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Guarda Civil e a Prevenção da Paz Social

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2
UNIVERSIDADE PAULISTA
ANDERSON FERREIRA DA SILVA
GUARDA CIVIL E A PREVENÇÃO DA PAZ SOCIAL
O poder de polícia e a preservação da ordem e da segurança pública
JUNDIAÍ 
2021
ANDERSON FERREIRA DA SILVA
GUARDA CIVIL E A PREVENÇÃO DA PAZ SOCIAL
O poder de polícia e a preservação da ordem e da segurança pública
Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de graduação em Direito apresentado à Universidade Paulista – UNIP.
Orientador: Prof. Me. Leo Bariani
JUNDIAÍ 
2021
Biblioteca da Universidade Paulista - UNIP.
Guia de normalização para apresentação de trabalhos acadêmicos da Universidade Paulista.
2019. 52 p. : il. color.
ABNT / Biblioteca da Universidade Paulista - UNIP ; revisado e atualizado pelos Bibliotecários Alice Horiuchi e Rodrigo da C. Aglinskas.
1. Normalização. 2. Trabalhos acadêmicos. 3. ABNT. I. Biblioteca da Universidade Paulista - UNIP. II. Guarda Civil e a Prevenção da Paz Social.
ANDERSON FERREIRA DA SILVA
GUARDA CIVIL E A PREVENÇÃO DA PAZ SOCIAL
O poder de polícia e a preservação da ordem e da segurança pública
Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de graduação em Direito apresentado à Universidade Paulista – UNIP.
Aprovado em:
BANCA EXAMINADORA
__________________________ / ____ / _____
Prof. 
Universidade Paulista - UNIP
__________________________ / ____ / _____
Prof. 
Universidade Paulista – UNIP 
__________________________ / ____ / _____
Prof. 
Universidade Paulista - UNIP
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo identificar as atribuições da Guarda Civil sobre a análise dos munícipes e dos guardas, buscando analisar a relevância da instituição na segurança da população , considerando, para tanto, o Estatuto das Guardas Municipais que propõe um novo paradigma de segurança pública. Com isso, busca-se verificar se o poder de polícia da Guarda Civil interfere ou não nas atribuições dos guardas civis. A partir de uma pesquisa descritiva que teve como procedimento técnico utilizado um estudo de caso na Guarda Civil de Indaiatuba, onde os dados foram obtidos com entrevistas , tanto com munícipes quanto agentes da Guarda Civil, escolhidos de forma aleatória, de ambos os sexos. Assim, foi possível realizar uma leitura atenta das opiniões e descrições de cada um dos respondentes na busca dos significados da pesquisa. Concluiu-se que há uma concordância entre a percepção dos agentes e dos munícipes no que se referente à atuação de forma abrangente da Guarda Civil em todo território municipal e as atribuições com poder de polícia.
Palavras Chave: Guarda Civil, Poder de polícia, Segurança.	Comment by Priscila Oliveira: enviar 3 a 5 palavras chave
ABSTRACT
This work aims to identify the Civil Guard’s duties on the analysis of citizens and guards, seeking to analyze the relevance of the institution in the safety of thepopulation, considering, for this purpose, the General Statute of Municipal Guards that proposes a new public security paradigm . With this, it is sought to verify if the police power of the Civil Guard interferes or not in the duties of the civil guards. From a descriptive research that used as a technical procedure a case study in the Civil Guard ofIndaiatuba, where the data were obtained through interviews, both with citizens and agents of the Civil Guard, chosen at random, of both sexes. Thus, it was possible to read carefully the opinions and descriptions of each respondent in the search for the meanings of the research. It was concluded that there is na agreement between the perception of the agents and the citizens regarding the comprehensive performance of the Civil Guard in the entire municipal territory and the attributions with policepower.
Keywords: Civil Guard, Police Power, Security.	Comment by Priscila Oliveira: enviar
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	8
2	SOBRE O PODER DE POLÍCIA	10
3	POLÍCIA ADMINISTRATIVA E JUDICIÁRIA	11
4	ORIGEM DA GUARDA CIVIL	13
5	ATRIBUIÇÕES DA GUARDA CIVIL	15
6	GUARDA CIVIL E O PODER DE POLÍCIA	17
7	ÓRGÃOS DA SEGURANÇA PÚBLICA	21
7.1	Polícia Federal	21
7.1.1	A expansão das atribuições	21
7.1.2	Os poderes da Carta Magna de 1946	22
7.1.3	A reorganização do DFSP	23
7.1.4	A Reforma Administrativa e a instituição do Departamento de Polícia Federal	24
7.1.5	A denominação Polícia Federal	25
7.1.6	Datas Comemorativas	25
7.2	Polícia Rodoviária Federal	25
7.2.1	Sistema Nacional de Segurança Pública	26
7.2.2	Atribuições da Polícia Rodoviária Federal	27
7.3	Polícia Ferroviária Federal	27
7.3.1	A estrutura da Polícia Ferroviária Federal	27
7.4	Polícias Civis	29
7.4.1	Origem da Polícia no Brasil	29
7.4.2	A Estrutura da Policia Brasileira	30
7.4.3	Mudanças e inovações	31
7.5	Polícias Militares	31
7.5.1	República	32
7.5.2	Ditadura	32
7.5.3	Forças auxiliares	32
7.6	Bombeiros Militares	33
7.7	Polícias Penais	35
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, Indaiatuba e, em larga medida, o Estado de São Paulo, tem vivenciado um crescente envolvimento do poder local, por meio das prefeituras municipais e da sociedade civil organizada, no desenvolvimento e execução de políticas públicas de segurança e de prevenção à violência e à criminalidade. A segurança pública objetiva manter a ordem pública, entendida como uma situação em que o convívio social é pacífico, sem ameaça de violência ou revolta que venham a contribuir com o aumento da criminalidade. A questão da segurança é um direito fundamental que exige prestações, corroborando para a preservação e restabelecimento do convívio social almejado (SILVA, 2002), e uma dessas ações pode ser executada pelo município. 
A centralização da segurança pública é uma realidade na qual os municípios tendem a preparar, tendo em vista a descentralização do Estado. Entre os agentes institucionais incumbidos dessa missão, tem-se nas Guardas Civis, que possuem previsão expressa na Carta Magna de 1988, em seu art. 144, §8, uma boa opção na tentativa de alcançar a melhor forma de efetivação da segurança social, e uma consequente melhora desta problemática área. (NAVAL, 2012). 
Ademais, as Guardas Civis foram regulamentadas pelo Estatuto das Guardas Municipais, lei 13.022/2014, onde é disciplinado o exercício da profissão e atribuições, bem como as competências que poderão ser estabelecidas pelo município no processo de sua constituição. Com tal regulamentação, as Guardas Civis passaram a possuir o direito de trabalhar com o poder de polícia no exercício da sua função, além de regular as atribuições que as Guardas Civis já vinham exercendo nos diversos municípios brasileiros. Tal cenário não gerou conflitos de atribuições com outras forças de segurança, mas sim o reconhecimento da importância do trabalho desenvolvido pelas Guardas Civis. Nesse contexto, surgem as seguintes indagações: Quais são as principais atribuições da Guarda Civil? O poder de polícia pela Guarda Civil é necessário no exercício das atribuições diárias, 
A Guarda Civil atua de forma abrangente na cidade? Com o propósito de responder a estas questões, tem-se como objetivo geral mostrar a atuação da Guarda Civil, suas atribuições, competências e importância, bem como a relação do poder de polícia, perante os agentes da guarda civil e os cidadãos do município de Indaiatuba. Os objetivos específicos do presente estudo são: I) identificar, utilizando amostragem, a quantidade de guardas e munícipes que aceitam as atribuições da Guarda Civil com o poder de polícia no exercício de sua função; II) identificar a efetiva relevância do poder de polícia no exercício de tal função e III) identificar quais são as principais atribuições exercidas pela Guarda Civil de Indaiatuba. 
