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Caso de aplicação Maria das Dores, 86 anos, portadora de câncer de pulmão tem metástases para osso e fígado. É totalmente independente para suas atividades instrumentais e básicas da vida diária. Vai ao banco, dirige, faz sua higiene pessoal sozinha. Mora com o marido e tem filhos, que moram na mesma cidade que ela. Durante consulta ambulatorial, acompanhada dos filhos e do esposo, a paciente afirmou: “Em hipótese nenhuma, quero que coloquem um tubo no meu nariz ou garganta. Nesse caso, eu preferia morrer”. A respeito desse caso, responda os seguintes itens: a) Que medicamentos são indicados para dor óssea no contexto de metástases? Os bisfosfonatos são úteis no tratamento das metástases ósseas por reduzir a dor óssea, retardar o dano ósseo causado pela doença, reduzir os níveis de cálcio no sangue (hipercalcemia) e diminuir o risco de fraturas ósseas.--> alendronato Opioide- morfina Corticoide- dexametasona b) Caso a paciente torne-se hipersecretiva e dispneica, o que poderia ser feito para controle, evitando aspirações frequentes? expectorante azitromicina, antibiótico e tem pequeno efeito anti-inflamatório em vias aéreas , uso em curto período Hipersecreção, não é necessariamente por inflamação, na maioria das vezes, → OPIOIDE -morfina→ diminui a frequência respiratório → inibe alguns receptores alveolares→ conforto ao paciente ELEVAR A CBECEIRA DA CAMA ANTAGONISTA DOS RECEPTORES MUSCARINICOS- anticolinérgicos- diminuição da secreção de vias aéreas (atropina, hipratropio, iosina) ANTIDEPRESSIVO TRICICCLO: amitriptilina (boca seca) ANTINFLAMATORIO- depoiss c) Caso esse paciente não consiga mais deglutir as medicações, qual a melhor via de administração de medicamentos? Via oral Via subcutânea Via parenteral Via Transdermica d) Caso o paciente evolua com rebaixamento de nível de consciência e a família tome sua decisão de forma unânime, que se deva passar sonda nasoenteral para alimentação, o que deve ser feito? E como respeitar a vontade do paciente nesta situação? Anexar no portuário a vontade do paciente, para ter respaldo legal Diretivas Antecipadas de Vontade Artigo 46 – (É vedado ao médico) efetuar qualquer procedimento médico sem o esclarecimento e o consentimento prévios do paciente ou de seu responsável legal, salvo em iminente perigo de vida. Artigo 56 – (É vedado ao médico) desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de vida. Questões de aprendizagem 1. Considerando os princípios de atuação em cuidados paliativos, todas as alternativas estão corretas, EXCETO: a) Os cuidados paliativos devem iniciar-se no momento do diagnóstico de doença que ameace a vida, juntamente com os tratamentos modificadores de doença. b) Cuidados paliativos estão intimamente ligados à distanásia, que significa morte no momento certo. c) O médico assistente deve integrar os aspectos psicológicos, sociais, culturais e espirituais no cuidado do seu paciente. d) Doenças como Alzheimer se enquadram em cuidados paliativos. e) São indicados para doença grave, progressiva com curta sobrevida. 2. São estabelecidos diversos cuidados para tratamento de pacientes em cuidados paliativos, EXCETO: a) Fornecer alívio para dor e outros sintomas. b) Reafirmar vida e morte como processos naturais. c) Dispensar os aspectos psicológicos, sociais e espirituais. d) Não apressar ou adiar a morte. e) Utilizar uma abordagem interdisciplinar para as necessidades clínicas. a) Promover o alívio da dor e outros sintomas desagradáveis Desta forma é necessário conhecimento específico para a prescrição de medicamentos, adoção de medidas não farmacológicas e abordagem dos aspectos psicossociais e espirituais que caracterizam o “sintoma total”, plagiando o conceito de DOR TOTAL, criado por Dame Cicely Saunders, onde todos estes fatores podem contribuir para a exacerbação ou atenuação dos sintomas, devendo ser levados em consideração na abordagem. b) Afirmar a vida e considerar a morte como um processo normal da vida Bernard Lown em seu livro “A arte perdida de curar” afirma: “As escolas de medicina e o estágio nos hospitais os preparam (os futuros médicos) para tornarem-se oficiais- maiores da Ciência e gerentes de biotecnologias complexas. Muito pouco se ensina sobre a arte de ser médico. Os médicos aprendem pouquíssimo a lidar com moribundos... A realidade mais fundamental é que houve uma revolução biotecnológica que possibilita o prolongamento interminável do morrer”. O Cuidado Paliativo resgata a possibilidade da morte como um evento natural e esperado na presença de doença ameaçadora da vida, colocando ênfase na vida que ainda pode ser vivida. C) Integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente