Buscar

SOC 07 RELACOES CULTURAIS 2020

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SOCIOLOGIA
PRÉ-VESTIBULAR 101PROENEM.COM.BR
RELAÇÕES CULTURAIS07
O QUE É CULTURA?
A origem da cultura está depositada no momento em que o 
homem abandona o seu estado de natureza. Esse é o estado de 
diferenciação do homem e dos outros primatas. Esse é o homem 
que deixa o ambiente natural a partir de suas ações por instintos e 
passa a ser guiado por regras, e comportamentos que caracteziram 
o estado de cultura. Esse estado de cultura é composto por padrões 
consolidados e organizados pelos grupos humanos.
Cultura pode ser entendida como tudo aquilo que é produzido 
pelo ser humano. Seria tudo aquilo que compromete o agir, o sentir 
e o pensar das pessoas. São os costumes, a linguagem, os valores 
morais, o comportamento, a religiosidade elementos materiais 
e imateriais e todos os símbolos que constituem uma rede de 
significados criada pela sociedade para que os indivíduos possam 
interagir entre si.
O antropólogo Clifford Geertz (1926-2006) entendia a cultura como 
um conjunto de símbolos com significado próprio. Para ele, a cultura 
entrelaça o indivíduo em sociedade a uma teia repleta de símbolos 
e representações que ele mesmo criou, sendo assim, há uma busca 
constante pelo entendimento dos significados desses elementos.
OS SÍMBOLOS PODEM SER 
MATERIAIS OU IMATERIAIS:
A cultura é dinâmica, é algo que sofre a ação do tempo, está 
inserida em um contexto  histórico-social específico. Por isso, a 
cultura é transmitida historicamente, incorporada em símbolos 
e materializada em comportamentos. Assim, a cultura é dotada 
de símbolos, mitos e, segundo Geertz, emblemas e sinais que 
a identificam  e criam uma relação direta entre os indivíduos que 
partilham desses elementos.
As diversidades culturais não são explicadas através de 
aspectos geográficos ou biológicos. O ambiente físico também 
não explica a diversidade cultural, já que as diversas maneiras de 
se comportar estão inseridas em um tempo histórico específico 
e acabam por influenciar as diversas formas de organização 
da sociedade (e não é o território onde elas se encontram que 
determina o seu comportamento).
• Temos como símbolos materiais a alimentação e as 
formas de se vestir, por exemplo.
• Já como símbolos imateriais encontramos a linguagem, os 
ritos religiosos, os valores morais, entre outros.
Pensemos em uma criança nascida no Brasil que é adotada 
por uma família no Japão. Ora, toda a sua maneira de se comportar 
será de uma menina japonesa, seu modo de se vestir, de se 
comportar diante das questões sociais, sua alimentação e valores 
morais serão de acordo com o que aprendeu ao longo da vida, e 
isso não foi determinado pelo lugar onde nasceu. Muito menos 
pelo aspecto biológico. A genética não determina “comportamento 
social”, não determina e nem torna um sujeito mais ou menos pré-
disposto para determinado hábito que se dá através da apreensão.
A cultura seria uma forma de se expressar diante do mundo. 
Cada organização social tem a sua forma de se mostrar para os 
outros, e, criando uma linguagem própria acaba, também, por 
criar uma teia que agrega todos aqueles que fazem parte dela. A 
área que se ocupa do estudo dos diferentes comportamentos e os 
entende a partir das diferenças, das particularidades dentro de uma 
lógica social e histórica, é a Antropologia Cultural.
Já a Antropologia Biológica estuda as características físicas 
das ditas etnias e, em outros momentos, as chamadas “raças”, 
dentro de uma perspectiva evolucionista. Assim, utilizam estudo 
dos fósseis e arqueologia dos povos. O grande questionamento que 
se faz é acerca da interferência genética ao comportamento social. 
Um indivíduo que nasce e cresce numa dada cultura apreende 
símbolos que são seus referenciais de Identidade Cultural. Seus 
comportamentos dentro dessa sociedade estarão disponíveis 
de acordo com o que absorveu durante todo o seu processo de 
aprendizado. E quando entramos em contato com outras culturas? 
Sabemos que as relações sociais e o contato com outras culturas 
levam a trocas culturais. A diversidade, quando observada sob esse 
olhar, nos leva a crer que mudanças de valores, comportamentos e 
de símbolos em geral, podem ocorrer.
No momento em que culturas diversas interagem, a troca 
é mútua e as mudanças ocorrem para todas elas, porém não 
da mesma forma e não rapidamente. O longo processo de 
transformação cultural leva um tempo para se concretizar e não 
se cristaliza rapidamente, já que as culturas estão em constante 
contato e, portanto, em constante transformação.
TEORIAS
EVOLUCIONISMO SOCIAL
Com forte inspiração no Darwinismo Social, de maneira geral, 
pode ser definido na crença de  que as sociedades mudariam 
e evoluiriam em sentido sendo que tais transformações 
apresentavam a transposição de um nível menos elevado para 
um estágio superior. De maneira análoga ao desenvolvimento do 
homem, as sociedades também estariam sujeitas à Lei da Seleção 
Natural. Dentro de um determinado contexto, prevaleceriam as 
sociedades mais aptas e capazes sendo as outras extintas, seja pela 
luta com as mais “desenvolvidas”, seja pela dificuldade de superar 
obstáculos naturais. Edward Tylor, Lewis Morgan e Herbert Spencer 
e James Frazer são seus teóricos mais influentes. O entendimento 
evolucionista proposto por Tylor pode ser representado por uma 
linha do tempo de avanço em estágios:
Início
Selvageria Barbárie Civilização
O Evolucionismo e o próprio Darwinismo Social foram utilizados 
como justificativa para muitas dominações ao longo da História. 
