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Geografia 
 Geral & Brasil 
 
 01 
 
Por Que Estudar Geografia? 
 
Estudar geografia é uma forma de compreender o mundo em que vivemos. Por meio desse 
estudo, podemos entender melhor tanto o local onde moramos – seja uma cidade ou uma área 
rural – quanto o nosso país, assim como os demais países da superfície terrestre. O campo de 
preocupação da geografia é o espaço da sociedade humana, onde os homens e as mulheres 
vivem e, ao mesmo tempo, produzem modificações que o (re) constroem permanentemente. 
Indústrias, cidades, agricultura, rios, solos, climas, populações: todos esses elementos – além 
de outros – constituem o espaço geográfico, isto é, o meio ou a realidade material onde a 
humanidade vive e do qual ela própria é parte integrante. 
Tudo nesse espaço depende do homem e da natureza. Esta última é a fonte primeira de 
todo o mundo real: a água, a madeira, o petróleo, o ferro, o cimento, o asfalto e todas as 
outras coisas que existem nada mais são do que aspecto da natureza. Mas o homem reelabora 
esses elementos naturais ao fabricar os plásticos a partir do petróleo, ao represar rios e 
construir usinas hidrelétricas, ao aterrar pântanos e edificar cidades, ao inventar velozes 
aviões para encurtar as distâncias. Assim, o espaço geográfico não é apenas o local de morada 
da sociedade humana, mas principalmente uma realidade que é a cada momento 
(re)construída pela atividade do homem. As modificações que a sociedade humana produz em 
seu espaço são hoje mais intensas do que no passado. Tudo o que nos rodeia se transforma 
rapidamente. Com a interligação entre todas as partes do globo, com o desenvolvimento dos 
transportes e das comunicações, passa a existir um mundo cada vez mais unitário. Pode-se 
dizer que, em nível planetário, há uma única sociedade humana, embora seja uma sociedade 
plena de desigualdades e diversidades. Os “mundos” ou sociedades isoladas, que vivem sem 
manter relações com o restante da humanidade, cederam lugar ao espaço global da sociedade 
moderna. 
Na atualidade, não existe nenhum país que não dependa dos demais, seja para o 
suprimento de parte das suas necessidades materiais, seja pela internacionalização da 
tecnologia, da arte, dos valores, da cultura afinal. Um acontecimento importante – uma guerra 
civil, fortes geadas com perdas agrícolas, a invenção de um novo tipo de computador, a 
descoberta de enormes jazidas petrolífera, etc. – que ocorra numa parte qualquer da superfície 
terrestre provoca repercussões em todo o conjunto do globo. Muito do que acontece em áreas 
distantes acaba nos afetando de uma forma ou de outra, mesmo que não tenhamos 
consciência disso. Não vivemos mais em aldeias relativamente independentes, como nossos 
antepassados longínquos, mas num mundo interdependente e no qual as transformações se 
sucedem numa velocidade acelerada. 
Para nos posicionarmos inteligentemente em relação a este mundo temos de conhecê-lo 
bem. Para nele vivermos de forma consciente e crítica, devemos estudar os seus fundamentos, 
desvendar os seus mecanismos. Ser cidadão pleno em nossas épocas significa antes de tudo 
estar integrado criticamente na sociedade, participando ativamente de suas transformações. 
Para isso devemos refletir sobre o nosso mundo, compreendendo-o do âmbito local até os 
âmbitos nacionais e planetários. E a geografia é um instrumento indispensável para 
empreendermos essa reflexão. Reflexão que deve ser à base de nossa atuação no mundo. 
 
 
 
Geografia 
 Geral & Brasil 
 
 02 
Geografia 
“Interpreta e Explica A Superfície Terrestre 
em Seu Conjunto Como a Residência do Homem” 
 
 
 
“toda ciência se desenvolve nas fronteiras de outras 
disciplinas e com elas se integra em uma filosofia. A 
geografia, a sociologia, a economia, são interpretações 
complementares da realidade humana.” 
 
