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Módulo XV- Infecções, inflamações e febre Resumo Tutoria I INFLAMAÇÃO Robbins- Patologia Porth- Fisiopatologia Bogliolo 1) Descrever inflamação e identificar os sinais cardinais que caracterizam o processo inflamatório Reação dos tecidos a um agente agressor, caracterizada morfologicamente pela saída de líquidos e de células do sangue para o interstício (reações a tecidos vascularizados) Constitui um dos componentes mais importantes da execução da resposta imunitária (a reação inflamatória é a ação morfológica da resposta imunitária) Pode ser causada por vários estímulos, infecciosos ou não Normalmente, a - parte dos mediadores de defesa (leucócitos, fagócitos, anticorpos, proteínas do complemento) circulam pelo sangue, de onde podem ser rapidamente recrutados; algumas das células também residem nos tecidos Além das células anti-inflamatórias, os componentes da imunidade inata (agem como a 1ª barreira contra a infecção) incluem: células natural killer, células dendríticas, células epiteliais Essas células expressam receptores que percebem a presença de microrganismos e de dano, induzindo a inflamação (como os toll-like- TLR’s) Sem a inflamação as infecções poderiam passar despercebidas, feridas poderiam nunca cicatrizar e os tecidos lesados permaneceriam com feridas permanentemente infectadas PORÉM, por mais que a inflamação seja necessária para a nossa sobrevivência, em muitos casos, ela própria causa danos ao organismo Os efeitos lesivos dependem do balanço entre mecanismos pró-inflamatórios e anti-inflamatórios As condições inflamatórias são comumente nomeadas acrescentando-se o sufixo ITE: apendicite, pericardite, neurite, entre outros Reação Inflamatória: 5 R’s 1. O agente agressor, que se situa nos tecidos extravasculares, é reconhecido pelas células e moléculas hospedeiras reconhecimento 2. Os leucócitos e as proteínas do plasma são recrutados da circulação para o local onde o agente agressor está localizado recrutamento 3. Os leucócitos e as proteínas são ativadas e trabalham juntas para destruir e eliminar a substância agressora remoção 4. A reação é controlada e concluída regulação 5. O tecido lesado é regenerado/reparado (no caso das células sobreviventes) e ocorre preenchimento de defeitos residuais por tecido conjuntivo (cicatrização) resolução 6. Caso a lesão persista, é chama de Inflamação Crônica Agentes inflamatórios: a) Exógenos físicos, químicos ou biológicos (como as infecções-bactérias, vírus, fungos; produtos tóxicos; corpos estranhos- causam lesão tecidual traumática ou transportam microorganismos; lesão térmica, como em queimaduras; entre outros) b) Endógenos causados pelo estresse metabólico (ácido úrico- produto da quebra do DNA; ATP- liberado da mitocôndria danificada; entre outros) Calor Rubor Tumor/ Edema Dor Algumas fontes consideram entre os sinais cardinais as alterações funcionais, que, muitas vezes, acompanham as inflamações Baseada em observações de inflamações agudas em órgãos passíveis de visualização a olho nu (pele, cavidade bucal, garganta) O calor e rubor surgem da vasodilatação e aumento da permeabilidade; o edema pela exsudação de fluidos; a dor pela compressão de terminações nervosas Por fim, há migração de leucócitos, podendo formar tecidos de granulação e reparação desse tecido perda de função INFLAMAÇÃO SINAIS CARDINAIS - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 2) Descrever os eventos vasculares e celulares da resposta inflamatória, correlacionando com os pontos cardinais da inflamação O processo inflamatório agudo envolve duas fases principais: fase vascular e fase celular; É a resposta imediata e precoce contra um agente nocivo; Objetivo: limitar o efeito nocivo do agente patológico e remover os componentes do tecido lesionado, possibilitando o reparo do tecido; Diversos componentes participam dessas fases: Alterações nos pequenos vasos sanguíneos no local da lesão; Se inicia com vasoconstrição momentânea, rapidamente seguida por vasodilatação, induzida por histamina e ácido nítrico: vasoconstrição vasodilatação; ‼ A vasodilatação envolve as arteríolas e vênulas: ↑ fluxo sanguíneo capilar, ↑ permeabilidade vascular e efusão de um líquido rico em proteína (exsudato) para os espaços extravasculares calor e vermelhidão pela região congestionada; Permeabilidade vascular: o aumento da permeabilidade vascular resulta da formação de lacunas endoteliais nas vênulas da microcirculação mediadores químicas provocam a contração das células endoteliais e separação das junções intercelulares assim ocorre o derrame vascular, induzido por histamina, bradicinina, LT e outros; Exsudato: a perda de proteínas ↓ pressão osmótica capilar e ↑ pressão osmótica intersticial acúmulo de líquido nos espaços teciduais edema, dor e comprometimento da função o A perda de líquido gera ↑ da concentração de constituintes do sangue, estagnação do fluxo e coagulação no local; Padrões de resposta vascular Reposta transitória imediata: se desenvolve