Como exemplo clássico desse processo, temos o Imperialismo no 
século XIX. Países como Inglaterra, França, Portugal e outros, em 
nome da conquista de novos mercados, deslocamento de capital 
excessivo e procura de mão de obra barata, buscaram, dominaram 
e influenciaram de forma arbitrária e, muitas vezes, unilateral, áreas 
consideradas por eles menos evoluídas e carentes de civilização 
e cultura. Esse processo acabou por hierarquizar as culturas e 
favorecer aqueles que tinham poder bélico econômico e, por esse 
motivo, acabam por destruir todas as organizações culturais 
existentes em países da África e da Ásia, por exemplo.
R
ep
ro
du
çã
o 
pr
oi
bi
da
 A
rt.
 1
84
 d
o 
C
P.
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR102
SOCIOLOGIA 07 RELAÇÕES CULTURAIS
PARTICULARISMO HISTÓRICO
O antropólogo alemão Franz Boas (1858-1942) entende 
que cada povo possui e está inserido em um tempo histórico: a 
composição cultural desses povos deveria ser compreendida de 
acordo com seus processos históricos, sem juízos de valor.
FUNCIONALISMO 
Bronislaw Malinowski (1884-1942) no século XX, desenvolveu 
uma perspectiva funcionalista da Antropologia, e investigava as 
mudanças e as diferenças, entendendo que algumas características 
não tinham razões para permanecerem. Percebemos uma visão 
eurocêntrica em seus estudos. 
ESTRUTURALISMO 
Claude Lévi-Strauss (1908-
2009), através de estudos 
etnológicos no Brasil, teve a 
percepção de que o homem 
sai do seu estado natural e se 
incorpora ao seu estado cultural 
quando aprende a cozinhar, 
aprende uma linguagem, e um 
conjunto de símbolos. Nessa 
medida, a identidade cultural 
é uma só, mesmo a brasileira 
que, composta por tantas 
diferenças em si mesma, é 
rica em diversidade e pluralidade. Reconhecido como um dos mais 
importantes antropólogos do século XX, Lévi-Strauss afi rma que 
há elementos universais, ou seja, categorias culturais presentes em 
toda sociedade humana. Esses elementos são as estruturas sociais. 
É fundamental ressaltar que, apesar de universais, as estruturas 
apresentam diferenças e particularidades dentro de cada cultura.
CULTURA E DIVERSIDADE
ETNOCENTRISMO
Vendo a partir da cultura e sua diversidade, assim como da 
pluralidade dos processos de formação de identidades aos quais 
os indivíduos se vinculam, percebe-se que há equivalência nos 
procedimentos ao nos diferenciarmos uns dos outros. A ideia 
de cultura coloca em pé de igualdade todas as suas diferentes 
manifestações, em outras palavras:cada cultura é equivalente a 
qualquer outra cultura. A difi culdade de aceitar a diversidade de 
culturas e identidades, ainda mais que estas são equivalentes, é o 
que se chama de etnocentrismo. 
O termo etnocentrismo não é novo, foi cunhado em 1906 pelo 
sociólogo William G. Summer, que defi niu como a “visão de mundo 
na qual o centro de tudo é o próprio grupo a que o indivíduo 
pertence; todas as coisas e todos os outros grupos são medidos 
e avaliados em relação a ele. ” A defi nição de Summer aponta que 
cada “cada grupo pensa que seus próprios costumes são os únicos 
válidos e se ele observa que outros grupos têm outros costumes, 
encara-os com desdém. ”
Exemplos de etnocentrismo estão em nosso cotidiano, como 
a intolerância religiosa que manifesta a difi culdade de aceitação 
da pluralidade de crenças existentes no Brasil e no mundo. Outros 
exemplos de etnocentrismo são: o preconceito de nacionalidades 
(xenofobia) entre nativos de um país e migrantes que por ali 
passam ou permanecem; o preconceito étnico que estigmatiza 
uma cultura ou etnia, como a expansão europeia na América 
chamava os povos ameríndios de “selvagens”, “bárbaros” e 
hoje se fala de “atrasados”, “subdesenvolvidos”; e o racismo que 
estabelece preconceituosamente uma hierarquias de “raças”, 
https://pt.wikipedia.org/wiki/
Claude_L%C3%A9vi-Strauss#/media/
Ficheiro:Levi-strauss_260.jpg
discriminando povos e considerando que um grupo seja superior 
ao outro com base em características físicas, de traços, de línguas, 
de comportamento e etc. 
RELATIVISMO CULTURAL 
Concomitantemente, a visão das ciências sociais baseada 
nos estudos, pesquisas, experiências e métodos científi cos que 
prosperam para um alargamento do horizonte da visão que sujeitos 
tem do mundo é o relativismo cultural, que designa a igualdade e a 
equivalência entre as culturas e identidades sociais.
A constatação que todos pertencemos a uma cultura, que todas as 
culturas são equivalentes, e a busca por compreender particularidades 
e a diversidade, é o que chamamos de relatividade cultural.
PROTREINO
EXERCÍCIOS
01. Defi na brevemente Cultura.
02. Aponte as principais características do Etnocentrismo.
03. Aponte exemplos materiais e imateriais da cultura.
04. Fale sobre características do Relativismo Cultural.
05. Cite brevemente as principais características do Estruturalismo 
antropológico para Lévi-Strauss.