Jacques Bouderville 
 
 
Geografia, ciência que estuda a distribuição e a ordenação dos elementos na superfície terrestre. A 
origem da geografia está remota à Grécia Antiga. Com a Expansão dos domínios gregos os vários 
estudiosos passaram a descrever às paisagens e os povos, entre eles destaca-se Heródoto (484-420 
a.C.), conhecido como o Pai da História e da Geografia. Entretanto, a palavra geografia foi adotada no 
século II a.C. por Erastóstenes origem etimológica do termo é derivada dos radicais gregos geo = 
"Terra" + graphein = "escrever". Descreve as Paisagens que resultaram da relação entre o Homem e 
a Natureza. 
Os gregos antigos forneceram ao mundo ocidental seus primeiros conhecimentos importantes sobre a 
forma, o tamanho e as características gerais da Terra. 
No século IV a.C., o filósofo e cientista grego Aristóteles foi o primeiro a demonstrar que a Terra era 
redonda. O geógrafo grego Erastóstenes foi o primeiro a calcular com certa precisão a circunferência da 
Terra. O geógrafo grego Estrabão escreveu uma enciclopédia de 17 volumes, intitulada Geografia, que foi 
uma importante fonte de informação no Império romano. 
No século II d.C., Ptolomeu contribuiu para a ciência geográfica com mapas e descrições muito úteis 
do mundo conhecido. Seus mapas indicavam, com clareza, os problemas envolvidos na representação da 
Terra de forma esférica em uma superfície plana. 
As viagens do explorador italiano Marco Polo, no século XIII, as cruzadas cristãs, nos séculos XII e 
XIII, e as viagens de exploração dos espanhóis e portugueses, nos séculos XV e XVI, abriram novos 
horizontes para os europeus e estimularam o aparecimento de obras e tratados geográficos. No século 
XV, Henrique o Navegador de Portugal impulsionou e apoiou as explorações das costas africanas. 
Com a utilização do método geográfico, cabe destacar a obra Geographia generalis (Geografia geral, 
1650) do geógrafo alemão Bernhardus Varenius. 
Alexander Von Humboldt e Carl Ritter, ambos alemães, forneceram grandes contribuições à teoria 
geográfica no início do século XIX. 
Entre 1799 e 1804, Humboldt desenvolveu uma expedição cientifica de cinco anos à América Latina, 
onde visitou países como o Equador, Colômbia, Venezuela, México e Peru. Neste país, fez precisas 
medições sobre uma corrente fria descoberta por ele, que veio a ser chamada de corrente de Humboldt e 
ao visitar a Amazônia, a chamou de Hiléia (floresta). Humboldt elaborou uma obra de 23 volumes 
considerada um marco da Geografia do Século XIX. 
O geógrafo e etnólogo alemão, Friedrich Ratzel, (1844-1904) foi um 
pensador alemão, considerado como um dos principais teóricos clássicos da 
Geografia e o precursor da Geopolítica e do Determinismo Geográfico. Vale 
lembrar que a expressão “Determinismo” não era empregada pelo próprio 
Ratzel, tratando-se de uma atribuição conceitual que foi dada a partir das leituras 
sobre o seu pensamento. Sua principal obra publicada foi a Antropogeografia. 
Ratzel foi também um profundo estudioso do conceito e comportamento do 
Estado moderno. Para ele, o Estado seria a sociedade organizada para construir, 
defender ou expandir o seu território. Também considerava que essa era uma 
forma de organização que aconteceria de forma natural em qualquer sociedade 
avançada. O Estado, para Ratzel, era um organismo vivo. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paisagem
http://pt.wikipedia.org/wiki/Homem
http://pt.wikipedia.org/wiki/Natureza
Geografia 
 Geral & Brasil 
 
