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Asma e Crise Asmática

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Estágio de Clínica Médica – Pneumologia 
ASMA E CRISE ASMÁTICA 
 
Asma 
✓ Definição 
● Doença comum, potencialmente grave, caracterizada 
pela inflamação crônica das vias aéreas 
● Acontece pela hiperresponsividade brônquica 
o É a resposta constritora exagerada do brônquio a 
estímulos que em situações normais não causariam 
sintomas (em pessoas que não têm asma). 
● É heterogênea (tem várias formas/fenótipos, e também 
gravidades distintas) 
o Sintomas variáveis 
▪ Ao longo do tempo e em intensidade 
o Importante: limitação variável ao fluxo 
expiratório (dado funcional) 
● Obstrução do fluxo aéreo 
o É quando há redução do calibre do brônquio → 
levando à imitação do fluxo expiratório. 
▪ Quando inspira-se profundamente, o ar 
entre com pressão negativa → porém se o 
brônquio está constrito, na hora de expirar é 
muito mais difícil → limitação/dificuldade 
ao fluxo expiratório do paciente. 
o Essa limitação é parcialmente reversível OU 
totalmente reversível, espontaneamente ou após o 
uso de medicação (broncodilatador). 
▪ Pode melhorar sem necessidade do uso de 
medicação! 
✓ Epidemiologia 
● Brasil 
o Prevalência: 10-25% da população 
o Nº de internações em queda desde 2000-2003 até 
2011 → principalmente pelo acesso às medicações 
pelos pacientes (SUS). 
o Em 2013: 129 mil internações e 20 mil mortes. 
✓ Fisiopatologia da asma 
● Mecanismo alérgico 
 
● Via alérgica (mais comum): Aeroalérgenos do ambiente 
+ células apresentadoras de antígenos → células 
apresentadoras de antígenos apresentam os aeroalérgenos 
aos linfócitos T (principalmente linfócitos Th2) → 
mecanismo de formação de eosinófilos e de estímulos de 
linfócitos B → linfócitos B produzem imunoglobulina E 
(IgE) → IgE se liga aos mastócitos (via de sensibilização) 
→ num 2º contato com esse mesmo aeroalérgeno, ocorre a 
degranulação dos mastócitos, com liberação de histamina, 
leucotrienos, prostaglandinas → broncoespasmo + 
produção de muco → mais estímulos ainda aos eosinófilos 
→ célula muscular lisa faz broncoconstrição. 
● Via eosinofílica: estimula somente eosinófilos (através 
de IL-13, IL-5, IL-4) → via somente eosinofílica → existe 
medicação exclusiva para tratar essa via. 
● Via dos neutrófilos: tem mais associação a poluentes, 
infecção, tabagismo → estimula diretamente neutrófilos a 
fazer broncoconstrição → geralmente responde mal ao 
tratamento para asma. 
● A partir desses espectros, tem-se vários fenótipos (ex. 
padrão de eosinófilo alto, padrão neutrofílico). 
✓ Fenótipos 
● Alérgica 
o Associado a rinite, sinusite, dermatite, asma 
desde a infância (com antecedente familiar de 
asma), muita atopia. 
o Nos exames laboratoriais: eosinófilo alto, IgE 
alto (1ª via). 
o É a asma mais comum. 
● Não alérgica 
o É a asma de adultos sem atopia 
o É a via neutrofílica 
o Geralmente tem baixa resposta aos corticoides 
inalatórios 
● Início tardio 
o Início dos sintomas já na vida adulta. 
o Geralmente mulheres 
o Podem ter atopia 
o Respondem até bem aos corticoides, mas em 
doses mais altas → pode ter perfil refratário ao 
tratamento. 
● Limitação fixa ao fluxo aéreo 
o Existe uma reversibilidade ao fluxo aéreo na 
maior parte dos pacientes com asma → aqui 
normalmente a inflamação é de tão longo prazo, 
paciente fica muitos anos sem tratar → inflamação 
acaba gerando fibrose do brônquio, e ele não tem 
mais a reversibilidade → fica com a limitação fixa 
ao fluxo aéreo → asma fica muito semelhante ao 
DPOC. 
● Obesidade 
o Obesidade faz também inflamação eosinofílica 
→ porém mesmo com eosinofilia, nesses casos têm 
baixa resposta ao tratamento com corticoides. 
o Orientar perda de peso 
✓ Diagnóstico 
● Sintomas compatíveis + Variação e limitação ao fluxo 
aéreo (em exame funcional). 
✓ Sintomas 
● Tosse (predominantemente seca) 
● Dispneia (até aos exercícios) 
● Dor torácica tipo opressão 
● Sibilância (chiado) 
● Sintomas pioram à noite ou pela manhã 
● Geralmente são variáveis. 
● Buscar também sintomas de atopia, exposição ambiental 
ou ocupacional 
● Fatores de piora (desencadeantes) dos sintomas: 
o Frio 
o Poluição 
o Aeroalérgenos (pólen, alimentos, ácaros, fungos) 
o Infecção 
✓ Exames funcionais 
● Avalia a limitação ao fluxo aéreo 
● Espirometria com prova broncodilatadora (pré-BD e 
pós-BD) 
● Outros exames: 
o Broncoprovocação 
o Variação do PFE (pico de fluxo expiratório) 
● Espirometria pré e pós-BD 
 