PROPOSTOS
EXERCÍCIOS
01. (ENEM) 
Queijo de Minas vira patrimônio cultural brasileiro
O modo artesanal da fabricação do queijo em Minas Gerais 
foi registrado nesta quinta-feira (15) como patrimônio cultural 
imaterial brasileiro pelo Conselho Consultivo do Instituto do 
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O veredicto foi 
dado em reunião do conselho realizada no Museu de Artes e Ofícios, 
em Belo Horizonte. O presidente do Iphan e do conselho ressaltou 
que a técnica de fabricação artesanal do queijo está “inserida na 
cultura do que é ser mineiro”.
Folha de S. Paulo, 15 maio 2008.
Entre os bens que compõem o patrimônio nacional, o que pertence 
à mesma categoria citada no texto está representado em:
a) 
R
ep
ro
du
çã
o 
pr
oi
bi
da
 A
rt.
 1
84
 d
o 
C
P.
PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR
07 RELAÇÕES CULTURAIS
103
SOCIOLOGIA
b) 
c) 
d) 
e) 
02. (ENEM) A recuperação da herança cultural africana deve levar 
em conta o que é próprio do processo cultural: seu movimento, 
pluralidade e complexidade. Não se trata, portanto, do resgate 
ingênuo do passado nem do seu cultivo nostálgico, mas de 
procurar perceber o próprio rosto cultural brasileiro. O que se quer é 
captar seu movimento para melhor compreendê-lo historicamente.
MINAS GERAIS. Cadernos do Arquivo 1: Escravidão em Minas Gerais. 
Belo Horizonte: Arquivo Público Mineiro, 1988.
Com base no texto, a análise de manifestações culturais de origem 
africana, como a capoeira ou o candomblé, deve considerar que elas
a) permanecem como reprodução dos valores e costumes africanos.
b) perderam a relação com o seu passado histórico.
c) derivam da interação entre valores africanos e a experiência 
histórica brasileira.
d) contribuem para o distanciamento cultural entre negros e 
brancos no Brasil atual.
e) demonstram a maior complexidade cultural dos africanos em 
relação aos europeus.
03.(UPE) Observe a tirinha a seguir:
Percebem-se, na fala de Susanita, aspectos preconceituosos em 
relação às classes sociais menos favorecidas.
Que conceito sociológico é contrário às ideias contidas na fi gura?
a) Etnocentrismo.
b) Relativismo cultural.
c) Acomodação.
d) Competição.
e) Antropofagia.
04.Sobre a diversidade cultural, julgue se as afi rmativas abaixo são 
verdadeiras ou falsas e assinale a alternativa correta.
I. Cada cultura produz um processo de socialização diverso.
II. Há trocas simbólicas em todas as culturas.
III. Quando há problemas de comunicação entre sociedades 
diferentes, tende-se a ocorrer graves conflitos.
IV. No Brasil existe somente uma cultura: a brasileira.
V. Toda pessoa que nasce no Brasil se considera genuinamente 
brasileira.
a) Somente as afi rmativas I e II estão corretas.
b) Somente as afi rmativas II e III estão corretas.
c) Somente as afi rmativas I, II e III estão corretas.
d) Somente as afi rmativas III e IV estão corretas.
e) Somente as afi rmativas II, III e V estão corretas.
05. Em geral, cada povo se crê, de boa fé, superior a outro; e basta 
que as paixões se intrometam, eis que a guerra explode: mata-se 
tanto quanto se pode, de uma parte e de outra, como se esmagam 
insetos. Mais se mata, mais se é glorioso. 
RANCIÈRE, Jacques. O mestre ignorante: cinco lições sobre a emancipação intelectual. 
Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015, p. 132.
Assinale a alternativa que apresenta o conceito sociológico 
que melhor representa a crença de um povo em relação a outro, 
apresentada no texto da questão. 
a) Relativismo Cultural.
b) Etnocentrismo.
c) Racismo.
d) Ideologia.
e) Alienação. 
R
ep
ro
du
çã
o 
pr
oi
bi
da
 A
rt.
 1
84
 d
o 
C
P.
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR104
SOCIOLOGIA 07 RELAÇÕES CULTURAIS
06.(UNESP) Cada cultura tem suas virtudes, seus vícios, seus 
conhecimentos, seus modos de vida, seus erros, suas ilusões. Na 
nossa atual era planetária, o mais importante é cada nação aspirar 
a integrar aquilo que as outras têm de melhor, e a buscar a simbiose 
do melhor de todas as culturas. A França deve ser considerada 
em sua história não somente segundo os ideais de Liberdade-
Igualdade-Fraternidade promulgados por sua Revolução, mas 
também segundo o comportamento de uma potência que, como 
seus vizinhos europeus, praticou durante séculos a escravidão 
em massa, e em sua colonização oprimiu povos e negou suas 
aspirações à emancipação. Há uma barbárie europeia cuja cultura 
produziu o colonialismo e os totalitarismos fascistas, nazistas, 
comunistas. Devemos considerar uma cultura não somente 
segundo seus nobres ideais, mas também segundo sua maneira 
de camuflar sua barbárie sob esses ideais.
(Edgard Morin. Le Monde, 08.02.2012. Adaptado.)
