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DISCENTE: GIOVANA LANA ALVES PEREIRA NUNES MATRÍCULA: 400181084 TURMA: 3º SEM MR01 DISCIPLINA: PRÁTICAS MÉDICAS III DOSCENTES: LAISA BAPTISTA E FÁBIO ROMICI APS CASO: J.C., 32 anos, sexo feminino, admitida no Pronto Socorro do Hospital Geral com queixa de dor em baixo ventre há dois dias e piora importante há uma hora. À admissão encontrava-se agitada, com muita dificuldade para caminhar sozinha, curvando-se sobre si mesma, com as mãos no abdômen, em posição antálgica. O médico emergencista que a atendeu na emergência, logo a posicionou em decúbito dorsal para realizar o exame físico. No exame palpatório do abdômen observou que a dor piorava à manobra de descompressão brusca, localizada, principalmente, na fossa ilíaca direita. Diante dos dados da anamnese e exame físico constatou que estava diante de um quadro de abdômen agudo de origem desconhecida e solicitou uma tomografia total de abdômen. ATIVIDADE 01: Elabore um protocolo de atendimento, em forma de fluxograma, que oriente a sequência de etapas (avaliação clínica, laboratorial e de imagem) que o médico deve seguir para estabelecer de forma eficaz e eficiente a etiologia de um quadro de abdômen agudo. Geovana_Nunes Realce Geovana_Nunes Realce Geovana_Nunes Realce ATIVIDADE 02: Aplicar o protocolo clínico elaborado na Atividade 1 ao caso clínico apresentado de abdômen agudo, acrescentando as ações médicas, tanto na anamnese quanto no exame físico, necessárias para estabelecer a correta etiologia. Você deve descrever suas tomadas de decisão a cada etapa do protocolo, de acordo com o caso apresentado. Abdome agudo é um quadro caracterizado por ter dor de início súbito ou evolução progressiva, que necessita de definição diagnóstica e conduta terapêutica imediata. Por ser uma condição aguda, é importante fazer um diagnóstico rápido, a fim de reduzir a morbidade e a mortalidade. Na grande maioria dos casos há necessidade do encaminhamento cirúrgico. No caso das pacientes do sexo feminino é extremamente importante não diagnosticar erroneamente uma gravidez ectópica rota, que causa dor abdominal inferior ou suprapúbica de início súbito, ou, nos dois sexos, as causas vasculares com risco de vida, como aneurisma roto ou dissecante da aorta, oclusão da artéria mesentérica e infarto agudo do miocárdio (que podem se apresentar como dor epigástrica). Outro erro comum é diagnosticar a apendicite aguda – especialmente em idosos, crianças, gestantes e naqueles que fazem uso de esteroides – pois a apresentação pode ser atípica. A apendicite precoce apresenta tipicamente dor abdominal central que se desloca para a fossa ilíaca direita cerca de 4 a 6 horas depois. O caso clínico não forneceu os antecedentes do paciente como: patologias, cirurgias prévias, histórico familiar, hábitos alimentares e de vida, história psicossocial e uso de medicamentos. Além disso, há ausência de informações do caso como fatores desencadeantes, fatores de melhora ou piora, tipo da dor e irradiação, assim como, sintomas associados também não foram expostos ou negados: febre, náuseas e vômitos, sudorese, diarreia e sangramento. E os sinais vitais também não foram mencionados, mas devem fazer parte da anamnese representando as funções vitais e guiando o diagnóstico inicial. Na anamnese, a dor deve ser analisada de acordo com o tipo, fatores de melhora e piora, intensidade, localização, evolução e duração. Atenção especial deve ser dada a anorexia, náusea ou vômito, micção, função intestinal, menstruação, contracepção, e ingestão de drogas. Por se tratar de uma mulher em idade fértil deve ser considerando uma possível gravidez. Daí a necessidade de solicitar o exame laboratorial B-hCG. Além disso, a apendicite é uma das principais causas de abdome agudo não traumático, mais comumente encontrada em adultos jovens. O exame físico mais detalhado vai depender do estado clínico do paciente. Em pacientes estáveis, pode-se fazer uma avaliação mais completa. Nos pacientes instáveis, deve-se iniciar o mais precocemente possível a monitorização cardioscópica, oximetria de pulso e acesso periférico. No exame abdominal, deve-se fazer a inspeção, ausculta, palpação e percussão, e, posteriormente, alguns testes clínicos, a fim de se coletar dados como equimoses periumbilicais, herniações, irritação peritoneal (abdome em “tábua”, rígido), cólica, distensão abdominal, efeito de massa localizado, edema, cicatrizes, abaulamentos, ausência de peristalse, ruídos hidroaéreos, presença de sopros, macicez hepática, visceromegalias, dentre outros. No caso, apenas foi constatado que a dor piorava à manobra de descompressão brusca em fossa ilíaca direita. Trata-se do sinal de Blumberg que é caracterizado por uma descompressão dolorosa que indica irritação peritoneal. Apesar de não ter sido citados no caso, os exames laboratoriais são fundamentais para o diagnóstico diferencial. Inclui-se hemograma, leucograma, PCR, função hepática, amilase e/ou lipase sérica, sumário de urina, B-hCG, hemogasometria arterial e lactato. Dentre os exames de imagem, ganham destaque a Tomografia Computadorizada, a Ultrassonografia, radiografias abdominais simples, RNM e a videolaparoscopia. Diante de um quadro de apendicite aguda, espera-se encontrar um diâmetro maior ou igual a 7mm e espessamento da parede (lesão em alvo). Outros sinais aparecem na evolução do quadro inflamatório: edema, fluido peritoneal, abcesso periapendicular. O tratamento depende da etiologia da dor abdominal. O objetivo do manejo do abdome agudo, principalmente à nível emergencial, é descartar patologias com risco maior para o paciente como o abdome agudo cirúrgico. Os pacientes podem receber medicações sintomáticas como analgésicos e antiespasmódicos; em casos de dor incontrolável, pode-se usar morfina. E, em casos de litíase urinária, pode-se usar anti-inflamatórios. Há uma menor probabilidade de que a dor abdominal com duração de mais de 48 horas precise de cirurgia quando comparada com a dor de menor duração.
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