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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DECON – DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E CONTABILIDADE CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS NA EMPRESA RECARGA DE EXTINTORES E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO PANAMBI LTDA (Trabalho de Conclusão de Curso) Acadêmica: Marlene Beilfuss Profª Orientadora: Ms. Eusélia Paveglio Vieira Ijuí (RS), junho/2010 2 UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DECON – DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E CONTABILIDADE CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS NA EMPRESA RECARGA DE EXTINTORES E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO PANAMBI LTDA Trabalho apresentado para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis, junto a Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Acadêmica: Marlene Beilfuss Profª Orientadora: Ms. Eusélia Paveglio Vieira Ijuí (RS), junho/2010 3 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por me conceder o dom maior, a vida, e pela alegria deste dia: Obrigada Senhor. Agradeço a minha família, pelo apoio, pelo incentivo diante das dificuldades encontradas durante a minha jornada. A eles muito obrigada pela paciência e compreensão. A todos os professores e professoras, pela dedicação, pelos ensinamentos que levarei comigo. Em especial agradeço minha professora orientadora MSc. Eusélia Paveglio Vieira, pela paciência, dedicação que recebi durante o desenvolvimento deste Trabalho de Conclusão do Curso. Aos meus colegas e amigos, divertimos, estudamos, lutamos, conquistamos e vencemos mais uma fase, de agora em diante ficará a lembrança e a saudade. Enfim, agradeço ao casal proprietário da empresa pela disponibilidade, cuidado e provimento de dados, que sem isto o trabalho de conclusão do curso não seria possível ser realizado. 4 SUMÁRIO INTRODUÇÃO.............................................................................................................9 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ...................... ......................................... 11 1.1 Área do Conhecimento ................................................................................. 11 1.2 Caracterização da Entidade ......................................................................... 11 1.3 Problematização do Tema...........................................................................13 1.4 Objetivos ...................................................................................................... 15 1.4.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 15 1.4.2 Objetivos Específicos ..................................................................................... 15 1.5 Justificativa ................................................................................................... 16 1.6 Metodologia .................................................................................................. 16 1.6.1 Classificação da Pesquisa ............................................................................ 17 1.6.2 Método de Pesquisa Científica do Ponto de Vista de sua Natureza ...... 17 1.6.3 Método de Pesquisa do Ponto de Vista dos seus Objetivos ................... 18 1.6.4 Método de Pesquisa do Ponto de Vista dos Procedimentos Técnicos . 18 1.6.5 Plano de Coleta de Dados ............................................................................ 19 1.6.6 Instrumentos de Coleta de Dados ................................................................ 20 1.6.7 Plano de Análise e Interpretação dos Dados ............................................. 21 2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA ........................... ................................................... 22 2.1 Contabilidade ............................................................................................... 22 2.1.1 Finalidades da Contabilidade ........................................................................ 23 2.1.2 Aplicação da Contabilidade ........................................................................... 23 2.2 Contabilidade de Custos .............................................................................. 24 2.2.1 Objetivos da Contabilidade de Custos ........................................................ 26 2.3 Custos com Mão-de-obra ............................................................................. 27 2.3.1 Mão-de-obra Direta ........................................................................................ 28 5 2.3.2 Mão-de-obra Indireta ...................................................................................... 31 2.4 Classificação dos Custos ............................................................................. 32 2.4.1 Custos Diretos ou Primários ......................................................................... 32 2.4.2 Custos Indiretos .............................................................................................. 33 2.4.3 Custos Fixos .................................................................................................... 34 2.4.3.1 Custos com Depreciação ....................................................................... 36 2.4.4 Custos Variáveis ............................................................................................. 38 2.4.5 Custo-padrão ................................................................................................... 40 2.5 Método de Custeio ....................................................................................... 41 2.5.1 Custeio por Absorção ..................................................................................... 42 2.5.2 Custeio Variável .............................................................................................. 43 2.6 Formação do Preço de Venda ..................................................................... 46 2.6.1 Formação do Mark-up .................................................................................... 49 2.7 Apuração da Margem de Contribuição ......................................................... 50 2.8 Ponto de Equilíbrio ....................................................................................... 52 2.9 Margem de Segurança Operacional............................................................. 55 3 GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS NA EMPRESA RECARGA DE EXTINTORES E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO: Estudo de Caso ............ 56 3.1 Descrição das Atividades da Empresa ............................................................. 56 3.2 Custo de Aquisição das Mercadorias ............................................................... 59 3.2.1 Custo de Aquisição dos Produtos para Venda ......................................... 59 3.2.2 Custo de Aquisição das Matérias Primas para os serviços ....................... 61 3.3 Despesas Mensais ........................................................................................... 63 3.3.1 Despesas com Pessoal ............................................................................. 63 3.3.2 Despesas com Depreciação ..................................................................... 64 3.3.3 Total das Despesas Mensais .................................................................... 65 3.4 Formações dos Preços de Venda dos Produtos e Serviços ............................ 70 3.4.1 Preço de Venda Orientativo ...................................................................... 73 3.4.2 Preço de Venda Mínimo ............................................................................ 75 3.4.3 Comparações entre Preço de VendaAtual com o Preço Orientativo e o Preço Mínimo ..................................................................................................... 77 3.5 Análises da Margem de Contribuição, Ponto de Equilíbrio e Margem de Segurança ............................................................................................................. 79 3.5.1 Margem de Contribuição pelo Preço de Venda Atual................................ 80 6 3.5.1.2 Margem de Contribuição pelo Preço de Venda Orientativo .................. 82 3.5.2 Ponto de Equilíbrio .................................................................................... 85 3.5.2.1 Ponto de Equilíbrio pelo Preço de Venda Atual ..................................... 85 3.5.2.2 Ponto Equilíbrio pelo Preço de Venda Orientativo .................................. 88 3.5.3 Margem de Segurança .............................................................................. 90 3.5.3.1 Margem de Segurança Operacional Preço de Venda Atual ................. 90 3.5.3.2 Margem Segurança Operacional Preço de Venda Orientativo ............. 92 3.6 Levantamentos das Principais Informações que o Sistema de Custos Proporciona para o Gerenciamento da Organização ............................................. 94 3.6.1 Apuração do Resultado baseado Preço Venda Atual .............................. 94 3.6.2 Apuração do Resultado com base Preço Orientativo ................................ 97 CONCLUSÃO ......................................... ................................................................ 100 BIBLIOGRAFIA ...................................... ................................................................ 