No texto citado, o pensador contemporâneo Edgard Morin 
desenvolve
a) reflexões elogiosas acerca das consequências do 
etnocentrismo ocidental sobre outras culturas.
b) um ponto de vista idealista sobre a expansão dos ideais da 
Revolução Francesa na história.
c) argumentos que defendem o isolamento como forma de 
proteção dos valores culturais.
d) uma reflexão crítica acerca do contato entre a cultura ocidental 
e outras culturas na história.
e) uma defesa do caráter absoluto dos valores culturais da 
Revolução Francesa.
07. (UFG) Leia a receita apresentada a seguir.
TACACÁ
2 litros de tucupi temperado
4 dentes de alho
4 pimentas de cheiro
4 maços de jambu
1
2
 kg de camarão
1
2
 xícara de goma de mandioca
Sal a gosto
Modo de servir: muito quente, em cuias, temperado com pimenta.
Disponível em: <www.receitastipicas.com/receita/tacaca.html>. 
 Acesso em: 9 set. 2013.
Comer é um ato social, histórico, geográfico, religioso, econômico 
e cultural.O preparo dos alimentos, a escolha dos ingredientes 
e a maneira de servir identificam um grupo social e ajudam a 
estabelecer uma identidade cultural. Essa receita, “Tacacá”, comida 
muito apreciada na culinária paraense, demonstra
a) uma interação cultural, com a incorporação de ingredientes 
advindos de tradições culinárias distintas.
b) um modo de preparo espontâneo, associado aos padrões 
culinários da colônia.
c) um modelo ritualista de servir, vinculado ao formalismo 
religioso africano.
d) um modo de utilizar os ingredientes provenientes do 
extrativismo, associado ao nomadismo dos quilombos.
e) uma imposição de identidade cultural, pelo uso de produtos 
cultivados em áreas sertanejas.
08.(ENEM) 
Texto I
Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos habitantes 
indígenas como “os brasis”, ou “gente brasília” e, ocasionalmente 
no século XVII, o termo “brasileiro” era a eles aplicado, mas as 
referências ao status econômico e jurídico desses eram muito 
mais populares. Assim, os termos “negro da terra” e “índios” eram 
utilizados com mais frequência do que qualquer outro.
SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. Pensando o Brasil: a construção de 
um povo. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem Incompleta: a experiência brasileira (1500-2000).
São Paulo: Senac, 2000 (adaptado).
Texto II
Índio é um conceito construído no processo de conquista da 
América pelos europeus. Desinteressados pela diversidade cultural, 
imbuídos de forte preconceito para com o outro, o indivíduo de 
outras culturas, espanhóis, portugueses, franceses e anglo-saxões 
terminaram por denominar da mesma forma povos tão díspares 
quanto os tupinambás e os astecas.
SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. 
 São Paulo: Contexto, 2005.
Ao comparar os textos, as formas de designação dos grupos nativos 
pelos europeus, durante o período analisado, são reveladoras da
a) concepção idealizada do território, entendido como 
geograficamente indiferenciado.
b) percepção corrente de uma ancestralidade comum às 
populações ameríndias.
c) compreensão etnocêntrica acerca das populações dos 
territórios conquistados.
d) transposição direta das categorias originadas no imaginário 
medieval.
e) visão utópica configurada a partir de fantasias de riqueza.
09.(ENEM PPL) O antropólogo americano Marius Barbeau 
escreveu o seguinte: sempre que se cante a uma criança uma 
cantiga de ninar; sempre que se use uma canção, uma adivinha, 
uma parlenda, uma rima de contar, no quarto das crianças ou na 
escola; sempre que ditos e provérbios, fábulas, histórias bobas e 
contos populares sejam representados; aí veremos o folclore em 
seu próprio domínio, sempre em ação, vivo e mutável, sempre 
pronto a agarrar e assimilar novos elementos em seu caminho.
UTLEY, F. L. Uma definição de folclore. In: BRANDÃO, C. R. O que é folclore. São Paulo: 
Brasiliense, 1984 (adaptado).
O texto tem como objeto a construção da identidade cultural, 
reconhecendo que o folclore, mesmo sendo uma manifestação 
associada à preservação das raízes e da memória dos grupos 
sociais,
a) está sujeito a mudanças e reinterpretações.
b) deve ser apresentado de forma escrita.
c) segue os padrões de produção da moderna indústria cultural.
d) tende a ser materializado em peças e obras de arte eruditas.
e) expressa as vivências contemporâneas e os anseios futuros 
desses grupos.
10. (ENEM PPL) O Baile Charme, uma das mais conhecidas 
manifestações culturais do povo carioca, fica cadastrado como 
bem cultural de natureza imaterial da cidade. O decreto considera 
o Baile Charme uma genuína invenção carioca, e destaca a riqueza 
de sua origem na musicalidade africana, que abriga ritmos como 
o soul, o funk e o rythim’n blues, da fonte norte-americana, e o 
choro, o samba e a bossa-nova, criações nascidas no Rio. O Baile 
Charme é cultuado, principalmente na Zona Norte da cidade, seja 
em clubes, agremiações recreativas e espaços públicos como a 
área do Viaduto de Madureira.
Disponível em: www.jb.com.br. Acesso em: 2 mar. 2013 (adaptado).
R
ep
ro
du
çã
o 
pr
oi
bi
da
 A
rt.
 1
84
 d
o 
C
P.
PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR
07 RELAÇÕES CULTURAIS
105
SOCIOLOGIA
Segundo o texto, o cadastramento do Baile Charme como bem 
imaterial da cidade do Rio de Janeiro ocorreu porque essa 
manifestação cultural
a) possui um grande apelo de público.
b) simboliza uma região de relevância social.
c) contém uma pluralidade de gêneros musicais.
d) reflete um gosto fonográfico de camadas pobres.
e) representa uma diversidade de costumes populares.