Para tanto, foi realizada uma pesquisa descritiva com membros da Guarda Civil e munícipes comuns do município. Destaca-se que nesse município os agentes exercem diversas atribuições, sejam elas: social; de conflitos entre os munícipes; controle e fiscalização do trânsito e proteção dos bens, serviços e instalações municipais. Além disso,uma pesquisa de caráter qualitativa foi desenvolvida, objetivando a análise do cenário do problema de pesquisa dentro do município de Indaiatuba. A relevância deste trabalho está pautada em dois aspectos, a saber: I) a lei 13.022/14 (Estatuto das Guardas Municipais) visa normatizar, disciplinar e regulamentar atos e condutas, contribuindo para o controle e diminuição da periculosidade, sendo o poder de polícia uma ferramenta para atingir o objetivo, e II) as atribuições dos agentes estão se ampliando com a aprovação do Estatuto Geral das Guardas, sendo os guardas inseridos na segurança pública de fato e direito, cabendo ao município desenvolver políticas de segurança, voltados à prevenção, visando uma atuação que faça do agente da Guarda Civil um civilizador da sociedade de direito. 
Quanto à estrutura do trabalho, o mesmo está estruturado como se segue: a introdução, seguido do referencial teórico que é o embasamento deste trabalho sobre o novo paradigma, na sequência apresenta-se a metodologia utilizada para obtenção dos dados necessários para análise; seguido dos resultados da pesquisa, conclusão e referências bibliográficas.
2 SOBRE O PODER DE POLÍCIA
O poder de polícia é conferido ao Estado para validar a supremacia do interesse coletivo em detrimento dos direitos individuais, quando estes forem utilizados de maneira a ferir aqueles outros. Embora a Carta Magna estabelece o sistema de tripartição de Poderes, separando-os em Executivo, Legislativo e Judiciário, em um mecanismo de freios e contrapesos, cabe à Administração Pública editar normas e regulamentos para disciplinar os direitos individuais, como liberdade e propriedade, de forma que estes sejam compatíveis com o bem-estar social.
“O Poder de Policia (police power), em seu sentido amplo, compreende um sistema total de regulamentação interna, pelo qual o Estado busca não só preservar a ordem pública senão também estabelecer para a vida de relações do cidadão àquelas regras de boa conduta e de boa vizinhança que se supõem necessárias para evitar conflito de direitos e para garantir a cada um o gozo ininterrupto de seu próprio direito, até onde for razoavelmente compatível com o direito dos demais” (COOLEY, 1903, p. 829, grifo do autor, apud MEIRELLES, 2002, p.128).
“Poder de polícia é a faculdade de manter os interesses coletivos, de assegurar os direitos individuais feridos pelo exercício de direitos individuais de terceiros. O poder de polícia visa à proteção dos bens, dos direitos, da liberdade, da saúde, do bem-estar econômico. Constitui limitação à liberdade e os direitos essenciais do homem” (CAVALCANTI, 1956, p. 07, apud MEDAUAR, 2000, P.390).
“O poder de polícia constitui limitação à liberdade individual, mas tem por fim assegurar esta própria liberdade e os direitos essenciais do homem” (CAVALCANTI, 1956, p. 07, apud MEDAUAR, 2000, P.390).
3 POLÍCIA ADMINISTRATIVA E JUDICIÁRIA
“A linha de diferenciação está na ocorrência ou não de ilícito penal. Com efeito, quando atua na área do ilícito puramente administrativo (preventiva ou repressivamente), a polícia é administrativa. Quando o ilícito penal é praticado, é a policia judiciária que age” (LAZZARINI, RJTJ-SP, v.98:20-25, apud DI PIETRO, 2002, P. 112).
“O que efetivamente aparta Polícia Administrativa de Polícia Judiciária é que a primeira se predispõe unicamente a impedir ou paralisar atividades anti-sociais enquanto a segunda se pré-ordena a responsabilização dos violadores da ordem jurídica”
Celso Ribeiro de Bastos, ilustre doutrinador do Direito Administrativo, diferencia também a polícia administrativa da judiciária:
“Diferenciam-se ainda ambas as polícias pelo fato de que o ato fundado na polícia administrativa exaure-se nele mesmo. Dada uma injunção, ou emanada uma autorização, encontra-se justificados os respectivos atos, não precisando ir buscar o seu fundamento em nenhum ato futuro. A polícia judiciária busca seu assento em razões estranhas ao próprio ato que prática. A perquirição de um dado acontecimento só se justifica pela intenção de futuramente submetê-lo ao Poder Judiciário. Desaparecida esta circunstância, esvazia-se igualmente a competência para a prática do ato.”
Meirelles enumera a jurisdição da polícia administrativa e da judiciária:
“A polícia administrativa ou poder de polícia é inerente e se difunde por toda a Administração; a polícia judiciária concentra-se em determinados órgãos, por exemplo, Secretaria Estadual de Segurança Pública, em cuja estrutura se insere, de regra, a polícia civil e a polícia militar.”
Odete Medauar ratifica a aplicação da polícia administrativa, diferenciando sua aplicação nas atividades lícitas, enquanto que a polícia judiciária visa impedir o exercício das atividades ilícitas:
“A polícia administrativa ou poder de polícia restringe o exercício de atividades licitas, reconhecidas pelo ordenamento como direitos dos particulares, isolados ou em grupo. Diversamente, a polícia judiciária visa a impedir o exercício de atividades ilícitas, vedadas pelo ordenamento; a polícia judiciária auxilia o Estado e o Poder Judiciário na prevenção e repressão de delitos.”
Pode se observar que não pode diferenciar o poder de polícia administrativa do poder de polícia judiciária pelo caráter preventivo da primeira e pelo caráter repressivo da segunda somente, já que tanto a polícia judiciais quanto a polícia administrativa possuem características do caráter repressivo e preventivo, mesmo que ds forma implícita. A melhor maneira de diferenciar tais poderes, portanto, seria analisar se houve o ilícito penal (responsabilidade esta da polícia judiciária) ou se a ação fere tão somente questões administrativas que buscam o bem coletivo (responsabilidade esta da polícia administrativa).
O poder de polícia destina-se assegurar o bem-estar geral da população, impedindo assim, através de ordens, proibições e apreensões, o uso abusivo da propriedade o exercício antissocial dos direitos individuais e a prática de atividades prejudiciais à coletividade.
Quando o homem médio, mesmo que de forma irregular, decide ferir os preceitos que são regulamentados pela Administração Pública deve esta uso do Poder de Polícia e promover sanções até que o particular faça a devida adequação de seu direito individual ao coletivo, a fim de garantir , assim, o bem-estar social.
O interesse do coletivo há de se preponderar sobre o interesse do particular.
4 ORIGEM DA GUARDA CIVIL
Em 1831 a Regência Trina Provisória fundou a Guarda Municipal, porém, no meio do ano ela acabou extinta com a inclusão da Guarda nacional, no fim deste mesmo ano, ela foi restaurada e denominada assim Guarda Municipal Permanente, ficando subordinada ao Comandante da Guarda Municipal e ao Ministério da Justiça.
Ainda em 1842 instituiu-se o regulamento policial que subordinava as Guardas Policiais e seus chefes de polícia e distritos subdelegados. Assim o ex-regente Feijó mencionou que a escolha dos oficiais que escolhera para a guarda municipal fizera com que o corpo policial se tornasse modelo de disciplina e obediência para com a corte. Também em 1866, no estado de São Paulo, a guarda municipal teve a finalidade de garantir a segurança pública, devido a Lei Provincial nº 23. Nesta mesma época a guarda municipal tinha o dever de promover o bem-estar da população, por estar mais próxima a ela.
Entretanto, com todas as destituições e mudanças ocorridas durantes todos estes anos nas polícias e em leis, ainda hoje o que se percebe é um aumento da insegurança e a elevação gradual dos índices de criminalidades que se têm colocado em debate, a efetividade das ações de prevenção e o do controle da violência cada vez mais está em evidência. Nessa situação, a sociedade se volta para o Poder Público almejando soluções para os problemas sociais, pois acusa-se a polícia como a responsável pelo aumento do crime, por não haver uma política de defesa na sociedade que combata o crime, evitando que pessoas inocentes sejam mortas pelos delinquentes, segundo Mara (2017).