rapidamente, é reversível e de curta duração (15 a 30 min), ocorrendo somente nas vênulas; o Ex: ferimentos leves; Resposta sustentada imediata: contínua durante dias, afeta arteríolas, capilares e vênulas, resultado de danos diretos ao endotélio; o Ex: ferimentos mais graves; Resposta hemodinâmica tardia: aumento da permeabilidade nas vênulas e capilares, resultado de danos tardios nas células endoteliais diretamente do agente nocivo; o Ex: queimaduras Envolve o deslocamento de leucócitos, principalmente polimorfonucleares (PMN), para o FASE VASCULAR FASE CELULAR local da lesão de modo que possam exercer sua função normal de defesa do hospedeiro, através da fagocitose. Dividido em etapas: 1. Adesão e marginação 2. Transmigração 3. Quimiotaxia 4. Ativação e fagocitose Esses processos são facilitados pelas selectinas, integrinas e gradientes químicos. Marginação, adesão e transmigração Nas fases iniciais da inflamação, os leucócitos permanecem concentrados ao longo da parede do endotélio; 1. Marginação: ocorre então o cross-talk entre leucócitos do sangue e do endotélio, garantindo uma adesão segura e aprisionamento de leucócitos ao longo do endotélio 2. Citocinas são liberadas para fazer com que as células endoteliais expressem moléculas de adesão celular: selectinas se ligam a resíduos de carboidratos na superfície de leucócitos; o As selectinas são uma família de três proteínas: P- selectina, E-selectina e L- selectina 3. Essa interação retarda o fluxo e faz os leucócitos se deslocarem a longo da superfície em movimento de rolamento na periferia; 4. Adesão: quando imobilizados, os leucócitos aderem fortemente a moléculas de adesão intercelulas (ICAM), fixando-se ao endotélio; o Integrinas o Imunoglobulinas: ICAM- 1, ICAM-2 e molécula de adesão vascular (VCAM- 1); 5. Transmigração: adesão provoca separação das células endoteliais leucócitos estendem pseudópodes fazem diapedese migram ao espaço tecidual; Quimiotaxia Processo dinâmico e guiado por energia de migração celular direcionada; Os leucócitos vagam pelo endotélio orientados por um gradiente de quimiotratores secretados: quimiocinas, resíduos bacterianos e celulares e fragmentos de proteínas produzidos pelo sistema complemento; Várias quimiocinas são secretadas por células imunológicas (macrófagos) para assegurar o movimento dirigido dos leucócitos; Ativação e Fagocitose A ativação de resposta celular, monócitos, neutrófilos e macrófagos é feita para ocorrer a fagocitose; A fagocitose envolve três etapas: reconhecimento e aderência, englobamento e morte intracelular A fagocitose é desencadeada da seguinte maneira: 1. Ocorre opsonização(revestimento do antígeno pelo anticorpo) dos micróbios pelo fator de complemento C3b e anticorpo Fc, mediante o reconhecimento pelo neutrófilo; o Reconhecimento por receptores toll-like e receptores de manose 2. Ativação do receptor desencadeia sinalização intracelular e montagem de actina no neutrófilo; 3. Forma-se os pseudópodes 4. Englobam o micróbio em um fagossomo 5. Fagossomo se funde ao lisossomo intracelular fagolissosomo 6. Enzimas e radicais de oxigênio livre são liberados para matar e degradar o micróbio; o Necessitam de oxigênio e enzimas metabólicas (mieloperoxidase, NADPH-oxidase, NO-sintetase) ou de vias independentes de oxigênio (defensinas); O indivíduo que possui defeitos genéticos em algumas dessas enzimas, geralmente sofrem de imunodeficiências; A gravidade da reação, a causa específica e o local de envolvimento introduzem variações nas manifestações e correlações clínicas; Geralmente, ocorrem os sinais cardinais do processo inflamatório: 1. Rubor (vermelhidão): devido dilatação vascular e congestão 2. Tumefação (edema): devido o aumento da permeabilidade vascular 3. Calor: devido dilatação vascular 4. Dor: devido liberação de mediadores 5. Perda de função: devido à dor, edema, lesão no tecido ou cicatriz; - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 3) Descrever as fases inflamatórias Fenômenos Irritativos A agressão gera a liberação de alarminas, as quais vão induzir a síntese de mediadores pró ou anti- inflamatórios É um mecanismo antagônico: um mediador induz a liberação de outro; Fenômenos Vasculares Ocorrem alterações hemodinâmicas já citadas na fase vascular Fenômenos Exsudativos Plasmática: histamina, prostaglandina e leucotrienos induzem a exsudação plasmática; o A proteínas exsudadas ↑ pressão oncótica intersticial, que gera retenção de plasma fora do vaso; o São quebrados proteoglicanos, o que gera ↑ hidrofilia = edema; Celular: recrutamento de leucócitos já citados na fase celular; Exsudação plasmática e celular independem uma da outra; Fenômenos Alterativos Compreende a fase degenerativa: necrose ou fagocitose; Deriva da ação direta do agressor ou das modificações geradas pelas três fases anteriores; Causadores da dor; Fenômenos Resolutivos Ocorre a ação de mecanismos anti-inflamatórios (lipoxinas, resolvinas, protetinas, neuroprotetinas, MANIFESTAÇÕES LOCAIS FASES DA INFLAMAÇÃO