11. (ENEM PPL 2016) Quando refletimos sobre a questão da 
justiça, algumas associações são feitas quase intuitivamente, 
tais como a de equilíbrio entre as partes, princípio de igualdade, 
distribuição equitativa, mas logo as dificuldades se mostram. Isso 
porque a nossa sociedade, sendo bastante diversificada, apresenta 
uma heterogeneidade tanto em termos das diversas culturas que 
coexistem em um mundo interligado como em relação aos modos de 
vida e aos valores que surgem no interior de uma mesma sociedade.
CHEDIAK, K. A pluralidade como ideia reguladora: a noção de justiça a partir da filosofia 
de Lyotard. Trans/Form/Ação, n. 1, 2001 (adaptado).
A relação entre justiça e pluralidade, apresentada pela autora, está 
indicada em: 
a) A complexidade da sociedade limita o exercício da justiça e a 
impede de atuar a favor da diversidade cultural. 
b) A diversidade cultural e de valores torna a justiça mais 
complexa e distante de um parâmetro geral orientador. 
c) O papel da justiça refere-se à manutenção de princípios fixos e 
incondicionais em função da diversidade cultural e de valores. 
d) O pressuposto da justiça é fomentar o critério de igualdade a fim 
de que esse valor tome-se absoluto em todas as sociedades. 
e) O aspecto fundamental da justiça é o exercício de dominação e 
controle, evitando a desintegração de uma sociedade diversificada.
12. (ENEM PPL 2014) Desde 2002, o Instituto do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional (lphan) tem registrado certos bens 
imateriais como patrimônio cultural do país. Entre as manifestações 
que já ganharam esse status está o ofício das baianas do acarajé. 
Enfatize-se: o ofício das baianas, não a receita do acarajé. 
Quando uma baiana prepara o acarajé, há uma série de códigos 
imperceptíveis para quem olha de fora. A cor da roupa, a amarra 
dos panos e os adereços mudam de acordo com o santo e com 
a hierarquia dela no candomblé. O lphan conta que, registrando o 
ofício, “esse e outros mundos ligados ao preparo do acarajé podem 
ser descortinados”. 
KAZ, R. A diferença entre o acarajé e o sanduiche de Bauru. Revista de História da 
Biblioteca Nacional, n 13, out. 2006 (adaptado).
 De acordo com o autor, o Iphan evidencia a necessidade de se 
protegerem certas manifestações históricas para que continuem 
existindo, destacando-se nesse caso a 
a) mistura de tradições africanas, indígenas e portuguesas no 
preparo do alimento por parte das cozinheiras baianas. 
b) relação com o sagrado no ato de preparar o alimento, 
sobressaindo-se o uso de símbolos e insígnias pelas cozinheiras. 
c) utilização de certos ingredientes que se mostram cada vez mais 
raros de encontrar, com as mudanças nos hábitos alimentares. 
d) necessidade de preservação dos locais tradicionais de preparo 
do acarajé, ameaçados com as transformações urbanas no país. 
e) importância de se treinarem as cozinheiras baianas a fim de 
resgatar o modo tradicional de preparo do acarajé, que remonta 
à escravidão. 
13. (UNIOESTE 2014) Como a Antropologia provou à exaustão ao 
longo do século XX, cada sociedade humana possui sua própria 
cultura, sua própria visão de mundo. No entanto, em nossa vivência 
cotidiana, tendemos a sobrevalorizar a identidade de nosso grupo 
diante de outras identidades culturais, tomando nossa visão de 
mundo como parâmetro de cultura e de sofisticação. Na visão 
etnocêntrica nós somos 'cultos', 'educados', 'civilizados', 'limpos'etc. e os outros, ao contrário, tendem a aparecer como 'ignorantes', 
'sem educação', 'selvagens', 'sujos' etc. Com base no que foi dito, 
escolha a alternativa abaixo que define CORRETAMENTE o conceito 
de etnocentrismo. 
a) Visão de mundo que considera o nosso próprio grupo cultural 
como centro de tudo e todas as demais variações culturais são 
julgadas através de nossos valores. 
b) Visão de mundo que considera a igualdade inata de todos os 
grupos culturais. 
c) Visão de mundo fundamentada na alteridade e no 
reconhecimento da legitimidade das diferenças entre os vários 
grupos culturais. 
d) Visão de mundo fundamentada no uso da ciência para julgar e 
classificar as diversas expressões culturais. 
e) Visão de mundo que considera que todas as expressões culturais 
podem contribuir para o desenvolvimento da espécie humana.
14. (UNIOESTE 2013) A antropóloga norte-americana Margaret 
Mead, em sua obra Sexo e Temperamento, pesquisa sobre o 
condicionamento das personalidades sociais de homens e 
mulheres. Descreve os comportamentos típicos de cada sexo em 
três culturas diferentes da Nova Guiné da seguinte maneira: “Numa 
delas (os Arapesh), homens e mulheres agiam como esperamos 
que mulheres ajam: de um suave modo parental e sensível; na 
segunda (os Mundugumor), ambos agiam como esperamos que os 
homens ajam: com bravia iniciativa; e na terceira (os Tchambuli), os 
homens agem segundo o nosso estereótipo para as mulheres, são 
fingidos, usam cachos e vão às compras, enquanto as mulheres 
são enérgicas, administradoras e parceiras desadornadas.” 
MEAD, M. Sexo e Temperamento, prefácio à edição de 1950.
