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EAE 206 – Teoria Macroeconômica I Primeiro Exame de Avaliação - Gabarito Questão 1: A CPMF é um tributo que incide sobre a movimentação de depósitos à vista. Em fins de 2008, este tributo foi extinto no país. a) Ceteris paribus, o que deve acontecer com o multiplicador bancário com a extinção da CPMF? R: Como a CPFM é um tributo que incide sobre a movimentação de depósitos à vista, sua extinção incentiva a utilização de tais depósitos. Ou seja, sua extinção diminui o coeficiente c, que é a razão entre o papel-moeda em poder do público e o M1. Como o multiplicador bancário é � ����(���) , então uma queda em c aumenta o multiplicador bancário. b) Analise o impacto da extinção da CPMF sobre o mercado de base monetária. R: No mercado de base monetária, a queda em c desloca a demanda por base monetária para baixo sem afetar a oferta. Portanto, no novo equilíbrio, a taxa de juros é mais baixa enquanto o volume de base permanece inalterado. c) Analise o impacto da extinção da CPMF sobre o mercado de M1. R: No mercado de M1, a queda em c e o correspondente aumento no multiplicador bancário desloca a oferta de M1 para a direita sem afetar a demanda. Portanto, no novo equilíbrio, a taxa de juros é mais baixa e o volume de M1 é maior. d) Analise o impacto da extinção da CPMF sobre o mercado de reservas bancárias. R: No mercado de reservas bancárias, a queda em c desloca tanto a demanda quanto a oferta para a direita. O deslocamento da oferta é igual ao multiplicador bancário vezes o deslocamento da demanda. Assim, como este multiplicador excede a unidade, conclui-se que a oferta de reservas bancárias se desloca para a direita mais que a demanda por reservas bancárias. Portanto, no novo equilíbrio, a taxa de juros é menor e o volume de reservas bancárias é maior. Questão 2: Responda se as afirmativas a seguir são verdadeiras, falsas ou incertas. Justifique. a) O paradoxo da poupança ocorre quando as tentativas dos agentes de poupar mais levam a uma queda do produto e a um aumento da poupança. R: Falso. A tentativa de poupar mais leva a uma queda do produto e mantém a poupança inalterada. b) Quando a propensão marginal a consumir aumenta e o investimento autônomo cai, o produto de equilíbrio do mercado de bens é maior. R: Incerto. O aumento na propensão marginal a consumir diminui a inclinação da IS, o que, para uma dada LM, aumenta o produto de equilíbrio. A queda no investimento autônomo, por outro lado, desloca a IS para a esquerda, o que, para uma dada LM, diminui o produto de equilíbrio. Não é possível determinar o efeito líquido de tais mudanças. c) Se o investimento é muito sensível a variações na taxa de juros, então a IS é quase plana e a política fiscal é mais efetiva. R: Falso. Nesse caso, é verdade que a IS é quase plana mas isso torna a política fiscal menos efetiva. d) Se a razão reservas/depósitos à vista é de 25% e a razão moeda em poder do público / depósitos à vista é de 50%, o multiplicador monetário é 2. R: Verdadeiro. Do enunciado, � ���� = 0.5 . E, portanto, c = 1/3. Logo, � ����(���) =� �� �⁄ ��.��×� �⁄ = 2. e) Uma operação de mercado aberto expansionista implica uma contração da base monetária e um aumento do multiplicador monetário. R: Falso. Em uma operação de mercado aberto expansionista o Banco Central compra títulos junto ao público. Ele estará ofertando papel moeda ao público, e por este lado a base monetária estará se expandindo. Isso não implica que o multiplicador deva se expandir. Em uma economia onde não há depósitos à vista e onde os bancos não mantêm reservas, independente da expansão de papel moeda, o multiplicador será sempre igual à unidade. Questão 3: (2,25 pontos) Considere uma economia representada pelas seguintes equações: � = �� + �� �� �� = � − � ��� !" ! = "�� �#$%!&'#ê%�)$! = "� + "�� � = ��� !" ! − �#$%!&'#ê%�)$! � = *� + *�� − *�) + = +̅ (-//)0 = 1 (-//)2 = 3�� − 3�) Suponha que todos os parâmetros sejam positivos e que 0 < *� + ��(1 − "� + "�) < 1. a. Qual a inclinação da curva IS?(juro no eixo vertical e renda no horizontal) R: −6���7(��87�89)�:7:9 ; b. Qual a inclinação da curva LM?