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Estágio de Clínica Médica – Pneumologia ASMA E CRISE ASMÁTICA Asma ✓ Definição ● Doença comum, potencialmente grave, caracterizada pela inflamação crônica das vias aéreas ● Acontece pela hiperresponsividade brônquica o É a resposta constritora exagerada do brônquio a estímulos que em situações normais não causariam sintomas (em pessoas que não têm asma). ● É heterogênea (tem várias formas/fenótipos, e também gravidades distintas) o Sintomas variáveis ▪ Ao longo do tempo e em intensidade o Importante: limitação variável ao fluxo expiratório (dado funcional) ● Obstrução do fluxo aéreo o É quando há redução do calibre do brônquio → levando à imitação do fluxo expiratório. ▪ Quando inspira-se profundamente, o ar entre com pressão negativa → porém se o brônquio está constrito, na hora de expirar é muito mais difícil → limitação/dificuldade ao fluxo expiratório do paciente. o Essa limitação é parcialmente reversível OU totalmente reversível, espontaneamente ou após o uso de medicação (broncodilatador). ▪ Pode melhorar sem necessidade do uso de medicação! ✓ Epidemiologia ● Brasil o Prevalência: 10-25% da população o Nº de internações em queda desde 2000-2003 até 2011 → principalmente pelo acesso às medicações pelos pacientes (SUS). o Em 2013: 129 mil internações e 20 mil mortes. ✓ Fisiopatologia da asma ● Mecanismo alérgico ● Via alérgica (mais comum): Aeroalérgenos do ambiente + células apresentadoras de antígenos → células apresentadoras de antígenos apresentam os aeroalérgenos aos linfócitos T (principalmente linfócitos Th2) → mecanismo de formação de eosinófilos e de estímulos de linfócitos B → linfócitos B produzem imunoglobulina E (IgE) → IgE se liga aos mastócitos (via de sensibilização) → num 2º contato com esse mesmo aeroalérgeno, ocorre a degranulação dos mastócitos, com liberação de histamina, leucotrienos, prostaglandinas → broncoespasmo + produção de muco → mais estímulos ainda aos eosinófilos → célula muscular lisa faz broncoconstrição. ● Via eosinofílica: estimula somente eosinófilos (através de IL-13, IL-5, IL-4) → via somente eosinofílica → existe medicação exclusiva para tratar essa via. ● Via dos neutrófilos: tem mais associação a poluentes, infecção, tabagismo → estimula diretamente neutrófilos a fazer broncoconstrição → geralmente responde mal ao tratamento para asma. ● A partir desses espectros, tem-se vários fenótipos (ex. padrão de eosinófilo alto, padrão neutrofílico). ✓ Fenótipos ● Alérgica o Associado a rinite, sinusite, dermatite, asma desde a infância (com antecedente familiar de asma), muita atopia. o Nos exames laboratoriais: eosinófilo alto, IgE alto (1ª via). o É a asma mais comum. ● Não alérgica o É a asma de adultos sem atopia o É a via neutrofílica o Geralmente tem baixa resposta aos corticoides inalatórios ● Início tardio o Início dos sintomas já na vida adulta. o Geralmente mulheres o Podem ter atopia o Respondem até bem aos corticoides, mas em doses mais altas → pode ter perfil refratário ao tratamento. ● Limitação fixa ao fluxo aéreo o Existe uma reversibilidade ao fluxo aéreo na maior parte dos pacientes com asma → aqui normalmente a inflamação é de tão longo prazo, paciente fica muitos anos sem tratar → inflamação acaba gerando fibrose do brônquio, e ele não tem mais a reversibilidade → fica com a limitação fixa ao fluxo aéreo → asma fica muito semelhante ao DPOC. ● Obesidade o Obesidade faz também inflamação eosinofílica → porém mesmo com eosinofilia, nesses casos têm baixa resposta ao