PGJ2, anexina, metaloproteases) para amenizar os pró-inflamatórios; Resulta em cura ou cronificação; Mecanismos locais: mudanças de receptores para mediadores pró.; surgimento de mediadores anti.; remoção de células do exsudato; modificações funcionais; Mecanismos sistêmicos: neuroendócrino: hipófise ACTH cortisol imunossupressores; o Sistema Nervoso Central: citocinas receptores do nervo vago cérebro via colinérgica; o Sistema Nervoso Autônomo: simpático e parassimpático; o Neurônios sensoriais periféricos: cininas neuropeptídios; Fenômenos Reparativos Objetivo de destruir por completo o agente agressor e reparar o tecido lesionado; Gera a perda função por processos de reparo e cicatrização Regeneração A regeneração envolve a substituição do tecido lesionado por células do mesmo tipo; A capacidade de regeneração varia de acordo com tipo de célula e órgão acometido; Influenciada por fatores de crescimento e o ciclo celular; Células lábeis: substituem células continuamente destruídas células epiteliais cutâneas, da cavidade oral, da vagina, colo do útero, sistema digestório, útero, tubas uterinas, sistema urinário e medula óssea; Células estáveis: param de crescer ao fim do processo de crescimento, mas são capazes de regenerar quando confrontadas com um estímulo apropriado parênquima hepático e renal, musculatura lisa e endotélio vascular; Células permanentes: não sofrem divisão ou se regeneram novamente, somente são substituídas por tecido fibroso células nervosas, musculatura esquelética e musculatura cardíaca; Reparo por tecido fibroso Em situações graves, os danos não sofrem reparo somente por regeneração, ocorrendo a substituição do tecido conjuntivo por tecido de granulação e cicatricial; Tecido de granulação é um novo conjuntivo úmido com angiogênese, fibrogênese e involução para formação de tecido cicatricial; o Angiogênese regulada por fatores de crescimento VEGF, FGF, angiopoietinas 1 e 2 Fibrogênese: afluxo de fibroblastos ativados secretam componentes da matriz extracelular (fibronectina, ácido hialurônico, proteoglicanos e colágeno); o Proteoglicanos são hidrofílicos, o que auxilia na aparência edematosa da ferida; Cicatrização: após a deposição de fibroblastos e a deposição da MEC por essas células, o processo de cicatrização evolui da seguinte forma: o ↓ proliferação de fibroblastos e angiogênese ↑ deposição de colágeno promove forças de tração no local da ferida o Evolui para uma cicatriz composta de fibroblastos fusiformes inativos, densas fibras de colágeno, fragmentos de tecido elástico e outros componentes da MEC; o Á medida que evolui, se torna avascular completamente; Fases da cicatrização: Fase inflamatória Primeira intenção: sem perda de tecido; Segunda intenção: com perda de tecido Fase Proliferativa Fase de remodelação - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 4) Diferenciar inflamação de infecção Inflamação É a resposta do organismo a uma agressão (cortes, batidas) ou ao próprio sistema imunológico (doenças auto-imunes). O corpo reage em o processo inflamatório, que gera: o Vermelhidão; o Inchaço; o Dor; o Calor; o Perda de função; Infecção Causada por agentes externos: micro- organismos (vírus, bactérias, parasitas e fungos); As células de defesa tentam combater os micro- organismos de maneira diferente à inflamação, o que gera: o Pus; o Febre; o Dor no local infectado; o Dores musculares; o Diarreias; o Fadiga; o Tosse o Etc... - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 5) Diferenciar inflamação crônica da aguda, identificando suas fases e seus principais aspectos É caracterizada pela rápida resposta inicial a infecções e ao dano tecidual Além de ser rápida, é de curta duração, persistindo por horas ou poucos dias Características Principais: exsudação de fluidos e proteínas plasmáticas (edema); emigração de leucócitos, predominantemente neutrófilos (podem ser chamados de leucócitos polimorfonucleares) Está relacionada à Imunidade Inata Quando a inflamação aguda atinge o objetivo de eliminar os agentes agressores, a reação é ¯ caso a resposta não seja suficiente, pode progredir para uma fase prolongada da inflamação (crônica) Relação Morfológica: As características - marcantes são a dilatação de pequenos vasos sanguíneos e o acúmulo de leucócitos e fluido no tecido extravascular Dependendo da severidade da reação, da sua causa específica, do tipo de tecido ou do local envolvido, há padrões morfológicos específicos: 1. Inflamação Serosa: É marcada pela exsudação de fluidos nos espaços criados pela lesão celular ou em cavidades corporais revestidas pelo peritônio, pleura e pericárdio esse acúmulo de fluidos é chamado de efusão O fluido não contém muitos leucócitos (que tendem a produzir inflamação purulenta); O fluido pode ser derivado do plasma (como resultado do - da permeabilidade vascular) ou das secreções de células mesoteliais (como resultado da irritação local) Exemplo: após uma queimadura ou infecção viral surgem bolhas, que representam o acúmulo de fluido seroso dentro