 03 
 
Segundo Ratzel: “... não é possível conceber um Estado sem território e sem fronteiras uma teoria de 
Estado que fizesse abstração do território não poderia jamais, contudo, ter qualquerfundamento seguro”. 
A partir dessa concepção, elaborou o conceito de Espaço Vital, que seria as condições espaciais e 
naturais para a manutenção ou consolidação do poder do Estado sobre o seu território. Seriam as 
condições naturais disponíveis para o fortalecimento de uma dada sociedade ou povo. Aquelas 
populações que dispusessem de melhor espaço vital estariam mais aptas a se desenvolver e a conquistar 
outros territórios 
As ideias de Ratzel, traduzidas pela sua frase máxima “Espaço é Poder”, influenciaram 
profundamente o pensamento geopolítico alemão do Século XIX e início do Século XX. Ao longo dos anos, 
suas ideias foram muito alteradas e radicalizadas por vários seguidores, levando ao que se denominou de 
doutrina do Determinismo Geográfico ou Escola Determinista. 
Paul Vidal de La Blache (1845-1918) foi um geógrafo francês e um dos nomes 
mais lembrados no que se refere à história do pensamento geográfico. Sua obra é 
bastante reconhecida por ser fundadora da corrente de pensamento que veio a ser 
denominada por Possibilismo, em oposição ao Determinismo Geográfico alemão. 
Vidal também foi considerado o fundador da escola regional francesa. 
La Blache rejeitava a ideia preconizada por Friedrich Ratzel que caracterizou a escola alemã de 
geografia, em que as condições naturais do meio influenciavam e determinavam as atividades humanas e 
a vida em sociedade. Na visão La Blacheana, o homem transforma o meio onde vive, de forma que para 
as ações humanas, as diversas possibilidades são possíveis, uma vez que essas não obedecem a uma 
relação entre causa e efeito. Essa corrente geográfica foi denominada de Possibilista Geográfico ou 
Escola Possibilista. 
Na década de 1960, a geografia foi dividida em diferentes escolas: por um lado, as que apoiavam os 
métodos quantitativos e por outro, as que defendiam um enfoque descritivo. Contudo, desde a década de 
1970, os diferentes métodos são utilizados em conjunto e aplicados a novas áreas do estudo geográfico. 
A geografia pode ser dividida em dois ramos fundamentais: a geografia geral e a geografia regional. A 
primeira estuda os elementos humanos e físicos da Terra de maneira individual. A segunda estuda as 
diversas áreas da terra e se concentra, sobretudo, nas combinações únicas e particulares dos traços 
humanos e físicos que caracterizam cada região e que diferenciam uma região de outra. 
A geografia geral inclui a geografia física e a geografia humana. A primeira se dedica aos seguintes 
campos: geomorfologia, que utiliza a geologia para estudar a forma e a estrutura da superfície terrestre; 
climatologia, em que se encontra a meteorologia; biogeografia, que utiliza a biologia e estuda a 
distribuição da vida animal e vegetal; geografia dos solos, que estuda sua distribuição; hidrografia, que 
se ocupa da distribuição dos mares, lagos, rios e arroios em relação à sua utilização; oceanografia, que 
estuda as ondas, as marés, as correntes dos oceanos e os fundos marinhos, e a cartografia. 
A geografia humana abrange todas as fases da vida social humana em relação ao meio físico: a 
geografia econômica, a geografia política, que é uma aplicação da ciência política, visto que estuda as 
atividades sociais dos seres humanos que estão diretamente relacionadas às localizações e aos limites 
das cidades, Estados e grupos de Estados. Existem muitos outros campos na geografia humana como a 
etnografia, a geografia histórica, a geografia urbana, a demografia e a geografia linguística. 
A geografia regional estuda as diferenças e semelhanças entre as regiões da Terra. Esse ramo da 
geografia explica as diferenças entre os lugares mediante o estudo da combinação especial dos 
elementos que os distinguem e caracterizam. 
Os métodos usados pelos geógrafos para descrever os meio físicos e humanos da Terra baseiam-se na 
coleta de dados no campo ou na sua obtenção de fontes secundárias, como censos, estudos estatísticos, 
mapas e fotografias; na confecção de mapas (que podem ser utilizados para registrar um simples dado 
ou os resultados de um estudo geográfico complexo); e na análise de informações geográficas, que são 
as técnicas utilizadas pela matemática ou pela estatística para analisar os dados quantitativos. 
 
 
Geografia 
 Geral & Brasil 
 
 04 
Geografia Crítica 
A geografia crítica é o conceito que estabelece o rompimento da neutralidade no estudo da 
geografia, com a proposta de engajamento e criticidade junto a toda a conjuntura social, 
econômica e política do mundo. Este ramo estabelece uma leitura crítica frente aos problemas e 
interesses que envolvem as relações de poder, e a pró-atividade frente às causas sociais, com a 
defesa da diminuição das disparidades socioeconômicas e diferenças regionais. 
Ideias de “esquerda” do geógrafo francês Yves Lacoste 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Espaço Geográfico 
 
Geografia Crítica - Corresponde à abordagem 
geográfica com tendências materialistas, surgida a 
partir dos anos 70, e que defende a ideia da 
produção do espaço geográfico como resultado das 
ações sociais sobre o espaço natural, onde o homem 
e o meio são vistos num mesmo contexto e os 
conteúdos são sempre observados de maneira 
bastante relacionada. O principal representante da 
geografia crítica brasileira foi Milton Santos. 
 