As Guardas Municipais são instituiçõesantigas estabelecidas no Brasil Imperial, cuja finalidade era substituir os Quadrilheiros, dando maior efetividade na segurança pública. Entretanto, ao longo da história essas instituições foram sendo enfraquecidas por governos ditatoriais e caindo em desuso, contudo nos dias atuais a instituição passa por uma estruturação legislativa, a fim de colaborar em uma parcela considerável na segurança pública, devido à alta taxa de criminalidade que se alastra no país. (MARA, 2017)
A segurança pública busca a manutenção da ordem pública, a pacificação, tranquilidade, respeito às leis, e os bons costumes mantendo a adequada convivência em uma sociedade, preservando e zelando por todos os direitos dos cidadãos. Diante disso, observamos que a segurança pública visa afastar da sociedade qualquer conduta ou ato que perturbe a sua paz, tanto no que diz respeito à perda de uma vida, ou a quaisquer prejuízos, material ou moral de uma pessoa. Essa ordem pública está vinculada às garantias de segurança, tranquilidade, paz política, econômica e moral da sociedade.
A Carta Magna de 1988 traz em seu artigo 144º que a segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.
Ao elaborar a Carta Magna de 1988, a obrigação de zelar e manter a ordem não são de competência exclusiva do Estado, mais sim um dever de todos. Entretanto, os entes federados e também os cidadãos devem contribuir de forma a preservar a ordem pública e zelar da sua própria segurança e da comunidade em que vive, não obstante o código penal do Brasil obriga qualquer individuo que vive em sociedade a comunicar, relatar e denunciar qualquer conduta considerada adversa no ordenamento jurídico brasileiro. Entretanto a segurança não é somente um direito , mais também, um dever, assim como uma busca a proteção de todos, logo assim o bem comum é a segurança.
Assim que os delitos aumentaram o Sistema de Segurança Pública com as polícias federais e estatais se tornaram incapazes de combater a criminalidade, passando assim essa função também para os municípios. Assim, as Guardas Municipais passaram a ser o principal instrumento dos prefeitos para converter os problemas municipais por serem legalmente destinadas a proteger o patrimônio público municipal e os serviços da cidade. Com as mudanças que ocorreram, as guardas receberam também novas atribuições, como realizar rondas mas escolas, auxiliar às Polícias Estaduais, patrulhamento ostensivo, patrulhamento em vias públicas, auxiliar o trânsito, ações educativas, atividades em defesa civil e, principalmente, na área da Segurança Pública. 
5 ATRIBUIÇÕES DA GUARDA CIVIL
Sobre a abordagem do tema poder de polícia, se faz necessário relacionar esse poder de polícia na função das Guardas Civis em relação à Segurança Pública e seu Estatuto Geral que é a Lei n. 13.022/2014, lei esta que regulamentou e integrou aos órgãos de segurança pública previstas para as guardas civis juntamente com o art. 144, parágrafo 8º, da Carta Magna. É uma lei que ser aplica a todas as guardas civis do Brasil, cabendo ao município à criação de suas guardas civis e com isso estabelecerem leis municipais com específicas atribuições para as guardas civis ou fazer adaptações ao Estatuto Geral no prazo de dois anos. 
Com advento da lei 13022/014 a forma que a Guarda Civil trabalha nos municípios do nosso país, uso de fardamento, viaturas caracterizadas, equipamentos de menor potencial ofensivo (espargidores de pimenta, cassetetes, rondas e algemas), e mesmo até equipamento letal como armas de fogo, é possível assim afirmar que as Guardas Civis retornaram depois de um. longo tempo fazer novamente parte do cenário de segurança pública. Todo esse aparato de equipamentos e farda traz uma visão ostensiva para a Guarda Civil, que por sua vez tem como base o policiamento preventivo, isto é, a fim de coibir qualquer infração penal, e ao deparar com ela irá providenciar todos os meios necessários e moderados para cessar, desde seu enfrentamento direto até o seu término finalizando com a entrega do infrator à polícia civil.
O art. 3º do Estatuto Geral das Guardas Municipais discorre sobre os princípios mínimos de atuação das guardas municipais: 
I - proteção dos direitos humanos fundamentais, do exercício da cidadania e das liberdades públicas; II - preservação da vida, redução do sofrimento e diminuição das perdas; III - patrulhamento preventivo; IV - compromisso com a evolução social da comunidade; e V - uso progressivo da força”. O art. 4º tratam das competências gerais das guardas municipais e proteção de bens, serviços, logradouros públicos municipais e instalações no município. Já o art. 5º, inciso XII cita que “integrar-se com os demais órgãos de poder de polícia administrativa, visando a contribuir para a normatização e a fiscalização das posturas e ordenamento urbano municipal. 
A lei 13022/2014 venho pra dar legalidade em atribuições já exercidas e reconhecimento pelo trabalho eficiente dessa instituição. Se continuarmos a analisar a Lei 13022 de 2014, se pode concluir que trata- se de uma função de proteção da vida, da dignidade da pessoa humana, redução do sofrimento, entretanto para efetivar e alcançar os objetivos expressos na lei, o uso da força vem sendo assim regulamentado, de maneira que garantir e efetivar qualquer ação para que se possa garantia assim a lei. 
A população sofre e carece com a falta de segurança, foi primordial para a sociedade a reafirmação da Guarda Civil nesse cenário caótico em que o Brasil se encontra. Entretanto, a conservação da ordem pública não se restringe a uma única instituição. A nova modalidade do policiamento preventivo que a lei 13.022 trouxe para a Guarda Civil é fundamental para ajudar a erradicar com a criminalidade, porque a simples presença policial coíbe infrações penais e traz assim a sensação de segurança. A presença da Guarda Civil em locais públicos como ruas, praças ,escolas, estações de ônibus com o seu patrulhamento preventivo tem colaborado com a segurança pública e ao se deslocar ostensivamente pelas ruas, com viatura caracterizada e servidores fardados e equipados com o poder que adviu da Lei 13.022 de 2014 fica claro o objetivo do Estado em aumentar a sensação de segurança .
6 GUARDA CIVIL E O PODER DE POLÍCIA
O poder de polícia e o poder da polícia, antes de começar é preciso que se diferencie esses dois conceitos, o “poder da polícia” é assim entendido como “as forças e as oportunidades que compreendem integram a própria, ou seja, os recursos pessoais, logísticos, bélicos existentes e necessários para o cumprimento das missões” (ROSAS JÚNIOR, 2016, p. 10). E o “poder de polícia” é descrito assim no Código Tributário Nacional, artigo 78.
[...] a atividade da Administração Pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público, concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (ROSAS JÚNIOR, 2016, p.11)
Marçal Justem Filho (2014, p. 567) “O poder de polícia administrativa é a competência para disciplinar o exercício da autonomia provada para a realização de direitos fundamentais e da democracia, segundo os princípios da legalidade e proporcionalidade”.
Se verificou então que o “poder de polícia” era empregado pela polícia com o intuito de assegurar o bem-estar público que era ameaçado. O poder de polícia é aquele exercido pelo Estado limitando as liberdades individuais em nome do interesse público, ele pode ser exercido por diversos órgãos da administração para proteger o Estado nos seus mais variados serviços como trânsito, meio ambiente, segurança pública, vigilância sanitária, urbanismo, ainda ser preventivo ou repressivo. (COSTA,2016)
Agora, ao conferir o que o autor Costa (2016) mencionou sobre o poder de polícia, por mais que seja questionado que o poder de polícia que é conferido aos Guardas Civis que o utiliza para cumprimento de suas mais variadas funções, se observou que eles estão investidos nesse contexto, conforme o Código Tributário Nacional, no seu artigo 78, descrito acima.
Já o Ventris (2010, p. 58) comenta que o Poder de Polícia “não é exclusivo dos funcionários públicos com função policial”. Ele expressa a máxima da soberania do Poder Público e é assim exercido pelos três Poderes que estão no exercício da Administração de sua competência. Significa que todo funcionário que é legalmente investido em uma competência está coberta assim pelo Poder do Estado. Conforme diz a Lei 13.022/2014, o Estatuto Guarda Municipal, no artigo 5º, inciso XII “integrar-se com os órgãos de poder de polícia administrativa, visando a contribuir para a normatização e a fiscalização das posturas e ordenamento urbano municipal.” (BRASIL, 2014, s.p.).