102 7 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Numero Maximo de horas a disposição por ano..................... 27 Quadro 2: Base para Cálculo do Custo com Pessoal................................................ 28 Quadro 3: Numero de horas que o Trabalhador Oferece à Empresa....... 28 Quadro 4: Taxa de depreciação............................................................... 35 Quadro 5: Custeamento Variável x Custeamento por Absorção............. 43 Quadro 6: Custo de Aquisição dos Produtos........................................... 59 Quadro 7: Custo da Matéria Prima dos Serviços..................................... 61 Quadro 8: Despesas com Pessoal........................................................... 63 Quadro 9: Despesas com Depreciação................................................... 64 Quadro 10: Despesas Médias do Período................................................ 65 Quadro 11: Preço Venda Atual x Quantidade Venda Média Mensal......... 66 Quadro 12: Formação Mark-up.................................................................. 69 Quadro 13: Formação do Preço de Venda Orientativo.............................. 72 Quadro 14: Formação do Preço de Venda Mínimo sem Lucro.................. 74 Quadro 15: Comparação Preço Praticado c/Preço Orientativo e Mínimo.. 76 Quadro 16: Margem de Contribuição Unitária e Total pelo Preço Atual.... 78 Quadro 17: Margem Contribuição pelo Preço Venda Orientativo.............. 80 Quadro 18: Ponto de Equilíbrio baseado no Preço Venda Atual............... 82 Quadro 19: Ponto de Equilíbrio Baseado Preço venda Orientativo........... 84 Quadro 20: Margem de Segurança Operacional p Preço Venda Atual..... 86 Quadro 21: Margem de Segurança Operacional p Preço Orientativo....... 88 Quadro 22: Apuração Resultado baseado Preço Venda Atual.................. 90 Quadro 23: Apuração Resultado Baseado Preço venda Orientativo......... 93 8 LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS Figura 1: Organograma da Empresa........................................................ 13 Figura 2: Coleta do Dado para Informação............................................... 25 Figura 3: Classificação dos Custos em Diretos e Indiretos...................... 34 Figura 4: Classificação dos Custos........................................................... 40 Figura 5: Fluxograma dos produtos.......................................................... 56 Figura 6: Fluxograma do processo recarga conforme Normas Inmetro... 57 Gráfico1: Despesas médias mensais........................................................ 65 9 INTRODUÇÃO As organizações sempre estão em constantes transformações, batalhando em busca da eficiência e produtividade e, para isso, aliam-se nas informações proporcionadas pela gestão de custos, onde os gestores retiram informações preciosas para alcançarem o menor custo possível para seus produtos e serviços, obtendo um retorno que possibilite a sua manutenção e permanência no mercado competitivo. Neste contexto, o objetivo deste de trabalho de conclusão de curso foi apresentar uma metodologia de Gestão de Custos e Formação de Preços na empresa Recarga de Extintores e Equipamentos de Proteção Ltda, localizada na cidade de Panambi (RS), revendo os custos de seus produtos e serviços prestados. Primeiramente o trabalho de conclusão de curso demonstra a descrição do estudo que aborda o tema, que se refere a uma metodologia de Gestão de Custos e Formação de Preços na empresa Recarga de Extintores e Equipamentos de Proteção Panambi Ltda, seguido da caracterização da entidade. Posteriormente, apresenta-se o problema do estudo que se direciona em pesquisar como a Gestão de Custos e a Formação de Preços, pode ajudar a empresa na forma de apurar os custos dos produtos por ela comercializados e serviços oferecidos, bem como na formação do preço de venda dos mesmos, acompanhado dos objetivos geral e específicos, da justificativa e da metodologia, considerando os aspectos relacionados à metodologia a ser aplicada no estudo, a disposição da pesquisa, e os dados coletados. 10 No segundo momento, apresenta-se a revisão bibliográfica, que dá suporte e implementa tudo aquilo exposto na contextualização do estudo. Iniciando pela contabilidade, gestão de custos, custo dos produtos e custo dos serviços oferecidos, quanto à classificação dos custos, ao método de custeio, a formação do preço dos produtos vendidos e serviços prestados, apuração da margem de contribuição, ponto equilíbrio, margem de segurança operacional e depreciação. A contemplação desses conceitos e informações foi essencial para execução do estudo aplicado na prática. No capítulo terceiro deste relatório consta o estudo aplicado desenvolvido na empresa, desde a descrição das atividades, ou seja, todo o fluxo do serviço de recarga , bem como a entrada dos produtos na Empresa, seguido dos cálculos do custo com matéria-prima, custo com pessoal, depreciação, apuração despesas mensais, Mark-up, formações dos preços orientativos, mínimos, comparações entre o preço praticado e orientativo, análises das margens de contribuição, ponto equilíbrio , margem de segurança operacional e as devidas apurações de resultado pelo preço praticado e pelo preço orientativo. Finalmente, o trabalho apresenta o cronograma das ações aplicadas e a bibliografia consultada na sua realização. 11 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO Na contextualização está relatada a Área do Conhecimento, Caracterização da Entidade, Problematização, Objetivos Geral, Objetivos Específicos, Justificativa e a Metodologia. 1.1 Área do Conhecimento Este estudo foi realizado em uma das possibilidades de atuação do bacharel em Ciências Contábeis, que é a Contabilidade de custos, tendo como tema a proposição de uma Gestão de Custos e Formação de preços na empresa Recarga de Extintores e Equipamentos de Proteção Panambi Ltda.1.2 Caracterização da Entidade A empresa Recarga de Extintores e Equipamentos de Proteção Panambi Ltda, iniciou suas atividades no ano de 2007, é constituída por dois sócios, e o enquadramento fiscal é optante pelo simples nacional. No ano de 2007 os sócios proprietários e fundadores, Joares da Silva e Maria Reuter da Silva, iniciaram suas atividades em Panambi, mantendo residência na cidade próxima de Cruz Alta/RS, de onde diariamente o sócio Joares se deslocava até Panambi para gerenciar seu negócio. Até então, ambos os sócios atuavam apenas como funcionário de uma empresa na cidade origem, o casal no intuito de ter seu próprio negócio, apostaram na área da qual já tinha conhecimento e pesquisando o mercado local, concluíram a viabilidade do negócio. Em julho de 2008 o casal transferiu definitivamente sua residência para a cidade onde o negócio funciona, agora com auxilio da sócia Maria, e mais dois colaboradores o que contribui para o desenvolvimento do negócio da organização. 12 Com a idéia de reinvestir todo valor adquirido dentro da própria empresa o sócio Joares no inicio do segundo semestre de 2008, retorna a ser empregado em outra empresa, na própria cidade de Panambi /RS, para o sustento familiar, deixando o gerenciamento para sua sócia Maria, enquanto ele auxilia após seu expediente, na organização e dificuldade encontradas pela equipe que trabalha na organização. O serviço principal é a recarga de extintores. É o que consideram a parte mais lucrativa do negócio, bem como venda de diversos equipamentos de segurança e prevenções de incêndio, dos quais se pode destacar os calçados de segurança nos diversos números, as luvas e também os extintores novos. A empresa mantém um pequeno estoque, já que a logística atual permite em pouco tempo o pronto atendimento de pedidos para seus clientes. O serviço de recarga de extintores é um processo bem monitorado e liberado somente mediante certificado do Inmetro o que qualifica o serviço através do selo de qualidade, no qual consta o prazo de validade, todo o serviço inicia com a retirada do extintor no cliente, emite-se uma ordem de serviço para definir o tipo de manutenção a ser realizada, existe a manutenção 1º, 2º e 3º nível, sendo que a ultima envolve o processo de decapagem do recipiente e posteriormente o teste hidrostático e pintura com a retirada da pressão e do pó, que pode ser descartado ou reutilizado conforme a procedência, ou melhor a empresa adquiriu uma maquina que pode tratar o pó para ser reutilizado por mais de 4 anos, uma vez tratado dentro das normas de exigência do Inmetro, trará maiores lucros no futuro, desde que mantenha os clientes durante esse período, após feito a seleção do pó é feito a desmontagem do extintor, para conferir e testar as peças reutilizáveis, fazer a limpeza e trocar os anéis da borracha, somente após este processo é confeccionada a nova recarga que ocorre dentro de uma cabine que controla a umidade do ar, pois a umidade é a grande rival do pó, e após a carga efetiva, é feito a pesagem em uma balança zerada que pode pesar as diferentes recargas, entre elas 2kg até 14kg conforme a necessidade, e finalmente depois de fechado o extintor é pressurizado (colocar pressão) que é feito em uma maquina que marca com precisão a pressão que deve atingir, o que fica registrado no manômetro, ainda existe o extintor que tem mangueira a qual é substituída por uma nova, finaliza-se com o teste de qualidade, feito dentro de uma tanque com água, por um determinado tempo para ver se tem 13 vazamento, o que então permite a selagem e assim estará pronto para revenda.Todo esse serviço só pode ser executado por funcionários com devido treinamento, o qual é inspecionado por um técnico que é o sócio Joares, ele, é devidamente credenciado pelo Inmetro. A sócia Maria tem a função de assessorar nas atividades da empresa, onde tem mais conhecimento, tanto na parte administrativa como na relacionada as vendas dos produtos e serviços. Figura 1: Organograma da Empresa Fonte: Dados conforme pesquisa Segundo organograma apresentado na figura 1, a empresa é composta por um sócio gerente, um sócio administrador e mais dois colaboradores. A empresa possui um setor compras, vendas, financeiro e serviços. Quem administra a empresa são seus sócios, sendo Maria mais a nível operacional e tático, tendo no estratégico o auxilio do sócio Joares. 