Partindo da análise do texto transcrito acima, assinale a alternativa 
correta. 
a) O sexo, no seu aspecto biológico, é o fator determinante 
dos temperamentos masculinos e femininos nas diferentes 
sociedades.
b) O condicionamento cultural é de fundamental importância na 
definição de temperamentos e de papéis sociais de homens e 
mulheres nas diferentes sociedades. 
c) As diferenças biológicas entre homens e mulheres determinam 
todas as diferenças culturais associadas aos sexos, moldando 
temperamentos e papéis sociais de homens e mulheres. 
d) Em qualquer sociedade, homens são fortes, agressivos, 
dominadores, calculistas, controlam as relações sociais e 
sexuais; as mulheres são frágeis, submissas, passionais, 
temperamentais, vaidosas. 
e) Homens e mulheres são morfologicamente diferentes, portanto, 
apresentam diferenças de temperamento e de aprendizado, 
uns sendo mais aptos para algumas tarefas sociais e papéis 
sociais que outros. 
R
ep
ro
du
çã
o 
pr
oi
bi
da
 A
rt.
 1
84
 d
o 
C
P.
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR106
SOCIOLOGIA 07 RELAÇÕES CULTURAIS
15. (UEL 2009) Leia o texto.
Kino ouviu a leve batida das ondas da manhã na praia. Como era 
bom... Tornou a fechar os olhos para escutar a música dentro 
dele. Talvez só ele fi zesse isso, talvez todos os homens da sua 
raça também fi zessem. Tinham sido em outros tempos grandes 
fazedores de cantigas, de modo que tudo viam, pensavam, faziam 
ou ouviam virava cantiga. Era assim havia muito, muito tempo. As 
cantigas haviam fi cado e Kino as conhecia, mas não havia cantigas 
novas. Não era que não houvesse cantigas pessoais. Naquele 
momento mesmo, havia na cabeça de Kino uma cantiga clara e 
terna e, se ele pudesse dar voz aos seus pensamentos, iria chamar-
lhe a Cantiga da Família.
(STEINBECK, J. A Pérola. São Paulo: Círculo do Livro, p. 8.)
De acordo com o texto, assinale a alternativa correta. 
a) A cultura se mantém pela tradição, contudo ela pode ser 
continuamente recriada com a fi nalidade de exprimir as novas 
realidades vividas por indivíduos e grupos sociais.
b) A cultura herdada torna-se desnecessária à medida que os 
anos passam, sendo, portanto, salutar que os homens do 
presente esqueçam seus antepassados.
c) A música é o ponto de partida da formação de um povo, pois é a 
partir do momento em que os homens compõem e transmitem 
sonoramente suas ideias que passam a ter cultura.
d) São indivíduos isolados cujos valores se desenvolvem com 
independência em relação à base material que têm diante de 
si constituem o ponto de partida para a formação da cultura de 
um determinado povo.
e) Certas raças não conseguem se desenvolver culturalmente, 
razão pela qual se limitam a exprimir sua história pela música 
em vez de o fazerem pela linguagem
16. "O grupo do 'eu' faz, então, de sua visão a única possível, ou 
mais discretamente se for o caso, a melhor, a natural, a superior, a 
certa. O grupo do 'outro' fi ca, nessa lógica, como sendo engraçado, 
absurdo, anormal ou inteligível".
ROCHA, Everardo P. Guimarães. O que é etnocentrismo. 1. ed. 
São Paulo: Brasiliense, 1984, p. 9
A citação explicita o fenômeno social denominado etnocentrismo. 
Assinale entre as alternativas abaixo aquela que explica o conceito. 
a) O etnocentrismo demonstra como convivemos em harmonia 
com grupos e indivíduos que pertencem a uma cultura diversa 
ou são reconhecidos como “diferentes” por não seguirem os 
padrões de comportamento socialmente aceitos na sociedade 
em que vivemos. 
b) O etnocentrismo é uma visão de mundo (que pode compreender 
ideias e ideologias) em que nosso próprio grupo é tomado 
como centro de referência e todos os outros são pensados e 
avaliados através de nossos valores, nossos modelos e nossas 
defi nições do que é a existência. 
c) O etnocentrismo é uma visão de mundo (que pode compreender 
ideias e ideologias) em que buscamos não julgar e não avaliar 
as diferenças e sim compreender as especifi cidades culturais 
de cada grupo ou cultura. 
d) O etnocentrismo demonstra a luta de classe nas sociedades 
capitalistas a partir da teoria marxista. 
e) O etnocentrismo é uma teoria que explica por que não devemos 
interferir nas outras culturas.
17. Observe a fi gura e leia o texto a seguir.
Orlan foi a primeira artista a utilizar a cirurgia estética nas suas 
performances com a intenção de transformar a operação em um 
evento artístico e não obter um resultado fi nal que adequasse seu 
rosto aos padrões de beleza vigentes. A fi gura faz parte de uma 
série de autorretratos produzidos a partir da apropriação de práticas 
de intervenções corporais provenientes de outras tradições e da 
hibridização do seu rosto com imagens de registros etnográfi cos, 
por meio da manipulação digital. Esses autorretratos buscam o 
mesmo apelo visual que as propagandas de produtos de beleza.
Adaptado de Entrevista: “Orlan, artiste: Mon corps est devenu un lieu public de débat”.
(Orlan, artista: Meu corpo se tornou um lugar público de debate). In: Le Monde. Paris, 22 
abr. 2009
Com base na fi gura e no texto, considere as afi rmativas a seguir.