Esse consentimento se configura como a anuência administrativa que é exigida para que sejam realizadas algumas atividades ou para um certo exercício de poderes. Se caracterizando e se materializando em documentos como autorizações e licenças . Desta forma, o Poder de Polícia confere a autorização e licença necessária ao exercício do direito. (BORGES JÚNIOR, 2013)
Logo, “a Administração pode e deve ter a competência para poder controlar as atividades submetidas ao poder de polícia, podendo assim verificar a atuação conforme previsões dispostas pelas ordens de polícia ou norma de polícia.” (BORGES JÚNIOR, 2013, p. 34)
Borges Júnior (2013, p. 37-38) citou algumas jurisprudências para informar a cerca do Poder de Polícia da Guarda Municipal, e nessas jurisprudências foi colocado como válida o poder empregado.
Habeas Corpus NULIDADE. ALEGAÇÃO DE QUE GUARDA MUNICIPAL NÃO TEM PODER DE POLÍCIA. Inocorrência. Mesmo não sendo a prisão atribuição dos Guardas Municipais prevista constitucionalmente, trata-se de ato legal, em proteção à segurança social, razão pela qual não resta eivada de nulidade. Se qualquer do povo é permitido prender quem quer que esteja em flagrante delito, não há falar-se em proibição ao guarda municipal de proceder a prisão. Auto de prisão em flagrante formalmente em ordem - Indícios de autoria e materialidade - Eventual nulidade do inquérito policial não se transmite ao processo, consoante farta jurisprudência.LIBERDADE PROVISÓRIA - Paciente denunciado como incurso nos artigos 33, 35, caput, ambos da Lei nº 11.343/06, na forma art. 69 do Código Penal Decisão fundamentada - Presença dos requisitos autorizadores da custódia cautelar. Crime ligado com o grau de prejuízo que é infligido à sociedade e altamente nocivo ao convívio social e familiar, afetando, desse modo, sensivelmente, a ordem pública. Crime equiparado a hediondo Lei nº 8.072/90 que, em seu art. 2º, II, proíbe expressamente a concessão do benefício, o que também o faz o art. 44, da Lei nº 11.343/06, não alcançado pela Lei 11.464/07.Excesso de prazo - Instrução criminal encerrada e processo que se encontra em fase adiantada Inteligência da Súmula 52, STJ - Desenvolvimento normal do processo - Juízo não deu causa à demora Princípio da Razoabilidade.Ausência dos pressupostos para concessão da ordem - Primariedade, residência fixa e trabalho lícito são circunstâncias que não impedem a medida constritiva -	Inexistência de constrangimento ilegal. Ordem denegada.333511.34369 Código Penal 8.0722º II 4411.34311 .464 (5117474120 108260000 SP 0511747-41.2010.8.26.0000, Relator: Machado de Andrade, Data de Julgamento: 10/02/2011, 6ª Câmara de Direito Criminal, Data de Publicação: 15/02/2011)
Temos ainda,
TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS. PRELIMINAR. NULIDADE. ALEGAÇÃO DE QUE GUARDA MUNICIPAL NÃO TEM PODER DE POLÍCIA. Inocorrência. Mesmo não sendo a prisão atribuição dos Guardas Municipais prevista constitucionalmente, trata- se de ato legal, em proteção à segurança social, razão pela qual não resta eivada de nulidade. Se qualquer do povo é permitido prender quem quer que esteja em flagrante delito, não há falar-se em proibição ao guarda municipal de proceder a prisão. MÉRITO. ABSOLVIÇÃO. Impossibilidade. Palavras dos policiais corroborada por outros elementos de provas. Tipo legal incriminador que se integra de várias fases sucessivas, articuladas uma na outra desde a sua produção até a sua entrega a consumo, ainda que de forma gratuita.PRELIMINAR REJEITADA. RECURSO DESPROVIDO. (139843220098260068 SP , Relator: Machado de Andrade, Data de Julgamento: 16/12/2010, 6ª Câmara de Direito Criminal, Data de Publicação: 22/12/2010)
Nessas duas citações foram constatadas que a Guarda Municipal pode efetuar prisões de pessoas, mesmo ela não sendo, interpretação de alguns (o choro é livre) considerada autoridade policial, as guardas civis podem efetuar a prisão baseada no artigo 301 do Código Penal, que diz que qualquer pessoa pode efetuar este procedimento, conforme a jurisprudência bem como ensinamentos doutrinários.
A Guarda Municipal possui um papel deveras importante na segurança do cidadão e do patrimônio histórico e cultural do município. Foi por intermédio da Carta Magna de 1988, no parágrafo 8º do artigo 144 que estabeleceu aos municípios a constituição das Guardas Municipais e com isso, cada município estabeleceu suas atribuições as suas guardas civis e até mesmo a denominação dada a ela, onde em certos municípios, a exemplo de Indaiatuba, é denominada de Guarda Civil.
Mesmo não sendo ela considerada, por vários teóricos, como órgão do sistema de segurança pública brasileiro, ela se encontra sob a responsabilidade da União e dos Estados-Membros. Entretanto, o seu Estatuto Geral Lei n. 13.022/2014 tem em sua atribuição no artigo 5º, inciso XII “integrar-se com os órgãos de poder de polícia administrativa, visando assim a contribuir para a fiscalização e a normatização das posturas e ordenamento urbano municipal” e no Código Tributário Nacional, artigo 78 constam o poder de polícia administrativa que a Guarda Civil tem como autorização para atuar.
Se verifica que a presença da Guarda Municipal, devidamente fardada, equipada, transmite a população um sentimento de segurança, além de auxiliar os demais órgãos militares na prevenção de delitos, manter os ambientes públicos, escolas ,praças e edificações mais protegidas e seguras.
7 ÓRGÃOS DA SEGURANÇA PÚBLICA
7.1 Polícia Federal
A Polícia Federal se origina na Intendência-Geral de Polícia da Corte e do Estado do Brasil, que foi criada por D. João VI na data de 10 de maio de 1808, para a qual foi designado o então Desembargador e Ouvidor Paulo Fernandes Viana para o cargo de Intendente-Geral de Polícia da Corte.
Foi com o Decreto-Lei no. 6.378, do dia 28 de março de 1944, que a antiga Polícia Civil do Distrito Federal, que então funcionava na Cidade do Rio de Janeiro/RJ, capital do Brasil, no Governo de Getúlio Vargas, foi transformada na época em Departamento Federal de Segurança Pública – DFSP, subordinada diretamente ao Ministro da Justiça e Negócios Interiores.
De acordo então com o referido Decreto-Lei, ao DFSP cabiam os serviços de segurança pública e polícia no Distrito Federal e, em âmbito nacional, os de polícia aérea, marítima e segurança de fronteiras. Se estabeleceu , também, que os Departamentos ou Secretarias de Segurança e Chefaturas de Polícia dos Estados receberiam então orientação do DFSP a respeito de assuntos de ordem social e política , relacionados com a segurança pública do Brasil.
7.1.1 A expansão das atribuições
Posteriormente, por força do Decreto-Lei no. 9.353, de 13 de junho de 1946, foi atribuída competência ao DFSP, em todo o território nacional, para também atuar na apuração das infrações penais:
a) Que atentassem contra a personalidade internacional, a estrutura e a segurança do Estado, a ordem social e a organização do trabalho;
b) Referentes à entrada, permanência ou saída de estrangeiros no território nacional;
c) Definidas nos títulos X (Crimescontra a Fé Pública) e XI (Crimes contra a Administração Pública) da Parte Especial do Código Penal, quando o interessado fosse a Fazenda Nacional; e
d) Relacionadas ao comércio clandestino ou à facilitação do uso de entorpecentes.
7.1.2 Os poderes da Carta Magna de 1946
As competências que foram atribuídas ao DFSP sofreram restrições, previstas no artigo 18 da Carta Magna de 1946, em razão dos poderes concedidos aos Estados no sentido de proverem as necessidades dos governos e da administração. Corroborava essa situação o disposto no inciso VII do art. 5º. Da Carta, que concedia à União a competência tão somente para “superintender” os serviços de polícia aérea, marítima e de fronteiras, o que significava apenas inspecionar ,fiscalizar e observar.