(juro no eixo vertical e renda no horizontal) R: ��7�9 c. Encontre o produto e a taxa de juros de equilíbrio. R: �∗ = 6 ��7:9��9=���7(��87�89)�:7>; =3�(�� + ��"� + *� + +̅) + *�1> R: ) = 6 ��7:9��9=���7(��87�89)�:7>; ?3�(�� + ��"� + *� + +̅) − =1 − ��(1 − "� + "�) − *�>1@ Agora suponha que a inclinação da curva LM seja maior que 1 e que o investimento seja bastante sensível à taxa de juros (*� > 1). d. Qual política é mais eficaz em termos de aumentar o produto: aumentar transferências aumentando "� ou aumentar gastos ( +̅ )? Represente graficamente como as duas mudanças afetariam a IS. (0,75) R: O gráfico deveria ser esboçado de modo a mostrar que uma mudança em GC faria a IS deslocar-se para a direita, dado que a alteração foi feita nos gastos autônomos. Já a inclinação da IS permanece a mesma. Por outro lado um aumento em t� afetaria a inclinação da IS, de modo a deixá-la mais plana. Para comparar os dois efeitos sobre o produto de equilíbrio era necessário derivar Y de equilíbrio em relação a GC e em relação a t�. A partir da expressão para o produto no item (c) obtemos: 3�∗3+ = 3�3�*� + 3�=1 − ��(1 − "� + "�) − *�> 3�∗3"� = 3��� ∗ =3�(�� + ��"� + *� + +̅) + *�1>?3�*� + 3�=1 − ��(1 − "� + "�) − *�>@� Note que podemos reescrever as derivadas acima como: 3�∗3"� = 3�∗3+ ���∗ Portanto se c�Y∗ > 1, aumentar transferências é mais eficaz. Questão 4: (1,5 pontos) Considere o seguinte modelo para uma economia: � = 1500 + 0,8�2 � = 300 − 80) � = 3000 + = 3000 (- /⁄ )2 = 500 + 0,5� − 200) (- /⁄ )0 = 2500 a) Encontre a renda e a taxa de juros de equilíbrio para esta economia. R: A relação IS dessa economia é: ) = 30 − 0,0025. A relação LM dessa economia é: ) = −10 + 0,0025. Resolvendo o sistema temos: � = 8000 e ) = 10. b) Considere uma economia em que a relação LM fosse ) = 0,004� − 10. Comparativamente à economia descrita acima, onde a eficácia da política fiscal seria maior? Explique. R: Nesse caso, a relação LM é menos inclinada que na economia original (0,004 > 0,0025). Logo, a eficácia da política fiscal será menor. c) Considere uma economia em que a função investimento fosse da forma � = 250 −70). Comparativamente à economia descrita acima, onde a eficácia da política monetária seria maior? Justifique. R: Nesse caso, a sensibilidade do investimento a variação na taxa de juros é menor que na economia original (70 < 80). Logo, a relação IS é mais inclinada que na economia original. Portanto, a eficácia da política monetária será menor. Questão 5: (1,25 pontos) Considere o modelo IS-LM com funções gerais: � = �(� − �) + �(�, )) + + L(�, )) = -/ As variáveis exógenas são os impostos T, os gastos governamentais G e a oferta real de moeda M/P. Suponha que as inclinações da IS e da LM sejam as usuais. a) Partindo de um dado equilíbrio inicial, que combinação de políticas geraria um aumento de produto Y mantendo a taxa de juros i inalterada? Nesse caso, de quanto será o aumento no produto? (Não é preciso fazer qualquer cálculo nesse item) R: Política fiscal e monetária expansionistas. Como a taxa de juros se mantém inalterada então o aumento do produto é equivalente ao caso de eficácia máxima da política fiscal, ou seja, o produto pelo multiplicador de gastos: �M�N = ���OP�QRQS b) (Difícil) Formalize o resultado acima, ou seja, a partir das funções gerais, encontre qual a variação no produto resultante da combinação de políticas em (a). (Dica: compute ��M�N + �M�(T U⁄ ) , ��V�N + �V�(T U⁄ ) e imponha que este último seja zero) R: Vamos primeiro calcular as derivadas de política fiscal, ou seja, �M�N e �V�N. Diferenciando totalmente o sistema e considerando 3� ≠ 0, 3) ≠ 0, 3+ ≠ 0 e 3� = 3(- /⁄ ) = 0, obtemos: X1 − �Y − Z�Z�−Z�Z)ZLZ� ZLZ) [ X 3�3+3)3+[ = 6 10; Resolvendo o sistema de equações acima obtemos: �M�N = �∆ �]]^V e �V�N = − �∆ �]^]M Onde ∆≡ �1 − �Y − ]`]M ]]^V + �]`]V ]^]M. Vamos agora calcular as derivadas de política monetária, ou seja, �M�(T U⁄ ) e �V�(T U⁄ ) . Diferenciando totalmente o sistema e considerando 3� ≠ 0 , 3) ≠ 0 , 3(- /⁄ ) ≠ 0 e 3� = 3+ = 0, obtemos: X1 − �Y − Z�Z� −Z�Z)ZLZ� ZLZ) [ abb bc 3�3(- /⁄ )3)3(- /⁄ )dee ef = 601; Resolvendo o sistema de equações acima obtemos: �M�(T U⁄ ) = �∆ �]`]V e �V�(T U⁄ ) = �∆ �1 − �Y − ]`]M O efeito total sobre o produto da mudança simultânea na política fiscal e na política monetária é dada pela soma: �M�N + �M�(T U⁄ ) = �∆ �]]^V + ]`]V (1) Da mesma forma, o efeito total sobre a taxa de juros da mudança simultânea nas políticas é dada pela soma: �V�N + �V�(T U⁄ ) = �∆ �1 − �Y − ]`]M − ]^]M (2) Sob a condição de que a taxa de juros permanece inalterada, o termo em parênteses do lado direito de (2) deve ser zero, ou seja: g1 − �Y − Z�Z�h = ZLZ� Substituindo essa condição em ∆, a expressão (1) se torna: 3�3+ + 3�3(- /⁄ ) = 11 − �Y − Z�Z� Ou seja, o efeito sobre o produto, nesse caso, é igual ao multiplicador de gastos.
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