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Ideologias políticas. O que é esquerda? O que é centro? O que é direita? Carlos Eduardo Sell

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PLANO DE AULA – SELL 
 
Ideologias políticas 
 
1. Conceito de ideologia 
O significado de ideologia varia de acordo com os autores e teorias, mas existem duas 
concepções principais: 
- Uma delas é a de ideologia com um sentido negativo, que é a usada por Marx. Ele 
defende que ideologias são conjuntos de falsas representações ou falsas ideias 
usadas para difundir os interesses das classes dominantes. 
- Dentro desse conceito de Marx, o conceito de ideologia ainda é pensado 
segundo duas interpretações: a instrumentalista – que diz que as ideologias são 
visões de mundo elaboradas por indivíduos da classe domintante para 
legitimar seu domínio – e a sistêmica – que diz que as ideologias são fruto do 
próprio sistema social, e não dos atores sociais. 
- A compreensão de ideologia no sentido positivo significa um conjunto de propostas 
ou projetos políticos, com função de orientar os comportamentos políticos coletivos. 
- As ideologias, então, seriam determinadas pelos princípios e visões de mundo 
das pessoas, e estariam ligadas a grupos sociais, movimentos e partidos 
políticos. 
 
2. Os ideais políticos da primeira modernidade 
Na primeira modernidade, se destacaram principalmente o liberalismo, o socialismo e a 
social-democracia. Eram ideologias ligadas à expansão da Revolução Industrial e do 
capitalismo, e geralmente costuma se dividir num arco que vai de esquerda à direita. 
[tabela sobre ideologias] 
- Classificamos pelo modelo de economia e modelo de Estado que essas ideologias 
defendem. 
- No campo da direita estariam o conservadorismo – que defende o Estado 
centralizado – e o liberalismo – que defende o capitalismo de livre mercado e 
o Estado mínimo. 
- No campo do centro estaria a social-democracia, que defende um capitalismo 
regulado pelo estado, e o Estado de bem-estar social (Welfare state) 
- No campo da esquerda estariam o socialismo/comunismo – que defende a 
substituição do capitalismo pelo comunismo, por meio de um Estado 
planejador – e o anarquismo – que defende uma sociedade sem Estado. 
[círculo das ideologias] 
- Apesar disso, a gente tem que lembrar que as ideologias têm pontos de contato entre 
si e dialogam entre si, não têm uma definição tão separada assim. 
 
 
 
2.1. Liberalismo 
O liberalimo possui duas variantes principais, a do liberalismo político (usada por Locke) e a 
do liberalismo econômico (usada por Adam Smith). Não quer dizer que são duas ideologias 
diferentes, mas sim a mesma ideologia com abordagens e problemáticas diferente. 
- O fundamento comum do liberalismo é o Estado mínimo, ou seja, que mesmo que o 
Estado seja necessário, ele deve interferir o mínimo possível, porque isso garantiria 
mais liberdade aos indivíduos. 
 
2.1.1. Liberalismo político 
- O fundador do liberalismo político foi John Locke. Ele parte da premissa de que 
quanto menor for a interferência do Estado na vida das pessoas, maior será a liberdade 
dos indivíduos. 
- Na primeira fase, o liberalismo político surgiu da luta da burguesia contra os Estados 
absolutistas. Ele contrapõe o absolutismo quando afirma que o poder político nasce da 
vontade dos cidadãos, e que o Estado é criado apenas para garantir suas liberdades 
fundamentais. 
- Portanto, o poder do Estado deve ser o mais limitado possível. 
 
2.1.2. Liberalismo econômico 
- O fundador do liberalismo econômico foi Adam Smith. Ele defende que o Estado não 
deve interferir na competição do mercado. Para ele, quando o mercado atua sem 
interferência externa, o resultado é uma maior eficiência econômica e melhoria das 
condições de vida dos indivíduos. 
- Ele também diz que o altruísmo não é benéfico para a economia, e o que é mais 
vantajoso para todos é o egoísmo, ou seja, pensar primeiro em você e depois nos 
outros. 
- Adam Smith também fala sobre a divisão do trabalho, falando que aumenta a 
eficiência de produção. 
 