1.3 Problematização do Tema A contabilidade de custos é uma parte do sistema de informações contábeis, nela se busca a base para o desempenho administrativo e operacional, onde são calculados e demonstrados os meios viáveis para reduzir custos e SÓCIO 1 GERENTE SÓCIO 2 ADMINIST SERVIÇOS FINANCEIRO VENDAS COMPRAS FUNCIONARIO INTERNO VENDEDOR EXTERNO 14 controlar as despesas, o que possibilita um planejamento, orçamento e controle mais coerente na tomada de decisões. No mercado competitivo, cada vez mais é exigida qualidade e tecnologia nos serviços, acompanhamento por preços mínimos nas vendas dos produtos, tornado necessário o aprimoramento contínuo de seus instrumentos de gestão. Nesta análise, o profissional Contador, precisa ser um assessor para indicar a forma efetiva de apurar custos, tornado estas informações instrumentos necessários para melhor gerenciar os custos dos serviços e produtos revendidos, estar a par dos preços da concorrência, para perceber se o preço de venda orientativo, pode ser alterado dentro do orçado e planejar estratégias para adaptar sua estrutura de custos e formar preços competitivos no mercado. A empresa em estudo Recarga de Extintores e Equipamentos de Proteção Panambi Ltda, não possui um sistema de custos, apura os custos dos produtos revendidos pela compra mais o frete, e sobre esse total aplica-se um percentual direto que resulta no preço de venda, e quanto aos serviços seu preço é composto pela matéria prima, o tempo hora que leva para concluir o serviço e sobre o resultado desta adição, aplica-se um percentual determinado pelo empresário. Neste contexto, observa-se que a forma de cálculo está deficiente, tanto na formação do custo dos serviços quanto no calculo do preço de venda de seus produtos e serviços, sabendo que existem outros fatores a serem considerados. A análise deste caso pretende auxiliar a empresa no sentido de apurar melhor seus custos de serviços e dos produtos, bem como, auxiliar na formação de preços de venda. Sendo a contabilidade de custos, uma ferramenta encontrada pela contabilidade para auxiliar no planejamento e análise desses processos, foi desenvolvido a apuração mediante adoção, dos métodos de custeio por absorção e custeio variável, evidenciando os meios de formar o preço de venda ideal, preço de venda mínimo e preços de seus serviços, apontando se o serviço ou o produto contribuem com a maior margem, além de ajudar analisar demais informações, como o ponto de equilíbrio, a margem de segurança, entre outros dados que podem contribuir os gestores, no gerenciamento mais seguro e próximo da realidade e que proporcione resultados positivos na organização. 15 Neste sentido, conforme o exposto questiona-se: Qual é a contribuição da gestão de custos e formação de preços para que os gestores tenham subsídios no gerenciamento das atividades da empresa Recarga de Extintores e Equipamentos de Proteção? 1.4 Objetivos Com objetivo da empresa aprimorar seu sistema de custos foi definido o objetivo geral e os objetivos específicos. 1.4.1 Objetivo Geral Propor um modelo de gestão de custos e preços na empresa Recarga de Extintores e Equipamentos de Proteção, que proporcione informações relevantes para atender a deficiência existente na formulação de seus cálculos. 1.4.2 Objetivos Específicos ⇒ Revisão bibliográfica referentecustos, gestão de custos, formação de preços e análise do custo, volume lucro; ⇒ Mapear os serviços prestados empresa; ⇒ Apurar o custo de compra de mercadorias; ⇒ Levantar as despesas operacionais e administrativas da empresa; ⇒ Calcular o preço de venda orientativo, o preço mínimo e preços para negociações especiais com a analise do custo, volume e lucro; ⇒ Identificar as informações que o sistema disponibiliza para qualificar o processo de negociações com clientes e avaliação de desempenho da atividade 16 1.5 Justificativa O motivo principal deste estudo foi demonstrar a importância de um sistema de Gestão de Custos e Formação de Preços de venda, para melhor condução do negócio, tendo informações com a devida qualidade para poder atingir um desempenho a um menor custo, ganhando lucratividade e competitividade no mercado. O estudo para a empresa, trouxe muitos benefícios, pela implantação da forma de apurar o custo unitário e total de cada tipo produto comercializado, bem como uma maior segurança no calculo do custo dos serviços prestados, uma vez que produtos e serviços apresentam custos diferenciados. Com essas informações a empresa tem a possibilidade de determinar o preço de venda do produto, preço dos serviços, apurar a margem de contribuição, ponto de equilíbrio, contribuindo satisfatoriamente na tomada das decisões estratégicas e operacionais da empresa. Para mim, enquanto formanda do curso, foi o momento de aplicar a teoria estudada na realidade de uma empresa, e aprofundar os conhecimentos construídos durante os vários anos em estudo e no exercício da profissão Contábil Para o Curso de Ciências Contábeis da Unijui, é um estudo desenvolvido na área de gestão de custos e formação de preços, aplicado em um tipo de negócio que até então foi pouco explorado pelos colegas, e poderá contribuir com os outros estudantes que tiverem interesse nesse tipo de atividade e nessa área de conhecimento. 1.6 Metodologia A metodologia do trabalho consiste em detalhar as formas e os processos utilizados na Contabilidade de custos. O estudo foi desenvolvido com o objetivo de propor um sistema de Gestão de custos e formação de preços na empresa em estudo. 17 1.6.1 Classificação da Pesquisa Nesta etapa, com o assessoramento, pesquisa e estudo, o trabalho de conclusão possibilita desenvolver um relatório seguro fundamentado pela metodologia de um sistema de apuração de Custos e Formação de Preços de Venda e Serviços Prestados para a empresa em estudo. Nesse contexto, conforme o artigo 8º do Regulamento do Trabalho de Conclusão de Curso da Unijui, citado por Kroetz (2009), o tema deste estudo deu origem a um relatório técnico científico, decorrentes de estudos e ou pesquisas ligadas envolvendo temas, questões, hipóteses ou outras situações ligadas ao campo do conhecimento contábil. 1.6.2 Método de Pesquisa Científica do Ponto de Vis ta de sua Natureza A pesquisa científica do ponto de vista de sua natureza pode ser básica ou aplicada, conforme Roesch (1999) na pesquisa básica procura-se entender e explicar os acontecimentos. As questões básicas de pesquisa surgem de tradições oriundas das disciplinas específicas e as contribuições para a ciência tomam a forma de teorias, que esclarecem o fenômeno sob investigação. Os pesquisadores testam e geram novas teorias, porém, a pesquisa básica não é apropriada para o estágio profissional, pois o objetivo maior é um trabalho dirigido para a prática. Na pesquisa aplicada, os pesquisadores operam com problemas humanos. Entender a natureza de um problema para controlar o ambiente. A origem das questões de pesquisa é enfocada em problemas e preocupações das pessoas com idéia voltada para gerar soluções possíveis para os problemas humanos, com o propósito de entender como lidar com um problema, discuti-lo e utilizar um referencial teórico de determinado estudo, para apresentar soluções alternativas. Quanto ao tema estudado, qualifica-se como pesquisa aplicada, sendo que, a sugestão em estudo, foi indicar a implantação de um sistema de custos de produtos e serviços, bem como adotar métodos eficazes na formação de preço de venda, 18 para a qual houve estudo de aplicação teórica - prática envolvendo a empresa estudada. 1.6.3 Método de Pesquisa do Ponto de Vista dos seus Objetivos Toda e qualquer classificação se faz mediante algum critério. Assim, é possível classificar com relação ao objetivo da pesquisa em três grupos: exploratórias, descritivas ou explicativas. Conforme Gil (2002), a pesquisa exploratória tem como objetivo ajustar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-los mais claro ou a estabelecer teorias. Afirma-se que, essas pesquisas apresentam como objetivo principal o aperfeiçoamento de idéias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é bastante flexível, de modo que permite realizar as considerações dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Envolve levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e análise de exemplos que estimulem a compreensão. O tema estudado se caracterizou como pesquisa exploratória, pois envolveu levantamento bibliográfico e entrevistas com pessoas que atuam na prática com o problema pesquisado. 1.6.4 Método de Pesquisa do Ponto de Vista dos Proc edimentos Técnicos Com relação aos procedimentos técnicos, a pesquisa pode ser classificada como bibliográfica documental e estudo de caso. Conforme Gil (2002, p.63) “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, apresentando principalmente livros e artigos científicos.” Boa parte dos estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas bibliográficas. 