tratamento com corticoides. o Orientar perda de peso ✓ Diagnóstico ● Sintomas compatíveis + Variação e limitação ao fluxo aéreo (em exame funcional). ✓ Sintomas ● Tosse (predominantemente seca) ● Dispneia (até aos exercícios) ● Dor torácica tipo opressão ● Sibilância (chiado) ● Sintomas pioram à noite ou pela manhã ● Geralmente são variáveis. ● Buscar também sintomas de atopia, exposição ambiental ou ocupacional ● Fatores de piora (desencadeantes) dos sintomas: o Frio o Poluição o Aeroalérgenos (pólen, alimentos, ácaros, fungos) o Infecção ✓ Exames funcionais ● Avalia a limitação ao fluxo aéreo ● Espirometria com prova broncodilatadora (pré-BD e pós-BD) ● Outros exames: o Broncoprovocação o Variação do PFE (pico de fluxo expiratório) ● Espirometria pré e pós-BD o A curva vermelha é a fase pré-BD o A curva verde é a fase pós-BD: ocorre um aumento/ganho de função pulmonar o O distúrbio mais comum encontrado na espirometria é o Distúrbio Ventilatório Obstrutivo → é a relação VEF1/CVF < LIN ou < 0,7 o A resposta ao broncodilatador está presente quando existe uma variação do VEF1 pré e pós-BD de 200 mL + 12% do pré-BD OU de 200 mL + 7% do previsto do pré-BD. ● OBS.: Espirometria normal o Não afasta diagnóstico de asma o Se alta suspeição, seguir investigação ● Teste de broncoprovocação o Usa-se substâncias constritoras para o pulmão (ex. metacolina ou histamina) → faz inalação → depois repete a prova de função pulmonar o Se queda progressiva do VEF1 > ou = 20%, trata- se de uma via aérea responsiva. o Quando é positiva, não obrigatoriamente é asma → pode ser qualquer doença que tenha reatividade de via aérea: asma, rinite alérgica, fibrose cística. o Quando é negativo, exclui asma → buscar outro diagnóstico. ● Pico de fluxo expiratório (PEF) o Medido com aparelho portátil. o Medidas matinais e vespertinas pelo próprio paciente, por 1 a 2 semanas. o Se variação exagerada do PEF > 20%, trata-se de um diagnóstico sugestivo de asma (Diretriz Brasileira) o Se variação do PEF > 10%, trata-se de suspeição alta para o diagnóstico de asma (GINA). o Papel importante em hipóteses de asma funcional (ex. paciente que começou a trabalhar e apresentar sintomas depois do trabalho) → fazer PEF durante o trabalho e no período de folga → se + (encaixa nas variações), pode-se dizer que é asma ocupacional. o Pode ser usado nas crises de asma para entender a gravidade. ✓ Outros exames ● Prick test o Exame com várias medidas de processos alérgicos (avalia atopia). o Medicamento não é acessado pelo teste nunca! ● Dosagem de IgE (total e específico) ● Eosinófilos ● Raio X de tórax o Não é feito de rotina para o asmático, mas sempre na 1ª avaliação (para entender se há outro diagnóstico que não asma). o No raio X do asmático não é esperada nenhuma alteração relevante. ✓ Diagnósticos diferenciais ● DPOC o Principalmente a depender da idade (pacientes de sintomas de início mais tardio), com exposição ao tabagismo, e que tenham limitação fixa ao fluxo aéreo. ● DRGE ● Rinite/sinusite ● Bronquiectasias (dilatações irreversíveis dos brônquios) o Essas dilatações não são comuns de acontecerem na asma. ● Corpo estranho o Se sibilo localizado ● Disfunção de pregas vocais o Se sibilos localizados pelo paciente na região das pregas vocais. ✓ Controle da asma ● O objetivo final do tratamento é o controle da asma (paciente não tenha mais sintomas, absolutamente nenhuma doença) ● Ferramenta útil: o 4 palavras-chave: dia, noite, resgate e limitação. ▪ Sintomas diurnos, sintomas noturnos, uso de broncodilatador para