ou imediatamente abaixo da epiderme 2. Inflamação Fibrinosa: O - na permeabilidade vascular faz com que grandes moléculas sejam extravasadas, entre elas está o fibrinogênio, sendo que é formado fibrina e elaé depositada no espaço extracelular O exsudato fibrinoso se desenvolve quando há grandes extravasamentos ou na presença de estímulos pró-coagulantes locais Ele é característico de inflamações no revestimento das cavidades do corpo, como meninges, pericárdio e pleura Histologicamente: a fibrina se assemelha a uma rede de fios eosinofílica ou a um coágulo amorfo O exsudato fibrinoso pode ser dissolvido pela fibrinólise e removido pelos macrófagos; porém pode ser que essa fibrina não seja removida, estimulando o crescimento de fibroblastos e vasos sanguíneos, levando ao fenômeno que chamamos de cicatrização (a presença de tecido fibroso pode resultar em uma interferência nas funções do órgão acometido) INFLAMAÇÃO x INFECÇÃO INFLAMAÇÃO AGUDA 3. Inflamação Catarral: Ocorre na superfície mucosa, sendo que há formação de grande quantidade de muco (alto teor de mucina) É encontrada APENAS em tecidos com capacidade de formação de muco: nasofaringe, pulmões, trato intestinal, útero, glândulas secretoras de muco, entre outros Exemplo: resfriado Normalmente cura com restituição da integridade 4. Inflamação Pseudomembranosa: Formação de uma falsa membrana composta de fibrina, epitélio necrosado e leucócitos É resultado da descamação do epitélio juntamente com um exsudato fibrinopurulento Ocorre APENAS em superfícies mucosas, como: faringe, laringe, trato respiratório e intestinal Exemplo: cruposa (ocorre necrose do epitélio de revestimento ou mucosa, com exsudação de fibrina e formação de placas brancacentas) e difteria (necrose mais profunda, atingindo a mucosa e submucosa, com formação de placa acinzentada) 5. Inflamação Purulenta: Pode ser conhecida também como supurativa Caracterizada pela formação de pus (exsudato constituído por neutrófilos, resíduos liquefeitos de células necróticas e fluido de edema) Causa - frequente: infecção por bactérias que causam necrose por liquefação de tecidos, como os estafilococos, que são bactérias piogênicas (produtoras de pus) Exemplo: apendicite aguda, abscessos Abscessos são coleções localizadas de tecido inflamatório purulento; são produzidos pela inoculação de bactérias piogênicas dentro de um tecido; são restritos e organizados, sendo que sua cavidade central é ocupada por pus, a camada interna ou membrana piogênica composta por leucócitos e a camada externa formada por tecidos vasculares, onde ocorre a exsudação Flegmão inflamação desorganizada e difusa, na qual o pus se infiltra no tecido, sem formar uma membrana piogênica (não é encapsulado) 6. Inflamação Erosiva: Comum em epitélios de revestimento (pele e mucosas), com degeneração, necrose e descamação restrita ao epitélio (não atinge a submucosa) 7. Inflamação Ulcerativa: Comum em epitélios de revestimento (pele e mucosas), com degeneração, descamação epitelial e necrosa profunda, ocorrendo solução de continuidade da mucosa, atingindo a submucosa e frequentemente provocando hemorragias Pode estar presente em processos agudos e CRÔNICOS Exemplo: úlcera péptica (caracterizada por: material necrótico exsudativo superficial, infiltrado inflamatório, tecido conjuntivo frouxo com fenômenos flogógenos e reparativos, além de tecido cicatricial), pancreatite aguda (ocasionada por álcool ou inflamação dos ductos pancreáticos) 8. Inflamação Necrosante: A necrose atinge grande parte do foco inflamatório, seja pelo agente agressor (primária) ou em consequência da própria reação inflamatória (secundária) É caracterizado por ser de longa duração e estar associado a uma - destruição tecidual Nesse caso, as células que predominam no exsudato são linfócitos e macrófagos Há proliferação de vasos sanguíneos e deposição de tecido conjuntivo Está relacionada principalmente à Imunidade Adaptativa Ao contrário da inflamação aguda, que tem predominantemente a formação de exsudato, na inflamação crônica envolve a proliferação de fibroblastos (com risco de formação de cicatrizes e deformidades) Agentes que costumam desencadear o processo: infecções persistentes de baixo grau ou irritativas, que não são capazes de penetrar profundamente ou de se disseminar rapidamente; corpos estranhos, vírus, bactérias, fungos, parasitas, entre outros Acredita-se que os mecanismos imunológicos desempenham um papel importante nos casos de uma inflamação crônica Relação morfológica: Há inflamações crônicas inespecíficas e inflamações granulomatosas 1. Inflamação Hipertrofiante/Hiperplásica: Inflamação crônica preferencialmente de mucosas, com proliferação conjuntivo-vascular e/ou parenquimatosa; com espaçamento e maior visualização de estruturas da mucosa, como papilas, pregas, dobras, entre outros Pode evoluir para crescimentos papilares e poliposos, às vezes com aspecto tumoral vegetante, papilar ou poliposo Exemplo: gastrite catarral crônica hipertrofiante, cistite