I. Ao evidenciar a falta de um padrão universal de beleza feminina, 
Orlan indica que a beleza é construída socialmente.
II. Orlan, ao problematizar o estatuto do corpo e da beleza nas 
sociedades de culturas tradicionais, questiona os padrões de 
beleza da sociedade ocidental contemporânea.
III. Ao recorrer às imagens e às práticas de intervenções corporais 
de outras culturas, Orlan revela que o que é considerado feio diz 
respeito às culturas tradicionais.
IV. O processo de hibridização da imagem do rosto de Orlan 
com máscaras africanas, ou outras representações, visa à 
constituição de um novo conceito de beleza.
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afi rmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afi rmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afi rmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afi rmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afi rmativas II, III e IV são corretas.
18.
(...) A terra não é de um dono só. 
A roça também não é de um dono só. 
Ninguém come as coisas da roça sozinho. 
As coisas da roça a gente sempre divide com os parentes. 
Divide com quem está precisando. 
A caça também não é de um dono só. 
Quando alguém mata um bicho para comer, 
ele não come sozinho. Ele sempre divide. 
Quando mata o peixe,divide, 
Quando faz bebida, divide, 
Sempre divide. (...)
CIMI, História dos povos indígenas, Petrópolis, RJ: Vozes, 1987
O poema canta a aceitação de uma visão de alguém que adquiriu 
hábitos e formação para dividir bens e produtos com seus 
semelhantes. É alguém que recebeu uma educação que o identifi ca 
com os outros. Dessa forma, pode-se considerar que é pelo hábito 
e pela educação que um povo constrói 
a) cultura. b) biótipo. c) mania. d) culpa. e) etnia.
R
ep
ro
du
çã
o 
pr
oi
bi
da
 A
rt.
 1
84
 d
o 
C
P.
PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR
07 RELAÇÕES CULTURAIS
107
SOCIOLOGIA
19. Trata-se de um processo de aquisição, que ocorre por meio 
de vários grupos de culturas diversas, permitindo que indivíduos 
de uma cultura aprendam o comportamento ou as tradições 
de indivíduos de outra cultura. É errado pensar que uma cultura 
desapareça por completo, após sofrer influências de outra cultura. 
A cultura morre junto com o seu povo e, muitas vezes, se fortalece 
quando mescla sua cultura com a de outros povos. Devemos 
considerar que, mesmo nos tempos feudais e mercantis, nenhum 
povo conseguia viver constantemente isolado e que a cultura é um 
processo dinâmico em constante formação e expansão. A cultura 
não é estática ou mórbida, seja por fatores históricos, humanos e 
até mesmo bélicos; ela é capaz de perder, reaver ou absorver novas 
referências durante o processo de consolidação ou reorganização 
de uma sociedade.
Ao processo cultural descrito no texto acima dá-se o nome de 
a) Endoculturação. 
b) Etnocentrismo. 
c) Desigualdade. 
d) Contracultura. 
e) Aculturação.
20. Segundo Franz Boas, as pessoas diferem porque suas culturas 
diferem. De fato, é assim que deveríamos nos referir a elas: a 
cultura esquimó ou a cultura judaica, e não a raça esquimó ou 
a raça judaica. Apesar de toda a ênfase que deu à cultura, Boas 
não era um relativista que acreditava que todas as culturas eram 
equivalentes, nem um empirista que acreditava na tábula rasa. 
Ele considerava a civilização europeia superior às culturas tribais, 
insistindo apenas em que todos os povos eram capazes de atingi-
la. Não negava que devia existir uma natureza humana universal 
ou que poderia haver diferenças entre as pessoas de um mesmo 
grupo étnico. O que importava para ele era a ideia de que todos 
os grupos étnicos são dotados das mesmas capacidades mentais 
básicas.
(Steven Pinker. Tábula rasa: a negação contemporânea da natureza humana, 2004. 
Adaptado.)
Considerando o texto, é correto afi rmar que, de acordo com o 
antropologo Franz Boas
a) os critérios para comparação entre as culturas são inteiramente 
relativos. 
b) a vida em estado de natureza é superior à vida civilizada. 
c) as diferenças culturais podem ser avaliadas por critérios 
universalistas. 
d) as diferenças entre as culturas são biologicamente 
condicionadas. 
e) o progresso cultural é uma ilusão etnocêntrica europeia.
05. APROFUNDAMENTO
EXERCÍCIOS DE
01. “A sociologia nos ensina que até mesmo condutas que 
consideramos as mais naturais não são assim tão naturais. Isso 
pode ser pensado com relação à nossa forma de utilizar o banheiro, 
andar e comer, por exemplo.”
Segundo seus estudos, a afi rmação acima é verdadeira ou falsa? 
Justifi que sua resposta.
02.
Segundo as ciências sociais, como se chama o ato de exigir que o 
outro pense tal como penso eu mesmo?
Esse tipo de pré-disposição tem origem em uma percepção 
individual ou coletiva da realidade? Justifi que sua resposta.
03. (UFU) Os debates em torno do chamado “infanticídio indígena” 
– o assassinato de crianças portadoras de defi ciência física 
ou mental, ou de crianças gêmeas, praticado por determinadas 
comunidades indígenas – têm gerado polêmica entre aqueles 
interessados na questão indígena no Brasil. Atualmente, tramita no 
Senado Federal um projeto de lei que visa combater esta prática, 
tida como uma “tradição cultural cruel”, sob a alegação de que se 
deve garantir o direito à vida das crianças indígenas. Defensores 
dos direitos indígenas alegam que o projeto desrespeita a 
autonomia dos povos indígenas no Brasil, e seus modos de vida, 
além de criminalizá-los. 