o A curva vermelha é a fase pré-BD 
o A curva verde é a fase pós-BD: ocorre um 
aumento/ganho de função pulmonar 
o O distúrbio mais comum encontrado na 
espirometria é o Distúrbio Ventilatório Obstrutivo 
→ é a relação VEF1/CVF < LIN ou < 0,7 
o A resposta ao broncodilatador está presente 
quando existe uma variação do VEF1 pré e pós-BD 
de 200 mL + 12% do pré-BD OU de 200 mL + 7% 
do previsto do pré-BD. 
● OBS.: Espirometria normal 
o Não afasta diagnóstico de asma 
o Se alta suspeição, seguir investigação 
 
● Teste de broncoprovocação 
 
o Usa-se substâncias constritoras para o pulmão 
(ex. metacolina ou histamina) → faz inalação → 
depois repete a prova de função pulmonar 
o Se queda progressiva do VEF1 > ou = 20%, trata-
se de uma via aérea responsiva. 
o Quando é positiva, não obrigatoriamente é asma 
→ pode ser qualquer doença que tenha reatividade 
de via aérea: asma, rinite alérgica, fibrose cística. 
o Quando é negativo, exclui asma → buscar outro 
diagnóstico. 
● Pico de fluxo expiratório (PEF) 
o Medido com aparelho portátil. 
o Medidas matinais e vespertinas pelo próprio 
paciente, por 1 a 2 semanas. 
o Se variação exagerada do PEF > 20%, trata-se de 
um diagnóstico sugestivo de asma (Diretriz 
Brasileira) 
o Se variação do PEF > 10%, trata-se de suspeição 
alta para o diagnóstico de asma (GINA). 
o Papel importante em hipóteses de asma funcional 
(ex. paciente que começou a trabalhar e apresentar 
sintomas depois do trabalho) → fazer PEF durante 
o trabalho e no período de folga → se + (encaixa 
nas variações), pode-se dizer que é asma 
ocupacional. 
o Pode ser usado nas crises de asma para entender 
a gravidade. 
✓ Outros exames 
● Prick test 
o Exame com várias medidas de processos 
alérgicos (avalia atopia). 
o Medicamento não é acessado pelo teste nunca! 
● Dosagem de IgE (total e específico) 
● Eosinófilos 
● Raio X de tórax 
o Não é feito de rotina para o asmático, mas sempre 
na 1ª avaliação (para entender se há outro 
diagnóstico que não asma). 
o No raio X do asmático não é esperada nenhuma 
alteração relevante. 
✓ Diagnósticos diferenciais 
● DPOC 
o Principalmente a depender da idade (pacientes de 
sintomas de início mais tardio), com exposição ao 
tabagismo, e que tenham limitação fixa ao fluxo 
aéreo. 
● DRGE 
● Rinite/sinusite 
● Bronquiectasias (dilatações irreversíveis dos brônquios) 
o Essas dilatações não são comuns de acontecerem 
na asma. 
● Corpo estranho 
o Se sibilo localizado 
● Disfunção de pregas vocais 
o Se sibilos localizados pelo paciente na região das 
pregas vocais. 
✓ Controle da asma 
● O objetivo final do tratamento é o controle da asma 
(paciente não tenha mais sintomas, absolutamente 
nenhuma doença) 
● Ferramenta útil: 
o 4 palavras-chave: dia, noite, resgate e limitação. 
▪ Sintomas diurnos, sintomas noturnos, uso 
de broncodilatador para resgate, se não tem 
limitação para as atividades habituais 
(incluindo atividade física). 
o A pergunta é sempre referente às últimas 4 
semanas → a cada 4 semanas muda o controle do 
paciente. 
 