poliposa, dermatite verrugosa, habronemose cutânea equina, entre outros 2. Inflamação Esclerosante: Inflamação crônica preferencialmente de parênquimas, com produção excessiva de colágeno (fibroplasia), antes do fim da reparação/inflamação Ocorre alterações profundas na morfologia e fisiologia do órgão Exemplo: cirrose hepática 3. Inflamação Granulomatosa: Caracteriza-se por modificações nas células do exsudato (principalmente de macrófagos), que se organizam e formam agregados circunscritos (granulomas) com o INFLAMAÇÃO CRÔNICA objetivo de conter um agente agressor de difícil erradicação Pode ser formado de 3 formas: respostas persistentes de células T a microrganismos (citocinas derivadas de células T ativam macrófagos), como em doenças bacterianas e parasitárias; desenvolvimento a partir de doenças inflamatórias imunomediadas; doenças de etiologias desconhecidas (se desenvolvem em resposta a corpos estranhos) O granuloma COMPLETO (do tipo tuberculóide) se compõem de: Foco central de necrose caseosa + calcificação distrófica Células Gigantes do tipo Langhans e/ou Corpo Estranho Derivam da fusão de múltiplos macrófagos ativados Células Epitelióides Há ativação de macrófagos, que se agrupam e formam pregas interdigitantes (unindo-se de forma semelhante às células epiteliais) Macrófagos Não-Envelhecidos Manto Linfo-Plasmocitário Cápsula Fibrosa - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 6) Identificar o papel das células envolvidas no processo inflamatório Constituem o revestimento epitelial, com espessura de uma única célula dos vasos sanguíneos Produzem agentes antiplaquetários e antitrombóticos que mantém a permeabilidade do vaso; além de produzirem também vasodilatadores e vasoconstritores, com o intuito de regular o fluxo sanguíneo São fundamentais para a resposta inflamatória, apresentando alterações significativas em indivíduos que apresentam alguma doença inflamatória Entre suas principais funções, estão: 1. Fornecimento de uma barreira de permeabilidade seletiva para estímulos exógenos (microbianos) e endógenos; 2. Regulamento do extravasamento de leucócitos pela expressão de moléculas de adesão celular e receptores; 3. Contribuição para a regulação e a modulação da resposta imune pela síntese e liberação de mediadores inflamatórios; 4. Regulação da proliferação de células imunes pela secreção de fatores estimuladores de colônias hematopoiéticas (CSF) 5. Produção de fatores de crescimento que estimulam a angiogênese (formação de novos vasos sanguíneos) e síntese de MEC processo de reparo CÉLULAS ENDOTELIAIS São fragmentos de células circulantes no sangue envolvidas nos mecanismos celulares de hemostasia primária Quando estão ativadas, liberam vários mediadores inflamatórios potentes, - a permeabilidade vascular e alterando aspropriedades quimiotáticas, adesivas e proteolíticas das células endoteliais A associação entre plaquetas e doenças inflamatórias é realçada pelo número significativo de processos patológicos inflamatórios (aterosclerose, enxaqueca, LES) que estão associados à ativação plaquetária São leucócitos fagocíticos existentes em grande número e evidenciados no local da inflamação em um intervalo de poucas horas (lembrando que há neutrófilos em - quantidade em inflamação aguda e macrófagos em inflamação crônica) Eles expressam receptores de superfície e moléculas envolvidas na sua ativação: 1. Receptores de Manose: se ligam a glicoproteínas de bactérias 2. Receptores Toll-Like: respondem a diferentes tipos e componentes de micróbios 3. Receptores de Comunicação Celular: reconhecem quimiocinas e citocinas específicas produzidas em resposta a infecções e lesão tecidual 4. Moléculas de Adesão Celular: afetam a adesão de leucócitos 5. Receptores do Complemento: reconhecem fragmentos degradados de complemento depositados na superfície microbiana a) Neutrófilos: São capazes de produzir oxigênio e produtos nitrogenados (óxido nítrico- NO), que auxiliam na destruição dos resíduos engolfados pela célula fagocítica O número de neutrófilos - substancialmente durante um processo inflamatório, especialmente em infecções bacterianas Após serem liberados da medula óssea, os neutrófilos circulantes tem vida útil de aproximadamente 10h Caso haja uma demanda excessiva, formas imaturas de neutrófilos são liberadas da medula, sendo que essas formas são chamadas de bastões (têm o núcleo em forma de ferradura) b) Macrófagos: Antes de chegar aos tecidos, são conhecidos como monócitos Chegam até o local da inflamação depois dos neutrófilos, desempenhando suas funções fagocíticas durante vários dias Produzem potentes mediadores vasoativos, incluindo prostaglandinas e leucotrienos, fator de ativação plaquetária (FAP), citocinas inflamatórias e fatores de crescimento (que promovem a regeneração dos tecidos) Englobam partículas - e uma quantidade - de material estranho quando comparado aos neutrófilos Possuem vida mais longa, ajudando a destruir o agente causador, auxiliam nos processos de sinalização de imunidade, servem