- Crise do liberalismo: 
- A crise do capitalismo dos anos 1920 e 1930 foram um dos principais fatores 
para a crise das ideias do liberalismo econômico. Essa crise resultou em 
diminuição de produção, desemprego em massa e agravamento dos prolemas 
sociais 
- Nessa mesma época surgiu o keynesianismo. Keynes afirmava que, para 
resolver a crise do capitalismo, o Estado deveria intervir diretamente no 
funcionamento do mercado. Assim, o Estado passaria a agir como um agente 
externo para garantir o benefício comum a todos. 
- Neoliberalismo 
- Surgiu com as ideias de Friedrich Hayek, que defende que a planificação da 
economia leva necessariamente à tirania, e que o capitalismo é necessário para 
a democracia. 
- Crítica ao liberalismo: 
- Uma das principais críticas ao liberalismo é que ele não é suficiente para 
garantir uma sociedade digna para os indivíduos, por não contemplar a questão 
da justiça social. 
 
2.2. Socialismo 
O socialismo surge como um programa político com objetivo central de superação do 
capitalismo. 
 
2.2.1. Modelo de Marx 
Existem dois elementos essenciais para a sociedade comunista de Marx: abolição das classes 
sociais e abolição do Estado. 
- A abolição das classes sociais aconteceria com a supressão da propriedade privada. 
- Com o fim das classes sociais, o Estado também deveria ser superado, pois sua 
existência não faria sentido numa sociedade sem classes, já que o Estado é um 
instrumento da luta de classes. 
Entre o capitalismo e o comunismo deveria haver um período de socialismo, onde vigoraria a 
ditadura do proletariado. 
 
2.2.2. Modelo soviético 
As grandes revoluções socialistas só aconteceram após a morte de Marx, e ficaram 
conhecidas como socialismo real. Foi a Revolução Russa que marcou a história do 
movimento socialista. A experiência soviética pode ser separada em quatro fases: 
- Período insurrecional (1917-1924): o período de mobilização que levou os 
bolcheviques ao poder e a institucionalização desse poder, que vai até a morte de 
Lênin em 24. 
- Período stalinista (1924-1953): onde se acentuou o caráter repressivo e autoritário do 
regime, e se iniciou um processo de industrialização sob controle do Estado. Esse 
período é marcado pela guerra fria. 
- Período pós-stalinista (1953-1981): foi uma fase onde a União Soviética busca 
diminuir o conflito com o Ocidente e a repressão interna. 
- Período de crise e decadência (1985-1991): onde houveram os programas de abertura 
política e econômica (glasnost e perestroika), até a queda do muro de Berlim e 
extinção da União Soviética em 1991. 
Do ponto de vista econômico, todas as atividades produtivas de iniciativa privada foram 
eliminadas e sua propriedade passou para o Estado, sendo isso a socialização dos meios de 
produção. Do ponto de vista político, o ponto principal da experiência soviética foi o controle 
do Estado a partir do partido único. 
 
 
 
2.3. Social-democracia 
É uma ideologia reformista, que defende que o capitalismo deve ser humanizado. Ou seja, os 
sociais-democratas entendem que o capitalismo possui deficiências, mas por não poder ser 
eliminado, essas deficiências devem ser compensadas com mediação do Estado 
 
2.3.1. Reforma ou revolução? 
[esquema das estratégias de transição] 
Essa corrente surgiu de uma cisão no campo da esquerda. O que muda, para eles, é a 
estratégia para se chegar no socialismo/comunismo. Por um lado o socialismo revolucionário 
defende que, para chegar no comunismo, deve haver uma insurreição e coletivização. Já a 
social-democracia defende que reformas graduais e eleições são a forma ideal, introduzindo 
aos poucos uma sociedade socialista. No final, os dois chegariam à sociedade sem classes, 
com igualdade social. 
 
2.3.2. Estado de bem-estar social 
Foi chamado de "Estado Robin Hood" por ser focado em "tirar dos ricos" (por meio de 
impostos) e "dar aos pobres" (por meio de benefícios sociais). Assim, o capitalismo seria 
humanizado e colocado em serviço dos trabalhadores. Entretanto, comesse processo os 
sociais-democratas abandonaram seu principal objetivo: a construção do socialismo. 
- Atualmente, a social-democracia adota o princípio de que o capitaismo não pode ser 
superado. 
 
2.3.3. Terceira via 
Durante a década de 70 os Estados sociais-democratas se viram em crise, pois a renda 
diminuiu ao mesmo tempo que aumentaram os dependentes do Estado. Assim, lançaram mão 
da "terceira via", que procurava se adaptar a um mundo globalizado e superar tanto o 
neoliberalismo quanto a própria social-democracia. 
 
3. A segunda modernidade e a crise das ideologias 
“As ideologias têm valor na medida em que alimentam a política de princípios e valores, mas 
quando são absolutizadas como verdades incontestáveis acabam destruindo a própria 
comunidade social e política.”

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