● Se há uma exacerbação a qualquer momento (crise de 
asma), o paciente já se enquadra como não controlado. 
● Critérios para descontrole da asma: 
 
o Parcialmente controlada: 1 ou 2 dos critérios 
acima 
o Não controlada: 
▪ 3 ou mais dos critérios acima 
▪ Exacerbação no último mês. 
● Frente a uma asma não controlada, há a necessidade de 
mudar o tratamento (“subir etapas”). 
● Se o paciente estácom asma controlada, pode-se 
considerar até mesmo reduzir um step do tratamento. 
✓ Além de controlar sintomas, é preciso reduzir risco futuro (de 
exacerbação, evolução com remodelamento de vias aéreas): 
● Questionar sobre não prescrição de corticoides 
inalatórios ou prescrição inadequada 
● Se está em gestação e/ou avaliar compensação de outras 
comorbidades 
● Avaliar tabagismo e exposição (ex. risco ocupacional) 
● Se já teve intubação ou UTI prévia devido a asma grave 
● Uso de alguma medicação (ex. betabloqueador) que 
pode desencadear novos eventos asmáticos 
✓ OBS.: Controle da asma 
● Checar técnica inalatória 
● Comorbidades controladas? 
● Controle de exposições 
● Em todas as consultas! 
✓ Gravidade 
● O controle expressa a intensidade com que as 
manifestações da asma estão suprimidas pelo tratamento. 
● Gravidade refere-se a quantidade de medicação 
necessária para que se atinja o controle 
o Diz respeito a qual etapa do tratamento esse 
paciente se encontra para deixar o controle 
adequado. 
o A gravidade é alterada lentamente com o tempo 
(diferente do controle, que é mais variável). 
 
✓ Asma grave 
● De todos os pacientes asmáticos, 24% fazem tratamento 
com doses elevadas: altas doses de corticoides inalatórios 
ou dose moderada de corticoide inalatório + corticoide 
oral. 
o Desses 24%, 17% têm asma de difícil controle: 
fazem tratamento com doses elevadas, porém têm 
pobre controle dos sintomas. 
▪ Desses 17%, 3,7% é que têm asma grave: 
fazem tratamento com doses elevadas, 
porém tem pobre controle dos sintomas, 
apesar de boa aderência ao tratamento e 
técnica adequada. 
◊ Esses é que têm asma grave de fato 
(não é só usar os medicamentos da 
etapa 5). 
✓ Tratamento baseado em etapas 
● Controle e resgate preferencial com formoterol 
(broncodilatador de longa duração, mas ação rápida) + 
corticoide inalatório 
o Redução de risco de exacerbações graves, 
quando comparado ao uso do beta-2-agonista de 
curta ação isolado. 
 
● OBS.: manutenção = diariamente. 
● Etapa 5: muscarínico de longa duração (ex. tiotrópio), 
medicação imunobiológica. 
● Tentar modificar o tratamento a cada 3 meses 
o Acessa o controle, se bem controlado dá para 
“reduzir a escada”. 
● Alternativa de etapas de tratamento: 
o O que muda aqui é o resgate e as etapas 1 e 2 de 
tratamento. 
 
o LABA (qualquer broncodilatador de longa 
duração) → não necessariamente precisa ser o 
formoterol. 
o LRTA (antileucotrieno). 
o Observar o controle do paciente em 3 meses: 
▪ Se bem controlado ao longo de 3 meses: 
pode fazer step-down (redução da terapia). 
▪ Se o paciente não está bem controlado 
(parcialmente controlado ou não 
controlado): fazer step-up (próxima etapa do 
tratamento). 
✓ Início do tratamento 
● Escolha da terapia em paciente virgem de tratamento 
(ex. diagnóstico recente). 
 
✓ Seguimento 
● Seguimento regularmente para monitorização da 
evolução (+- a cada 1 a 3 meses). 
● Avaliar: 
o Confirmar diagnóstico 
o Controle de sintomas e fatores de risco 
o Técnica de inalação e adesão. 
o Compensação de comorbidades. 
● Ajustar: 
o Estratégias não-farmacológicas 
o Tratar fatores de risco 
o Educar e treinar 
● Ver a resposta do paciente: 
o Sintomas e controle (ou não) 
o Exacerbações 
o Efeitos colaterais das medicações 
o Satisfação do paciente 
o Prova de função pulmonar (PFP) regularmente, 
para avaliar seguimento. 
✓ Tratamentos adjuvantes 
● Cessação do tabagismo 
● Evitar exposições 
● Controlar as comorbidades 
● Checar técnica inalatório e medicações em uso 
● Controle do peso e orientar atividade física diária 
● Vacinação para influenza, pneumococo e covid-19 
(fator de risco quando asma grave). 
 