para extinguir o processo inflamatório e contribuem para a iniciação dos processos de cicatrização Desempenham um papel importante na Inflamação Crônica Eosinófilos, Basófilos e Mastócitos produzem mediadores lipídicos e citocinas que induzem o processo inflamatório Todos eles contém grânulos citoplasmáticos que induzem o processo inflamatório São principalmente importantes em casos de inflamação associada a reações de hipersensibilidade imediata ou distúrbios alérgicos a) Eosinófilos: Circulam no sangue e são recrutados para os tecidos de modo semelhante aos neutrófilos A quantidade deles - no sangue durante reações alérgicas e infecções parasitárias b) Basófilos: São granulócitos sanguíneos semelhantes estrutural e funcionalmente aos mastócitos do tecido conjuntivo PLAQUETAS NEUTRÓFILOS E MACRÓFAGOS EOSINÓFILOS, BASÓFILOS E MASTÓCITOS São derivados de células progenitoras da medula óssea e circulam no sangue Os grânulos dos basófilos contém histamina e outros mediadores bioativos de inflamação Os basófilos e mastócitos se ligam a um anticorpo (imunoglobulina E- IgE), secretada pelas células do plasma por meio de receptores na superfície celular A ligação com IgE provoca a liberação de histamina e de agentes vasoativos dos grânulos dos basófilos c) Mastócitos: Derivam das mesmas células-tronco hematopoiéticas que os basófilos, mas não se desenvolvem até que deixam a circulação e se alojam nos tecidos Envolvidos nas reações acionadas por IgE A ativação dos mastócitos resulta em: Liberação do conteúdo pré-formado dos seus grânulos histamina, proteoglicanos, proteases, citocinas (TNF-alfa, IL-16, entre outros); Síntese de mediadores lipídicos derivados de precursores da membrana celular (metabólitos do ácido araquidônico, como prostaglandinas e FAP); Estimulação da síntese de citocinas e quimiocinas por outras células inflamatórias, como monócitos e macrófagos - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 7) Caracterizar mediadores inflamatórios – tipos, fontes e funções. →Definição: substâncias que iniciam e regulam as reações inflamatórias Isso ocorre através de mecanismos distintos para cada um → terapeuticamente benéfico inibir cada um deles →Os mais importantes da inflamação aguda são as aminas vasoativas, os produtos lipídicos (PGs e leucotrienos), as citocinas e os produtos da ativação do complemento. →Características gerais sobre os mediadores: Pode haver sobreposição nas suas ações São produzidos somente em resposta à estímulos A maioria tem vida curta → podem ser desativados por enzimas, depurados ou inibidos Um mediador pode estimular a liberação de outros mediadores, sendo que o segundo mediador pode amplificar ou até mesmo neutralizar a ação do primeiro o Ex: produtos da ativação do complemento estimulam liberação de histamina o Citocina TNF age nas células endoteliais para estimular outra citocina (IL-1) e muitas quimiocinas Ações importantes nos vasos sanguíneos São armazenadas nas células como moléculas já preformadas → entre as primeiras a serem liberadas durante a inflamação →Histamina As fontes mais ricas: mastócitos > basófilos, plaquetas Armazenamento: grânulos dos mastócitos Liberação: em resposta aos seguintes estímulos: o Lesão física (trauma, frio ou calor) o Ligação de anticorpos aos mastócitos (reação alérgica) o Produtos do complemento (anafilatoxinas) → ligam-se a receptores específicos dos mastócitos → induzem desgranulação o Neuropeptídeos e citocinas (IL-1, IL-8) Função: dilatação das arteríolas e ↑ permeabilidade das vênulas o Produz espaços interendoteliais nas vênulas o Seus efeitos se devem à sua ligação nos receptores H1 nas células endoteliais microvasculares → anti-histamínicos são antagonistas do H1 AMINAS VASOATIVAS o Também provoca contração de alguns músculos lisos →Serotonina: Fonte: plaquetas e algumas células neuroendócrinas Função primária: neurotransmissor no trato gastrointestinal o Também é vasoconstritor → importância não definida na inflamação Presentes nos fosfolipídios da membrana →Prostaglandinas: Fontes: mastócitos, macrófagos, células endoteliais o A partir das ciclo-oxigenases (COX-1 e COX- 2) COX-1: anti-inflamatória, expressa na maioria dos tecidos com função homeostática COX-2: inflamatória, que gera as prostaglandinas, e é ausente na maioria dos tecidos normais Função: reações vasculares e sistêmicas da inflamação Tipos: PGI, PGE, PGF, PGG e PGH o Letra codifica as características estruturais e os números a quantidade de dupla ligação o Mais importantes da inflamação: PGE2, PGD2, PGF2α, PGI2 (prostaciclina) e TXA2 (tromboxano A2) Algumas tem distribuição tecidual restrita: o Plaquetas contém a enzima tromboxano sintase → TXA2 é o principal produto (agregador plaquetário e vasoconstritor – rapidamente convertido em TxB2 (forma inativa) o Endotélio vascular possui a prostaciclina sintase → PGI2 → PGF1a (↑ permeabilidade e efeitos quimiotáticos) o O desequilíbrio tromboxano-prostaciclina é um evento inicial na formação de trombos o PGD2 +PGE2 → vasodilatação