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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 372 frio invasor, que chega ao local onde está o observador, já encontra a superfície menos aque- cida. Como conseqüência, serão formadas nuvens convectivas menos desenvolvidas e a in- tensidade da precipitação diminuirá. 1.2.2 - Massas de ar quentes. Uma massa de ar é dita quente quando se desloca sobre uma área relativamente mais fria. Nessas circunstâncias, o ar quente perde gradualmente calor, por condução, devido ao contacto com a superfície terrestre subjacente, que está mais fria. Esse resfriamento paulatino provoca tendência à estratificação do ar e faz aumentar a estabilidade atmosférica na camada vizinha à superfície que, por seu turno, inibe os movimentos convectivos. Quando o ar quente invasor é úmido, o resfriamento basal favorece à formação de ne- voeiros, cuja espessura vai depender da turbulência mecânica e, por conseguinte, da velocida- de do vento à superfície. Se a umidade do ar quente é elevada e a velocidade do vento é pe- quena, formam-se densos nevoeiros; sendo menor o teor de umidade do ar e havendo vento, haverá tendência à formação de nuvens baixas, em geral estratos e estratocúmulos. As preci- pitações, se ocorrerem, serão contínuas (chuva e chuvisco), típicas de nuvens estratiformes. A visibilidade horizontal à superfície será comprometida pela presença de nevoeiros e o vento, devido a inexistência de convecção, será relativamente fraco e sem rajadas. 1.3 - Massas de ar atuantes na América do Sul. O continente sulamericano é influenciado principalmente por massas de ar polares, pro- cedentes da Antártica. Tais massas frias normalmente atingem os estados do Sul e Sudeste do Brasil no inverno, contribuindo para aumentar a precipitação média das áreas que atravessam. Podem alcançar a Região Nordeste, particularmente a Bahia e, eventualmente, são percebidas no Recife, embora bastante modificadas. Deslocando-se ao longo da vertente oriental dos An- des, podem, também, atingir a Região Amazônica, provocando as conhecidas "friagens". Massas de ar tropicais, de origem continental ou marítima, movendo-se para o sul, al- cançam a Argentina, o Chile e áreas oceânicas situadas ao sul do Atlântico. O deslocamento das massas de ar na América do Sul e em suas proximidades depen- de, fundamentalmente, da posição e da intensidade dos centros anticiclônicos do sul do Atlân- tico, do Pacífico e da Antártica. A posição, a configuração e a intensidade desses núcleos de alta pressão estão constantemente oscilando, atendendo às imposições do balanço energético que, em última instância, condiciona toda a circulação da atmosfera, incluindo fenômenos rela- cionados à Oscilação –Sul. 1.4 - Superfícies frontais e frentes. Quando duas massas de ar de densidades diferentes tornam-se vizinhas, tendem a se manter individualizadas, como fluidos não miscíveis e, portanto, a conservar suas característi
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