resgate, se não tem limitação para as atividades habituais (incluindo atividade física). o A pergunta é sempre referente às últimas 4 semanas → a cada 4 semanas muda o controle do paciente. ● Se há uma exacerbação a qualquer momento (crise de asma), o paciente já se enquadra como não controlado. ● Critérios para descontrole da asma: o Parcialmente controlada: 1 ou 2 dos critérios acima o Não controlada: ▪ 3 ou mais dos critérios acima ▪ Exacerbação no último mês. ● Frente a uma asma não controlada, há a necessidade de mudar o tratamento (“subir etapas”). ● Se o paciente estácom asma controlada, pode-se considerar até mesmo reduzir um step do tratamento. ✓ Além de controlar sintomas, é preciso reduzir risco futuro (de exacerbação, evolução com remodelamento de vias aéreas): ● Questionar sobre não prescrição de corticoides inalatórios ou prescrição inadequada ● Se está em gestação e/ou avaliar compensação de outras comorbidades ● Avaliar tabagismo e exposição (ex. risco ocupacional) ● Se já teve intubação ou UTI prévia devido a asma grave ● Uso de alguma medicação (ex. betabloqueador) que pode desencadear novos eventos asmáticos ✓ OBS.: Controle da asma ● Checar técnica inalatória ● Comorbidades controladas? ● Controle de exposições ● Em todas as consultas! ✓ Gravidade ● O controle expressa a intensidade com que as manifestações da asma estão suprimidas pelo tratamento. ● Gravidade refere-se a quantidade de medicação necessária para que se atinja o controle o Diz respeito a qual etapa do tratamento esse paciente se encontra para deixar o controle adequado. o A gravidade é alterada lentamente com o tempo (diferente do controle, que é mais variável). ✓ Asma grave ● De todos os pacientes asmáticos, 24% fazem tratamento com doses elevadas: altas doses de corticoides inalatórios ou dose moderada de corticoide inalatório + corticoide oral. o Desses 24%, 17% têm asma de difícil controle: fazem tratamento com doses elevadas, porém têm pobre controle dos sintomas. ▪ Desses 17%, 3,7% é que têm asma grave: fazem tratamento com doses elevadas, porém tem pobre controle dos sintomas, apesar de boa aderência ao tratamento e técnica adequada. ◊ Esses é que têm asma grave de fato (não é só usar os medicamentos da etapa 5). ✓ Tratamento baseado em etapas ● Controle e resgate preferencial com formoterol (broncodilatador de longa duração, mas ação rápida) + corticoide inalatório o Redução de risco de exacerbações graves, quando comparado ao uso do beta-2-agonista de curta ação isolado. ● OBS.: manutenção = diariamente. ● Etapa 5: muscarínico de longa duração (ex. tiotrópio), medicação imunobiológica. ● Tentar modificar o tratamento a cada 3 meses o Acessa o controle, se bem controlado dá para “reduzir a escada”. ● Alternativa de etapas de tratamento: o O que muda aqui é o resgate e as etapas 1 e 2 de tratamento. o LABA (qualquer broncodilatador de longa duração) → não necessariamente precisa ser o formoterol. o LRTA (antileucotrieno). o Observar o controle do paciente em 3 meses: ▪ Se bem controlado ao longo de 3 meses: pode fazer step-down (redução da terapia). ▪ Se o paciente não está bem controlado (parcialmente controlado ou não controlado): fazer step-up (próxima etapa do tratamento). ✓ Início do tratamento ● Escolha da terapia em paciente virgem de tratamento (ex. diagnóstico recente). ✓ Seguimento ● Seguimento regularmente para monitorização da evolução (+- a cada 1 a 3 meses). ● Avaliar: o Confirmar diagnóstico o Controle de sintomas e fatores de risco o Técnica de inalação e adesão. o