A partir da leitura do trecho, aponte três exemplos de concepções 
etnocêntricas em relação aos povos indígenas. 
Defi na e exemplifi que o conceito de relativismo cultural.
04.Como Colombo pode estar associado a estes dois mitos 
aparentemente contraditórios, um em que o outro é um “bom 
selvagem” (quando é visto de longe), e o outro em que é um “cão 
imundo”, escravo em potencial? É porque ambos têm uma base 
comum, que é o desconhecimento dos índios, a recusa em admitir 
que sejam sujeitos com os mesmo direitos que ele, mas diferentes. 
Colombo descobriu a América, mas não os americanos. 
TODOROV, Tzvetan. A conquista da América. A questão do outro. São Paulo, Editora 
WMF Martins Fontes, 2010, p. 68-69.
A visão de Cristóvão Colombo em relação aos indígenas americanos, 
descrita no trecho acima, pode ser interpretada a partir de qual 
conceito antropológico? Cite-o e o explique dando exemplos. 
R
ep
ro
du
çã
o 
pr
oi
bi
da
 A
rt.
 1
84
 d
o 
C
P.
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR108
SOCIOLOGIA 07 RELAÇÕES CULTURAIS
05.
Policiais forçam mulher a tirar burkini em praia da França
Uma foto divulgada nas redes sociais nesta semana intensificou os 
debates na França acerca da proibição dos burkinis, traje de banho 
usado por algumas mulheres muçulmanas. A imagem, feita por um 
fotógrafo francês, mostra uma muçulmana sendo abordada por 
policiais na beira da praia e, aparentemente, sendo obrigada a tirar 
parte de sua roupa.
No último mês, o burkini foi proibido em pelo menos 15 cidades 
litorâneas da França, como uma suposta prevenção a tumultos 
ligados ao radicalismo islâmico. (...) Outra muçulmana, de 34 
anos, também relatou ter sido abordada de forma violenta pela 
polícia, quando estava com seus dois filhos na praia de Cannes. 
“Eu estava usando um véu clássico e não tinha intenção de nadar”, 
disse à agência de notícias AFP. “Não estava vestindo um burkini, 
nem uma burca e não estava nua. Então, considerei a minha roupa 
apropriada”, afirmou.
(...)
Veja, 25 ago. 2016. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/mundo/policiais-forcam-
mulher-a-tirar-burkini-em-praia-da-franca/>. Acesso em 30 ago. 2016.
Responda:
Por que a polícia abordou a mulher muçulmana? Isso é uma forma 
de violência? Explique a partir dos conceitos estudados nas aulas 
de sociologia.
Pense e descreva uma possível solução para o problema relatado 
na notícia acima. 
GABARITO
 EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01. C
02. C
03. B
04. C
05. B
06. D
07. A
08. C
09. A
10. E
11. B
12. B
13. A
14. B
15. A
16. B
17. A
18. A
19. E
20. C
 EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO
01. Esta afirmação é verdadeira. Os estudos de Marcel Mauss, por exemplo, demonstram 
como certas atividades corporais, como andar, comer ou utilizar o banheiro, são 
aprendidas socialmente e seguem muitas normas sociais. Sendo assim, não podem ser 
consideradas como simples atividades naturais. 
02. 
a) Etnocentrismo.
b) Coletiva. O etnocentrismo nunca é um fenômeno totalmente individual. Ele surge a 
partir do momento que as pessoas conhecem somente a sua própria cultura, sendo 
incapazes de perceber e de valorizar outras manifestações culturais.
03. 
a) Como exemplos de concepções etnocêntricas em relação aos povos indígenas 
podemos citar, entre outros fatores, a ideia de eles possuem uma “tradição cultural 
cruel” de infanticídio, que eles andam nus e que caçam usando arco e flecha.
b) Relativismo cultural corresponde à atitude de não julgar os outros a partir de sua 
própria cultura, mas considerar cada cultura a partir de suas características. Como 
exemplo podemos citar leis que reconheçam as formas indígenas de resolução de 
conflitos ou a possibilidade de se fazer escolas indígenas. 
04. A visão de Colombo é uma típica visão etnocêntrica. O etnocentrismo corresponde 
a uma forma de julgar a cultura do outro a partirdos critérios da minha própria cultura, 
considerando a do outro inferior à minha. Isso acontece não somente no caso de 
Colombo, mas quando estranhamos os hábitos alimentares dos estrangeiros ou quando 
julgamos as religiões africanas inferiores às europeias.
05. A polícia abordou a mulher muçulmana por considerar que ela poderia ser uma 
ameaça à ordem pública. Sim, esta pode ser considerada uma forma de violência 
simbólica. Não há qualquer relação direta entre o traje muçulmano em questão (o burkini) 
e o radicalismo violento. Assim, a proibição demonstra como o etnocentrismo se tornou o 
critério para definir os padrões de ordem social, gerando situações constrangedoras para 
as mulheres muçulmanas que foram obrigadas a se despir em local público. 
A incompreensão em relação à cultura do outro é algo bastante comum. De forma geral, 
somente políticas públicas inclusivas, comprometidas com o relativismo cultural e que 
valorizem a diversidade é que podem superar esse tipo de política excludente. 
ANOTAÇÕES
R
ep
ro
du
çã
o 
pr
oi
bi
da
 A
rt.
 1
84
 d
o 
C
P.

Outros materiais

Outros materiais