A expressão foi criada na obra "A Geografia - isso serve, em primeiro lugar, para fazer a 
guerra", de Yves Lacoste. A produção geográfica anterior a esta época pregava a neutralidade e 
excluía os problemas sociais, devido à concepção de que tais temas não eram geográficos. Nesse 
sentido, a geocrítica significou, principalmente, uma aproximação com movimentos sociais cujos 
discursos, práticas e reivindicações tenham um conteúdo político e ideológico de esquerda. 
 
A obra de Milton Santos é inovadora e grandiosa ao abordar o conceito de espaço. De território 
onde todos se encontram o espaço, com as novas tecnologias, adquiriu novas características para se 
tornar um "conjunto indissociável de sistemas de objetos e sistemas de ações". 
As velhas noções de centro e periferia já não se aplicam, pois o centro poderá estar situado a 
milhares de quilômetros de distância e a periferia poderá abranger o planeta inteiro. Daí a correlação 
entre espaço e globalização, que sempre foi perseguida pelos detentores do poder político e 
econômico, mas só se tornou possível com o progresso tecnológico. Para contrapor-se à realidade de 
um mundo movido por forças poderosas e cegas, impõe-se, para Santos, a força do lugar, que, por 
sua dimensão humana, anularia os efeitos perversos da globalização. 
Estas ideias são expostas principalmente em sua obra A Natureza do Espaço (Edusp, 2002). 
 
No conceito de espaço, Milton Santos revela a noção de paisagem, onde sua forma está em objetos 
naturais correlacionados com objetos fabricados pelo homem. Santos aponta que espaço e paisagem 
não são conceitos dicotômicos, onde os processos de mudança social, econômico e político da 
sociedade resultam na transformação do espaço, que concatenado a paisagem se adaptam para as 
novas necessidades do homem naquele dado período. Milton Santos revela o conceito de paisagem 
como algo não estanque no espaço, e sim que a cada período histórico altera, renova e adapta para 
atender os novos paradigmas do modo de produção social. 
São ideias apontadas na obra "Pensando o espaço do homem" São Paulo: Hucitec, 1982. 
 
Lembre-se!!! 
A geografia crítica também conhecida como Marxista trabalha numa linha materialista em que o espaço 
geográfico é palco das transformações ocorridas no tempo histórico, ou seja, não esta totalmente 
construída e nunca estará, pois ele é um produto da historia das diferentes dinâmicassociais. 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Yves_Lacoste
http://pt.wikipedia.org/wiki/Globaliza%C3%A7%C3%A3o
Geografia 
 Geral & Brasil 
 
 05 
 
O Espaço Como Produto do Homem 
 
 
“A partir do momento em que o homem começou a modificar a natureza, plantando e colhendo, criando 
animais, erguendo construções, o planeta deixou de ser apenas uma paisagem natural para se 
transformar em espaço geográfico: um espaço humanizado, construído por meio do trabalho”. 
 
 
 
 
 
 
À medida que mudam os instrumentos de trabalho, a sociedade também vai se modificando: surgem 
novas formas de pensar, de morar, de relacionar-se. Desenham-se espaços geográficos típicos de cada 
sociedade e de cada época. 
Por isso, ao olhar uma paisagem, não deve deixar de refletir sobre o modo como vive a sociedade que 
a construiu, e assim discutir as novas formas de organização social que surgem com o avanço 
tecnológico. 
 
Trabalho e Natureza 
 
 
I - A Relação Homem X Natureza 
O homem, assim como todos os animais, age sobre a natureza com o objetivo de obter alimento, 
abrigo e proteção para se e para seu grupo, ou melhor, para satisfazer necessidades. A diferença é que o 
homem pensa, reflete sobre sua ação: planeja, inventa, prevê resultados. Com isso, cria conhecimento e 
desenvolve a cultura. 
Nos primórdios da humanidade, o homem pouco modificava a natureza, pois vivia da coleta, da caça e 
da pesca. Era muito subordinado às condições naturais, geralmente eram nômades. 
Com o surgimento da agricultura e da pecuária, por ocasião da chamada Revolução Neolítica, o 
homem deixou de ser nômade, pois se fixou a terra e, assim, tornou-se sedentário. Com isso, apropriou-
se da natureza, passando a utilizá-la de acordo com seus interesses. 
Desde então, a natureza tem sido cada vez mais modificada em suas condições originais. Em sua 
ação, o homem derruba florestas e semeia lavouras, remove morros e abre túneis, aterra enseadas e 
constrói cidades. 
 