Atuar fora desses limites poderia ser interpretado como prática um ato inconstitucional. 
Já nos idos da segunda metade da década de 1950, a futura capital se encontrava em fase de acelerada construção. A população desordenadamente crescia em uma cidade cuja administração não havia ainda se estabelecido oficialmente.
Se levando em conta que a procura de rendoso trabalho, rápido enriquecimento e o afluxo de aventureiros que chegavam até Brasília, vindos de várias partes do Brasil, se fez necessário a criação de uma força policial organizada, a fim de conter os que perpetravam toda sorte de delinquência.
Na data de 9 de dezembro de 1958, o então Governador do Estado de Goiás sancionou a Lei no. 2.364, de 9 de dezembro de 1958, criando assim o Departamento Regional de Polícia de Brasília – DRPB, este que se subordinava a Guarda Civil Especial de Brasília – GEB, assim permanecendo até a inauguração da nova capital federal, ocasião em que o DRPB foi incorporado ao Departamento Federal de Segurança Pública.
Com a inauguração de Brasília, em 21 de abril de 1960, todos os órgãos dos poderes da República vieram para a capital. Temporariamente, a sede do DFSP foi instalada em um galpão de madeira da Novacap até o mês outubro de 1960. Mais tarde então, foi transferida para o 5º. Andar do Bloco 10 da Esplanada dos Ministérios.
Contudo, sem meios para funcionar plenamente, uma solução encontrada foi o aproveitamento do pessoal que integrava o DRPB, do governo de Goiás, com circunscrição em toda a área destinada ao Distrito Federal. Se passou , então, à busca de uma estrutura para o DFSP calcada nos mais avançados moldes , partindo de exemplos de outros aparelhos policiais, tais como os do Canadá ,Inglaterra e dos Estados Unidos da América.
No fim do ano de 1960, foi encaminhado pelo Poder Executivo um anteprojeto de lei virando à criação de um organismo policial que, na sua composição estrutural, se assemelhasse às instituições de segurança dos países que foram acima referidos, inclusive no tocante às denominações pretendidas para os cargos que passariam a ser criados.
7.1.3 A reorganização do DFSP
Somente em 1964, com a mudança operada no pensamento político da Nação, prosperou a ideia da manutenção do Departamento Federal de Segurança Pública com capacidade de atuação em todo o território nacional, o que veio a se tornar realidade com a sanção da Lei no. 4.483, de 16 de novembro de 1964, reorganizando o então DFSP, com efetivo cunho federal.
A Lei no. 4.483/64 conferiu ao órgão atuação em todo o território nacional, relacionando suas atribuições nas alíneas “a” a “p” do art. 1º., conforme transcrito abaixo:
Art. 1º. Ao Departamento Federal de Segurança Pública – DFSP, com sede no Distrito Federal, diretamente subordinado ao Ministério da Justiça e Negócios Interiores, dirigido por um Diretor-Geral, nomeado em comissão e da livre escolha do Presidente da República, compete, em todo território nacional:
a) a superintendência dos serviços de polícia marítima, aérea e de fronteira;
b) a fiscalização nas fronteiras terrestres e na orla marítima;
c) a apuração, com a cooperação dos órgãos competentes do Ministério da Fazenda e em colaboração com as autoridades dos Estados, dos ilícitos penais praticados em detrimentos de bens, serviços ou interesses da União;
d) a apuração, em colaboração com as autoridades dos Estados, dos crimes que, por sua natureza, características ou amplitude, transcendam o âmbito de uma unidade federada ou que, em virtude de tratados ou convenções internacionais, o Brasil se obrigou a reprimir;
e) a investigação e apuração, em colaboração com as autoridades dos Estados, de crimes praticados contra agentes federais, no exercício de suas funções;
f) a censura de diversões públicas, em especial, a referente a filmes cinematográficos, quando transponham o âmbito de um Estado;
g) a execução, em colaboração com as autoridades dos Estados, de medidas tendentes a assegurar a incolumidade física do Presidente da República, de diplomatas e visitantes oficiais estrangeiros, bem como dos demais representantes dos Poderes da República, quando em missão oficial;
h) a coordenação e a interligação, no país, dos serviços de identificação dactiloscópica, civil e criminal;
i) a formação, o treinamento e a especialização profissional de seu pessoal e, quando solicitado, de integrantes das Polícias dos Estados, Distritos Federal e Territórios;
j) a prestação de assistência técnica e científica, de natureza policial, aos Estados, Distrito Federal e Territórios, quando solicitada;
l) a cooperação, no país, com os serviços policiais relacionados com a criminalidade internacional ou interestadual;
m) a supervisão e a colaboração no policiamento das rodovias federais;
n) a execução de outros serviços de policiamento atribuídos à União, de conformidade com a legislação em vigor;
o) a apuração dos crimes nas condições previstas no art. 5º. Do Código Penal, quando solicitado pelas autoridades estaduais ou ocorrer interesse da União; por determinação do Ministro de Estado da Justiça;
p) a apuração dos crimes contra a vida ou contra comunidades silvícolas no país, em colaboração com o Serviço de Proteção aos Índios.
Em 21 de julho de 1977 foi inaugurado o atual Edifício Sede do Departamento de Polícia Federal, localizado no SAS, Quadra 6, lotes 9 e 10, em Brasília/DF.
7.1.4 A Reforma Administrativa e a instituição do Departamento de Polícia Federal
A Constituição Federal de 24 de janeiro de 1967, em seu art. 8º., inciso VII, estabeleceu que competia à União organizar e manter a Polícia Federal, e relacionou nas alíneas “a” a “d” as respectivas atribuições, agora constitucionais.
Ainda no ano de 1967, foi operada uma reforma administrativa pelo Decreto-Lei no. 200, de 25 de fevereiro de 1967, constituindo um marco na tentativa de superação da rigidez burocrática. Essa norma transferiu as atividades para autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista a fim de se obter maior dinamismo operacional por meio da descentralização funcional. Além disso, instituiu como princípios de racionalidade administrativa o planejamento e o orçamento, o descongestionamento de chefias executivas superiores (desconcentração/descentralização), objetivando reunir competência e informação no processo decisório, a sistematização, a coordenação e o controle.
Diante da competência delimitada pela Constituição Federal de 1967, o Decreto-Lei no. 200/67 estabecera, no art. 210, que “o atual Departamento Federal de Segurança Pública passa a denominar-se Departamento de Polícia Federal, considerando-se automaticamente substituída por esta denominação a menção à anterior constante de quaisquer leis ou regulamentos”.
7.1.5 A denominação Polícia Federal
A atual Constituição Federal, promulgada em 1988, manteve a denominação do DPF apenas como Polícia Federal, designada como órgão de segurança pública no art. 144, inciso I, tendo suas atribuições previstas no § 1º. Do mesmo artigo.
Apesar de a Constituição Federal 1988 denominar o órgão como Polícia Federal e o Decreto no. 6.061, de 15 de março de 2007, posicioná-lo hierarquicamente ao lado das demais secretarias do Ministério da Justiça, ainda é corrente a denominação Policia Federal.
7.1.6 Datas Comemorativas
O dia 28 de marçoé a data comemorativa da criação do Departamento de Polícia Federal e o dia do Policial Federal é comemorado no dia 16 de novembro de cada ano – correspondente à data do sancionamento da Lei no. 4.483/64, que reorganizou o DFSP.
Tais marcos comemorativos têm sua previsão legal amparada pelo Decreto no. 5.279, de 22 de novembro de 2004.
7.2 Polícia Rodoviária Federal
Responsável pelo policiamento ostensivo em torno de 65 quilômetros das rodovias federais brasileiras, a Polícia Rodoviária Federal foi criada no dia 24 de julho de 1928. O então presidente Washington Luiz, por meio do Decreto nº18.323, denominou a corporação como “Polícia de Estradas”.
Seu primeiro quadro de servidores efetivos foi formado sete anos depois, em 23 de julho – quando é comemorado o dia do policial rodoviário federal. Nessa época, o cargo era conhecido como inspetor de trânsito.