19 As pesquisas sobre os vários assuntos, assim como as que se indicam a avaliar os diversos estilos de um problema, ao mesmo tempo costumam ser ajustadas quase que somente mediante fontes bibliográficas. A pesquisa documental utiliza-se de materiais que não ganharam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa. Enquanto na pesquisa bibliográfica as fontes são formadas especialmente por material impresso encontradas nas bibliotecas, na documental, as fontes são mais variadas e espalhadas, localizadas em órgãos públicos e instituições privadas, são exemplos as associações científicas, sindicatos, partidos políticos etc. Entre os vários procedimentos técnicos no qual o trabalho se enquadrou, como sendo uma pesquisa bibliográfica, documental e estudo de caso. 1.6.5 Plano de Coleta de Dados O levantamento de dados referente custos de produtos, serviços e formação de preços, foi colhida através de interrogações na forma de entrevista despadronizada com os gerentes da empresa, para que se construíssem os objetivos propostos, a investigação apoiu-se em livros, apostila e internet, durante o período de julho/2009 a maio/2010. Para Gil (2002) as pesquisas deste tipo caracterizam-se pela interrogação direta das pessoas, acerca do problema estudado para mediante análise quantitativa, obter-se as conclusões correspondentes aos dados coletados. A entrevista foi necessária para o conhecimento da dificuldade e implantação do projeto, isso resultou em uma análise da situação atual com a solução proposta, que pôde ser apresentada em forma de relatórios, gráficos, tabelas que facilitem a compreensão, visualização para o desenvolvimento e aplicação da solução do problema. 20 1.6.6 Instrumentos de Coleta de Dados O instrumento de coleta de dados, segundo Roesch (1999) na pesquisa quantitativa os processos de coleta e análise, ambas estão relacionadas, pois o modo como os dados são coletados define o tipo de análise que é possívelrealizar. Os principais instrumentos de forma primária são: observação, entrevista, os testes e o questionário. No caso em estudo, conforme Roesch (1999,) primeiramente foi utilizado instrumento de observação, em intervalos regulares para verificar a situação, os processos e utilização do tempo em situação de trabalho, o que possibilitou estudar e revisar a alocação dos recursos empenhados. A entrevista foi o segundo instrumento utilizado no estudo e segundo Roesch (1999,) entrevistas são largamente utilizadas em pesquisa de mercado e pesquisa de opinião, o que entra em conformidade com o meio adotado neste estudo, o diálogo foi usado na entrevista, pode-se dizer que ele abre novos horizontes para o pesquisador, e, sobretudo foi realizado com objetivo de coletar toda realidade da funcionalidade da organização. Com o alvo de conhecer todo processo da organização, é aceitável pronunciar que o instrumento de coleta de dados está sujeito ao objetivo que se pretende alcançar. Também utilizou-se da análise documental, envolvendo notas fiscais, extratos, balancetes sendo a base na coleta dos dados e informações da organização. A entrevista foi despadronizada, pois pretendeu saber como e por que algo ocorre, através de perguntas simples respondidas dentro de um diálogo informal, não existindo um roteiro, apenas questionamentos constantes na medida em que se fez necessário esclarecimentos para o alcance do objetivo. 21 1.6.7 Plano de Análise e Interpretação dos Dados Conforme Roesch (1999, p.128), o tipo de dado coletado delimita as possibilidades de análise. Nesta seção sugere-se que o aluno imagine como fará a descrição e análise dos resultados de seu estágio. Poderá prever a utilização de gráficos, tabelas e estatísticas. Pensar a análise ajuda a criticar a própria coleta de dados. O plano de interpretação e análise dos dados possibilita trabalhar todo material colhido, e deve ser suficiente para dar suporte ao problema exposto. É nessa fase que foi demonstrado o resultado do trabalho de conclusão de pesquisa, levantando os dados, classificando os mesmos, foi apurado o custo dos produtos e serviços, formado o preço de venda ideal, preço de venda mínimo entre outras informações para a gestão da organização. Para essa demonstração foram utilizados gráfico, planilhas, etc. 22 2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA Neste momento demonstra-se a revisão bibliográfica, que foi alcançada através de pesquisa em obras de diversos autores, nas revistas, artigos e na internet, que conceituassem os diversos campos de atuação da Contabilidade, Contabilidade de Custos e demais temas relacionados ao assunto, para o embasamento e desenvolvimento do projeto. Conforme Kroetz (2009, p.39), neste item, o proponente deverá elaborar uma pesquisa bibliográfica contendo os vários enfoques teóricos que fundamentam a área do conhecimento que embasam a busca de soluções à problemática por ele definida no estudo. 2.1 Contabilidade A Contabilidade tem a função de prestar informações e sendo um conjunto de conhecimentos precisa coletar, registrar, analisar e resumir para relatar com precisão os diversos dados que interessam a gestão no entendimento econômico/financeiro do negócio. Segundo Basso (2000, p.19) entendemos que Contabilidade, como conjunto ordenado de conhecimentos, leis, princípios e métodos de evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativo(monetário)e qualitativo(físico)e que, como conjunto de normas, preceitos e regras gerais, se constitui na técnica de coletar,catalogar e registrar os fatos que nele ocorrem, bem como de acumular, resumir e revelar informações de suas variações e situações, especialmente de natureza econômico-financeira. Analisada como um conjunto de informações a Contabilidade busca por meio da coleta, do registro, da classificação, da análise, e resumo, revelar a as variações, em sua extensão econômica e financeira da organização. 23 2.1.1 Finalidades da Contabilidade Considerada como núcleo central do controle patrimonial, onde são registrados os fatos que nele acontecem, a Contabilidade tem a finalidade através de relatórios quantitativos e qualitativos prestar informações de ordem física, econômica e financeira para que os gestores possam planejar, prevenir e programar suas decisões atingindo as metas estipuladas dentro da organização. Conforme Basso (2000, p.21), a informação, dado relevante que evidencia algo importante no processo decisório das entidades, é preocupação constante de executivos, administradores e demais pessoas que tomam decisões no dia-a-dia das organizações. Hoje, mais do que antes, recai sobre a Contabilidade a tarefa de produzir informações, especialmente sobre aspectos do seu objeto de estudo, ou seja, sobre o patrimônio e suas variações. As informações geradas pela Contabilidade devem atender ao diversos interesses de pessoas, com as mais variadas necessidades, de acordo com a sua atividade dentro da organização, possibilitando uma análise no sentido de ajustar problemas e gerar soluções, obtendo mais segurança e resultado na tomada de decisões. 2.1.2 Aplicação da Contabilidade A Contabilidade se aplica quando pode proporcionar aos seus usuários base segura às decisões, e através das informações geradas, obter compreensão da condição em que a Empresa se encontra, analisar seu comportamento, seu progresso, riscos e oportunidades. A informação contábil se expressa por diferentes meios, como demonstrações contábeis, escrituração ou registros permanentes e sistemáticos, documentos, livros, planilhas, listagens, prognósticos, descrições, criticas ou quaisquer outros utilizados no exercício profissional ou previstos em legislação. Os usuários incluem, entre outros, os integrantes do mercado de capitais, investidores, presentes ou potenciais, fornecedores e demais credores, clientes, financiadores de qualquer natureza, autoridades governamentais de diversos níveis, meios de comunicação, entidades que agem em nome de outros, como associações e sindicatos, empregados, controladores, acionistas ou sócios, administradores da própria Entidade, além do público em geral, (CRCRS, 2006, p.74). 24 Entende-se que a Contabilidade pode ser aplicada nos mais diversos ramos de Empresas de qualquer porte, capaz de ser classificada em: Contabilidade Industrial, Pública, Bancária, Rural, Cooperativas, Seguradoras, Fundações, Construtoras, Hospitalar, Condomínios entre outras, cabe, porém ressaltar a Contabilidade Comercial onde o presente estudo está inserido em definição da Contabilidade de Custos. 