II – As transformações técnicas e cientificas 
As intervenções na natureza e as consequentes modificações nela introduzidas dependem das técnicas 
empregadas pelo homem. Por sua vez, a técnica, isto é, o modo de fazer algo, envolve os instrumentos 
de trabalho a serem usados na ação. Instrumentos simples, como o machado e o arado, propiciam 
alterações modestas na natureza. Instrumentos aperfeiçoados, como a motosserra e o trator, causam 
modificações mais expressivas no ambiente natural. 
Geralmente, as inovações técnicas trazem novos problemas ao homem, representando novos desafios 
e a necessidade de resolvê-los. Disso resulta a evolução da técnica, ou seja, a sucessão de novas 
formulações do fazer humano. 
Aos poucos, os instrumentos de trabalho tornam-se mais complexos e, em muitos casos, deixam de 
ser prolongamentos da mão do homem para se constituírem em verdadeiras Próteses, substituição de um 
elemento natural por um artificial. 
Portanto, as inovações técnicas e o consequente aperfeiçoamento dos instrumentos de trabalho 
imprimem progresso aos mecanismos de apropriação da natureza, o que significa maiores modificações e 
domínio mais intenso sobre o mundo natural. 
 
 
O principal objetivo da Geografia é a 
descrição, a análise e a explicação dessas 
transformações e de suas interações num 
determinado espaço. 
Espaço Geográfico o espaço natural 
modificado permanentemente pelo 
homem por meio de seu trabalho e das 
técnicas por ele utilizada. 
Geografia 
 Geral & Brasil 
 
 06 
 
 
III – Sociedade e Natureza 
A ideia de que a única relação homem-natureza é aquela intermediada pelo trabalho, e que este 
representa o processo de transformação dos recursos naturais em coisas úteis para a vida humana, tem 
uma origem histórica conhecida. O fato de grande parte de a humanidade ter desenvolvido essa 
concepção explica-se pela universalização de valores ocidentais, impostos há vários séculos. Mas não se 
devem desconsiderar as culturas que apresentam uma concepção de natureza absolutamente diversa da 
nossa. Há membros de algumas sociedades, por exemplo, que se sentem completamente integrados ao 
mundo natural, não cabendo entre eles nem sequer à distinção Homem X Natureza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Espaço Geográfico 
O espaço é um conjunto indissolúvel, resultado de fenômenos naturais e ações humanas; portanto 
implica uma série de ações e relações naturais e sociais. 
O espaço mais significativo para a geografia é o que apresenta como uma totalidade, no qual ocorrem 
relações econômicas, políticas e sociais em escala local, regional, nacional e global. 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quanto mais desenvolvida a comunidade, maiores serão as modificações 
introduzidas pelo homem à paisagem natural. 
 
Atualmente, não mais se acredita que a natureza foi planejada como um sistema integrado 
para atender às necessidades humanas. Ao contrário, uma parcela do movimento 
ambientalista considera que a complexa teia de vida que existe no planeta possui valor em si 
mesmo, ou seja, independentemente da utilidade que seus componentes possam ter para os 
homens. Temos como exemplo, o da Ecologia Profunda, que defende a drástica demolição 
dos impactos humanos sobre os sistemas terrestres, de modo a garantir que estes não 
interfiram na existência e na diversidade das demais espécies que compartilham o planeta. Na 
mesma direção, a chamada Hipótese ou Teoria de Gaia enxerga a Terra como um sistema 
natural complexo e auto regulável, cujo equilíbrio estaria sendo intensamente afetado pelas 
sociedades humanas e suas técnicas. 
 