Compensação de comorbidades. ● Ajustar: o Estratégias não-farmacológicas o Tratar fatores de risco o Educar e treinar ● Ver a resposta do paciente: o Sintomas e controle (ou não) o Exacerbações o Efeitos colaterais das medicações o Satisfação do paciente o Prova de função pulmonar (PFP) regularmente, para avaliar seguimento. ✓ Tratamentos adjuvantes ● Cessação do tabagismo ● Evitar exposições ● Controlar as comorbidades ● Checar técnica inalatório e medicações em uso ● Controle do peso e orientar atividade física diária ● Vacinação para influenza, pneumococo e covid-19 (fator de risco quando asma grave). Crise Asmática ✓ Definição de crise asmática ● A exacerbação pode ser a 1ª manifestação da asma ● Crise = alteração do estado usual do paciente que vai demandar modificação do tratamento habitual dele. ● A crise se apresenta com: o Dispneia (piora importante da falta de ar) o Tosse aumentada o Sibilos (mais chiado) o Opressão torácica (dor tipo opressiva) ● Exacerbação em geral ocorre em resposta a um gatilho externo (principalmente infecção viral) ✓ Gatilhos que podem desencadear uma crise ● Infecção viral (mais comum), bacteriana o Diferenciar entre sintomas de via aérea superior ou não ● Poluição (incluindo trabalho em local mais poluído) ● Clima (alteram com tempo frio, tempo seco) ● Aeroalérgenos ● Alergia alimentar ● Exercício físico (intenso) ● Má aderência ao tratamento ✓ Fatores de risco de pior evolução ● Exacerbação geral o Uso inadequado de corticoides inalatórios o Comorbidades descompensadas (ex. obesidade, rinossinusite, refluxo) o Tabagismo/poluição o Problemas psicossociais (financeiros, ansiedade, depressão) o Prova funcional com VEF1 < 60% do predito o IOT ou UTI prévia pela asma o > ou = 1 exacerbação em 12 meses ● Exacerbação grave o IOT e VM prévias o Crise com ida na emergência < 12 meses o Uso atual de corticoides orais (sistêmico; indica asma grave) o > 1 canistes/mês de SABA (broncodilatadores de curta ação) o Problemas psicossociais o Pobre aderência o Alergia alimentar ● A intervenção adequada para cada fator de risco é medida importante para o controle de asma! ✓ Fisiopatologia da crise ● 1ª imagem = brônquio normal ● 2ª imagem = paciente asmático que já tem uma limitação ao fluxo aéreo. Glândulas mucosas produzem mais muco. Maior dificuldade para respirar. Reversível com medicações ou espontaneamente. ● 3ª imagem = quando há um gatilho, piora muito a via aérea, que fica extremamente inflamada → piora a obstrução, brônquio diminui ainda mais de calibre, aumenta mais a produção de muco → crise instalada. ✓ Diagnóstico da exacerbação da asma é essencialmente clínico! ✓ Abordagem da crise ● Avaliação clínica ● História breve, sucinta o Lembrar que a crise pode ser o 1º episódio de asma do paciente o Asma grave? IOT prévia? ● Definir fatores de pior evolução ● Exame físico direcionado (ex. sibilos) ● Definir gravidade ● Solicitar exames complementares ✓ Gravidade da exacerbação ● Avaliar o estado geral e mental do paciente ● Leve/moderada o Forma frases o Sibilo geralmente é expiratório o FC < 110 bpm o Sem esforço respiratório, sem uso de musculatura acessória ● Grave o Conversa mas só fala em palavras, não forma frases inteiras. o FC > 110 o FR aumentada, com uso de musculatura acessória ● Muito grave o Não forma frases o Na ausculta: tórax silente → não tem barulho nenhum audível, nenhum murmúrio vesicular o FC > 140 bpm o Paciente hipercápnico, em fagida respiratóri, que não ventila nem respira normalmente o Paciente precisa ir direto para UTI (nas outras gravidades, o paciente pode ser avaliado e manejado ainda na emergência) ▪ Só começa as medidas na emergência ✓ Indicação de UTI ● Asma muito grave o Mortalidade ~10% o Maioria vai para VM ● Hipercapnia, acidose, hipoxemia ● Elevação de lactato (mostrando fadiga muscular) ● Hipotensão ou arritmias graves ● PCR e/ou VM ● VNI ✓ Exames complementares ● PFE (pico de fluxo expiratório) o Não pode atrasar o início do tratamento o Se grava ou muito grave, já iniciar o tratamento clínico (lembrar que tem outros parâmetros para guiar). o Tentar fazer inicialmente o Reavaliação com repetição em 30 mins e 1-4 horas. ● Gasometria arterial o Se PFE < 50% ou SpO2 < ou = 92% o Paciente hipoxêmico → faz para avaliar hipercapnia o Achado mais comum = alcalose respiratória (hiperventilação; redução de CO2) o A partir do momento que começa a fadigar, começa a reter CO2 (aumento de CO2) ● Radiografia de tórax o Não é um exame fundamental o Bom para ajudar em ddx (principalmente se paciente não tem história de asma), e para afastar quadros de infecção (se sintomas que não são ocomum na crise de asma, que geralmente tem tosse seca) ● Hemograma, PCR, lactato e eletrólitos o Hemograma e PCR: principalmente para guiar suspeitas infecciosas o Lactato = um dos fatores de gravidade o Eletrólitos: pacientes em uso de beta-2-agonistas de longa ação podem fazer hipocalemia; pacientes com muitas comorbidades. ✓ Dia a dia ● Dispneia o Grau de dispneia não correlaciona com intensidade da obstrução ▪ Dispneia é fator subjetivo! o Ausência de sibilos e murmúrio vesicular (tórax silente) na insuficiência respiratória aguda demonstra gravidade ▪ Em vigência de paciente taquipneico e taquicárdico ✓ Diagnósticos diferenciais ● Obstrução da via aérea por aspiração de corpo estranho (sibilo unilateral, localizado) o Acontece geralmente em crianças ● DPV (Disfunção de prega vocal) o Geralmente mulheres, obesas, asmáticas, com constrição e chiados mais altos, podendo ter estridor refletido ao longo do pulmão ● DPOC (história de tabagismo, idade > 40 anos) ● Insuficiência cardíaca (alteração cardiológica, raio X de tórax com cardiomegalia, ECG com disfunções de câmaras esquerdas) ✓ Arsenal terapêutico ● Broncodilatadores o SABA (broncodilatador de curta ação) ▪ Mais importante ▪ Potência alta ▪ Tempo de ação mais rápido ▪ É inalatório! ◊ Age diretamente na via em que o problema está acontecendo, portanto a melhora é muito mais rápida. ▪ Efeitos adversos (taquicardia, tremores) ▪ Evitar uso exagerado em idoso que já tenha arritmia prévia → pode precipitar arritmia nesses pacientes. o SAMA (anticolinérgico de curta ação) ▪ Formas graves ou muito graves ▪ Associado ao SABA ● Corticoide sistêmico o Deve ser administrado de forma precoce (dentro da 1ª hora), principalmente com a deterioração clínica do paciente o Independente da administração ou não do broncodilatador o Melhora a exacerbação, diminui a hospitalização e a mortalidade o Ação mais demorada (após 4h) ▪ Por isso começa precocemente, para que a ação cubra o momento em que o paciente esteja evoluindo de forma mais desfavorável. o VO = EV ▪ Preferência pela via EV apenas nos pacientes muito graves, que chegam em fadiga e que não conseguem engolir a VO. o Dose de prednisona: 1mg/kg/dia ▪ Não ultrapassar 60 mg/dia o Tratamento por 3-10 dias (geralmente de 5-7 dias). ● Oxigenoterapia o Se SpO2 < ou = 92% o Alvo de saturação entre SpO2 93-95% o Em qualquer fluxo ▪ Baixo fluxo: cateter nasal ▪ Alto fluxo: máscara não reinalante ● Sulfato de magnésio o Não