2.2 Contabilidade de Custos A Contabilidade de custos deve atender principalmente a três funções dentro de uma organização, as quais são: determinar o lucro; controlar as operações; ajudar na tomada de decisões e para isso, apóia-se nos princípios da contabilidade geral de onde coleta todas as informações para estabelecer os custos unitários e totais dos produtos e serviços, bem como ajustar as operações objetivando alcançar uma atividade eficiente e lucrativa. Conforme CRCSP (2000) apud Vieira, Rossi e Pocai (2003, p.36) conceitua- se contabilidade de custos da seguinte forma: é o processo ordenado de usar princípios da contabilidade geral para registrar os custos de operação de um negócio, de tal maneira que, como os dados da produção e das vendas, se torne possível á administração utilizar as contas para estabelecer os custos de produção e de distribuição, tanto por unidade, quanto pelo total, para um, ou para todos os produtos fabricados, ou serviços prestados e os custos das outras diversas funções do negócio, com a finalidade de obter operação eficiente,econômica e lucrativa. Segundo Martins (2006) com o aumento de competitividade na maioria dos mercados, seja industrial, comerciais e serviços é relevante quando da tomada de decisões, o conhecimento dos custos para determinar se dado produto é rentável; ou não rentável, se é possível reduzi-lo, assim a contabilidade modernizada vem criando sistemas de informações de custos que podem ser armas para o controle e tomada de decisões gerenciais. Conforme Leone (2008, p.21), a Contabilidade de Custos é uma atividade que se assemelha a um centro processador de informações, que recebe (ou obtém) dados, acumula-os de forma organizada, analisa-os e interpreta-os, produzindo informações de custos para os diversos níveis gerenciais. 25 Segundo Leone (2008, p.22), a contabilidade de custos age como um arquivo de dados e informações para as necessidade de tomada de decisão de todos os tipos, estando a disposição para formulação das principais políticas da organização. A figura 2 demonstra como a Contabilidade de custos pode fornecer relatórios com informações para os diversos níveis administrativos. Figura 2: Coleta do Dado para Informação Fonte: Leone (2008, p.23) Conforme Bruni e Famá (2004, p.24), a contabilidade de custos pode ser definida como o processo ordenado de usar princípios da contabilidade geral para registrar os custos de operação de um negócio. Dessa forma, com informações coletadas das operações e das vendas, a administração pode empregar os dados contábeis e financeiros para estabelecer os custos de produção e distribuição, unitários ou totais, para um ou para todos os produtos fabricados ou serviços prestados, além dos custos das outras diversas funções do negócio, objetivando alcançar uma operação racional, eficiente e lucrativa. A contabilidade de custos é um ramo da Contabilidade que se destina a fornecer em diversos níveis, informações que possam fundamentar o planejamento, o desempenho, o controle das operações visando auxiliar nas decisões que possam reduzir custo, objetivando maiores resultados. Seleção de Dados Planejamento Treinamento Organizações Coleta de Dados Centro processador de informações Informações Acumulações Organização Análise Interpretação Relatórios Gerenciais Apoio da Administração Sistemas de custos Critérios Básicos Procedimentos Registros Em conjunto com os usuários 26 2.2.1 Objetivos da Contabilidade de Custos O objetivo da contabilidade de custos é servir de apoio aos gestores para administrar com informação por ela gerada, para proporcionar e determinar menores custos no desenvolvimento das atividades, e através de um planejamento e controle da comercialização de seus produtos e serviços, decidir as soluções necessárias na busca de maiores resultados. Segundo Kroetz e Vieira (2007, p.3) especificamente a Contabilidade de custos objetiva: � Avaliação de estoques; � Atendimento das exigências fiscais; � Determinação do resultado; � Planejamento; � Formação do preço de venda; � Controle gerencial; � Avaliação de desempenho; � Controle operacional; � Análise de alternativas; � Estabelecimento de parâmetros; � Obtenção de dados para orçamentos; � Tomada de decisão. A contabilidade de custos abrange todos os segmentos em que se divide a empresa ajudando os administradores em suas funções de planejamento, controle e tomada de decisões. Segundo Leone (2008, p.30) - A contabilidade de custos atua sobre a empresa, seus produtos, seus serviços, os componentes operacionais e administrativos que compõem sua estrutura funcional e sua estrutura objetiva (normalmente setores ligados ao segmento industrial e ao segmento comercial que, numa empresa típica constituem suas atividades substantivas), os seus de segmentos distribuição, as atividades especiais, sobre planos alternativos, programas e promoções. Com a atual concorrência no mercado globalizado, é fundamental para qualquer gestor obter o máximo de informações em um menor tempo possível, para tomar decisões controladas e precisas em relação a seus produtos e serviços. Conforme Martins (2006, p.21 e 22), a contabilidade de custos tem duas funções relevantes: no auxílio ao controle e na ajuda às tomadas de decisões. No que diz respeito ao controle, sua mais importante missão é fornecer dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão e, num estágio imediatamente seguinte, acompanhar o efetivamente acontecido para comparação com os valores anteriormente 27 definidos. No que tange à decisão, seu papel reveste-se de suma importância, pois consiste na alimentação de informações sobre valores relevantes que dizem respeito ás conseqüências de curto e longo prazo sobre medidas de introdução ou corte de produtos, administração de preços de venda, opção de compra ou produção etc. Ainda em relação a prestação de serviços o autor(p.23), nas empresas prestadoras de serviços que eventualmente faziam uso de Custos para avaliação dos “Estoques de Serviços em Andamento”, ou seja, para a avaliação dos custos incorridos em projetos ainda não acabados, seu campo alargou-se de maneira formidável. A contabilidade de custos é uma ferramenta que fornece informações a diversos níveis gerenciais, os quais devem compreender o processo, para sugerir melhorias em cada nível até o final, e com isso possibilitar redução de custos em segmentos operacionais e administrativos, visando maiores resultados para a entidade. Para uma boa gestão de custos, é importante conhecer alguns conceitos básicos da Contabilidade de Custos. Gasto : Compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). Investimentos : Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s). Despesas : Bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. Perdas : Bem ou serviço consumidos de forma anormal involuntária. Custos : Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços, conforme Martins(2006, p.24 a 26) 2.3 Custos com Mão-de-obra Quando se conhece o valor da mão-de-obra aplicada no produto por medição, ela é Direta, se existir rateio ou estimativa configura-se para efeito contábil Indireta. Conforme Bonfim e Passarelli (2006, p.57), a mão de obra é composta por todo trabalho aplicado diretamente na execução do produto, ou de suas partes e componentes, seja esse trabalho especializado ou não. Por exemplo, o trabalho do tecelão para fabricação do tecido, o trabalho das costureiras na confecção dos vestuários, etc. Ainda conforme o autor (p.109)...a mão-de-obra inclui além dos custos relativos ao chão da fábrica, que podem ser diretamente ou indiretamente relacionados com o produto, também as despesas ligadas às áreas de administração e comercial e às demais áreas da empresa. 28 2.3.1 Mão-de-obra Direta A mão-de-obra Direta é o tempo utilizado no processo de produção, e de forma direta, se haver ociosidade por qualquer motivo, o tempo que deixou de atribuir a determinado produto será considerado mão-de-obra indireta Segundo Martins (2006, p.134), devido ao fato de só poder ser considerada como Mão-de-obra direta a parte relativa ao tempo realmente utilizado no processo de produção, e de forma direta.Se alguém deixa, por qualquer razão, de trabalhar diretamente o produto, esse tempo ocioso ou usado em outras funções deixa de ser classificado como Mão-de-obra Direta.Se, por exemplo houver uma ociosidade por razões tais como falta de material, de energia, quebra de máquina etc., dentro de limites normais, esse tempo não utilizado será transformado em custo indireto para rateioà produção. Se por outro lado, tais fatos ocorrerem de forma anormal e o valor envolvido for muito grande, será esse tempo transferido diretamente para perda do período (como no caso de greve prolongada, grandes acidentes etc.). O suporte no processo de controle de horas é o documento de registro do tempo gasto para desempenhar a atividade. Segundo Bonfim e Passarelli (2006, p.70), O primeiro documento de suporte do processo contábil da mão de obra direta é o cartão ou documento de registro do tempo gasto. O cartão ou registro deverá indicar o setor responsável pela execução do serviço. No Brasil, o custo horário da mão-de-obra direta é integrado pelo valor contratual e encargos sociais. Conforme Martins (2006, p.135 a137), Na situação de nosso país, ao se optar então pela inclusão dos encargos sociais no próprio montante da Mão- de-obra Direta, precisa-se calcular para cada empresa (ou para cada departamento, se houver variações significativas entre eles) qual o valor a ser atribuído por hora de trabalho. Sabe-seque decorre da legislação e do contrato de trabalho os repousos semanais remunerados, as férias, o 13º salário, a contribuição ao INSS, a remuneração dos feriados, as faltas abonadas, por gala, nojo etc., além de vários outros direitos garantidos por acordos ou convenções coletivas de trabalho das diversas categorias profissionais. A quanto monta esse total?. A maneira mais fácil de calcular esse valor é verificar o gasto que cabe à empresa por ano letivo e dividi-lo pelo número de horas em que o empregado efetivamente se encontra à sua disposição. Para fins de exemplo está demonstrado e calculado uma jornada máxima de trabalho permitida pela Constituição que é de 44horas semanais, sem horas extras, 29 no caso a semana é de seis dias sem compensação do sábado, ficando a jornada máxima diária de: 44 / 6 = 7, 3333 horas que equivalem a 7 horas e 