O espaço geográfico é o espaço construído e transformado pelo Homem. É o espaço das 
sociedades ou a dimensão espacial do social - ou ainda o modo pelo qual as sociedades estabelecem 
as distâncias que separam seus componentes (indivíduos, unidades produtivas, Estados, recursos, 
etc.). O espaço geográfico contém elementos “naturais” (rios, planaltos, planícies e etc.) e 
“artificiais” (casas, avenidas, pontes, etc.). 
O espaço geográfico é o objeto de estudo da Geografia. Ele é resultado das transformações que o 
homem realiza no espaço natural através de seu trabalho. Atualmente, os espaços naturais (que são 
aqueles que não sofreram intervenção humana) são raros uma vez que a humanidade já conhece ou 
interviu em quase todas as partes da superfície terrestre. Sendo assim, podemos afirmar que o 
trabalho coletivo da sociedade ao longo da história transformou a maior parte da superfície terrestre 
em espaço geográfico. 
O espaço geográfico expõe em sua paisagem claras referências às relações sociais e históricas de 
sua construção. Isto pode ser observado pelas desigualdades sociais e diferentes estilos de diversas 
gerações impressos no espaço através da infraestrutura urbana produtiva, estilos arquitetônicos, 
estrutura socioeconômica, etc.. 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
Geografia 
 Geral & Brasil 
 
 07 
 
Ao se apropriar da natureza, o homem começo a construir o seu espaço e a modificar o ambiente 
natural. Atualmente, a natureza esta profundamente alterada pela ação humana: florestas foram 
derrubadas, rios tiveram seus cursos modificados, baías e enseadas foram aterradas. Em muitos lugares, 
o próprio ar que respiramos apresenta uma composição diferente da que apresentava há algum tempo. A 
superfície do planeta está cada vez mais pontilhada de agrupamentos humanos, entre os quais se 
destacam as grandescidades, interligadas por uma rede mais ou menos densa de vias de transporte e de 
comunicação. Desse modo, o espaço é o resultado de uma modificação cada vez maior da natureza pelo 
homem. 
O Homem é um Ser Social. Ao procurar a satisfação de suas necessidades, ele não age sozinho, 
mesmo porque, se assim procedesse, seria impotente diante da natureza. Por isso, o trabalho é uma 
atividade grupal, ou seja, social. 
Para atuar em conjunto, os homens se organizam em sociedade e definem de que modo o trabalho 
social deve ser realizado. Com isso, estabelecem relações entre si, chamadas de relações sociais. 
A humanidade modifica e organiza o espaço, quando transforma a Natureza Primitiva, é também 
chamada de Primeira Natureza ou Espaço Natural, em uma espécie de Segunda Natureza, que 
corresponde à natureza humanizada, ou também conhecida como Espaço Artificial ou Cultural. 
O espaço natural, cada vez mais reduzido e modificado pela sociedade, é aquele que resultou da 
evolução da natureza, da ação de fenômenos geológicos, climáticos e outros. 
O espaço geográfico, que corresponde ao espaço que esta sendo ou foi produzido pelos seres 
humanos, se relaciona com a dinâmica da natureza e com o contínuo movimento de transformações da 
sociedade. Sendo um espaço social, expressa o trabalho humano, as relações e as práticas sociais que se 
sucederam no tempo. Corresponde, por exemplo, aos campos cultivados e às cidades, que são ambientes 
humanizados e artificializados. 
Paisagens Geográficas 
A depender das relações que se estabelece com a natureza, surge sociedades diferentes, 
caracterizadas pela capacidade e pela forma de produzir objetos. Dessas atividades resultam espaços 
transformados, que se traduzem em diferentes tipos de paisagens. 
Quando olhamos para um lugar, estamos vendo a sua paisagem. Portanto, Paisagem é tudo o que 
vemos, tudo o que nossa percepção distingue. 
Ao observarmos uma paisagem, nela estão presentes heranças sucessivas relações e interações entre 
elementos socioculturais, resultante de um processo histórico de formação das sociedades, de sua 
cultura, de suas emoções, e elementos físicos e biológicos, resultantes da dinâmica natural. 
Numa paisagem encontra-se registradas a história dos indivíduos e dos grupos, a cultura, as 
diferentes formas de produção, além das características naturais, como o relevo, a distribuição 
hidrográfica e até as marcas do clima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para a Geografia, Região é um conjunto de lugares que 
interagem solidariamente na busca de uma autonomia e 
identidade. Segundo Paulo César da Costa Gomes, “... se a 
região é um conceito que funda uma reflexão política de base 
territorial, se ela coloca em jogo comunidades de interesses 
identificadas a certa área e, finalmente, se ela é sempre uma 
discussão entre os limites da autonomia em face de um poder 
central, parece que estes elementos devem fazer parte dessa 
nova definição, ao invés de assumirmos de imediato uma 
solidariedade total com o senso comum que, nesse caso da 
região, pode obscurecer um dado essencial: o fundamento 
político de controle e gestão de um território.” 
 