Um importante passo para o exercício das atividades da então “Polícia de Estradas” foi a transformação da Comissão Nacional de Estradas de Rodagem no Departamento Nacional de Estradas e Rodagem (DNER), em 1937. O grupo tinha autonomia financeira, inclusive, para gerir os recursos e demandas da PRF.
7.2.1 Sistema Nacional de Segurança Pública
Com a promulgação da Constituição Brasileira de 1988, cerca de 40 anos depois, a Polícia Rodoviária Federal passou a ser denominada como conhecemos nos dias de hoje. Pelo Art.144 da Carta Magna, a PRF foi integrada ao Sistema Nacional de Segurança Pública.
Desde então, a PRF tem a missão de exercer o patrulhamento ostensivo nas rodovias federais. Em 1991, a corporação passou a integrar a estrutura organizacional do Ministério da Justiça, como o Departamento de Polícia Rodoviária Federal.
A Polícia Rodoviária Federal atua em todo território brasileiro. Sua estrutura conta com a unidade administrativa central, a Sede Nacional, situada em Brasília, e Unidades Administrativas Regionais – representadas pelas 27 superintendências, uma em cada estado da federação.
Além disso, a corporação é formada por 150 subunidades administrativas (denominadas delegacias) e 413 Unidades Operacionais (UOPs). Totalizando, assim, mais de 550 postos de atendimento em todo país.
A PRF busca, desde sua criação, se aproximar dos anseios da população brasileira, além de melhorar e profissionalizar os serviços prestados. Em função do vasto território do Brasil, a Polícia Rodoviária Federal é a única representante do poder público em certas regiões.
Por vezes, a instituição se destaca por ser o principal elo entre o Governo Federal e a sociedade brasileira. Isso por trabalhar como uma polícia cidadã que visa garantir o policiamento ostensivo, a segurança, a fiscalização e o salvamento das pessoas que utilizam as rodovias e estradas federais.
7.2.2 Atribuições da Polícia Rodoviária Federal
De acordo com a Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), compete a Polícia Rodoviária Federal, no âmbito das rodovias e estradas federais:
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suas atribuições;
II - realizar o patrulhamento ostensivo, executando operações relacionadas com a segurança pública, com o objetivo de preservar a ordem, incolumidade das pessoas, o patrimônio da União e o de terceiros;
III - aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações de trânsito, as medidas administrativas decorrentes e os valores provenientes de estada e remoção de veículos, objetos, animais e escolta de veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas;
IV - efetuar levantamento dos locais de acidentes de trânsito e dos serviços de atendimento, socorro e salvamento de vítimas;
V - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de segurança relativas aos serviços de remoção de veículos, escolta e transporte de carga indivisível;
VI - assegurar a livre circulação nas rodovias federais, podendo solicitar ao órgão rodoviário a adoção de medidas emergenciais, e zelar pelo cumprimento das normas legais relativas ao direito de vizinhança, promovendo a interdição de construções e instalações não autorizadas;
VII - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de trânsito e suas causas, adotando ou indicando medidas operacionais preventivas e encaminhando-os ao órgão rodoviário federal;
VIII - implementar as medidas da Política Nacional de Segurança e Educação de Trânsito;
IX - promover e participar de projetos e programas de educação e segurança, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;
X - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito para fins de arrecadação e compensação de multas impostas na área de sua competência, com vistas à unificação do licenciamento, à simplificação e à celeridade das transferências de veículos e de prontuários de condutores de uma para outra unidade da Federação;
XI - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio, quando solicitado, às ações específicas dos órgãos ambientais.
7.3 Polícia Ferroviária Federal
7.3.1 A estrutura da Polícia Ferroviária Federal
Com 166 anos, a Polícia Ferroviária Federal foi a primeira corporação policial especializada do país, tendo sido criada pelo Decreto Imperial 641/1852, com a denominação de “Polícia dos Caminhos de Ferro”, tendo feito a escolta de passageiros ilustres, de imperadores a presidentes do Brasil.
Após a Constituição Federal de 1988, o governo federal fez várias tentativas para implementar a Polícia Ferroviária Federal. Foram criadas comissões interministeriais e grupos de trabalho compostos dos ministérios da Justiça, do Planejamento Orçamento e Gestão, dos Transportes e das Cidades e do advogado-geral da União, que emitiram notas técnicas, pareceres e recomendações.
As leis mais recentes que dispuseram sobre a organização da Presidência da República e dos ministérios fizeram constar a Polícia Ferroviária Federal na estrutura do Ministério da Justiça (Lei 8.490/1992). O Departamento da Polícia Ferroviária Federal chegou a ser criado na estrutura do Ministério da Justiça (Decreto 761/1993), porém, sem a correspondente organização do efetivo de policiais ferroviários federais, mostrou-se insuficiente e inoperante.
A Lei 12.462/2011 disciplinou que “os profissionais da Segurança Pública Ferroviária oriundos do grupo Rede, Rede Ferroviária Federal (RFFSA), da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb) que estavam em exercício em 11 de dezembro de 1990, passam a integrar o Departamento de Polícia Ferroviária Federal do Ministério da Justiça” (artigo 29, parágrafo 8º). O Ministério da Justiça publicou a Portaria 76/2012, tornando pública a relação dos profissionais da Segurança Pública Ferroviária que se enquadravam à lei.
Em dezembro de 2012, o governo federal instituiu o Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), com a finalidade de “elaborar proposta de criação do Departamento de Polícia Ferroviária Federal e de transferência dos profissionais da segurança pública ferroviária oriundos do grupo Rede, Rede Ferroviária Federal (RFFSA), da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (TRENSURB) que estavam em exercício em 11 de dezembro de 1990 para o Ministério da Justiça”.
Como resultado dos estudos do GTI, foram apresentados subsídios para elaboração de diagnóstico atualizado da malha ferroviária no Brasil e as alternativas jurídicas para recepção dos profissionais de segurança ferroviária pelo Ministério da Justiça. Porém, o governo federal ainda não conseguiu dar concretude às propostas apresentadas, o que se espera ver saneado com o novo Ministério da Segurança Pública.
A mora do governo federal é de quase 30 anos — desde a promulgação da Carta Magna em outubro de 1988. Todo esse tempo causou enorme prejuízo para a administração pública pela falta do policiamento das ferrovias e para os policiais rodoviários federais,muitos já aposentados e falecidos. O efetivo de policiais ferroviários federais totaliza 3.724 servidores, material humano especializado à disposição para atuar na prevenção e combate à criminalidade no sistema de transporte ferroviário.
É preciso que a Polícia Ferroviária Federal conste dentre os órgãos integrantes do Susp e que seja incluída no âmbito de competência do Ministério Extraordinário da Segurança Pública, pois assim determina o texto constitucional. Com isso, o novo ministério poderá exercer sua competência de estruturar o Departamento de Polícia Ferroviária Federal e organizar seus serviços e quadro funcional, não vindo a repetir o insucesso de gestões anteriores.
Não se pode esperar eficiência de um sistema integrado de segurança pública que deixe de contemplar o policiamento das ferrovias. O veto presidencial precisa ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos deputados e senadores para que a Lei 13.675/2018 seja constitucional e atenda ao interesse público.
7.4 Polícias Civis
7.4.1 Origem da Polícia no Brasil
Polícia é um vocábulo de origem grega (politeia), e passou para o latim (politia), com o mesmo sentido: “governo de uma cidade, administração, forma de governo”. No entanto, com o passar do tempo, assumiu um sentido particular, “passando a representar a ação do governo, enquanto exerce sua missão de tutela da ordem jurídica, assegurando a tranqüilidade pública e a proteção da sociedade contra as violações e malefícios”.
No Brasil, a idéia de polícia surgiu em 1500, quando D. João III resolveu adotar um sistema de capitanias hereditárias, outorgando uma carta régia a Martim Afonso de Souza para estabelecer a administração, promover a justiça e organizar o serviço de ordem pública, como melhor entendesse, em todas as terras que ele conquistasse. Registros históricos mostram que, em 20 de novembro de 1530, a Polícia Brasileira iniciou suas atividades, promovendo Justiça e organizando os serviços de ordem pública.