A doença, principalmente aquela que ameaça a continuidade da vida, costuma trazer uma série de perdas, com as quais o paciente e família são obrigados a conviver, quase sempre sem estarem preparados para isto. As perdas da autonomia, da autoimagem, da segurança, da capacidade física, do respeito, sem falar das perdas concretas, materiais, como de emprego, de poder aquisitivo e consequentemente de status social, podem trazer angústia, depressão e desesperança, interferindo objetivamente na evolução da doença, na intensidade e frequência dos sintomas que podem apresentar maior dificuldade de controle. A abordagem desses aspectos sob a ótica da psicologia se faz fundamental. A novidade é a possibilidade de abordá-los também sob o ponto de vista da espiritualidade, que se confundem e se sobrepõem invariavelmente à questão religiosa. Noventa e cinco por cento dos americanos creem numa força superior e 93% gostariam que seus médicos abordassem essas questões, se ficassem gravemente enfermos. d) Não acelerar nem adiar a morte Enfatiza-se desta forma que Cuidado Paliativo nada tem a ver com eutanásia, como muitos ainda querem entender. Esta relação ainda causa decisões equivocadas quanto à realização de intervenções desnecessárias e a enorme dificuldade em prognosticar paciente portador de doença progressiva e incurável e definir a linha tênue e delicada do fazer e do não fazer. Um diagnóstico objetivo e bem embasado, o conhecimento da história natural da doença, um acompanhamento ativo, acolhedor e respeitoso e uma relação empática com o paciente e seus familiares nos ajudarão nas decisões. Desta forma erraremos menos e nos sentiremos mais seguros. 3. Considerando a conceituação de cuidados paliativos, é correto afirmar que eles são prestados: a) por meio do atendimento ao paciente em estágio terminal. b) por meio do atendimento ao paciente nos seus últimos dias de vida. c) por meio do atendimento destinado somente à especialidade de Oncologia quando o paciente não tem mais prognóstico. d) por meio de toda e qualquer intervenção destinada ao paciente oncológico. e) por meio do atendimento ao indivíduo fora de possibilidade de cura, não necessariamente com morte iminente. 4. A Organização Mundial de Saúde defende que o cuidado paliativo é uma abordagem que tem por objetivo melhorar a qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares, que enfrentam problemas relacionados à doença ameaçadora da vida. Com base na afirmativa, assinale a alternativa CORRETA: a) A assistência paliativa tem seu foco voltado para o controle dos sintomas com vistas à melhoria da qualidade de vida e sempre objetivando a cura. b) A via subcutânea (hipodermóclise) é uma via alternativa em cuidados paliativos para infusão de fluidos e medicamentos, apresentando como vantagens o baixo custo, apossibilidade de alta e baixo risco de complicações locais e sistêmicas. c) Os quadros onde o paciente apresenta delírio, ansiedade e depressão, são consequências de alterações emocionais e afetivas comuns em pacientes no fim de vida, portanto, não necessitam de uma intervenção rápida. d) A fadiga é uma condição muito comum nos pacientes com câncer, especialmente, em fase avançada de doença e deve ser abordada exclusivamente de forma farmacológica para o controle efetivo. 5. Paciente com neoplasia de cólon em fase terminal, vai ao Pronto-Socorro por dores intensas e confusão mental. Foi avaliado pelo médico que não fez nenhuma intervenção ou medicação e orientou a família a levá-lo para casa e esperar sua morte. Como se configura essa situação? a) Mistanásia (um indivíduo vulnerável socialmente é acometido de uma morte precoce, miserável e evitável como consequência da violação de seu direito a saúde.) b) Eutanásia (Eutanásia é o ato intencional de proporcionar a alguém uma morte indolor para aliviar o sofrimento causado por uma doença incurável ou dolorosa.) c) Ortotanásia ( termo utilizado pelos médicos para definir a morte natural, sem interferência da ciência, permitindo ao paciente morte digna, sem sofrimento, deixando a evolução e percurso da doença.) d) Distanásia (prática pela qual se prolonga, através de meios artificiais e desproporcionais, a vida de um enfermo incurável. Também pode ser conhecida como “obstinação terapêutica”) e) Suicídio assistido (suicídio medicamente assistido, que é o suicídio praticado com a ajuda de um médico que, de forma intencional, disponibiliza à pessoa as informações ou os meios necessários para cometer suicídio, incluindo aconselhamento sobre doses letais de fármacos e prescrição ou fornecimento desses fármacos.)
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