Lugar é a porção ou parte do 
espaço onde vivemos, é o palco de 
existência real. É nele que ocorre o 
nosso cotidiano, que vivenciamos 
nossas experiências. Todos criaram 
uma identidade com o lugar em que 
vivemos; isso que dizer que ele 
significa algo para nós, que nossa 
memória guarda sobre ele 
determinadas percepções e 
vivências com as quais nos 
identificamos. 
Geografia 
 Geral & Brasil 
 
 08 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Território é conceituado como a base física e material da paisagem, expressando-se numa 
determinada extensão, permitindo assim que se estabeleça alguma forma de fronteira. As relações 
existentes entre os agentes sociais, políticos e econômicos de um território que venham interferir na 
gestão do espaço geográfico é denominada territorialidade. 
É possível afirmar, portanto, que os conceitos de território e territorialidade enquanto espaço 
definido e delimitado por e a partir das relações de poder, ou seja, quem domina ou influencia uma 
área, implica avançar da noção simplista de uma caracterização natural ou econômica por 
contiguidade para noção de divisão social. Portanto todo território é definido e delimitado segundo as 
relações de poder, domínio e apropriação que nele se instalam. 
A concepção mais comum de território (na ciência geográfica) é a de uma divisão administrativa. 
Através de relações de poder, são criadas fronteiras entre países, regiões, estados, municípios, 
bairros e até mesmo áreas de influência de um determinado grupo. Para Friedrich Ratzel, o 
território representa uma porção do espaço terrestre identificada pela posse, sendo uma área de 
domínio de uma comunidade ou Estado. 
Nesse sentido, o conceito de território abrange mais que o Estado-Nação. Qualquer espaço 
definido e delimitado por e a partir de relações de poder se caracteriza como território. Uma 
abordagem geopolítica, por exemplo, permite afirmar que um consulado ou uma embaixada em 
diferentes países, seja considerado como parte de um território de outra nação. 
Portanto, o território não se restringe somente às fronteiras entre diferentes países, sendo 
caracterizado pela ideia de posse, domínio e poder, correspondendo ao espaço geográfico socializado, 
apropriado para os seus habitantes, independentemente da extensão territorial. 
 
No contexto político, o termo Território refere-se a superfície terrestre de um Estado, seja ele 
soberano ou não. É definido como o espaço físico sobre o qual o Estado exerce seu poder 
soberano, ou em outras palavras é o âmbito de validade da ordem jurídica estatal. De acordo com 
as teorias gerais de Estado, diplomacia, relações internacionais e nacionalidade, o território é uma 
das condições para a existência e o reconhecimento de um país (sendo os outros dois a nação e o 
Estado). Por isso, existem determinados casos de entidades soberanas que não são consideradas 
países, como Estados sem território (Autoridade Nacional Palestina e a Ordem Soberana dos 
Cavaleiros de Malta) ou nações sem território (os ciganos). Compreende o território: as terras 
emersas, o espaço aéreo, os rios, os lagos e as águas territoriais. 
A delimitação territorial dos Estados modernos foi uma decorrência dos conflitos territoriais 
ocorridos ao longo da Idade Média. 
Em geopolítica, também se usa o termo "território" para identificar estados não independentes e 
subordinados, até certo grau, a um poder externo. Existem diferentes categorias de território, de 
acordo com as relações de dependência. 
Atualmente, o Território é concebido, nas mais diversas análises e abordagens, como um 
espaço delimitado pelo uso de fronteiras – não necessariamente visíveis – e que se consolida a 
partir de uma expressão e imposição de poder. No entanto, diferentemente das concepções 
anteriores, o território pode se manifestar em múltiplas escalas, não possuindo necessariamente 
um caráter político. 
O geógrafo Marcelo Lopes de Souza, por exemplo, cita que o processo de formação territorial 
nem sempre ocorre por meio de expressões concretas sobre o espaço. Ele evidencia a existência de 
múltiplas territorialidades, como as das prostitutas, as do narcotráfico, as do comércio ambulante, 
entre outras. 
Assim, os territórios podem possuir um caráter cíclico (que varia com o tempo), móvel (que se 
desloca nos mais diferentes espaços) e que se organiza a partir de redes que se interligam pelo 
fluxo de informaçõesou contatos. Um exemplo de território em rede seria o dos traficantes, que se 
organizam em células que nem sempre se encontram próximas uma das outras, mas que se 
articulam em redes de transporte de armas, drogas e comunicação. 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Espa%C3%A7o_f%C3%ADsico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Soberania
http://pt.wikipedia.org/wiki/Soberania
http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_geral_do_Estado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Diplomacia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rela%C3%A7%C3%B5es_internacionais
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nacionalidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Exist%C3%AAncia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADs
http://pt.wikipedia.org/wiki/Na%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Entidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Soberana
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADs
http://pt.wikipedia.org/wiki/Autoridade_Nacional_Palestina
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ordem_Soberana_dos_Cavaleiros_de_Malta
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ordem_Soberana_dos_Cavaleiros_de_Malta
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cigano
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=A%C3%A9reo&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lago
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_M%C3%A9dia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Geopol%C3%ADtica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Soberania
http://pt.wikipedia.org/wiki/Categoria
Geografia 
 Geral & Brasil 
 
