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RESUMO DIREITO PENAL - APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO ESPAÇO

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DIREITO PENAL
APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO ESPAÇO
1. LUGAR DO CRIME
1.1 Onde o crime aconteceu? No Brasil (territorialidade) ou fora do Brasil (extraterritorialidade)?
1.2 Teoria da ubiquidade: Conforme art. 6º do CP, considera-se que o crime foi praticado dentro do Brasil. A referida teoria resolve os crimes à distância:
1.2.1 Quando a ação ou omissão no todo ou em parte aconteceu no Brasil
1.2.2 Quando o resultado ocorreu no Brasil
1.2.3 Quando o resultado deveria ter ocorrido no Brasil
1.3 Exemplo: um argentino envia uma carta-bomba para o Brasil, um brasileiro envia uma carta-bomba pra Argentina, um argentino envia uma carta-bomba para o Brasil mas ela é extraviada e explode no Uruguai. Em todos os casos são crimes cometidos no Brasil.
2. TERRITORIALIDADE
2.1 É a regra em matéria de aplicação da lei penal no espaço, significa dizer que em princípio só se aplica a lei brasileira a crimes cometidos dentro do Brasil.
2.2 “Dentro do Brasil” (lei do mar: 8617/93):
2.2.1 Território natural: Solo + Mar territorial + Subsolo + Espaço aéreo
2.2.1.1 O espaço aéreo brasileiro compreende tudo quanto acima do nosso solo e mar territorial, ate o limite da atmosfera, devendo ser obedecidas as normas relativas a voo particulares e comerciais sobre pena de aplicação da lei do abate nos termos da lei número 9614/98, art 303, paragrafo 2º do Código Brasileiro de Aeronáutica
2.2.1.2 O mar territorial corresponde à região marítima compreendida da linha de borda ate o limite de 12 milhas náuticas, região em que o estado brasileiro exerce soberania absoluta.
2.2.1.2.1 A zona contígua (12-24 milhas) e a zona econômica exclusiva (12-200 milhas) não são regiões de jurisdição absoluta discutindo-se portanto se é possível aqui falar de jurisdição penal no espaço.
2.2.1.2.2 Direito de passagem inocente: é reconhecido aos navios de todas as nacionalidades no mar territorial brasileiro. A passagem deve ser contínua, rápida, não pode atentar contra a paz e a ordem brasileira e ela compreende excepcionalmente o parar por motivos técnicos/força maior/dificuldade grave. O direito de passagem inocente, em tese, a jurisdição brasileira não ira se envolver em crimes que ocorrem em embarcações, depende do que o Estado ira entender como atentado a paz e a ordem.
2.2.2 Território por extensão / equiparação: Para efeitos penais consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras públicas ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontre, é crime praticado por extensão. Bem como embarcações e aeronaves privadas em alto-mar ou espaço aéreo correspondente, não alcança quando esses veículos adentram outros mares territoriais, apenas se estiver em alto-mar, é crime praticado dentro do Brasil por equiparação. Também vai ser considerado território brasileiro as embarcações/aeronaves privadas estrangeiras em território natural brasileiro.
2.2.2.1 Principio da bandeira: princípio aplicável às hipóteses de território por extensão utilizado para fundamentar o exercício da jurisdição brasileira nos casos em que a bandeira da embarcação/aeronave seja do Brasil. Também chamado de princípio da representação ou do pavilhão.
2.2.3 Territorialidade mitigada: Nos termos do art 5º caput, a territorialidade brasileira não é absoluta, pois existem crimes praticados dentro do Brasil para os quais a própria lei brasileira excepciona a sua incidência. Exemplo: passagem inocente, diplomatas e etc.
3 EXTRATERRITORIALIDADE: EVENTUAL INTERESSE DE PROCESSAR E JULGAR CRIMES FORA DO BRASIL. (ART 7º DO CP).
3.1 Incondicionada
3.1.1 Contra vida/liberdade do presidente
3.1.2 Patrimônio/ Fé pública (falsificação no estrangeiro de moedas, passaportes, RG) da administração direta (união, estados, municípios, DF) ou indireta brasileira.
