demais normas aplicáveis, enquanto
perdurar a Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional –
ESPIN. 
§1º Entre as medidas que podem ser determinadas e executadas 
 para a contenção das doenças causadas pelos vírus de que trata o
caput, destacam-se: (...)
IV – Ingresso forçado em imóveis públicos e particulares, no caso de
situação de abandono, ausência ou recusa de pessoa que possa
permitir o acesso de agente público, regularmente designado e
identificado, quando se mostre essencial para a contenção das
doenças.

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