 09 
Espaço Geográfico 
A Visão de Milton Santos 
 
“Conjunto indissociável de sistemas de objetos (redes, técnicas, prédio, ruas) e de 
sistemas de ações (organizações de trabalho, produção, circulação, consumo, relações 
familiares e cotidianas) que procura revelar as práticas sociais dos diferentes grupos que 
nele produzem, lutam, sonham, vivem e fazem a vida caminhar”. 
Milton Santos traduz de maneira bem didática a diferença quando utiliza como, por 
exemplo, uma tragédia que a possível utilização da bomba de nêutrons poderia provocar. 
Esta bomba seria capaz de aniquilar toda a vida humana em uma dada área, mas 
mantendo as construções. Se esta bomba fosse utilizada teríamos antes o espaço e após a 
explosão somente a paisagem. 
Para ele “a paisagem é um conjunto de formas que, num dado momento, exprime 
as heranças que representam as sucessivas relações localizadas entre homem e 
natureza. O espaço são as formas mais a vida que as anima” 
 
Fonte: SANTOS, M. Natureza do Espaço, São Paulo: Hucitec, 2002 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Paisagem Natural 
“Apesar dos grandes avanços científicos e da constante 
reelaboração que o homem faz dos instrumentos de 
trabalho para dominar a natureza, os elementos que 
a compõem apresentam uma interação que 
independente da ação humana. 
Pode-se falar de um tempo natural, que é determinado 
pela rotação da Terra e pelas estações do ano. O 
ritmo dos mais variados climas interfere na 
vegetação, na esculturação do relevo, na 
hidrografia, demarcando os períodos de cheias e 
secas, tão fundamentais mesmo nos sistemas 
agrícolas altamente mecanizados. 
No entanto, ainda assim os objetos que compõem a 
paisagem apresentam desde simples transformações 
do mundo natural até marcas de sua ampla 
degradação. Os indícios mais fortes da civilização 
estão na alteração do clima, na poluição 
atmosférica, na desertificação de terras férteis, nos 
agrotóxicos que são levados para os cursos de água. 
O conhecimento da natureza a partir de seus 
próprios ritmos, e não só através dos recursos que 
ela pode oferecer, é um passo importante no sentido 
de interromper o processo incessante de degradação 
e destruição do meio natural.” 
A Paisagem Natural Brasileira 
“No Brasil, como no mundo inteiro, pouco resta de 
paisagem propriamente natural. A mecanização da 
agricultura, a urbanização e a revolução tecnológica 
modificam a natureza a tal ponto que, pela própria 
lógica do capitalismo, o conceito de recurso natural se 
confunde com o de matéria-prima. Em nome do ganho 
econ6omico imediato, não se avaliam os ricos de uma 
explosão que, por falta de planejamento e legislação 
reguladora eficiente, mais se assemelha ao saque. 
O fato de que o clima, a vegetação, os ecossistemas e 
todos os elementos naturais se modifiquem em 
consequência da ação do homem passa a ser objeto de 
preocupação Quando mais esforços têm de ser 
desprendido em reparar os danos de tais esforços têm de 
ser despendido em reparar os danos de tais alterações do 
que os necessários para evitá-los. 
A tecnologia não poluente e o desenvolvimento 
sustentável, com a exploração racional de recursos que 
são esgotáveis, são os códigos de ética da economia 
global, em que os efeitos da devastação, onde quer que 
ela ocorra, afetam o mundo inteiro“.

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