Crise Asmática 
✓ Definição de crise asmática 
● A exacerbação pode ser a 1ª manifestação da asma 
● Crise = alteração do estado usual do paciente que vai 
demandar modificação do tratamento habitual dele. 
● A crise se apresenta com: 
o Dispneia (piora importante da falta de ar) 
o Tosse aumentada 
o Sibilos (mais chiado) 
o Opressão torácica (dor tipo opressiva) 
● Exacerbação em geral ocorre em resposta a um gatilho 
externo (principalmente infecção viral) 
✓ Gatilhos que podem desencadear uma crise 
● Infecção viral (mais comum), bacteriana 
o Diferenciar entre sintomas de via aérea superior 
ou não 
● Poluição (incluindo trabalho em local mais poluído) 
● Clima (alteram com tempo frio, tempo seco) 
● Aeroalérgenos 
● Alergia alimentar 
● Exercício físico (intenso) 
● Má aderência ao tratamento 
✓ Fatores de risco de pior evolução 
● Exacerbação geral 
o Uso inadequado de corticoides inalatórios 
o Comorbidades descompensadas (ex. obesidade, 
rinossinusite, refluxo) 
o Tabagismo/poluição 
o Problemas psicossociais (financeiros, ansiedade, 
depressão) 
o Prova funcional com VEF1 < 60% do predito 
o IOT ou UTI prévia pela asma 
o > ou = 1 exacerbação em 12 meses 
● Exacerbação grave 
o IOT e VM prévias 
o Crise com ida na emergência < 12 meses 
o Uso atual de corticoides orais (sistêmico; indica 
asma grave) 
o > 1 canistes/mês de SABA (broncodilatadores de 
curta ação) 
o Problemas psicossociais 
o Pobre aderência 
o Alergia alimentar 
● A intervenção adequada para cada fator de risco é 
medida importante para o controle de asma! 
✓ Fisiopatologia da crise 
 
● 1ª imagem = brônquio normal 
● 2ª imagem = paciente asmático que já tem uma limitação 
ao fluxo aéreo. Glândulas mucosas produzem mais muco. 
Maior dificuldade para respirar. Reversível com 
medicações ou espontaneamente. 
● 3ª imagem = quando há um gatilho, piora muito a via 
aérea, que fica extremamente inflamada → piora a 
obstrução, brônquio diminui ainda mais de calibre, 
aumenta mais a produção de muco → crise instalada. 
✓ Diagnóstico da exacerbação da asma é essencialmente clínico! 
✓ Abordagem da crise 
● Avaliação clínica 
● História breve, sucinta 
o Lembrar que a crise pode ser o 1º episódio de 
asma do paciente 
o Asma grave? IOT prévia? 
● Definir fatores de pior evolução 
● Exame físico direcionado (ex. sibilos) 
● Definir gravidade 
● Solicitar exames complementares 
✓ Gravidade da exacerbação 
● Avaliar o estado geral e mental do paciente 
 