e ↑ permeabilidade das vênulas pós-capilares → potencializa a formação de edema o PGF2a → contração do musculo liso uterino e brônquico e de pequenas arteríolas o PGD2 → quimioatraente para neutrófilos o PGE2 → hiperalgésica e está envolvida na febre induzida por citocina →Leucotrienos: Fontes: leucócitose mastócitos o Dentre as lipoxigenases, a 5-lipoxigenase predomina nos neutrófilos e converte o AA em ácido 5-hidroxieicosatetraenoico → quimiotático para neutrófilos e precursor dos leucotrienos Função: reações vasculares e do musculo liso e no recrutamento de leucócitos o São mais potentes que a histamina para ↑ permeabilidade vascular e broncoespasmo Tipos: o LTB4: potente quimiotático e ativador de neutrófilos → agregação e adesão das células ao endotélio venular e geração de ERO e liberação de enzimas lisossômicas METABÓLITOS DO ÁCIDO ARAQUIDÔNICO (AA) AA é um ácido graxo poli-insaturado obtido pela dieta ou pela conversão do ácido linoleico. É liberado da membrana a partir de alguns estímulos mecânicos, físicos, químicos ou por outros mediadores através das fosfolipases A2. Os mediadores derivados do AA ou eicosanoides, são sintetizados por duas classes de enximas: a ciclo-oxigenases e as lipo- oxigenases. Então, esses eicosanoides vão se ligar aos receptores acoplados à proteína G, em vários tipos celulares, mediando as etapas da inflamação. o LTC4, LTD4 e LTE4 (contêm cisteinil) → vasoconstrição intensa, broncoespasmo e ↑ permeabilidade de vênulas Fontes: a partir do AA pela via da lipoxigenase o Neutrófilos produzem intermediários na síntese da lipoxina, que são convertidos em lipoxinas pelas plaquetas na interação com os leucócitos Função: suprimem a inflamação, ao inibir o recrutamento de leucócitos o Inibem a quimiotaxia e a adesão dos neutrófilos ao endotélio Fontes: linfócitos, células dendríticas, macrófagos ativados, células endoteliais, epiteliais e do tecido conjuntivo Função: medeiam e regulam as reações imunológicas inflamatórias Tipos: LIPOXINAS CITOCINAS E QUIMIOCINAS Fonte: no geral são produzidos por macrófagos e células dendríticas ativadas o TNF: também é produzido por linfócitos T e mastócitos o IL-1 também é produzida por células epiteliais Função: recrutamento e adesão de leucócitos para o endotélio, além de sua migração através dos vasos o Síntese: através dos TLRs e outros sensores microbianos o São secretados a partir da estimulação por produtos microbianos, imunocomplexos, corpos estranhos, lesão física e vários outros estímulos inflamatórios o Contribuem para as reações locais e sistêmicas da inflamação, principalmente: Ativação endotelial: quando essas substâncias agem no endotélio para provocar alguma mudança, elas induzem a ativação endotelial → ↑expressão de moléculas de adesão; ↑produção de mediadores (citocinas, quimiocinas, fatores de crescimento); ↑ atividade pró- coagulante do endotélio Ativação dos leucócitos e de outras células: TNF aumenta a resposta dos neutrófilos a outros estímulos (endotoxina bacteriana) e estimula a atividade microbicida dos macrófagos. IL-1 estimula fibroblastos para produção de colágeno, também estimula células sinoviais e mesenquimais, além da resposta TH17, que induz a inflamação aguda Resposta sistêmica da fase aguda: febre; sepse; também regulam o equilíbrio de energia ao promover a mobilização de lipídios e proteínas, além de suprimir o apetite → muitas infecções crônicas são acompanhadas por caquexia (perda de peso e anorexia) OBS: antagonistas do TNF são bastante utilizados para tratamento de doenças inflamatórias crônicas (artrite reumatoide, psoríase) → como consequência, os pacientes que utilizam esses antagonistas ficam suscetíveis à infecção micobacteriana, devido a redução na capacidade dos macrófagos de eliminar esses microrganismos FATOR DE NECROSE TUMORAL (TNF) E IL-1 Função: quimioatraentes para tipos específicos de leucócitos o Na inflamação aguda elas estimulam a ligação de leucócitos ao endotélio ao aumentar a afinidade das integrinas leucocitárias o Na manutenção da arquitetura dos tecidos, as quimiocinas homeostáticas organizam os vários tipos de células nos mais variados tecidos (linfócitos T e B no baço) Tipos: classificadas de acordo com o arranjo dos resíduos de cisteína (C) o CXC: Principal exemplo é a IL-8, que é secretada pelos macrófagos ativados, células endoteliais e outros tipos celulares Indutores mais importantes são os produtos microbianos e outras citocinas (IL-1 e TNF) o CC: Inclui a proteína quimioatraente de monócito (MCP-1), a eotaxina, a proteína inflamatória de magrófagos –1ª (MIP-1a) e a RANTES (célula T regulada e normal expressa e secretada) Atraem monócitos, eosinófilos, basófilos e linfócitos Eotaxina recruta seletivamente os eosinófilos o C: Ex: linfotactina Relativamente específicas para os linfócitos Medeiam suas atividades pela ligação de receptores acoplados à proteína G, que geralmente apresentam uma sobreposição nas especificidades Função: imunidade inata e adaptativa para defesa contra microorganismos