7.4.2 A Estrutura da Policia Brasileira
Em terras brasileiras, o modelo policial seguiu o medieval português, no qual as funções de polícia e judicatura se completavam. A estrutura era composta de figuras como o Alcaide-Mor (juiz ordinário com atribuições militares e policiais), pelo Alcaide Pequeno (responsável pelas diligências noturnas visando prisões de criminosos), e Quadrilheiro (homem que jurava cumprir os deveres de polícia). O Alcaide Pequeno coordenava o policiamento urbano, auxiliado pelo escrivão da Alcaidaria e por quadrilheiros e meirinhos (antigo oficial de Justiça). As diligências noturnas – combinadas em reuniões diárias na casa do Alcaide Pequeno – eram acompanhadas pelo escrivão, que registrava as ocorrências enquanto quadrilheiros e meirinhos diligenciavam pela cidade, seguindo as instruções recebidas nas reuniões. Pelo Alvará Régio de 10 de maio de 1808, D. João criou o cargo de Intendente Geral de Polícia da Corte e nomeou o desembargador Paulo Fernandes Viana para exercer o cargo, iniciando-se, assim, uma série de grandes modificações no organismo policial. Viana criou, pelo Aviso de 25 de maio de 1810, o Corpo de Comissários de Polícia, que só se tornou realidade por força de uma portaria do Intendente Geral de Polícia, Francisco Alberto Teixeira de Aragão, em novembro de 1825. 
7.4.3 Mudanças e inovações
De 1808 a 1827, as funções policiais e judiciárias permaneceram acumuladas; mas com a promulgação do Código de Processo Criminal do Império, a organização policial foi descentralizada. Em 1841, a Intendência Geral de Polícia foi extinta, criando-se o cargo de Chefe de Polícia, ocupado até 1844 por Euzébio de Queiroz Coutinho Matoso Câmara. A lei de 03 de dezembro de 1841 proporcionou uma mudança radical, com a criação, em cada província e também na Corte, de uma Chefatura de Polícia. Nela, o Chefe de Polícia passou a ser auxiliado por delegados e subdelegados de Polícia.
Em 31 de janeiro de 1842, o regulamento nº 120 definiu as funções da polícia administrativa e judiciária, colocando-as sob a chefia do Ministro da Justiça. Em 20 de setembro de 1871, pela Lei n.º 2033, regulamentada pelo Decreto n.º 4824, de 22 de novembro do mesmo ano, foi reformado o sistema adotado pela Lei n.º 261, separando-se Justiça e Polícia de uma mesma organização e proporcionando inovações que perduram até hoje, como a criação do Inquérito Policial.
7.5 Polícias Militares
As polícias militares têm origem no século 19, com a chegada de D. João VI, em 1808. Na época, a chamada Guarda Real de Polícia de Lisboa permaneceu em Portugal. Assim, um ano após a chegada da corte lusitana, foi criado um corpo equivalente no Rio de Janeiro, batizado de Divisão Militar da Guarda Real de Polícia do Rio de Janeiro, que adotava o mesmo modelo de organização da guarda portuguesa, usava os mesmos trajes e armas e já tinha estrutura militarizada, com companhias de infantaria e de cavalaria.
O estabelecimento de uma força militar permanente na capital deu-se em função do crescimento populacional do Rio de Janeiro e da necessidade de garantir a segurança da nobreza recém-chegada de Portugal. Todavia, no início do século 19, as cidades do interior também registravam aumento populacional considerável, evidenciando a necessidade de manutenção da ordem pública. Com isso, foram sendo criados corpos policiais nas províncias. Minas Gerais foi a primeira (1811), seguida por Pará (1820), Bahia e Pernambuco (ambas em 1825). Pela formação e estrutura, esses corpos policiais são os que mais se aproximam das atuais policiais militares estaduais.
7.5.1 República
Após a proclamação da República, em 1889, foi acrescentada a designação “Militar” àquelas corporações, que passaram a ser conhecidos como Corpos Militares de Polícia. Em 1891, a partir da promulgação da Constituição republicana, os estados (antigas províncias) passaram a gozar de mais autonomia e puderam organizar melhor seus efetivos, adotando até denominações diversas, como Batalhão de Polícia, Regimento de Segurança e Brigada Militar. A denominação "Polícia Militar" só foi padronizada mesmo em 1946, com a Constituição após o Estado Novo. Todos as unidades federadas adotaram o termo, com exceção do Rio Grande do Sul, que até hoje mantém o nome Brigada Militar em sua força policial.
7.5.2 Ditadura
Durante o regime militar (1964-1985), a polícia brasileira sofreu mais mudanças. A PM passou a ser guiada por uma classificação hierárquica única; foram extintas as guardas civis e organizações similares existentes em algumas cidades; e, em 1967, foi criada a Inspetoria Geral das Polícias Militares (IGPM), subordinada ao Exército.
Sob intervenção, as polícias militares estaduais, passaram a ser comandadas por oficiais do Exército e serviram de instrumento para combate aos opositores do regime.
7.5.3 Forças auxiliares
Hoje, conforme previsão constitucional, os policiais militares encontram-se subordinados ao governador, que é a mais alta autoridade administrativa na área de segurança pública estadual.
O § 6º do artigo 144 da Constituição também informa que as PMs são forças auxiliares e reservas do Exército, que pode, portanto, requisitar policiais, em caso de estado de emergência ou de sítio, para exercer atividades diversas da área de segurança pública.
7.6 Bombeiros Militares
Os primeiros bombeiros militares surgiram na Marinha, devido os riscos de incêndio nos antigos navios de madeira; porém, eles existiam apenas como uma especialidade, e não como Corporação. A denominação de bombeiros deveu -se a operarem principalmente bombas d’água, toscos dispositivos em madeira, ferro e couro.
No Brasil, a primeira Corporação de Bombeiros foi criada pelo Imperador D.Pedro II em 1856. No início ela não possuía caráter militar, fato esse já classificado como um problema pelo seu primeiro comandante o então Major Moraes Antas, em 1860 quando foi criado de maneira definitiva já é excluído de seus quadros a presença de civis tal feito ocorre por solicitação do Diretor Geral Moraes Antas que define a Disciplina Militar como caráter crucial para o combatea incêndio e foi somente em 1880 que seus integrantes passaram a ser classificados dentro de uma hierarquia militarizada.
Devido as afinidades culturais e linguísticas com a França, a Corporação passou a adotar como modelo os Sapeurs-Pompiers de Paris; os quais eram classificados como Arma de Engenharia Militar, e organizados para servirem como pontoneiros ou sapadores quando necessário.[3] Até o fim do Império junto com o Corpo de Bombeiros de São Paulo (1880) foram os únicos corpos de Bombeiros-Militar a existirem.
Em 1881 é promulgado o novo regulamento do Corpo de Bombeiros da Corte que institui pela primeira vez o caráter de força auxiliar do exército, contando em seu texto:
Art. 1º O Corpo de Bombeiros da Côrte tem por fim principal o serviço de extincção de incendios na cidade do Rio de Janeiro e seus suburbios.
Paragrapho único. Em caso de guerra, porém, o Governo poderá empregal-o como corpo de sapadores ou pontoneiros; dando-lhe, neste caso, a organização do batalhão de engenheiros.[4]
Em 17 de dezembro de 1881 é criado o primeiro Estado Maior em um Corpo de Bombeiros, sendo esse o Estado Maior do Corpo de Bombeiros da Corte.
Com a Proclamação da República, os Estados que possuíam melhores condições financeiras passaram a constituir seus próprios Corpos de Bombeiros. Ao contrário do Corpo de Bombeiros da Capital Federal, que desde o início fora concebido com completa autonomia, essas Corporações foram criadas dentro da estrutura das Forças Estaduais, antiga denominação das atuais polícias militares.
Em 1915 a legislação federal passou a permitir que as forças militarizadas dos Estados pudessem ser incorporadas ao Exército Brasileiro, em caso de mobilização nacional.[1] Em 1917 a Brigada Policial e o Corpo de Bombeiros da Capital Federal tornaram-se oficialmente Reservas do Exército;[5] condição essa a seguir estendida aos Estados.[6] Nesse período os Corpos de Bombeiros, como integrantes das Forças Estaduais, participaram com brio dos principais conflitos armados q ue atingiram o país.