● Leve/moderada 
o Forma frases 
o Sibilo geralmente é expiratório 
o FC < 110 bpm 
o Sem esforço respiratório, sem uso de 
musculatura acessória 
● Grave 
o Conversa mas só fala em palavras, não forma 
frases inteiras. 
o FC > 110 
o FR aumentada, com uso de musculatura 
acessória 
● Muito grave 
o Não forma frases 
o Na ausculta: tórax silente → não tem barulho 
nenhum audível, nenhum murmúrio vesicular 
o FC > 140 bpm 
o Paciente hipercápnico, em fagida respiratóri, que 
não ventila nem respira normalmente 
o Paciente precisa ir direto para UTI (nas outras 
gravidades, o paciente pode ser avaliado e 
manejado ainda na emergência) 
▪ Só começa as medidas na emergência 
✓ Indicação de UTI 
● Asma muito grave 
o Mortalidade ~10% 
o Maioria vai para VM 
● Hipercapnia, acidose, hipoxemia 
● Elevação de lactato (mostrando fadiga muscular) 
● Hipotensão ou arritmias graves 
● PCR e/ou VM 
● VNI 
✓ Exames complementares 
● PFE (pico de fluxo expiratório) 
o Não pode atrasar o início do tratamento 
o Se grava ou muito grave, já iniciar o tratamento 
clínico (lembrar que tem outros parâmetros para 
guiar). 
o Tentar fazer inicialmente 
o Reavaliação com repetição em 30 mins e 1-4 
horas. 
● Gasometria arterial 
o Se PFE < 50% ou SpO2 < ou = 92% 
o Paciente hipoxêmico → faz para avaliar 
hipercapnia 
o Achado mais comum = alcalose respiratória 
(hiperventilação; redução de CO2) 
o A partir do momento que começa a fadigar, 
começa a reter CO2 (aumento de CO2) 
● Radiografia de tórax 
o Não é um exame fundamental 
o Bom para ajudar em ddx (principalmente se 
paciente não tem história de asma), e para afastar 
quadros de infecção (se sintomas que não são ocomum na crise de asma, que geralmente tem tosse 
seca) 
● Hemograma, PCR, lactato e eletrólitos 
o Hemograma e PCR: principalmente para guiar 
suspeitas infecciosas 
o Lactato = um dos fatores de gravidade 
o Eletrólitos: pacientes em uso de beta-2-agonistas 
de longa ação podem fazer hipocalemia; pacientes 
com muitas comorbidades. 
✓ Dia a dia 
● Dispneia 
o Grau de dispneia não correlaciona com 
intensidade da obstrução 
▪ Dispneia é fator subjetivo! 
o Ausência de sibilos e murmúrio vesicular (tórax 
silente) na insuficiência respiratória aguda 
demonstra gravidade 
▪ Em vigência de paciente taquipneico e 
taquicárdico 
✓ Diagnósticos diferenciais 
● Obstrução da via aérea por aspiração de corpo estranho 
(sibilo unilateral, localizado) 
o Acontece geralmente em crianças 
● DPV (Disfunção de prega vocal) 
o Geralmente mulheres, obesas, asmáticas, com 
constrição e chiados mais altos, podendo ter 
estridor refletido ao longo do pulmão 
● DPOC (história de tabagismo, idade > 40 anos) 
● Insuficiência cardíaca (alteração cardiológica, raio X de 
tórax com cardiomegalia, ECG com disfunções de câmaras 
esquerdas) 
✓ Arsenal terapêutico 
● Broncodilatadores 
o SABA (broncodilatador de curta ação) 
▪ Mais importante 
▪ Potência alta 
▪ Tempo de ação mais rápido 
▪ É inalatório! 
◊ Age diretamente na via em que o 
problema está acontecendo, portanto 
a melhora é muito mais rápida. 
▪ Efeitos adversos (taquicardia, tremores) 
▪ Evitar uso exagerado em idoso que já 
tenha arritmia prévia → pode precipitar 
arritmia nesses pacientes. 
o SAMA (anticolinérgico de curta ação) 
▪ Formas graves ou muito graves 
▪ Associado ao SABA 
● Corticoide sistêmico 
o Deve ser administrado de forma precoce (dentro 
da 1ª hora), principalmente com a deterioração 
clínica do paciente 
o Independente da administração ou não do 
broncodilatador 
o Melhora a exacerbação, diminui a hospitalização 
e a mortalidade 
o Ação mais demorada (após 4h) 
▪ Por isso começa precocemente, para que a 
ação cubra o momento em que o paciente 
esteja evoluindo de forma mais 
desfavorável. 
o VO = EV 
▪ Preferência pela via EV apenas nos 
pacientes muito graves, que chegam em 
fadiga e que não conseguem engolir a VO. 
o Dose de prednisona: 1mg/kg/dia 
▪ Não ultrapassar 60 mg/dia 
o Tratamento por 3-10 dias (geralmente de 5-7 
dias). 
● Oxigenoterapia 
o Se SpO2 < ou = 92% 
o Alvo de saturação entre SpO2 93-95% 
o Em qualquer fluxo 
▪ Baixo fluxo: cateter nasal 
▪ Alto fluxo: máscara não reinalante 
● Sulfato de magnésio 
o Não é rotina! 
o Usado principalmente em formas graves ou 
formas pouco responsivas 
▪ VEF1 de base < 30% 
▪ Falha inicial (pouco responsivo) 
o Dose: 2g EV 
o Cuidado com efeitos adversos 
▪ Mais comum = rubor cutâneo 
▪ Atenção para hiporreflexia! 
● Antibiótico 
o Não é rotina! 
o Só administrar e iniciar dentro da 1ª hora se há 
alguma suspeita de infecção bacteriana associada 
(ex. rinussinusite, consolidação ao raio X de tórax). 
● Aminofilina 
o Não é rotina! 
o Só é usada para pacientes extremamente 
refratários às medicações iniciais 
o Alta toxicidade (principalmente 
cardiotoxicidade) 
o Uso muito raro no PS 
✓ Plano de cuidados 
 