20 minutos. Pode-se estimar o número máximo de horas que um trabalhador pode oferecer a empresa: Quadro 1: Número Maximo de horas á disposição por ano Numero total de dias por ano 365 dias (-) Repousos Semanais Remunerados (*) 48 dias (-) Férias 30 dias (-) Feriados 12 dias (=) N Maximo de dias a disposição empregador 275 dias X jornada máxima diária(em horas) 7,3333horas (=) Número Maximo de horas a disposição por ano 2.016,7horas (*)deduzidas quatro semanas já computadas nas férias. Fonte: Martins (2006, p.135) Para calcular custo da mão-de-obra direta, é preciso calcular o valor a ser atribuído por hora de trabalho, baseado na legislação e no contrato de trabalho. Conforme Vieira (2008, p.18 e 19), mão-de-obra direta é aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, desde que seja possível a mensuração de quem executou o trabalho, sem necessidade de qualquer apropriação indireta ou rateio. Para calcular o custo da mão-de-obra direta é preciso calcular o valor a ser atribuído por hora de trabalho, baseado na legislação e no contrato de trabalho. São direitos do trabalhador: repouso semanal remunerado, férias, 13º salário, contribuição para o INSS, remuneração dos feriados, faltas abonadas, FGTS, e outros garantidos por acordos ou convenções coletivas de trabalho das diversas categorias profissionais. No quadro 2 a demonstração dos dados que contemplam o custo de mão-de- obra por parte da contratante e, no quadro 3 o número de horas que um contratado oferece para a empresa. 30 Quadro 2: Base para Cálculo do Custo com Pessoal DESCRIÇÃO VALORES Salário Base (+) Adicionais (+) Insalubridade ou Periculosidade SUB TOTAL (+) Provisão 13º salário (+) provisão de Férias (+) Provisão 1/3 s/ Férias SUB TOTAL (+) FGTS (+) INSS (+) Outros (+) Previsões TOTAL DE CUSTO C/ MOD Fonte: Vieira (2008, p.19) Quadro 3: Número de horas que o trabalhador oferece à empresa Nº total de dias no ano ou mês (-) Repousos semanais remunerados (-) Férias (-) Feriados (=) Nº máximo de dias à disposição do empregador (x) jornada máxima diária (em horas) (=) Nº máximo de horas à disposição por ano ou mês Fonte: Martins apud Vieira (2008, p.19) É importante a empresa munir-se de sistemas de controle de ponto e registro automático de início e término de ordens, que possibilita saber quanto tempo cada empregado trabalhou por dia diretamente e em quais produtos, e comparando as horas produtivas e não produtivas com o controle de entradas e saídas do funcionário na empresa. 31 Conforme Martins (2006, p.142), a Mão-de-obra Direta é normalmente um custo variável, pois só se caracteriza como Direta a que foi efetivamente utilizada na produção. Os tempos não trabalhados deixam normalmente de fazer parte da Mão-de-obra Direta, tornando-se Custos Indiretos para rateio aos produtos. Fazem parte da taxa de Mão-de-obra Direta, todos os encargos sociais, férias, 13º salário, descanso remunerado, feriados etc; a taxa deve ser global, mesmo que alguns pequenos erros existam na previsão desses itens. Mas é obrigatório que o mesmo tratamento seja dado pela Contabilidade financeira para se evitar distorções. 2.3.2 Mão-de-obra Indireta Envolve gastos não ligados diretamente no processo de elaboração do produto ou serviço. Segundo Vieira (2008, p.21), se for necessário rateio sob qualquer critério para distribuir o custo da mão-de-obra, devemos classificá-la como indireta. Considera-se mão-de-obra indireta todo o trabalho que não pode ser perfeitamente identificado como pertencente a determinado produto. Segundo Leone (2008, p.58 e 59), “o custo indireto como aquele item que precisa de um critério de rateio para sua identificação ao produto ou objeto cujo custeio é desejado”. De acordo Martins (2008, p.49), com respeito à mão-de-obra, entendemos então o que seja Direta ou Indireta; aquela diz respeito ao gasto com pessoal que trabalha e atua diretamente sobre o produto que esta sendo elaborado; a outra Indireta, é relativa ao pessoal de chefia, supervisão ou ainda atividades, que apesar de vinculadas à produção, nada tem de aplicação direta sobre o produto:manutenção, prevenção de acidentes, Contabilidade de Custos, programação e controle de produção etc. A diferenciação dos custos em diretos e indiretos é necessária para calcular de forma real o custo de qualquer produto ou serviço, podendo verificar a rentabilidade individual e eficiência dos vários setores que envolvem o seu processo dentro da empresa. 32 2.4 Classificação dos Custos Além de seu agrupamento em Diretos e Indiretos, os custos basicamente dividem-se em Fixos e Variáveis, que visam identificar a relação entre o valor total de um custo e o volume de atividade numa unidade de tempo. Conforme Martins (2008, p.49), além de seu agrupamento em diretos e indiretos, os custos podem ser classificados de outras formas diferentes. É a que leva em consideração a relação entre o valor total de um custo e o volume de atividade numa unidade de tempo. Divide basicamente os custos em Fixos e Variáveis. Na Contabilidade de Custos existem vários tipos de custos, tantos quantas forem as necessidades gerenciais, o contador de custos estabelece e prepara tipos que vão atender ás diferentes finalidade da administração. De acordo com Bruni e Famá (2004, p.31), os sistemas, formas e metodologias aplicados no controle e gestão de custos podem ser classificados em função da forma de associação dos custos aos produtos elaborados, de acordo com a variação dos custos em relação ao volume de produtos fabricados, em relação aos controles exercidos sobre os custos, em relação a alguma relação específica e em função da análise do comportamento passado. A forma de associação dos custos com os produtos fabricados, os primeiros podem ser classificados de diferentesformas quanto à aplicabilidade. 2.4.1 Custos Diretos ou Primários Os custos diretos são aqueles diretamente incluídos no cálculo do produto ou serviço e que podem ser facilmente identificados, como os materiais diretos e a mão- de-obra direta. De acordo com Bruni e Famá (2004 p.31), são aqueles diretamente incluídos no cálculo dos produtos. Consistem nos materiais diretos usados na fabricação do produto e mão-de-obra direta. Apresentam a propriedade de serem perfeitamente mensuráveis de maneira Objetiva. Exemplos: pó químico, salários dos operários etc. Com a devida identificação do custo, fica alocado cada gasto correspondente ao produto analisado. 33 Custos diretos são gastos facilmente apropriáveis às unidades produzidas, ou seja, são aquelas que podem ser identificados como pertencentes a este ou àquele produto. Por sua natureza, características próprias e objetividade de identificação no produto são imputados por medições objetivas ou por controles individuais como ficha técnica do produto, sem a necessidade de rateios. Correspondem aos gastos específicos do produto ou serviço, esses gastos não ocorrem, (WERNKE, 2001, p.13). É provável constatar os custos diretos que podem ser apropriados aos produtos, porém deve haver uma medida de consumo, como quilogramas de materiais consumidos, embalagem utilizada, horas de mão-de-obra trabalhadas, com isso será encontrado o custo exato do produto final. 2.4.2 Custos Indiretos Custo indireto, são gastos que não podem ser atribuídos de forma direta, somente através de critérios de rateio, são gastos que a empresa tem para exercer atividades no geral e não relacionadas diretamente ao produto ou serviço. Segundo Wernke (2001, p.14), custos indiretos são gastos que não podem ser alocados de forma direta ou objetiva aos produtos ou a outro segmento ou atividade operacional, e caso sejam atribuídos aos produtos, serviços ou departamentos, serão mediante critérios de rateio. No caso industrial, são os custos que ocorrem dentro do processo de produção, mas para serem apropriados aos produtos requerem o uso de rateio (são artifícios usados para distribuir os custos que não se consegue determinar com objetividade segurança a quais produtos se referem). São os gastos que a empresa tem para exercer suas atividades, mas que não tem relação direta com um produto ou serviço específico, pois relacionam-se com vários produtos ao mesmo tempo.Exemplo o aluguel da fábrica, em que são produzidos diversos produtos em conjunto.Para atribuir uma parcela do custo com aluguel fabril aos produtos é necessário ratear por um critério específico. Quando for necessário usar qualquer fator de rateio para apropriar e não obter medição direta, fica o custo incluído como indireto. Conforme Bruni e Fama (2004, p.31), custos indiretos necessitam de aproximação, isto é, algum critério de rateio, para serem atribuídos aos produtos. Exemplos: seguros, alugueis da fábrica, supervisão de diversas linhas de produção; 34 Os custos indiretos dificilmente podem ser identificados diretamente com o produto, com o setor etc., uma vez que exista diversificação de produtos ou serviços no mesmo estabelecimento. Segundo Bomfim e Passarelli (2006, p.195), é essencial ter um padrão de medida que permita algum grau de controle da eficiência das operações. O sistema de custo que melhor se adapta a essa finalidade é o sistema de ordem de produção. Esse sistema não só atenderá à elaboração dos orçamentos individuais referentes a cada serviço, como também atuará como sistema de custo de controle, fornecendo as informações detalhadas das mercadorias vendidas e das despesas operacionais por trabalho executado. Dentre as classificações, os custos podem ser Diretos (ligados diretamente ao produto ou serviço) e Indiretos (atribuídos em forma de rateio). Segundo Vieira (2008, p.12) a classificação dos custos em Diretos e Indiretos Figura 3: Classificação dos Custos em Diretos e Indiretos Fonte: Vieira (2008, p.12) 2.4.3 Custos Fixos Os Custos fixos são aqueles que em determinado período de tempo e em certa capacidade instalada, não variam continuam os mesmos, independente do volume de atividade da empresa. De acordo com Bruni e Famá (2004, p.32), são custos que, em determinado período de tempo e em certa capacidade instalada, não DIRETOS Matéria-Prima MOD Embalagem CUSTOS INDIRETOS Administração Honorários Energia Elétrica Água Depreciação Seguros Outros 35 variam, qualquer que seja o volume de atividade da empresa. Existem mesmo que não haja produção. Podem ser agrupados em;Custo fixo de capacidade- custo relativo às instalações da empresa, refletindo a capacidade instalada da empresa, como depreciação, amortização etc,; custo fixo operacional –relativo à operação das instalações da empresa, como seguro, imposto predial etc.Exemplos clássicos de custos fixos podem ser apresentados por meio dos gastos com alugueis e depreciações- independentemente dos volumes produzidos, os valores registrados com ambos os gastos serão os mesmos.