Essa condição foi alterada após as Revoluções de 1930 e de 1932; sendo imposto pelo Governo Federal a desmilitarização dos CBs em 1934. Isso objetivava diminuir o poderio das forças militares estaduais, as quais ameaçavam o equilíbrio do poder bélico no país. Com o final da Segunda Guerra Mundial e a conseqüente queda do Estado Novo, as Forças Estaduais voltaram ao completo controle dos Estados;[7] passando -se a permitir a militarização dos CBs, desde que estes fossem reincorporados às PMs.
Em 1967 foi criada a Inspetoria Geral das Polícias Militares (IGPM), subordinada ao então Ministério da Guerra; a qual passou a gerenciar diversas mudanças nas estruturas das polícias militares (e por conseguinte nos Corpos de Bombeiros), inserindo padronizações e estabelecendo exclusividades.[8]	Comment by Priscila Oliveira: ????
Com o fim do Governo Militar e a instituição de uma nova Constituição em 1988, os Estados passaram a dispor de autonomia para administrar suas Forças de Segurança da maneira que melhor lhes conviesse. A maioria optou por desvincular os Corpos de Bombeiros das Polícias Militares.
O termo Militar foi inserido na década de noventa para destacar a condição dos Corpos de Bombeiros como Força Auxiliar e Reserva do Exército Brasileiro, bem como a de Militares dos Estados, situação essa reafirmada na Constituição Federal de 1988.
7.7 Polícias Penais
A profissão de Policial Penal foi criada por meio da promulgação da Emenda Constitucional 104, em 4 de dezembro de 2019. No entanto, ao longo dos anos o Policial Penal foi conhecido por diversos nomes: Agente de Segurança Penitenciária, Agente de Segurança Prisional, Carcereiro, Guarda de Preso, Agente Carcerário, Agente Penitenciário, Agente Prisional, Vigilante de Presídio, Vigilante Penitenciário, Guarda, Carrasco...
Independente das denominações recebidas ao longo dos anos, o Policial Penal faz parte de uma das mais antigas profissões do mundo, além de, segundo a Organização Internacional do Trabalho, ser a segunda profissão mais perigosa, visto as condições mínimas de segurança em que exerce o seu trabalho que é sujeito a motins, rebeliões, agressões, dentre outras situações limite.
Além disso, a atividade do Policial Penal está prevista no rol das atividades essenciais por se tratar de uma atividade que atende as necessidad es inadiáveis da comunidade – necessidades que, se não atendidas, colocam em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população.
Porém, quando passamos a investigar as origens desta tão importante profissão os dados são escassos. Contudo resta evidente que a história destes profissionais muitas vezes se confunde com a história do sistema prisional e, como o sistema prisional, evoluiu no decorrer dos anos.
Para a pesquisadora Rosalice Lopes, no livro O cotidiano da violência: o trabalho do agente de segurança penitenciária nas instituições prisionais (Psicologia para a América Latina, n.0, p.1 -8, 2002), a categoria remonta inevitavelmente sua história, como carrascos, carcereiros e guardas de presídio, estando ligada a torturas, agressões e punições do desvio da ordem moral. Tal ligação dá-se sobre a premissa que, a princípio, as penas impostas não tinham qualquer finalidade a não ser o castigo e a retribuição do mal com outro mal (neste caso com a participação do carrasco).
Entretanto, com o passar do tempo, e principalmente a partir do século XVIII, período correspondente ao Iluminismo, a legislação penal começou a ser criticada por seus excessos e passou-se a se pensar em um programa de humanização das prisões, tendo a obra The State of Prisons in England and Wales With na Account of Some Goreng (1777), de John Howard, considerada o marco inicial.
John Howard defendia a construção de estabelecimentos adequados para cumprimento da pena privativa de liberdade, que garantissem alimentação e as sistência médica, classificando as pessoas submetidas ao cárcere em três tipos: presos provisórios, definitivos e devedores. Além disso, Howard também pregava que as mulheres deveriam permanecer separadas dos homens. Por fim, ele captou a importância dos carcereiros na execução da pena privativa de liberdade e evidenciou a importância da fiscalização do magistrado no cárcere, de modo a coibir abusos, ressaltando ainda que o trabalho para o preso era fundamental para a sua reabilitação.
Neste contexto, surgiram diversas Escolas Penais a fim de encontrar o fundamento do jus puniendi. A Escola Clássica, a Escola Positivista e a Escola da Defesa Social. Para as referidas Escolas, segundo o escritor Julio Fabrini Mirabete, professor de Direito Penal, membro da Academia Paulista de Direito e do Instituto Manoel Pedro Pimentel, do Departamento de Direito Penal da USP, no seu livro Manual de Direito Penal, retribuição e a expiação da culpa pelo infrator deixam de ser finalidade da pena e, com isso, o propósito da pena é a reinserção do condenado à sociedade.
Ou seja, ao longo da história, a legislação penal, bem como o sistema prisional, evoluíram de um sistema que previa a utilização de penas sem finalidade alguma – fato que marcou a categoria de servidores penais de forma negativa, estigmatizando -os como pessoas violentas – para um sistema que busca a ressocialização como melhor forma de prevenir crimes futuros e tratar a transgressão das normas vigentes, com profissionais qualificados para isso.
No Brasil, atualmente cabe aos Policiais Penais cumprir o que disciplina a Lei de Execução Penal (1984), que tem como objetivo reintegrar o indivíduo preso à sociedade, corrigindo e reeducando-o, além de punir e ressocializar, garantindo a segurança e preservando os direitos humanos de acordo com a Constituição Federal de 1988, atribuições muito distantes daquelas presentes no imaginário e que, infelizmente, estigmatizaram a categoria.
Mesmo com poucas informações, resta evidente que a categoria, juntamente com legislação penal e o sistema prisional, não só mudou de nome por diversas vezes, mas, com o tempo, também mudou,evoluindo e criando uma identidade, posição social e princípio de existência, ganhando cada vez mais importância não só no âmbito penal, mas também no âmbito social, deixando de ser agente punitivo para ser agente ressocializador, fazendo parte efetiva na construção de uma sociedade mais justa e segura.
Destarte se a função ressocializadora deste ainda não é de certa forma eficiente, resta evidenciar que existem vários outros fatores a serem observados e que faltam políticas públicas que visam auxiliar neste caminho, sendo uma das causas a superpopulação carcerária.
No entanto, é sempre bom frisar que os Policiais Penais, mesmo sendo pouco valorizados e reconhecidos – seja pela população em geral que, por ignorância, tem em mente os antigos carrascos e carcereiros, seja pelo Estado que não fornece a estrutura necessária para que estes exerçam suas funções dignamente e em acordo com a Lei de Execução Penal e a Constituição Federal, sendo conivente com a superpopulação carcerária e a falta funcional, pagando baixos salários e sem prestar qualquer ajuda médica ou psicológica a estes profissionais – abandonados à própria sorte, ocupam a linha de frente no sistema prisional, arriscando suas vidas, vivendo, muitas vezes uma rotina traumática, mas com muita dignidade, procurando cumprir suas obrigações, sendo parte integrante no combate ao crime organizado, na proteção da população em geral, mesmo diante de todas as condições adversas por eles encontradas, se adequando, mudando, evoluindo, mesmo que a duras penas.
REFERÊNCIAS
COSTA, Maximiliano Calian da. Poder de Polícia: uma abordagem do interesse de agir do Estado em busca da supremacia do interesse coletivo em detrimento do individual. Jus.com.br, 2018. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/66139/poder-de-policia. Acesso em: 01 jun. 2021
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MARA, Andreia. Guardas Municipais: herança do Império do Brasil. Jornal Capital das Nascentes, 2017. Disponível em: https://jornalaw.com.br/2017/08/22/guarda-municipal-heranca-do-imperio-do-brasil/. Acesso em 14 nov. 2019.
MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. 4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.
NAVAL, Mauricio Domingues da Silva. Guardas Municipais - A Revolução na Segurança Pública. 116 páginas, 2012.

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