● Avaliação inicial 
o PFE, SpO2, parte clínica 
● SABA (beta-2-agonista de curta ação) +/- SAMA 
(antimuscarínico de curta ação) em 20/20 minutos 
o Por 3x consecutivas, a cada 20 minutos (10 a 30 
minutos) 
● Oxigenoterapia se SpO2 < ou = 92%, com alvo de SpO2 
de 93-95%. 
● Reavaliação em 30 minutos 
o Avaliar a responsividade às medidas iniciais. 
o Boa resposta: 
▪ PFE > 70% 
▪ SpO2 > 95% 
▪ Melhora clínica (sem sinais clínicos de 
gravidade) 
o Se boa resposta → melhora da crise → alta com 
plano terapêutico: beta-2-agonista de curta 
duração, corticoide oral e corticoide inalatório (se 
não fazia uso de corticoide inalatório, já entra em 
etapa 4 de tratamento da asma). 
 
o Melhora parcial: 
▪ PFE > 50-70% 
▪ Redução dos sinais de gravidade 
o Se melhora parcial, é preciso manter o paciente 
na emergência/PS, mantendo uso de beta-2-
agonista de curta ação + SAMA (antimuscarínico 
de curta duração), associado a corticoide VO 
(obrigatório dentro da 1ª hora). 
o Resposta ausente/pequena: 
▪ PFE > 35-50% 
▪ Persiste sinais de gravidade 
o Se resposta ausente/pequena, também manter o 
paciente na emergência, em uso de SABA + 
SAMA, corticoide EV (paciente possivelmente vai 
estar mais desconfortável), xantina (ex. terbulatina 
SC) e sulfato de Magnésio. 
 
o Piora: 
▪ PFE < 35% 
▪ Alteração de nível de consciência 
▪ Cianose 
o Se paciente apresenta-se com piora, tem 
indicação de intubação (preferência por quetamina 
e propofol [potencial efeito broncodilatador]), 
encaminhar o paciente para UTI, pode usar também 
o sulfato de Magnésio e as xantinas (para ajudar a 
melhorar adequadamente a reavaliação desses 
pacientes. 
 
● 2ª Reavaliação (para todos os que permaneceram no PS): 
o Reavaliar resposta em 1-4h (a depender da 
gravidade). 
o Boa resposta: 
▪ PFE > 70% 
▪ Se boa resposta, paciente pode ir para casa 
mantendo o mesmo plano terapêutico: beta-
2-agonista de curta ação, corticoide oral 
(para todo mundo) e corticoide inalatório (se 
ainda não usa medicação de rotina). 
 
o Resposta parcial ou sem resposta: 
▪ PFE < 70% 
▪ Se resposta parcial, a conduta é internar o 
paciente checar exames laboratoriais, 
avaliar gatilhos não percebidos 
previamente, avaliar possibilidade de 
infecção associada. 
 
✓ Ventilação 
● VNI 
o Pouca evidência 
o Uso de musculatura acessória 
▪ Pacientes um pouco fadigados, com FR 
muito alterada. 
▪ Benefício principalmente em pacientes 
que têm hipercapnia inicial. 
o Não postergar VM 
▪ Se há evolução ruim, sonolência/ 
confusão, algum fator de gravidade mais 
importante → IOT imediatamente. 
● VM 
o Insuficiência respiratória aguda 
o Hipoxemia grave 
o Rebaixamento do nível de consciência 
o Falência cardiocirculatória 
o OBS.: pode ser necessária associação de amina 
vasoativa 
✓ Questão de prova 
 
● Letra D 
● Pulso paradoxal que acontece na asma grave é a queda 
de 10 mmHg na avaliação da PAS durante a inspiração (na 
alternativa fala alteração de 15mmHg).

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