3.1.3 Contra a administração pública por quem esta a seu serviço.
3.1.4 Genocídio quando o agente ou brasileiro ou domiciliado aqui (princípio da justiça universal ou cosmopolita).
3.1.5 Verificadas quaisquer das hipóteses de extraterritorialidade incondicionada aplica-se em tese a lei brasileiro ainda que o agente já tenha sido absolvido ou condenado no estrangeiro – relativização do princípio do ne bis idem pois são situações relacionadas a violação da nossa soberania, fundamentando-se no princípio da defesa. – (art 7º, paragrafo I). Na hipótese de já ter cumprido pena no estrangeiro está será abatida de eventual condenação brasileira. (art 8º)
3.2 Condicionada
3.2.1 Crimes que por tratado ou convecção o Brasil se obrigou a reprimir. (princípio da justiça universal/cosmopolita: alguns delitos demandam a soma de esforços de mais de um Estado soberano para que eles possam efetivamente serem reprimidos. Ex: tráfico internacional de pessoas e entorpecentes; o sujeito ativo e nem o passivo precisa ser brasileiro)
3.2.2 Por brasileiro contra estrangeiro. (princípio da nacionalidade ativa)
3.2.3 Por estrangeiro contra brasileiro. (princípio da nacionalidade passiva; muito difícil de ocorrer; extraterritorialidade hipercondicionada)
3.2.4 Em embarcação/aeronave brasileira em territórios estrangeiros que lá não foram julgados. (a preferência de julgar não é nossa, mas se não ocorre o julgamento no Estado em que ocorreu, busca evitar impunidades; princípio da bandeira)
3.3 Condições para aplicação da lei brasileira na extraterritorialidade condicionada
3.3.1 São cumulativas.
3.3.2 Entrar o agente em território nacional: condição de procedibilidade, ou seja, para dar início ao processo.
3.3.2.1 Pode ser espontânea ou forçada.
3.3.2.2 Essa entrada não impõe a permanência
3.3.3 Ser o fato punível também no país em que foi praticado. (dupla tipicidade): não importa a quantidade de pena e/ou o nome jurídico que é dado a essas infrações.
3.3.4 Estar o crime incluído também naqueles em que a lei brasileira autoriza a extradição: crimes em que a pena abstrata máxima seja maior ou igual a 2 anos – crimes que tenha uma mínima lesividade para que o Brasil peça a extradição.
3.3.5 Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro e nem cumprido pena: vale-se o ne bis idem.
3.3.6 Não existir extinção de punibilidade segundo lei mais favorável. (brasileira ou estrangeira)
3.3.6.1 Causas de extinção de punibilidade: listadas no art 107 do CP.
3.3.7 Condições extra (aplicados em crimes por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil; devem ser somadas as condições supracitadas e as abaixo citadas são também cumulativas):
3.3.7.1 Requisição pelo Ministro da Justiça
3.3.7.2 Não foi pedida ou foi negada a extradição do sujeito para seu país de origem.
3.3.7.3 São condições que reforçam a condição de procedibilidade.
3.4 Eficácia da sentença estrangeira
3.4.1 Para que a sentença estrangeira gere efeitos no Brasil ela precisará ser homologada pela justiça brasileira nos casos de:
3.4.1.1 Obrigar o condenado a reparação do dano, restituição e outros efeitos civis, nunca de pena.
3.4.1.1.1 Depende de pedido da parte interessada (quem recebe a indenização). Pode ser contra a vontade de quem indeniza.
3.4.1.1.2 Existência de tratado de extradição entre o Brasil e o país que julgou ou então por uma análise feita e firmada pelo ministro da Justiça.
3.4.1.2 Para sujeitar o individuo a medida de segurança.
3.4.1.3 O artigo 9º deve ser interpretado em harmonia com o que é previsto na lei de migração de 2017. Os artigos 100 e seguintes da lei preveem a transferência de execução de pena de um país para outro (por exemplo para que o condenado cumpra pena no país em que sua família está). Não se trata propriamente de homologação de sentença penal estrangeira, uma vez que deriva de manifestação de vontade do próprio condenado, materializada por tanto no interesse/beneficio do preso.
4 CONTAGEM PENAL DE PRAZO (ART 10):
4.1 Inclui-se o dia de início e exclui-se o dia final.
4.2 Pouco importa se o termo inicial ou final é ou não dia útil.
4.3 Exemplo: se alguém é preso no dia 13/10 (sab) por 5 dias, no primeiro minuto do dia 17 (00h01) ele devera ser posto em liberdade.
5 CONTAGEM PROCESSUAL PENAL DE PRAZO 
5.1 Exclui-se odia de início e inclui-se o dia final.
5.2 O termo inicial e o final tem que ser dias uteis.
5.3 Exemplo: se alguém tem sua sentença publicada no dia 12/10 (sexta), com um prazo recursal de 5 dias, esse prazo só começará a contar no dia 15/10 (segunda), ou seja, cabe recurso ate o último minuto do expediente do dia 19/10.

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