o Na ativação desse sistema, há um aumento da permeabilidade vascular, quimiotaxia e opsonização → forma-se uma cascata enzimática, em que algumas proteínas são ativadas para se tornarem enzimas proteolíticas de outras Tipos: mais de 20 proteínas, sendo que algumas são numeradas de C1 a C9 Fonte: fosfolipídios Função: agregação plaquetária e efeitos inflamatórios o Causa vasoconstrição e broncoconstrição, mas em concentrações baixas provoca vasodilatação e aumento da permeabilidade venular Há uma associação muito forte entre coagulação e inflamação, pois praticamente todas as lesões teciduais que levam à coagulação também produzem inflamação Inflamação causa mudança nas células endoteliais → maior probabilidade de haver coagulação anormal (trombose) Entretanto, ainda não foi comprovado o papel- chave dos produtos da coagulação como estimulantes da inflamação Fonte: proteínas plasmáticas (cininogênio) sob ação de proteases específicas (calicreínas) → bradicinina Função da bradicinina: ↑ permeabilidade vascular, contração do musculo liso, dilatação dos vasos sanguíneos e dor quando injetada na pele QUIMIOCINAS SISTEMA COMPLEMENTO FATOR DE ATIVAÇÃO PLAQUETÁRIA (PAF) PRODUTOS DA COAGULAÇÃO CININAS Fonte: nervos sensoriais e vários leucócitos Função: iniciação e regulação de respostas inflamatórias Tipos: o Substância P e neurocinina A → produzidas no SNC e SNP o Substância P é proeminente nos pulmões e trato gastrointestinal e tem funções como a transmissão de sinais de dor, regulação da PA, estimulação da secreção hormonal em células endócrinas e ↑ permeabilidade vascular - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 8) Descrever os benefícios e prejuízos fisiológicos decorrentes da inflamação Eliminação de agentes agressores → resposta protetora essencial à sobrevivência Aumento da perfusão local → aumento do fluxo celular “defensor” Exsudato: dilui ou inativa o imunógeno prejudicial NEUROPEPTÍDEOS BENEFÍCIOS Aumento da secreção glandular → limpeza local Cicatrização Reação anti-inflamatória também causa uma lesão tecidual, além dos sintomas associados (dor, perda funcional) → na grande maioria das doenças tem uma resolução em conjunto com a própria inflamação, entretanto também existem as doenças autoimunes, onde ocorre um mal direcionamento dessa reação e as alergias (reação contra substâncias ambientais normalmente inofensivas) São a base de doenças crônicas comuns → artrite reumatoide, aterosclerose, fibrose pulmonar Contribui para várias doenças metabólicas, degenerativas ou alterações genéticas → DM2, Alzheimer e câncer - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 9) Identificar o mecanismo de ação das principais classes de antiinflamatórios Inibidores da ciclo-oxigenase Aspirina, AINEs Inibem a COX-1e a COX-2 → inibem a síntese de PGs → tratam dor e febre o Aspirina causa a inativação das COX de forma irreversível o Os inibidores seletivos de COX-2, bloqueiam a COX-2 cerca de 200x mais potente que a COX-1 COX-1 produz PGs envolvidas tanto na inflamação quanto na homeostase COX-2 produz PGs envolvidas apenas das reações inflamatórias, teoricamente (parece que também desempenham funções homeostáticas) → se elas forem envolvidas apenas nas reações inflamatórias, então os antiinflamatórios seletivos não apresentariam a toxicidade dos não seletivos (úlcera) Inibidores seletivos da COX-2 podem aumentar o risco de eventos cardiovasculares e cerebrovasculares, pois prejudicam a produção de prostaciclina (PGI2) pelas células endoteliais, que é um vasodilatador e inibidor da agregação plaquetária e deixam intacta a produção de tromboxano A2 pelas plaquetas mediada pela COX-1, que é um mediador da agregação plaquetária e da vasoconstrição → não é recomendado para pessoas com fatores de risco para doenças cardiovasculares OBS: não bloqueiam a via da lipoxigenase → não inibe produção de leucotrienos → não elimina completamente os sinais e sintomas inflamatórios Ações: o Anti-inflamatória (vasodilatação, edema) o Analgésica (Pgs, hiperalgesia, Bk, 5-HT, dor) o Antipirética (IL-1, PGs, hipotálamo, febre) Corticosteroides ou glicocorticoides PREJUÍZOS ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS Hidrocortisona, prednisona, prednisolona, dexametasona Reduzem a transcrição de genes que codificam COX-2, fosfolipase A2, citocinas pró-inflamatórias e iNOS o Estimulam um RNA mensageiro, que permite a síntese de proteínas que medeiam às ações hormonais → ação anti- inflamatória, diminuição do acúmulo de basófilos, eosinófilos e leucócitos nos tecidos pulmonares, modulação da produção de mediadores inflamatórios (citocinas e quimiocinas), inibição da síntese de eicosanoides (PGs) Inibe a fosfolipase A2 → inibe a liberação de AA dos lipídios de membrana Ação anti-inflamatória e imunossupressora → usados para suprimir os mecanismos de defesa do corpo OBS: provocam alterações metabólicas, como variações de açúcar no sangue, hipertensão, perda de potássio
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