É importante destacar que a natureza de custos fixos ou variáveis está associada aos volumes produzidos e não ao tempo.Assim, se uma conta de telefone apresenta valores diferentes todos os meses, porém não correlacionados com a produção, esses gastos devem ser classificados como fixos – independentemente de suas variações mensais.Os custos fixos possuem uma característica interessante: são variáveis quando calculados unitariamente em função das economias em escala. Os custos fixos incluem as despesas operacionais do negócio, se esse for de serviços, devem estar refletidas no orçamento inicial fornecido ao cliente. Conforme Bomfim e Passarelli (2006, p.193-194), a fim de que os resultados de cada serviço contratado, quando encerrado, possam ser apropriadamente determinado, é imperativo que um sistema de contas de controle seja mantido: vendas, mão-de-obra, compras e outras despesas.A conta de compras deve ser separada por atividade, de forma a permitir uma melhor aplicação dos custos.....A questão concernente ao tratamento contábil dos serviços em execução não é tão complexa neste tipo de atividade como o é nas atividades industriais.Isto porque, em sua maioria, os serviços são executados rapidamente.A prática aceitável é não antecipar lucros de serviços ainda em execução,a não ser no caso de serviços de grande escala, cujos resultados(receitas e custos), considerados significativos, tenham já ocorrido em sua maior parte.Neste caso usa-se uma proporção para fins de apuração do resultado até aquele determinado período. O custo fixo mantem-se constante, mesmo existindo oscilação na atividade desempenhada pela empresa. Em relação aos custos fixos Wernke (2001, p.14), relata que são aqueles gastos que tendem a se manter constantes nas alterações de atividades operacionais, independentemente do volume de produção. São os custos que têm seu montante fixado não em função de oscilação na atividade, ou seja, sem vínculo com o aumento ou a diminuição da produção. Esses custos permanecem no mesmo valor independentemente da quantidade produzida. Relacionam-se com a capacidade instalada que a empresa possui e seu valor independe do volume de produção, existindo independentemente de a empresa estar produzindo ou parada. 36 Pode-se dizer que os custos fixos não têm vínculo com o aumento ou diminuição da produção, comercialização e prestação de serviços, permanecendo no mesmo valor independentemente movimentação das atividades do negócio. 2.4.3.1 Custos com Depreciação A depreciação é a diminuição do valor dos bens do ativo resultante do desgaste do uso podendo ser considera como custo ou despesa. Segundo Basso (2000, p.180), “quando corresponder á perda do valor dos direitosque tem por objeto bens físicos, sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência” A diminuição da importância do valor de um bem imobilizado pode ser registrada como custo ou despesa. De acordo com Contadez (2009), Regulamento do Imposto de Renda artigo. 305, a depreciação poderá ser computada, como custo ou encargo, em cada período de apuração, a importância correspondente a diminuição do valor dos bens do ativo resultante do desgaste pelo uso, ação da natureza e obsolescência normal. “A Depreciação é o valor depreciável, amortizável e exaurível é o custo de um ativo, menos o seu valor residual”, (CRCRS, 2006, p.299). Conforme Basso (2000, p.180), “existem vários métodos de depreciação consagrados pela prática, cujo uso depende da oportunidade e da finalidade dos cálculos da depreciação – se são para fins contábeis ou para fins gerenciais”. Segundo Basso (2000, p.181 a 183), antes de escolher o método de depreciação mais conveniente, é preciso encontrar o valor do elemento a ser depreciado. A fixação desse valor leva em conta o valor residual do bem, que é o seu valor revenda quando já tiver sido sucateado. O valor residual deve ser calculado como um percentual do valor atual corrigido. Trata-se então de definir esse percentual de valor residual, para diminuído do valor corrigido do bem, e encontrar o seu valor a deprecia, assim: A- Método das quotas constantes ou linha reta – considera que o bem tem um desgaste constante mês a mês, ano a ano – dentro da vida útil estimada, o qual é representado pela fórmula: 37 Depreciação anual = Custo corrigido (-) Valor Residual Número de anos da vida útil B- Método das unidades produzidas - pressupõe a existência de informações adicionais, como a capacidade de produção da máquina ou equipamento ao longo de sua vida útil estimada é: Taxa de Depreciação Anual = Número de unidades estimadas de produção Número de unidades produzidas no ano C- Método de horas trabalhadas – baseia-se nas horas estimadas de vida útil do bem, geralmente fornecidas pelo fabricante da máquina ou equipamento, e é expresso pela fórmula: Taxa de depreciação Anual = Número de horas estimadas de trabalho Número de horas de trabalho no ano O saldo da conta Depreciações é transferido, juntamente com as demais despesas do período, para a apuração do resultado, enquanto que a conta Depreciação Acumulada permanece com o saldo da contabilização da depreciação e vai acumulando as depreciações dos diversos períodos em que o bem estiver no patrimônio da entidade, até que complete cem por cento de depreciação. A taxa de depreciação corresponde o percentual de depreciação a ser lançado na escrituração entidade como custo ou despesa operacional, será definido com base no tempo de vida útil dos bens, nas taxas de depreciação vigentes, e observando a dedução do valor residual. Quadro 4: Taxa depreciação Bem Taxa anual Prazo de vida útil depreciação Imóveis 4% 25 anos Instalações 10% 10 anos Máquinas e Equipamentos 10% 10 anos Móveis e Utensílios 10% 10 anos Veículos 20% 5 anos Computadores e Periféricos 20% 5 anos Fonte: Contadez, (2009) O valor residual é o valor pelo qual se conseguiria vender o bem após o seu prazo de vida útil dentro da empresa (depois de totalmente depreciado). 38 Valor residual de um ativo é o valor estimado que a entidade obteria com a venda do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já tivesse a idade e a condição esperadas para o fim de sua vida útil, (RESOLUÇÃO CFC Nº1.177/09-NBC T 19.1). 2.4.4 Custos Variáveis Neste método são alocados os produtos que variam de acordo com o volume de produção. É utilizado para fins gerenciais, fornecendo ferramentas que auxiliam no processo de gerenciamento da empresa. Segundo Bruni e Famá (2004, p.32), “os custos variáveis, seu valor total altera-se diretamente em função das atividades da empresa. Quanto maior a produção, maiores serão os custos variáveis”. Em relação aos custos variáveis Wernke (2001, p.14), relata que são os que diretamente relacionados com o volume de produção ou venda. Quanto maior for o volume de produção, maiores serão os custos variáveis totais. São os valores consumidos ou aplicados que têm seu crescimento vinculado à quantidade produzida pela empresa. Têm seu valor determinado em função de oscilações na atividade da empresa, variando de valor na proporção direta do nível de atividades. Na atividade de serviços normalmente os custos variáveis incluem os custos primários de material e mão-de-obra. Conforme Bomfim e Passarelli (2006, p.194), custos variáveis, o custo das mercadorias vendidas do Demonstrativo de Resultado deve refletir os custos primários (materiais e mão-de-obra) somente dos serviços completados, consistentes com a as receitas relatadas no mesmo período. O estoque de materiais disponíveis ao final do período (no armazém, na loja ou nos locais de prestação de serviço), deduzido do total das compras e acrescido ao estoque inicial do período, é usado para determinar o custo das mercadorias ou materiais consumidos nos serviços executados durante esse mesmo período. Para determinar o custo de mão-de-obra nos trabalhos completados, usa-se o saldo da conta de salários diferidos no começo e no fim do período. Soma-se o custo de toda mão-de-obra paga durante o período e, dessa soma, se deduz o total da conta de salários diferido no início e o total pendente diferido no final do período. A mão-de- obra pendente é o total de mão-de-obra paga ou reservada no final do período, referente aos trabalhos em processo de execução e não faturados até o final do período. Outros custos variáveis (como transporte, encargos sociais, etc) são tomados por estimativa na elaboração do orçamento preparado para o cliente, de forma que, quanto maior o trabalho, maior parcela de alocação dessas despesas variáveis receberá, além da alocação dos outros custos fixos operacionais. 