é rotina! o Usado principalmente em formas graves ou formas pouco responsivas ▪ VEF1 de base < 30% ▪ Falha inicial (pouco responsivo) o Dose: 2g EV o Cuidado com efeitos adversos ▪ Mais comum = rubor cutâneo ▪ Atenção para hiporreflexia! ● Antibiótico o Não é rotina! o Só administrar e iniciar dentro da 1ª hora se há alguma suspeita de infecção bacteriana associada (ex. rinussinusite, consolidação ao raio X de tórax). ● Aminofilina o Não é rotina! o Só é usada para pacientes extremamente refratários às medicações iniciais o Alta toxicidade (principalmente cardiotoxicidade) o Uso muito raro no PS ✓ Plano de cuidados ● Avaliação inicial o PFE, SpO2, parte clínica ● SABA (beta-2-agonista de curta ação) +/- SAMA (antimuscarínico de curta ação) em 20/20 minutos o Por 3x consecutivas, a cada 20 minutos (10 a 30 minutos) ● Oxigenoterapia se SpO2 < ou = 92%, com alvo de SpO2 de 93-95%. ● Reavaliação em 30 minutos o Avaliar a responsividade às medidas iniciais. o Boa resposta: ▪ PFE > 70% ▪ SpO2 > 95% ▪ Melhora clínica (sem sinais clínicos de gravidade) o Se boa resposta → melhora da crise → alta com plano terapêutico: beta-2-agonista de curta duração, corticoide oral e corticoide inalatório (se não fazia uso de corticoide inalatório, já entra em etapa 4 de tratamento da asma). o Melhora parcial: ▪ PFE > 50-70% ▪ Redução dos sinais de gravidade o Se melhora parcial, é preciso manter o paciente na emergência/PS, mantendo uso de beta-2- agonista de curta ação + SAMA (antimuscarínico de curta duração), associado a corticoide VO (obrigatório dentro da 1ª hora). o Resposta ausente/pequena: ▪ PFE > 35-50% ▪ Persiste sinais de gravidade o Se resposta ausente/pequena, também manter o paciente na emergência, em uso de SABA + SAMA, corticoide EV (paciente possivelmente vai estar mais desconfortável), xantina (ex. terbulatina SC) e sulfato de Magnésio. o Piora: ▪ PFE < 35% ▪ Alteração de nível de consciência ▪ Cianose o Se paciente apresenta-se com piora, tem indicação de intubação (preferência por quetamina e propofol [potencial efeito broncodilatador]), encaminhar o paciente para UTI, pode usar também o sulfato de Magnésio e as xantinas (para ajudar a melhorar adequadamente a reavaliação desses pacientes. ● 2ª Reavaliação (para todos os que permaneceram no PS): o Reavaliar resposta em 1-4h (a depender da gravidade). o Boa resposta: ▪ PFE > 70% ▪ Se boa resposta, paciente pode ir para casa mantendo o mesmo plano terapêutico: beta- 2-agonista de curta ação, corticoide oral (para todo mundo) e corticoide inalatório (se ainda não usa medicação de rotina). o Resposta parcial ou sem resposta: ▪ PFE < 70% ▪ Se resposta parcial, a conduta é internar o paciente checar exames laboratoriais, avaliar gatilhos não percebidos previamente, avaliar possibilidade de infecção associada. ✓ Ventilação ● VNI o Pouca evidência o Uso de musculatura acessória ▪ Pacientes um pouco fadigados, com FR muito alterada. ▪ Benefício principalmente em pacientes que têm hipercapnia inicial. o Não postergar VM ▪ Se há evolução ruim, sonolência/ confusão, algum fator de gravidade mais importante → IOT imediatamente. ● VM o Insuficiência respiratória aguda o Hipoxemia grave o Rebaixamento do nível de consciência o Falência cardiocirculatória o OBS.: pode ser necessária associação de amina vasoativa ✓ Questão de prova ● Letra D ● Pulso paradoxal que acontece na asma grave é a queda de 10 mmHg na avaliação da PAS durante a inspiração (na alternativa fala alteração de 15mmHg).
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