39 Os custos, além de serem diretos e indiretos, classificam os diretos em variáveis e os indiretos em fixos e variáveis. Conforme Vieira (2008, p.14) segue a classificação dos custos. Exemplo: Exemplo: Exemplo: Mão-de-obra Direta Aluguel de fábrica Energia elétrica da fábrica Matéria-prima Depreciação do Materiais limpeza fábrica Embalagem prédio da fábrica Figura 4: Classificação dos Custos Fonte: Vieira (2008, p.14) Neste sentido, a figura demonstra que os gastos classificados em custos podem ser diretos ou indiretos, quando classificados para fins contábeis. Estes custos, ainda podem ser classificados em fixos e variáveis, para fins de gestão, sendo que os custos diretos normalmente são variáveis e os indiretos podem ser tanto fixos quanto variáveis. Portanto, pode-se dizer que os custos diretos são classificados como custos variáveis. De forma que se o custo se identifica com o produto ou serviço que o consumiu, e tem condições de ser medido, de saber o quanto se gastou ele será direto. Os custos indiretos, são os que não se tem o conhecimento de quanto se gasta para comercializar um produto ou executar um serviço. Todos os custos indiretos se classificam em fixos e variáveis, os custos fixos são aqueles que sabemos o valor total no mês, eles não apresentam variações, os custos variáveis CUSTOS DIRETOS Variáveis INDIRETOS Fixos Variáveis 40 serão determinados conforme o consumo. Tanto os custos indiretos fixos, quanto os custos indiretos variáveis, precisam de critérios de rateiopara serem alocados aos produtos e serviços. 2.4.5 Custo-padrão O custo-padrão permite comparações entre previsto e realizado, e análise das variações dentro de uma organização. Conforme Leone (2008, p.66) são custos predeterminados. Entretanto, diferentes dos custos estimados e apesar de servirem para o controle, planejamento e tomada de decisões, são calculados com base nos parâmetros operacionais. Os custos-Padrão são aplicados, sobretudo em operações repetitivas, quando os parâmetros ou indicadores físicos estão perfeitamente definidos e quando os custos mantêm uma relação íntima com a variabilidade daqueles dados quantitativos. Em empresas de prestação de serviços, cujas atividades sejam realizadas respectivamente, a aplicação dos Custos-Padrão não é difícil, uma vez que os indicadores ou as relações de produtividade, desempenho e rendimento já estão definidos. No entanto, nem todos os tipos de custos serão padronizados. Dependerá sempre da relação estreita e bem-definida entre o comportamento do custo e algum parâmetro operacional padronizado. Por isso os custos de material direto e mão-de-obra direta (nesses casos também os custos variáveis) ou outro tipo qualquer, que seja definido como direto, serão aqueles tratados como Custos-Padrão. Com uma análise mais profunda e minuciosa, os gestores encontram nas informações do custo padrão formas mais seguras para determinar seus preços de produtos e serviços. Segundo Bomfim e Passarelli (2006, p.211), a diferença básica entre o custo-padrão é a profundidade de análise e a qualidade técnica dos esforços postos em prática para o desenvolvimento das respectivas informações. Os custos-padrão são baseados em especificações de engenharia, estudos de tempo e métodos, análise da capacidade de produção e do comportamento dos fatores determinantes dos preços de bens e serviços. Já os custos estimados são derivados de projeções baseadas na experiência histórica dos custos reais e geralmente envolvem médias de desempenhos passados. Envolvendo mais análise operacional e estudo mais aprofundado dos fatores que afetam as operações da empresa, os custos-padrão oferecem medidas mais seguras para a valorização dos produtos e para controle da organização 41 O custo-padrão determina o que cada produto ou serviço deveria custar em condições normais de atividade, comparando com o que efetivamente ocorreu no processo de seu desenvolvimento. De acordo com Bruni e Famá (2004, p.171), custo padrão - estabelecido com mais critério, representa o que determinado produto deveria custar, em condições normais de eficiência do uso do material direto, da mão-de-obra, dos equipamentos, de abastecimento do mercado fornecedor e da demanda do mercado consumidor. O principal objetivo da utilização do sistema de custeio-padrão consiste no controle dos custos, realizado com base em metas prefixadas para condições normais de trabalho. No custo-padrão, é possível apurar os desvios do realizado em relação ao previsto, identificar as causas dos desvios, adotar providências corretivas e preventivas de erros, que permitem a melhoria do desempenho. “A mais eficaz forma de se planejar e controlar custos é a partir da institucionalização do Custo-Padrão, que tanto pode ser usado com o Custeio por Absorção como com o Variável,” (MARTINS, 2008, p.315). Segundo Martins (2008, p.315), define Custo-padrão como sendo um Custo-padrão corrente. Este diz respeito ao valor que a empresa fixa como meta para o próximo período para um determinado produto ou serviço, mas com a diferença de levar em conta as deficiências sabidamente existentes em termos de qualidade de materiais, mão-de-obra, equipamentos, fornecimento de energia etc. É um valor que a empresa considera difícil de ser alcançado, mas não impossível. É possível dizer que o Custo-padrão é uma técnica - auxiliar, pois tem como objetivo fixar uma base de comparação entre o que ocorreu de custo e o que deveria ter ocorrido. 2.5 Método de Custeio Método diz respeito a forma pela qual se chega a um determinado resultado, sendo que custeio é o método usado para apropriação dos custos . Os métodos de custeio existentes são: Custeio por absorção (utilizado para integração custos com a contabilidade), custeio variável ou direto (utilizado para a gestão), custeio padrão, ABC, RKW. 42 2.5.1 Custeio por Absorção O método de custeio por absorção respeita os Princípios Fundamentais de Contabilidade, é aceito pela legislação comercial e pela legislação fiscal, sendo o mais usado no Brasil. Conforme Bomfim e Passarelli (2006, p.422), Há diversos sistemas de custeio e critérios de avaliação da produção e dos estoques, sendo que, dentro dos princípios fundamentais de contabilidade, consagrado pela Lei n 6.404/1976, pelo Decreto n 3000 e parecer Normativo n6/1979m o método de custo real por absorção é o indicado. Isto significa que devem ser adicionados ao custo de produção todos os custos relativos á produção, quer sejam diretos ou indiretos. Todo custo que envolver diretamente ou indiretamente a sua fabricação deve ser alocado a ele, independente de ser considerado fixo ou variável. Segundo Leone (2008, p.242), custeio por absorção é aquele que se faz debitar ao custo dos produtos todos os custos da área de fabricação, sejam esses custos definidos como custos diretos ou indiretos, fixos ou variáveis, de estrutura ou operacionais. O próprio nome do critério é revelador dessa particularidade, ou seja, o procedimento é fazer com que cada produto ou serviços absorva parcela dos custos diretos e indiretos, relacionados à fabricação. No custeio por absorção é possível atribuir parte dos custos indiretos ao produto em fabricação através de critérios de rateio. De acordo com Wernke (2001, p.20), o custeio por absorção é empregado quando se deseja atribuir um valor de custos ao produto, atribuindo-lhe também uma parte de custos indiretos. Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos produtos, de forma direta e indireta mediante critérios de rateios. O método de custeio por absorção segue os Princípios da Contabilidade aceitos no Brasil. Segundo Martins (2008, p.37), define custeio por absorção como sendo um método derivado da aplicação dos Princípios de Contabilidade geralmente aceitos. Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos aos produtos ou serviços feitos. 43 Conforme Leone (2000), Martins (2001) e Bruni e Famá (2004), apud Vieira (2009, p.9) método de custeio por absorção possui as seguintes características, vantagens e desvantagens: Principais Características: a) Engloba os custos totais: fixos, variáveis, diretos e indiretos; b) Em primeiro lugar alocamos os custos indiretos nos centros de custos (auxiliares e produtivos); c) Em segundo lugar alocamos os centros de custos para os produtos; d) Os custos indiretos fixos (CIF) acabam transferindo-se, contabilmente, para a conta de estoques de produtos acabados; e) É útil nas empresas que têm processo de produção pouco flexível e poucos produtos; f) Os resultados apresentados sofrem influência direta do volume de produção. Segundo Vieira (2009, p.9), o método de custeamento por absorção é falho em muitas circunstâncias como instrumento gerencial de tomada de decisão, porque tem como premissa básica os “rateios” dos chamados custos fixos, que, apesar de aparentarem lógicos, poderão levar a alocações arbitrárias e até enganosas. Principais vantagens a) Atende à legislação fiscal e deve ser usado quando a empresa busca o uso do sistema de custos integrado à Contabilidade; b) Considera o total dos custos por produto; c) Forma custos para estoques; d) Permite a apuração dos custos por centros de custos,
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